UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
ENGENHARIA ELÉTRICA
Página reservada
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais e a toda a minha família que sempre estiveram
ao meu lado, me apoiando e incentivando e à minha linda esposa Aline, pelo exemplo
e companheirismo.
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus pais, Helena Sacht de Almeida e Jorge Alves de Almeida, pela
excelente educação que me deram e que permitiram com que eu chegasse até aqui.
Agradeço à minha esposa Aline por sua compreensão e paciência comigo, bem como
seu apoio.
Agradeço ao Murilo Maduro pelo grande incentivador que foi, bem como por toda
assistência que deu ao longo do curso.
Agradeço ao grande amigo Adailson Nolasco por suas valiosas contribuições de seu
conhecimento.
E, por fim, agradeço ao meu professor Orientador Marcelo, que por vezes me deu
todo apoio no desenvolvimento deste trabalho de conclusão de curso.
“Eu prefiro ser essa metamorfose
ambulante...
... do que ter aquela velha opinião formada
sobre tudo...”.
(Raul Seixas)
RESUMO
Operation and maintenance of any electrical installation near the coastal areas
requires care. The severe salinity present on the whole coast, as well as other
contaminants, always causes problems for the electricity distribution network. In this
way, the specification and design of the equipment must also be observes in a
differentiated way, since the salty aggressiveness present in the entire Brazilian coast
imposes conditions on equipment very different from that found in interior of the
country. In these zones the chains of conventional insulators (porcelain and glass)
have difficulties in functioning without failures. This work presents the problems
encountered in the operation and maintenance of power system components installed
on the coast and solutions found to minimize problems, aiming for system reliability.
K Potássio
LC Corrente de fuga
LMWS Low molecular weight silicones
LT Linha de transmissão
Mg Magnésio
Na Sódio
NBI Impulso atmosférico suportável
RTV vulcanização a temperatura ambiente
SE Subestação elétrica
SiO2 Sílica
SR Borracha de silicone
UV Radiação ultravioleta
Θ ângulo de contato
σ Tensão de escoamento
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 15
1.1 OBJETIVOS 15
1.1.1 OBJETIVO GERAL 15
1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 16
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 24
6. CONCLUSÃO 80
REFERÊNCIAS 81
15
1. INTRODUÇÃO
1.1 OBJETIVOS
2.2 POLUIÇÃO
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Estas descargas ocorrem em gases (ou líquidos), causada por um campo elétrico
local intenso, normalmente devido à presença de pontas nos eletrodos. Vale ressaltar
que em caso de descargas corona em termos do material isolante elas não são tão
prejudiciais como ocorre com uma descarga interna, mas a sua ocorrência com maior
frequência muitas vezes implica em energia dissipada, conhecida como perdas
corona. Esta energia dissipada pode gerar compostos ou produtos, como por
exemplo, o ozônio, que podem reagir com o isolante causando sua degradação. Em
suma, o efeito corona é muitas vezes inofensivo, mas os subprodutos como ácidos
nítricos e ozônio podem deteriorar quimicamente os materiais próximos (KREUGER,
1989).
Descarga que pode ocorrer ao longo da superfície do isolador, bem como no ar,
envolto a ele, conectando as partes que normalmente possuem a tensão de operação
entre elas. Também chamada pelo termo flashover, em referência ao curto circuito
fase-terra que provoca um arco voltaico (flash) que contorna (over) a superfície do
isolador.
25
a) Deposição de contaminantes
b) Camada condutora de água
c) Correntes de fuga
d) Aquecimento local e evaporação
e) Formação de banda seca
f) Descargas em banda seca
g) Extensão de arco (e banda)
h) Flashover
3.7 HIDROFOBICIDADE
Estado de uma superfície com baixa tensão superficial e, portanto, repelente à água.
3.8 HIDROFILICIDADE
Uma vez detectado um acúmulo excessivo de poluentes alguma ação deve ser
tomada para minimizar ou eliminar o problema, caso contrário a formação de
descargas parciais poderá evoluir até provocar flashover em alguma cadeia de
isoladores da linha de transmissão ou nos isoladores do pátio externo de uma SE. As
ações de manutenção podem adaptar o projeto da linha, visando aumentar a
capacidade de isolação das cadeias, ou remover a camada de poluentes da superfície
dos isoladores (SIDERAKIS, et al.).
3.19 LIMPEZA
36
além desta vantagem, possui perfil aerodinâmico com ação auto-limpante. Para isto
deve-se realizar um estudo de reisolamento do projeto.
Fonte: Autor.
onde,
ϴs é o ângulo de contato estático da ponta da gota com superfície sólida;
yGL é a tensão superficial da interface gás – líquido;
yGS é a tensão superficial da interface gás – sólido;
ySL é a tensão superficial de interface sólido – líquido.
3.25.1 CLASSE HIDROFÓBICA
HC DESCRIÇÃO FOTO
1 Apenas gotículas discretas são formadas. Sua forma é praticamente
circular, quando vista perpendicularmente à superfície. Isso
corresponde a um φr >60°.
de 1030 hPa, o que significa a presença de ar muito frio na região. Por outro lado, no
verão, a formação das áreas de convergência atmosférica sobre o oceano, nas
proximidades do litoral norte-fluminense, podem reduzir as pressões atmosféricas a
valores próximos de 1000 hPa (INMET, 1992).
4.2 TEMPERATURA DO AR
4.4 EVAPORAÇÃO
Figura 14: Variação mensal do vento (direção e velocidade) na região da Praia do Açu – São João da
Barra – RJ
4.7.1 TEMPERATURA
4.7.2 TRANSPARÊNCIA
4.7.5 SALINIDADE
Fonte: Própria.
60
Fonte: Própria.
Foi realizado várias intervenções para limpeza nos isoladores mais sem obter
sucesso, e este problema persistiu ao decorrer de 2014.
Diante da gravidade do problema e após análise e pesquisa de engenheiros
responsáveis pelas instalações do porto e também da equipe da concessionária,
buscando alternativas que não fossem limpezas frequentes (rotineiras), resultaram na
introdução da cobertura com RTV para todos isoladores da subestação. Também foi
decidido a substituição de isoladores convencionais por antipoluição em uma
extensão que iria ser analisada, e além disto revesti-los com a cobertura de silicone.
Estes fatos ocorreram em meados de 2015 e foi até o final do ano.
A avaliação da aplicação do RTV e seu desempenho vêm sendo explorada em
projetos de cooperação com laboratórios de instituições acadêmicas e por várias
empresas e concessionárias em todo mundo, e em diferentes níveis de voltagem e
submetidas a vários tipos de poluentes. Estas avaliações indicam que, mesmo
quando os isoladores estão expostos a brisas marinhas, contaminação industrial e
agrícola, flashovers podem ser eliminados, garantindo segurança no sistema a um
custo razoável.
Existe relato de problemas de poluição em isoladores do sistema elétrico de
Creta na Grécia, onde a primeira aplicação do revestimento RTV foi em 1998 na
subestação Linoperamata de 150 kV, localizada em distância inferior a 500m do mar
que foi totalmente revestida e posteriormente em um período de 11 anos outras
subestações também tiveram a mesma cobertura, e segundo esta publicação desde a
aplicação, as atividades nas superfícies dos isoladores foram suprimidas e não
houveram mais flashovers, e isto sem rotina de limpeza, considerando esta adoção
como bem sucedida (SIDERAKIS; et al., 2009).
Houve grupo de trabalho que abordaram um estudo sobre o desempenho do
RTV em um alimentador de 230 kV localizada em uma usina siderúrgica no sul do Irã
com condições climáticas semi-desérticas como estratégia de manutenção em área
poluída. Neste caso após 3 anos de exposição aos poluentes e sem nenhum
programa de limpeza, nenhuma falha foi relatada, concluindo que os estudos de
campo mostram um aumento significativo da confiabilidade da rede de energia
(CIGRE, 2008).
63
Figura 20: Esquemático da descarga disruptiva típica e consequências do arco elétrico em bucha de
500 kV.
.
Fonte: SENDI, 2008.
Para esta pesquisa foi definida como ponto de partida o estudo inicial dos
diversos tipos de perfis de instalações em regiões com elevado índice de poluição, e
suas medidas mitigadoras de falhas por consulta bibliográfica. Nesta etapa, foram
analisados diversos casos em todo mundo, e adquirido observações importantes que
levam a realizar uma análise mais profunda do projeto em questão.
L= Kd * Ur * I
Onde:
Características
externo, utilizando o gás SF6 (Hexafluoreto de enxofre) como meio extintor e isolante.
A unidade interruptora está montada sobre o isolador suporte, que mantém a isolação
para terra.
instalações da SE-01 bem como grande parte das torres da LT-138 kV, estão
localizadas bem próximas a orla costeira conforme figura (34).
para esta definição. A definição foi que a partir da torre T123 que fica mais próxima da
subestação 01 até a T93 seriam revestidas, garantindo assim uma cobertura de pelo
menos 12 km em relação a linha litorânea de isoladores.
Figura 33: Cadeias de isoladores revestidas preparadas para montagem nas torres.
6. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
1. ABDELAZIZ, E., et al. Prevention of the interruptions due to the phenomena of the electric
insulators pollution. in first international symposium on control, communications and signal
processing, 2004.
2. AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. ANEEL: Relatório de análise: Desligamentos
forçados do sistema de transmissão. Brasília: ANEEL, 2017.
3. AMARANTE, Odilon; et al. Atlas eólico do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2002.
4. ARORA, Neelesh. RTV silicone insulator coatings: Technical evaluation and performance.
Delhi: IIT Delhi, 2016. Disponível em: https://independent.academia.edu/NeeleshArora2.
Acesso em: 20 set. 2018.
5. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT IEC/TR 62039. Guia de seleção
de materiais poliméricos para uso externo sob alta tensão. Rio de Janeiro: ABNT, 2010.
6. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT IEC/TS 62073: Orientações para
medição da hidrofobicidade na superfície de isoladores. Rio de Janeiro: ABNT, 2018.
7. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 5472: Isoladores para
eletrotécnica: Terminologia. Rio de Janeiro: ABNT, 2012.
8. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR IEC/ TS 60815-1: Seleção
e dimensionamento de isoladores para alta-tensão para uso sob condições de poluição Parte 1:
Definições, informações e princípios gerais. Rio de Janeiro: ABNT, 2014.
9. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR IEC/ TS 60815-2: Seleção
e dimensionamento de isoladores para alta-tensão para uso sob condições de poluição Parte 2:
Isoladores de porcelana e de vidro para sistemas de corrente alternada. Rio de Janeiro, 2014.
10. BEZERRA, D. C. Revestimento de isoladores elétricos utilizando borracha de silicone/alumina
trihidratada/nanosílica. 2014. 108 f. Tese (Doutorado em Engenharia de Processos) – Centro
de Ciências e Tecnologia, Universidade Federal de Campina Grande, Paraíba, Brasil, 2014.
11. CIGRE, Taskforce 33.04.01: Polluted insulators: Review of current knowledge. CIGRE, 2000.
Disponível em: https://e-cigre.org/publication/158-polluted-insulators--a-review-of-current-
knowledge. Acesso em: 22 nov. 2018.
12. CIGRE, Taskforce B3-109: A practical application of substation insulator maintenance at a steel
mill factory in south of Iran. CIGRE, 2008. Disponível em: https://e-cigre.org/publication/B3-
109_2008-a-practical-application-of-substation-insulator-maintenance-in-a-steel-mill-factory-in-
south-of-iran. Acesso em: 22 nov. 2018.
13. CIGRE, WG D1.14, Working Group, Important Material properties of RTV Silicone Rubbber
Insulator Coatings, CIGRE, 2011. Disponível em: https://e-cigre.org/publication/478-important-
material-properties-of-rtv-silicone-rubber-insulator-coatings. Acesso em: 22 nov. 2018.
14. COSER, E. Caracterização da borracha de silicone utilizada em isoladores para rede elétrica.
2009. 111 f. Dissertação para obtenção do título mestre em engenharia. Escola de engenharia,
universidade federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil, 2009, p.18.
15. DIAS, B. A. Simulação computacional da poluição biológica em isoladores de vidro. 2017. 79 f.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia
Elétrica, Centro de Engenharia Elétrica e Informática, Universidade Federal de Campina
Grande, Paraíba, Brasil, 2017.
16. ECOLOGUS. Relatório de controle ambiental da Atividade de perfuração marítima no bloco
BM-C-6, Bacia de Campos, RJ, 2002. Capítulo II.5.1.3.
82
17. EIA. Estudo de impacto ambiental: EIA complementar. Porto do Açu, pátio logístico e
operações portuárias. LLX, abril, 2000, p. 201. Disponível em:
https://www3.opic.gov/environment/eia/toil/03_ESIA_ACU_Port_Logistics_Yard_and_Operation
s_Project_Modification_2009.pdf. Acesso em: 22 set. 2018.
18. FARHANG, F.; EHSANI, M.; JAZAYERI, S. H. Effects of the filler type and quantity on the
flashover oltage and hydrophobicity of RTV silicone rubber coatings. Iranian Polymer Journal v.
18, n.2, 2009, p. 149-157.
19. FONTANELLA, C. A.; OLIVEIRA, A. P.N. de; OTZA, D. Recobrimentos poliméricos hidrofóbicos
sobre isoladores elétricos de porcelana. Revista Matéria, v. 13, n. 4, 2008, p. 624 – 635.
20. GARDIN, L. G.. Curso de isoladores: Isoladoor de porcelana para redes elétricas. Rio de
Janeiro, 2017. Disponível em: https://docplayer.com.br/63004650-Curso-de-isoladores-ces-d1-
e-b2-isoladores-de-porcelana-para-redes-eletricas-eng-luiz-gonzaga-gardin.html. Acesso em:
22 nov. 2018.
21. GONZALEZ, E. G. C.; COSTA, D. M.R.; VISCONTE, L.L.Y.; NUNES, R.C.R. Silica and
aluminum hydroxide filled compounds, Processing and vulcanization monitoring. Polymer
Testing, v. 20, 2001, p. 703–706.
22. GORUR, R. S.; CHERNEY, E. A.; BURNHAM, J. T. Outdoor insulators.Phoenix: R. S. Gorur,
1999. p. 262.
23. INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA. Dados para gráficos climatológicos (1961-
1990). Brasil, 1992. Disponível em:
http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=clima/normaisClimatologicas. Acesso em: 22 set.
2018.
24. INTERNACIONAL ELECTROTECHNICAL COMMISSION. IEC 60071-2 (1996): Insulation Co-
ordination, Part 2: Application Guide. Geneva: IEC 1996.
25. INTERNACIONAL ELECTROTECNICAL COMMISSION. IEC 62217. Polymeric insulators for
indoor and outdoor use with a nominal voltage greater than 1000 V: General definitions, test
methods and acceptance criteria. Geneva: IEC, 2005.
26. KARADY, A. Effect of surface contamination on high voltage insulator performance in surface
contamination. Ed.: K. L. Mittal, plenum press, p. 945-965, 1979.
27. KREUGER, F. H. de. Partial Discharge Detection in High-Voltage Equipment. Butterworths,
1989.
28. LOOMS, J.S.T. Insulators for high voltages: IET power engineering series, volume 7. London,
2006.
29. MAIA, L. F. P. G; MARTINS. E.; MONCUNNIL, D. F. & FREITAS, P. R. da C. Alguns Aspectos
Climatológicos do Ar Superior no Rio de Janeiro. In: Anais do VI Congresso Brasileiro de
Meteorologia. Sociedade Brasileira de Meteorologia. Salvador, BA. Vol I: 399-404. 1990.
30. MELLO, D. R. de; COSTA Jr, R. T. D.; BATISTA, J. T.; MELO, M. E. Avaliação do grau de
poluição em instalações de transmissão, subestações e distribuição. Relatório técnico Cepel,
1999.
31. MEYER L., H.; OMRANIPOUR, S.; JAYARAM, CHERNEY, E. The effect of ATH and silica on
tracking and erosion resistance of silicone rubber compounds for outdoor insulation. ISEI 2002,
p. 271-274.
32. MEYER, L.H. A study of the role of fillers in silicone rubber compounds of outdoor insulation.
Tese (Doctor of Philosophy in Electrical and Computer Engineering), University of Waterloo,
2003, 143p.
33. NEKEB, A.S. Effect of some of climatic conditions in the performance of outdoor HV silicone
rubber insulators, 2014,p. 30 – 31.
83
53. WINDFINDER, G. & C.K. Estatísticas de vento & condições atmosféricas. Kiel, Germany, 2018.
Disponível em: https://pt.windfinder.com/windstatistics/campos. Acesso em: 22 nov. 2018.