Lendo o texto: Um imenso lápis vermelho da autora Fanny Abramovich, veio à mente
um momento de reflexão sobre a transformação da educação ao longo dos tempos e dos seus
métodos de alguns anos para cá.
Então busco na memória e nas lembranças os pontos positivos e negativos dos que
mais se destacaram na minha vida escolar e diante desses pontos faço uma reflexão sobre a
educação de alguns anos que ficaram para trás e a educação que temos atualmente, sem citar
nome de professores marcantes. Fica na memória alguns amigos de infância, alguns
acontecimentos nos momentos dos intervalos, o nosso recreio, mas com certeza os
professores inesquecíveis nos marcam de forma que jamais o tempo deixa esquecer.
Alguns professores nos marcam por terem sido “bravos” demais daqueles que “metem
medo” em qualquer aluno, ou porque ninguém consegue um dez na matéria dele, outros nos
marcam simplesmente por serem gentis, gente como a gente, por explicarem a matéria como
se falasse a nossa língua, de forma clara e precisa.
Mesmo um aluno que não se atém muito aos estudos se lembra de pelo menos um dos
seus professores, seja pela sua cordialidade, pela presença marcante, pela disponibilidade de
querer transmitir o que sabe, seja também pelo desprezo aos alunos e pouco caso com que
tratavam sua própria profissão.
O método de ensino era mais rigoroso, só que nem por isso mais eficiente. Os erros
eram assinalados com um grande X em tinta vermelha e deixaados ali no caderno marcados,
mas sem nenhuma revisão. Só pra provar o quanto o aluno errava ou acertava. Esse X
simplesmente anulavam a questão. Hoje os erros são instrumentos para que haja aprendizado.
No que se refere a afetividade o tema fica mais complicado . A proporção afetiva era
escassa. O professor era o dominador da sala de aula, um general que devia ser obedecido,
enquanto que nos dias de hoje ao que se propaga é a Pedagogia do Afeto, como diz o Título
do Livro do Ex Secretário da Educação do Estado de São Paulo Gabriel Chalita. A questão
emocional é um dos pontos que merecem atenção, pois as famílias desestruturadas, o descaso
da sociedade com a população de menos renda, com a exclusão em si desestimulam as
crianças a se sentirem incluídas em meio a uma comunidade. E a partir daí a cultura a
educação entra como o norteador da convivência familiar em relação à criança portadora de
necessidade especial.
Portanto tem que se levar em conta que o professor não podia demonstrar muitos
afetos para não demonstrar nenhuma fragilidade. Não os condeno. O sistema exigia isso deles.
A cultura era dessa forma. Ninguém ousava mudar os paradigmas.
Na relação entre professor e aluno é muito importante que ambas as partes tenha um
nível de consciência muito bom, pois essa é uma relação que envolve não só o aprendizado
escolar, mas também alguma coisa fora dela, fazendo se assim necessária à distinção de
muitas das situações, para que não haja confusão no convívio escola/comunidade. Apesar de
que na nossa realidade atual a relação professor /aluno se dá de forma afetiva, mesmo que o
profissional da área educacional não tenha muito tempo e tenha que aplicar conteúdos no seu
horário , ele ainda consegue ter um afeto muito grande por todos os alunos ou até mesmo por
um em especial sem deixar transparecer essa preferência, ao contrário de outrora, onde essa
relação era nula em sua totalidade.
O planejamento era feito apenas de acordo com o conteúdo curricular que tinha que
ser aplicado, ao contrário do planejamento atual que deve ser de acordo com a realidade de
cada escola, de cada clientela.
No que diz respeito a avaliação pode-se concluir que antes a avaliação era feita de
forma a avaliar o aluno somente no seu intelecto. Alguns alunos conseguiram mesmo só
decorando e não assimilando o conteúdo tirar uma nota 10, enquanto que alunos que sabiam
o conteúdo, mas muitas vezes ficava até nervoso nos momentos da prova não se saia muito
bem e era avaliado pela nota final. Durante muito tempo a escola priorizou a cópia e a
decoreba como estratégias de aprendizagem e agora a avaliação se dá em vários momentos,
desde a participação nas aulas, nas rodas de conversa até as observações que os alunos fazem.
Claro que é necessário avaliar.
Segundo Torres (2008) a avaliação te quem ser um processo que se estenda por um
período relativamente longo de tempo. Depois, é necessário selecionar um modelo, como por
exemplo, um portfólio, pois com este é possível identificar competências específicas.Esse
portfólio cria uma aproximação com cada estudante, que é uma vantagem para o professor,
pois tem todo o histórico da evolução do aluno.
Outro ponto positivo é que a avaliação se torna coletiva com o professor, pois pode-se
passar este portfólio para outro professor conforme a criança vai avançando nos estudos.Antes
a avaliação era feita individualmente e momentaneamente, não levando em conta ao histórico
dos alunos.
Assim sendo, educar, transmitir o que se sabe e aprender o que não se sabe, trocar
experiências, torna-se muito mais um ato de amor, de construção, de exploração de
potencialidades, de busca, do que o simples mecânico emprego de técnicas e de componentes
teóricos que mais desorientam do que a uma caminhada realmente produtiva. É, na verdade, o
resultado da experiência vivenciada pelo professor e seus alunos, dentro da realidade em que
eles se inserem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS