Aluna: Geisilane Nogueira da Silva, 10° período noturno de Psicologia
Como trabalhar em saúde, em equipe interdisciplinar, utilizando a Clínica
Ampliada como ferramenta de intervenção?
A clínica ampliada é uma ferramenta de articulação e inclusão das diferentes correntes
teóricas com os mais diferentes enfoques do trabalho em saúde. Para isso, reconhece que em algum momento pode ser necessário focar em uma abordagem específica, mas sem negar as outras existentes. Trabalhar com a clínica ampliada, exige do profissional uma postura de respeito para com o sujeito em tratamento, uma vez que tem como objetivo buscar a participação e autonomia deste em seu projeto terapêutico. Outro fator importante é o trabalho multiprofissional. A equipe precisa atentar-se de forma conjunta na construção de um Projeto Terapêutico Singular, principalmente no que se trata de Equipes de Referência. Ampliar a clínica, é construir processos de saúde nas relações ampliadas entre serviços e comunidades, visando a participação conjunta e negociada. Nesse sentido, a interdisciplinaridade aparece para somar diferentes enfoques e compartilhar saberes, desde o que é igual e geral para todos os usuários ao que diz da singularidade de cada sujeito. Nenhuma abordagem disciplinar é desvalorizada pela clínica ampliada. Ao integrar várias abordagens, possibilita um manejo eficaz da complexidade do trabalho em saúde, sendo este transdisciplinar e, assim, multiprofissional. Como proposta, acontece o debate da fragmentação do processo de trabalho e busca-se criar um contexto favorável para que os profissionais possam falar de temas e atividades não-restritas à doença ou ao núcleo do profissional. Como eixos da clínica ampliada, destaca-se fundamentalmente a compreensão ampliada do processo saúde-doença, que busca evitar conhecimentos específicos, buscando um modo diferente de fazer a clínica, ao ampliar o objeto de trabalho e buscar resultados eficientes com a inclusão de novos instrumentos; a construção compartilhada dos diagnósticos e terapêuticas, tanto com a equipe de saúde, com os serviços de saúde e na ação intersetorial, quanto com os usuários; a ampliação do “objeto de trabalho”, que são as pessoas ou grupos de pessoas, um todo em interação em seu meio, e, assim, deve-se evitar a fragmentação, individualização e desresponsabilização do trabalho, da atenção e do cuidado; a transformação dos “meios” ou instrumentos de trabalho, que privilegie uma comunicação transversal na equipe e entre equipes; e o suporte para os profissionais de saúde, para que lidem com suas próprias dificuldades.