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Cartilha Procon – Boletos Falsos

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE DIADEMA


“O futuro se faz agora”

SECRETARIA DE ASSUNTOS JURÍDICOS

PROCON DIADEMA

BOLETOS FALSOS: ALERTA DO PROCON DIADEMA

Vindo de quadrilheiros do exterior, o golpe do boleto bancário falso já entrou no Brasil e a


cada dia se alastra, causando prejuízos consideráveis para os clientes-consumidores. A
Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) reconhece que os prejudicados devem ir à
Justiça com pedido de indenização e apesar de não declinar contra quem, sabemos que é
contra a instituição que disponibilizou o sistema de pagamento e que foi violado.

Nos dias atuais todos os pagamentos são feitos via eletrônica-cartão. Tudo é pago na rede
bancária. O vendedor (cobrador) contrata com o banco, fornece todos os dados
do comprador, o valor e quantidade (número) das prestações e então o banco emite o boleto,
envia para o comprador-consumidor que efetua o pagamento via rede bancária através de
computador ou mesmo no caixa eletrônico. O banco recebe o dinheiro, repassa para o credor
e assim é processado o sistema. Esse é o sistema atual e “in-time” de cobrança, facilitando a
vida de um lado e trazendo algumas complicações por outro.

Um fato atual e amplamente divulgado pela imprensa foram os boletos falsos de cobrança
do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), enviados para
proprietários de veículos automotores em todo o País. O PROCON DIADEMA, conveniado da
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FUNDAÇÃO PROCON –SP, orienta como se prevenir para evitar ser vítima desse tipo golpe e
como buscar seus direitos, caso tenha sido lesado.

Muitos são os consumidores que procuram o PROCON noticiando serem vítimas de boletos
FALSOS de cobrança ou mesmo de sobreposição de boleto em sistemas digitais de bancos
praticados por quadrilhas internacionais com o intuito de beneficiarem-se de valores pagos
pelos consumidores em geral.

O objetivo deste alerta é tentar minimizar ao máximo a eficácia desses golpistas e


quadrilheiros internacionais.

COMO APLICAM O GOLPE

O golpe é aplicado de maneira sutil e extremamente ardilosa da seguinte forma:

Todos recebemos em casa boleto bancário para pagar as compras e os serviços que
contratamos. Assim é com as concessionárias de sinal de televisão a cabo, com os planos de
saúde, compras a crédito, internet, administradoras de condomínios e mais uma infinidade
de contratações e situações. E ninguém — pelo menos até a expansão do golpe — colocava
dúvida na autenticidade dos boletos. Eram tidos como verdadeiros. Eram para ser pagos, sem
desconfiança, sem medo. Hoje todo cuidado é pouco. O golpe do boleto bancário falso
entrou no Brasil, país hospitaleiro e fértil para as falcatruas, e se expandiu de forma
avassaladora.

O consumidor frequentemente recebe em casa ou através de e-mail um boleto perfeito,


autêntico, boleto com as cores e logotipo do próprio banco e onde tudo confere: nome
completo do devedor, endereço, CPF, valor da compra, valor da prestação, data do
vencimento, nome do vendedor-cedente, seu CNPJ, bancos credenciados a receber, e o
código de barra, que é um monte de números seguidos, um ao lado do outro. São de 40 a 50
algarismos. Evidentemente que é para ninguém ler. Só o leitor ótico do banco é que lê. Aí, o
consumidor vai ao banco, paga, o banco recebe, mas o dinheiro vai para outra conta, que
não é a conta do vendedor. Tudo porque aquele boleto era falso. E quando o consumidor
menos espera, a prestação do serviço é suspensa, seu nome foi parar no SPC, Serasa ou não
recebe o produto que comprou, etc.

O procedimento criminoso

Quando é usado um sistema digital de impressão do boleto bancário, pode entrar uma
“máscara” parecida com a da página do banco em questão e então o usuário, cliente ou
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consumidor imprime um boleto no computador, porém como já “entrou” uma máscara, se
você finalizar a operação e fizer o pagamento sem conferir os dados, o pagamento poderá
ser direcionado para uma conta diferentemente daquela verdadeira, indo assim o

pagamento para conta diversa da qual deveria ser feito o pagamento. Por isso, imprescindível
a conferência rigorosa dos dados. Vale tanto para os casos de pagamento direto como para
a impressão para pagamento posterior em caixas eletrônicos.

Uma vez feito o pagamento, apesar de poder ser identificado o receptador, difícil a
recuperação pois geralmente são contas internacionais, trazendo inúmeros, além do
prejuízo, inúmeros transtornos aos clientes/consumidores, apesar de o banco cobrador ser
responsável pelo reembolso aos clientes e também pela vulnerabilidade do sistema. Tais
procedimentos são morosos e desgastantes.

Existem maneiras de precavermo-nos para evitar esses aborrecimentos e algumas regrinhas


básicas damos a seguir:

PRIMEIRAMENTE: é importante que não seja utilizado sites de busca para encontrar o
endereço do banco ou do prestador do serviço de recebimento de valores. Digite o endereço
direto no navegador. Se não souber o endereço correto, pergunte ao banco ou ao prestador
do serviço.

Para conferir os dados, é simples pois alterações dos dados do boleto podem acontecer de
diversas formas.

Dica importante para identificar um boleto falso é conferir: o código de barras, valor, nome
do beneficiário, marca e código do banco e a numeração do boleto, que devem ser iguais em
todo o documento. Desconfie se houver erros de português, manchas ou borrões na
impressão.

SAIBA AINDA QUE OS 03 (TRÊS) PRIMEIROS DIGITOS INFORMAM QUAL O BANCO QUE
CORRESPONDE A COBRANÇA. Aqui já dá a informação do banco ao qual está sendo
direcionado o pagamento.

CUIDADOS ESSENCIAIS:
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Antivírus atualizado. Orienta-se a manter o antivírus do computador sempre atualizado. Foi
por meio de um vírus que a gangue do boleto conseguiu invadir milhares de computadores
e causar prejuízos de mais de 8 (oito) bilhões de reais há algum tempo. O antivírus, portanto,
pode detectar algum problema quando o boleto fraudulento é enviado por e-mail ou gerado
na internet.

Leia o boleto. Segundo especialistas, a maioria dos documentos falsos possuem erros
básicos, como de português, formatação fora do padrão e outras características suspeitas.

Código do banco. Após a impressão, confira se o código do banco é compatível com a marca
(do banco). Cada instituição possui um código identificador próprio (Confira a lista completa
no site da Febraban). Este código encontra-se em frente ao logo do banco e nos três
primeiros dígitos da linha digitável de cada boleto e deve ser equivalente ao código do
banco emissor.

Compare os boletos. Se for uma conta que o consumidor paga mensalmente, compare o
boleto a ser pago com os anteriores. No caso de pagamentos efetuados em caixas
eletrônicos, é possível verificar os dados do boleto antes de finalizar o procedimento. O
especialista recomenda que seja observado se as informações da tela do caixa são as mesmas
impressas no boleto, como banco cedente, o código do banco e a agência do beneficiário. No
site da Febraban também é possível verificar se a localização da agência emissora é
compatível com o endereço do beneficiário.

Suspeite dos e-mails. É importante ter extremo cuidado com e-mails suspeitos. Ao receber
notificações de pagamentos, links ou arquivos anexos, o indicado é entrar em contato com o
emissor e pedir mais informações para a empresa solicitante. O boleto não deve ser pago se
houver qualquer dúvida sobre sua autenticidade.

Computador conhecido. Evite efetuar compras, realizar pagamentos ou gerar segunda via de
boletos em computadores desconhecidos ou através de redes wi-fi públicas. Nestes casos,
aumenta o risco de invasão às suas contas.

Forma simples de identificação de falso boleto.

O usuário que suspeitar da falsidade de um boleto deve prestar atenção nos 03 (três)
primeiros números do documento e no campo "nosso número" (segunda sequência de 12
números do boleto bancário). Por exemplo: uma cobrança do Banco Itaú que comece com o
número 237 (do banco Bradesco) é falsa, pois o número do Banco Itaú é 341. Os códigos
dos bancos podem ser encontrados no site da Febraban (Federação Brasileira de Bancos):
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http://www.febraban.org.br/arquivo/bancos/sitebancos2-0.asp

Caso específico do IPVA

No caso específico do IPVA, o consumidor deve checar, inicialmente, se o seu Estado envia
boleto para pagamento do imposto pelos Correios. Alguns estados, como São Paulo, enviam
apenas uma notificação de pagamento. Portanto, o pagamento deverá ser feito diretamente
no banco autorizado fornecendo o número do RENAVAM e efetuando diretamente no banco
autorizado o pagamento do imposto.

Em caso de fraude, mesmo sendo causada por terceiros, as instituições financeiras, reitera-
se, tem responsabilidade objetiva (independe da existência de culpa), uma vez que é de sua
responsabilidade a busca de mecanismos para evitar golpes dessa natureza.

DE QUEM É A RESPONSABILIDADE

Do consumidor é que não é. A responsabilidade é solidária, do vendedor-cedente e do banco.


Apenas os dois são os que têm os dados que permitem a confecção do boleto falso. Ninguém
mais. O banco (ou rede bancária) é um agente credenciado pelo vendedor-preponente para
confeccionar os boletos, enviá-los aos consumidores e receber o dinheiro. Ao pagar, o
consumidor cumpriu com o seu dever. Se o documento que recebeu em casa é fraudulento,
o consumidor nada tem a ver com a fraude.

O consumidor é hipossuficiente e vulnerável e não se pode exigir que o cliente-consumidor


faça uma “perícia” no boleto bancário que recebe, antes de quitá-lo no banco. Nem que vá
à agência para saber antes se o documento é ou não verdadeiro. Não são obrigações dos
consumidores. São deveres e responsabilidades dos bancos e daqueles que contrataram os
serviços bancários para realizar suas cobranças. O STF já expediu SÚMULA nesse sentido
(Súmula 297) afirmando que “O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR É APLICÁVEL ÀS
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS“.

É certo que um pedido de indenização na Justiça, contra o banco e o vendedor (os dois
sentados no banco dos réus, juntos) será acolhido. Ambos serão condenados a pagar verba a
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titulo de dano moral, mais devolução da(s) parcela(s) desviadas para os vigaristas, juros,
correção, etc. Mas será que por mais que seja expressiva a indenização, o dano será
ressarcido integralmente? Possivelmente não.

Atualmente o boleto é a segunda forma de pagamento mais utilizada no Brasil (perde apenas
para os cartões de crédito) e, por isso mesmo, tem chamado a atenção de fraudadores.

Nessa linha, os tribunais pátrios tem entendimento firme sobre a questão e, portanto, o
banco é responsável pela violação de seu sistema de segurança e assim deverá arcar com o
ônus do reembolso ao cliente pois ao disponibilizar os serviços bancários por meio eletrônico,
os bancos assumem a responsabilidade de reparar os danos que decorram da falha de
segurança e vulnerabilidade do sistema por eles implantado, como no caso de adulteração e
fraude em boletos bancários. Portanto, a obrigação de ofertar segurança às operações
realizadas através da internet não é do correntista, e sim da instituição financeira.

Em caso de adulteração e fraude em boletos bancários, a pessoa lesada deve buscar o


ressarcimento do prejuízo perante a instituição financeira onde realizou o pagamento. Se
não obtiver êxito, a vítima deve buscar as vias judiciais para reparar o dano sofrido.

Caso tenha sido lesado, o consumidor deve registrar SEMPRE um boletim de ocorrência para
preservação de seus direitos.

FORMAS DE LESÃO AOS CONSUMIDORES VIA BOLETO

Sites falsos de recálculo de boleto atrasado: Após o boleto vencer, algumas pessoas buscam
na internet páginas para recalcular o novo valor do título com multas ou taxas embutidas.

Alguns desses sites pedem para o usuário digitar todas as informações do boleto e prometem
gerar uma cobrança com o valor novo. No entanto, esses sites burlam os códigos do título
substituindo-os para uma conta diferente para transferência.

O que fazer: Emita boletos somente no site oficial do banco ou da empresa que está fazendo
a cobrança.
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Boletos via e-mail: Um dos golpes clássicos envolvendo boleto é o envio de spams com
supostas cobranças aos usuários. Eles, geralmente, chegam com alguma mensagem
alarmante do tipo "urgente, boleto em aberto" ou "sua dívida ainda continua no nosso
sistema".

Além disso, há sempre um link ou anexo que leva o usuário para uma página falsa para gerar
o boleto ou instalar um trojan, que troca os códigos do boleto quando o usuário emitir pela
internet.

O que fazer: Tome cuidado com mensagens de e-mails com esse teor. Emita boletos somente
no site oficial do banco ou da empresa que está fazendo a cobrança. Dificilmente, as
empresas fazem cobrança por e-mail.

Recomendações importantes: A Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) recomenda que


as pessoas usem a forma de pagamento DDA (Débito direto autorizado). Após um cadastro,
a pessoa recebe uma notificação da instituição. A operação só é efetuada após a pessoa
autorizar. Para os interessados, a instituição pede que os clientes procurem seus bancos.

Ataque via página clonada: Segundo especialistas há uma evolução do golpe do boleto que
é praticamente transparente para o usuário. Ela consiste em um ataque feito ao roteador
(aparelho usado para compartilhar a internet do usuário), que altera as configurações desse
equipamento. "O cibercriminoso injeta um código em uma página e, automaticamente, abre
uma janela pedindo para a pessoa fazer login nas configurações do roteador. Ao digitar as
informações, isso vai alterar informações do equipamento, que sempre vão levar o usuário
para uma página falsa do banco.

O que fazer: Conecte-se apenas a redes wi-fi protegidas com senha e mude os dados de
acesso às configurações do roteador. De acordo com o especialista, a maioria das pessoas
esquece de trocar essas informações. Geralmente, o login de acesso é padrão e pode ser
facilmente achado na internet, facilitando a vida dos cibercriminosos.

Extensões duvidosas: Os navegadores modernos suportam extensões (programas que


executam funções complementares no browser, como links para programas ou serviços). No
entanto, alguns desses arquivos, sobretudo os que prometem recursos estranhos (como
"mudar a cor do Facebook"), são considerados suspeitos pelos especialistas em Cibercrime.
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"Algumas dessas extensões maliciosas ficam 'inativas' até a pessoa tentar gerar o boleto. Ao
realizar o processo, o título será alterado por um código presente nessa extensão", disse.

O que fazer: Procure usar extensões de serviços confiáveis. Funções mirabolantes são, na
maioria das vezes, formas de golpistas obterem dados dos usuários.

Forma mais econômica se proteger: Usuários do sistema operacional da Microsoft podem


baixar o Windows Removal Tool, que é um antivírus gratuito e que consegue detectar vírus
bancários. Há ainda várias soluções pagas de programas de segurança com proteção
específica para operações bancárias.

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