Você está na página 1de 94

O Livro

dos Heróis para


Crianças

l�l)l'l'i\00 POR

- 11.IJSTRArlO POR
Wãlliam J. Bcnnctt EDITORA
N OVA Michad fuguc
FRONTEIRA
-

R.U::�.AO
Fernanda Costa e Silva e
\'aleska de A!,'UÍITe

Â-
fOITO«A
Nov•
'lt0Nlt1U
I

O Livro dos Heróis


PARA CRIANÇAS
c.o,.dm.it� M tf'MI� � � �
� )001 "'' � Nqv;a. Fromàr.l SA

'Ih�!\ Otwoal;1'la:l UUl.DUs's Boolr: OF liDOU.

� .. .... l�Dlu.
f) ,., ., 't\ãliNa J. Bmr.ons

�·tt· ...,. ô1u-.�


n 1??7 .,. Mirdad II.Jg�X

0.1'l"IC<Ia lk.C:�iu tb ubnem h'ng11:1��� �nrldo. � EUI'I\.OM.A N"""" F-.oto"n".nt.


..;A 'tí>do.l ct �,_.,,.r.,.,.. N..,ol""'''" p.tr1o.· � obn podo; r.w ,.,mpl'\ad.- -e--�­
lb vm �>i�� de b.\ovv o.k � ou pNC.� :rimii::T, em. qutalquc• Mltlà w uao.'a), :oo.jll
tk�úulo.,,_ ,,h: ltiWI:ópia, xr<l''il(-<10 etc.. sem a pernusilil't drt c1i·uwM ltD •·nrimaitC"
F:nnt�-.. Nv-•"J:�sA.
Rw &mb!M, l'l l.kl4afogo- ll2Sl.Q-JO
RIn de JAliCit'O- JU- t:lr-a.�il
Ttl: C21) 253711770 r:.u: (li) 25..�7-USQ
lutp://WW'W,nom·ai•"M�n:i,••�·.vw.ll•
"-m:�1l: &Aef!00\'8ÍI0Jlldr.t..c:um.b:·

Uqulpn dt! pn'ldu�


IA!•l• NNIIO;
r,IN
R.c- M�rQIX'I
I,_.belAJriM,
.\M C�ina. Me:n.bd
� C.:.,..U.v
*-�Wa .M.IIUI.d
--
-.. ......

a..-----...o df �»
.. u.,.,..�
A

Cll" Dr<l.:ut C.:�u.ltlf..l<;.4<M'W·Cwuc:


.Sn\dKato N;lcJooal dos t:illb:lro de l..ivn•, RJ

1-762 O livro � h«&. 1\CU\:1 .: ;;,. -:--


o - , \...,. I r.,.t;,,..r.-, .-
l WI----
III
:un J. O.DMtt : UU$tnao.lu
pm- M�ehacl H-i'f,lll.i ; IH1o.l�1�. fi:n.:wWa Ca:ita � :,11\•:. O Vl)koiul de 1\tldJ.lC. -
1W <k hu.x:hlJ: NIJ\':1 Fmn1t:ir.1, UXII
Q6!). !Ü.
'lhl'-'u\"ilu do::� childr>:1:ú biXIk ar het�oc.
ISDN 11� 209-li()"-<:

L AnWio�Qa:; (Li":l:r.IN.'I':I. inf�uó--joft.�•\;1}, ) llcrólw AMol� L Dc�:�nctt.


WiUiamJ. (Wlllill-n\ Jnbn), 194:;.,
11 Haguc, &·.W.,,:llll. Sih�. fi:mlmcb �a.�. IV.. ""Wn�. V.alt!J.t de.
C'nn 0?8-. S
CDU 017.)
- -
r . . ��
l I- .,

SUMARIO
p

Introdução ..... . ·· ···-----·--··--· 7

Herói!'�....... --··-·-·---· -·-·-·--· 9

Opor'lunidudc---·-·-·-·---·--·-- ··- . ··-·--·--·-·-·-·-·- 10


Sobre anjos---·---·-·-· -·-----·-- __ li
Apen,.,; um pai __
----- '6

A Esfinge•----­ ---- 18

:llatln: T<TCSa-- 25

Ka\-cgu
cm.' Nvegu t:" roI.
_a -30
Da,; c Goüas ----- - ________ 32
Nossos bcíÕis --
·
·- ... ·········--····-·-·-·-·-·-·-·--·--· ·--·-·-·-·-· 38
Como os anim!iis conseguiram a luz do wl ......-····-· 40

A'!. jt�ias t"Slrclaccs ·······-···········............ ··-·· ···---·-46

Os cavaleiros do �cudo de prata ................ .. ... 52

O Minotauro---·---·--·--·--·--···--·-·-·--·-·-·-·-····---·--·--·-·-·-· ___ 62
A professora de Hd.rt Kcllcr --·---·-·-·-·-·-·-···--·---·--·--· ·--·--- 70
Padre Flanagan ---· ·-·-·-·-·-·-··· 75
O herói do Penhasco Indígena ____ SI
A,

., de Taslúrd ----­
__ 89

Quando a mamãe lê em \"07. aJr.a __ 94


.\1/inha espo.•;a, Ela_vne, me aiu.da em muitas
c:.oi.•uL'>1 e tuntbém me ajudou muito 11esle
livro. Por t:IJusa de seu empi!rlhu. t::.">ft!- �
um livro melhore m.aL{ lKmiw-e r�o;,\u é
só uma da.s razfx� pdas quais tda I uma
heroína para mim. e para Jnhn a Jo,l.:f.'ph.
-WJ.B.

Para .Wi:mie .\1ínow


- \1 H
. .
INTRODUÇAO
-

Nn nu.·
Q """'k' cu cr� menino. os adultn< <tto<: cu <oonheda se preocup:mom
ajudar a encontrar 3lguns heróis. A princípiu, as pcsso�s que �u ma.is
admir.J.V!l n5.o eroru aquda::; que cu conhecia pcssoa.lnll:ut�. m� pcrsonalidadt:-.�
que, uo entanto, posstúam algum� qualidad<.� de excelência hunl.aua pelas quais
vale a pena esrun.�:<�r·-!)e: jog:adon-s de beis.e:OOI c fu1t!bol americano que pcr.scvc­
r:avam dentro e fora do campo, bmosos explor:�.dores da., página.o;; ela Histót'ia
-cido . caub6is dos filmes de: JlollyY�·ood que
que OUltaram cnfrcnt:lr o descuu1u
..

CA\"3Igc\am obstinaclamcntc c defendiam u que: wcnx.ia ser amado e protegido.


À u�t'dlda que h1i cre<cendo, pcn:ebJ '!""herói� também podiam ser encontr..-
dM: m:•i� perto do que se imagina entre os vi..tinhos. amigos c membros da
m.iAha própria f:unilia. Em todo::. de:t h•,•Üa uma espécie de nobre� uma gran­
dczo de espírito, um d�ar de seus objcti\'0..\ J)C�'(>Ub em nome de propó:-.i�
muiurcs- de algo que exigia r�isl(\m.·la, sac.Tiftdo. coragcr·n ou comp3ixão.
Olhando para trás. vejo que tive :.1 wrtc de ter encontrado muiLos professo·
1-tS <.fl.u.: pcnsavnn, que valia a p�na o csfHrço c o tempo dcdicztdu� a me aju·
dar na csc.ullrcJ dus ht:r-óis t:crlos. Como todo.� o.s 1)1.1is s<llx�rn. <�s crianças ilili·
tam n que vêem c ouvem. Ela�. nalur·aluu,;ntc, pr·c.x:uram exernplos par.i seguir.
Hoje. a cultur� de ma..o:;!=:a n<l.� oferece muitos. Muita." personalidades sãu colo-­
cados em �dcsa
t is pard. serem idolatradu.-, c: imiLUÚW> pelas crianças. O pro­
blema é que mu itas dda.... silo celebridades c não hc:rói.:, de 't'crdade (e já �
dl�� quç a diferença entre os dois é que; Ch hl"r'Ól.S sào conhecidos por suas
:tções \'alios.as c a..� celebridades são conht.-ciilib por �rem famosas). E fre­
qüentemente. especialment� em n0$$0$ dias, 0$ comportamentos que toma­
ram muita!) celebridades famos.-.:. .a�u �o ml·n..-c<.-dores de imitaçãu. Mas as
criança.< não sabem disso. Elas não podem pn:,cr que alguns pcdcst<Jis, ao
longo do tempo. se tomam instáveis e desabam. Portanto, é cssendaJ o empe­
nho do� aduhos em apontar 4uais ações merecem ser lu.mradas ç que pessoa...
sllo digu"" de udm.iração.

7
Este livro pretende aux:il.iaros pais nes� turcfu.. Seus heróis dão 30S
JX..-qu<:no:5 metas 3 "isar c cx:cmplocs 3 scgujr. Suu.:. hUtória.s gaul1am vida
nO:S dc:,c:nhos nlúgicos c: encant(.ldon:.s ele MichacJ Haguc. que falam
tlirctamente a o coração e à imaginação da<; criarl('-.8.$. A combina�-.ão de
u.lguma$ boas histórias, �s ilttStr.lçôes d� Midmd c a vo.l: de um dos pais
n<.�.rr.a.ndu: cs:sa é a lllaJ<.."ira
J ideal de elevar o pensamento das criauc;õl:).
àquilo que é nobre e superior.
Aljuruí desses heróis são responsáveis por façanhns antiga.<: c farno­
,;u ("este� hom<:n.s pod<.�ro.sos fomm os v�r6es de &·e.nome da Antiguida­
de", (i4-tt4:si.�)- vcn<.:cdorc� ilu�trc�. cavaleiros em eumadura, avcntul't:i­
ros de alto-mar. Muita<: de sua<: históri�s se va�uu �.:ttllu�at·� distan t es
t fc.ics crupodradas, man:s tempestuosos. esCUI'Os caJabouçm:. ca..c:­
-pl�t
telos nltissimos. Ilá. a1l:.'U1lS drama.� épic.:t)s- bt�t::tlhas que parccüun per·
didas, rcsgt'ltcs audaciosos, lutas contt'a a morte, uiunfO c.Jo bem wbrc o mal.
Mas. na realidade. a maioria dos heróis não �o homens e rnulhe� fawo­
SM.. F.l� moram perto de nós c .!)'\13S ações muitas \'t%6 põlSS:Lm da-percebida.�.
Voc,t �nt:l'ar.i esse tipo de herói aqui tatnbl-m. ltl� exercem a.� mai� variad3S
atividades c ocupam divcrsa.s posições sociais menino:. c menina.-s, pai� ç

mã.,., home11> e mulhen:. de Deus, prof=->n:s, wn vizinho di>po:;to a '!iudar. o


policial d4 er.quina. Conqui�tam no.� admiraç.ao pr..t1icandO uma ação que
qualquer um de n65 trunbéru poderia ser cap� de pr:u:icar - oferecendo um.
in\.-spcrudo gesto de compai.""tão, defendendo il
s ellCiO!'!Umcutc o qu� é (;t:r·�u. dan4
do uiTl Jt i�o de a�üenWJ· wn wiuuto � urni�. ou talvez. pcrsc\·cnmdo em uma
vida de luta • tr�balho.
Al�uns do� heróis deste livro s..Jí.o pesso<:\s t"N'I.i$. l'c)t.�OQ.$ de carne: c os:-:o,

como eu ou vucê. Ou�ros caminham só no mundo de no:»u irnaginaçüv. fuctw.ú:;


o u fictfclo.c;. t,()dO� enc;u'JI<uu seu p<p
t d �; dãv um significado au h<.·roismo.
F.I� rt<h- <.l!io a chance de dizer às criançaç:
- Olhem, h:J. uma pessoa que fc?. algo que vnle t1 pena im.itru-.
É impoi""Ulnte di.:o�r is.w � t.'T'ian�as. porque ::acreditar no bcroism.o
pode n os ajudar a ser um pouquinho melhor a c.:ada dia. Para que uos­
u� crian�:as visem à exceléncia. é preciso que- tenham um.a imagem
d� excelência..
Espero que e:tlc li,·ru ajude:- mc:ninQ:) e mc:ninas a acreditar em he­
róis. Espçro que inspire país c filhos a o lharem à sua \Qha e jumos
escolhe�m al2t1t� hcOOis para si mesmos.
Heróis

.. herói..-; favoritos vn>empora scmpn


No."-'«1. em �u(.L-s hi�Iórias e em
no�!ia mL7tuíria$ e uos aplaudem fXJY nossos próprios aios de
heroísmo.

Para você que :mu os feitos


do� heróis
�um conto de: inverno ou wnho de 'e,....lo.
A guerreiros, �n� c ...ubcn:w«A dou voz.
Em <edas. jutas e armadurA.< que brilham.
Vestindo clm.,. d� ferTO.

EleS tlt:rrotam o !\1.al c defendem o Bem.


..t:m anti� an:rms e navios de bakoa.
A c-antar, sempre pronto$ eomb..'ltem,
O triunfo irnortul de seus lábiO$ ecoa,
E rrw olhos a lu1. da gMr·ia ele� l\:m.

E.<to:;a luz nos ilwnina, c dc muito longe


Suas bravas cançõe� n<>S anin•am.
E essa wesma luta nós lutamo� hoje.
O Bem e o M•l •inda bri&am.
Aqui c agorn, � lá, uulror-.L

9
O p ortuni d a d e
r--. -· El)\\\RI) R
O\\U S:D Sll.L

N6ni at.fít1ada qUL\.l'>Ciuça quelá::.di!\.v.te'� um hrrc1i. f:. a matvjra


''CJmo l.'V<i a usa.

L lo t'\.1 'ri ou sonhei em mn1s sonhos:


Hr.wia urna nuvem de 1xx:im sobn..• u pbnic:ic;
1:! sob a nuvc1n, ou dcnn·o dela. tugia
lima violcnla batalha, c os h omcus griL11varn. c l.I.S Qpudus
Ch�vam·sc coutr.:J espada� e cscud�. A OO.ndcira de mn prú.lcipc
Avançav..._ mas, cercada pelo inimigo, começou u rccuruo.
Um homem OO\·atde tudo obscnrav3 JlO:Io un'\.--dOI'CS
E pcw•cn'Cl; ·Se <.."U th"CSSC uwa e;:,pada tlc puro a\-u un4Jdu...
1iil como a làmina azulada que possui o fllho do rol. e não essa
Cois:o �ira!· Então quebrou sua .,.pada c otirou-• longe
E, se 31T3Stando, abandonou o c=>po da luta.
Enlt&u \"Cio o filho do rci. fcdtfo. cm.:urntlado
C desarmado, e viu a espada quebrada
Cobérttl pdo pociro do ch:i<1.
13.1..: CULTcu, arrebatou-a c, <.:om um griw de gucrr�,
E1·�u�;u-.sc: novamente, e ahm.eu o il)itnigo.
li venceu a grande batalha daquele dia hcnllco.
Sobre anJos

-- A.OI\f"f>\IJ() 1>1-. L\l.RA F.. Rl:CIJARDS

E3ta t uma húl6ria sobre wtt anjo Jn gl.ltudtl cpu- edú 'ICTn� p<JTpuro. daqueles
tJur: '"<•hmt par-voei desde o mamemo em que voe� ciulga ao mundo.

perguntou o menino-. os anjos existem mesrno?


-A Híblia diz que sim - re-spondct1 (1 mtk.
Eu �i dis..,t! a çriunça -, jú vi umu figura. Ma� alguma
vez você já viu um? mãe?
Eu <.tcho que já - dis.se a mtíe -: mas ela não esta"-a ve:.�
tida como nas figurd.S.
Eu \'OU achar wn! e.\.damuu u t.:riunç.a. - Vou correr
pçla> ruas. quilômetros e quilõmeU"OS e quilômetros. até ach.ar
um anjo.
- l!.."õSa é uma boa idéia!- dU...-.c a m!ic.- F.cu irei com você.

porque \oe:é é muito pequeno pam :;air .andando pu1· aí MT/.inho.


-Eu não wu mah pc;.-qucno! - n:clamou a crlança. - Jâ sei
amarrar rnclL<;. sapatos. Sou gr:wdl•,
-É me::;mo - coucon:luu :.1 mát:,- lll.lvia me.: c.-squL"t:ido. Mas • •
o dia e;-;tá bonito e e-u vou _gostur· Ju l.:'aminhada.
- Mas voc.:ê aucl.a nuúlo devagar. com seu pC machucado.
- Po��o andar mais râpido do que voe(! pcn�a! -disse a rnác.

I •
• •

r r
�ntão oomeç.ard.lll a bu.sc�. o meniuo iu pulando c eoncn·
du. c a m�ç andav-a depre:s.')a mesmo com �u 1,.: rnCtdmçado.
tio corajlk\arneulc que a criança logo \C t-squeceu disso.
O �ninodanç2xa à frente dela e entãoviu umeanoo pratea­
do c comprido \indo c:-m �-ua direção. �o banco de ll1b. ha\i3
u.m.a. M:uhur11 mara\ilhosamenre '-e!illúa. Ouand(') t:la �<" mc�a.
l lam sua'i jóia.s c ouros. e seus olhos hrilh.nvam aind.'\ mais
n;uz
que !'>CU� dütmantes.
O C"'-tTO diminuiu to pârou no sinal.
Vt.X:.; Ç wn anjo?- ind.agúu v ç:dan�-.a COI,�ndo n1é n Cêlnu.
A senhora n�io n.:�pondC:"tt. mas fitOLH"' friumtttnte. Em segui­
da, di,.;�: urn<.t palavra ao seu motorista, � <) motot· roncou. O
cttrro UJ't·am.:nu, deixando uma ouvem cJc poC-11'4 e fumaça, c

dcsapn.J-cceu.
Os olho.oç e a boca do menino se encheram c.le �irJ. e ele
comcçuu a espi.rrar e sufocar. F.Jc rcspirttva com dificu1d3dç c

c-:sfreg-a.voa \» olh<,s, mas prontame-nte: �ua mãe se a.proximvu.


limpando a poeira c..vm � barre� do \'t':Stido.

- Ela uáo era um anjo! - afinnou a crianç.a.


- Certamente, não era! - dis.� a mãe. - Nem .w menos

p:>reei<L..
O menino voJtou " c.lauçar. pulando e corr\:ndu de wn lado
para o Oulro, c :.l mãe seguindo-o t:omo podiA.
Em certo momento, o men.inu cnc,:ontrou wna linda DlOc;a, em
umvestidobranco. Seus olhos cr.un oomo �a.aus. c o rubor

"'c 'inha em seu l1l"m Q)(uo rosas a� aua,és c;l;.. Ile\·e.


-Com ccr1C'l3\'OCê de\-e $;Cr 11m :tnjo! aclamou a crianç;t.
A .tn<»<s--a enrubesceu de- Conna uim.lu rnal� $Uavc que ant.e:s.
-Criancinha quc:-ri<la! -ela exclamou. - Outrc:t pessoa me
di� o m�wu ainda ontem ?i nuitt:. S<.•rú que eu realmente pa·
reç-o com um anjo?
Você é Wl:l anjo- insistiu u c.-iUJI��-
A moça pegou-o no <;'Oio. bc\jou-o c scgumu-o ddii;.(U • amcnte.
- Vtx:ê é: a t.:uhiinha mai� llndfl 'tllt: t:u j� vi!- ela di�c;.c.­
Diga-me-. o que fv. \IOC::t"!.::•char isso?
Mas, de repenk, sua fisionomia muduu.
-Oh! -da cxclamun.- Lã está ele, vindo uu mc..ll encon­
tro� E você 5ujou
rncu vestido br:ulCn com �us as patos empoei-
1"3dvs e desarrumou meu lindo c-:�.be-lo. V� embora, criança. \'á
p,a.ra casa c para SU3 mãe!
Efucol(X..vu o meni no M rhau. �o de Ionna gros.seira, mas
com tanta pres.'\3 qve ele se d�uflihmu e o.tiu. Mas a moça
nçm chegou a ver. poisénrri n no encontro de seu ruunorndo que
cbcg.;n•a pcb. nuL (Ah, :.c:- u moçu soubc$$C que ele a at:hava
duas vezes m
ai
... c:rt\.«ntadora com a criaw;il cw M:U colo. Mas
ola não sabia.)
Ento.\o, o menino dcitou-sc na tun em}')(l<:ir.td.;, ;a.c.»> pr..mto:;,
dté 'Ua m« dqar. pegá-lo 1l0 rolo e :!'oCC"41· '\la.' T.Jgrimas.
- '.\o ocn:dito mais que ela seja um anjo-de�-
disse a mãe. \ta, lal-n·;r vmha a -.er um dia.
Ela .;,in� é jovem.
- F-,tuu can::-w.tdo� - disse o menino. - Voct me IC\·a para
cas..'l no colo. m.i.e?
- f:. c3aro! -respondeu da. - Foi p::tnl j.._�l que vim .
A criança cmolveu o peS<;Oço da tHÚt." oom :).4.\.�
' t,,,.,ç.os. c da

�l :-.cgt••t''' fi•m c caminhando pela rua, cantand() a. mLbica que ele

n"'il� S,!:ostav;.t Ot• repentt'. d<.: k:v:mlou "l'U" o lho'(' a c·ncarou.


- f'..•t:ic - c.·1c disse-, setá que você não(.· um anjo?
Ah. meu pequeno!-respondeu �' mãe. -Eu M>u !';(Uncn­
tc a �ua m.ãc que ama muilo voc.;i:.
E M.'guiu <.:o.tulam.lo. 1.! <.
:arn in h:
n-a t�C\ (c;·li;r, mr'm() com seu
..

pé m:.chm.::.uJo. que log'O esqueceu a dor � � scnuu telidd.�de


�Oill �U J)\.'QUCDO filho.

_,.._. -

14
Apenas um pai

(), {nl(l.-. qu' nós maisadmirmnflçntJ().fõdn rtt"t.'t»orion,ntt1f.YOTi­


dlOSOS t famosos. Às vr..es. quando paramo.'>para aprtcrara vida�
de repente descobrimos um lurói.

A pcn.as um pal com o roJrto c.t\nsado,


Qw: ,�nlta para ca.�a depoi� dl> u·uhulho,
Trazendo wn pouco de ouro,. glória.
Para brindar sobre o dia 3 vitória.
M� contente d� sua alegria estar
F.m vê-lus con-er e OU\Ti·los fa13.r,

Apenas um pai de quatro lindO(. rebentos.


Somente mais um earre outl'O:I. � La.nlo:.
Oue enfrentam a batalha de todo um mts.
E �-uportam o açoite l�Ul sua \'"CZ,

Scrn nunca uma lágrima de rai,·a ou dores,


1�,. causa daqueles que o espetam. à oolte.

Apcu<:t� lWl p<Ji, 1lcrn •·ico llcm vaidoso,


Simplc.sn'lcntc mais um em meio a wdos,
Que St:. esfol'Ç<l valente no seu 1ubol',
Enfrentando ao <.:<Ull.iulto scju o que: for.
(;alado, quando lhe ahatem o< goiJ'<'<,
e sofrendo rudo por amor • elos.

Apenas wn pai que d� wdo de si,


Para que seus filhos possa redimir.
Que com dura c pcrcoc coragem faz
O que também já fC7. por elo :seu p:U.
F. bto é o qu� eu quem lhe dit,cr.
Apenas um pai. mas o melhor dos homens.

16
--
-
A Esfinge
�-�ADAPTADO DF. L'MA VFRSiO l>t �11· F Rl.ÇKLJ<Y

te= {amo�' miJ.e> grego n()$ lembra que


li:, 1r�I'Ói;) U.).Uttt o drebru.

E "'a história ocontcccu há muito tempo. quando <>>

habitantes de Tehas vi\'iam t'lllkiJÇ<Jdos por um.-1 terrível fera


de mulher. gan·as de l eo
dt�tn<tc.l�• Tisl'ir•gc. A fcnt linb:a rosto ã c
as.ns de águia. Ela ficava sentada sohn: um rochedo. pnr;)ndo
todos os viajante:» q u paSS<.�.vo:u:n propondo--lhe� um ..._ n.igm.a.
� t:

Aquele..' que o rcspondc.'iscm con·cr.amerHc podcdam vr�eguic


t-.oru ,).(_·�ur...to�::a. mas os que fr.u:assassem t"ram monos. t:. nin­
guém havia ainda conSt..-guido resolver n cni�3.
Um dia. um \·iajantechamado Édipo c.:lu;;o u � M:lc portócs
de Tcb<l.. encontrando o pow em profunda an�da c tri51C7.a
pnr causa do rcni,cl rnonsu·o. Édipo parou no �n:ado e con­
\'ersou com � cidadãos.
Qual é o farno.io enigma qu� ninguém c.::orl:)c.:J:Ue r�olvc.:r?
- pctKwllou ele.
- Ninguém sahc di1.cr-l'�pondt:r·��r.l.l t•lcs • pui� �H.(Uele
Q\10 se ave.nturar a desvendá-lo dcv(· subir ,_ozinho o roc.:hcdo
on.dc o monstro está sentado. Lá o CJliguJu lhe �c:I'Ú n:�hudv. e ::;c
fi uvcutm·ciro não soube.�n:.spon<U·-Jo lerá r.odn.� (')� n1embro$: d e
seu corpo dilacerados. E, quando ningurm sobe ptir..t hml.;.tr dt'.­
cifrar o çnigma. o monstro lnveste sobl'c u c:icludc, lc.:vam.lo sua�
vitima$. Nossos homens mais intcligcm� �; vuruju�J:ot t�utan.tw
e nunc.'"l mai� for-dlll \'ist�. Agord não há mats quem �:ia cora­
joso o suficiente para enfre-ntar" a tcrri�Pl fer"3.
Eu subireiparn enfrentaresse monstro- W...: fid;po.­
Se�.., não wubcc responder o enigma, t porque ele é realmente
muilO dificil.
- Ah. atrelido e impetuoso - cl($ cxc::l�mal"3m -, por 'l1.1e
pcns3 poder vencer. quando tantos já f.t·aça..sar'Um?
- r-.•lt.:lltor u.:ntar c falhar do que .iamais se arr1.scar.
' -
......
- Ainda ..,;sim, qwwdo o fraca,;so >ÍgniÍica a ruottc, ce�ta­
mente de,·e-se pen.coar duas vezes. não?
- Um homem s6 morre uma vez, e e..U$tirá melhor maneira
de morrer do que tentando sah·ar seus innâos?
E.h.=> )C rcjubilanu.n c;ow sua resposta c:. \'Cndu que; nada o
de�viaria de seu objeth·o. mostraram-lhe o e2minho para oro­
chedo da Esfinge. O povo foi com ele até os limites do cidade,
rezando c abençoando-o. No portão o dcixar..lm, pui� uq:uclc
que subc piira enfrentara Esfinge de\•e ir su�iuho. �c::!U nine;uém
par·a ::..judá-lo .
.édipv ah-av�soupl".ilnei.t'O um rio e d�poi� wut1 c.x.tcns� pht
n1cic, cncon1nmdo do outro huJo " montanha du E.:f011gc, �om­
hria e evidente. Então, rezou à Pa1a� Atená, a deusa de olhos
cinza da sabedoria. que lhe tirou todo o medo do cornçõo.
Édipo se dirigiu bravamente p3ra o teehed.o, onde: o mons­
trO espera,·a para atacar sua presa c. apesar de toda �u.a c;ord-

20
gem, seu coração batf..-"ll forte ao olhar :. fera. À primeira \"isa.a.
ela p.areciaum pássa.ropoderoso. cnm (c)nnidávcis "535 de bron­
ze c ouro. Os brilh3ntcs mio:s du :..ol pc.1'CUITiam �uas �. pro-­
jc:Wndo um hulo de luz c, no centro do halo. seu m�to re:�plan­
decia pálido e belo como urnli cstn;:la no amanhecer. Mas. ao
ver Édipo se aproximando, nma chumu úvida sw·giu em seu..;
olhos, c a fera colocou d� fun.t suu."' �ur'I'I.I.S �.:nu.!i�, b(ltçodo seu
r·ubo <.lc:: um h.1(1o .(XU<l outro como um lcao raivo�o.
Mesmo assim. Édipo falou n c m rin'l"'êl..a.
Vim paro ouvir seu famoso enigma, rcspond.C-lo ou morrer.
- Homem imprudente, mig.alho sabon»� e�ta que os deu­
� me e.nvicm:un hoje, c.om seu rosto belo e jovem e $eU.'> lllcrn­
bros novos e frescos.
E lambeu seus lábios cruéis.
Éc.Jipu �ntiu o sangue lhe fcncr nas \'Cias c desejou matá-la
naquele exaxo momento.
- Vamos. conte-me �u (am"-"', cni�ml!l, abominá,·cl Fúria
qué você é, para que cu posstt respondê-lo e li.vr•r esta terra
de� muldis:ãu.

21
& � rol o que o monstro perguntou:

- Au amanhL"Ccr, cl� rasiCj.a em qu:J.tro pt>ma.


. À t.ardc. ca
...

mini'Lõl em d�. À noite� se.- t.�uilibra em a.n:..� O que é. �- nun­


c:a o m�mo. nem muitos. mas s6 wn?
ktx.l.tans \-agarosamcnt.C. stus olhos brilhando <.na!lS f.' frios.
: on nunca meu apn�n·
t�dipo pcrL'><>u conl=;:ig.o mesmo: "'Agnrt
dizo.do e snbedoria precisamme ajudar ou em vüo tcn:i cum·cr­
sado com os mais sábios homens c aprendd
i o os antígus segre­
do� det fc..'IÚ<.:ia c da Grú.:ia...
(),. dcu�cs que() haviam pr·csc-nte�do <�t\m n ('onhccimt� nto
ih.un.imu'tHU o :>eu cor..t�O e dt: bt<:wum�ntc r-c:;JX>nc.l.éu.:
-O que mais seria cs::;a c.;rialura se não o homem . ó &iin­
ge? J')ois um bebê desamparado no amanhec�l'da vida engatinha
com mãos e pés. À tarde. em seu auge. c3minha ereto na tOrça
de sua ju,·enrude. E à noite, ele sus1ent:1 :oc� membJ."'S c3Ulba­
lcamç, com uma bcng-d!a. amparo da velhice. l\ão udivinhci a
.
�po:..ta correta para seu •
�-
:cu -- - emt.mt��,
•xr.o.u .
Com um gnto de desespero e ""m dizerum.:t pal3vro sequer.
a � fera levantou-se de S«."\1 lug:;tr r\3:5 roch3.S c lançou-se
ao vn:cipíciv C:ut � à irnertsa baía.
Distante, do outro lado da pJanicie. () ptwo ou\in Sêu grito c
viu o l.."UD.pejo do sol em suas a.&:\S de bronze como um relâmpa ­
go num céu de vcr.1o. As pcs.'ioOas gritnram !\0$ CéU$ em �TT".ldc­
cinlc:lll.() e cor·retarn pela vasta planfcic. J\l�ur1,:, t:l'itu::ran) Édipo
em beli.S vmbnJ� c wrn gri1(')$õ e mttçic.-1. condu7il"3m-no à cidade.
Ali mc.o.rno o coroaram rei. pois quem me-lhor para gui.á-lus que
uquclc c.tue \enceu a Esfinge c sah·ou 3 cid3:dc?
Assim. Édipo\irourei deTcba., seu n;inudu fui bum c �iu
c por muitos ar�M aquela terra p�mu.

24
M a d r e Teresa
Gra.tuk.t lr�ç não esrão apenas em histórias M li' TOS anligos. Eks ,-n,lml,. rr.::,pi­

rumt urulam mire 116s. F.lt$10 Iumulur.rvfntl d/'J� ntl.C.(f).( di4( que dedicousuavida.
a ajudar112.( p4..ttoas carenres do mundo todo.

Na djstantc india. na cidade de Calcutá, vivc 1 uma mu­


r ;.1, Eh• <: UUIH muiJ1êr pequem-t
lher conh<.�dda t.:o1uu madre Tc�
c� tc•m as costa� curvada<>: péla idade. Sua.� mâ()1; 10.âo ásperas do
Lrabalho án.luo dt".. uma vida iut-=i,·u. Seu l'OStO é enrugado, mas

seus olhos 5âo firmes c vi\·os.


Madre Teresa (: uma frcir..t. uma mulher de Deus. Mor<t em
nm:t c:t.c;a grande com oulr.A."t mulhc:rcs. que se chamam rec:i­
pnx:amcotc de '"i.nnãs•, puâ!. Wo como um3 fnmíli:l. Todas elas
cnrreraram suas \idas a Deus c tentam fazer o Seu trabalho.
Se \'ocê pudesse \'isitar mac.ln: Tt.·� c p;l«ar um dia com
ela, o que iria \cr?
Ela se levanta da ca.ú\a uluito cedo pela m:mhã, muito 3DICS
de o sol nasct.-r. Reza as suas oraçâQ. toma �u café di! rnanhií c
(az as tarefas domêc;it c_.... s com a.s outra.c: lnnâ.fõ. Depois. sai de
C{I.Sa c v:u para a-. ruas.
Scguimlu-a, \lt'X:i- a vetii. o.t��dando em panes da cidade onde
M prédios são sujos c as rua.-;, cheia� d..: li.xu, onde as pessoas
têm um olhar·lri.�rc c c;;�n.sadtJ. F.l3 vi! um menino. que provavel­
mente não t: mais-velho que você. s.entado contra n parede. Suas
ruupus estãorasgadas c seu rosto, cobcno de poeira. Ele náo
tem ca�a e não sabe onde seus pais c:st!to.
í a. Pega-o pela m;I.O. Limpa a sujeira de seu
M:1dre Terc..:;:4 p:r
rosto c as lágrimas de scwo ulhOQ,. e le\-a-o parn um lugar onde as
irmãs lhe darão banho c roupas DO\'� Depois tcntardo encon­
lrM uma famüi(:l q.u<: o award ç o k:\a� para ca�.

25
- Um� crianç-a é u.n\ presente de Delb uwdn: 'lt,n� diz..
Toda.-. crianças estão aqui para amar ç serem amada
a..-.
....
Agord. siga wac..lreTe-resa enquanto ch.t anc..l;,t poroutr.:�s ruas.
El" "-ni :) ca.c;a de uma mulher que �Ui. docnlc: c que não tem
ninguém �rd t.:uidar dela. �cnhurrna JM::-."'""" quer claegat• pt:-rt.o
dda. com medo de pegar �u:a dot"nça. \1a.drc Teresa se inclina
sobre a sua ama
c c lhe oferece ru_
auns n·méc.li�. úwa a.s partes

de sua pele onde aparecem o." sinai� d� dcK:nç;,a.. Ocpui�. limpa o


quwto du. poln<t: •nulher e uh� u:sj._.11c:la.., pa,.a. o ::u fresco e1lttar.
- Deus presenteou cada um de nós c:om uma lamparina
;1c.esa - madn� Teresa diz. É nos
s u trab.,lhu m<.intê-IO:J ;:�s.sim.
Po;:r . mantê-la ac<.-s. a hasls den·amar 6k'<> t.:tn seu intcriur. Es.;,;.c
ólc:v vc::111 Jt: nossos ptóprios uto,o.; d� umor.
Seguindo madre ·1eres.a mais um pouco. voc:é a vt·r..i. entrar
m1 c-asa de um�t f:1mílkt que não comeu nud:.t o <Ji:.t inlciro. As
cri;mç:)S C$-ÚO magras de fome. F.la lhe� d;,í. u m puucu de arrull'. to:

v� vllioo t1dt:S bJilham. E eu�o a mãe da fa.mflia 13z urna coisa


mara,ilhosa: pc.y.:1 o arroz c o divide em dlla) part�. Jc,ando
ntel.;•de p:u":l: a famiHa \i'"Jinh�.
- Eles estão com fome também - diJ:. :.. anudn: 'lt:n:sa.
A w<tdr-e soni.
- t:bamamos cs:;as pessoas de pOOI"C> - da dU-, mas
t•las s�•o rit:a...., de: amor!
Seguindo madre Tt:t"t.-sa só um puuco mnls. voei- a verá indo
faJ;,u· com um homem muito velho na rua. Ele também parece
estar triste e cansado.
Mndn.� Teresa coloca sn:1 . nrnbros du ht)OlC'IU.
m:m nn...
-Corno\'� e::.t.á p<.l::i:Kmtlo?- dtt p\;&'gWl.ttt cheia detemtu·a.
Ele se surpreende. ma.� seu msto se ilwnin<• çom lun �orri�.
- Já C..u. 1.ant,o 1empo dcsd�.: � l1h i ma ve7. que �nti o calo1' de
uma oulrd mão!- ele! chora.- Há quanto tempo ninguém se
pn.vcupa t:u'i: falar con1igo!
Madre Teresa conversa com de por um tempo. dando-lhe
conlm1o.

(�-
-A pior fome de todas é a fome de. õlmor ela diz a você
enque�nlo corlli.u.ua &!O c:amiuho.-A pior dot:nça é u )t:Uluncn�
to � 1'\Ao ser querido por ninguém.
Se você voharoutro dia e seguir road.rt'ICrcA no'amentc, é
pos$ivcl que você a veja pegar um �wi:áo .:: 'iuj.-r põím ou\J'a.:>
tem..). é �ívcl que 'ocê a vc.-j:<& visitar o PQ\'0 de um pais onde

aconteceu um tcnivcl terTCmoto. É possível que vocC a veja


vi:lj31' p3rn um lugar dilacerado pela guerr..t. Ou é po��ível que
\rOCê a encontre visitando oulra� innâs que fazem. em !K:U� pró­
pri� Pê•í�. o wcswo lipo de tr�balbo que.: madre Tc.rc..:sa fa::c:
na fndia.
Se você pudc:>:><t" viajar oom ela, veda <.JUI.: ucout�:ecu uma
coi�<- tn�•rc�villiooa. Encontraria mui1as pessoas que u!m acom­
panhado o que eJa e.�tá fa7..endo. Ela.� têrn vi!õ:10 como ela ajuda
os pobres e os doentes. uma pessoa de c.ad:1 ' CJ' ... c decidiram
agir cb mesma fottn.a. Nos seus próprios paí:,c:t, llll.). :.u.as pró­
prias cidades, elas cuidam daqueles que nAo t.m. ninguém que
0< ajude. São os Ml<Sionári os da C3ridade. Você pod< achá-los

em todos os lugares do mundo.


E, 3$$im. � pçqueoa mulher que :md3 pcw = da Ín­
dru, tentando ajudar wna �'="" de cada \'CZ, já ajudou real­
mente milhar'($ de pe!'.-�" no mundo rodo. J&-� é um3 �pécic
de milagre.
Se você lhe perguntar, ela dirá que nâo é ela quem faz isso.
- é v lr-ubal.hu dt: Deu.s que e�Ui .sendo i ef to. mio o wcu­
ela diz:.- !)ou apenas um lápis de Oen�. 1�((1 é t u do qne �ou.
Sou sou p equenino lápis e Ele escreve âlruvés de mim. Ele me
usa parJ escrever o que gosta.
E.Ja $On; <.:Owo � e�livc:s�e Ute dizelulo adl,..'US. Ma� pêÚ11 pard
lhe dizermais um.a coisa. O que ela quer lhe dizcz·? Isso:
Deixe tudo o que você 6zer ser algo belo parti Deus.
Naveguem! N a v e gu e m !
c-- • JOAU�IM 1\!Ju.t.R

À.s ve::
ts .ur um herói sigJri[ica ter corar,Pm ; cleJmli.
e nação para
dr� ·1.:'tn {renc�r. enq:uutro todas à .tua \'t)l/tl grilam "Volzcr.

Atrás dele ficaram os Açores de Lcrra cinzn


Atnls dclc. os portões das estrelas de H�reules
À Z'IUU fn�nl.t:, U�fl) C'O�làs flt:: I U fani.U::HIIU:, 1.Jivi:;U
A sua frente. apenas as águas sem tlm do�
ime.diato disse: "Agor:o
man.·s

O bom temos de n.zar,


Vejam só! As estrelas desaparecem.
Dit:.a. AlminmLc:, o que de:\O fal:ur?"
"'PoLS bem. eu digo: Naveguem! Na,·eguem!·

dia �pó:.
"'Mc:u.'i homcn..-. preparam um motim di�,
homens tenivclmcntc
\1cu..' estão pálidos..
froccn c:: ..

hron7cado.
O valente imediato na distânda refletia.
� a onda s:tlv..:ada molhou seu rnstn

bt'avo
·o que de:vu dize-r. Almirante,
Se na alvor..tda somente o os homens vCcmT
di<t,
mar
·pois bem. <so raiar do ([Ul� v<.K.'.(· c.·-unlc:
Naveguem! Navc,S'llcm c mtVcgucm!"

E eles o
Alé que
navcg-Mam c navc.�g-drdm. se vento rugia.
_por· fifu di� o pálido irnl-diaro:
·Agora sabe-r 1\Cffi mesmo l)c.us poderia.

sua rota
por que de\·emos n6s estar mo�?

mares
� 'l'nloo csquccaam
� .f-em Deu.'> os csuemecetn.

bravo diga agol'a..


Almirante. e •
Kavq:ucm! Naveguem!
fale. .

E ele disoc: • •

30
Eles D3\·cg3I3.lll e nu,c:e,anuu, c: o imediato falou:
"'O J..[l(IC iusano mostra os dentes na noJte.
F.ncre<pa <CIL< lábios. espreil:l qual J!I'O
U•

.E flagela a todos como um aço ite:.


Então, bravo Almifalu�. diga-no:, afiuul
O que ftro::r :;c as c:.:spcranç& fogcm?-
E suas palavra<: � .-
�h.:umn ':mnu um punha);
..

"N�veguem! �a."dgucm! Nuvcl:)ucrnl�

Pálido c exausto� pc:m1ancccu nu turnbadilho


.E a.Lrd'é> da es<.;uridão obscn·a\oa
o mar:
Ah! Escura noite, m�
. .. pan:cc um brilho.
Uma luz! Uma hv..! Lma lw. a no� guiar.
Cresceu, UDlôl bandc:iro.� de e:ttn:l��it.ada.
Tor nou·x- o lcmpo do r
i romper da ah-omda.
TOmou o mundo e deu 30 rnundo
Um lcm:!: F.m frente! Hm frente!

Jl
Davi e G o l ias
.
' c--..- ADAPTADO DE UMA VERSÃO Dt
I
J. BERC Es�VIt:l>- E MAIUt:lTA STOCK.uu>
l
I
l:!.fte I um dDs fltrôls mms CJueriJkJs d() nwndn, um mznino que encontrou a cora­
gem em sua própria fé.
.
.

M,Jit.n tempo atrás, nas ten·a.s de Bel�m da Jud�ia, vi­


viu urn meniJio pastor chamado Onvi. F.lc crujuv�m. m�s muito
cur"dj�. Seus olhos eram vivos e .sua:> mú�. O"'U$Culosas. De
ve1. em quando. lCrds sc.lvagt:nl\ �uhiam �lTalCird.weute a eu­
costA onde D:wi cuidava de suas ovelhas e tent:wam roubar-lhe
um tordcim. O m�nin.o, então� im·Clrti" conlr-.a. elas p�n de
' fender seu rebanho. AlgwJta' \oc:;.e.-.., de ptgava sua alin•dcint
' e lanç.ava ''ioJcntameme uma pedra na fcnt. c nunca crra,·a
seu ah-'<J.
Chegou uu1 dia em que o e-xército d� lili;)tcu.s veio m.u-

char1do por entre as mont� ua inLcn�o de cxpubar o po\'O


de Israel de �"\Ja wn-a. O rei Saul. ent!'to. reuniu !\e u próprio
exército c rui ao encontro d�1 tropa inimi�:•. 01: três innt{os m�tis
vclfm.� de Davi acon1panbaram u n:i, mus Dtwi ficou em ca.c;.a
pnra cuidar das ovelha�.
- Você é m�1il0 Jl.ovo - disseram os irrnav:-.. - Aque no
campo c t:uidc da se-gttr;:ln� do rch:mht,,
Quarenta dias se pru;:;ar.un e uá
u houve 1\CU.buma notícia da
batalha. Enlão. o poi d" Davi chamou o Alho c di>:><::
l.cvc oomida para seus irmãos no aetimpamento e Yeja
como d...
..,. �.�tão passando.
Davi se aprontoubc..-m cedo pea
l manhã e viâjou em direção

.r::\
:.\montanha onde o c-�ércirodo rei Saul estava at:e
un1>ado. Ouan·
do chegou lá, ha\ia uma enonnc gritari� <·ntre o exén.;lo dos

�= - - v�
isr-(.ldcn�� e o cx6relto do.oç filistcus. El<.� �·o<lvu pelas fil�ir·as �
finalmente cuc.·uult'Ou .)CUS irm!ios.
F.nqu�nLO �lcs se falavam. urn silêncio pairou sobre o cxÇn.:i­
lo dv t''-1i S\lul. E. no Otlh"' lado d� cncosl.!l, nmlc e-stava o exér­
cito dt>:'t fllistcus, :;ur�iu um magnífit.:o gi�aJne. Ele dava largas
u
pass
.. ) Uc um ladu p<tra Otl1ru. s u:. a•·madura b1ilhando com o
a
.l
�ui. Seu cM:udo era grande como uma enorme roda de carru.a­
�c:-m e � \'.i:JCIO de: S\13 poderosa t".Sp3d3 rct.:llhando o ar cndtc-u de

terror � COI'UfWOO u� iu.nncn..) du n!i Saul.


- Aqutle � o m"Jl"lflcn gt�ame Golias - o irmão do Da'<i
lhe di!to..'-C. - Todos os diAs. �lt ólnda pela monwnh�t c grita o���
de�uparo os bom('nS d(' Israel. m."\..'i ninb,"Uém dcnlrt' nós ousa
C:)tar frente a fn:Jilc t.:urn de.
-O qu�? 05 homtns dt Jgatl estão com medo? -pc;rgWJ­
tou .Oavt. - NinJJUém quer ir eomb:Ht'-lo? F.ntio irei eu mesmo

.n
combater esse gigante. Eu não tenho medo dele. pois sei que
l>c:us l�ard. comigo.
O rei S:'tul om•iu J;tJ3.� pala\'h't.� c C'hamou l)a\i. Quando ele
viu que Davi era apenas wn - a nã
menino, lcnlou conw�·oci.-lo o
ir lutar contra o �gamc sozinho. Ma.' Otsvi nã
o tinha medo.
-O Senhor cuitlar.1 de !IWD- ele dJ»c a Saul.
- Muito bem - dis.�e o r-ei. - Vá, Deus estará co m \'OC
ê.
J\s.sitn? o tel ordenou :t.os guo.td:t.s. qu� rroux�m
c su� pró
pria armadura c espada para Davi. MM l)�n1 dí:s:sc:
so. J.!u n\iu lcuJJu tk"..)tn:� par;."
- Eu náo po.sso Jutar com is
rna11L'já-las.
E u:s ._:olocou oo ch5o, pois .:.abiu qu�: c.udo homctu dcvt".t�<.t
ganhar a gucrr<' C(lrn :S.U(l.."i pn)prius �Jnnu�.
Pí:"gou, t.�nt.�o. �u �jadt"l. Com sua hob:a de pa�-tor e a atira­
deU-a a tinu:olo iniciou ua
s camiuhac.lu dci..�ndo o ücampamento
tios isn�t.:k•'l:,e:s. Oc.c;;ccu a encn.;,t..'l c chegou a um tio. Lá ele parou.
�olheu cinco ptx:lras polidas t'ju�uu·� c.knln• de "'m hnl.�a.
Oc- uma rnontanha.. o cxérl:ilü dt) I'Ci Snul olhava-o em silén­
do, cmn adutit'aç.ào, �uquautu da out1�. ob$crva.va-o o hando
dn� fili!itCUS. Ú magnífico giganlC \'lU 0U\'j C Õt:\1 h.argw; J)iL'i.ô;é.l­
da.�para em:ontr J-!o. Mas. quo.uu..lu GoliM viu que era um meni­
no, p..'lm\t.
- Os homens de 1-:>.t..td Q\ã
.. o C�ǫlOdo de mim ao enviarem
uma criança para lutar comigo? - de K,riluo. - Vu1t�� Ou c:u
dan:i �ua carne para � pác;..Q.� do �r e as fera� do campo.
Mas Da,; não tm.ba medo em seu c:ora�-ao. pois s:.thi3 que
Deus .:sla\â com ele. Colocou :t mlo dcntTO da bols..'t c n;lirou
uma das pedras. A.m.unou-a na. alinclcim, e .seu.." olho:-. pc:n;pi­
c:u.tos descobriram um lugar na t�Ul do �riga.m.e que n ão era
cobc-no pelo �p�cete.

JS
F.nquanto Gobas corria em d1reçao a Oa\i, o pequeno pas­
tor pLLxou sua atir;ldeira e. com tod:. n for<;":. de �tl musculoso
bt'a.ço dkeito. arremessou a pedra.
A pc:dn1 zuuiu pt::lv ��-c golPÇQu ,. lc:o,w de Goli
a!i'. St:u c:nor­
mecorpo cambaleou e fina1mente at1u �trondoso.\mente nochão.
Enqu..·mto o gigante c.c;�v\\ dcit\\do ('()m o mslo o;;obre a tcn:-:�,
D:.vi correu vçlouncntc parn o �cu l�du. ac.;ou�lhc
:, a própria
(';)pade� e �P'JfOU sua el)urruc ��
t.: ·41 de -,cu C�')q'Jot.,,
A.�õ..'>im que o exército israelense \lU o que havia acontecido.
�e'\"3Diou-se ;�� bradO$ e correu montanha :l�ixo. Qu;tndo os
fili�tc� \'r
i d.Ul .::;cu melhor guerrdro dcg.uado
l por aqudc
1'3pa7inho. fugiram em dirc.;ão � •ua u:mo. dci.•ando para trás
ruas barracas e todas as suas nqueza>..
Davi. o pequeno pastor. tomou-.;.e conhecido em t.ocb �que­
la h:rra por ;:,-ua b r
c1\
urc1e fé, c, an� mah 1.41rdc. foi c;oroado rei
de J•raeL

37
Nossos heróis

J+m.-,.here /ã:rr<1 que écert(), mdmo quamlo o mu11do teJJJ.a vcci


a {
a.:.
�:
r ou1ra coisa. é um sinal de cnra�em mvrul.

A qw v<Ji uma ajlllh"• t\O mcníuu de cor.1yem


Que faz. aqui.Jo que sabt- s...·r t'N1n.
Se <.ss ufclia$ do mundo o di$trncm,
Trava umC:� dw·a batalha de bem p..·&1o.
Ele qul' çOntra si c seus colcgu� luta
Encontrará um inimigo podt·r'(')C\().
E � as honrus lhe cabem O..'\ di;.pu.t;�.
ct o menino que diz ·t\:w!·
Vi\'as par

Existem muitas- bat.all:l-,;li num só dia.


E u mundo sobre sso
i nadn s:tbc.
F.xistcm de pequenos hm...os a ... u
· lent üa.
Cuj-;.t força põe a.� legiões l
'lll alnrdc.
R ele! quç luta desanr•;;tdo
É ulais d<.> que um herói, afirmn
no que ttq_uclc que �.:vr1duz solduc.tos,
Vem:<:ndo pel�-t guetTa o cuuOitn.

Agüente firme, menino, etn meio à tcnláção


E31 c;a o que voçê ."loábt ser certo.

Sçja tenaz como um varão,


E ,ocê resistirá de peito abeno.
Que ·reto Bem• seja o �u lc-m:�..
Suportando a:; c..:umcnda.s
F. Deus. que faz que ll(tdn � tcnt.a,
S.:mprç lho dará fnrças par-• o combate.

.>R
C o mo o s a n 1 m a1s
• •

c o ns e g u i r a m a l u z d o s o l

Esta � Hm.a (dbulu norte-americana sobre tLmar mai� umu "'�7.. wlllra todas tt("
fJ�billdades. mesmo qut.mt.ú> o.�ouJros j{Í tentaram t falharam. Às ... r.
-t..CS, aP".St!�

W'rança cria heróis.

Hvia wntempo em que esta p3rte do mundo el'a cun.s­


Uanlc-mcntc escura, c todos os anintais Cic.üvam tateando à ::iUa
chocando-se uns com os outJ'n'i:, -.em uuuca �bcr
volu.a ç s onde
estavam em tal c.�urid3o. Finalmt-nte, clct- convoc:u-am um�
grande reunião pàrcldecidir como rcsoker o problema.
- '\ós precisamos de luz - di»c: " Coruja. - A Coruja
dirigia a reunião porque da podia ver no �m �lhor do que
oc. outros animais.
-t: isso mc:sulo! N"ós pn:c.:isarnos de luz todos clamaram.
- Ma:> undc iremos con..scguir?
- Js..� não é urna c;cJi.sa fát.:il - alertt)u 2 ConJja. - Oizem
que bt1 1uz do outro lado do munde>. Mas é un1: longo caminho c
a viagem �cr.i perigosa. Aquele que for pode nunca mais vvlt.ur.
- J3uWo quem deverá ir? - perguutanun tOOu:; de uma só
vez. - Ouem �� at,·is<:3d nessa jon1ada.?

Houve um grande- sil�ncio. Tc)(Jos os bichos C$trenu:<.:cJ·am.


na t..�-uridão.
Por fim, QU\'i.rcun uma voz humild.:.
- Eu jJC):-i$-1> l.t::nl(w- ufcn:c.·cu·.)(.' o G<uub<t. - Tenho um
rabo longo e espesso. Polt.� guS�rd:ar um pouco de luz dentro do
pêlo c carreg:S·lo pru-a casa atr-á:i de miu\.
Assim. o Gambá iniciou sua jotnacb sozinho em direção ao
oriente. Andou durante: dia:, c clli.ts pela. lCIT'd �urd. sem sabcr­
e.xatamente onde estava. até que finalmente começou a ver um
pequeno brilho no céu.
f.k wm:u naquda din:ção c o p.:qucoo brilho foi ficando
cada ve1. maior e mai.l\ briltumtc. Rapidamente � tornou tão
claro que feriu seus olhos. c o g:ambi precisou desviá-los parA
o. É por sso
não fic-.ar ce-g i que. ;.uf hoje, os gnmbás freqüeu­
h:wenk upertau'l bem �us olhos comv � �tin�cm dormindo.

41
Quando chegou àO ouuu lado tlo mundo. o Gambá final­
mente en.._vulrou o soL Ele agarrou um JX·dao
c; o nkib r
.tp1do
que pôde c guardolH.> t•m.sua longa e es�<.;.a c:mda. c lnmotJ o
C.'\mínho de \"Ofta para C3.""0:1-
�1b o percurso de.- Yulw er<t: tão longo quanto n da id;e, é
clom. t" u lll-ço
-"tl� de sol era muito quen1(• <· brilhantl' parn o
pobr� G:tmbá. O s()J <JHcimnu ttxlo o pé
l o d�o.· :sua c:.�.uc.la � c.:aiu no
c·h�o. Por isso. hoj� em dia, os rahos dos gnrnbá� :.úo coznp,;Uv�
c >em pÇIO>.
- O G�mb{l tentou e falhou todns 00> uninwi.!, �xdama­
-

rarn. quaudo ele cht:zml em c�s� n� ('.SCuridúo. - Agnra, nunc..'\


M'l:li$ tCI'CUl� luz.
- tu le'Tltarei agora - ofc.·n.'Cc."U·� o .\bu� -Tal\-cz parn
c-....::• vi.;.gemsej.:J neces:sário alglk.-m ccm1 a.-.;'-'·

O Abu..Lrc., então, voou pal'a o oli�ntc c lino.&lrncntt; c;bcgou ao


.:sol. Mergulhou c anebutou-llu: um pcd:sc;o com �u� garr-�.
- O Gambá tentou carreg::.tr ü ot
..,. (.'m seu rnbo e deL-..:ou-o
ca_ir- ele dis...�consigo m�
o.srnn. - Eu t.cnlarci C".nrrC"g3-lo em
ruinh01 cabeça.
O Ahutrc colocou o pc-thtço de sol em sua cabeça e Ct)uh:�:ou
:<-uH jornada tlc \'Oil<t. mas. o �I ruaav:1 t:to qut·uh· que queimou
toda.c; a.c; pena..:: no altt1 de sua c:.beç.n. J.!lc Iic..-ou tão tonto que se
pen.leu no a
c.: minho c começou a gir·ar e gira•- JX.>• toda c-.1 parte
até que o pedaço de s ol caiu por terra. Por isso. hoje cul dia, o
abulrc é c.arcca c ainda podemos \-(�·lu \'tl;,tr" �-t·m romo em círcu­
los sobre nós.
-Agora, csuunao. ddlniliv-�mcntc Uqulcbdoo bradar.uu
u::> animais quando o Abu:n-e retOtlNM.r no �tuv. O Gambá e o
-

Abtnre ftl'.cr.ml o melhorquepodi:un, m# i,.'(.;,;() não foi osuficiente.


- là.h·cz dcv�sscmos tcnrar m:tis uma. \"e'.t- uma dclic:.lda
vo7 surgiu do m•.u�gal. - Eu irei dcss:t vez.
- Quem? - perguntaram os nnimfli,. - Oucw C..tlou sso
i ?

43
- Sou eu� dona Aranha. Sei que sou �uen
u e leuta, mas
lah-cz cu seja a única capaz de cunSl."gUÍr.
Antes de iniciar a viagem. elajuntou uw poucu cJc barro mo­

lhado ecom� suas oilominúsculas �2._.-;; (tYJ' um pequeno pote.


-O Gambá c oAbutre não tin.lutn nadu par..a cwng-..ar osol
-da d..i.ssc. Eu o t:oloc:an:i u�1c pore.
Dcpoi� la e teceu um fio e prendeu a ponla nuro� pedra.
- A lu;.: brilhante do sol m.."lchucou os olhos do Grunbá, c o
$CU cnlor IC� o Abutre se perder pelo c:uninho ela di:s::;c. -
Mo.s cu seguir�i e::;k fio no c.:"'winho de volta.
Assim. ela iniciou ajomada erll dir\.�ÍIV <to oriente. U!l'i!ndo
�ua. teia que nc�iV:,i p3r�i Lr�ts confornlC' ela �e adiantava. Ouando
ela alcançou o :rui� b di�.uu um pequeno )X:daço c QOlocou""O no
""" pote de barro. Ele brilhava WIIIO que do mal pôde ,-e-lo,
ia de vnha
ma:. conLOrnou c seguiu sua te

Ela veio C3minh.:mdo do orie-nte todà bdlh�ntc. pat(."êendo


ser o próprio sol. E até hoje, quando um:. 3r3nh.a t«-c sua teia,.
ela se parece com os raios do na.�cr elo �1.

44
\..)

Finalmeot.c. ela chegou em �..:u.:x�. Tvd�OS animais puder""'drtt,


então, \·ê-la pda primeira \"C7_ El� \ir"fint o quão peque-nina e
\�dha a aranha era. e pe�r:•m como ela p6de ID.cr sozinh."l :t
\'tagem.. Em seguida, \;ram como tinh:a am:g3do o s.ol no pe­
queno pote, e foi aí que o mundo 0..p1'endeu a faz.cr potes de
argila c colocá-las ao sol pard >eear.
Mas a dona Aranhajá l inha passado muno u,mpo perto do
sol. Isso explica por que hoje em di... cl:t prefere faz..er !lo"Ua !C�
n3.� primeiras hor.as damanh.;., õUtlQ de: o ;)QI fiar
c aho c quente.

45
. .

As JOlaS estrelares

.--_., AO
.\'
.. P
TAOO OOS IR.M� GKI\1\1

F.,,tu linda historinha eçoa a.�pal<nras tnconrra� nu CYang�tlr<�


d� $(
ia Mot�us: ..F.a ri'vefOmee me�te..' 1/� <:tmter. tsttl\'U IW e me
W.'_,ti.•:tt:s. •

E ra uma vez \trn:.t ulcnina que morava sot il'tha com sua
U\'Ó it.l..,_.,a n.as cc1·çanias de
fJo•·c
st.
a• Elu.s «.:r::un t{io pohres
. um:t

que mal podiam çoulprar comidu p:.�ro1 se uliJncnror c roupáS


pard se '�ti1:
Não faz mal. ,·ovtl - di7Ja a memna - ;.l�um dia serei
groa.ndc o bastante pard. trubalhar c, cnt.áo, enriquecerei tanto
que podc.:n::i çomJ>Iat" tudo de que pn=i.:i:,.aJUU:. c aind4a dar wn
puuco para os outros pob
n:..
.... tambêm.

Unt dia n criança foi ã floresa


t par.a catar alr.uns gr.n·cte».
n14l c:o;p.:rnva vendê-los pot· alguma:s moeda." na cidade. dn nutro
lado da coliua. Co1t1u is..� dc\'cria J..:,ur ._, diu ludO. IC\·ou um pc·
d��o dt· pão que eratudo o quetinha pam comer Hh.� v f'im do dia.
Crn inverno c o ar estava extrcmanu,•nlc frio. /\. c.·1·W.uç<:t :s<:

.:ru-olou em seu f>L"t.JUl'-tlO x


� Jc c cnrrcu o mais t"ápido que pôde.
listava <.:OIU foWt:. mas prefe
riu guun.hu· .;,t:U pGO p<J.r-u t.h:pois
Cfllt' tive.,.::;c tenninado de <�panhar a lenha.

46
f Assim que ela çhcgou à flor�ta. cn�om.rou um menino a:in­
dd menor du quê da. que;: horcnu
c.: "rrwrg.umeute.
A menina ficou co
m o,i da . t'arou e pefJ:U11tou à criança por
que cst:l\."3. chorando.
Eu c.:-.1ou dt
or.t
uc.Ju- ele roponc.lcu
• porque C!olou com
fome.
- Você não comeu nad;. hoje? - ela pe:rgumou.
- Nio comi nada c estou fnmintn, � n:
·n � ;1ondç ir p3ra
,
C.:UJlS<:••uir a}...wua çomida.
o o

A menina suspirou.

47
- Você prova,.-clmeme e.'\lâ com mais fome do que: eu - ela
disse, e retirou o pão de seu bolso e deu-o �n menino
. .t.m Sf
·
..
·
gw·
da. ap�-� noYd.lllente.
PotK.'U k'mpo depois. encontrou uma outr-a cri3.D.ça. que de­
via ser ainda mais miscr..h'el que a primeira. C
l a pan:c:ia e.ofotar
q_u.:\.Se congelada pelo frio. sua rottp3 (>r..l um lr:ipo e sua pele
<.�lava U/ul.
- Ah - ela chonuni.ngou. Se eu rive5sc um vt:...t., idinho
quente como o eu!
s Ajude-me, eu imp1om. scn&u ce1tamcntc
mon·ere:i de frio.
A bw meuina li.>i lôJll.adta de compaixão. "'l!u tuu.ho \11"" vc!ttido
c um Nale". pensou. "Vou dof·u,n de-le$ para essa pobn: 1ntminu."'
.C.
I a tirou seu vestido e entregou-o à c
r ict��ça. depois cnvol­
vt-u se-us próprios ombros com o x:•lc. Mesmo com el�. ela 5;CO-
tiu muitoio.
rf Mas estava peno do lugar onde c.ataria O!\ gravetos
c assim qm.� os unh
j \ sse iria c.orrer de volta parn casa.
llla se apressou� mas, chcgandQ uo lugarondebavia gl-:lVCtos,
avistou uma velhinha que também c."!!tOvã lá r�olllendv pt:di!­
ços de Ul8deir·a. A vdllin.lJ<t t-ra tãu curvada c pobre e tinha um
aspecto tão mlserâvcl que n coraçâ
(> du mcnin;, doeu.
- Ai, ai! - resruw1gou a velhinha. - Como doc;m meus
pobres ossos. Se cu tivesse ao men05 um xnle pard �nrolar· noo
nmhros. c:(l n�o .sofrer'iêf tanto.
A cnança pensou em sua avó c em como ela. sofria às \'t.7.cs
com o frio. c ficou com. muita. pena cl.3 mulhtr.
-Aqui cslii - da disse. - Fique com o meu xale.
F.. puxando o xale d� ombCO$. deu� para a senhora.
E então ela permaneceu na Oorcsta com $CU.,<.;; hr.1ços c om­
bros nus, c nada mai� que SWl pequena camisola. Um vC"nto
üo ::;entia Crio. E.Ju n&o havia comido
conarne :-iOprou, mas da u

49
nada., m;;tS não estava com fome. Estava alimentada c aquecida
por sua própria hondadc::.
Apanhou seus gra,·etos e iniciou o eaminhn de ,�olta pa.ra
e.ua. Estava escurecendo e as estrd� brilha\am �lr.l\-6. dos
ealho:> de>folhados das árvores. De rcpcnt<. um ,-clhinho parou
ao �u lado.
� me seus gravetos - disse ele -. poi,; � miaha larcir.a
t:l'ilá fr i a C Cll estou velho demais p:u� Ír C.."\tQr tllOdCir<:l.
A rncnin" su:spirou. Se ela lhe desse os gTI!l\'CtOS teria de pa­
rnr novament.e par(l juntar rnai:o:.. Ma!'o,. JUCl>UU) ��irn. d<t rt!io
poderi<.l re<::usar.
- f'iquc com eles - ela disse -, em non\C do Pni.
A.'\..�im que ela falou i s.."So, viu que nâo e11.1 mhi;o, uu\ vdhiuho
que estava à sua frente. mas um anjo chti(') de lur..
Você alimentou quem tinha fome -di= o aojo. Você
\:"c.\tiu que-m cstav� nu c prcsLOu :ajuda 3 quem pediu. \'ocê: não
dcre ir sem ser recompensada Veja!
lm<:dial<lmcnlc uma luz brilhou em \"Olua da criança . e ela
te\'C a sensaçã
o de que toda� a� estrela.�:: C1'la\·am <'.:lindo entre os
g:ill� �m rolhas das m·on:.-s. Mas a..,. c:stn:l�cr.lm di<.1manlcs1
ru.bi.s c outras pedra� preci05a.�. Ela.� C;'l.fram tum força no cltiJo.
- Jtwtc-as todas- disse o anjo -. pois elas )âQ suas.
Admirada. ela pegou tudo o que pêxlc c;:!lrrcg:•r no Lt."t: ido dç
su� pcqucn� calUisola..
Quando ela oJhou em voha novamente. (') Bllj(')já linha pani�
d('), Cl'i�n�:<� llHUOl.l r·<tpjdarucnlc o caminhu dl' c.·�i)tt corn seu
r. ft

tesouro. O que havia apanhado cru o suf'icicnt...-: p:.u"".J. ttwmí-1�


rica. De agora em diante não ihes faltal'iu uutlu. �!lu.-. podedarn
ler I uclv n que tlc:scjasscm. c ainda c.ompa11ilhar c:om outros
pt)bte:ç também. Poi� ela..:: não ecam ..;(
I JHculc rica), Ul(t� 1tuubé.m
muito amadas por todos aqueles que as conht-ci:a.m.

50
O s cava l e i r o s
d o e s c u d o d e p r ata
cr-._ RAYMONU M. ALDEo'i

Ser um lrtr6í, algumas �. significa rtl$Í>/ir oo chama<W de outras Ú<ltullw.< e


permat�Lcerfirme e:m ��� posto.

R muito tempo. numa terra. distante, b,;),-i:t uma fto.


·
�taperigosa c � oude mora\'am. muitos gigantes cruéi�.
r'(
·..

No meio dCAAa florest;:� exi�tia wu l4Ste1o s c pl<:nUido. E ncs.sc:


cu.stclo vivia utn grupo de c�vulcii'Os, que lut:.w:.m com os gi­
pnlcs sempre que (>odiam.
cada \ln'l dos ca\ralc=if"'S tinha um e.'iC.udo de prata que j:i.
t:inh3 s-ido us:.tdu em feitos a<L.niráveis. Quando um no \-o ca'�·
lciro n."ée.bia seu escudo. su� superficie er..t escura e manchada.
Mu� conforme ele cf>mcçava u us64lo contr.a os: gig�nt.cs, o CSCU·
do ia se tor·nando caôet vez mais brilhank, até s,çu dono podc:1·
e:ruc;crg-M seu rosto refletido crn sua supe:rficic. como num c:;:pc:·
lho. Mas se o cavaleiro se mMtnUse pregtliÇ(\fõ() ou c.::o,'afde. seu
e..Cjcudo se tonu,lfia. cada "'c:z mnis �em brilho, nté que ele se en·
verJ;onU.as� de carregá-lo.
Mas isso nfio cr·a tudo. Quando um dos Ctlvalciros vc:ucia.
uma grande baw.lha, 3iém de ..ou escudn de prat" brilhar mais.
todos podiam \"Cr. 6.umlo o seu centro� algo p:trccido CODl \lm.:l
C$lrda reluzindo t.:ot seu núdt."'. Cunhar essa cstn:la era a maior
hurwa que um cavaleiro pndia dtsejar.
Chegou um din eD'I que os- gigantes r�olvtram se reunir nu

floresta para eombat.c:r os cavaleiros. E todOl'l os cavaleinli.C\ no


ca;.,otclo se pn:par.n'am para r
i lutar.

52
Mas havia umjovem cavaleiro chamado Sir Roltmd. Apesar
clc ser ainda muito jovem, seu escudo já brilhava o �mficiente
()Hí<l ruostr
ttr· qut! ele �r·a IIIUito çor"dju�. F.lc uwl ptl()i.,. r.spr.r<Jr
n hora de-cavalgar e. lutar contra os gigal');tcs pnrn provar o quão
digno era.
J\llu:; o �u}w,· do ça:st.c:lo veio uté ele c: di�c:::
-Um cavaleiro corajo� de\•e ficar e cuidar dn!i portões do
cast�lo. Como você é o mais novo. foi o escolhido .Si
r .Roland..

Sir Rol::md ficou tão decepcionado que mordeu os lábios c


colocou o capacete para qur uin�uém "� *'u rosto. Pof um
momento. achou que dc,·cria �l)On<k."'·lhc ' com rai\'3.. dizen.
dn.lhe qtse n:io e:ra con-ctn dcix�r parn Iri�.; um �l\';tlt.-1-ro c:hcio
d� energia. Ma.-. combak.-u �'SC �ntimcnLo c foi c;aladn c..,1idarde
seus de\-etes no ponã o.
e po depoh;, todos os oull"OS homens saíram com as
Pouco tm
su2.� arm aduras reJuzentcs.. O �nhnr do caJ:teln � pàMu para

53
dar a Sr
i l{oland a chave do ponão. J::lc Ih< dl<.« para Acar de
$Uarda (tlé que n.:to�"'.;(.:rn c qau: nac• deixasse nin1J'Iélf1l"nlf'"<'(".
• 0cpoi�1 0!- Ca\alciros êâ\--algat"atn Ctn din...-ç!\n à' '\Ombr.lS da flo­
�14 c :.umi.ram de 'ista. Sir Robnd ficou olhumJQ maquela
din.-ç<lo. ui.stcmcntc.
P;a.s.:;ou-M: wn longo tempo. �té que: f;n:.lmentc de viu wn
d<h cavaleiros cavalgando de volw par• u cu:.t.do, c saiu pela
ponte levadiça par• eocomrá-lo.
Eu fui ferido c não posso m:.ús lutar dis...�· o ca\·aJciro.
-� (,."l.Jidi;lr dv portão para você. se quiser r
i em meu lugar.
O coração de Sir Roland pulou de alegria. ma� depois pen­
sou melhor c disse:
- Eu adorada ir, mas um c.·walciro dc\'c f'ic2r onde seu co­
mandunl.t: o dt:i-tou.
..

O cavaleiro ficou cnvcrgoulwdo uo ouvir cs.'tl�l. J)alavr.u, deu


meia-volw e vol1ou para a floresta.
.<.;ir Rui
anti ID4mtevc g\J"trda por mU�i:o: nm:'l hor-a.1 preocupado
C()rn seus amigos. F.ntfio. wna $Cnhoz·a d.c.:S(;cu o C..'\ffiiJ1Im pard o
CQSLclo c parou par.;�. dc.:scansat• dv UUlrO ladn do rosso.
- Ac.:abci de passar pdo vale na nur·cstu e vi a. ltn"t ela
anunciou. - Os :av-alei�
<. �tão muito rnal. Acho que vc.)(,;ê deve
ir ajuda.r seus amigos.
- Eu �ostarla de ir- ele �pundcu. - M� n."t:cbi a mis
­
são de guardar os ponões <lo castelo • nau J)<JSSO doiti-lo.
-Ah. sim -a mulherriu. - Você i <bquclc tipod� cavalei­
ro que gost" de ficar fora dos lu"'-'- É sonudo por ter essa boa
descufp� para ficar em casa.
Sir Rolam) fiwu furioso c qws ajudar -.cus amig� m:•is do
que uunc.a. Mas. em vez disso r,,.(�hou o portão parn não ter que
.

f'ic:.'r ouvindo :.'! ris..'\da daquela mulher.

57
Não p3s.••ou muito tempo. ek· ouviu algu�m chrun�r do lado
de rurd. Abriu o purt.ão e viu. do ourro bdo da ponlc lcvadi<;�
um ,cJhinho \'CStido com um longo wantu pn:to.
-Str .Koland!-cledtarnou. -VCloCf nAo deveria. nar t per·
de!ndo seu tempo aqui c.-nquanto os outro� ên\:.Uciros C!Stao tr.a
\·twdo uni combate: diffcil contra os gijtantes. Ouu•rm:!
ç Eu lhe:
tr'()UXe uma �1>ada mágia.
c
E n.:tirou r.lc dt:h.::lixo de seu manto uma magnillc.:<t t,:,.p(lda
que n.:h.1:r.ia t:omu se fosse cobe1ia de di...1.mnntes.
- NucJu pm.J� 1-c:-�istir a essa espada! -ele chamou. - Lt!Vt!·
o com voce para a batalha. Ao erguê-i<• o� �igt•ll1r:� htío rtcuarc
S<.'ll':t amigH!-> c1·ão
s salvos.
Sir Rulaud o.tt:l'editou que aquele homem dc\-iu :oc4:r' um mági­
co amigo. Estendeu a mão na direção t.la :"t�)ut.lu
C c: o \'Clhinho se

p6s 3 andar na ponte le\'"(ldiça. Ma�. ern seguida. o cavaleiro


lembrou d;...,-. c)J'dcns que ha\.;a recebido e br.tdou:
-Nãu!
O \'Clbo agitou a �-pada nu ar c: �ritou:
- Ma.' da é para \'ocê! Pegue-a c conquiste a \itórin!
Sir RolandtemeucontinuaroUJ;mdo :.•t�pada por mais tempo
c uãu �:ur�guU· mais pçrrnancccr dcnlro do ca:,tdo. Ent�o. de
uma \'CZ, ergueu a ponlc.
Owmdo olhou para o outro lado do fosSCJ. \iu uma cui�a
�pa.ntosn. O velhinho havh1. tir·��do o mame, c. de repent�. come-
9CU'O .a crescer t<toto, que virou um g igunt(.•, túo gz·ande qu::mto
quu1qucr úrvorc di.� Oon::$u.t�
() t'ava1eiro percebeu logo que ele dcvc.·rio.t sc.:r um dv� gip_.an­
t�� inimigos da tlort".st:t. ql.l(� se di�r:�rç:tr'!j de: velho usando al­
g\.Ull p6 mágiço, ç a.s.<>-im deviak.r eug.anac.lo n uxio$ no caminho
para () �tc1o. O gigante sacudiu o punho tuneaç,ttdoru.mcntc c
\'Ohtm para a floresta com muita rdiva.
Pouco tempo depois, Sir Roland omiu 2 cometa de seu mes­
rrc c p-itos de vitória. Os ca\<-all!'iros \ohav.u:n. E&t.:w3m �ujo!ç�
fcridc..,r, c C.."aiL'Wtdoe... mas tinham \'cnddo a baralhu.
O juvcm . ..amJoua todos que passaram pela ponte ç depois
'"·:·guiu-<». até o grande salão. O scnhnr dn cac..tt'ln scntou.se no
r uu1.i:. alto e Sir Roland veio lhe dc'ltnlvcr :a cha\-e do caste­
lug....
lo. OWUldo clc se apro:Wnou... urn d� �'uldl"\.b
c; cxclo.mou:
O est:udo! O ec;cudo de Sir N.olandl
U l:í. c:!ttava. bem no centro do CS(.."udo, um:t '-'i'trda dourada
e brilhnnte!
-11dc. Senhor Ql,,.uleiro disse o comilnd:mtc -. c cuutc­
u� tudo o que aconteceu hQjc no castelo. Voci
: fvt (-.tacado?
Lutou corn os gigantes sozinhc.l?
Núo, meu senhor - dis...;c o �.:.avulciru. - Somcntc uoo
��"anh: cSlC\'f: ilt!ui � logo se foi silcncios3mcmc quando c.J�ço­
briu que não poderia entr.(!r.
t:.nt!i.o. contou t\1do n que ha\o;a ocorrido naquele dü•
E. quando acabou. t.o<los os cavalcinh >e el\ll'COlh:u-am, ma.'>
nlnlluém WS>C J><ll�vn> alguma E. finalmente. o scllhur uu <
..,.
­

telo f::olou:
� homens crr.t.m - disse ele -. mas DOSSO$ �udos de
prolu jamal.•. comelcu\ erros. Sir Roland lutou c: '1.'\.-n<cu a bata­
lha mai' diffcil de hoje.
t .unc alegremente �udaram ..'SzrRoland.
Osoutrosselevan ar

I que foi o mai�jovem cavaleiro a conquisn\r :1. tsn-el.u tlour·ad:l.

60
O Minotauro

D
ai
... lwtlVt):( lttrdts lemu41tl os pt!Tlgos que '-''frrnraram - pt,Jdemos -==
�L� COTaç6es batcrulo. Mesmo assim;t e.-u:olhn-am o commho cnto.

Muilo tempo � cl.


l �.. na Gré<..·üt !Hllig�. a cld�dc de Ate-·
nu:s \'iviu :-�ob uma triste c ctuel m31diçã o. Urnn vc1. :. c:lda SC"h."
nno:-.. um n:.wio d..::- velas negra� ademf'avu :\CU porte.>. A �mbar­

o
c:.ç!'ln vinha da ilha de Ctc::t,a. que cnt govcnm(IU f')Cio gruuUe rei
MÍll().�, temido inimigo dos 3tcnicn:::cj:j. Cada vez "ue vinha.
nuvio eaptur..1va :;;clt: homens c sete tnuJhereo:: jcwt.:ns de Au:na<:. �
pania no\aUJeme.
Um destino tcni\·cl aguard:.a.�·a ��s pobrcll> prisioneiro:,
quttndo 3 em��o develas ne�r.,._, u.1cança\-a Crem. Lá. orei
Mino� mantinha uma '"-"'-1rcmha prisão, d1cia de caminhe� �i­
ouosos e e�:u!'(n.�:a\-ados na\ ruch:s�. ch:un.:ac:b l..abirinto. Den­
rm do Labmnto yi\;a um monstro horTi'n·l. o Minotauro. Esse
monstro tinha corpo de homem. cabt..-ç:.a d..: louro e denlc:) de
leão. E.Jt: dc\oro�va todos 4uc :(U..l.
<. SC .iCi m �eu cmniuho. Esse er.-J
o tlt"Stino dosjm·ens at<.·uienses: �1\'IHjolf
Hdos no L::thirinlopa.m
encon1r':'�r o terrivel Mjtlnl:.
1uro.
De sete em !;etc ano�. u navio de \'do,�., nc�rus vinha bu�r
:;cus reféns. Os atcuicnscs nâ.t) vuS<n•am I"C!'!btir. j')()i� v rei Minos
h3via clcdarado que. re l<.·ntassem. mand:.rht >eUpodcrosn ('X.ér­
dlo dc.<:tn1ir ('Omp{etamcolc a dda.dc.: de Atcna.'!o.
;o.;a manh<t �guintc. Tcscu foi levado :ao l.:ahiríntl). Ac:..c;im
<JU<' os guardas o fecharam lá dc-ntn), d(" am.3JTOU \1D'la dAs potl·
la.' dn fia a um3 pedra pontuda. e comt.-çou :a c.:tminhar devagar.
manLcnW o pn:cioso carretel sempre finuc:: cJU �ua:> �u:>. Per·
correu rorredo� t.�rcilos. passou por multa._( pã.<S.2gens �i­
nuos..,s. entrando inâis c mais no labirinto. ror fim. ele che·
gou ;.�. uma �Sala repleta de ossos até o allo � soube que c�ava
pet,O do mou�tro.
l:ntáo, Te�eu otl\'iu t.un barulho dislanLe. como o eco de
um rugido. Ele parou e ouviu. O som '�st.:wa k
f nndo C..."ld::� vez
muis p•·óximo c alto. Tcseu inc.Iil)ou·.st: o rupidumcntc pegou
um punh ado de:: t�:rru t:w wua da� mãosc, C(')ll1 o. (')Utra. puxou

M'U J,lU.nhal,
O� rugidos do Minotauro se aproximavam a e2da instante.
Agora, podi• ouvir o SQm surdo de seus ptb:»>s nu <.:hãu. T�u

a�achou-5e: n� wmbrct& Seu cord:âo<,. batia apressadamente.


Ou�odo o Mi.ootauro apareceu. avi!ru>u a figur.t agadt:.da, deu
um foru.: rugidn c avançou em � dirf.ção. "fC:iteu ,.altou t.• c..."S-­
quivou�se para wtl lad.o, at:c::rtando o punh:ldo de terra nos

olhe» da fera.
O Minuta\U'O urraxa de dor. Sacudia a cabeça para cima t­

par:.. baixn, correndo em círculos, guhncfo..sc cum � miiocs pc-


1M pGl�dc�. 1\ t�rnt em seus olhos o ccgar3. tCnlpon.\riamcntt:"!
Tcl'ic.:u apro\•cltou sua chance. Aproximou·� sihncitmu.ucutc
.: por
trá.� e Cr'(\vOu �cu pwthal feni. O Minot.aum t..aiu, cnm um
na

estrondo e um rug-ido. mordendo o chilo rochoso com seus der)·


tes de leão. Te:)eu ata<.:ou o rnon:;lro, atravessando seu coraç�o
�.:vm v (uc" afiada. O Minotauro ficou i•)•óvcl.
TQCu SU."ipirou com a!hio, então pc�ou o pu.nha1 c c:urtuu a
cnbeça. do momtro. Agora, row .a pro'� de :,ua 'itória. seguiu o
fio do c:a.rn:lcl pçl3s pa"-"agcn$; $;Ombria� c cheia� de curvas. até
rinu.lmcnlc.• voh.ar ao inído do Ulbirinto.

68
-Kão:;ci que milagre fe:z com que 'u..:ê �i� do Labirinto
\<i\·o. - Minos di� <to ,.cc a cabeça do Minotauro.- Ma� hoo­
r-...u-el mmha pala\Ta Pmmcli dar-� liberd.a.de. se mat.a.� o
iros podem ir.
\1inorouro. Você e seus companhe
Tt:.$Cu sabia que de\ia a sua 'ida c a ele :teu� t,:owpanhciros ã
coragem de Ariadne, c sabia que não poderhl panir � cl.<t.
Al�ms duem que pediu a m:iu de Arindn<' t•m C:..'lsrunento e que
o rei consentiu bondosamente. OuLro.s :anrmam que Ariadne
t:ulrvu no mwio no momento da. partidu. :'\t!IU tltJC :,.cu pai sou­
besse. De uma forma ou <.k oulru, os dois amantes estavam jun­
IOs quando 1evanlanuu a ãnc-on-1 c a sini�tru cmhurc-nçâo se afu.s­
Luu de Crcta.
A professora d e H c l e n K e l l e r
Alguns t/o.'f 1noúnos e .meninas nwi<t�Jr1UIÚkt çd"() aqtults que têm seus
pro(� '"'"'"' lu:f'óis.

H elen Kcllcr nâQ em coruo as ouh-as n'lc:nininhM. E


la
l'lfln podia ver as fiort:� dc::s.ahrochando no jar<.Um uu a,.., borbolc·
u's fluhmndo de nor em flor. ê nl�n mc�mn ;:... nuvens br.:UJ(.:as
dcsli;-.undo pelo céu �z_ul. Nâu podia ouvir os pá.ss�trns \
�a.ntando
no.s COPM das círvores c::m ft-entc à sua janela, nu u .t.Ul'galhar c
cantar tias oulr(ls çr·ianças brincando. A pequena lfelen era cega
e surdo...
ec,mo não conseguia ouvir as pessoas falando. Hclcn nunca
aprendera a falar. Ela podia segurar no ''cstido de :.ua mãe c
I pcu toda a casa. mas Dito �biu lhe dii.Cr •Eu te anx).
)(;'KW·:.t
F..la podia sentar no oolu de seu pai, mas não co�euia pedir
·1�i. me conta um:� história?... He!en viva
i em um mundo escu­

ro e silcnciow onc.lt: .)c: ,:.,.c:n


: tia sozinho.
Uw.(l t�rde, quando jâ tinha qua.'>C :;.ele anM. Hclcn�a\''*
l
na \':.&.r.anda. Ela senciu um quente ardor em seu ros1o, ma.(ó nAo
snbin que vinh;,� do sul. Ela aspirou �l do<;ura da rnadresUva
s- que
cn.::�oCia <JO lac.lu de �ua casa, mas no
ã �abiu. o que c:tt�.
Oc n.-pcntc.. Hclcn $ClltiU do� bruU:.
'j cm·ohcndo-" c abra­
Ç31ld().a ronement.c:. Ela logo percebeu que não �ra seu pai nem
�ma mãe. Primeiro, tentou ar�tar () c:Mranho. chutando. an'à­
nhando e batendo. Então. começou a imaginar quem poderia
�r: &.tcndt.-u as mãos sobre o 1'0$1:0 cb pessoa, depois snbrc seu
vestido e finalmente .-;obre u grande mala que carregava.
Como Ilden poderia entender que aquela jov(·m Cl"'d Annie
Sulliv3n, que viera morar com eln c ser �uâ prorcssor�?
Annic deu wna boncc:,1 de. prcscn.tc para Helen. Em seguida,
fez sinais com scl.Ls dedtr.> llit míuJ t.lu menina. Annic escreveu
A-0-N-E-C-A Ucvagar: Helen sentiu o� dedo� rlt Annic �e mo­
vendo sohre �ua mão, rn..'lS não entendeu o que da queria lhe
J.i�cr. Não cnlenc.leu que cada um desses sinais t'l"a uma 1eLt'(:t c
que essas terras fom13\'am u paJan-a botux:a. Hclcn. então. se
:ara�tou de; Amlic.

71
Porém, a no'\'a professora nin desistiu. Deu wn �aço de
bolo ,.. llclen e e.scra.'cu a pahn ta B-O�L-0 em SWI wúu. A lllt::·
nina repetiu os sinais c.::om �u.� próprios�. lWt!> ainda con­
tinuou sem compreender-o significado deles:.
Nos dia� c �man.a.-. que se scguintm� Annic: colocou muitos
objeto.' diferentes nas mãos de Helen, e �mprc cscrc,i.a a!) pa­
la..·ra.c; em sua máo. Tentou ensinar-lhe palavrns comn alfinete.
chapéu c t:lcara. Pata Helen, tudn parecia muito estr.mho. Ela
se cansou Uc..�a c�tn:tnha mullicr sempre P"'O''UildO em �ua. rr'ão.
Às \fc..tcs. � in·itava com Aruúc e çt)fneçavn a �ocar u cS�t;\u·i<..lão
à su;J. volt�. Chut(W�t e ar·ranhava, gritava t' t\.SIIlu
' n�
...
'lva. que­
brava pratos c lâmpadas.
À� .. c:·: zes. Annic se JX�'lmta ::i algwn dia con�cguiria aju­
va c:'

cJ;..tr 3 pequena Hclco a suir- de 5eU mundo solitário de c..'lC'uridão


e �i1�ncio. !\las ela prometeu a si mesma qul· uao de�i:rçtiriu.

72
t uuma: Ot<�n.hã. Ilclcn e A.lutie aminh(l\,..ottm au ar·livre
Enão.
qu�ndó pa._� por um antigó poço. Annie colocou a mão de
llclcn sub u jato d'água enquanto lxunbea\�. Cotn a água jor­
rando sobre a mão da menina. AnoJe CSCI"C\"CU Á·C-t;-A.
Hclcn lil"ou pardda. Em wna da> ulliuo. . da .cmia a água
caindo fria.. Na outra. sentia o� dedo� de Annfe fazendo os sinaL�
iniuLcrruptaruente. De t•epente, unu t\lcgri3 vibrou em seu
l a compreendeu que Á·G·U·A ra
coroçãozinho. E e aquela coisa
rnantvilhosa cgel<u.fõ:l qu(,� t:<.llTÍCI J)C.Ir:;u(l 111âo. Filt(tlfnt!ntê, JTelcn
entendeu o que Annic estava tentando ensinar-lhe havi
a. sema­
nas. Pet"Cebeu que tudo ti
nb 'l wn nome c que poderia usar seus
..

dedos para esr


c ever cada um de$:SC::i nomc.s!

Jle!en ,-olrou para casa rindo e chorando. El3 tocav3 em

rodo que cncontra\-a pelo caminho. �taod.o os nomes -


c·adezra. mesa. porta. múe. pui. bebê c rnuiw� rnais. Havie�
&:mt:.s p3l:wra.� rnaravilhn�a..' p;fof"'d �prendeM Mato: nenhuma era

tão moravilhosa quanto a palavra qu• Hclen aprendeu quando


tocou em Annic para perguntar seu nome c csl.tl escreveu
P-R-0-F-E-S-S-0-R-A.

73
Helcn Keller nw:u:a paroude t..-studar, Aprendeu a ler com ..,:;
dedu. u t:�rcvcr c até a falar. Completou a e�culu t: a (\.u.:uldadc.
....

sempre com Annit: pan1 <l.iudá-la. Hckn e Annie �e t0111aram


muilo a
mí g a
..
\i:.

Hclen. cresceu e se tornou uma grundc mull'l.cr. Dedicou sua


vitlu u ajudar P<:ssoas que não podiam vr:1 uu uuvir. TrllbUUJOu
muito. escreveu livl'u.">, cnr�ou ol:canos. Em todos os lugare.s
aoudc ia, Hclen inspirava coragem c �c::per:.mç-a. Pre$identes c­
rei� a C\Jmprimcntaram. e o mWldo inldro põtSSOU 3 amá-la.
U01a iufâm.:-ia que começou solitária c e�uru tnut:>furwuu-�
m
e uma \ida cheia de lu7. e alt;:gria.
- E o dia n:ws importante da minhs ,,.ida diSR Helen -.
foi o di� em que minha professora chegou.

74
Pad r e F l a n a g a n
�ta ê a llür6ri.o. TP.o/ dl! um hnmm1 que acn:dilu.,,.a que cada menino
prrci.<ea de um herói clutm.a®pai.

Se você fo1· a<> cstodo de Ncbmsko n� t;.,u.dos Unidos da


Amér·it:a, você cncontnaní uma cidru:lezinlu1 muito e!:j)t:Ci<tl. uma
cidade dt: �.;l'imu;as. Os jov(:ns cidudàor.; de.c:s:� rrmravilhos<"l. c.: pe·
qucua aJdeia 1..-otam para eleger SI: 'U próprio prdcito f me.nbros

do conselho, que devem SC.l' menino:s c mcnina.'i pvuoo mais ve­


lh� que você. Quandc) alguém quebra li.IIW. regra. dt$ mesmos
condU?.em ojuigamc.·nto. Como qualqutr outr... essa ddadc tem
setJ próprio com:-io ê <:orpo de bomhc-iros.. Ttm escolas. campos
de futebol., cincro3S c até mesmo uma banda própri.a.
E.u. < a história do padn- �1anagan, <> lwmem que fundou
Q:)C lugar manl\·ilhoso. E1e lla�>CeU na Jrlanda. mas. ainda pc­
qut�no, foi para os E"1�dos Unidos JX'ln\ tor ,sc p3drc. Sua
_.,.
n, ..

lgl'<'ja era em Omaha., �c:bmska, uuc.lc: n� história c.:uweça.


Omaha tinha um problema: meninos! Ao conU"áriu ..Ic mui·
la:,. cr:i4tn�. c:s.� meninos não tinham pai!\ que c:ulda.sscm de­
�- Muitos não tinham casa e nem ninguêm para amotA� c cu­
naru,� :k diferença emre o

i .. certo c o cr'l"3do. Auim. muitos
deles se: metiam em grandes encrencas: qucbnn1l.W ..itriuc:::s (}c:
loja.., roub;:a\·aru fmta." na tnerce.aria e brigaxam na. rua.

76
Ao ver
� rostos farnintos t �rUh roupas esfan-cJpadas. u
COtCtção do padre Ffanagan lic:wa �p<!'nado.
-F
....sses meninos devla.rn ser pl'C$0S -di� o men:-eeiro.­
Pnxi !Mlm sumir daqui.
O pad"' Flanagan balançou a c•�•·
- Eles preci�m é de um far ele di"'-""l" - , de alguém pa-
ra amá-los.
- Mas quem os açcitará?
- Out:m �abc cu não � adom? - disw padre Fhmagan.
E as�;m tOi. Pe-gou alguns d61nt"f'S cmpn.:st.'ldos para alu�ar
uma. ca� vdha e bmcu de porta em po1ta pec.liuúo móveis. pra­
tos, copos, t:olbcrcs, cohr:rtorcs e IVI)C(CS U.\.adO� t: q:ualquer ou­
lnJ coisa que �c:u.s vizinhos quisessem doar. Ql.W.ndu dizia às
f)eS.'O<.i.S o que stavà
e fazendo. cl:t-:. penst�.varr& 'i11C c.Je estava lou·
co. Ma<: dav:tm o que podiam, porque t:unbém viam em paclrc
Flanagm1 um homem bondoso c tti'Uú\d.
Ele comc..�ou com apena.c; cinco meninO$, d:mdo·lhcs um
IUlll'l"pord comer. domúr. briu=re rezar. Eleol"crcc.:u·l..,.
l wnlar
onde poderiam S<." SCJJ.lir seguros c acolhidO$.
4ru exat;.mçntc disso que eles prt."CiAA\am. t:m poucu lt"m­
po csta.v:un rindo, apn::ndcndo c cn."SCcnd.o s.oud.ávcis;. Quando
a3 pc�.' perceberam o bem que o padre estavlt fwc .11do, co­
r'llcc;an:�.m a levar m<ti.-. des.abtigados c 6rfr•O!t parn su.a Ql$a.
bpidruncntc, a <.:as.a tornou-�c muiro pequena e o padr� teve
que comprar uma tnaior. Mas muitos meninos conlinuavam a
hc�ar
c c lor.o a nova caS<t também tornou·sc pcqvcnu.

·� meninos preci.saiD de um lugar s6 dcle...ç;"', pensou pa­


dn· Flanagan. ·onde po$Sétffi correr c brincar ao ar lvre
i ir à ,

c�ola t à i.grej�1 c se tornarem homcn.) com�loc; e bon:t. Ele..�


.'\ de uma cidade própria."'
prcc.is.m

78
E foi i.._..:;o ml"Slllo que p.1.dre Fltt.nagan lhe5 deu. Kas rcdon-­
dçza. de Omaha, achou uma fa7.,ndn à 'on<.la Não tinha di­
nheiro pat'il wwprar a terr-(1. � i.ç_� f\j() (') <k:teve \
1aic; urna
. •

\C"J,. rt."Correu a amigos e \v.inhns, pedmdo njud ...


. Quando dcs

entcndcrnm o que- o padre que-ria f:u:LT, fieanu:n pcrpk�os. Uma


c:id"'de par..a. meninos que ninguém queriu? Quemjá OU\ ire� falar
em cllgo assim? Mu� eles s.ahiam qu(', quandn n p;;túre tinha uma
idéia, u.ada o faria d�i:;lir. Entán :tjudarnm-no a comprar a fa·
zenda c :t consmti.r sua cidade-.

Em pouco te
m .. 3.S ruo:c. c: a:, calçadas da Cicladc dos Meni·
po
oos llUbriram o campo_ 1'-
ddrt- tbna!lan c"'"" :unJgO.< b;<nl:•r:un
� e lojas, uma igre a
j c um co�in. Construíram também
um grande refeitório omlc: tndos os mc-11inos pudessem '-Vtucr- c
wna pi..sc.iua onde: Lodos pudt.•:s:�c;m nad..v. � t.od� u::. lugares do

pais, mninos
e sem pai� $C dirigiam &.»tnt. c�s.a cidade.:, onde pa­

t.lrc Flanagan lhe.:� dava um br.

79
Um dia. um menino que não podia andar chct:.ou à cidade.
Corno tr'3 pequenino, o padre pediu a um dCk'\: m.niol"Q que o
carreg:LS$C �tÇ SC.."\1 quarto. O meninok·vantou o pcqtu:no c colo­
cou-o em �ma::;. c�t.as.
..""\(\ o, é?-perguntou padr� flanagan.
- F.Ie não e muito pt...d
- Ele n�o é pesado. padre. Ê mt:u irm:<in! - responde
u o
anais velho sc.>rrindo.
E Í$.:)V 1::1·a o que havia de melhor na Cidndc dos Mc:nino:;. A::.
t·rhwça� que lã cht•.gavam er)contravam uma [mnlliu de cente­
nas de irmiios qm� cuidavam uns dos tlUII'üS, ( un'l pai qut· <:tma­
'

va cada \Jm.

A <.::idadt· dos Mc.uin� ainda cxisu.· t•, .se um dia. voc:t: for a
Nebrusk:t. po&:rá "isitâ-la. Essa cida(k• maravilhosa amda (..."Sá
t
cheia de meninos - e '3gont. também de mcni.nns que nio
têm pai_, para cuidardeles. �� os 'etá tindo. brinc..,.m.lo. �lu·
dando e se tornando jo,·ens fones c bons. E. qmmdo "ir o sorri­
so em scu.s f'O!'õlos, "'ocê- lembr.ml d�;: his1ória do padn: que criou
essa cidade que tantaS criança.'"> chamum de lar.
O herói do
Penhasco I ndígena
..--.. · AD.\J'TAIX> O� C.H. Ct.AI!OY

a t uma história sobre o verdadeim amor �mre irmdo.�. sobre correr riscos pvr
•tlt� cpu: umumos.

Muito acima d<t supcrUcic <.lo \'�lc ll<ts irucuS(I.s lllon­


,

tanhas Rochosas do Colorado, doi� innãos esc-alavam uma en­


costa Ú)greme. Subiam cada \'ê.t nU'I.is alto. parecendo até que
em algum momcnlo alcan� o próprio céu.
O innã.o mai� \·efho i:a na fn.-n1c, carregando uma mochila
com comida. um c-antil cheio d'água c uma comprida con:la
cw·olada. Às yczcs, quando a t
1
ilhCt tto. ÚlEfcme demais, ele
amarrava a corda l"Dl volta de uma án-on: c Joga\'-a a outra ex­
u-emidade para 5e:U irmán, 10n1ando mais fácil sua suhida.
- Segure firme na corda. �ando - ele gntavn. - Preste
atc:nção onde você pisa!
Namlo havia espcrddo por essa Cl>Caladll u ano todo. Hoje
t"'l<: oomplt�r.ava. nove ano� c.:, de prv.,.c·rtlC: de anivci'S�t'io, �u ir·­
mão f,tlanuel finalmente �stava lhe anostn'lndo o caminho pnra
uma vist3 scçrcta - o Penhasco Ind.ígcna.

111
Manud 1 inh.. qu;.t.sc dnzc: ;ul(l.'\, t·:
j t fazi..-. doiS :•DU"' <.(li(.- t.-le ia
30 penhasoo. Ele conhec-ia bem a trilha c podiat,:M::a.lar tiio r-ápi­
do quanto um antílope da montanh3. Ma,. hoje ia de•"!"'"• aju·
dando 1\audo.
À.' \C./.($, Nando tcnu\-� �uhir muilo rápido e fk.av:t . com ;;a.
rtspiroção ofegante.
-Yó com colma. I\ando-dizia Manuel. CIK.'AOrcmoolo�o.
Algumas Ve7.e-., !-it"1.L� pb> baliam t=lll pc..'{ju(;m� pcdl'a!> <.(UC :>e
desprendi:tm e rolavam montanha ah:.ixc), Nando podia OIJVir· v
eco das pedras caindo cada vez ma� longe. choc::...ndo�sc: <:Qrn .._,,..
tkvorcs ou batendo violentamente contm ().") toch..:do..�.

- 'an oht· par:.-t h�i:J.:o :\fanud t"m<br:w.o.


SêUS olh� tto cam.!nho.

M�� 5Ubira""1
l,pa.'-
� mpo •
.
rtJ
,dcUilló1l.-JC.: �
i
.
r� <k.· baru.tho cm.urdeccdor c atravessaram um � em que

as ir'VOR$ se prendiam na.<> pcdm<>. F..k��l:ar':'m C\lmt'"e pas.­

� pot abt:"rturd.S c:ntn: as c:nonno. rochas.

- Chamo este lugar de Espremer" o Jloruem GoJdo-dhsc


Manuel riudo. c Nando riu também.

Rl
l·inalmcntc chegaram a wn lugar onde a uil.ba fica,·avlarnt.
Pegaram um atalho atrd\"és dto um:. floresta aiC: q.am.lo.
u de re­
pente. se acabaram a.'\ án·ores e uma campina u -rd
__ c sc abriu
�.uhn· nm penh.:tSCo altíssimo. �n:cia que o mWldo e.la\.-a aos
p(� deles.
e, cmbai.,o, Nando podia ver o vale: vuc.lc wor..tvam.
Lá long
A t. dda qut• chega\--a ao \l:tlt•, PQr onde o ônibus que os lcva\ra
�tr
à C$Col:-i passav:* todos os dias, n.ãn era m:•is do que uma �LrciW
faixa preta visla lá de cima. Su.u csc:ulu pur\.'Cia tão pequena
quanto wna caixa de fOOforos. Por cntl"C os pequt:nu� bosques e
campos, ele idL·utillc�wa l-iUa cicfMit:, ('om �uas runs. loja� c tnr·
rcs pequenina.�. Além d� cidade. rnai" mon.:t
t. nhas c picos cubcr­
t� de ue\t',
- C.sta � minha \ista �ecreta - Mar)ud ti�. - VUf.r W():)·
trar a vuc{l- por que eu �' ch..1.mo de Penh..'\Sco lndfgcna.
Manud enfiou a mão denlro dohur::t.co de umo. ár.--otc. Qmm
do a retirou, seguravn três pedJ'a� J)Ontudas.
- Punt�s de 11cchas! - Nando cxclatnou.
- P.. cncon1 n.:i��s pelo t�uniuho-Manuel di!:.S:C orgulhoso.
Acho que os índios acampavam aqui.
Os meninos and.tu"âfll: at� a lxm.la c.lo pcnhliSCO - ma� não
pc:r1u t.h.:mõ::lb - c scntar..im-sc em duas pedra\. Mnnuel tirou
dois $:andufch� c du
a� rnaçá') dl! sm• rnoc.:luJa e os dois J.iztoram
um lanche e a
nqu
..
oo partilha,,...arn a ,
t ;st.a,
Comc:ram sem falar muito. Nã
o queriam c;:,.tntgar v �ilC.:ncio
mure�'illtu::.u que c.Ustc quando se cstã tão di..<tanle e acima do
restO do mundo
.. Juntos �-i...ram
.c;ti !is sombras c:L-.s n\n-ens flu.
t\rando sobre o chão do vale� e scguirum as á�ui;a.s c falcões
.. Pcrmanecer61rn X:ututiQ:> udruinw­
pairando muito abai,;o deles
do n vbtél pur meia hora. Fmalmcntc. !\1anuel e
� levanum para
estico.r as pema-ç.

S4
Fo
iquando tudo aconteceu il'le:.perac:laJucnt.e A pL-dra onde
\1anud �'a .sc:::utado se deslocou � <:st:ol'l"Cgou pelo decli�;c::
em direção ã beira do pcnhasc.-o, :trrastall<lu Manuel Junto!
O menino gritou e estendeu oe.. br.&� tentando segurar e-m
a.lguma cois;1. Sentiu que e:)<,:on..:gu'u pcu
l bcir01 c caía. Seus
pé:'� lrutctan-1 na saliência de wn rochedo c ele parou - ma.,
unediatamente a saliência � que:hn)U, <: d<· toru1..�ou a cair de
novo. Seu s dedos agarramtn em um p<:d�l.jo ponludo de pedra
c, com om solavanco, ele pa.t"ou nOVQI'lh!nh:.

Manuel olhou J)<H'<I baixo c viu �Ui!.$ pernas balançando ro­


brc um espaço va
zio.
F.st:nr:t pcndtn�do nn �ncosta do P�nhu.'04:u Indíg
ena.
o se mover. E num instante wubc qw.1.l 1:1a :-�uu
�lc lcnlou nã
(tnica e<pcrança.
- Nn.ndo! - ele grito\1. - A cord:i! Ama1·rc 2 corda �m
\Oito. cb árvore das ponta::;. de Oc:t:ha c ojguc·u par� mim..
EJc c;urL-.c:p,uia (')u,·ir Nando em algum lugar � atl-a)tamlv
ptt:l bcint do penhasc.o e �matldo por ele. Um pouco de terra
se soltou Cõlindo lcn:mcntc em seus ombros � �oço. F M. uma
grande qu;mtid.ldc de tcrnt t:aí.ssc o.uues queNa.ndo con.��issc
h
llu.·jo��J· cr çnrda?
"J.çso trão vm acontec{.•r; tenha cwtPUJ tltt qup nan vai. Nando
dé'sccrd a corJa em alguns mc.mu.·ntoí <' c:ntãa .::,·tarcl sahYJ tlcs.<o.a
c,•utl{usc1u"'. M�s•ucl pensou.
1\'ln., então SC" preocupou: "E se a corda nll<J {<Jr lvngu o ..uf'i.· .

dente para cluwar mé aqui?"


Os dedos de Manuel doiam. A ('lldt\ scl:;uudo q1.1� po�s:
: wa,
ricu\•<J 111�i� tlifkil t:
:-. :-.t:-_gUJ-ar. E
l e sabia que qualquer rnvvin1cn·
; fuzi··lo cair. 1\·hl.s. dC\'�Jg�,r.
ro podtla cll: viruu a cJ-JI>c:çâ e forçou
os ulhos par..i drm•. L<mgl:. acima. viu a pom2 da corda. Nam.Jo
eoo.la\'� jog:mdo a corda para baixo!
t\hmud \iu a COI'd.:! descer dcva?M sobre a supcrfíc:ic cJ�
nxh:u. 1ir.mdo c se contorccudo romo uma <.Wn• cnmprida c
rno\"ia-sc "agarosa.rneme. d�li7Jl\"3.. b.s \."t:'l.CS prcn·
m:�gra. F.l:•
dia·M: em p..-d.açeb c.lc pedras e depois continu:wa :l dc..'-Ccr. A
c.\Lrcmid�c ao:, poucos se aproximava. EntJo. u corda pu1vu
de descer �t alguns <.:<:ním
l cs� d<1 tn(l() de Mfmud.
A�'im n.iiu clá�- Manue-l gritou. - Nào consigo aJc.:�nç�t·l�t.

86
A.l� uu:s �� w:td� c.l�!pois, a corda subiu trm pouco t: fi um
parada por um momcmo �. t"'HI -;�::8- ll itlt-J. ,·ohuu a c.ksccr - e
dlo:ss�� vez. alcançou �1anuel com alguns cemim�l ro::; dç ::;obra.
M anucl sc�rurou sua ,-c.spi.ração, a garrou firu Lc: .a corda c
COJ.uc:(_;ou a :s uLu· J(:'vagar. Ele.: pll:X.a,.�cl com .seus braços c crnpu r·­
rd\'.a com as pernas . hrmando ��lls Jlb. t!'rl'l l m r·�cus do p<:nhas­
Cü. 1\:o tJK: i n d{1 c;.nni nho. ele se assus tou - a cor•tla p�n·c(�n
ced�·r urn pouco L!', au mesmo rr.:mpo, de ouviu Ll.lll .g1'ilu Jc
�ando.
Agora. �ianud t."SHn·a �omente a doi� metrL"� do l npo . ago· ..

ra s.fi a um metro ... s<• a rr t..•io ... c. finalmente estava seguro!


Com. tu11 grito de fdi�:itlaJc .!mhiu pc la hcira do penhasco.
Logo viu o tJUt: N� ndo tinha feito. Seu i rmãozinho csla'\o'a
deitado de bamga para baixo. com seus bmç:o· c.:rn ··,:olta da ár­
vore, e a col-d.t3 estava presa a um dc.: �cus tunlozelos. Como �

corda não cr"-L çompritla o sufic.it'Illt.o: par..t alcançar Mam1d,


Nando <I lon1a r·.t� m.ai� compdda com seu próprio corpv.
Manuel caiu no chào ao l=.icl<.l clc Nttndo, colncou nm braço
en1 voltrt dde c explodiu em lág Ttrm.í...-; de alh·io .Em segt.lída.
.

Nando sr.� .::;�ntou, o..-;lo


e ..'it:=u • - bdlhava de felictdadc.
s�u tornozelo CStin�a mac.huc.ado pela forç.a da. t.:urdv. Ma­
nuel o ajudou a levantar-se r.� cii.s!\c p.a1'a -"C :;;lf10 iar em seu braço_
Jtmtos, os dois comcçar.::�.rn descer· a trilha. de:- volta p�ra c�&"\,
:a

- Fl4u�i t:om m �tlu, Manuel. com 1Uüito n1cdo - dissç


Nando.
Eu ::;.ci - M.anuc:: l il.!."l'ondeu_ - Eu tamb�m tive medo.
1..r. se aju.cl"\.ndo
Ü!'i dois irmãos amlanun deva g.. pel o c.�!minho,
-E �i Jt:." n 1at:-; uma coisa - àiss<: Manuel. - N1.mç.ç�. volw.­
n�i ao Penhasco lndigcna s�m meu .i.n.u�o pal·.[l n.rid.a f de mim ..

88
A v e z d e Ta s h i r a

pt:�qu�ws e.xemplo:; diários ele outm.s pessoas podt?ln. lrare:.fárnttJr qualquer um


116s em lw.mi.t.

Um dia. na lwr.• Jo recreio, Tasbira correu para fora da


!õ:�k� de õ.l.ula e encontrou Sllil. mãe à 1x:-inulo pátio da escola con1
um balde de âgu<:1 c S.."'i bão. Ela litnpava a J.)al·t:(]� om1e: "llguém
h<Hrr<1 1<th i.sr:::1do !lCJ I<:tvr.:.:s c d.c..·senhos fe:io..s. l:bfrega·va o melhur
que podia.
�Ia.müe! U�JLint chamou. - 0 que 1.:oc(· cs.W fazen-
do aqui?
�fl eo�tcw <�j u danclo suas pro[cssoras a manteren1 fl
- Ah .
oolégio Un1po - a mãe cxpli�xm.
- Parccç: muito tr-ab.ali.Lu�;.u] - clis::.r Ta.'>hLr,.J..
- Nf'o � nuo - sua mãe sorriu. - É só m1nha Vt:':t. dt: Hjndcl .f,
ent�ndc:: ?
� de T:�.shi li'� �•p;3 t"I!oe\T 11
o sinal da esc:ola SOO U. A r r·ofess( � .... 1.
...

pnrt'1 dos fimdos c ::u;�çnou. A mãe de Tash.i.r.n .l't:--Spm.Lt.leu t= vol Lrm


a palaloTas c d.csenh.os escorn::· ['am
c-.sfn.:: gar a par�L-d c.:. Todas as

pat-a o chão, onde fonn<�.ram PQç:a.s p ri ü::adas e douradas.


.

89
Na manhã seguinte, Tashir.c1 pa�""<l por .:;u� ig.n:·j<.t y_u.ando
ouviu \'OZC!) c,._rulaudu uo l'�IL Ela olhou para cima c viu ::;ua
rrnfcssor;J no ldhàd(}�
- Olá, sr...l. .ltmkim, Tashira gritou. - O q11.1C:: voe[· csLá
fazendo ai no alto!
Estamos <.1jt1e.l;.1 ndn uosso am]go. o reYerendo \i\I'Hbun1 -
a prnfcss.ora g['itcru de volta . - A totT� da igrej� e!';1;� pi"'C:ci.sando

c.!L" um'-'- rLO\ a d�Jll ão de- tint3 .


- F. muito cora·oso d.a ::;u� pa.rt� ::;ubir «.::>:S ÍIII Hio alto
làshira exd<.m1ou.
- \Jáo é tão aho a.-;sull - t•espondeu a prot(".S!':ora. - A.lén1
Ji�:so, huj� � nossa YCZ de aj-udar:
0 !"'C\'t.TCE'Ulo \l\filburll S.a i ll por Um instante da .i_gn;j0:1 C

acenou ptu·<.t .st:us <J mign� no telhado. A professora ti� T.ash.irc1


h;�l:m çou o p1ncd em rL�posta, parecendo que pin t.<&va rmvcns

uo t:t!u.

No dia seguinte, de manhi":t. T('lshu:a pulava coma quando


viu o n..:: v c r·cndo \r'.'ilbtun co1n 1.1ma ct::<>ll-i d,!haix:n do braço.
Olâ. reverendo \Nilburn - ela t:1lmpr[rn..:ntm.L Aonde
voce vai com c� cc� l<:l t::n onn�?
Fstou lc.!va.ndo o jantar para
o bFl..l.anla �unldk L" �u� f�­
m.ilia disse o r'eYercndo s.orrinc1o. - A Sr.:1. Huuli..:·ttc aca
- ­

bou de ganhar um no"·o bebê, ..:Htào todos na !greja ��t�mos nos


rt"Vc.:z.<mdo pant llliHld�H·-H, t:<.o,; a:-. rddc.õcs. Não c:;:;tá c.om tun chd­
ro hom?
E l�vantou <.\ tampa d� ccst� para que Ta..c;hira puc1.t."$SC t:Spiar.
- É muito gcnlil da �1.m pill 1e p•'eililLI'lll" um p�ru tão bonito
t!' � uc..: uknw - el a d i.'>s�.
- Ah. e só minha ,.e:l de <.-•jud<:lr, n�H.J.:.� rna i� - re.'�pondeu
o reve.rendo.
�1!,.'1.10� <.kgr.J.U."> U.ll J t<gi.mdu a �.::.la (.' biltcu quatro
Ele subiu
H!/.�� na porra. O 11olicial Hamlcltt: a a briu c sorriu. lbdo .., 1 1a .

rua conhectam o policial por sc.:u !.�J-andc l! hr'iihante dis.1intivo.


Dentro d� C.."l!'::-i, .seu Filhn n 'CL-m-nasc i do
.. c..: olilL"ÇOú a chorar:. e o
�orri::;o elo PQli{.:ial fit,.:ou aiuda n'lais largo.

L)()
N :i l3 r<l t!: s<.!gni n l c. : , T���hira Foi �o p�n-que brirK.ar. Mas o.s

U:uh.J.UI;jO� t:: �1il'lt;,.uu pun.uJos C OS cs.con-c�u_<;:. va:Ó Q.S p04Qt1Ç UDl

gru110 de m cnh1 Ct5 bt;g&s. t"J...� I Ip:r.�va 1 1 1H do_.;; L:mrl�lS un pm1.flll.! e

H ht gt>nt u·•..-a .as çrÜJI.Iiç:a.s menores_


F.nt�o. n polic:i�T H'�mlette apareceLL, camlohm1du cotrt .st:u

t.ll:s L i ntivn grumJ� lt::' hr·ilhanL\:". Quando os mçninos "\'Íram o gu.ar­


d.a se aproximando. saíram co (rendo_ Hamlett.e .rL..:;sis1 i u fJ fu�(;l
do gr·uJ.,O de: me-nino� cmn s�us brar,;:os cnr:lados sobre o peJ.to. c.

t::- m pouco Le.mp•u , as crianças volt..;;�r.J.m ,o brine-ar.


OhJ�gad.a po1· M:"r tiiu c..:onJjoso, pulü.-i<d I Imnlct((! - disse
Ta::;hira. - Estâvamos com medo de bri ncar a.ntt::S d� \•c u-e dJ�t'.,(:l r,
- N ;� () foi na&� - .snrriu o b'1.W.rda. É a minha vez de aju-
rl�r. só isso.
Ele continuou ali o dia todo, garantindo a seg urauça du p•n:­
ttuüilio <:J.lé tltlt'" :c1� mr..� cbarn.am.m as ..:nança_<.; para .iantar_ E
m�o..; rnn d.�.,pni.o:; de o :-iAjl _r.; c pôr. quando .as sombras desapareciam
com o a.noitece1-, o policial l lamldk ri.t.:a-..•.a JYciro:ido debaixo de­
um poste di:! 1uz, a..o.;;scgnT-ando a u-anql.tilidade da ,.j.�i.J.limm;a.

91
Nê�. ru<.ml1ã seguiule, Tashira andava de bicicleta quando
OLa' i ll uma vo7. i nha �;tando. E!a olhou c viu un1a fmn�ça pn-:la
saLodo de janela abert�!
un1a

"Alguém pn;cisa de ajm.h1"', pcn:sou llt.."> hira.


Ela .:-;altou de �úil.. b icicleta c c.oncu até a j(mcL1. A ft.Jrn.tlça
ardia em seus olbos ..; ela quc;ria �a i r Togo tb:1h•
. .rn<:1s, de rdance,
viu um menininho dcn1 n1 d� .casa.

- El.J quçrtl a m ] n h a. má� - u uk'nino sul�·ava.


- Kü� \.'�H!J(.r.-. el r Lonrrã-la - afinnon Tashira.
Ela o agarrou pela janc..�!o c CJ 1 in)u cl� c�-- � -

- Kci !:;;h � ;i rruJ� t.:sl..--'i l á. dentro - o men]no gritou. aponl�ln­


do para a. t:a..
'i.a.

Ta::)'h i ra olhou mai.=;. uma 1;cz pela janela. A fmru:.tça r�...-sun·a


tão densa que eb não t:OIJS4..�gu i a 1.·cr nõ::�<.b .
- F:-."{X!n� aqui - d a disse. - Prc-cisa!lH'JS de mais <:tjuda.
Tao.,l r i nl Je:sapare(.:� U pela rua c voltou, ·em scgtsída. çolTCn­
do í umo cc0m o guarda Hamlcltc.
O pobci<:�J {k':Sap;..� n�tTII rra f1� rnaç.;:L T.r� s h i r4-:1 t"5;pcl"OIJ e e.'ipe­
rou. Ele ficou lã denlrõ por muito tempo. ULtando finalmente
.sm�iu m La por tu t."b Cill>J., tlnb.a. mn-a pequena menina cn1 SÇJ..L<; ln'"RÇO!':­
Agora. podia-se: ouvir oo gT<mclc:s t.:cun.iiJ.hõ....
� tlo.'i tn�nJhi;.:·r­

rtJ!) qtu.� �c ;.Jpn: �xi rn�vaJn com sua.� sir�nes g1itando. Os bom­
hein.'s cuf'l'er.am esn direç.ão à casa com grandes manguein.�s..
A rnãe das cdanças c.hcgou correndo.

92
- Oh, meus filh r.t....., ! - da exclamou_
O rt'!n�n·utlo Wilbun1 r.am h�rt1 c hegou apressado_
- Ta.c;h i.r'A, "'')l;t� é mna hctuina� ç lc gritou.
-

A prul�:sunt de Tashll·a tau1bi-m ap.ü�n::t.: t:H.


- Ela é uma haoí•ka! - da cxcla.ITIDll. - l�t.·;:J�j 1 <1 é Llilli:l. heroína!
l i i i J C! lllultü.l�m formou-se �o �cu rc.:dor:. A mãe de l'�o.:;hinl
também estava lá p.am lhe dar uu1 gr,mdc 3hraço.
V(.l(;.f. {: wm.t he roína , 'Iashlra� tvt.h.Jtt grilaram.
Tashira balançou a (,.cl tx.� c soniu.
- l\.liJJ sou LIJW:t beroina - L· !la disw..
��judar. :sõ isso.
Mesmo -.�ssinl, tut.lu:-; (,;On.tinuaram a afir·r ilar f.illi,; ela Cri.i. uma

� ��roina.
Quando a mamãe lê em voz alta
At cnancas dt�obrr.m heróis para a lida qwunáu .�f pais éem
l
'Era umn \� ..•

Q uando a mmnàc lê .:m ''07.

l'u'"""-t:.c Li.ao ceai quanto o dü.Hl.-di�.


alta. o passadv

Ouço o ntido do e;:,xécdto arn"'ado,


V(.�jn j)llOhai.� e manlOS <Ü<'IC""/..Ciclt.t;:,.,
Sou um soldado da ramasia.
Bmvos cav:.tlc.�iros c lind.'\s d3m:.1s Vt•lnrt"'-3�
Me viitam
s quando a mrunác lê em vo:t "'-ltu.

Quando é.\ m.."UT�


T c lê em \'OZ alta. terrJ� tli�o;1_.016

l'o.reccm bem próximas c de vcrd:Wc.


Cnu.o d�rtos de areia �:aldarlle,
P,•r;
igo bandidos lKwripilantes.
1'\â\·ego � de uma outra idade.
Montanhas mensas
i de encosta.� gelada_'"
&u �ubo, quando a mamãe lê t:m \V aUL
l

Quandn �t m:tmãc lê em \'O:.t: aHu. dc.��o


Mui nobn...-s c belos feitos fazer-.
O uml rornhato c o bem proh:jv.
Oc forc;:a indom<h'cl pareço
E quero 1,_1m novo mundo (.�rgtln.
Oh!. rápida t ut
l ens�mcntc o sonho �01hu
F;rn metL� olhos. quaudo u lliallláe 1!: c1n \'OZ ultu.

94
O JLivro dlo§ Herói§
pa1ra Criança§

Heróis " Oporn midade


Sobre �jos • Apenas um pai • A Esfinge

Mad.t·e Teresa • -avegucn1� .N aveguem!

Davi e Goliaç; • N ossos herólli

Como os animais t:onscguit-arn a lu7. d o sol

A..s jóias csl..!'dai'CS • Os c.:,,.�af ei ros. do

l'SCudo de prata • O 1\t1i n o taurn

A profcs:lUnJ Je Ildt:n Kell er • Padre Flanagau

O bcró.i do Pt::" nha...,co I nd1gcna • A vez cl c ta.�h•ra

Quando a mamãe lc c n-w vo7.. alta

• -o
-
...,
...
....
Qo> r
EOITORA ....
... .,.
OVP. N
"'
4
FRONTEIRA ....
...,
.., Q
� .

N
S EMPRE o
,
,
n
..
....
UM �OM �


.:-
LIVRO

Você também pode gostar