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Reservatórios, piscinas, canais, silos, etc..
Dimensionamento e detalhamento

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Sumário

1. Conceitos – Introdução ........................................................................... 5


2. Análise Estrutural.................................................................................... 5
2.1. Princípios do projeto estrutural ..................................................... 5
2.2. Classificação dos elementos estruturais ........................................ 7
2.3. Classificação dos reservatórios ..................................................... 9
3. Análise estrutural .................................................................................. 14
4. Ações atuantes....................................................................................... 18
5. Esquemas de cálculos para os reservatórios ......................................... 17
5.1. Funcionando como Laje .............................................................. 23
5.2. Funcionando como viga parede ................................................... 29
6. Esforços solicitantes ............................................................................ 37
7. Dimensionamento e detalhamento ...................................................... 38
8. Exercício - Projeto de uma Caixa D’água apoiada em quatro pilares 50

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1. Conceitos – Introdução

Reservatórios, canais, silos de concreto armado são usados para armazenar


e/ou transportar materiais líquidos ou grãos, no caso dos silos. Normalmente
são executados de concreto armado, todavia, algumas técnicas de construção
utilizam materiais, de baixo custo, como por exemplo o bambu, para
substituir as armaduras ou outros materiais, com boa resistência à tração,
para reforçar o concreto. Também podem ser feitos de alvenaria ou de aço.
São construídos em base sólida.
Os reservatórios paralepipédicos, enterrados ou elevados, além de outras
aplicações, como: industrias, na agroindústria, centros comerciais, são
comuns em projeto de estruturas de edifícios (Vasconcelos – 1998)

2. Análise Estrutural

2.1. Princípios do projeto estrutural


a) Projeto

Projetar uma construção significa prever uma associação de seus diferentes


elementos, de modo a atingir dois objetivos:

• De ordem funcional – tal que tenha as formas e dependências de acordo


com o fim a que se destina.

• No caso dos reservatórios elevados, considerando que o abastecimento é


realizado apenas pela ação da gravidade, o reservatório elevado deve estar à
altura suficiente para fornecer vazões e pressões mínimas requeridas para
cada sistema. Existem algumas considerações a serem feitas a respeito da
altura:

• De ordem estrutural – a fim de formar um conjunto perfeitamente estável

O problema de ordem estrutural compete à mecânica das estruturas que


estuda o efeito produzido pelos esforços que solicitam uma construção, e
determina as condições que devem satisfazer os seus diferentes elementos, a
fim de suportar tais esforços.

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b) Projeto estrutural

O conjunto de partes ou componentes, organizado de forma ordenada, deve


cumprir funções como: vencer vãos, como acontece com as pontes, viadutos;
preencher espaços como nos edifícios; ou conter empuxos, como nos muros
de arrimo, tanques, reservatórios ou silos.
A estrutura deve cumprir a função a que está destinada com um grau razoável
de segurança, de maneira que tenha um comportamento adequado nas
condições normais de serviço. Além do mais, deve satisfazer outros
requisitos, tais como: manter o custo dentro de limites econômicos e
satisfazer determinadas exigências estéticas.
Alguns passos devem ser seguidos na elaboração de um projeto estrutural:
1.º Passo - Sistema estrutural
a. Identificar o tipo de estrutura ou do elemento estrutural;
b. Separar cada elemento estrutural identificado;
c. Substituir os contornos pelos vínculos;
d. Fazer o pré-dimensionamento dos elementos;
e. Indicar os diversos carregamentos atuantes.

2.º Passo – Dimensionamento e verificações nos Estados Limites


a. Cálculo das reações;
b. Cálculo dos esforços solicitantes (máximos e mínimos quando
necessário);
c. Elaboração dos Diagramas;
d. Cálculo das armaduras para os esforços máximos;
e. Comparar tensões atuantes com as tensões resistentes;
f. Detalhamento das armaduras;
g. Verificar deformações e aberturas de fissuras.

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2.2. Classificação dos elementos estruturais
- Quanto à sua geometria
De acordo com a NBR 6118 (2014 – item 14.4) os elementos estruturais
básicos são classificados e definidos de acordo com a sua forma geométrica
e a sua função estrutural.
Embora a NBR classifica as estruturas em: Lineares e de Superfície, neste
trabalho serão classificadas em três casos: Lineares; Laminares (ou de
superfície) e ainda em volumétricas. O destaque serão as estruturas laminares
• Estruturas laminares ou de superfície - São estruturas onde dois
comprimentos são de mesma ordem de grandeza, maior que ordem de
grandeza do terceiro comprimento característico (L1 L2 >>> L3). Tais
estruturas podem ser consideradas como geradas a partir de uma superfície
média, admitindo-se uma distribuição de espessura ao longo da mesma.

Figura 2.1 - Estrutura laminar

Conforme a morfologia da superfície média, e o carregamento que nela atua


as estruturas laminares ou de superfícies são classificadas em: Placas,
Chapas e Cascas.

Figura 2.2 - Estruturas laminares – Placa – Chapa – Casca

As duas primeiras possuem sua superfície média plana, enquanto a casca tem
sua superfície média não plana.

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A distinção entre placas e chapas é feita lançando-se mão do critério de
"ações dos esforços externos" onde, nas placas o carregamento é
perpendicular ao seu plano médio (Figura 2.3 e Figura 2.4), e nas chapas o
carregamento atua no mesmo plano de sua superfície média (Figura 2.5).

Placa
Elementos de superfície plana, sujeitos
principalmente a ações normais ao seu
plano.
Figura 2.3 - Placa
As placas de concreto são usualmente
denominadas lajes.

O estudo das estruturas laminares ou de superfície, em geral, se baseia na


teoria da elasticidade que, através de algumas hipóteses simplificadoras,
define teorias próprias como: a teoria das placas, teorias das chapas e a teoria
das cascas (função da teoria das membranas). Para as lajes de concreto
armado, desenvolveu-se também a teoria das lajes no regime de ruptura
(Fusco, 1976).

No caso particular das


estruturas de concreto
armado, as placas são
denominadas Lajes

Figura 2.4 - Laje, viga e pilar

Nas caixas d’águas as paredes funcionam, tanto como chapa, quanto placa
(empuxo d’água). No caso das estruturas de concreto armado, as chapas são
denominadas “vigas paredes”

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Figura 2.5 - Reservatório elevado - Placas e chapas

2.3. Classificação dos reservatórios


Os reservatórios (caixas d’água, tanques de armazenamento, silos, piscinas
e canais) podem ser classificados:
a. quanto sua posição em relação ao nível do terreno, como (Vasconcelos
– 1998):
- Elevados;
- Apoiados no nível do terreno;
- Semienterrados; e
- Enterrados.

Figura 2.7 - Reservatório sobre o terreno


Figura 2.6 - Reservatório elevado

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Figura 2.8 - Reservatório semienterrado
Figura 2.9 - Reservatório enterrado

Os reservatórios elevados podem ser construídos na parte alta das edificações


verticais, ou, reservatórios sobre estrutura portante, específica, para atender
abastecimentos em áreas urbanas ou rurais, onde necessita-se de altura para
que o abastecimento se faça por gravidades. Enquadra-se dentre os elevados,
os conhecidos como stand pipe, que são reservatórios com a estrutura
sustentação embutida, mantendo assim contínua o perímetro da secção
transversal da edificação.

Figura 2.11 - Reservatório sobre


estrutura portante
Figura 2.10 - Reservatório sobre edifício

Recomenda-se que os reservatórios elevados, em edificações verticais, se


apoiem em pilares que envolvam a caixa de escada e, podem subir acima da
cobertura, para sustenta-la. Evitar o apoio desses reservatórios diretamente
sobre as lajes da cobertura.
Em edificações verticais, de médio e grande altura, os reservatórios (de água)
enterrados, são reservatórios de transição, visto que, através de
bombeamento (bombas hidráulicas), servem para abastecer os reservatórios

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elevados (Colaço, 2017). Destaca-se ainda outros tipos de reservatórios
enterrados, como: de água, para atender áreas urbanas, rurais. Estes
geralmente são posicionados em regiões altas, para que possam funcionar
por gravidade (menor custo); os reservatórios de grãos (silos) utilizados para
atender demanda armazenamento; e ainda, dentro dessa classificação, pode-
se destacar as piscinas, normalmente utilizadas em áreas de recreação.
Os reservatórios no nível do terreno, semienterrados ou enterrados podem
estar apoiados diretamente no solo, ou sobre estacas

Figura 2.12 - Apoiado no Figura 2.13 -


Semienterrado: Apoiado no Figura 2.14 - Apoiado
solo
solo sobre estacas

b. quanto ao seu tamanho (dimensões ou volume de armazenamento)


Em relação ao tamanho pode-se distinguir os reservatórios enterrados ou
semienterrados, como:
- Pequenos: volume de armazenamento até 500 m3;
- Médios: volume variando de 500 m3 a 5.000 m3;
- Grandes, com capacidade de armazenamento, superior a 5.000 m3.
Para os reservatórios elevados, as seguintes capacidades:
- Pequenos: volume de armazenamento até 50 m3;
- Médios: volume variando de 50 m3 a 500 m3;
- Grandes, com capacidade de armazenamento, superior a 500 m3.

c. quanto à sua forma


- Circulares; paralepipédicos; e em forma de cálice

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Figura 2.16 - Reservatório paralepipédico
Figura 2.15 - Reservatório circular

Figura 2.17 - Reservatório em forma de


cálice

d. Capacidade do reservatório de edificações verticais

De acordo com a NBR 5626 (1998 - item 5.2.5.1), a capacidade de


armazenamento de água em uma edificação deve atender um padrão de
consumo.
O volume de água reservado para uso doméstico deve ser, no mínimo, o
necessário para 24 h de consumo normal no edifício, sem considerar o
volume de água para combate a incêndio.
Reservatórios de maior capacidade (acima 1.000 litros) devem ser divididos
em dois ou mais compartimentos, para permitir operações de manutenção
sem que haja interrupção na distribuição de água. Exceto residências
unifamiliares isoladas (NBR 5626-1998 – item 5.2.5.3).

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Capacidade do Reservatório
Capacidade total é função de 3 armazenamentos:
Ct = R1 + R2 + R3
Sendo:
R1 - reserva de equilíbrio, aquela destinada a compensar a diferença entre
vazões de consumo e a vazão afluente (volume útil).
R2 - reserva de emergência, aquela destinada a manter a continuidade do
abastecimento se houver paralisação na produção. *
R3 - reserva de combate a incêndios, é aquela necessária ao atendimento de
demandas para combate a incêndios.

Consumo médio diário (Vm,d) - Coeficientes de Variação


Vm,d = Vc,hab. ∗ Nhab/apto ∗ Napto Variações diárias
Sendo: K1=1,4
Vm,d: Vazão média diária Variações de horário
Vc,hab: volume consumido por K2=1,5
habitante em um dia = (150 a 200
litros)/dia
- Vazão para 24 horas de
Nºhab/apto: número de habitantes (3 funcionamento
a 4)/apto
V(24h) = Vm,d ∗ K1 ∗ K2 (𝑙)
Nºaptos: quantidade de
apartamentos
Dimensionamento do volume do reservatório (em m3)
V(24h) em (𝑙)
VRes. = → (m3 )
1000(𝑙)
Acrescentar à esse volume, o necessário para combate à incêndio.

Calculo da reserva técnica de incêndio (NBR 13.714 – 2000 – item: 5.4.2)


Vincêndio = Q x t
Onde:
Q é a vazão de duas saídas do sistema aplicado, conforme a tabela 1 (Ver
NBR 13.714 – 2000), em litros por minuto;

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t é o tempo de 60 min para sistemas dos tipos 1 e 2, e de 30 min para sistema
do tipo 3 (ver tabela 1 – NBR 13.714 – 2000);

V é o volume da reserva, em litros.


De acordo com o anexo A – item A.1.3 – da NBR 13.714 (2000) o
reservatório deve ser construído de maneira que possibilite sua limpeza sem
interrupção total do suprimento de água do sistema, ou seja, mantendo pelo
menos 50% da reserva de incêndio (reservatório com duas células
interligadas).
3. Análise estrutural
Consiste em analisar a resposta da estrutura diante das ações que lhes for
imposta. Na realidade é o cálculo dos esforços solicitantes e
deformação/deslocamentos do conjunto estrutural ou de cada elemento da
estrutura, como, no caso de um edifício: pilares, vigas, lajes e outros, como,
no caso, os reservatórios. A análise estrutural é, portanto, a etapa mais
importante na elaboração do projeto estrutural (Fusco – 1976).
De acordo com a NBR 6118 (2014 – item 14.2.1) o objetivo da análise
estrutural é determinar os efeitos das ações em uma estrutura, com a
finalidade de efetuar verificações dos estados-limites últimos e de serviço.
A análise estrutural permite estabelecer as distribuições de esforços internos,
tensões, deformações e deslocamentos, em uma parte ou em toda a estrutura.

O arranjo estrutural é praticamente o esqueleto resistente que permite a


criação do espaço para o qual foi projetado. Inicia-se pelo seu delineamento,

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ou seja, a delimitação da estrutura. Esse delineamento dá a forma
tridimensional do projeto.

Figura 3.1 - Esqueleto de uma Estrutura

O caráter tridimensional acarreta ao cálculo estrutural condições quase que


impraticáveis, a menos que se façam algumas simplificações. Os
procedimentos mais comuns são:

- Decomposição (ou discretização - separação) das partes estruturais.

Sabe-se de antemão que essas decomposições dependem do tamanho do


projeto que, quanto maior, maior também o grau de dificuldade, na análise
na análise da estrutura e obtenção dos esforços. Inicialmente visualiza-se a
estrutura como um todo, identificando planos para uma separação virtual
e/ou separação real.

• Separação Virtual - onde partes da estrutura decomposta apoiam sobre


outras (figura 1.13) apresentam maior interesse.
Essa divisão, frequentemente empregada, somente é usada quando se sabe
com clareza, que certas partes podem ser tratadas isoladamente das outras.
Exemplos: caixa d’água, fundação, etc.

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Figura 3.2 - Separação Virtual (Pano alfa)

Quando se configura a possibilidade de separação virtual as partes podem


ser caracterizadas como:
− Superestrutura - apoia sobre a meso ou infra
− Mesoestrutura - apoia sobre a infra e dá apoio a super
− Infraestrutura - dá apoio a super e a meso.

Situação bem conhecida e definida para os casos de estruturas de pontes


(mesoestrutura). Já no caso de edifícios define-se com clareza a
superestrutura e a infraestrutura (Figura 3.2 e Figura 3.3).

• Separação Real – a decomposição é obtida por meio de juntas de


separação (Figura 3.3).
- Simplifica o problema estrutural;
- Diminui a intensidade dos esforços decorrentes de deformações
impostas;
- Atenuam os efeitos decorrentes de variação de temperatura.

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Figura 3.3 - Separação Real (Plano Beta)

Conforme o caso, em analise, pode-se empregar simultaneamente separações


virtuais e reais. Exemplo: Subdivide a superestrutura conforme plano  da
Figura 3.3, embora a infraestrutura permaneça ligada (plano  - Figura 3.2).

4. Esquemas de cálculos para os reservatórios


Esquema de cálculo corresponde a:
- Vínculos, carregamentos (ações) e, dimensões (pré-dimensionamento)

4.1. Dimensões usuais – pré-dimensionamento


Recomenda-se:
a) Espessuras das lajes
das paredes (em cm):

12
hpar. de { 𝑎
15

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b) Espessuras das lajes da
tampa (em cm)
8
hLT de { 𝑎
10

c) Espessuras das lajes de


fundo (em cm)
15
hLT de { 𝑎
20

d) Espessuras das lajes mísulas (em cm)


15
hmis. { 𝑎
20
A NBR 6118 (2014 – item 13.2.2) recomenda que as seções transversais das
vigas-parede não devem apresentar largura inferior a 15 cm (no caso de vigas
esse valor é de 12 cm). Permite reduzir esses valores a um mínimo absoluto
de 10 cm, desde se respeite o alojamento adequado das armaduras, bem como
os espaçamentos e cobrimentos mínimos.

4.2. Ações atuantes


De acordo com a NBR 6118 (2014 – item11.4.1.3) o nível d’água adotado
para cálculo de reservatórios, tanques, decantadores e outros deve ser igual
ao máximo possível compatível com o sistema de extravasão, considerando
apenas o coeficiente:
Nas estruturas em que a água de chuva possa ficar retida deve ser considerada
a presença de uma lâmina de água correspondente ao nível da drenagem
efetivamente garantida pela construção. Nesses casos, recomenda a ABNT
NBR 8681 (4.2.3.4) f = f3 = 1,2.

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A NBR 6118 (2014 – item 13.4.3) prescreve que, no caso das fissuras
afetarem a funcionalidade da estrutura, como, por exemplo, no caso da
estanqueidade de reservatórios, devem ser adotados limites menores para as
aberturas das fissuras. Para controles mais efetivos da fissuração nessas
estruturas (limitadas entre 0,1 a 0,4 mm), é conveniente a utilização da
protensão.
As ações que atuam nos reservatórios podem ser classificadas em:
- Ações diretas são aquelas que atuando na estrutura desenvolvem
deslocamentos e esforços solicitantes.
Reservatórios elevados: peso próprio, peso de revestimentos
(impermeabilização e proteção mecânica), peso e empuxo da água,
sobrecargas na tampa (variáveis) e vento;

Figura 4.1 - Ações nas lajes e paredes do reservatório

Reservatórios enterrados (ou semienterrados): peso próprio, peso de


revestimentos (impermeabilização e proteção mecânica), peso e
empuxo da água, empuxo de terra nas paredes, sobrecargas na tampa
(carga variável) e subpressão (no caso de influência do lençol
freático);

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Figura 4.2 - Reservatório enterrado - vazio

Figura 4.3 - Reservatório enterrado cheio

Figura 4.4 - Reservatório semienterrado cheio

Nota-se que para o reservatório cheio há concomitância da ação devido a


água e à reação do terreno, devendo ser considerada, no cálculo, a diferença
entre essas duas ações. Importante destacar que essa combinação de ações
não é a mais desfavorável.

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Como a reação do terreno é maior que a ação devido à massa da água
(comumente, exceto no caso de reservatório semienterrado), a combinação
mais desfavorável, para esses reservatórios enterrados ou semienterrados é
considerar, nas paredes, somente a ação da água e na laje de fundo a
diferença entre os empuxos (terra menos água). Essa hipótese cobre a
possibilidade, nos reservatórios enterrados ou semienterrados, de se levar em
conta, a situação do reservatório antes do reaterro.

Figura 4.5 - Reservatório enterrado antes do reaterro

Diante de todas as situações apresentadas acima, considerando inicialmente,


para o reservatório enterrado vazio (Figura 4.2) e, em seguida considerar o
reservatório cheio, sem os empuxos de terra, cobre-se todas as hipóteses
anteriores (Figura 4.6).

Figura 4.6 - Reservatório enterrado - simulação mais desfavorável

No caso da existência de lençol freático, e este ser mais elevado, nos


reservatórios enterrados ou semienterrados, além do empuxo de terra deve
somar à este o empuxo devido a pressão do lençol freático.

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Figura 4.7 - Reservatório enterrado - Empuxo do Lençol freático

No caso da existência de tráfego de veículo, sobre o reservatório enterrado,


deverá se levar em conta, sobre a tampa, a carga desse veículo. Caso típico
de reservatório enterrado na garagem do subsolo de edifício.

Figura 4.8 - Reservatório com carga de veículo

A NBR 6120 (1980) especifica para garagens e estacionamento (veículos de


passageiros ou semelhantes com carga máxima de 25KN (2,5 ton.) uma
carga variável da ordem de 3,0 KN/m2 (300 Kg/m2). A essa carga deverá ser
aplicado um coeficiente de majoração  igual a:
quando l  lo →  = 1,0 (sendo lo menor vão da laje e lo=3,0 m);

quando l < lo →  = lo/l  1,43 (sendo lo menor vão e lo=3,0 m)


- Indiretas são aquelas que impõem deformações na estrutura e
consequentemente ações decorrentes dessas: fluência, retração, variação de
temperatura, deslocamentos de apoios e imperfeições geométricas.

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Figura 4.9 – Ações nas lajes e paredes

4.3. Funcionando como Laje - Vínculos das Laje


- Reservatório com uma célula

Figura 4.10 - Reservatório com 1 célula

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Laje de fundo: Funciona como laje apoiada nas paredes laterais e está
submetida a carga permanente (peso próprio mais impermeabilização), mais,
o peso da água. Está também solicitada à tração e, por conseguinte, deve ser
dimensionada à flexotração;
Laje de cobertura: Funciona como laje apoiada nas paredes laterais e está
submetida à carga permanente (peso próprio e revestimento) mais a carga
variável sobre a tampa. Está também submetida a tração e deve ser
dimensionamento à flexotração.
Lajes Laterais: Funciona como apoiada na tampa e engastadas nas lajes de
fundo e nas paredes laterais e, está submetida a carga triangular,
correspondente ao empuxo da água. Também está submetida à tração e deve
ser dimensionada a flexotração.

Figura 4.11 - Deformadas das lajes – Reservatório cheio

Figura 4.12 - Vínculos das Lajes

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Para calcular reações das lajes para Para calcular os momentos nas
os apoios lajes

Para outros vínculos e outras relações de ly/lx, procurar as tabelas


correspondentes e completas
Fonte: Libânio
Carga Triângular

Fonte: Libânio

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- Reservatório com duas células

Figura 4.13- Reservatório com 02 células

Hipótese a): As duas Hipótese b): Uma célula Hipótese c): As 02 células
células vazias cheia e a outra vazia cheias
Laje da Tampa: Sendo Laje da Tampa: Quando Laje da Tampa: Nesta
a rigidez da parede, somente uma célula estiver última hipótese, com as duas
superior à rigidez da cheia, a tampa terá carga de células cheia, a tampa será
Laje da tampa, esta g+q, aplicada de cima para articulada, nas paredes
engasta nas paredes baixo, ou seja, de fora para laterais e engastada na laje
laterais, todavia, a tampa dentro e, a parede lateral contígua. Possibilitando
Lt01 engasta na tampa terá o empuxo agindo nas dessa forma se obter o
contígua (adjacente) paredes, de dentro para fora. momento Ny (conforme
Lt02. Com esta Em função da rigidez da figura na Quadro 4.1);
vinculação, se obtém os parede ser maior do que a
momentos negativos na rigidez da tampa, e as cargas
tampa com as paredes uma de fora para dentro e
laterais (Nx e Ny – outra de dentro para fora,
conforme figura na deformam as lajes, de tal
Quadro 4.1Erro! Fonte forma que elas giram sobre
de referência não o apoio, caracterizando com
encontrada.). Havendo isso articulação, entre
rigidez próximas entre ambas. Com essas
tampa e parede, pode-se vinculação e carregamento
considerar a tampa se obtém os momentos
apoiada nas paredes, positivos, Mx e My;
todavia a Lt01 engasta na
Lt02.

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Quadro 4.1 - Esquema de carregamento e deformações das lajes

Hipótese a): As duas células vazias Hipótese b): Uma célula cheia e a Hipótese c): As 02 células cheias
outra vazia
Carregamentos
Deformações da
Laje da tampa
Deformações da
Laje de Fundo

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Quadro 4.2 - Rotações e vínculos das lajes

Hipótese a): As duas Hipótese b): Uma célula Hipótese c): As 02 células
células vazias cheia e a outra vazia cheias
Rotação
dos nós
lajes da tampa
Vínculos das
lajes de fundo
Vínculos das
lajes verticais
Vínculos nas

(paredes)

Hipótese a): As duas células Hipótese b): Uma célula Hipótese c): As 02 células
vazias cheia e a outra vazia cheias
Laje de Fundo: Com essa Laje de Fundo: Engasta Laje de fundo: Mesmos
vinculação, pode-se obter os nas paredes verticais (que vínculos e carregamentos,
momentos positivos (Mx, My e funcionam como Laje). somente que, a laje de fundo,
Ny) e o momento negativo Com esta vinculação e neste caso não engasta na
sobre a parede interna. carregamento (peso parede vertical interna, pois,
Destaca-se, todavia, que está próprio, mais o peso da quando as duas células
não é a situação mais água), se obtém os cheias, as ações se equilibram
desfavorável, visto o momentos: Nx, Ny, Mx e e não desenvolvem
carregamento na laje de fundo Mx; solicitantes, porém, a laje de
é somente pesos próprio; fundo, engasta na laje
contígua, LF02;

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Hipótese a): As duas células Hipótese b): Uma Hipótese c): As 02 células
vazias célula cheia e a outra cheias
vazia
Paredes verticais, como Paredes Verticais, Paredes Verticais, como
Laje: Por sua vez, as paredes como Laje: Com esta Laje: Mesmo
verticais, somente se apoiam vinculação, abordado comportamento da 2.ª
na tampa, mas, como não acima, se obtém os hipótese. Com esta
estão submetidas a cargas momentos: Mx, My, Nx, vinculação, também se
perpendiculares ao seu plano Ny. obtém os momentos: Mx,
médio (empuxo de água), My, Nx, Ny.
praticamente não afetam o
sistema estrutural do
reservatório. Cabe destacar,
os momentos oriundos da
tampa e, que são aplicados
na borda superior dessa
parede (necessário
verificação dos solicitantes).
Observar, através da Figura 4.9, que todas as lajes, além da cortante e
momentos fletores, estão solicitadas à tração, exceto as paredes, na
vertical, visto que as cargas da tampa e fundo as carregam paralelamente
no plano médio das paredes.

4.4. Funcionando como viga parede

Paredes Laterais:
Para o carregamento aplicado em
seu plano, na parte superior da
parede: parcela da carga
permanente da laje da tampa, mais,
carga variável na tampa; na parte
inferior da parede: peso próprio
da parede; parcela da carga
permanente da laje de fundo, mais,
a parcela da carga do peso da água,
na laje de fundo. Funciona como
viga parede.

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Comportamento de Vigas -Parede

- Conceito – Definição
As Vigas-Parede, também conhecidas como Vigas de Grande Altura, são
assim designadas por apresentar a sua altura superior à metade do vão (h ≥
l/2). Essas vigas podem ser simples (biapoiada) ou contínua.

Figura 4.14 - Vigas paredes: Isola e contínua

Esses elementos estruturais, constituídos de superfície plana, são sujeitos a


ações paralelas ao seu plano (características das chapas).

Segundo a NBR 6118 (14.4.2.2) – As chapas de concreto em que o vão for


menor que três vezes a maior dimensão da seção transversal (l/h <3) são
usualmente denominadas vigas-parede.
Em 22.4.1 da mesma NBR 6118 – a referência é a seguinte: São consideradas
vigas-parede as vigas altas em que a relação entre o vão e a altura l/h é
inferior a 2 em vigas biapoiadas (l/h < 2) e inferior a 3 em vigas contínuas
(l/h < 3, sendo l o maior dos vãos). Elas podem receber carregamentos na
parte superior ou inferior da parede

Segundo Leonhardt [1] a delimitação entre vigas esbeltas e vigas-parede é


feito levando-se em conta o digrama de deformações (x) e
consequentemente as tensões x. No caso das vigas com esbeltez l/h ≥ 2
(para vigas biapoiada) e esbeltez l/h ≥ 3 (no caso de vãos intermediários de

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vigas contínuas) essas tensões podem ser calculadas com as hipóteses da
Resistência dos materiais. Dessa forma, segundo a DIN 1045 serão
consideradas vigas-parede as vigas cujas relações de l/h (esbeltez) estão
indicadas a seguir.

Figura 4.15 - Relação de vão e altura

Na construção civil as vigas-paredes são identificadas nos reservatórios,


caixas d’água, em fachadas ou paredes estruturais dos edifícios, elementos
pré-moldados, além de outras.
O pilar-parede é um elemento de superfície plana ou casca cilíndrica,
usualmente disposto na vertical e submetidos preponderantemente à
compressão. Pode ser composto por uma ou mais superfície associada. Para
que se tenha um “pilar-parede”, em alguma dessas superfícies, a menor
dimensão deve ser menor que 1/5 da maior (b < h/5 ou b < l/5), ambas
consideradas na seção transversal do elemento estrutural (NBR 6118 -
14.4.2.4 Pilares-parede).
Quando a viga atinge altura maior do que o vão (h > l), a parte superior (h–
l) não funciona como viga-parede, mas como pilar.

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2. Critérios de Cálculo

2.1 – Variação das Tensões


O cálculo das vigas-parede é baseado na teoria da elasticidade, uma vez que
a hipótese de seção plana, permanecer plana depois de solicitada, como é
feito na resistência dos materiais, não mais se verifica.
As vigas-parede ou vigas de grande altura apresentam a distribuição de
tensões normais, devido à flexão, diferente da distribuição linear, conforme
ocorre nas vigas convencionais, mesmo quando peças lineares e materiais
homogêneo e elástico.
Analisaremos a seguir os digramas de tensões, devido à flexão, que se
desenvolvem em vigas com diversas relações de l/h.
Na viga com l  b e l >> h, se tem:

Figura 4.16 - Isostáticas: Compressão e tração

Quando se fez o estudo da evolução das tensões e deformações de uma viga


biapoiada, não fissurada, com carga concentrada observamos, a medida que
aumentamos o carregamento, o aumento do momento e consequentemente a
mudança das tensões em relação à deformação. Saímos do regime elástico
(tensão diretamente proporcional à deformação – estádio Ia) e levamos a viga
até o estádio III, onde somente consideramos a capacidade resistente do
concreto à compressão, desprezando a capacidade resistente do concreto à
tração (mantemos a hipótese básica – “Seções permanecem planas após
deformada”).

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Fases do comportamento de uma viga solicitada à flexão

Para melhor entendimento do comportamento das vigas de grande altura, as


chamadas vigas-parede, vamos analisar o comportamento das tensões para
vigas de diversas relações l/h.
Viga com l/h = 4

t (RM) = (pl2/8)*(6/bh2)

= 12*p/b

Podemos observar que, para a relação de l/h (esbeltz) = 4, as tensões normais


variam linearmente e podem ser calculadas pela Resistência dos Materiais –
x =M*ymax/I, resultando 12*p/b (sendo “b” a largura da viga).

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Viga com l/h = 2

t (RM) = (pl2/8)*(6/bh2)

= 3*p/b

No caso h > l/2 o acréscimo da rigidez à flexão da viga não será na proporção
da altura ao cubo (h3), como se verifica nas vigas com altura igual ou inferior
à metade do vão (h ≤ l/2).
Esse acréscimo de Rigidez, com aumento de altura “h” somente se verifica
para vigas com h ≤ l. Acima desse valor, o aumento de “h” em nada contribui
para aumentar a rigidez à flexão, uma vez que na parte superior da viga (h –
l), a peça passa a funcionar como pilar.

t (RM) = (pl2/8)*(6/bh2)

= 0,75*p/b

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Conforme se observa na figura acima, as tensões de cisalhamento que se
verificam nas vigas-parede são maiores do que aquelas que se verificam nas
vigas esbeltez.

Assim, as limitações de tensões máximas de cisalhamento, no caso de vigas-


parede, devem ser mais rigorosas.

Podemos destacar ainda que o ponto de aplicação da carga (por cima ou por
baixo) tem grande influência sobre as tensões desenvolvidas na viga-parede.
A análise dessa distribuição de tensões orienta a melhor distribuição das
armaduras horizontais ao longo da altura da peça.

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2.2 – Cálculo do vão teórico – ou comprimento efetivo - lef

O vão teórico (lef) será o menor dos valores:


a) distância entre os eixos de apoio
b) 1,15 l0, sendo l0 o vão livre entre apoios
O cálculo do vão teórico é importante nos casos em que se têm pilares muito
largo – como o caso mostrado na figura “b” abaixo. Nesse caso a entrada de
carga se faz mais intensamente, nas proximidades do vão.

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A medida que nos afastamos do vão, a intensidade da carga diminui. O valor
de 0,15*l0 nos fornece, portanto, uma largura, em que se pode admitir que
toda a carga do vão, descarregue nessa largura do apoio, uniformemente
distribuída.

5. Esforços solicitantes
- Nas Lajes

- Nas paredes
Segundo a NBR 14.8.1 – Vigas-parede e pilares-parede
Para vigas-parede ou pilares-parede podem ser utilizadas a análise linear ou
a análise não-linear.
A análise linear, na maioria dos casos, deve ser realizada com o emprego de
procedimento numérico adequado, como, por exemplo, diferenças finitas,
elementos finitos e elementos de contorno.
A maioria das construções são sistemas muito complexos e, algumas vezes
muito complicados, quanto às características dos materiais; quanto a forma
e geometria dos elementos estruturais; quanto aos tipos de carregamento;
vinculação etc. e, a menos que sejam estabelecidas hipóteses e esquemas de
cálculo simplificadores, as análises dos problemas seriam impraticáveis. A
validade de tais hipóteses simplificadoras pode ser constatada
experimentalmente.

Para a consideração de uma viga-parede ou um pilar-parede como


componente de um sistema estrutural, permite-se representá-lo por elemento
linear, desde que se considere a deformação por cisalhamento, e um ajuste
de sua rigidez à flexão para o comportamento real.”
Portanto, partindo desses conceitos definidos pela NBR 6118, podemos
calcular os esforços solicitantes nas vigas-parede, usando as equações de

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equilíbrio da estática, da mesma forma como se realiza para os demais
elementos estruturais lineares.

_______ Vigas-parede
- - - - - - - (Vigas Esbeltas)

Para o caso de estruturas hiperestáticas (viga contínua), tal solução apresenta


diferenças, pois, na realidade os momentos nos vãos são maiores e os
momentos nos apoios intermediários são menores que os obtidos para vigas
esbeltas. O ponto de aplicação das cargas, assim como as condições de apoio
(direto ou indireto), tem grande importância na definição dos esforços e na
disposição da armadura.

6. Dimensionamento e detalhamento
De acordo com a NBR 6118 (2014 – item 17.3.5.2.1) a armadura mínima de
tração, além de respeitadas a taxa mínima absoluta de 0,15% da seção
transversal, deve ser verificada a taxa pelo dimensionamento da seção,
submetida a um momento fletor mínimo dado por:
Md,min. = 0,8Wo ∗ fctk,sup.
Onde:
W0 é o módulo de resistência da seção bruta de concreto, relativo à fibra
tracionada;

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fctk,sup. é a resistência característica do concreto à tração (NBR 6118 – 2014
– item 8.5.2)
(2⁄3) 2⁄
fctk,sup = 1,3 ∗ fct,m = 1,3 ∗ 0,3 ∗ fck = 0,39 ∗ fck 3 → fck em MPa

– Determinação dos Esforços Solicitantes nos Banzos tracionados

- Calculo da armadura do banzo tracionado


A área da armadura necessária deverá ser calculada mediante a expressão:

R sd Msd
As = =
fyd Z ∗ fyd
Sendo:
• Msd: momento solicitante de cálculo;
• Fyd: tensão de escoamento do aço, de cálculo;
• z: braço de alavanca entre as forças Rcd (concreto) e Rsd (aço),
definido como:

Viga-parede bi apoiada:

Z = 0,15 ∗ (𝑙 + 3h) a 0,20 ∗ (𝑙 + 2h), se 1,0 < 𝑙⁄h < 2,0

Z = 0,6 ∗ 𝑙, se 𝑙⁄h ≤ 1,0

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Viga-parede com dois vãos:

Z = 0,10 ∗ (𝑙 + 2,5h), se 1,0 < 𝑙⁄h < 2,5

Z = 0,45 ∗ 𝑙, se 𝑙⁄h ≤ 1,0

Viga-parede contínua com mais de dois vãos:


Z = 0,15 ∗ (𝑙 + 2h), se 1,0 < 𝑙⁄h < 3,0

Z = 0,45 ∗ 𝑙, se 𝑙⁄h ≤ 1,0


Como visto anteriormente, os momentos fletores das vigas-parede contínuas,
calculados como vigas esbeltas, não estão corretas, entretanto, essa diferença
é compensada pelos valores adotados para os braços de alavancas, de tal
maneira que o resultado Msd/z seja satisfatório.

3.3 – Distribuição da armadura longitudinal


Pode-se observar que, como a trajetória das tensões de tração, no caso de
vigas-parede carregadas por cima, têm um desenvolvimento plano, a
armadura principal é disposta horizontalmente e, distribuída de modo
uniforme na altura de (0,25*h – 0,05*l), conforme indicado na figura abaixo.
Segundo Leonhardt [1] “Para vigas-parede de um só vão, a armadura do
banzo deve ser distribuída em uma altura de 0,15 a 0,20 de h. Tal armadura
deve ser levada de apoio a apoio sem escalonamento e ancorada para uma
força Rsd> 0,8As fyd. Quando h > l, considerar o h = l .

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Já a NBR 6118 (2014 – item 22.4.4.2) preconiza que, nas vigas-parede os
tirantes de tração não podem ser concentrados em uma ou poucas camadas
de armadura, mas devem cobrir toda a zona efetivamente tracionada.
Nas vigas biapoiadas, essa armadura deve ser distribuída em altura da ordem
de 0,15h.

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Nas vigas-parede contínuas, a altura de distribuição da armadura negativa
“As” deve ser feita em duas faixas da altura “h” (NBR 6118 - 2014 – item
22.4.1.1):
- 1.ª faixa: “0,2*h”, na região superior da altura,
𝑙
sendo: As1 = ( − 0,5) ∗ As
2h
- 2.ª faixa: “0,6*h” na região central de “h”,
𝑙
sendo:As2 = (1,50 − ) ∗ As
2h

Não considerar para “h” valores superiores ao vão teórico lef (3 ≥ 𝑙⁄h ≥ 1)
- Ancoragem das armaduras de flexão nos apoios
De acordo com a NBR 6118 (2014 – item 22.4.4.2) a armadura de flexão
deve ser prolongada integralmente até os apoios e aí bem ancorada. Não
devem ser usados ganchos no plano vertical, dando-se preferência a laços ou
grampos no plano horizontal, ou dispositivos especiais (ver Figura 6.1).
De preferência, a ancoragem deve ser feita com barras curvas ou ganchos
deitados.
Segundo Leonhardt a armadura deve ser levada de apoio a apoio sem
escalonamento e ancorada para uma força Rsd>0,8As fyd.

Figura 6.1 - Ancoragem nos apoios - em Laço

Deve ser considerado o fato de que nas vigas-parede contínuas a altura de


distribuição da armadura negativa dos apoios é ainda maior.

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- Dimensionamento à cortante

A verificação da compressão máxima nas bielas pode ser feita indiretamente,


limitando-se o valor de cálculo das tensões de compressão verticais nos
apoios, conforme 22.3.2.
Segundo a NBR 6118 (item 22.2)
Tendo em vista a responsabilidade
dos elementos especiais na
estrutura, deve-se majorar as
solicitações de cálculo por um
coeficiente adicional γn, quando as
armaduras estiverem nas regiões
hachuradas – região “D”.

Emprego de coeficiente de ajustamento (NBR 8681 – 2003 – item 5.3.3)


Em casos especiais (vigas-parede, no caso), os coeficientes de ponderação
das ações podem ser alterados, multiplicando-os por um coeficiente de
ajustamento, dado pela expressão:
γn = γn1 ∗ γn2
Onde:
γn1 ≤ 1,2 em função da ductilidade de uma eventual ruina;
γn2 ≤ 1,2 em função da gravidade das consequências de uma
eventual ruina;
Segundo Lenhardt a verificação da diagonal comprimida e das tensões no
apoio, para uma viga biapoiada podem ser realizados pelo modelo biela-
tirante, conforme apresentado na Figura 6.2a. Para a viga submetida a uma
carga uniformemente distribuída a reação será igual a:
p∗𝑙
Vsk = ;
2
Fazendo o equilíbrio de forças, apresentado na Figura 6.2b, pode-se obter as
tensões c e c2.
Vsk Vsk
sen = → Rc = → para valores de cálculo
Rc sen
 ∗  ∗ Vsk Vsd
R cd = n f =
sen senθ
Sendo: γf = 1,4; γn = 1,2 ∗ 1,2 = 1,44; e

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Figura 6.2 - Modelo Biela-Tirante

Z 4/Z
tgθ = =
𝑙⁄ 𝑙
4
Para se calcular as tensões, tanto na viga parede, junto ao apoio, quanto a
tensão no apoio, utiliza-se Figura 6.2c.
Rd Vsd
Tensão no apoio: σcd = = ≤ fcd2
b∗c b∗c
R cd
Tensão na parede junto ao apoio: σc2d = ≤ fcd2
b ∗ c2
Sendo:
“b” a largura da viga-parede, “c” a largura da região do apoio da parede e c2
a largura da aplicação da tensão da biela comprimida.
Da Figura 6.2c, obtém-se:
c2 = c ′ + u′
u′
cos  = → u′ = u cos θ = u ∗ sen θ cotg θ
u
𝑐′
sen θ = → c ′ = c ∗ senθ
𝑐
logo: c2 = c ′ + u′ = c ∗ senθ + u ∗ senθcotgθ
c2 = (c + u ∗ cotgθ)senθ

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Portanto,
Vsd⁄
R cd senθ Vsd
σc2d = = =
b ∗ c2 𝑏 ∗ (c + u ∗ cotgθ)senθ b ∗ (c + u ∗ cotgθ)sen2 θ

De acordo com a NBR 6118 (2014 – item 22.3.2)


Para a verificação de tensões de compressão máximas nas bielas e regiões
nodais, são definidos os seguintes coeficientes:
fcd1 = 0,85 ∗ αv2 ∗ fcd (bielas prismáticas ou nós CCC)
fcd2 = 0,60 ∗ αv2 ∗ fcd (bielas atravessadas por mais de um tirante,
ou nós CTT ou TTT)
fcd3 = 0,72 ∗ αv2 ∗ fcd (bielas atravessadas por tirante únicos,
ou nós CCT)
fcd1 – tensão resistente máxima no concreto, em verificações pelo método das
bielas e tirantes, em regiões com tensões de compressão ou sem tensões de
tração transversal e em nós onde concfluem somente bielas de compressão
(nós CCC);
fcd2 – tensão resistente máxima no concreto, em verificações pelo método de
bielas-tirantes, em regiões com tensões de tração transversal e em nós onde
confluem dois ou mais tirantes tracionados (nós CTT ou TTT);
fcd3 – tensão resistente máxima no concreto, em verificações pelo método
de bielas-tirantes, em nós onde conflui um tirante tracionado (nós CCT).
No caso de vigas-parede o valor máximo de tensão no concreto deverá ser
inferior a fcd2:
fck
fcd2 = 0,6αv fcd = 0,6 ∗ (1 − ) ∗ fcd
250
Vsd
σsd2 = ≤ fcd2
b ∗ (c + u ∗ cotgθ)sen2 θ
fck
Vsd ≤ 0,6 ∗ (1 − ) ∗ fcd ∗ b ∗ (c + u ∗ cotgθ)sen2 θ
250
fck
Vrd2 = 0,6 ∗ (1 − ) ∗ fcd ∗ [b ∗ (c + u ∗ cotgθ)sen2 θ]
250
Vsd ≤ VRd2
A armadura vertical deve ser calculada considerando o disposto em 22.4.2 e
respeitando um valor mínimo de 0,075 % b por face, por metro.

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7. Detalhamento
- Armadura negativa
Onde:

𝑙b + 0,1 ∗ 𝑙x
1
a>{ 𝑙
4 x
𝑙b + 2h
lx tomar o maior comprimento dos
vãos menores das lajes contíguas a
esse apoio;
lb é o comprimento de ancoragem
h é a espessura da laje
1
𝑙
a ≥{ 5 x
𝑙b + 2hL

Recomenda-se  de 8 a 10 mm
As,mín,borda ≥ 0,67 ∗ (0,15 ∗ hL )
- Armaduras de distribuição – Negativo
A finalidade dessa armadura é a estabilidade das armaduras negativas,
visando sua manutenção na vertical (de não deitarem) durante a montagem
e concretagem.

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- Armadura positiva

𝑙b − 0,2𝑙x + b/2
∆ { 15 cm
10

Esquema para armação de reservatórios superior

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8. Exercício - Projeto de uma Caixa d’água elevada apoiada em quatro
pilares. Considerar: fck=25 Mpa; fyk = 500 Mpa (acç0 CA50)

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- Introdução
Nas caixas d’águas constituídas de elementos planos, com é o caso desse
exercício, “caixa d’água retangular, os elementos planos trabalham como
lajes (placas) e vigas paredes (chapas) simultaneamente.
Quando o carregamento atua perpendicularmente ao plano do elemento, este
elemento trabalha como laje.
Quando o carregamento atua paralelamente ao plano do elemento laminar,
este trabalha como viga parede.
O cálculo dos esforços solicitantes será feito inicialmente considerando os
elementos como laje e, em seguida como viga parede.
1) Cálculo das Lajes
Espessuras: tampa: h = 8 cm
Laterais: h = 15 cm
Fundo: h = 15 cm

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Carregamento na tampa:
- Carga permanente
Para o revestimento será considerado: peso da manta de impermeabilização
(manta asfáltica de 3 a 4 Kg/m2), acrescido de uma argamassa de proteção
mecânica, de 3 cm (massa específica 19 KN/m3 – NBR 6120-1980).
g t (tampa) = g pp + g rev. = 0,08 ∗ 2,5 + 0,03 + 0,03 ∗ 19 =
= 2,6 KN/m2
- Carga variável
qt (Tampa) = 50 Kg/m2 = 0,5 KN/m2 (carga uniformemente distribuída)
- Carga total na tampa
pt = g t + qt = 2,6 + 0,5 = 3,1 KN⁄ 2
m
Carregamento na Laje de fundo:
g LF = g pp + g rev. = (0,15 ∗ 25) + 0,03 = 3,78 KN/m2
qLF = sobrecarga de agua = ρágua ∗ hNágua = 10 ∗ 3,4 = 34,0 KN⁄ 2
m
pLF = g LF + qLF = 3,78 + 34,0 = 37,78 KN⁄ 2
m

Carregamento das paredes laterais (como laje)


Neste caso somente atuará o empuxo de água (carga triangular)
- Carga variável:
qe,par. (parede) = ρágua ∗ hNágua = 10 ∗ 3,4 = 34 KN⁄ 3
m

Figura 8.1 - Carregamento das paredes laterais, como laje

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Para o cálculo dos esforços solicitantes serão considerados três tipos de
carregamento:

a. As duas células vazias. Somente carga permanente;


b. Uma única célula cheia;
c. As duas células cheias.
- Esquema de cálculo – sistema de cálculo (carga, vínculo e dimensões)

a. Ambas as células vazias – somente carga permanente

Figura 8.2 - Ex.1 – Esquema de cálculo para as lajes da tampa e do fundo, as duas células
vazias

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b. Uma das células cheia e a outra vazia

Figura 8.3 - Vínculos - carregamento - uma célula cheia

c. Duas células cheias

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Obs: Neste exemplo está sendo considerado o nível d’água, com uma altura
de 3,40 m, onde, provavelmente será colocado um ladrão e, uma boia
reguladora.

Figura 8.4 - Vínculos - carregamento - duas células cheias

Cálculo dos esforços solicitantes

Figura 8.5 - Sistema de referência

- Inicialmente os elementos da estrutura do reservatório serão calculados


como Lajes (placas)

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- Tampa

Figura 8.6 – Tampa

Calculada conforme 2.ª hipótese (Quadro 4.2), um reservatório cheio e o


outro vazio, ou seja, apoiada nas 04 bordas.

- Momentos
Dessa forma se obtém os máximos
momentos positivos: Mx e My:
𝑙y 3,0
 = = = 1,0
𝑙x 3,0
3,1 ∗ 32
Mx = My = 4,23 ∗ =
100
Mx = My = 1,18 KN ∗ m/m
pL ∗l2x
Tabela: M = μ ∗
100

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- Reações - Cortantes
Reações de apoio da Laje: px e py:
𝑙y 3,0
 = = = 1,0
𝑙x 3,0
3,1 ∗ 3
px = py = 2,50 ∗ =
10
px = py = 2,33 KN/m
pL ∗lx
Tabela: px ou py =  ∗
10

Calculada conforme 3.ª hipótese (Quadro 4.2), ou seja, apoiada em 03 bordas


(paredes) e engastada em uma borda (laje contígua ou adjacente).
- Momentos

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Com esse esquema de cálculo se
obtém o máximo momento
negativo: Nx
𝑙y 3,0
 = = = 1,0
𝑙x 3,0
3,1 ∗ 32
Nx = 8,40 ∗ =
100
Nx = 2,34 KN ∗ m/m

- Reações - cortantes
Reações de apoio da Laje: px e py:
𝑙y 3,0
 = = = 1,0
𝑙x 3,0
3,1 ∗ 3
px = 2,75 ∗ = 2,56 KN/m
10
3,1 ∗ 3
py = 1,83 ∗ = 1,70 KN/m
10
3,1 ∗ 3
pxe = 4,02 ∗ = 3,74 KN/m
10

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- Laje de Fundo

Figura 8.7 - Laje de fundo do Reservatório

Calculada conforme 1.ª hipótese (Quadro 4.2), ou seja, apoiada em 03 bordas


(paredes) e engastada em uma borda (laje contígua ou adjacente).
- Momentos
Com esse esquema de cálculo se obtém
os momentos: Nx, Mx e My
𝑙y 3,0
 = = = 1,0
𝑙x 3,0
3,78 ∗ 32 KN. m
Nx = 8,40 ∗ = 2,86
100 m
3,78 ∗ 32 KN. m
Mx = 3,54 ∗ 1,20
100 m
3,78 ∗ 32 KN. m
My = 2,91 ∗ = 0,99
100 m

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Pode-se observar que, para este carregamento, os momentos obtidos na laje
de fundo não são os maiores e, poderão ser desprezados.

- Reações – cortantes
Reações de apoio da Laje: px e py:
𝑙y 3,0
 = = = 1,0
𝑙x 3,0
3,78 ∗ 3
px = 2,75 ∗ = 3,12 KN/m
10
3,78 ∗ 3
py = 1,83 ∗ = 2,08 KN/m
10
3,78 ∗ 3
pxe = 4,02 ∗ = 4,56 KN/m
10

Calculada conforme 2.ª ou 3.ª hipótese (Quadro 4.2), ou seja, engastada nas
04 bordas (paredes) ou engastada em 03 bordas (paredes) e, engastada em
uma borda (laje contígua ou adjacente).

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- Momentos
Com esse esquema de cálculo se obtém
os momentos: Nx, Mx e My
𝑙y 3,0
 = = = 1,0
𝑙x 3,0
37,78 ∗ 32
Nx = Ny = 5,15 ∗
100
KN. m
= 17,51
m
37,78 ∗ 32
Mx = My = 2,02 ∗
100
KN. m
= 6,87
m

- Reações - cortantes
Reações de apoio da Laje: pxe e pye:
𝑙y 3,0
 = = = 1,0
𝑙x 3,0
37,78 ∗ 3
pxe = 2,5 = 28,34 KN/m
10
37,78 ∗ 3
pye = 2,5 = 28,34 KN/m
10

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- Cálculo dos esforços nas paredes, como Laje

Figura 8.8 - Paredes - como Lajes

Calculada conforme 2.ª ou 3.ª hipótese (Quadro 4.2), ou seja, engastada em


02 bordas (paredes), engastada na laje de fundo e, apoiada na tampa.

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- Momentos
Com esse esquema de cálculo se obtém os
momentos: Nx, Mx e Ny, My
𝑙y 3,6
 = = = 1,2
𝑙x 3,0
34 ∗ 32 KN. m
Nx = 3,78 ∗ = 11,57
100 m
34 ∗ 32 KN. m
Mx = 1,16 ∗ = 3,55
100 m
34 ∗ 32 KN. m
Ny = 3,51 ∗ = 10,74
100 m
2
34 ∗ 3 KN. m
My = 1,54 ∗ = 4,71
100 m

Fonte: Libânio
Ou
M=p1*lx2/(coef.tab.)
 = ly/lx 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 2,0

Nx = mermin 34,5 31,1 28,7 26,7 25,3 23,7 20,2


Mx = mxm 95,2 81,3 71,4 64,9 60,6 57,2 49,5
Ny = meyrm 29,0 26,9 25,8 24,9 24,1 23,8 21,0
My = mymax 104,2 104,2 104,2 104,2 104,2 104,2 104,2
Fonte: Tabela 2.3.5 – Beton Kalender 1974

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 63


Utilizando-se da tabela de Czerny – publicada no Beton Kalender 74
34 ∗ 32 KN. m 34 ∗ 32 KN. m
Nx = = 10,66 ; Mx = = 4,29
28,7 m 71,4 m
34 ∗ 32 KN. m 34 ∗ 32 KN. m
Ny = = 11,86 ; My = = 2,93
25,8 m 104,2 m

- Reações - cortantes

Reações de apoio da Laje:


px e py:
𝑙y 3,6
 = = = 1,2
𝑙x 3,0
34,0 ∗ 3
pxe = = 28,57 KN/m
3,57
34,0 ∗ 3 KN
pye = = 35,17
2,90 m
34,0 ∗ 3
py = = 7,23 KN/m
14,1

px=p1*lx/(coef.tab.); p1= carga máxima no triângulo


ly/lx 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 2,0

pxe = qermax 4,11 3,80 3,57 3,38 3,24 3,13 2,82


pye = qyerm (y=0) 3,10 2,99 2,90 2,83 2,77 2,73 2,60
py = qyrm (y=ly) 12,7 13,2 14,1 15,1 16,2 17,4 23,8
Tabela 8.1 - Fonte: Beton Kalender 74

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Obs: Em virtude de não se encontrar tabelas para cálculo das cortantes
(reações), no material disponibilizado pelo tabelas do prof. Libânio,
utilizamos as tabelas do Beton Kalender 1974.

- Equilíbrio e correção dos momentos

Equilíbrio dos momentos negativos:


Ny,par. + Ny,Fundo 17,51 + 10,74
= = 14,13KN. m/m
NPF > { 2 2
0,8 ∗ Nmaior = 0,8 ∗ 17,51 = 14,0 KN. m/m
Correção do momento positivo na laje do Fundo:
2 ∗ (17,51 − 14,13)
+ 6,87 = 7,84 KN. m/m
Mx,Fundo = My,Fundo >{ 7
6,87 + (17,51 − 14,13) = 10,25 KN. m/m

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- Reações das lajes – provocando tração nas lajes contíguas

Reação em uma laje, passa a ser uma força normal de tração, na outra laje,
que lhe é perpendicular

Figura 8.9 - Esforços finais, nos elementos do reservatório

Resumo dos esforços solicitantes nas lajes do reservatório elevado


Mx My Nx Ny FN(x) FN(y)
Elemento
(KN.m/m) (KN.m/m) (KN.m/m) (KN.m/m) (KN) (KN)
Tampa 1,18 1,18 2,34 - 7,23 7,23
Fundo 10,25 10,25 14,13 14,13 35,17 35,17
Parede 3,55 4,71 11,57 14,13 28,57 28,34
Sendo:
M(x ou y) é o momento positivo, na direção “x” ou “y”
N(x ou y) é o momento negativo, na direção “x” ou “y”
FN(x ou y) é a força normal, na direção “x” ou “y”

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- Cálculo das armaduras devido aos momentos, calculados como lajes,
nas lajes da tampa, do fundo e das paredes. (Concreto: fck=25 MPa e
Aço: fyk=500 MPa)
- Cálculo do Md,nin. ,e, Asmin.
Md,min. = 0,8Wo ∗ fctk,sup.
Onde:
W0 é o módulo de resistência da seção bruta de concreto, relativo à fibra
tracionada;
fctk,sup. é a resistência característica do concreto à tração (NBR 6118 – 2014
– item 8.5.2)
(2⁄3) 2⁄
fctk,sup = 1,3 ∗ fct,m = 1,3 ∗ 0,3 ∗ fck = 0,39 ∗ fck 3 → fck em MPa
Para concreto fck=25Map
2⁄ KN
fctk,sup = 0,39 ∗ 25 3 = 3,334 MPa = 0,334
cm2
Portanto,
Md,min. = 0,8Wo ∗ fctk,sup.
5,52
h = 8 cm → 0,8 ∗ 100 ∗ ∗ 0,334 = 284,54 KN ∗ cm/m
𝑝/ 6
122
{ h = 15 cm → 0,8 ∗ 100 ∗ 6 ∗ 0,334 = 1002 KN ∗ cm/m
h = 8 cm → Kc = 10,65 → Ks = 0,0238 → A = 1,22 cm2⁄
p/ { s m
2
h = 15 cm → Kc = 14,4 → Ks = 0,0238 → As = 1,99 cm /m
Asmin. = 0,15*hL
2
cm ⁄
p/ { h = 8 cm → As = 0,15 ∗ 8 = 1,2 m
2
h = 15 cm → As = 0,15 ∗ 15 = 2,25 cm /m

- Lajes de Fundo – apresentando o maior momento


- Laje de Fundo: Momento negativo: Nk,x = 14,13 KN.m/m; FNk,x = 35,17
KN/m
Laje de fundo engasta na laje contígua. Neste caso também se tem
flexotração, cuja normal é a reação da parede lateral, sobre a laje de fundo:
- Verificação da excentricidade

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Nk,x 14,13
ex = = = 0,4018 m
FNk,x 35,17
Como ex = 40,18 cm é maior que a espessura da laje de fundo (hLF= 15 cm),
se tem grande excentricidades e, pode ser calculada como flexão simples,
utilizando-se do seguinte artifício:
- Transfere-se a força normal, para a posição da armadura e, com o momento
resultante, calcula-se a armadura, com a peça somente a flexão simples e,
posteriormente acrescenta-se a parcela correspondente à tração.
Considerando: Altura da Laje de 15 cm; e altura útil de 12 cm, tem-se:

Figura 8.10 - Equilíbrio interno

h
Nrk,x = Nk,x − FNk,x ∗ (d − )
2
= 14,13 − 35,17 ∗ (0,12 − 0,15/2) = 12,5474 KN. m/m
bd2 100 ∗ 122
Kc = = = 8,20→ Tabela → K s = 0,0242
Nrd,x 1254,74 ∗ 1,4

Nrd,x FNd,x 1255 ∗ 1,4 35,17 ∗ 1,4


As = k s ∗ + = 0,0242 ∗ + =
d fyd 12 50⁄
1,15
2
= 4,68 cm /m
As,min. = 0,15 ∗ h5 = 0,15 ∗ 15 = 2,25 cm2 /m
Utilizando-se de bitola 10 mm (max.=h/8 = 1,875 cm = 16 mm) para
armadura negativa na tampa:

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100 ∗ As110 100 ∗ 0,785
espaçamento para 10 = s = = = 16,77 cm
As,calc. 4,68
100 ∗ As18 100 ∗ 0,503
espaçamento para 8 = s = = = 10,75 cm
As,calc. 4,68
Com a NBR 6118 (2014 – item 20.1) especifica espaçamento máximo de: 20
cm ou 2h (2*15=30), o menor, no caso igual a 20 cm.
Logo a armadura será de  10 c/16

- Tampa (3.ª hipótese: As 02 células cheias) – Nk,x=2,34 KN.m/m; FNk,x


= 7,23 KN/m
Neste caso se tem flexotração, cuja
normal é a reação da parede lateral,
sobre a tampa:
- Verificação da excentricidade
Nk,x 2,34
ex = = = 0,3237 m
FNsk,x 7,23
Como ex = 32,4 cm é maior que a espessura da laje = 8 cm, se tem grande
excentricidades e, pode ser calculada como flexão simples, mesmo
procedimento adotado anteriormente:

Figura 8.11 - Dimensionamento para Nx - Lt

Considerando: Altura da Laje de 8 cm; cobrimento de 2,0; e altura útil de 5,5


cm, tem-se:
h
Nrk,x = Nk,x − FNk,x ∗ (d − )
2
= 2,34 − 7,23 ∗ (0,055 − 0,04) = 2,2316 KN. m/m
bd2 100 ∗ 5,52
Kc = = = 9,68 → Tabela → K s = 0,0240
Nrd,x 223,2 ∗ 1,4

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Nrd,x FNd,x 223,2 ∗ 1,4 7,23 ∗ 1,4
As = k s ∗ + = 0,0240 ∗ + =
d fyd 5,5 50⁄
1,15
= 1,60 cm2 /m
As,min. = 0,15 ∗ h = 0,15 ∗ 8 = 1,2 cm2 /m
Utilizando-se de bitola 8 mm (max.=h/8 = 1,0 cm = 10 mm) para armadura
negativa na tampa:
100 ∗ As18 100 ∗ 0,503
espaçamento = s = = = 31,4 cm
As,calc. 1,60
Com a NBR 6118 (2014 – item 20.1) especifica espaçamento máximo de: 20
cm ou 2h, o menor, no caso igual a 16 cm.
Logo a armadura será de  8 c/16
Os demais valores estão tabelados a seguir

h
Mrk,x = Msk,x − FNsk,x ∗ (d − )
2
bd2 Mrd,x FNd,x
Kc = → tabela → K s → As = k s ∗ +
Mrd,x d fyd
As,min. = 0,15 ∗ h

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100 ∗ As1
espaçamento = s =
As,calc.
Com a NBR 6118 (2014 – item 20.1) especifica espaçamento máximo de: 20
cm ou 2h, o menor.
Quando as duas células estão cheias a parede intermediária (como placa –
Laje) fica submetida somente a tração axial, visto que, os dois carregamentos
triangulares aplicados nas paredes, se equilibram e não desenvolvem
momentos fletores nas paredes. O cálculo para levantamento dessa carga
poderá ser considerado, no instante de se calcular essa parede como viga-
parede.

- Cálculo das paredes como viga parede


- Paredes laterais: Parede 3 = Parede 5
Carregamento: somente g
- Reação da laje da tampa = 2,33 KN/m (totalmente apoiada) e 2,56 KN/m
(px - quando 3 apoios + 1 engaste)
- Reação da laje de fundo = 28,34 KN/m
- Peso próprio da parede = 0,15*3,60*25 = 13,5 KN/m
Total = 44,17 KN/m (44,4 KN/m)

- Dimensionamento à flexão
Cálculo do vão efetivo (vão teórico)
distância de eixo a eixo = 3,0 m
𝑙ef < entre {
1,15𝑙0 = 1,15 ∗ (3,0 − 0,2) = 3,22 𝑚
Logo, lef = 3,0 m

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Cálculo do momento fletor:
p ∗ 𝑙2 44,4 ∗ 32
Mk = = = 49,95 KN. m
8 8
Braço de alavanca: quando h > l → z = 0,60*l = 0,60*3,00= 1,80 m
Logo:
Md 49,95 ∗ 1,4 R sd 38,85
R sd = = = 38,85 KN → As = =
z 1,80 fyd (50⁄1,15)
= 0,89 cm2

A armadura de flexão deve ser prolongada integralmente até os apoios e aí


bem ancorada. Não podem ser usados ganchos no plano vertical, dando-se
preferência a laços ou grampos no plano horizontal, ou dispositivos especiais
(ver Figura 22.3).
Essa armadura horizontal será distribuída em uma altura de 0,15h
Portanto:
𝐴𝑠 0,89 2 1,65 cm2
= = 1,65 cm ⁄m → = 0,83 /face
𝑚 (0,15 ∗ 3,6) 2 m
Obs: Essa armadura deverá ser somada à armadura encontrada para a parede,
como laje.
cm2
As,Nx,par. = 0,83 + 4,16 = 4,99 (face interna)
m
cm2
As,Mx,par. = 0,83 + 1,89 = 2,72 (face externa)
m

Fora da região de distribuição da armadura devido ao cálculo como viga


somente as armaduras como laje.

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- Dimensionamento à cortante

A verificação da compressão máxima nas bielas pode ser feita indiretamente,


limitando-se o valor de cálculo das tensões de compressão verticais nos
apoios, conforme 22.3.2, da NBR 6118.
A armadura vertical deve ser calculada considerando o disposto em 22.4.2 e
respeitando um valor mínimo de 0,15 % b*h (sendo b=100), por metro.

- Verificação à ruptura por compressão no concreto


p∗𝑙
Vsd = γn ∗ f ∗  Vdr2
2
44,4 ∗ 3,0
Vsd = 1,44 ∗ 1,4 ∗ = 134,27 KN
2
De acordo com a NBR 6118 (2014 – item 22.3.2)
fck
Vrd2 = 0,6 ∗ (1 − ) ∗ fcd ∗ [b ∗ (c + u ∗ cotgθ)sen2 θ]
250
Considerando o apoio do reservatório em quatro pilares de 20x20, portanto:
C = 20 cm; u=2*d’= 2*0,15h/2 = 0,15*360=54 cm, e
Z 4/Z 4 ∗ 0,6 ∗ 𝑙
tgθ = = = = 2,4 → θ = 67,380
𝑙⁄ 𝑙 𝑙
4
25 2,5
Vrd2 = 0,6 ∗ (1 − )∗ ∗ [15 ∗ (20 + 54 ∗ 0,417)0,9232 ]
250 1,4
= 523,93 KN ≫> Vsd

Como Vsd é bem inferior ao Vrd2 não haverá problema de ruptura à


compressão.

- Cálculo da armadura
Como a viga-parede funciona como biela, ou seja, a carga descendo
diretamente para o apoio, sem necessidade de levantamento, somente será
levantada a carga da laje de fundo, que se apoia na parte inferior da parede,
mais o peso próprio.
(28,34 + 13,5) ∗ 1,4 cm2 cm2
As,𝑙ev. = = 2,93 → 1,47 /face
σsd = 20 m m

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KN
σs = 20 , visando a redução de fissuras
cm2
Importante observar que, essa armadura deve ser somada à armadura obtida
como laje (Ny e My).
cm2
As,Ny,par. = 1,47 + 4,90 = 6,37 > As,min. (face interna)
m
cm2
As,My,par. = 1,47 + 2,57 = 4,04 > As,min. (face externa)
m
2
Armadura mínima: 𝐴s,min. = 0,15b = 0,15 ∗ 15 = 2,25 cm ⁄m

- Parede interna: Parede 4


- Carregamento: somente g
- Reação da laje da tampa = 2,33 KN/m (totalmente apoiada) e 3,74 KN/m
(pxe - quando 3 apoios + 1 engaste) = 2*3,74 =7,48 KN/m
- Reação da laje de fundo = 2*28,34 = 56,68 KN/m
- Peso próprio da parede = 0,15*3,60*25 = 13,5 KN/m
Total = 77,66 KN/m
- Cálculo do vão teórico ou vão efetivo
distância de eixo a eixo = 3,0 m
𝑙ef < entre {
1,15𝑙0 = 1,15 ∗ (3,0 − 0,15) = 3,28 𝑚
Logo, lef = 3,0 m

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A parede interna, quando as duas células estiverem cheias, recebe cargas
das duas lajes da tampa e das duas lajes do fundo. Essa parede se apoia nas
paredes Par.2 e Par.1.

- Dimensionamento à flexão
Cálculo do momento fletor:
p ∗ 𝑙2 77,66 ∗ 32
Mk = = = 87,37 KN. m
8 8
Braço de alavanca: quando h > l → z = 0,60*l = 0,60*3,00= 1.80 m
Logo:
Md 87,37 ∗ 1,4 R sd 67,95
R sd = = = 67,95 KN → As = =
z 1,80 fyd (50⁄1,15)
= 1,56 cm2

A armadura de flexão deve ser prolongada integralmente até os apoios e aí


bem ancorada. Não podem ser usados ganchos no plano vertical, dando-se
preferência a laços ou grampos no plano horizontal, ou dispositivos especiais
(ver Figura 6.1).
Essa armadura horizontal será distribuída em uma altura de 0,15h
Portanto:
As 1,56 cm2 2,89 cm2
= = 2,89 ⁄m → = 1,45 /face
m (0,15 ∗ 3,6) 2 m
Obs: Essa armadura não será somada à armadura encontrada para a parede,
como laje, visto que, quando as duas células estiverem cheias, não haverá
momentos na laje, da parede intermediária. Portanto, predominará a
armadura decorrente a somente uma célula cheia, igual às paredes 3 e 5.

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As,Nx,par. = 0,83 + 4,16 = 4,99 cm2 /m
As,Mx,par. = 0,83 + 1,89 = 2,72 cm2 /m

- Dimensionamento à cortante

A verificação da compressão máxima nas bielas pode ser feita indiretamente,


limitando-se o valor de cálculo das tensões de compressão verticais nos
apoios, conforme 22.3.2, da NBR 6118.
A armadura vertical deve ser calculada respeitando um valor mínimo de 0,15
% b*h (sendo b=100), por metro.

- Verificação à ruptura por compressão no concreto


p∗𝑙 77,6 ∗ 3
Vsk = = = 116,4 KN
2 2
Vsd = 𝛾𝑛 ∗ f ∗ Vsk  Vdr2
Vsd = 1,44 ∗ 1,4 ∗ 116,4 = 234,66 KN
fck
Vrd2 = 0,6αv fcd = 0,6 ∗ (1 − ) ∗ fcd ∗ [b ∗ (c + u ∗ cotgθ)sen2 θ]
250
Considerando que a VPar4 se apoia nas VPar1 e VPar2, as dimensões do
apoio serão 15x15, portanto:
c = 15 cm; u=2*d’= 2*0,15h/2 = 0,15*360=54 cm, e
Z 4/Z 4 ∗ 0,6 ∗ 𝑙
tgθ = = = = 2,4 → θ = 67,380
𝑙⁄ 𝑙 𝑙
4
25 2,5
Vrd2 = 0,6 ∗ (1 − )∗ ∗ [15 ∗ (15 + 54 ∗ 0,417)0,9232 ]
250 1,4
= 462,37 KN ≫ Vsd
Como Vsd é bem inferior ao Vrd2 não haverá problema de ruptura à
compressão.

- Cálculo da armadura
Como a viga-parede funciona como biela, ou seja, a carga descendo
diretamente para o apoio, sem necessidade de levantamento, somente será
levantada a carga da laje de fundo, que se apóia na parte inferior da parede,
mais o peso próprio.

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1,4 ∗ (2 ∗ 28,34 + 13,5) cm2 cm2
As,𝑙ev. = = 4,91 → 2,46 /face
σs = 20 m m
KN
σs = 20 2 , visando a redução de fissuras
cm
2
Armadura mínima: As,min. = 0,15b = 0,15 ∗ 15 = 2,25 cm ⁄m

Importante observar que, essa armadura não será somada à armadura obtida
como laje. Prevalece os mesmos valores obtidos para as paredes 3 e 5.

Fora da região de distribuição da armadura devido ao cálculo como viga


somente as armaduras como laje.

Como essa parede interna, P4 apoia indiretamente sobre as paredes Par.2 e


Par.1, deve-se calcular uma armadura a ser colocada junto a esses apoios,
como segue:

Vsd 163,09
As = = = 3,7 cm2
fyd 50/1,15
3,7
As,vert. = = 2,1 cm2 /m/face
0,3 ∗ 3 ∗ 2
8c/20/face
3,7
As,vert. = = 1,23 cm2 /m/face
0,5 ∗ 3 ∗ 2
6,3c/20

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- Parede 1 = Parede 2

Carregamento uniformemente distribuído:


- Reação da laje da tampa = 2,33 KN/m (totalmente apoiada)
- Reação da laje de fundo = 28,34 KN/m
- Peso próprio da parede = 0,15*3,60*25 = 13,5 KN/m
Total = 44,17 KN/m
Carga concentrada: reação da parede 4 (Reação da Parede 4)
77,66 ∗ 3,0
P = Vsk,4 = = 116,4 KN → Pd = 1,4 ∗ 116,4 = 163,09 KN
2

- Cálculo do vão teórico (vão efetivo)


distância de eixo a eixo = 6,0 m
𝑙ef < entre {
1,15𝑙0 = 1,15 ∗ (6,0 − 0,20) = 6,67 m
Logo, lef = 6,0 m
- Cálculo do momento máximo e da armadura

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p ∗ 𝑙 2 P ∗ 𝑙 (2,33 + 13,5 + 28,34) ∗ 62 116,4 ∗ 6
Mk,max = + = +
8 4 8 4
= 373,37 KN. m
Z = 0,15 ∗ (𝑙 + 3h) a 0,20 ∗ (𝑙 + 2h), se 1,0 < 𝑙⁄h < 2,0
Z = 0,15 ∗ (6 + 3 ∗ 3,6) a 0,20 ∗ (6 + 2 ∗ 3,6) = 2,52 𝑎 2,64 m
Será utilizado, a favor da segurança, o menor:
Md 1,4 ∗ 373,37
As = = = 4,78 cm2
Z ∗ σs,d 2,52 ∗ 50/1,15
Como visto anteriormente, essa armadura será distribuída, na altura d 0,15*h
e, nas duas faces:
4,78 cm2
A s /face = = 4,42 /face
m (0,15 ∗ 3,6) ∗ 2 𝑚

Essa armadura deverá ser somada a área encontrada como laje, no trecho
onde a armadura de flexão está localizada:

Ficando, portanto:
As,Nx,par. = 4,42 + 4,16 = 8,58 cm2 /m
As,Mx,par. = 4,42 + 1,89 = 6,31 cm2 /m

Fora da região de distribuição da armadura devido ao cálculo como viga


somente as armaduras como laje.

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- Dimensionamento à cortante

A verificação da compressão máxima nas bielas pode ser feita indiretamente,


limitando-se o valor de cálculo das tensões de compressão verticais nos
apoios, conforme 22.3.2, da NBR 6118.
A armadura vertical deve ser calculada respeitando um valor mínimo de 0,15
% b*h (sendo b=100), por metro.
- Verificação à ruptura por compressão no concreto
𝑝 ∗ 𝑙 𝑃 (2,33 + 13,5 + 28,34) ∗ 6 116,4
Vsk = + = + = 190,71 KN. m
2 2 2 2
Vsd = 1,44 ∗ 1,4 ∗ 190,71 = 384,47 KN
fck
Vrd2 = 0,6αv fcd = 0,6 ∗ (1 − ) ∗ fcd ∗ [b ∗ (c + u ∗ cotgθ)sen2 θ]
250
Considerando o apoio do reservatório em quatro pilares de 20x20, portanto:
C = 20 cm; u=2*d’= 2*0,15h/2 = 0,15*360=54 cm, e
Z 4/Z 4 ∗ 0,6 ∗ 𝑙
tgθ = = = = 2,4 → θ = 67,380
𝑙⁄ 𝑙 𝑙
4
25 2,5
Vrd2 = 0,6 ∗ (1 − )∗ ∗ [15 ∗ (20 + 54 ∗ 0,417)0,9232 ]
250 1,4
= 523,93 KN ≫> Vsd

Como Vsd é bem inferior ao Vrd2 não haverá problema de ruptura à


compressão.

- Cálculo da armadura de levantamento


Como a viga-parede funciona como biela, ou seja, a carga descendo
diretamente para o apoio, sem necessidade de levantamento, somente será
levantada a carga da laje de fundo, mais parte do peso próprio, que se apóiam
na parte inferior da parede, mais o peso próprio.
1,4 ∗ (28,34 + 13,5) cm2 cm2
As,lev. = = 2,93 → 1,46 /face
σs = 20 m m
KN
σs = 20 2 , visando a redução de fissuras
cm

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2
Armadura mínima: As,min. = 0,15b = 0,15 ∗ 15 = 2,25 cm ⁄m

- Carregamento indireto (Reação da viga Par.4)


Como a cortante Vsd > 0,6 Vrd2, Leonhardt recomenda fazer o levantamento
da carga, com barras inclinadas (60%) e estribos (40%). Caso contrário se
poderia levantar a carga totalmente com estribos.
- Com barras inclinadas (60%) e Estribos
0,42 ∗ 1,4 ∗ 116,4
As,incl. = = 3,42 cm2
20
510
0,4 ∗ 1,4 ∗ 116,4
As,(estribo)2R =
2 ∗ 20
= 1,63 cm2
2E10 (2R)

Detalhamento
- Tampa

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Asmin. = 1,22 cm2/m → espaçamento máximo 16 cm
Logo: para Nx → 8c/16; e Mx → 6,3c/16

- Armaduras Negativas
- Sobre os apoios Onde:
𝑙b + 0,1 ∗ 𝑙x = 38 ∗ 0,8 + 30 = 60,4
1 300
a>{ 𝑙x = = 75 cm
4 4
𝑙b + 2h = 38 ∗ 0,8 + 16 = 46,4
lx tomar o maior comprimento dos vãos
menores das lajes contíguas a esse apoio;
lb é o comprimento de ancoragem
h é a espessura da laje

1 300
𝑙x = = 60 cm
a ≥ {5 5
𝑙b + 2hL = 45,4 cm
Recomenda-se  de 8 a 10 mm
As,mín,borda ≥ 0,67 ∗ (0,15 ∗ hL )

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- Armadura de distribuição (Negativo)

Comprimento: 2*2*(157*2+169,5+190)= 2.694 cm


- Armadura positiva

b 15
𝑙b − 0,2𝑙x + = 38 ∗ 0,63 − 0,2 ∗ 300 + <0
∆ { 2 2
15 cm
10 = 6,3 cm

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- Laje do fundo

- Armadura Negativa

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- Armadura Positiva

- Parede 3 e 5

Fora da região de distribuição da armadura devido ao cálculo como viga


somente as armaduras como laje.

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Parede 3 e 5 (2X)

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9. Exemplo de um Reservatório Enterrado
Neste exemplo será dimensionada e detalhada (projetada) uma caixa d’água
enterrada de 5,30 m de comprimento, 5,3 m de largura e 3,0 m de altura. O nível
d’água da caixa se encontra a 2,80 m do fundo do reservatório e o nível do terreno
(cota 0,0) se encontra a 0,30 m acima da tampa do reservatório.
Pode-se considerar essa caixa d’água de pequeno porte, e portanto, utilizado uma
única célula. Somente o reservatório superior será provido de 02 células (para a
devida limpeza e manutenção).

Pela sondagem indicada, O lençol d’água não foi encontrado na sondagem indicada.

Figura 9.1 - Sondagem SPT

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De acordo com a sondagem apresentada a Tensão admissível será igual a:
adm.solo = 8/50 = 0,16MPa = 160 KN/m2
Os materiais a serem utilizados serão: aço CA50 e, concreto estrutural com fck igual
a 25 MPa.
Consumo de Material:
- Volume de água: 77,4 m3;
- Área de forma: 143,6 m2;
- Volume de concreto: 15,52 m3.
Serão considerados as seguintes ações de cargas como: peso próprio (conc.=25
KN/m3); sobrecargas na tampa: devido a veículos leves (3,0 KN/m2) e terra (solo =
18KN/m3); carga variável na tampa: peso de revestimentos: impermeabilização
(peso da manta asfáltica de 3 a 4 Kg/m2), acrescido de uma argamassa de proteção
mecânica, de 3 cm de espessura (massa específica 19 KN/m3 – NBR 6120-1980);
efeito de compactação; efeito de empuxo devido a cargas variáveis: águas (interna:
água =10 KN/m3) e o empuxo do solo (externo), considerando empuxo em repouso,
cujo coeficiente k = 0,5.

Ação triangular – devido ao solo Ação constante - Sobrecarga

ps = s*h*a ; ps = q*a ;
Ka = tg2(450-/2)
h = altura do muro
1 = direção do empuxo (ângulo de atrito entre a terra e o muro)
Também conhecido como ângulo rugosidade do muro

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ps = pressão do solo na base
𝜑
a = coeficiente de empuxo ativo horizontal = tg 2 (450 − )
2

s = massa específico aparente do solo


 = ângulo de atrito do solo
Empuxo em Repouso é aquele que ocorre quando o solo não tem possibilidade de
se deformar.

Figura 9.2 - Empuxo em repouso

9.1. Esquemas de cálculo


Para a Caixa d’água do exemplo serão analisadas 03 hipóteses de cálculo:
1.ª hipótese: Caixa Vazia (com terra no entorno e sobrecarga de veículo, mais terra
sobre a tampa);

Figura 9.3 - Reservatório enterrado – vazio

2.ª hipótese: Caixa totalmente cheia (não considerar terra em seu entorno,
considerando na tampa uma sobre carga de uma pessoa com 80 Kg/m2).

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Figura 9.4 - Reservatório cheio - sem efeito da terra, nas paredes

3.ª hipótese: Caixa cheia e, com terra no entorno; sobrecarga de veículo, mais terra
sobre a tampa;

Figura 9.5 - Reservatório enterrado cheio – com efeito da terra nas paredes

Obs: situação menos desfavorável, para o cálculo

- Cargas atuantes e vínculos:


- 1.ª Hipótese – Caixa Vazia (com terra no entorno e sobrecarga de veículo, mais
terra sobre a tampa);
- Tampa
Peso Próprio: gpp = 0,10 x 25 = 2,5 kN/m2
Revestimento: 0,03 (manta) + 0,03*19 (proteção mecânica) = 0,6 KN/m2

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Sobrecarga: 3,0 kN/m2 (veículo) + 0,3*18 (terra sobre a tampa) = 8,4 KN/m2
Total: 11,5 kN/m2

-Fundo (reação do solo na laje de fundo)


Carga na tampa: 11,5 kN/m2
Peso próprio: g pp = 0,15 ∗ 25 = 3,75 KN⁄ 2
m
Peso das Paredes laterais/Área do reservatório:
Vconc.Reser.
[ − hL,tampa − hL,fundo ] ∗ ρconc.
Areser.
15,52
=( − 0,10 − 0,15) ∗ 25 = 11,31 KN/m2
5,3 ∗ 5,3
Total: 26,56 kN/m2
Tensão aplicada no solo: 26,56 KN/m2 = 0,0266 Mpa
Tensão admissível do solo: 8/50 = 0,16 Mpa >>> Tensão atuante

- Pressão lateral do solo e sobrecarga do veículo, nas paredes


ps = ρs ∗ hs ∗ K = 18 ∗ 3,3 ∗ 0,5 = 29,7 KN/m2
psc = q ∗ k = 3,0 ∗ 0,5 = 1,5 KN/m2

Figura 9.6 - Ações atuantes no reservatório vazio

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- Vínculos
Tampa Fundo Lateral

Carga de cima para baixo Carga de baixo para cima Carga de fora para dentro
Totalmente engastada Totalmente engastado Totalmente engastada

- 2.ª Hipótese – Caixa cheia sem pressão lateral (totalmente cheia sem a terra em
seu entorno, considerando na tampa uma sobre carga de pessoas, num total de 100
Kg/m2)

- Cargas atuantes e vínculos:


- Tampa
Peso Próprio: g pp = 0,10 ∗ 25 = 2,5 KN/m2
Revestimento: 0,03 (manta) + 0,03*19 (proteção mecânica) = 0,6 KN/m2
Sobrecarga: 1,0 kN/m2 (pessoas) = 1,0 KN/m2
Total: 4,10 kN/m2

-Fundo (reação do solo na laje de fundo)


Carga na tampa: 4,10 kN/m2
Peso próprio: g pp = 0,15 ∗ 25 = 3,75 KN⁄ 2
m

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Peso das Paredes laterais/Área do reservatório:
Idem anterior: 11,31 KN/m2
Peso da água: ρágua ∗ hágua = 10 ∗ 2,8 = 28 KN/m2
Total: 47,16 kN/m2
Tensão aplicada no solo: 47,16 KN/m2 = 0,0472 Mpa
Tensão admissível do solo: 8/50 = 0,16 Mpa >>> Tensão atuante
Reação do solo na Laje de fundo = Tensão no solo – pressão d’água - gpp
psolo,fundo = σsolo − págua = 47,16 − 28,0 − 3,75 =15,41 KN/m2

- Pressão lateral do solo, nas paredes


ps = não existe
psc = não existe

- Pressão lateral da água, nas paredes


Peso da água: ρágua ∗ hágua = 10 ∗ 2,8 = 28 KN/m2

Figura 9.7 - Ações no reservatório cheio s/ terra no entorno

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- Vínculos
Tampa Fundo Lateral

Carga de baixo para cima


Carga de cima para baixo Carga de dentro para fora
Totalmente apoiada Totalmente engastado 3 bordas engastadas e apoiada
na laje da tampa

- 3.ª Hipótese – Caixa cheia com pressão lateral de terra (terra no entorno;
sobrecarga de veículo, mais terra sobre a tampa).

- Tampa
Peso Próprio: g pp = 0,10 ∗ 25 = 2,5 KN/m2
Revestimento: 0,03 (manta) + 0,03*19 (proteção mecânica) = 0,6 KN/m2
Sobrecarga: 3,0 kN/m2 (veículo) + 0,3*18 (terra sobre a tampa) = 8,4 KN/m2
Total: 11,5 kN/m2

-Fundo (reação do solo na laje de fundo)


Carga na tampa: 11,5 kN/m2

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Peso próprio: g pp = 0,15 ∗ 25 = 3,75 KN⁄ 2
m
Peso das Paredes laterais/Área do reservatório:
Vconc.Reser.
[ − hL,tampa − hL,fundo ] ∗ ρconc.
Areser.
15,52
=( − 0,10 − 0,15) ∗ 25 = 11,31 KN/m2
5,3 ∗ 5,3
- Peso da água: ρágua ∗ hágua = 10 ∗ 2,8 = 28 KN/m2
Total: 54,56 kN/m2
Tensão aplicada no solo: 54,56 KN/m2 = 0,0546 Mpa
Tensão admissível do solo: 8/50 = 0,16 Mpa >>> Tensão atuante
Reação do solo na Laje de fundo = Tensão no solo – pressão d’água - gpp
psolo,fundo = σsolo − págua = 54,56 − 28,0 − 3,75 = 22,81 KN⁄ 2
m

- Pressão lateral do solo e sobrecarga do veículo, nas paredes


ps = ρs ∗ hs ∗ K = 18 ∗ 3,3 ∗ 0,5 = 29,7 KN/m2
psc = q ∗ k = 3,0 ∗ 0,5 = 1,5 KN/m2

- Pressão lateral do solo, nas paredes


Peso da água: ρágua ∗ hágua = 10 ∗ 2,8 = 28 KN/m2

Figura 9.8 - Ações sobre os elementos estruturais do reservatório

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 97


- Vínculos
Tampa Fundo Lateral

Carga de baixo para cima


Carga de cima para baixo
Carga de dentro para fora
Totalmente apoiada Totalmente engastado 3 bordas engastadas e apoiada
na laje da tampa

9.2. Cálculos dos esforços solicitantes

Tampa Momentos Reações das lajes


para os apoios
3.ª hipótese: Cheia com terra no entorno
1.ª hipótese: Cx. Vazia

pL ∗ 𝑙x2
Nx = Ny = 𝜇𝑥′ pxe = pye
100
pL ∗ 𝑙x
pL ∗ 𝑙x2 = ′𝑥
Mx = My = 𝜇𝑥 100
100
𝑙𝑦 Nx = 𝑁𝑦 pxe = pye
 = ⁄𝑙 = 1,0 2
𝑥 11,5 ∗ 5,15 = 2,50
= 5,15 ∗
100 11,5 ∗ 5,3
= 15,71 KN. m/m ∗
10
11,5 ∗ 5,152 = 15,24 KN/m
Mx = 2,02 ∗
100
= 6,16 KN. m/m

prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 98


Momentos Reações das lajes para os apoios

Tampa Momentos Reações das lajes


2.ª hipótese: Cx. Cheia s/ terra no entorno

para os apoios

Mx = My
pL ∗ 𝑙x
pL ∗ 𝑙x2 px = py = 𝜇𝑥
= 𝜇𝑥 100
100
𝑙𝑦
 = ⁄𝑙 = 1,0 Mx = 𝑀𝑦 px = py
𝑥 2
4,10 ∗ 5,15 4,10 ∗ 5,3
= 4,23 ∗ = 2,50 ∗
100 10
= 4,60 KN. m/m
= 2,17 KN/m

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prof.º M.Sc. João Carlos de Campos Página 100

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