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É um termo criado por Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro e explicado pelo primeiro ao
longo de vários ensaios, apontamentos e escritos. O sensacionismo assume-se como princípio
psicológico e estético e considera a sensação, a realidade da vida e a base da Arte.
do simbolismo francês
do panteísmo transcendentalista português e
"da baralhada de coisas sem sentido e contraditórias de que o futurismo, o cubismo e
outros quejandos são expressões ocasionais, embora, para sermos exactos,
descendamos mais do seu espírito do que da sua letra" (PESSOA, Fernando - Páginas
Íntimas e de Auto-Interpretação, Lisboa, Ática, pp. 134-138).
Partindo daí, o sensacionismo nota as duas espécies de sensações que podemos ter:
A arte, devendo reunir as três qualidades de Abstracção, Realidade e Emoção, não pode
deixar de tomar consciência de si como sendo a concretização abstracta da emoção.
A arte deve obedecer a condições de Realidade, isto é, deve produzir coisas que tenham,
quanto possível, um ar concreto. A arte deve também obedecer a condições de Emoção
porque deve produzir a impressão que os sentimentos exclusivamente interiores produzem,
que é emocionar sem provocar à acção.
não pode ser a organização das sensações do exterior, porque esse é o fim da ciência;
não pode ser a organização das sensações vindas do interior, porque esse é o fim da
filosofia;
é a organização das sensações do abstracto. A arte é uma tentativa de criar uma
realidade inteiramente diferente daquela que as sensações aparentemente do exterior
e as sensações aparentemente do interior nos sugerem.
Assim, a arte tem por assunto, não a realidade, não a emoção, mas a abstracção. Não a
abstracção pura, que gera a metafísica, mas a abstracção criadora, a abstracção em
movimento.
Sensacionismo e Fernando Pessoa
Segundo Fernando Pessoa, são três os princípios do Sensacionalismo:
A poesia desta fase de Álvaro de Campos expressa um entusiasmo por uma poesia que
espelhasse a civilização industrial da época. A intenção inicial de Pessoa era criar um poeta das
sensações modernas, do prazer sensual da imaginação, da energia explosiva. Pessoa
considerou as sensações como elemento fundamental, último e inderivável de todo o exercício
artístico.
“Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir. Sentir tudo de todas as maneiras. Sentir tudo
excessivamente, Porque todas as coisas são, em verdade, excessivas E toda a realidade é um
excesso, uma violência, Uma alucinação extraordinariamente nítida Que vivemos todos em
comum com a fúria das almas, O centro para onde tendem as estranhas forças centrífugas Que
são as psiques humanas no seu acordo de sentidos.”
A "Ode triunfal" de Álvaro de Campos que deu início a esta nova tendência por volta de 1916.