Você está na página 1de 38

Produção

Equipe Pastoral da Chácara Primavera (texto)


Primavera Eventos (arte)
Sumário

Prefácio ........................................................................................... 3

Instruções para o Líder ................................................................... 4

Lista de Presença ............................................................................ 5

1. Crescendo em Sabedoria .......................................................... 7

2. Crescendo em Estatura (I) ...................................................... 15

3. Crescendo em Estatura (II) ..................................................... 23

4. Crescendo em Graça............................................................... 31

© Comunidade Presbiteriana Chácara Primavera


Ministério de Grupos Pequenos

Fevereiro de 2013
Produzido para uso interno
3

Prefácio

O texto escolhido para iniciar os nosso Grupos Pequenos é


Lucas 2:52 – “Jesus ia crescendo em sabedoria, estatura e graça
diante  de  Deus  e  dos  homens.”.

Nesta ocasião Jesus completara doze anos, assim como a


nossa comunidade, que, em março de 2013, completa doze anos.
Um dos objetivos da espiritualidade cristã é sermos transformados à
semelhança de Jesus Cristo.

O texto está intimamente ligado às expectativas e sonhos de


uma comunidade em crescimento como a nossa. Assim, algumas
perguntas nos incomodam seriamente: Estamos nos tornando
parecidos com Jesus? Queremos mesmo ser parecidos com Jesus?
Quais seriam as implicações disso? Como comunidade cristã temos
refletido os valores e as atitudes do Senhor Jesus? Como Seu corpo,
temos agido da forma como ele agiria diante da nossa cidade e
região?

Convidamos você a refletir sobre as três características do


crescimento de Jesus: sabedoria, estatura e graça. Quais os reflexos
destas marcas numa comunidade que se afirma Corpo de Cristo na
cidade?

Equipe Pastoral
4

Instruções para o líder


Cuidar de um pequeno rebanho é uma grande responsabilidade
que pode ter um grande impacto na vida das pessoas. E mais: é uma
responsabilidade que testará a sua capacidade de trabalhar em
sinergia com a comunidade, como uma parte importante do corpo.
Este material foi preparado para abençoar sua vida e a de seu
grupo. Procura equilibrar dois conceitos importantes que desejamos
em nossos grupos: conhecimento com relacionamento. Sabemos que
cada líder tem uma tendência para uma dessas duas realidades.
Lembre-se que seu papel no grupo não é o de preletor, mas de
facilitador de um encontro que tem como ênfase o aprofundamento da
fé e das amizades.
Usando o material, você encontrará uma forma de equilibrá-lo.
Procure dar atenção a esses dois pontos, os quais ajudarão o
desenvolvimento de sua liderança frente ao grupo e à comunidade. As
dinâmicas poderão contribuir significativamente para o grupo.
Esta série cobrirá quatro encontros dos grupos pequenos. Você
perceberá que, além de uma dinâmica inicial, há três partes do estudo:
PARTE I: A reflexão - aponta um problema no mundo em que
estamos e sobre o qual somos convidados a pensar;
PARTE II: A decisão - traz uma proposta para que o problema
seja resolvido sob a perspectiva do que a Bíblia diz;
PARTE III: A ação - aponta algumas práticas para nós, a partir do
que a Bíblia diz, a fim de gerar transformação em nós e nos que estão à
nossa volta.
Muitas orientações deste material não estão no guia do
participante e são explicações fornecidas para ajudá-lo no
direcionamento do estudo, caso seja necessário. Elas estão em caixas
com o título “Orientações  para  o  Líder”. Procure usá-las a seu favor.
Que você seja um instrumento poderoso usado pelo Santo
Espírito de Deus para edificar muitas vidas!
5

Lista de Presença
Presença nos Encontros
Nome Abertura 1º 2º 3º 4º
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
TOTAL
7

1
Introdução
CRESCENDO EM
SABEDORIA

“A criança Jesus cresceu, não como um menino-prodígio, mas


como  um  ser  humano  igual  a  nós,  exceto  no  que  se  refere  ao  pecado.”  
Ele teve uma infância normal e saudável no convívio com seus
familiares e amigos na cidadezinha de Nazaré.
Todos os anos os pais de Jesus peregrinavam à Jerusalém para
participar da festa da Páscoa. Desta vez, Jesus completava doze anos.
Com essa idade, o menino judeu se   tornava   “filho   da   lei”   e   membro  
pleno da sinagoga. No caminho de volta, seus pais se deram conta de
que o adolescente Jesus havia ficado. José e Maria voltaram em busca
do filho. Eles o encontraram em altos papos com os líderes religiosos
do Templo. “Os mestres estavam deslumbrados com ele e
impressionados  com  as  suas  respostas  precisas.” (A Mensagem, Eugene
Peterson).
Lucas 2.52 diz que, à medida que Jesus crescia, ele se
desenvolvia em sabedoria. As perguntas de Jesus deixaram os mestres
da lei admirados, não eram perguntas tolas, nem debatia com eles,
mas buscava um entendimento das questões espirituais com mais
profundidade.
Um dos aspectos da sabedoria é a saúde mental. Jesus era um
adolescente que cresceu em saúde mental. A sabedoria produz o
melhor uso da nossa capacidade intelectual. A tendência da época era
8

a busca por conhecimento e pouca sabedoria. Jesus nos convida a uma


caminhada em busca do uso de nossas capacidades mentais integradas
com nosso espírito.

OBJETIVOS
 Levar cada participante à compreensão da necessidade da
busca  por  sabedoria  “lá  do  alto”,  e  não  só  de  informação.
 Facilitar a participação de cada um para alcançar sabedoria
como Jesus.

ORIENTAÇÕES PARA O LÍDER


Estimule a conversa em seu grupo, fazendo perguntas. Seja mais
um facilitador do que um palestrante. Mas, não deixe que uma só
pessoa monopolize a conversa. Incentive o respeito à opinião do
outro. Lembre-se que é sábio aprender a ouvir.

Atente para as orientações de seu líder que o orientará.

ORIENTAÇÕES PARA O LÍDER


QUEBRA GELO
Para ativar a memória
Por no máximo 5 minutos, estimule uma ou duas pessoas a
contar algum fato curioso, engraçado, ocorrido no início de sua
adolescência por ocasião do aniversário, por exemplo.
9

A reflexão
1. Com base em Tiago 3.17-18, em que consiste a sabedoria de
Jesus? ___________________________________________________
2. Sendo   assim,   como   Jesus   reagiu   à   “bronca”   de   sua   mãe  
Maria? (“Filho,   por   que   você   nos   fez   isto?   Seu   pai   e   eu   estávamos  
aflitos,  à  sua  procura”.  - Lucas 2.48,51) ________________________
_________________________________________________________
3. “Crescia Jesus em sabedoria...”: o crescimento em sabedoria
é um processo que começa com relacionamento com Deus e a
obediência aos princípios e valores de Deus. Então, quando esse
processo de crescimento começa? (veja Tiago 1.5). ________________
__________________________________________________________
4. Perceba a oração do jovem rei Salomão antes de começar a
reinar em II Crônicas 1.10. No entanto, como devemos orar pedindo
sabedoria? (Tiago 1.6). _______________________________________
__________________________________________________________

Resumo: Jesus foi surpreendido por seus pais conversando


com os sábios. Ele os ouvia e fazia perguntas com o intuito de
aprender. É possível que seja esta a razão pela qual muita gente
envelhece sem se tornar sábia. Não tem nenhuma disposição em
sentar-se com os mais experientes, ouvir suas histórias e fazer
perguntas. Esta última é o sinal mais evidente de que alguém está
realmente conectado e interessado no processo de aprendizado.
10

ORIENTAÇÕES PARA O LÍDER


RESPOSTAS
1. “Sabedoria  lá  do  alto”.  
2. A sabedoria do alto nos ensina a submissão amorosa e não a rebelião.
Para os adolescentes: como podem aprender com Jesus?
3. Esse deve ser um assunto da oração. Pedir sabedoria a Deus.
4. Neste ponto, discuta com os participantes como a fé nos dá firmeza e
nos livra de sermos pusilânimes, inseguros, não sabendo o que
queremos. Pessoas assim nunca começam o processo de crescimento
espiritual.

Lembre os presentes dos três pontos da mensagem do final de semana.


Três atitudes de Jesus que acompanham pessoas que crescem em
sabedoria:
1º - Ele se assenta entre os mestres – por três dias;
2º - Ele escuta os mestres – respeito aos sábios mais velhos;
3º - Ele faz perguntas aos mestres - perguntas demonstravam seu
entendimento.

ILUSTRAÇÃO
O líder pode terminar essa seção contando a seguinte ilustração: O
velho sábio recebeu um candidato a discípulo. Este falava sem parar, não
dando espaço para o mestre. O mestre calmamente serviu sua xícara de
chá até esta se derramar. O rapaz logo reclamou. Então, o mestre disse:
assim como esta xícara está cheia e não comporta mais nada, também a
sua vida não cabe mais nenhum ensino. Para adquiri sabedoria é preciso
se esvaziar e depois receber o ensino.

A decisão
Conforme Tiago 1.5, a sabedoria é uma dádiva divina. Por outro
lado, para tê-la devemos pedir a Deus (Provérbios 2.6). Mas ela não
nos é dada como um enxerto artificial e estanque, mas sim em um
processo que se dá no desenvolvimento de uma vida conectada em
11

Cristo. A sabedoria é resultado da obediência amorosa dos princípios e


valores ensinados na Palavra de Deus. Sendo assim, não é possível
sairmos deste estudo sem uma decisão efetiva.
Mas, antes, vamos ouvir o sábio que escreveu Eclesiastes 7.12.
Com este texto em mente, volte-se para Mateus 7.24-27. Agora
observe que após ensinar seus discípulos sobre os valores e princípios
do reino de Deus, Jesus conta uma metáfora muito pertinente. É o
paralelo entre os dois construtores. Ambos ouviram o mesmo ensino.
Tinham a mesma tarefa, construir uma casa. Jesus diz que aquele que
ouve as suas palavras e as pratica é uma pessoa sábia, que edifica sua
vida segundo os princípios e valores de Cristo. O resultado é que ele
será bem sucedido em sua vida. Bem, agora a decisão é sua.

Resumo: Agora, o que você precisa fazer para iniciar o


processo de crescimento em sabedoria? Ore com fé, pedindo essa
dádiva divina. Ele vai lhe ensinar através de pessoas mais experientes e
sábias. Portanto, gaste um tempinho assentado para ouvi-las. Desafie-
se a si mesmo a pequenas mudanças com base no que ouviu dos
ensinos de Jesus Cristo.

A ação
Para partirmos para a prática, temos que responder com
honestidade algumas questões. Em Efésios 5.15-16, Paulo nos orienta a
viver  sabiamente  nesta  curta  e  breve  vida  que  temos.  Ele  diz:  “remindo
o tempo...”   ou   segundo   a   NVI   “aproveitando ao máximo cada
oportunidade”.
12

1. Como  estamos  usando  o  nosso  “tempo-oportunidade”  (chronos)?


__________________________________________________________
Chronos e Kairós: Em Efésios 5.15-16, Chronos refere-se ao tempo em geral – relógio. E
Kairós refere-se a um tempo determinado, uma qualidade de tempo específico. Ele é
medido, alocado e fixado. Paulo escolheu o termo Kairós  quando  disse  “remindo  o  tempo”,  
neste   sentido   a   NVI   está   mais   próxima   quando   traduz   “aproveitando ao máximo cada
oportunidade.”  O  líder  deve explicar que Paulo está falando de qualidade de vida no sentido
de aproveitar as oportunidades para viver sabiamente.

Lembre-se da parábola dos dois construtores. Jesus disse que


depois que ambos os pedreiros construíram suas casas, veio a
adversidade, as chuvas e enchentes, ventos e tempestade.

2. Como e quanto tempo (chronos) estamos investindo em uma


espiritualidade sadia? (Lembre-se do Salmo 1)
__________________________________________________________

3. Descubra e liste três coisas que precisam mudar para iniciar ou


retomar, o processo de crescimento espiritual (em sabedoria).
__________________________________________________________

4. Se Jesus crescia em sabedoria diante de Deus e diante dos homens,


como podemos crescer em sabedoria diante da sociedade?
(Colossenses 4.5).
__________________________________________________________

Colossenses 4:5 – Aqui   também   aparece   o   termo   “kairós”   traduzido   por   “oportunidade”.  
Temos que ter sabedoria ao nos relacionar com as pessoas de fora da Igreja. Saber ouvir,
saber não se zangar e saber falar.

Oração
“Ensina-nos a contar os nossos dias
para  que  o  nosso  coração  alcance  sabedoria.”
Salmo 90.12
13

Anotações
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
14

Motivos de Oração

______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
15

2
Introdução
CRESCENDO EM
ESTATURA (I)

O texto de Lucas 2.52 é enfático ao afirmar que, aos 12 anos,


“Jesus   ia   crescendo   em   sabedoria,   estatura   e   graça   diante   de   Deus   e  
dos   homens”. A palavra utilizada por Lucas para se referir à estatura
pode ter dois significados: estatura física, referindo-se ao fato de que
Jesus crescia em tamanho, e maturidade, apontando para o fato de que
Jesus se tornava mais maduro a cada dia.

Você já deve ter ouvido a frase que nos faz lembrar que somos
pessoas em construção. Quando temos uma condição de saúde
favorável, espera-se naturalmente um desenvolvimento físico e
intelectual. Basta se alimentar corretamente e evitar o sedentarismo
para ver o crescimento. O mesmo deve acontecer com a Igreja de
Cristo quando ela se mostra saudável na sua comunhão, edificação e
serviço.

OBJETIVOS
 Levar cada participante à importância de encarar sua vida como
uma jornada de crescimento em maturidade a partir de Jesus.
 Contribuir para conscientização de cada participante na direção
de lidar com suas limitações e adversidades para crescer em
uma dimensão comunitária da missão.
16

ORIENTAÇÕES PARA O LÍDER


Os fatos abaixo podem ser exemplificados ao grupo, sem, con-
tudo, serem lidos um a um. O importante é que todos tenham em
mente a forma como a igreja primitiva crescia.

Um exemplo bíblico desafiador é o modo de vida dos cristãos


da igreja primitiva, conforme mostra Atos 2.42-47. O que vemos a
partir desse texto e em muitos relatos registrados por Lucas é uma
igreja que se desenvolvia integralmente. Interessante que, mesmo
em meio a muitos problemas, como a prisão de alguns apóstolos
(Atos 4.1-4), o mal testemunho de alguns mais favorecidos que não
contribuíam na ajuda aos mais necessitados (Atos 4.32-35; 5.1-11),
o esquecimento no cuidado das viúvas (Atos 6.1-7), a execução
sumária de um importante líder (Atos 7.54-60), e a forte
perseguição aos cristãos (Atos 8.3), esses mesmos textos indicam
que a igreja crescia e multiplicava o número dos discípulos. Esse
crescimento, porém, não é apenas numérico, pois à medida em
que cresce, ela se estrutura e vai ao encontro de diferentes grupos
da sociedade, gerando influência e transformação.
Ensino importante: As adversidades também contribuem para
a nossa maturidade e crescimento.

Um exemplo bíblico desafiador é o crescimento da igreja


primitiva, conforme nos mostra Atos 2.42-47. Mesmo em meio às
adversidades, essa comunidade amadurecia e crescia.
Quando existe um crescimento numérico na igreja, o que é
esperado numa comunidade saudável, problemas estruturais vão
surgir. Uma coisa é você se relacionar com um grupo de 50 pessoas,
outra experiência bem diferente acontece quando esse grupo cresce
para 100, 200, ou, quem sabe, para um número além desse. Conforme
ele cresce, a estrutura precisa dar o suporte.
17

A reflexão

ORIENTAÇÕES PARA O LÍDER


Você precisará ser hábil ao conduzir essa transição até chegar à
leitura de Êxodo 18.13-27.

Há um fato marcante na história do povo de Deus em Êxodo


18.13-27 que precisamos conhecer. O povo de Israel representava a
Igreja no Antigo Testamento. Esse povo, mesmo escravo no Egito,
crescia rapidamente. Após liberto do jugo egípcio, a história do êxodo
israelita contém elementos quase inacreditáveis, a começar com a
quantidade de pessoas que dele participaram. Além de crianças,
adolescentes, mulheres e idosos, havia cerca de 600 mil homens de
mais de 20 anos (Êxodo 12.37, 38.26; Números 1.46, 11.21).

ORIENTAÇÕES PARA O LÍDER


Se, para cada homem, houvesse apenas uma criança e uma
mulher, o número de peregrinos iria para 1,8 milhão. Se, na melhor
das hipóteses, houvesse quatro outras pessoas (o cônjuge e três
filhos), o número subiria para 3 milhões. Faça o seu grupo pensar
nesse número.

Tendo em mente o que acontecia na igreja primitiva que crescia, a


proposta agora é pensarmos nessa passagem de Êxodo 18.13-27, que
marca a liderança de Moisés que representava todo o povo diante de
18

Deus (Êxodo 19.8), e também devia representar o Senhor na presença


do povo (Êxodo 19.7).
O que nos chama a atenção nessa leitura? O que podemos
concluir quando pensamos numa estrutura de igreja?

ORIENTAÇÕES PARA O LÍDER


Após a leitura, deixe o grupo tirar algumas conclusões sobre essa
passagem. No entanto, tenha em mente que, olhando para essa
história, não é difícil imaginar Moisés totalmente estafado com o
número de pessoas que o solicitavam diariamente (basta ler o v. 13).
Ainda bem que aparece em cena a abençoada visita do sogro, Jetro.
Vendo o sofrimento do genro (e das pessoas), Jetro, como um
verdadeiro consultor administrativo, aconselha imediatamente a
racionalização dos processos, ou seja, delegar e descentralizar as
decisões menores para outras pessoas escolhidas que se mostrassem
capazes e tementes a Deus (v. 21). Assim Moisés conseguiu se
desvencilhar das questões mais fáceis e concentrou seus esforços nas
questões fundamentais.

O que antes devia ser uma grande agonia para o líder Moisés e
seus liderados, agora havia se tornado em possibilidade de todos
compartilharem seus sonhos, necessidades, alegrias e, desta forma,
ajudarem uns aos outros. Tudo era tratado com a orientação de líderes
capazes. Temos, assim, uma estrutura eficaz para aquela situação.

Assim, a igreja de Cristo precisa se estruturar na sua


administração, comunhão e edificação. Todos os que participam da
grande comunhão nos cultos têm a oportunidade de envolvimento nos
ministérios e integração nos pequenos grupos, bem como no
19

compromisso de crescimento através do engajamento missional, muito


eficiente no contexto da igreja primitiva.

ORIENTAÇÕES PARA O LÍDER


Voltando a sua atenção para o êxodo, aquele povo que agora
estava organizado, que tinha uma estrutura administrativa, falhou na
missão histórica proposta por Deus no Antigo Testamento: ser o povo
de Deus em missão no mundo. Ele deveria ainda crescer em número,
se estruturar ainda mais, mas sem deixar de manifestar a glória de
Deus aos outros povos. Eis o grande erro.

A decisão

Antes da visita de Jetro, Moisés acreditava no que muitos


cristãos acreditam: “Se  quiser  fazer  algo  bem  feito,  faça  você  mesmo”.
Até a visita de Jetro, nós vemos Moisés sozinho, nem mesmo há o
registro da sua família ao seu lado. Quão diferente é o exemplo de
Jesus que veio para alcançar o mundo, mas concentrou seu ministério
em doze discípulos.

Aqui está um dado muito importante para aqueles que têm em


Jesus o exemplo de alguém que crescia em estatura: nós somos os
discípulos de Cristo em qualquer lugar que estejamos. Também como
discípulos, recebemos dons específicos que vão atuar no Corpo de
Cristo e, junto a outros discípulos que formam a estrutura, que é a
Igreja, devemos influenciar outras pessoas com o objetivo de
conhecerem a Jesus.
20

Assim, participamos do desafio quantitativo (crescimento


numérico), estrutural (organização) e missional (transformação social).

A ação

1. Quão consciente você tem sido acerca das necessárias mudanças


estruturais na medida em que a igreja se desenvolve? Tem sido um
discípulo facilitador ou resistente a estas necessárias mudanças?

2. Quanto você tem contribuído para o efetivo crescimento


quantitativo e missional no Corpo de Cristo na cidade? Tem tido
intencionalidade em viver em grupos, desafiar outros da sua
comunidade a participar, e comunicar o Evangelho de forma que
outros sejam alcançados e impactados?
21

Anotações
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
22

Motivos de Oração

______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
23

3
Introdução
CRESCENDO EM
ESTATURA (II)

Como   dissemos   no   encontro   anterior,   a   palavra   “estatura”  


usada por Lucas refere-se tanto ao crescimento no tamanho, quanto à
maturidade de Jesus. Por isso, neste estudo, vamos refletir mais
profundamente sobre o fato de que a igreja, como Corpo de Cristo,
deve, sim, crescer em maturidade tanto na vida de cada discípulo,
como comunitariamente, ou seja, em unidade.
No entanto, para que esta unidade seja uma realidade na
comunidade, é necessário que os membros do Corpo atuem com um
atributo especial dado pelo Espírito Santo e conhecido por nós como
dom espiritual. Para que Ele, o Espírito, possa ministrar a todo o Corpo,
por intermédio desses membros.

OBJETIVOS
 Levar cada participante à consciência da importância de seu
papel na comunidade a partir do dom que recebeu e possui.
 Contribuir para conscientização de que a edificação da
comunidade e glorificação de Deus envolvem cada indivíduo e
todos os indivíduos da comunidade.
24

ORIENTAÇÕES PARA O LÍDER


Não é objetivo deste estudo o aprofundamento nos dons
espirituais e nem mesmo tratar de cada um deles separadamente.
Contudo, abordaremos tão somente o exercício do dom, palavra
que vem do grego – Charisma,  “um  dom”.  A  ideia básica é a de um
dom gratuito e imerecido, alguma coisa dada ao homem sem
trabalho nem merecimento, algo que vem da graça de Deus e que
nunca pode ser realizado, atingido ou possuído pelo esforço do
próprio homem.

Os dons existem para edificar o Corpo de Cristo e para o seu


crescimento espiritual e numérico (Efésios 4.7,11-16). Eles são o meio
usado por Deus para realizar o seu trabalho através da nossa ação que,
desta forma, nos conduz à maturidade. E esse processo divino é
alcançado quando nos deixamos amoldar pelas mãos do Senhor. Isaías
64.8 diz assim: “Contudo,  Senhor,  tu  és  o  nosso  Pai.  Nós  somos  o  barro;  
tu  és  o  oleiro.  Todos  nós  somos  obra  das  tuas  mãos”.

Que maravilha! Eu, você, cada um de nós uma obra única da


mão do Grande Artesão, que, como todo artesão, não se repete. Cada
peça é única.

Semelhantes? Ah, sim! Salvo por Cristo, pela graça – não por
obra alguma nossa – cada filho de Deus passa por um novo
nascimento, uma recriação em Cristo. Somos redirecionados e
equipados para realizar os planos de Deus, para todos e para cada um
individualmente. Paulo nos mostra isso em Efésios 2.10: “Porque  
somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas
obras, as quais Deus preparou antes para nós as praticarmos”.
25

ORIENTAÇÕES PARA O LÍDER


Aqui entra uma transição. Então, vale a pena lembrar o grupo do
desafio de Paulo em Romanos 12.1: “Portanto,  irmãos,  rogo-lhes pelas
misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e
agradável  a  Deus;  este  é  o  culto  racional  de  vocês”.

A reflexão
O   sacrifício   vivo   reconhece   que   não   foi   criado   “em   série”,   mas  
uma obra de artesanato. Através das mãos do Grande Artesão, fomos
projetados não apenas para obedecer ao Senhor, mas também para
realizar os planos específicos e individuais de Deus para a nossa vida e
através de nossa vida. Mais do que isso, Ele também nos inseriu numa
comunidade, a igreja, também conhecida como o Corpo de Cristo. E
esse Corpo, graças a Deus, a exemplo do corpo humano, não é um só
membro, mas muitos, e todos necessários.

ORIENTAÇÕES PARA O LÍDER


O que é este Corpo? Ele é formado daqueles que, pela fé, se
apropriaram do sacrifício de Cristo e nasceram de novo; daqueles que
se reconhecem propriedade exclusiva de Jesus; daqueles habitados
pelo Espírito Santo (Romanos 8.9-11).

Um corpo, para funcionar em dado momento, precisa contar com


a cooperação espontânea de vários membros para o bem geral. Veja
quantos membros precisam unir as forças para uma pessoa
26

simplesmente se deitar ou levantar, para dirigir um carro, para dar uma


aula. Da mesma forma, o Corpo de Cristo consiste de pessoas dotadas
por Deus de dons espirituais, e para o Corpo funcionar
harmoniosamente é preciso, frequentemente, contar com a
cooperação espontânea de vários dons espirituais, através de seus
possuidores, em dada situação. Todos os membros deveriam estar de
prontidão para entrar em campo na hora apropriada. Isso é unidade.

ORIENTAÇÕES PARA O LÍDER


Cada um daqueles que foram alcançados pelo evangelho,
recebem pelo menos um dom espiritual. Alguns exemplos de dons:
serviço, ajuda ou socorro, misericórdia, contribuição, profeta – grego
propheteia, que significa a proclamação do pensamento e conselho de
Deus para mostrar pecado, edificar, confortar e animar, ou seja,
pregador –, exortação, ensino, liderança, administração, evangelista,
pastor, hospitalidade, intercessão. Pergunte ao grupo e deixe algumas
respostas serem  compartilhadas:  “Você  tem  ideia de qual é o seu dom
espiritual?”.

A decisão
O que fazer com os dons? A resposta é servir e glorificar a Deus.
Em 1 Pedro 4.10-11 lemos: “Cada  um  exerça  o  dom que recebeu para
servir os outros, administrando fielmente a graça de Deus em suas
múltiplas formas. Se alguém fala, faça-o como quem transmite a
palavra de Deus. Se alguém serve, faça-o com a força que Deus provê,
de forma que em todas as coisas Deus seja glorificado mediante Jesus
Cristo,  a  quem  sejam  a  glória  e  o  poder  para  todo  o  sempre”.
27

A vontade do Senhor é que cada um sirva seu próximo exercendo


seus dons espirituais. Efésios 4.16: “Dele  todo  o  corpo,  ajustado  e  unido  
pelo auxílio de todas as juntas, cresce e edifica-se a si mesmo em amor,
na  medida  em  que  cada  parte  realiza  a  sua  função”.
Não somos um acidente. Já vimos que Deus nos fez, a cada um,
obra de artesanato. Planejou as boas obras que deveríamos realizar.
Deu-nos dons espirituais e os talentos natos necessários para
realizarmos aquelas boas obras. Colocou-nos no Seu Corpo em união
com os outros. Portanto, devemos usar aquilo que recebemos e não
correr atrás de algo que não temos.
Precisamos entender que o possuidor de dons espirituais é um
simples canal. A figura do vaso que acumula e estoca bênçãos não é
bíblica.  Através  do  “crente-canal”,  Deus,  a  fonte,  transmite  e  dispensa  
suas bênçãos a outros.

ORIENTAÇÕES PARA O LÍDER


Dizer que a figura do vaso que estoca bênçãos não é bíblica,
pode trazer alguma discussão no grupo. Existindo ou não, aproveite e
deixe o grupo compartilhar sobre a tradução do hino “Quero  ser  um  
vaso   de   bênçãos”, que do inglês tem outra conotação. Aliás, você
pode usar a tradução abaixo para provocar uma boa reflexão nos
presentes, para a decisão sobre o tema estudado. Veja:    “Is  your  life  a  
channel  of  blessing?”  =  “Sua  vida  é  um  canal  de  bênção?”  E  continua:  
“Is   the   love   of   God   flowing   through   you?”   =   “O   amor de Deus está
fluindo   através   de   você?”   O   coro   começa:   “Make   me   a   channel   of  
blessing”   =   Faze-me um canal de bênção. A palavra vaso, em
português, também tem o sentido de canal (ex.: vasos sanguíneos),
embora não seja este o uso mais popular.
28

Portanto, a maturidade começa a se revelar na vida de um


discípulo de Cristo a partir do momento em que ele exerce os seus
dons no serviço a outros, e trabalha na promoção da unidade da sua
comunidade, conforme vemos em Efésios 4.15-16.

A ação

1. Você conhece seus dons espirituais? Sabe como desenvolver e usar


esses dons?

2. Olhando para a sua comunidade cristã, o quanto você e o seu dom


espiritual têm contribuído para a maturidade do Corpo?

3. Você, que já está na igreja há alguns anos, já se vê capaz de


acompanhar um novo na fé ou se envolver em algum ministério?
29

Anotações
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
30

Motivos de Oração

______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
31

4
Introdução
CRESCENDO
EM GRAÇA

“Jesus ia crescendo em sabedoria, estatura e graça diante de


Deus  e  dos  homens.” (Lucas 2:52)

Nos estudos anteriores, percebemos que é vontade de Deus


nosso crescimento espiritual, em sabedoria e estatura. Resta-nos tra-
tar  do  crescimento  em  “graça”  diante  de  Deus  e  dos  homens.  Lembre-
se, nossa meta é sermos transformados dia a dia à semelhança de Je-
sus. O pastor John Stott dizia: “Se  afirmamos  ser  cristãos, devemos ser
como Cristo”.

Como Jesus se relacionava com diferentes tipos de pessoas?


Como ele atraia a atenção de tanta gente? Como ele lidava com as
autoridades, os mais velhos e os menos favorecidos?

Aos doze anos, Jesus já demonstrava respeito às autoridades


espirituais de seu povo, ouvindo-os e indagando-os a respeito da sua
história e espiritualidade. Já adulto, percebemos Jesus lidando com a
hipocrisia das autoridades religiosas, sempre com amabilidade, sem
deixar de exercer assertividade. Ele lidou com os mais fracos e doentes
32

com gentileza e amor. Tratou pecadores com misericórdia e graça, sem


deixar de orientá-los ao arrependimento.

OBJETIVOS
 Levar cada participante à compreensão de que a graça conduz
ao crescimento e impacta as pessoas à nossa volta.

 Contribuir para que o grupo aprofunde sua vida no


relacionamento com o Senhor da Graça.

ORIENTAÇÕES PARA O LÍDER

Significado de Graça = Charis, no grego.

1. Graça: aquilo que dá alegria, deleite, prazer, doçura, charme,


amabilidade: graça de discurso;
2. Boa vontade, amável bondade, favor: da bondade
misericordiosa pela qual Deus, exercendo sua santa influência
sobre as almas, volta-as para Cristo, guardando, fortalecendo,
fazendo com que cresçam na fé cristã, conhecimento, afeição,
e desperta-as ao exercício das virtudes cristãs;
3. O que é devido à graça:
a. a condição espiritual de alguém governado pelo poder da
graça divina;
b. sinal ou prova da graça, benefício;
b1. presente da graça.
b2. privilégio, generosidade.
4. Gratidão (por privilégios, serviços, favores), recompensa.
33

A reflexão
Como somos influenciados a lidar com situações que nos
aborrecem e trazem frustração? Como somos motivados, desde
crianças, a lidar com os conflitos de relacionamento? Como temos
tratado aquelas pessoas que nos servem? Temos nos relacionado com
os idosos a partir da realidade da graça?

Philip Yancey nos convida a refletir:


“Busque as raízes da palavra graça no grego e você vai
descobrir   um   verbo   que   significa   ‘eu   me   regozijo,   estou   feliz’.  
Em minha experiência, o regozijo e a alegria não são as
primeiras imagens que vêm à mente das pessoas quando
pensam na igreja”.

Jesus crescia em graça (charis) diante de Deus e dos homens. Isto


significa que Ele estava em um processo de maturidade relacional
saudável e agradável. Charis é a palavra grega para descrever em nossa
língua  atitudes  de  “amabilidade”,  bondade  misericordiosa  e  carisma.    

Eugene Peterson diz que o “nosso mundo não nutre simpatia pela
graça”. Se observarmos como a maioria das pessoas trata idosos,
pobres, subordinados, doentes, crianças, que cometem erros, então
veremos que Peterson está certo. De fato, não só vivenciamos a falta
de   “graça”   nas   relações   interpessoais,   como   nossa   cultura   nos   ensina  
que é sinal de fraqueza ou falsidade.
34

Mas, se queremos ser como Jesus, então nós precisamos crescer


em Graça.

A decisão

Tendo em vista o que aprendemos sobre crescer em Graça diante


de Deus e dos homens, somos desafiados, como discípulos de Jesus, a
tomar uma decisão séria em nossa vida. Isto se realmente desejamos
crescer espiritualmente rumo a nos parecermos com Jesus.

Não devemos permanecer os mesmos. A mudança faz parte da


vida. Cada dia. Todo dia. Pela Graça.

Medite nas palavras abaixo do Pr. John Ortberg:


“A decisão que nos torna discípulos é escolher estar sempre
com Jesus para poder aprender dele, continuamente, a ser
plenamente iguais a ele”.

A identidade de Jesus deve continuamente influenciar nossa


identidade. Se isso não acontece, há algo de errado e Sua Graça não
tem, de fato, impactado nossas vidas em nosso amor por Deus e pelas
pessoas.
35

A ação

James Hunter – em seu  livro  “O  monge  e  o  executivo”  – traz que


não se pode esperar um resultado diferente se sempre agimos do
mesmo jeito.

Sendo assim, e, diante   do   desafio   de   crescermos   em   “graça”,  


permita-se pensar seriamente em pequenas mudanças no como nos
relacionamos com Deus e com o próximo.

1. Quando estamos frustrados, aborrecidos ou irados como podemos


separar a pessoa do problema?

2. Como podemos confrontar os erros do próximo sem deixar de


exercer graça (amabilidade, bondade, misericórdia)?

3. Escreva até três novas atitudes que poderão ser o começo de suas
mudanças.

4. Se você já tem crescido em Graça, então continue neste processo


de crescimento em sabedoria, estatura e graça.
36

Anotações
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
37

Motivos de Oração

______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________
______________________________________________

Você também pode gostar