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PARÂMETROS DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO TRIAXIAL DO SOLO

ARENOSO DE MANDAGUAÇU NO ESTADO NATURAL

André Matheus Diniz Alves (Bolsista Fundação Araucária), Lucas Rossato de


Oliveira (co-autor), Raquel Souza Teixeira, e-mail: raquel@uel.br

Universidade Estadual de Londrina/Departamento de Construção


Civil/CTU

Área e subárea do conhecimento: Engenharia Civil/Geotécnica

Palavras-chave: resistência, triaxial, parâmetros.

Resumo

Neste trabalho foram realizados ensaios triaxiais, na condição de solo


confinado e drenado ao ar, a fim de conhecer o ângulo de atrito ( ) do solo e
também do intercepto coesivo (c) da amostra. Os valores do ângulo de atrito e
do intercepto coesivo obtidos através do modelo Mohr-Coulomb, reta tangente
aos círculos de Mohr, no gráfico Tensão Cisalhante versus Tensão Normal,
quando o solo sofreu uma deformação horizontal de 2 % foram, = 25,0º e c=
54,5 kPa, para uma deformação horizontal de 5 % foram, = 34,1º e c= 19,3
kPa. E por fim, para a máxima tensão cisalhante, = 34,1º e c= 27,6 kPa.

Introdução

A resistência ao cisalhamento do solo, é definida como sendo a máxima tensão


cisalhante que o solo resiste antes de sua ruptura. Essa tensão máxima
depende de dois parâmetros, ângulo de atrito entre as partículas e o intercepto
coesivo (Sousa, Pinto 2006).
O ângulo de atrito nada mais é do que o ângulo máximo que a tensão
cisalhante pode ter com a tensão normal ao plano, não havendo deslizamento
entre as partículas (Bueno e Vilar, 1979). Já a coesão, pode ser definida como
a resistência ao cisalhamento de um solo quando não há nenhuma pressão
externa sobre ele, o qual está ligado a cimentação química entre as partículas
do solo. Porém o intercepto coesivo tem menor influência na resistência ao
cisalhamento (Sousa Pinto, 2006).
Dessa maneira, a partir da amostra estudada, foram obtidos os
parâmetros, de resistência de cisalhamento do solo de Mandaguaçu - PR.

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Procedimentos metodológicos

Primeiramente foi feito a moldagem de um corpo de prova de uma amostra de


solo indeformada, com dimensões de aproximadamente 36 mm de diâmetro
por 95 mm de altura.
Depois da montagem da câmara triaxial, a mesma foi colocada na
prensa triaxial e teve as tubulações conectadas, ligando a mesma ao painel do
aparelho, procedendo então com o preenchimento da câmara com água
Em seguida, o pistão foi lubrificado e colocado na câmara, que teve a
válvula de saída de ar aberta, garantindo o preenchimento total desta. Ajustou-
se a câmara triaxial na prensa triaxial e posicionou-se o extensômetro de
deslocamento e o anel de carga. Na sequência, aplicou-se a tensão confinante
e abriu-se o registro de drenagem do corpo de prova, aguardando até que ele
fosse adensado, drenado ao ar.
Ligou-se a prensa para que fossem aplicados os acréscimos de tensão
desviatória (σ1- σ3) através do pistão e fez-se as leituras simultâneas das
deformações e da aplicação força através do anel dinamométrico dinamômetro.
O ensaio foi do tipo drenado ao ar, com velocidade constante de 0,119
mm/min e submetidos a tensões confinantes de 50, 100 e 200 kPa. As leituras
foram feitas até que o extensômetro da deformação concluísse 10 voltas,
indicando uma deformação aproximada de 10 %.

Resultados e Discussão

Depois de realizados os ensaios em laboratório e o controle de qualidade,


foram feitas as curvas tensão desviatória versus deformação axial, Figura 1,
obtendo através dessas curvas as tensões cisalhantes, para 2 e 5%
deformação e para a tensão máxima de ensaio, e calculados os parâmetros, (
) e (c).

Figura 1: Curvas de tensão cisalhante desviatória versus deformação axial.

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Fonte: o próprio autor.

A partir do gráfico da Figura 1, foram obtidos os valores de σ1 e σ3, para


as deformações de 2%, 5% e máxima tensão, para traçar os círculos de Mohr
no gráfico Tensão Cisalhante versus Tensão Normal e a reta média, segundo
modelo Mohr Coulomb, de acordo com a Figura 2.

Figura 2: Tensão Cisalhante versus Tensão Normal, deformação de 2% (a), 5%


(b) e máxima tensão (c).

(a) (b)

(c)
Fonte: o próprio autor.

A partir da retas médias foram obtidas as equações de Coulomb,


. Os parâmetros e c obtidos estão apresentados na Tabela 1.

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Tabela 1: Parâmetros ( ) e (c), para as deformações de 2 %, 5 % e máxima
tensão.

Parâmetros C (kPa) ϕ (°)


Deformação de 2 % 54,5 25,0
Foram comparados os
parâmetros de Deformação de 5 % 19,3 34,1 resistência da
máxima tensão Máxima Tensão 27,6 34,1 obtidas nesse
trabalho, com os parâmetros de resistência da máxima tensão obtido através
do ensaio de cisalhamento direto na condição do solo não saturado, publicado
no TCC da Martins et al (2017). Os parâmetros, intercepto coesivo e ângulo de
atrito, obtidos nos dois ensaio foram semelhantes.
Conclusões

Observou-se que, como os resultados do ensaio triaxial e cisalhamento direto


os parâmetros, e c, foram semelhantes, em caso de projeto quando
solicitados esses parâmetros seria viável fazer o ensaio de cisalhamento direto,
por ser um processo mais rápido mais econômico e apresentar um bom
resultado. No entanto o ensaio triaxial apresenta as condições de solicitações
mais próximas a de campo, com isso a ruptura do corpo de prova se dá ao
longo do plano mais frágil, já o cisalhamento direto a ruptura é forçada a
ocorrer no plano horizontal.

Agradecimentos

À minha orientadora Prof.ª Dr.ª Raquel Souza Teixeira pela orientação, e


também pela confiança e amizade. Ao Renan Zanin operador do Laboratório de
Geotecnia, e ao colega Lucas Rossato de Oliveira (co-autor do projeto) que me
auxiliaram. À UEL e Fundação Araucária pela bolsa concedida.

Referências

BUENO, Benedito; VILAR, Orencio. Mecânica dos Solos vol 1. São


Carlos/Viçosa – 1979.

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MARTINS, Amanda Ferreira. Parâmetros de resistência obtidos pelo
ensaio de cisalhamento direto de um solo arenoso, inundado e não inundado.
2014. 70 fls. Trabalho de conclusão de curso. Londrina/PR

SOUSA PINTO, Carlos. Curso Básico de Mecânica dos Solos. 3ª edição. São
Paulo: Oficina de Textos, 200. ISBN: 978-85-86238-51-2.

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