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CAMPINAS
2015
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL, ARQUITETURA E
URBANISMO
ASSINATURA DO ORIENTADOR
______________________________________
CAMPINAS
2015
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Ficha catalográfica
Universidade Estadual de Campinas
Biblioteca da Área de Engenharia e Arquitetura
Elizangela Aparecida dos Santos Souza - CRB 8/8098
Título em outro idioma: Experimental and numerical analysis of piled rafts executed in soil of
the Campinas/SP region
Palavras-chave em inglês:
Load test
Ratf foundation
Finit Elements
Numerical analysis
Finite element analysis
Concrete piles
Experimental design
Área de concentração: Estruturas e Geotécnica
Titulação: Doutor em Engenharia Civil
Banca examinadora:
Paulo José Rocha de Albuquerque [Orientador]
David de Carvalho
Armando Lopes Moreno Júnior
Maurício Martines Sales
Renato Pinto da Cunha
Data de defesa: 25-05-2015
Programa de Pós-Graduação: Engenharia Civil
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Abstract
GARCIA, Jean Rodrigo. Experimental and numerical analysis of piled rafts executed
in soil of the Campinas / SP region. Thesis (Doctorate) – School of Civil Engineering,
Architecture and Urbanism, State University of Campinas (UNICAMP), 2015.
This research analyzed the behavior of four piled rafts executed from sets of blocks
composed by bored piles. The piles (5m long, 0.25m diameter) were executed in diabase
soil from the region of Campinas/SP. With this purpose, foundation blocks comprising one,
two, three and four piles with spacing of 5 diameter were executed in contact with the soil.
These foundation blocks underwent slow maintained load tests (SML) per prescriptions of
NBR12131/2006. The piles were instrumented at depth with strain-gages placed at the
top and at the tip in order to assess the mechanism of load distribution in depth, and also
to asses the percentage of contribution of each element (pile and radier) on the capacity
of the piled rafts. To get a better understanding of this type of foundation, three-
dimensional (3D) finite element analyses were made by means of the LCPC-Cesar
software program. The constitutive model used was the Mohr-Coulomb, which takes the
elastoplastic behavior of the soil in consideration. The experimental results indicated a
mean contribution via contact of 21% and 79% due to the piles (lateral + tip) in comparison
to their total capacity. The numerical results, justified by the difficulty to represent the effect
of 'breaking' the contact between the foundation element and the soil, demonstrated
greater participation of the contact (36%) and a smaller percentage due to the piles (64%).
In comparison with the foundation blocks with contact, the numerical analyses from which
the contact was eliminated demonstrated that the greater participation of tip resistance is
generated as a function of the existence of the contact effect.
Key words: piled raft; 3D numerical analysis; finite elements; experimental analysis.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 1
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Dedicatória
xv
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Agradecimentos
Aos irmãos Jacqueline e José Francisco, pelo incentivo e exemplo de vida. Aos sobrinhos
Pedro Henrique, Maria Júlia e Ramón, pelos momentos de descontração.
Aos técnicos do Laboratório de Mecânica dos Solos e Estradas "Luiz Eduardo Meyer" e
do laboratório de estruturas: José Benedito Cipriano, Wagner Pizani Guidi, Reinaldo
Leite, Anderson Silvestre da Luz e Ademir de Almeida, pela contribuição na
implementação do projeto de pesquisa em sua fase experimental na FEC-UNICAMP.
À DYWIDAG, em nome do Eng. José Luiz, pelo apoio à pesquisa, com doação dos
tirantes utilizados nas estacas de reação das provas de carga.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1. Formas de ruptura de um radier estaqueado (modificado PHUNG, 1993). .... 6
Figura 2.2. Efeito do contato em estaca isolada (modificado POULOS, 1968). ............... 6
Figura 2.3. Fatores de incremento na capacidade de carga das estacas e do bloco devido
à interação bloco/estacas (AKINMUSURU, 1980). .......................................................... 8
Figura 2.4. Modelo Estaca “T” (DÉCOURT, 1996). .......................................................... 9
Figura 2.5. Commerzbank Tower em Frankfurt: (a) foto da estrutura; (b) disposição das
estacas no radier (KATZENBACH ET AL., 1994)........................................................... 10
Figura 2.6. Edifício Messeturm em vista e corte (KATZENBACH ET AL., 2005). .......... 11
Figura 2.7. Planta do edifício Messeturm: distribuição e cortes do radier estaqueado. .. 11
Figura 2.8. Edifício Burj Khalifa (HERNÁNDEZ, 2014). .................................................. 12
Figura 2.9. Perspectiva do radier estaqueado do Burj Khalifa (HERNÁNDEZ, 2014). ... 12
Figura 2.10. Introdução da armação da estaca escavada durante a construção do Burj
Khalifah (FOUNDATION, CONCRETE AND EARTHQUAKE ENGINEERING, 2014). .. 13
Figura 2.11. Contorno da máxima carga axial. (POULOS, 2008)................................... 14
Figura 2.12. Sistemas de fundação: (a) Estaca isolada, (b) grupo de estacas, (c) radier
estaqueado (BEZERRA, 2003). ..................................................................................... 15
Figura 2.13. Distribuição de cargas entre estacas (MANDOLINI et al., 2005)................ 18
Figura 2.14. Porcentagem de distribuição de cargas no radier estaqueado (MANDOLINI
et al., 2005). ................................................................................................................... 18
Figura 2.15. Curvas carga x recalque para o radier isolado, para estaca isolada, para o
radier estaqueado e para a soma das parcelas do radier isolado e estaca isolada (WU et
al., 2002). ....................................................................................................................... 19
Figura 2.16. Pequeno e grande radiers estaqueados (VIGGIANI et al., 2012) .............. 21
Figura 2.17. Pequeno radier estaqueado (VIGGIANI et al., 2012) ................................. 22
Figura 2.18. Redução de recalque diferencial com inserção de estacas na porção central
do radier (RANDOLPH, 1994). ....................................................................................... 25
Figura 2.19. Projeto esquemático da abordagem com estacas redutoras de recalque
(RANDOLPH, 1994). ...................................................................................................... 26
Figura 2.20. Relação entre custo e benefício da técnica de fundação em radier
estaqueado (DE SANCTIS ET AL., 2002). ..................................................................... 27
xix
Figura 2.21. Conceito de radier estaqueado (KATZENBACH ET AL., 2000) ................. 29
Figura 2.22. Configuração dos sistemas (MANDOLINI, 2003). ...................................... 30
Figura 2.23. Dados experimentais obtidos por Mandolini et al. (2005)........................... 31
Figura 2.24. Gráfico para seleção de uma abordagem de projeto adequado para
fundações (MANDOLINI, 2005)...................................................................................... 33
Figura 2.25. Curvas carga x recalque para radier estaqueado de acordo com várias
filosofias de projeto (POULOS, 2001). ........................................................................... 37
Figura 2.26. Diferentes interações que afetam o comportamento de sapata estaqueada
(EL-MOSSALAMY e FRANKE, 1997). ........................................................................... 38
Figura 2.27. Relação carga x recalque de uma estaca isolada comparada com o
comportamento de estacas de um grupo de estacas e com estacas de uma sapata
estaqueada (EL-MOSSALLAMY e FRANKE, 1997). ...................................................... 39
Figura 2.28. Relação carga x recalque de uma estaca isolada e estacas individuais de
uma sapata estaqueada (EL-MOSSALLAMY e FRANKE, 1997). .................................. 39
Figura 2.29. Mecanismos de interação em radiers estaqueados (HAIN e LEE, 1978)... 45
Figura 2.30. Mobilização de carga e recalque obtidos a partir de uma estaca flutuante e
por uma estaca sob radier de largura infinita (BURLAND, 1995). .................................. 51
Figura 2.31. Substituição do grupo de estacas pelo “pilar equivalente” (CASTELLI E
MAUGERI, 2002) ........................................................................................................... 56
Figura 2.32. Solução de um grupo de estacas (SAĞLAM, 2003). .................................. 58
Figura 2.33. Transferência de carga em grupo de estacas (SAĞLAM, 2003). ............... 59
Figura 2.34. Fatores para o cálculo do recalque imediato médio de uma área carregada
(CHRISTIAN e CARRIER, 1978) .................................................................................... 60
Figura 2.35. Variações da média e COV de Rs de grupos de estacas com carga
normalizada (XU e ZHANG, 2007). ................................................................................ 62
Figura 2.36. Sistema reduzido de prova de carga (EL-GARHY, 2013). ......................... 65
Figura 2.37. Casos estudados de radiers com estacas no centro (El-GARHY, 2013). .. 65
Figura 2.38. (a) Variação da taxa de melhoria de carga, LIR, com o número de estacas
com 10 mm de recalque e (b) Compartilhamento de carga entre radier e estacas para o
centro do radier estaqueado (EL-GARHY, 2013). .......................................................... 67
Figura 2.39. Esquema de medição de carga nas provas de carga (SOARES, 2011) .... 68
xx
Figura 2.40. Cargas para o recalque máximo das fundações em grupos de estacas
(SOARES, 2011) ............................................................................................................ 69
Figura 2.41. Curva carga x recalque obtidos para os radiers isolado e estaqueado
(SOARES, 2011). ........................................................................................................... 69
Figura 2.42. Representação da malha de elementos finitos usada nas análises (e.g. 3x3
matriz, Lp = 16 m): (a) típica malha 3D de FE e condições de contorno; (b) Vista lateral
(CHO et al., 2012). ......................................................................................................... 71
Figura 2.43. Malha de Elemento finito típico: (a) malha de FE-3D; (b) vista em planta; (c)
vista lateral (CHO et al., 2012). ...................................................................................... 72
Figura 2.44. Carga x recalque médio normalizado de UR, PR: (a) argila mole; (b) argila
rija (CHO et al., 2012). ................................................................................................... 73
Figura 2.45. Recalque diferencial normalizado com grupo de estaca-radier, taxa de área
do radier (argila mole): (a) 3x3; (b) 4x4 (CHO et al., 2012). ........................................... 74
Figura 2.46. Recalque médio normalizado x fator de segurança global (CHO et al., 2012).
....................................................................................................................................... 74
Figura 2.47. Planta dos radiers ensaiados experimentais e numéricos (ANJOS, 2006).75
Figura 2.48. a) Elemento triangular da malha de elemento finito em 2D para elemento
sólido 3D; b) Planta dos radiers ensaiados numericamente (JANDA et al., 2009). ........ 76
Figura 2.49. Curvas carga x recalque dos radiers estaqueados obtidas
experimentalmente e numericamente (JANDA et al., 2009)........................................... 76
Figura 2.50. Curvas versus carga x recalque obtidas numericamente com o Plaxis 3D
para os grupos de estacas (g) e para os radiers estaqueados (r) (JANDA et al., 2009).77
Figura 2.51. Esquema longitudinal das estacas defeituosas (FREITAS NETO, 2013). . 78
Figura 2.52. Distribuição de cargas entre o radier e a estaca defeituosa no radier
estaqueado composto de uma estaca CD1 (FREITAS NETO, 2013). ........................... 79
Figura 2.53. Distribuição de cargas entre o radier e as estacas no radier estaqueado CD3
(EXP). (FREITAS NETO, 2013). .................................................................................... 79
Figura 2.54. Distribuição de cargas entre o radier e as estacas no radier estaqueado CD4
(EXP). (FREITAS NETO, 2013). .................................................................................... 80
Figura 2.55. Recalque obtido via análise numérica para os radiers estaqueados com uma
estaca defeituosa cada (FREITAS NETO, 2013). .......................................................... 81
xxi
Figura 2.56. Perspectiva FEM-3D do radier estaqueado (ALNUIAM et al., 2013).......... 82
Figura 2.57. Carga nas estacas com diferentes espessuras do radier e relação s/d: a)
s/d=4 e b) s/d=10 (ALNUIAM et al., 2013). .................................................................... 83
Figura 2.58. Carga nas estacas com diferentes: (a) larguras e (b) diâmetros (ALNUIAM
et al., 2013). ................................................................................................................... 83
Figura 2.59. Malha de elementos finitos da fundação em radier estaqueado (n=25 e
L=16m) (BOURGEOIS et al., 2012). .............................................................................. 84
Figura 2.60. Malha de elementos finitos da fundação em radier estaqueado modelado em
duas fases (BOURGEOIS et al., 2012). ......................................................................... 84
Figura 2.61. Interação solo-estaca: (a) ao longo do comprimento da estaca; (b) na ponta
das estacas (BOURGEOIS et al., 2012). ....................................................................... 85
Figura 2.62. Leis de interação em diagrama tensão-deformação (a) atrito lateral e (b)
ponta da estaca (BOURGEOIS et al., 2012). ................................................................. 86
Figura 2.63. Radier estaqueado de 3x3 no estudo paramétrico (FATTAH et al., 2014). 87
Figura 2.64. Influência dos parâmetros na absorção de carga pelas estacas sob o radier:
(a) efeito da espessura –tc; (b) diâmetro da estaca – D; (c) comprimento da estaca – L e
(d) relação S/D (FATTAH et al., 2014). .......................................................................... 88
Figura 3.1. Localização do campo experimental ............................................................ 92
Figura 3.2. Localização do campo experimental na UNICAMP (Google Earth - capturada
em 14 de junho de 2014). .............................................................................................. 92
Figura 3.3. Mapa geológico de Campinas (INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS, 2011). ..... 94
Figura 3.4. Locação das sondagens e do poço no Campo Experimental. ..................... 96
Figura 3.5. Valores de Sucção em profundidade (GON, 2011). ..................................... 98
Figura 3.6. Teor de umidade durante a realização das provas de carga. ...................... 99
Figura 3.7. Valores de WL, WP, WC e IP (GON, 2011).................................................. 100
Figura 3.8. Distribuição granulométrica com defloculante (GON, 2011). ..................... 101
Figura 3.9. Valores de coesão e ângulo de atrito (GON, 2011).................................... 102
Figura 3.10. Valores de NSPT em profundidade (RODRIGUEZ, 2013). ........................ 103
Figura 3.11. Valores de Tmáx em profundidade (RODRIGUEZ, 2013). ......................... 103
Figura 3.12. Valores médios de qc, fs e Rf (modificado RODRIGUEZ, 2013).............. 104
Figura 3.13. Parâmetros médios do perfil geológico do campo experimental. ............. 107
xxii
Figura 3.14. Equipamento de perfuração utilizado ....................................................... 108
Figura 3.15. Execução das estacas escavadas. .......................................................... 108
Figura 3.16. Armadura das estacas-teste. ................................................................... 109
Figura 3.17. Armadura das estacas de reação............................................................. 109
Figura 3.18. Colocação das armaduras das estacas- teste. ........................................ 110
Figura 3.19. Detalhe da instrumentação instalada nas estacas-teste. ......................... 110
Figura 3.20. Estaca-teste concretada e proteção da instrumentação. ......................... 110
Figura 3.21. Armadura da estaca de reação depois de inserida no furo. ..................... 111
Figura 3.22. Implantação topográfica do tirante de reação. ......................................... 111
Figura 3.23. Estaca de reação concretada com tirante em arranque. .......................... 111
Figura 3.24. Geometria dos radiers estaqueados. ....................................................... 111
Figura 3.25. Detalhe da armadura do bloco de 1 estaca. ............................................. 112
Figura 3.26. Perspectiva 3D da armação do bloco de 1 estaca. .................................. 112
Figura 3.27. Detalhe da armadura do bloco de 2 estacas. ........................................... 112
Figura 3.28. Perspectiva 3D da armação do bloco de 2 estacas. ................................ 112
Figura 3.29. Detalhe da armadura do bloco de 3 estacas. ........................................... 113
Figura 3.30. Perspectiva 3D da armação do bloco de 3 estacas. ................................ 113
Figura 3.31. Detalhe da armadura do bloco de 4 estacas. ........................................... 113
Figura 3.32. Perspectiva 3D da armação do bloco de 4 estacas. ................................ 113
Figura 3.33. Exemplo de radier estaqueado. ............................................................... 114
Figura 3.34. Armadura do radier de 1 estaca (CC1 EXP). ........................................... 114
Figura 3.35. Concretagem dos radiers de 1 estaca (CC1 EXP). .................................. 114
Figura 3.36. Armadura do radier de 2 estacas (CC2 EXP). ......................................... 114
Figura 3.37. Concretagem do radier de 2 estacas (CC2 EXP). .................................... 114
Figura 3.38. Armadura do radier de 3 estacas (CC3 EXP). ......................................... 115
Figura 3.39. Concretagem do radier de 3 estacas (CC3 EXP). .................................... 115
Figura 3.40. Armadura do radier de 4 estacas (CC4 EXP). ......................................... 115
Figura 3.41. Concretagem do radier de 4 estacas (CC4 EXP). .................................... 115
Figura 3.42. Radier estaqueado CC3 EXP com laterais escavadas. ........................... 116
Figura 3.43. Radier estaqueado CC2 EXP com laterais escavadas. ........................... 116
Figura 3.44. Distribuição dos blocos estaqueados testes e estacas de reação. .......... 117
xxiii
Figura 3.45. Strain gages colados ao CPs de concreto. .............................................. 118
Figura 3.46. Corpos de prova instrumentados para rompimento. ................................ 118
Figura 3.47. Prensa de ruptura..................................................................................... 118
Figura 3.48. Processo de rompimento com sistema de aquisição de dados. ............... 118
Figura 3.49. Curva tensão-deformação dos corpos de prova ensaiados. .................... 119
Figura 3.50. Posicionamento da instrumentação ao longo do fuste da estaca. ........... 121
Figura 3.51. Strain Gage EXCEL. ................................................................................ 122
Figura 3.52. Fixação da roseta extensométrica............................................................ 122
Figura 3.53. Ligações ao extensômetro. ...................................................................... 123
Figura 3.54. Ligação dos fios de conexão. ................................................................... 123
Figura 3.55. Ligações completas.................................................................................. 123
Figura 3.56. Aplicação de resina protetora. .................................................................. 123
Figura 3.57. Instrumentação completa e pronta para aplicação. .................................. 123
Figura 3.58. Croqui em vista frontal do Sistema de Reação Principal. ......................... 124
Figura 3.59. Detalhe “A” de travamento superior na viga de reação com a porca (Dywidag,
2014). ........................................................................................................................... 125
Figura 3.60. Detalhe “B” da emenda entre tirantes (Dywidag, 2014). .......................... 125
Figura 3.61. Sistema de reação da prova de carga do radier estaqueado CC1. .......... 126
Figura 3.62. Medidores de recalque no radier de 1 estaca. ......................................... 127
Figura 3.63. Medidores de recalque no radier de 2 estacas. ....................................... 127
Figura 3.64. Sistema de aquisição de dados durante uma prova de carga. ................. 128
Figura 3.65. Detalhe do QuantumX Assistant 840, da HBM. ....................................... 128
Figura 3.66. Software Catman Easy, durante realização de prova de carga. .............. 128
Figura 4.1. Valores de constante de recalque versus rigidez relativa, obtidos com o LCPC
– CESAR para uma estaca isolada com 20 metros de comprimento e relação H/L igual a
4,0 (FREITAS NETO, 2013). ........................................................................................ 131
Figura 4.2. Resultados obtidos para radier sobre 9 estacas quadradas de 17 metros de
comprimento (FREITAS NETO, 2013). ........................................................................ 132
Figura 4.3. Valores de recalque médio no radier de 15 estacas, carga admissível igual a
12 MN e FS igual a 2,60, obtidos na literatura e pelo método dos elementos finitos (LCPC-
Cesar) (FREITAS NETO, 2013). .................................................................................. 134
xxiv
Figura 4.4. Modelo Numérico (BRINKGREVE, 2002). ................................................. 135
Figura 4.5. Deslocamentos na extremidade da malha de elementos finitos. ............... 137
Figura 4.6. Variação do recalque em função do número de nós. ................................. 138
Figura 4.7. Variação do recalque em função do número de elementos. ...................... 139
Figura 4.8. Dimensão da malha de elementos finitos e condições de contorno. .......... 139
Figura 4.9. Perspectiva da malha de elementos finitos do radier estaqueado CC1 NUM.
..................................................................................................................................... 140
Figura 4.10. Perspectiva da malha de elementos finitos do radier estaqueado CC2 NUM.
..................................................................................................................................... 140
Figura 4.11. Perspectiva da malha de elementos finitos do radier estaqueado CC3 NUM.
..................................................................................................................................... 141
Figura 4.12. Perspectiva da malha de elementos finitos do radier estaqueado CC4 NUM.
..................................................................................................................................... 141
Figura 4.13. Curva carga x recalque experimental e numérica de 1 estaca. ................ 142
Figura 4.14. Transferência de carga obtida pela análise numérica de 1 estaca........... 143
Figura 5.1. Cargas de ruptura para os radiers estaqueados experimentais. ................ 147
Figura 5.2. Curva carga x recalque do radier estaqueado de 1 estaca. ....................... 148
Figura 5.3. Transferência de carga média na estaca do radier estaqueado de 1 estaca.
..................................................................................................................................... 149
Figura 5.4. Distribuição de carga no radier estaqueado de 1 estaca. .......................... 150
Figura 5.5. Variação do fator de segurança e recalque para o radier de 1 estaca. ...... 151
Figura 5.6. Deslocamentos no radier estaqueado CC1 NUM por estágios de carga. .. 152
Figura 5.7. Compressão no radier estaqueado CC1 NUM por estágios de carga........ 153
Figura 5.8. Curva carga x recalque do radier estaqueado CC1 NUM. ......................... 155
Figura 5.9. Transferência de carga média na estaca do radier estaqueado CC1 NUM.
..................................................................................................................................... 155
Figura 5.10. Distribuição de carga no radier estaqueado CC1 NUM. ........................... 156
Figura 5.11. Fator de segurança e recalque para o radier estaqueado CC1 NUM. ..... 157
Figura 5.12. Deslocamentos no grupo de estacas SC1 NUM por estágios de carga. .. 158
Figura 5.13. Compressão no grupo de estacas SC1 NUM por estágios de carga. ...... 159
Figura 5.14. Curva carga x recalque do grupo de estacas SC1 NUM. ......................... 160
xxv
Figura 5.15. Transferência de carga média na estaca do grupo de estacas SC1 NUM.
..................................................................................................................................... 161
Figura 5.16. Distribuição de carga no grupo de estacas SC1 NUM. ............................ 162
Figura 5.17. Fator de segurança e recalque para o grupo de estacas SC1 NUM. ....... 163
Figura 5.18. Curvas carga x recalque dos radiers estaqueados CC1 EXP x CC1 NUM.
..................................................................................................................................... 164
Figura 5.19. Distribuição de Carga entre CC1 EXP x CC1 NUM. ................................ 165
Figura 5.20. Transferência de carga na estaca dos radiers estaqueados CC1EXP e
CC1NUM. ..................................................................................................................... 166
Figura 5.21. Fator de segurança e recalque entre os radiers estaqueados CC1 EXP x
CC1 NUM. .................................................................................................................... 166
Figura 5.22. Recalque médio normalizado com fator de segurança global dos radiers
estaqueados CC1 EXP x CC1 NUM. ........................................................................... 167
Figura 5.23. Recalque médio normalizado e carga normalizada dos radiers estaqueados
CC1 EXP x CC1 NUM. ................................................................................................. 168
Figura 5.24. Curvas carga x recalque dos radiers estaqueados CC1 NUM x SC1 NUM.
..................................................................................................................................... 170
Figura 5.25. Distribuição de carga entre CC1 NUM x SC1 NUM. ................................ 171
Figura 5.26. Fator de segurança e recalque entre os radiers estaqueados CC1 NUM x
SC1 NUM. .................................................................................................................... 172
Figura 5.27. Recalque médio normalizado com fator de segurança global dos radiers
estaqueados CC1 NUM x SC1 NUM. ........................................................................... 173
Figura 5.28. Recalque médio normalizado e carga normalizada dos radiers estaqueados
CC1 NUM x SC1 NUM. ................................................................................................ 173
Figura 5.29. Curva carga x recalque do radier estaqueado CC2 EXP. ........................ 176
Figura 5.30. Transferência de carga média na estaca do radier estaqueado CC2 EXP.
..................................................................................................................................... 176
Figura 5.31. Distribuição de carga no radier estaqueado CC2 EXP............................. 177
Figura 5.32. Variação do fator de segurança e recalque para o radier estaqueado CC2
EXP. ............................................................................................................................. 178
Figura 5.33. Deslocamentos no radier estaqueado CC2 NUM por estágios de carga. 180
xxvi
Figura 5.34. Compressão no radier estaqueado CC2 NUM por estágios de carga...... 181
Figura 5.35. Curva carga x recalque do radier estaqueado CC2 NUM. ....................... 182
Figura 5.36. Transferência de carga média na estaca do radier estaqueado CC2 NUM.
..................................................................................................................................... 183
Figura 5.37. Distribuição de carga no radier estaqueado CC2 NUM. ........................... 184
Figura 5.38. Fator de segurança e recalque para o radier estaqueado CC2 NUM. ..... 184
Figura 5.39. Deslocamentos no grupo de estacas SC2 NUM por estágios de carga. .. 186
Figura 5.40. Compressão no grupo de estacas SC2 NUM por estágios de carga. ...... 187
Figura 5.41. Curva carga x recalque do grupo de estacas SC2 NUM. ......................... 188
Figura 5.42. Transferência de carga média na estaca do grupo de estacas SC2 NUM.
..................................................................................................................................... 189
Figura 5.43. Distribuição de carga no grupo de estacas SC2 NUM. ............................ 189
Figura 5.44. Fator de segurança e recalque para o grupo de estacas SC2 NUM. ....... 190
Figura 5.45. Curvas carga x recalque dos radiers estaqueados CC2 EXP x CC2 NUM.
..................................................................................................................................... 191
Figura 5.46. Distribuição de Carga entre CC2 EXP x CC2 NUM. ................................ 192
Figura 5.47. Transferência de carga na estaca dos radiers estaqueados CC2EXP e
CC2NUM. ..................................................................................................................... 193
Figura 5.48. Fator de segurança e recalque entre os radiers estaqueados CC2 EXP x
CC2 NUM. .................................................................................................................... 194
Figura 5.49. Recalque médio normalizado com fator de segurança global dos radiers
estaqueados CC2 EXP x CC2 NUM. ........................................................................... 195
Figura 5.50. Recalque médio normalizado e carga normalizada dos radiers estaqueados
CC2 EXP x CC2 NUM. ................................................................................................. 196
Figura 5.51. Curvas carga x recalque dos radiers estaqueados CC2 NUM x SC2 NUM.
..................................................................................................................................... 198
Figura 5.52. Distribuição de carga entre CC2 NUM x SC2 NUM. ................................ 199
Figura 5.53. Fator de segurança e recalque entre os radiers estaqueados CC2 NUM x
SC2 NUM. .................................................................................................................... 200
Figura 5.54. Recalque médio normalizado com fator de segurança global dos radiers
estaqueados CC2 NUM x SC2 NUM. ........................................................................... 201
xxvii
Figura 5.55. Recalque médio normalizado e carga normalizada dos radiers estaqueados
CC2 NUM x SC2 NUM. ................................................................................................ 202
Figura 5.56. Curva carga x recalque do radier estaqueado CC3 EXP. ........................ 203
Figura 5.57. Transferência de carga média na estaca do radier estaqueado CC3 EXP.
..................................................................................................................................... 204
Figura 5.58. Distribuição de carga no radier estaqueado CC3 EXP............................. 205
Figura 5.59. Variação do fator de segurança e recalque para o radier estaqueado CC3
EXP. ............................................................................................................................. 206
Figura 5.60. Deslocamentos no radier estaqueado CC3 NUM por estágios de carga. 208
Figura 5.61. Compressão no radier estaqueado CC3 NUM por estágios de carga...... 209
Figura 5.62. Curva carga x recalque do radier estaqueado CC3 NUM. ....................... 210
Figura 5.63. Transferência de carga média na estaca do radier estaqueado CC3 NUM.
..................................................................................................................................... 211
Figura 5.64. Distribuição de carga no radier estaqueado CC3 NUM. ........................... 211
Figura 5.65. Fator de segurança e recalque para o radier estaqueado CC3 NUM. ..... 212
Figura 5.66. Deslocamentos no grupo de estacas SC3 NUM por estágios de carga. .. 214
Figura 5.67. Compressão no grupo de estacas SC3 NUM por estágios de carga. ...... 215
Figura 5.68. Curva carga x recalque do grupo de estacas SC3 NUM. ......................... 216
Figura 5.69. Transferência de carga nas estacas do grupo de estacas SC3 NUM. ..... 217
Figura 5.70. Distribuição de carga no grupo de estacas SC3 NUM. ............................ 217
Figura 5.71. Fator de segurança e recalque para o grupo de estacas SC3 NUM. ....... 218
Figura 5.72. Curvas carga x recalque dos radiers estaqueados CC3 EXP x CC3 NUM.
..................................................................................................................................... 219
Figura 5.73. Distribuição de Carga entre CC3 EXP x CC3 NUM. ................................ 220
Figura 5.74. Transferência de carga nas estacas dos radiers estaqueados CC3EXP e
CC3NUM. ..................................................................................................................... 221
Figura 5.75. Fator de segurança e recalque entre os radiers estaqueados CC3 EXP x
CC3 NUM. .................................................................................................................... 222
Figura 5.76. Recalque médio normalizado com fator de segurança global dos radiers
estaqueados CC3 EXP x CC3 NUM. ........................................................................... 223
xxviii
Figura 5.77. Recalque médio normalizado e carga normalizada dos radiers estaqueados
CC3 EXP x CC3 NUM. ................................................................................................. 224
Figura 5.78. Curvas carga x recalque dos radiers estaqueados CC3 NUM x SC3 NUM.
..................................................................................................................................... 226
Figura 5.79. Distribuição de carga entre CC3 NUM x SC3 NUM. ................................ 227
Figura 5.80. Fator de segurança e recalque entre os radiers estaqueados CC3 NUM x
SC3 NUM. .................................................................................................................... 228
Figura 5.81. Recalque médio normalizado com fator de segurança global dos radiers
estaqueados CC3 NUM x SC3 NUM. ........................................................................... 229
Figura 5.82. Recalque médio normalizado e carga normalizada dos radiers estaqueados
CC3 NUM x SC3 NUM. ................................................................................................ 230
Figura 5.83. Curva carga x recalque do radier estaqueado CC4 EXP. ........................ 231
Figura 5.84. Transferência de carga média na estaca do radier estaqueado CC4 EXP.
..................................................................................................................................... 232
Figura 5.85. Distribuição de carga no radier estaqueado CC4 EXP............................. 233
Figura 5.86. Variação do fator de segurança e recalque para o radier estaqueado CC4
EXP. ............................................................................................................................. 234
Figura 5.87. Deslocamentos no radier estaqueado CC4 NUM por estágios de carga. 236
Figura 5.88. Compressão no radier estaqueado CC4 NUM por estágios de carga...... 237
Figura 5.89. Curva carga x recalque do radier estaqueado CC4 NUM. ....................... 238
Figura 5.90. Transferência de carga nas estacas do radier estaqueado CC4 NUM. ... 239
Figura 5.91. Distribuição de carga no radier estaqueado CC4 NUM. ........................... 240
Figura 5.92. Fator de segurança e recalque para o radier estaqueado CC4 NUM. ..... 241
Figura 5.93. Deslocamentos no grupo de estacas SC4 NUM por estágios de carga. .. 242
Figura 5.94. Compressão no grupo de estacas SC4 NUM por estágios de carga. ...... 243
Figura 5.95. Curva carga x recalque do grupo de estacas SC4 NUM. ......................... 244
Figura 5.96. Transferência de carga média na estaca do grupo de estacas SC4 NUM.
..................................................................................................................................... 245
Figura 5.97. Distribuição de carga no grupo de estacas SC4 NUM. ............................ 246
Figura 5.98. Fator de segurança e recalque para o grupo de estacas SC4 NUM. ....... 246
xxix
Figura 5.99. Curvas carga x recalque dos radiers estaqueados CC4 EXP x CC4 NUM.
..................................................................................................................................... 247
Figura 5.100. Distribuição de Carga entre CC4 EXP x CC4 NUM. .............................. 248
Figura 5.101. Transferência de carga nos radiers estaqueados CC4 EXP e CC4 NUM.
..................................................................................................................................... 250
Figura 5.102. Fator de segurança e recalque entre os radiers estaqueados CC4 EXP x
CC4 NUM. .................................................................................................................... 250
Figura 5.103. Recalque médio normalizado com fator de segurança global dos radiers
estaqueados CC4 EXP x CC4 NUM. ........................................................................... 251
Figura 5.104. Recalque médio normalizado e carga normalizada dos radiers estaqueados
CC4 EXP x CC4 NUM. ................................................................................................. 252
Figura 5.105. Curvas carga x recalque dos radiers estaqueados CC4 NUM x SC4 NUM.
..................................................................................................................................... 254
Figura 5.106. Distribuição de carga entre CC4 NUM x SC4 NUM. .............................. 255
Figura 5.107. Fator de segurança e recalque dos radiers estaqueados CC4 NUM x SC4
NUM. ............................................................................................................................ 256
Figura 5.108. Recalque médio normalizado com fator de segurança global dos radiers
estaqueados CC4 NUM x SC4 NUM. ........................................................................... 257
Figura 5.109. Recalque médio normalizado e carga normalizada dos radiers estaqueados
CC4 NUM x SC4 NUM. ................................................................................................ 258
Figura 6.1. Curvas carga x recalque para os radiers experimentais (CC1 EXP, CC2 EXP,
CC3 EXP e CC4 EXP). ................................................................................................ 259
Figura 6.2. Curvas carga x recalque dos radiers numéricos. ....................................... 260
Figura 6.3. Curvas carga x recalque dos grupos de estacas numéricos. ..................... 260
Figura 6.4. Carga de ruptura dos radiers estaqueados. ............................................... 262
Figura 6.5. Carga de ruptura de radiers estaqueados x grupos de estacas. ................ 264
Figura 6.6. Carga média na ponta das estacas nos radiers estaqueados experimentais.
..................................................................................................................................... 266
Figura 6.7. Participação da resistência de ponta nos radiers estaqueados experimentais.
..................................................................................................................................... 266
Figura 6.8. Resistência por atrito lateral por radier estaqueado CC EXP. .................... 267
xxx
Figura 6.9. Participação do atrito lateral para os radiers estaqueados CC EXP. ......... 268
Figura 6.10 Carga devido ao contato por radiers estaqueados CC EXP. .................... 269
Figura 6.11 Participação devido ao contato para os radiers estaqueados CC EXP. .... 270
Figura 6.12. Curvas de tensão aplicada no solo pelos radiers estaqueados ............... 270
Figura 6.13 Participação de carga entre atrito lateral, ponta e contato radier solo para os
radiers estaqueados experimentais. ............................................................................. 271
Figura 6.14 Variação das relações de área dos radiers estaqueados CC EXP. .......... 273
Figura 6.15 Variação da carga de ruptura pela relação de área dos radiers estaqueados
CC EXP. ....................................................................................................................... 273
Figura 6.16 Carga em função de (Aest) / (Atotal)............................................................. 274
Figura 6.17 Participação de carga em função de (Aest) / (Atotal). ................................... 274
Figura 6.18 Variação da carga de ruptura em fundação da relação de áreas dos radiers
estaqueados experimentais.......................................................................................... 275
Figura 6.19 Participação de carga em função de (Aliq) / (Atotal)..................................... 276
Figura 6.20 Comparativo da participação do atrito lateral entre os radiers estaqueados
experimentais e numéricos em relação à carga total da estaca. .................................. 277
Figura 6.21. Comparativo da participação da ponta entre os radiers estaqueados CC EXP
e CC NUM em relação à carga total da estaca. ........................................................... 278
Figura 6.22 Comparativo da participação das estacas dos radiers estaqueados......... 278
Figura 6.23. Contribuição do contato radier solo entre os radiers estaqueados........... 279
Figura 6.24 Comparativo da participação da ponta entre o radier estaqueado e o grupo
de estacas em relação à carga total da estaca. ........................................................... 281
Figura 6.25 Comparativo da participação do atrito lateral entre o radier estaqueado e o
grupo de estacas em relação à carga total da estaca. ................................................. 281
Figura 6.26 Recalque médio normalizado com fator de segurança global para os radiers
estaqueados experimental e numérico. ........................................................................ 282
Figura 6.27 Recalque médio normalizado com fator de segurança global para os radiers
estaqueados x grupo de estacas.................................................................................. 283
Figura 6.28 Participação entre a carga das estacas () e do radier (Pr) em relação à carga
total do radier estaqueado experimental (Pt). .............................................................. 284
xxxi
Figura 6.29 Variação de Kpr em função da carga de ruptura para os radiers estaqueados
experimentais. .............................................................................................................. 285
Figura C.0.1. Curvas carga x recalque para os radiers estaqueados experimentais (CC1
EXP, CC2 EXP, CC3 EXP e CC4 EXP). ...................................................................... 309
Figura C.0.2. Curvas carga x recalque para os radiers estaqueados numéricos (CC1
NUM, CC2 NUM, CC3 NUM e CC4 NUM). .................................................................. 309
Figura C.0.3. Curvas carga x recalque para os grupos de estacas (SC1 NUM, SC2 NUM,
SC3 NUM e SC4 NUM). ............................................................................................... 310
Figura D 0.1. Resultado do método da rigidez para o radier estaqueado CC1 EXP .... 313
Figura D 0.2. Resultado do método da rigidez para o radier estaqueado CC2 EXP .... 313
Figura D 0.3. Resultado do método da rigidez para o radier estaqueado CC3 EXP .... 314
Figura D 0.4. Resultado do método da rigidez para o radier estaqueado CC4 EXP .... 314
xxxii
LISTA DE TABELA
Tabela 2.1. Métodos de cálculo em radier estaqueado (FREITAS NETO, 2013)........... 41
Tabela 2.2. Fórmulas empíricas para RS do grupo de estacas em solo arenoso. .......... 54
Tabela 2.3. Parâmetros dos materiais usados nas análises. ......................................... 72
Tabela 2.4. Resumo das configurações de estacas numéricas: análises realizadas. .... 73
Tabela 3.1. Índices Físicos (GON, 2011). ...................................................................... 97
Tabela 3.2. Classificação do solo através do ensaio CPT. .......................................... 105
Tabela 3.3. Parâmetros do solo determinados em laboratório (GON, 2011). .............. 106
Tabela 3.4. Propriedades dos tirantes especiais informadas pelo fabricante. .............. 109
Tabela 3.5. Características geométricas dos radiers estaqueados. ............................. 112
Tabela 3.6. Resultados do ensaio de resistência a compressão.................................. 119
Tabela 3.7. Parâmetros do concreto empregados nas análises numéricas. ................ 120
Tabela 4.1. Parâmetros geométricos e elásticos utilizados nas análises do caso de uma
estaca isolada quadrada (FREITAS NETO, 2013). ...................................................... 131
Tabela 4.2. Parâmetros geométricos e elásticos utilizados nas análises do caso do radier
sobre 9 estacas quadradas (FREITAS NETO, 2013). .................................................. 132
Tabela 4.3. Parâmetros utilizados nas análises do caso do radier sobre 9 e 15 estacas
por Poulos et al., (1997) (FREITAS NETO, 2013). ....................................................... 133
Tabela 4.4. Resultados dos testes de refinamento da malha de elementos finitos. ..... 138
Tabela 4.5. Parâmetros do solo resultantes da retroanálise ........................................ 144
Tabela 4.6. Parâmetros do aço e concreto .................................................................. 144
Tabela 5.1. Valores da carga de ruptura via Método da Rigidez. ................................. 146
Tabela 6.1 Comparativo entre cargas dos radiers estaqueados. ................................. 261
Tabela 6.2 Relação entre as cargas de ruptura dos radiers estaqueados. .................. 263
Tabela 6.3 Comparativo entre cargas dos radiers estaqueados e grupos de estacas. 263
Tabela 6.4 Relação das cargas de ruptura dos radiers estaqueados e grupos de estacas.
..................................................................................................................................... 265
Tabela 6.5 Relação de áreas dos radiers estaqueados. .............................................. 272
Tabela C0.1 Valores de carga e deslocamento obtidos para os radiers estaqueados
(experimental e numérico) e grupo de estacas (numérico) .......................................... 311
Tabela D.0.1. Valores médios de fs, qc e Rf (RODRIGUEZ, 2013). ............................ 319
xxxiii
xxxiv
LISTA DE SÍMBOLOS
xxxviii
1 INTRODUÇÃO
No Estado de São Paulo, assim como nos demais estados da Federação
Brasileira, a construção civil tem apresentado um elevado índice de crescimento.
Grandes e pequenos empreendimentos comerciais, industriais e multifamiliares são
lançados semanalmente; além das obras de reforma e construções unifamiliares. A
verticalização das cidades, com edifícios cada vez mais altos, faz com que as cargas
estruturais fiquem cada vez mais elevadas e concentradas, demandando-se pilares em
maior número ou com seções transversais maiores. As consequências dessas mudanças
fazem com que os elementos de fundação necessitem ser adequados em função dos
carregamentos, permitindo a dissipação dessas cargas junto ao maciço de maneira
eficiente.
Para esses empreendimentos é comum o emprego de estacas como opção de
fundação, principalmente pelas características do subsolo, onde suas propriedades
superficiais não permitem o emprego de fundação direta, devido à existência de alguma
limitação geotécnica, como, por exemplo, elevada porosidade e/ou pelo caráter
colapsível ou por apresentarem recalques excessivos frente às cargas. Na região de
Campinas, pode-se afirmar que grande parte das fundações empregadas são profundas,
sendo as estacas escavadas a trado as mais comuns, trabalhando em grupo, como parte
integrante de um bloco de coroamento. Essa denominação ocorre devido ao fato de que
o bloco de coroamento não tem sua capacidade de carga levada em consideração no
dimensionamento geotécnico, mesmo sabendo-se que existe o contato bloco-solo
quando este for efetivamente executado. Quando o contato de um elemento superficial
de fundação (bloco, sapatas ou radier) contribuir na capacidade de carga
simultaneamente com fundações profundas (estacas), pode-se denominar tal elemento
como radier estaqueado. A definição do termo radier estaqueado pode ser designada a
qualquer elemento superficial que se apoia não somente em estaca ou estacas, mas que
também recebe suporte do terreno em que se apoia e que de alguma forma
inter-relaciona os efeitos de carga e recalque entre os demais elementos: solo, estaca e
elemento superficial de contato, sendo comum a utilização de alguns termos como
sapata, bloco e radier, que possuam estaca ou estacas em sua formação como elemento
estrutural.
1
Janda et al. (2009) citam que o termo radier estaqueado é mencionado em grande
parte dos artigos como “um sistema de fundação em que as estacas e o radier interagem
uns com os outros e com o solo adjacente para sustentar cargas verticais, horizontais e
momentos provenientes da superestrutura”.
Mandolini et al. (2013) sugerem uso do “conceito radier estaqueado”, que é a de
considerar estacas "cooperando" com radier em vez de ser considerada como uma
"alternativa" para o radier.
O radier estaqueado é então considerado um elemento de fundação de múltiplas
interfaces, dentre os quais as estacas que estão sob o radier se inter-relacionam. Por
outro lado, sabe-se que o comportamento de uma estaca isolada diverge ao de uma
estaca pertencente a um grupo, principalmente se este grupo estiver “coroado” por um
elemento de fundação superficial que contribuirá na capacidade de carga do sistema,
tornando-se assim, um modelo de radier estaqueado.
É de conhecimento da comunidade geotécnica que na maior parte dos projetos de
fundações avalia-se o comportamento da fundação sem considerar o efeito de contato
do elemento de fundação superficial (bloco/sapata/radier) no solo. Entretanto, sabe-se
que uma fundação composta por sapata estaqueada ou radier estaqueado tem maior
eficiência na redução dos recalques, pois o contato do elemento de fundação superficial
contribui para o desempenho de capacidade de carga e redução do recalque para o
sistema.
Os primeiros passos sobre o conhecimento do sistema “radier estaqueado”
surgiram em fundações superficiais (rasas), em terrenos nos quais a camada de solo
superficial é resistente o suficiente para atender à capacidade de carga, e que os
recalques absolutos ou diferenciais chegam a atingir valores inadmissíveis para a
estrutura de uma edificação. Nesse contexto, uma maneira de reduzir os recalques
excessivos é por meio da introdução de estacas nas fundações superficiais (sapatas,
blocos ou radiers), denominando-os de radier estaqueado.
Devido à complexidade nas interações do sistema radier estaqueado, utiliza-se
uma ferramenta numérica para melhor compreender o processo de interação entre solo-
estaca, estaca-estaca, radier-estaca e radier-solo. O emprego da instrumentação por
strain-gages instaladas em estacas facilitam o entendimento da complexidade do
2
comportamento desse tipo de fundação. Em virtude dessas premissas, existe a
possibilidade de promover uma melhoria e racionalização no projeto de fundações
estaqueadas em sua quantidade, posição, profundidade e diâmetro das estacas.
1.1 Justificativa
1.2 Objetivo
3
Determinar as características do radier estaqueado (radier e estacas) que exercem
influência na análise do comportamento da sua curva carga x recalque.
Com o resultado desta pesquisa pretende-se determinar, a partir dos parâmetros
de resistência do solo e do concreto empregado no radier e nas estacas, qual o método
de análise mais apropriado, diretrizes para elaboração de projetos racionais e melhorias
na técnica construtiva dos radiers estaqueados.
4
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Apresenta-se neste capítulo, um breve histórico sobre os primeiros estudos de
radiers estaqueados no Brasil e no mundo, assim como são apresentados os principais
aspectos sobre definição e conceito de radier estaqueado, inclusive os modelos de
interação, ruptura e comportamento observados para esse tipo de fundação.
A técnica de radier estaqueado vem sendo intensamente pesquisada por muitos
especialistas que concentraram seus esforços, quer do ponto de vista teórico,
experimental e numérico sobre o comportamento desse tipo de fundação estaqueada.
Dentre os vários trabalhos destacam-se: Cunha e Sales (1998), Sales et al. (1999, 2001,
2002 e 2005), Sales (2000), Cunha et al. (2000, 2001, 2004, 2006 e 2010), Poulos (2001,
2008, 2011), De Sanctis e Mandolini (2003, 2006), Bezerra e Cunha (2002), Mandolini
(2003), Reul (2003, 2004), Mandolini et al. (2005), Anjos (2006), Janda et al. (2009),
Sousa (2010), Lee et al. (2010), Soares (2011), Viggiani et al. (2011), Poulos (2011),
Mandolini et al. (2013), Mendoza (2013); Freitas Neto (2013), Cunha e Pando (2013),
Russo et al. (2013), entre outros.
5
estacas. Para estacas pouco espaçadas, ocorreria uma ruptura de todas as estacas em
conjunto ou “pilar equivalente” (Figura 2.1a).
6
Poulos (1968) considerou a interação estaca/bloco para uma estaca isolada sob
um radier em contato com o solo. O autor considerou o solo como um semiespaço
elástico e o radier em contato com o solo, coroando as estacas como um elemento rígido.
Denominando-se por “L” o comprimento da estaca, “d” o diâmetro da estaca e “dc” o
diâmetro do radier circular com contato. O autor concluiu que, quanto menor o
comprimento da estaca em relação ao seu diâmetro (L/d), maior a influência do contato
na redução de recalques (Figura 2.2). Também observou que para estacas curtas (L/d <
10) a existência do contato não deve ser desprezada.
A capacidade de carga do radier estaqueado não é apenas a soma algébrica das
capacidades individuais de cada elemento do conjunto, porém, poderá ser maior, em face
da interação existente entre as partes; e em função de características próprias do
conjunto ensaiado e do tipo de solo a contribuição do radier na capacidade de carga pode
variar (AKINMUSURU, 1980).
O estudo de Akinmusuru (1973) com modelos reduzidos em areia foi, talvez, o
primeiro a analisar, em um mesmo solo, o comportamento da sapata isolada, da estaca
isolada e do grupo de estacas e com o contato com a superfície, a fim de se obter a
parcela de contribuição da interação radier/estacas. O autor concluiu que a capacidade
de carga de uma sapata estaqueada é superior à soma algébrica da capacidade de carga
da sapata isolada e do grupo de estacas, ou seja, há uma inter-relação entre a fundação
superficial com a fundação profunda quando se utiliza o sistema de sapatas com estacas,
de acordo com a equação 4.1:
Figura 2.3. Fatores de incremento na capacidade de carga das estacas e do bloco devido
à interação bloco/estacas (AKINMUSURU, 1980).
8
transferidos pelo topo diretamente ao solo. Um procedimento simplificado é proposto por
Décourt (1996) para o dimensionamento da fundação em Estaca “T”, que consiste em se
dimensionar a estaca para trabalhar com 70 % de sua carga de ruptura e projetar o topo
como um misto de bloco de coroamento e fundação rasa, sendo sua carga a diferença
entre a carga nominal do pilar e a suportada pela estaca ou grupo de estacas.
9
2.2 Aplicação de radier estaqueado
Figura 2.5. Commerzbank Tower em Frankfurt: (a) foto da estrutura; (b) disposição das
estacas no radier (KATZENBACH ET AL., 1994).
Figura 2.6. Edifício Messeturm em vista e Figura 2.7. Planta do edifício Messeturm:
corte (KATZENBACH ET AL., 2005). distribuição e cortes do radier estaqueado.
11
o de limitar os recalques diferenciais e médios ao menor valor possível. Para tanto, o
radier deveria ser responsável por absorver uma pequena parcela de carga, sendo o
restante assumido pelas estacas, que possuem, devido ao seu diâmetro, elevada
capacidade de suporte e resistência à deformação por recalque. Isso devido ao fato que
as pontas das estacas encontram-se apoiadas a 50 m de profundidade sobre rochas
carbonáticas (sedimentar).
12
As estacas são do tipo escavadas, com comprimento útil de 43 m e projetadas
para uma capacidade de carga admissível de 3.000 toneladas (Figura 2.10). Para tanto,
foram realizados testes no local para avaliar tal capacidade, em que foi possível atingir
6.000 toneladas durante o ensaio.
Segundo Poulos e Bunce (2008), foram utilizadas várias análises para avaliar a
resposta da fundação para a torre do Burj Khalifa. O principal modelo de projeto foi
desenvolvido utilizando o método dos Elementos Finitos (FE) pelo programa ABAQUS,
desenvolvido e executado por uma empresa especializada, a KW Ltda., com base no
Reino Unido. Alguns resultados dessas análises podem ser verificados na Figura 2.11.
Russo et al. (2013) avaliaram os recalques da fundação em radier estaqueado do
Burj Khalifa Tower, a partir dos softwares GARP e NAPRA. Esses autores reavaliaram
os recalques com base na interpretação dos resultados de provas de carga nas estacas,
em que os valores médios de recalque diferencial para o radier estaqueado com o
emprego dos softwares foram compatíveis com os medidos em campo ao final da
construção da torre.
13
O emprego da análise numérica por elementos finitos a partir de diferentes
softwares tem sido comum, inclusive com a função de verificar possíveis incongruências
entre eles.
14
Fundação superficial: elemento de fundação que transmite carga ao terreno,
predominantemente pelas pressões distribuídas sob sua base. Incluem-se as
sapatas, radiers e blocos (NBR 6122/2010);
Estacas isoladas: elemento de fundação profunda, ou seja, transmite esforços
ao maciço pela sua resistência lateral, de ponta ou a combinação destas. Sua
execução é feita com equipamento ou ferramenta sem descida de operário
(NBR 6122/2010);
Grupos de estacas: o bloco de coroamento é uma estrutura de volume usada
para transmitir às estacas as cargas de fundação (NBR 6122/2010). Porém
Bezerra (2003), relata que as associações de diversas estacas interligadas por
um bloco de coroamento, geralmente de grande rigidez, que não tem contato
com o solo.
Radier estaqueado: associações de uma estaca, ou grupo de estacas, com um
elemento de fundação superficial (sapata, radier) ou bloco de coroamento, com
ambas as partes contribuindo na transmissão das cargas ao maciço de solo.
Figura 2.12. Sistemas de fundação: (a) Estaca isolada, (b) grupo de estacas, (c) radier
estaqueado (BEZERRA, 2003).
15
2.4 Efeito do contato radier solo em fundações estaqueadas
16
observado para grupos de estacas escavadas em silte, por Jin-Li e Zhen-Long (1989), e
em estacas metálicas de ponta fechada em argila saturada, por Jin-Li et al. (1994).
Phung (2010) constatou que quando o contato do radier com solo é iniciado ocorre
um aumento na tensão horizontal atuante no fuste da estaca, concomitantemente ao
efeito de recalque provocado pela ação desse contato no solo. Como resultado desse
fenômeno, o deslocamento relativo entre o fuste e o solo é reduzido na região próxima
ao radier.
Sabe-se que o efeito de contato radier solo proporciona um aumento da tensão
vertical e consequentemente das pressões laterais no fuste das estacas, porém esse
processo pode ser influenciado pelas caracteristicas do solo, que serve como meio de
propagação das tensões.
Senna et al. (1993), através de medidas obtidas por célula de pressão instaladas
no contato solo-bloco, observa que nos grupos lineares as pressões de contato foram
maiores que nos grupos triangulares e quadrados. Essa contribuição, na ruptura,
representou de 9 a 16% da carga total aplicada ao grupo. A condição colapsível do solo
relatada por Senna et al. (1993) é semelhante àquela observada no campo experimental
da Unicamp, em que foram executados os ensaios desta tese e, portanto, existe a
possibilidade de que sejam comparados entre si.
Janda et al. (2009) observaram que para a argila superficial porosa não saturada
de Brasília (DF) o radier contribuiu com cerca de 10% de carga vertical. Nesse aspecto,
vale ressaltar que o solo do local onde os autores realizaram o estudo é constituído por
uma argila porosa com caraterísticas de colapsibilidade.
Jin-Li e Zhen-Long (1989) também constatam que, para grupos de estacas
escavadas em silte, a carga absorvida pelo bloco aumenta com o aumento do
espaçamento entre as estacas e nos grupos quadrados ela é menor para aqueles que
têm maior número de estacas.
Ensaios em centrífugas realizados por Horikoshi (1995) mostraram que a resposta
da curva carga x recalque de uma estaca em argila é significativamente afetada pela
presença de um pequeno radier circular com diâmetro de três vezes o diâmetro da estaca.
Isso ocorre devido à pressão de contato abaixo do radier. A resistência lateral última do
fuste da estaca é aumentada e a relação carga x recalque das estacas com radier em
17
contato é diferente das estacas em que o radier está sem contato, não sendo observado
o nítido colapso até o ensaio ser interrompido para recalque um pouco menor do que o
diâmetro do radier.
O efeito de contato radier-solo pode influenciar significativamente o
comportamento de fundações em radier estaqueado. Assim como o espaçamento entre
as estacas pode exercer influência no acionamento dessa resistência por contato,
revelando a complexibilidade dessa análise. No caso desta tese, o espaçamento entre
estacas adotado foi 5 estaca, pois o solo não apresentava resistência adequada à
aplicação de radier estaqueado, portanto optou-se por aumentar a área de contato e,
consequentemente, elevar a resistência por contato radier-solo.
Mandolini et al. (2005) analisaram a distribuição de carga entre as estacas sob um
radier estaqueado, e, apesar de valores dispersos, as estacas de canto e de borda do
radier absorveram mais carga à medida que foi reduzido o espaçamento entre estacas,
atingindo valores entre 1,5 e 3,0 (Figura 2.13). No radier estaqueado, a tendência é
inversa, o aumento do espaçamento entre estaca promove maior absorção de carga pelo
radier, atingindo valores de cerca de 70% para espaçamentos de 12 vezes o diâmetro da
estaca (Figura 2.14).
Figura 2.15. Curvas carga x recalque para o radier isolado, para estaca isolada, para o
radier estaqueado e para a soma das parcelas do radier isolado e estaca isolada (WU et al.,
2002).
20
2.4.1 Bulbo de tensões em radiers estaqueados
Segundo Mandolini et al. (2012) o bulbo de tensões para radiers estaqueados varia
em função das características geométricas do elemento horizontal (radier) e vertical
(estaca), conforme apresentado na Figura 2.16.
2
𝐴𝐺 = [(√𝑛 − 1)𝑠] (4.2)
23
Os estudos de campo e laboratório realizados até os primeiros anos da década de
60 sobre o comportamento de estacas isoladas, como também de grupo de estacas, eram
analisados sem o contato do radier com o solo. Dessa forma, as análises teóricas da
interação entre o contato do radier e a interação solo-estaca eram sensivelmente
simplificadas (BUTTERFIELD e BANERJEE, 1971).
Segundo Sousa (2003), no dimensionamento de um grupo de estacas e radier
estaqueado, as principais diferenças entre as duas metodologias de cálculo de fundações
estaqueadas são as seguintes:
Bloco de Estacas:
Toda carga suportada apenas pelas estacas;
Bloco considerado como rígido;
Despreza-se o contato bloco/solo;
Considera apenas as interações estaca-estaca.
Radier Estaqueado:
Considera-se o contato radier/solo;
Considera-se o radier estaqueado como rígido;
As estacas são consideradas como rígidas em função do perfil do solo;
Considera os tipos de interação (por exemplo, estaca-estaca, estaca-solo, solo-
estaca e solo-solo).
As fundações combinadas com radier e estacas atuam como uma peça composta
de três elementos: estaca, radier e solo. Em comparação ao projeto convencional de
fundações, o radier estaqueado apresenta uma dimensão nova para a interação solo-
estrutura devido à filosofia de projeto em usar estacas com carga próxima da ruptura.
Garantindo um fator de segurança mínimo para as estacas. Essa condição faz com que
as fundações sejam extremamente econômicas e apresentem menos recalques,
entretanto, a rigidez do solo deve aumentar com a profundidade (AHNER e SUKHOV,
1998).
Segundo Poulos (2001), o projeto de um radier estaqueado pode ser considerado
como sendo composto de três estágios. O primeiro é um estágio preliminar no qual os
24
efeitos do número de estacas na capacidade de carga e recalques são observados via
análise aproximada. O segundo é um exame mais detalhado para analisar onde as
estacas são realmente necessárias e para obter alguma indicação para atender a todas
as necessidades. A terceira é a fase do projeto detalhado, na qual é feita uma análise
mais refinada para confirmar a otimização do número e locação das estacas e para obter
informações essenciais para o projeto estrutural do sistema de fundação.
A Figura 2.18, mostra esquematicamente, o conceito que permite ao projeto de
estacas reduzir o recalque diferencial. Assumindo-se que a carga estrutural é distribuída
de forma relativamente uniforme sobre a área da radier, e, sabendo-se da existência de
uma tendência de recalques maiores na região central do radier sem estacas, verifica-se
que, por meio da instalação de poucas estacas na área central do radier, poder-se-á
reduzir o recalque na área central, e, assim, minimizar os recalques diferenciais.
Segundo Randolph (1994), a inserção de algumas estacas na base do radier pode
ser o suficiente para reduzir os recalques diferenciais. Entretanto, Wong et al. (2000)
alertam que a inserção de poucas estacas sob o radier pode gerar problemas de elevados
momentos de flexão, fissuras no radier e uma concentração de esforços axiais no topo
das estacas.
Figura 2.18. Redução de recalque diferencial com inserção de estacas na porção central
do radier (RANDOLPH, 1994).
25
estrategicamente as tensões de contato de um radier flexível se comportam como a de
um radier rígido, conduzindo a recalques diferenciais mínimos (Figura 2.19).
Figura 2.20. Relação entre custo e benefício da técnica de fundação em radier estaqueado
(DE SANCTIS ET AL., 2002).
27
Fisicamente, um “grupo de estacas” (“bloco de estacas”), que é uma forma
tradicional de fundação, poderia ser considerado como uma “sapata estaqueada” ou
“radier estaqueado” quando o bloco de ligação entre as estacas estiver em contato com
o solo, fazendo, assim, o papel de elemento superficial da fundação (como uma sapata
ou radier). Basicamente, esse é o conceito tradicional de “grupos de estacas”, em que
mesmo que o bloco esteja em contato com o solo, que é o usual, não se considera que
aquele possa transferir qualquer parcela de carga ao solo (SALES, 2000). Ainda segundo
esse autor, algumas das principais vantagens do uso de sapata estaqueada/radier
estaqueado são:
Redução do recalque diferencial no projeto de fundações e, eventualmente,
dos movimentos de fundações vizinhas existentes;
Redução de inclinações de fundações devido à excentricidade da carga, devido
às irregularidades das espessuras das camadas ou devido às dispersões das
propriedades que envolvem o solo;
Prevenção de recalques entre diferentes partes carregadas de uma edificação;
Aumento da capacidade de carga global das fundações;
Aumento da resistência da fundação contra cargas horizontais e momentos de
tombamento;
Redução da probabilidade de danos nos componentes estruturais devido à
diminuição do recalque inicial;
Diminuição das tensões internas e momentos pela seleção otimizada das
posições das estacas.
Conceitualmente, os radiers estaqueados são compostos por dois elementos: um
vertical e outro horizontal. O elemento vertical é constituído por uma estaca convencional
e o horizontal (topo) por uma sapata, radier ou bloco. Segundo Poulos (1980), a
transferência de carga estrutural (QPR) se dá ao solo pelo atrito lateral e ponta das estacas
(QPG) e pelo seu topo (QR), como em uma fundação rasa, por meio da pressão de contato:
𝑛
28
Katzenbach et al. (2000) definem o comportamento do radier estaqueado por meio
do coeficiente, que define a relação (pr) entre a quantidade de carga transferida para o
grupo de estacas e a carga total atuante na fundação, em que o valor zero do coeficiente
representa um radier isolado e o valor unitário representa o sistema convencional de
grupo de estacas ignorando a influência do radier, conforme apresentado na Figura 2.21.
Em que, L é a relação carga nas estacas em relação a carga total; SPR - Recalque
do radier estaqueado; SR - Recalque do radier isolado.
Mandolini (2003) cita o coeficiente αpr, que identifica a distribuição de cargas entre
o bloco e as estacas, e é definido como:
∑𝑛𝑖=1 𝑄𝑒𝑠𝑡𝑎𝑐𝑎,𝑖
𝛼𝑝𝑟 = (4.4)
𝑄𝑃𝑅
Em que: αpr = 0 representa uma fundação rasa sem estacas; αpr = 1 representa um
grupo de estacas, cujo topo não tem contato com o solo. Para 0 < αpr < 1, o sistema
funciona como radier estaqueado (Figura 2.22).
29
Dessa forma, percebe-se que toda fundação profunda atua como radier
estaqueado, exceto nos casos em que o elemento horizontal não tem contato com o solo
de apoio, como no caso de estruturas “offshore”.
30
Figura 2.23. Dados experimentais obtidos por Mandolini et al. (2005).
31
a) Ambos os valores estimados de FSUR e WUR são aceitáveis (centro inferior
direito da Figura 2.24, ponto [1]). As exigências de projeto estão satisfeitas;
a adoção de um radier sem estacas é possível;
b) Ambos os valores estimados de FSUR e WUR não são aceitáveis (canto
superior esquerdo da Figura 2.24, os pontos [2] e [3]); estacas têm de ser
adicionadas, a fim de aumentar o valor de FSUR e para reduzir o recalque,
WUR. Para o ponto [2], a adição de estacas é necessária para aumentar
substancialmente FSUR, assim como acontece, geralmente, pela adoção de
uma abordagem tradicional CBD; para o ponto [3], a adição de estacas é
necessária para melhorar a resistência e a rigidez geral (abordagem de
projeto baseado na capacidade e recalque, CSBD);
c) Apesar de o fator de segurança ser igual (ponto [4]) ou superior (ponto [5])
ao valor mínimo admissível, o recalque previsto é maior do que algum valor
admissível Wadm. Estacas têm que ser adicionadas novamente, mas, nesse
caso, com o objetivo de reduzir o recalque médio (abordagem baseada no
recalque médio, SBD) ou recalque diferencial (abordagem baseada no
recalque diferencial, DSBD).
32
Figura 2.24. Gráfico para seleção de uma abordagem de projeto adequado para fundações
(MANDOLINI, 2005).
No item 2.5.1 apresenta-se a filosofia de projeto proposta por Randolph, que pode
ser considerada como conceitual e importante, porém menos abrangente que a proposta
de Mandolini. Entretanto, parece ser razoável e interessante que tais filosofias sejam
atreladas, para reforçar o entendimento complexo das fundações em radier estaqueado.
De acordo com Randolph (1994), existem três filosofias de projeto com relação ao
radier estaqueado:
Abordagem Convencional: nesta filosofia as estacas são projetadas como
grupos de estacas que suportam a maior parcela da carga total, mas ainda é
considerado que uma parcela da carga é absorvida pelo radier, principalmente
para a capacidade de carga máxima. Nesta abordagem o comprimento e o
diâmetro das estacas são calculados como estacas isoladas, com um valor
satisfatório de fator de segurança. O comportamento do radier estaqueado é
33
governado pelo grupo de estacas, e em situações de carga de projeto podem
ser em grande parte linear, pois as estacas estão trabalhando próximo da carga
de trabalho. Para Mandolini (2003), tem-se a abordagem convencional para o
caso de αpr = 1, ou seja, toda carga é suportada pelas estacas. O que equivale
a um desempenho virtual de um grupo de estacas ao invés do comportamento
real de um radier estaqueado;
Controle de recalques diferenciais: as estacas são posicionadas
estrategicamente de maneira a limitar os recalques totais a níveis aceitáveis.
Dessa forma, os recalques diferenciais são reduzidos como consequência da
limitação do recalque total;
Critério de mobilização parcial ou total das estacas: Essa abordagem
estabelece que as estacas sejam projetadas para absorver de 70% a 80% da
capacidade da carga de trabalho, a partir da qual começam a ocorrer
deformações plásticas ou “creep”. São instaladas estacas suficientes sob o
radier, de modo que a tensão de contato entre o radier e o solo seja reduzida
a valores menores que a tensão de pré-adensamento do solo.
Além dessas, existe uma versão mais avançada do “Creep Piling” na qual se
considera 100% da capacidade de carga das estacas. Tal situação modifica a condição
inicial de que as estacas inseridas na base do radier estaqueado tem a função de atenuar
os efeitos dos recalques na fundação, e que as referidas estacas também contribuem
para aumentar a capacidade de carga máxima do sistema de base inteira (Al-Baghdadi,
2006).
Na análise de ruptura pelo bloco de solo, considera-se que a resistência por atrito
lateral s e de base qB, é mobilizada pela superfície vertical e a área de base do perímetro
das estacas, respectivamente, conforme anteriormente apresentado na Figura 2.1. A
capacidade de carga é o menor valor entre os dois tipos de ruptura.
𝑄𝐵𝐹 = 𝜏𝑆 ∙ 𝐴𝑆 + 𝑞𝐵 ∙ 𝐴𝐵 (4.6)
O estudo de recalques pode ser feito com alguns métodos simples que calculam
a rigidez do radier estaqueado e a distribuição de carga entre as estacas e o topo.
b) Segundo estágio: avalia as características gerais das estacas e onde estas são
necessárias. O estudo é feito com mais detalhes. As estacas são exigidas, com base no
carregamento do pilar, nas seguintes situações: esforços de momento e cisalhamento
máximos que excedem o valor estrutural admissível do elemento horizontal; a pressão
de contato que o elemento horizontal exerce no solo ultrapassa seu valor admissível; o
recalque total é maior que o valor tolerável.
35
c) Estágio final: nessa fase obtém-se o número, a localização e a configuração
ideal das estacas. É analisada a distribuição detalhada de recalques, momentos e
tensões cisalhantes no elemento horizontal, e as cargas e momentos nas estacas.
36
baixo fator de segurança, mas devido ao pequeno número de estacas, o radier absorve
mais carga que para a curva 1. A curva 3 ilustra a estratégia do uso de estacas como
redutores de recalques utilizando a capacidade total das estacas na carga de projeto.
Consequentemente, a curva carga x recalque pode ser não linear na carga de projeto, no
entanto, todo o sistema de fundação possui uma adequada margem de segurança e o
critério de recalque é satisfeito. Logo, o projeto descrito pela curva 3 é aceitável e pode
ser considerado como o mais econômico (POULOS, 2001).
Figura 2.25. Curvas carga x recalque para radier estaqueado de acordo com várias
filosofias de projeto (POULOS, 2001).
37
De acordo com El-Mossalamy e Franke (1997), verifica-se, na Figura 2.26, que
existem diversas interações que governam o comportamento de um radier estaqueado,
tais como as condições do subsolo, o método de instalação das estacas e muitos outros
fatores também afetam o comportamento dessa fundação.
O comportamento carga x recalque de um grupo de estacas é diferente de uma
única estaca sob as mesmas condições. Esse efeito no grupo depende de algumas
influências, tais como: as dimensões do grupo, o nível de tensões aplicado e o método
de instalação das estacas (EL-MOSSALLAMY e FRANKE, 1997). A Figura 2.27
apresenta, esquematicamente, a variação do comportamento de estacas de um grupo de
estacas e de estacas de um radier estaqueado comparando com a de uma estaca
isolada.
Figura 2.26. Diferentes interações que afetam o comportamento de sapata estaqueada (EL-
MOSSALAMY e FRANKE, 1997).
38
Figura 2.27. Relação carga x recalque de uma estaca isolada comparada com o
comportamento de estacas de um grupo de estacas e com estacas de uma sapata
estaqueada (EL-MOSSALLAMY e FRANKE, 1997).
Em que: Curva (1) representa a estaca Isolada; Curva (2) o grupo de estacas; e
Curva (3) o radier estaqueado.
A distribuição de carga entre estacas depende principalmente da espessura da
sapata, das dimensões, posições e configurações das estacas e da magnitude das
cargas aplicadas. A Figura 2.28 apresenta esse fenômeno graficamente em comparação
com o comportamento de estacas isoladas. A carga última (ruptura) das estacas sob a
sapata é maior que a carga última quando atuando como estacas isoladas, devido à
contribuição da pressão de contato da sapata (EL-MOSSALLAMY e FRANKE, 1997).
Figura 2.28. Relação carga x recalque de uma estaca isolada e estacas individuais de uma
sapata estaqueada (EL-MOSSALLAMY e FRANKE, 1997).
39
Em que: Curva (1): Estaca isolada (para comparação); Curva (2): Estaca no canto
de uma sapata estaqueada; Curva (3): Estaca na borda de uma sapata estaqueada;
Curva (4): Estaca no centro de uma sapata estaqueada.
40
Alguns trabalhos sobre a análise de radiers estaqueados por meio de modelos
numéricos, utilizando elementos finitos tridimensionais (DE SANCTIS e MANDOLINI,
2003, 2006; REUL, 2003, 2004), foram introduzidos na literatura.
O comportamento de radiers estaqueados é afetado pela interação 3D entre o
solo, as estacas e o radier. Além disso, para as condições de argila mole, a magnitude
da solução é maior do que para as condições de argila rígida sob a mesma carga vertical
aplicada. Assim, o processo de interação entre a estrutura do solo, as estacas e o radier
é muito mais complexo, portanto, é necessário utilizar um modelo analítico adequado
para avaliar essas interações (LEE et al., 2010). Segundo esse mesmo autor, os métodos
numéricos, que são aproximados têm sido extensamente desenvolvidos nas duas últimas
décadas, porque eles apresentam menor custo e podem ser utilizados para analisar
vários tipos de solo e de diferentes geometrias de fundação em relação ao campo e
ensaios em escala real. Na Tabela 2.1 apresentam-se os métodos de cálculo que estão
subdivididos nas respectivas categorias.
41
Os métodos de análise do comportamento de radiers estaqueados são complexos
devido ao grande número de fatores envolvidos na interação radier solo-estacas
(POULOS, 2001; LEE et al., 2010). Segundo Poulos (1994), os métodos podem ser
classificados em duas categorias: “Simplificados ou Preliminares” e “Detalhados ou
Métodos Numéricos”. Ainda segundo esse autor, os métodos podem ser classificados,
conforme apresentados abaixo:
Poulos (1994) também observou que o método mais preciso de análise foi o
método linear / não linear tridimensional por elementos finitos, em que os principais
pontos a serem analisados em um radier estaqueado são:
Percentuais da carga transferida pelas estacas e seu topo ao solo;
Rigidez do conjunto (relação entre a carga aplicada e o recalque do
elemento de fundação).
Da mesma forma que qualquer sistema de fundação, outros itens devem ser
considerados no estudo: capacidade de carga para esforços verticais, laterais e
momentos; recalque máximo e diferencial, momentos e esforços para detalhe estrutural
do bloco/radier e estacas.
42
2.7.1 Método simplificado
𝐾𝑝𝑔 + 𝐾𝑟 (1 − 2𝛼𝑟𝑝 )
𝐾𝑝𝑟 =
2 ( 𝐾𝑟 )
1 − 𝛼𝑟𝑝
(4.7)
𝐾𝑝𝑔
A relação entre a carga transferida ao solo pelo bloco (Pr) e a carga total (Pt) é
dada por:
𝑃𝑟 𝐾𝑟 (1 − 𝛼𝑟𝑝 )
= (4.8)
𝑃𝑡 𝐾𝑝𝑔 + 𝐾𝑟 (1 − 2𝛼𝑟𝑝 )
ln(𝑟𝑚 ⁄ 𝑟𝑐 ) ln(𝑟𝑐 ⁄ 𝑟0 )
𝛼𝑟𝑝 = =1− (4.9)
ln(𝑟𝑚 ⁄ 𝑟0 ) 𝜁
Em que:
rm é o raio de influência da estaca (distância radial na qual a deformação
cisalhante é considerada nula; é da ordem de grandeza da estaca);
rc é o raio efetivo do topo (área do topo dividida pelo número de estacas);
r0 é o raio da estaca; e 𝜁 = ln(𝑟𝑚 ⁄ 𝑟0 ).
43
𝐾
1 − 0,6 ( 𝑟 )
𝐾𝑝𝑔
𝐾𝑝𝑟 = 𝐾𝑝𝑔 (4.10)
𝐾
1 − 0,64 ( 𝑟 )
𝐾𝑝𝑔
𝑃𝑟 0,2 𝐾𝑟
=
𝑃𝑡 1 − 0,8 ( 𝐾𝑟 ) 𝐾𝑝𝑔 (4.11)
𝐾𝑝𝑔
1,1 𝐸𝑆 𝐿
𝐾𝑟 = (4.12)
1 − 𝜈𝑠2
Em que: L é o comprimento do radier/bloco e Es o módulo de Young do solo.
Entretanto, se a rigidez do grupo de estacas (KPG) pode ser avaliada por meio da
razão de atrito RS:
𝑛 𝐾𝑠 𝐾𝑠
𝐾𝑝𝑔 = = (4.13)
𝑅𝑠 𝑅𝑔
Em que: n é o número de estacas; Ks a rigidez axial da estaca (=1/Iw0); Rg = Rs/n
é o fator de redução de grupo. Ks, Rs e Rg podem ser estimadas com o uso de gráficos
ou programas de computador.
As equações de rigidez, a relação entre as cargas e o fator de interação podem
ser usados para desenvolver a curva carga - recalque do radier estaqueado.
44
2.7.2 Método híbrido
45
2.7.3 Trabalhos empregando Métodos Numéricos
Na literatura existem diversos artigos que fazem uso da ferramenta numérica para
análise sistemática do comportamento da interação estaca-solo-grupo de estacas, por
intermédio da aplicação de programas adequados ao entendimento do comportamento
carga x recalque.
Ottaviani (1975) comparou o recalque em função do módulo de deformabilidade
do solo e estacas, e a distribuição de cargas entre as estacas para uma estaca isolada e
para o radier estaqueado de 3x3 e 5x3. Dessa maneira, o autor verificou que o recalque
é maior para um radier estaqueado do que para estacas isoladas, e que o recalque para
radier estaqueado examinado depende da profundidade da camada de solo compressível
existente abaixo das estacas. O autor também constatou que a presença do bloco sobre
as estacas causa uma distribuição não uniforme de cargas ao longo das estacas do
grupo, que as estacas internas são muito menos carregadas do que as da periferia do
grupo. Além disso, o autor observou que o sistema em radier estaqueado permite não só
transmitir parte da carga diretamente para o solo, que aumenta com a diminuição da
razão do módulo de deformabilidade do concreto pelo módulo de deformabilidade do solo,
como modifica consideravelmente o mecanismo de transferência da carga das estacas
para o solo.
Zhang e Small (2000) analisaram radiers estaqueados em perfis de solo
estratificados, submetidos a carregamentos verticais e horizontais, por meio de um
método que combina o método dos elementos finitos para análise do radier e o método
da camada finita para análise do sistema grupo de estacas/solo, sendo o software
denominado APPRAF (Analysis of Piles and Piled Raft Foundations). Com base na
análise dos resultados, os autores citados observaram que esses métodos podem ser
usados com sucesso na análise de radiers estaqueados em perfis de solo estratificados
e que as distribuições de carga ao longo do fuste das estacas nesse tipo de perfil são
afetadas pela espessura relativa e rigidez das diversas camadas de solo que o compõem.
Bacelar (2002) observou que o principal objetivo da análise numérica em seu
trabalho usando o método dos dos elementos finitos foi de estimar a influência do arranjo
e a distribuição de carga em estacas e recalques diferenciais em radier estaqueados. Os
resultados numéricos mostram que o arranjo das estacas influência significativamente a
46
fração da carga aplicada que é transferida diretamente para o contato radier-solo.
Dependendo do limite da distorção angular, o número de estacas e o arranjo das estacas
pode ter reduzida.a influência no recalque de radiers estaqueados com base nos
resultados de um estudo paramétrico com análise 3D, a partir do método dos elementos
finitos, com o uso do programa ABAQUS.
Por intermédio de ferramentas numéricas, Sales et al. (2002) analisaram um radier
estaqueado, alterando a quantidade de estacas. Eles partiram da quantidade de estacas
original (25) e foram retirando algumas estacas para ver o comportamento do grupo.
Dessa forma, observaram o efeito do fator de segurança nos recalques, nos momentos
gerados no interior dos radiers e a distribuição de carga entre as estacas e o radier.
Bezerra (2003) estudou o comportamento do radier estaqueado utilizando o
programa APRAFR para analisar diversas opções de carregamento, inclusive a aplicação
de momentos e de carregamentos horizontais. Avaliando-se também o comportamento
de um radier de quatro estacas submetido a diversos modelos de carregamento,
recalques máximos e diferenciais, esforços de momento e cisalhamento máximos e
porcentagem de carga em cada estaca. Ao final, apresenta uma otimização manual,
estudando seis casos de disposição de estacas ao longo do radier, e analisando-se o
comportamento quanto ao recalque, máximo e diferencial, carga vertical nas estacas e
do momento no radier.
Reul e Randolph (2003) realizaram comparações por meio de análises numéricas
(software ABAQUS) da fundação de três obras, sendo elas: “Westend 1”, “Messeturm” e
“Torhaus der Messe”. A comparação entre o recalque total, o recalque diferencial e a
carga distribuída para as estacas mostra razoável conformidade, porém o M.E.F.
geralmente mostra uma proporção maior da carga distribuída para as estacas em relação
às medições realizadas in loco.
Novak et al. (2005) analisaram um radier estaqueado de um edifício localizado na
cidade de Urawa, Japão, assente sobre solo arenoso, em que as estacas apresentavam
comprimento de 15,8 metros, sendo que as pontas destas encontravam-se embutidas
em uma camada densa de areia. O deslocamento vertical máximo medido no centro do
radier foi de 1,80 cm, enquanto que o obtido por MEF foi de 1,54 cm.
47
De Sanctis e Mandolini (2006) avaliaram a capacidade de carga de um radier
estaqueado a partir da capacidade de carga isolada do radier e do grupo de estacas
assentes sobre argila mole. Os autores utilizaram o programa de análises em 3D por
elementos finitos ABAQUS (versão 6.2). Para tanto, utilizaram uma sapata circular sobre
uma estaca e outros três radiers quadrados apoiados sobre 9, 25 e 49 estacas. Diante
das análises, os autores observaram que o fator de segurança de um radier estaqueado
poderá ser ligeiramente menor que a soma dos fatores de segurança do radier e do grupo
de estacas isoladamente.
De acordo com as análises efetuadas por De Sanctis e Mandolini (2006), verifica-
se que o comportamento de uma fundação em radier estaqueado envolve diversas inter-
relações que não podem ser simplesmente representadas pela sobreposição de efeitos
entre uma fundação direta e um grupo de estacas.
Lee et al. (2010) realizaram análises numéricas 3D (software ABAQUS) em radiers
estaqueados quadrados com 9, 16 e 25 estacas, com comprimentos de 8, 12 e 16 m
assentados sobre argila mole, variando-se os espaçamentos entre as estacas e o tipo de
carregamento aplicado sobre o radier estaqueado. Os autores observaram que o
aumento no espaçamento entre as estacas diminui o fator pr e o tipo de carregamento
(concentrada ou uniformemente distribuído) influencia na distribuição de carga nas
estacas e no recalque do radier, necessitando de uma melhor distribuição das estacas
sob o radier.
Al-Baghdadi (2006), por intermédio de análises numéricas pelo método dos
elementos finitos, avaliou o comportamento de radiers compostos por 4, 6, 8 e 9 estacas.
Esse mesmo autor desenvolveu um programa para análise de radiers estaqueados
denominado 3DSPRANO (3-Dimensional Soil Pile Raft Analysis by Nonlinear Finite
Element).
Souza (2010) realizou um estudo cujo principal objetivo foi avaliar o efeito da
interação entre estacas. Para isso, foram utilizados o programa GARP 8 (Programa
Híbrido) e o DIANA (Baseado na rotina de cálculo de elementos finitos e desenvolvido
pela TNO Building and Construction). O autor realizou análises para radiers estaqueados
com número de estacas variável entre 1 e 100 estacas. O elemento finito considerado
48
pelo autor em suas análises é denominado por CTE30, isoparamétrico piramidal com 3
faces e 10 nós, com interpolação quadrática e integração numérica.
Kaltakci (2009) utilizou o software Plaxis de elementos finitos 2D e 3D na análise
de radiers estaqueados, a fim de comparar os resultados dessas análises com os
fornecidos pelo estudo realizado por Reul e Randolph (2004), que empregou em suas
análises 3D o software de elementos finitos, ABAQUS. O autor analisou três
configurações diferentes de estacas: comprimento, espaçamento entre elas e cargas
diferentes. A quantidade de estacas variou de 9 a 169, com modelo elastoplástico, e o
critério de ruptura utilizado para o solo foi o de Mhor - Coulomb em condições não
drenadas. Dessa forma, o autor verificou que ambos os softwares são influenciados pelas
variações nas características geométricas das estacas e também pela intensidade da
carga aplicada. Verificou também que os recalques médios obtidos pelo software Plaxis
3D são geralmente maiores que os obtidos nas análises com o ABAQUS, porém muitos
próximos entre eles. As comparações feitas entre modelos numéricos 2D e 3D foram
discrepantes, onde verifica-se que os softwares, Plaxis e ABQUS, baseados no modelo
3D, são muito mais precisos que o modelo 2D de elementos finitos.
Rabiei (2010) descreve em seu artigo o desenvolvimento de um projeto de radier
estaqueado para um edifício residencial em Mazandaran, no Irã. As análises numéricas
foram realizadas com o programa ELPLA, baseado no método dos elementos finitos.
Nesse trabalho foram consideradas nove configurações diferentes para o radier
estaqueado, nas quais foram variados tanto o número de estacas quanto o comprimento
delas dentro do radier. De acordo com os autores, dentre todas as configurações a carga
máxima absorvida pelas estacas foi de 60% e o recalque diferencial máximo foi de 3,0
centímetros.
49
da adoção de fatores de segurança elevados. Dessa forma, os projetos apresentavam-
se seguros sob o aspecto técnico, porém com elevados custos.
De acordo com Burland et al. (1977), é cada vez mais comum o uso de poucas
estacas para reduzir o recalque ao nível requerido (e melhorar o estado de tensões no
radier) e, como consequência, o aumento da capacidade de suporte. As estacas são,
portanto, denominadas “estacas redutoras de recalques”. Por outro lado, a questão de
projeto não é sobre “quantas estacas são necessárias para suportar o peso da estrutura”,
mas “quantas estacas são necessárias para reduzir o recalque a um nível aceitável”
(FLEMING et al., 1992).
Por outro lado, a utilização de poucas estacas sob um radier pode dar origem a
problemas estruturais para cargas laterais. Nesse caso, as estacas podem ser
desconectadas do radier, portanto, passando a agir como elementos de reforço do solo,
semelhantes a colunas de jet-grouting (MANDOLINI et al., 2013).
Análises realizadas por Burland (1995) são apresentadas na Figura 2.30, em que
se verifica a diferença do comportamento carga x recalque de fundações em estaca
isolada e estaca associada a um radier de largura infinita. Nota-se nesta que a fundação
em estaca isolada apresentou aumento abrupto do recalque para um determinado valor
de carga denominada ruptura. Entretanto, o radier estaqueado com uma estaca
apresenta o valor de carga máxima próximo a da estaca isolada, porém, devido à
presença do elemento horizontal de fundação, há uma alteração no comportamento da
curva carga x recalque.
Há muito tempo o conceito de estacas como elementos redutores de recalque vem
se estabelecendo no meio técnico como uma metodologia eficaz de projeto de fundações
em radier/bloco estaqueado. Essa metodologia de projeto apresenta uma aplicação
crescente nos projetos de fundações realizados no exterior e, mais recentemente, no
Brasil (estacas T ou equivalentes), conforme descrito por Décourt (1996). Para estudos
preliminares desse tipo de fundação vários métodos simplificados foram desenvolvidos e
podem ser empregados na fase de anteprojeto e na previsão de viabilidade das
fundações (BEZERRA e CUNHA, 2002).
50
Figura 2.30. Mobilização de carga e recalque obtidos a partir de uma estaca flutuante e por
uma estaca sob radier de largura infinita (BURLAND, 1995).
51
As circunstâncias nas quais o uso da técnica não é favorável ocorrem nos perfis
de solo fraco, como argila mole ou areia fofa, próximos da superfície ou em profundidades
relativamente rasas, e solos sujeitos a recalques por consolidação ou solos expansivos,
sendo, nesses casos, desaconselhável o desenvolvimento de projeto em radier
estaqueado (SOARES, 2011).
Entretanto, Poulos (2011) cita uma possível solução para a adequação ao solo
fraco: escavar o terreno, antes ou após a execução das estacas, causando um alívio nas
tensões verticais do solo e impondo ao solo uma condição de pré-adensamento. As
cargas subsequentes, impostas pelo radier, tendem a causar menos recalques do que a
solução sem escavação do solo. O autor usa o termo fundação em radier estaqueado
“compensado”.
A concepção de fundações compensadas, frequentemente utilizada no passado
para radiers compensados, pode ser extrapolada para radiers estaqueados. O termo
“compensado” surgiu para fundações em que a realização de escavações foi prevista no
projeto de fundação. (SALES et al., 2010).
Poulos (2005) chama a atenção para as seguintes vantagens ao utilizar o radier
estaqueado compensado em argilas fofas:
A experiência de fundação compensada incorre em menor recalque do que
fundações normais em radier estaqueado;
As estacas apresentam uma menor proporção de carga do que a fundação não
compensada. Além disso, o radier pode ser mais efetivo;
O recalque diferencial entre a fundação e o solo ao redor é menor do que a
fundação em radier estaqueado não compensado. Para a capacidade máxima
das estacas, o adensamento do solo pode ser responsável pela perda do
contato entre o solo e o radier, resultando na transferência de todo o
carregamento para as estacas, possivelmente resultando em problemas
arquitetônicos e para o edifício.
Sales et al. (2010) analisaram situações reais do uso de fundação em radier
estaqueado compensado para os edifícios (Hyde Park Cavalry Barracks, edifício
Messeturn e edifício Skyper). Os autores discutiram o mecanismo de fundação em radier
estaqueado compensado desses edifícios e apresentaram um modelo simplificado de
52
análise para esse tipo de fundação em solo argiloso mole, além de terem observado que
o recalque medido para os edifícios analisados foi significativamente influenciando pela
presença de uma considerável escavação. O fato de as estruturas terem fundações
compensadas reduziu significativamente os recalques e aumentou a eficácia do radier.
para uma estaca isolada, s , com a mesma média de carga por estaca (Poulos e Davis,
1980).
ρg
RS = (4.14)
ρs
53
O’Neill (1983) estudou valores de RS provenientes de uma prova de carga sobre
estaca em tamanho real e a influência de vários fatores (ex: tipo de solo, geometria do
grupo e contato do radier/bloco com o solo). Esse autor verificou que os valores da
relação de recalques são superiores a 1, exceto nas estacas cravadas em areias fofas,
em virtude do elevado aumento da rigidez do solo e, consequentemente, do grupo de
estacas, devido aos efeitos da compactação no solo. Mais adiante, Poulos (1989) dividiu
os fatores de influência em dois estados: aqueles relacionados ao solo e as
características da estaca, tais como módulo de deformabilidade da estaca e do solo e
aqueles relacionados à geometria das estacas e do grupo de estacas. Adicionalmente,
várias fórmulas empíricas para RS têm sido propostas para grupo de estacas em solo
arenoso (SKEMPTON, 1953; VÉSIC, 1969; FLEMING et al., 1992), como resumido na
Tabela 2.2. Essas fórmulas empíricas foram geralmente baseadas nas limitações
observadas nos ensaios realizados em campo para a carga de trabalho.
56
Para Randolph (1994), o método do “pilar equivalente” apresentado na Figura
2.31, o diâmetro equivalente, o recalque e o módulo equivalente podem ser obtidos de
acordo com as equações a seguir:
O recalque do “pilar equivalente” (s) pode ser calculado a partir da equação 4.18,
utilizada para o cálculo de estaca isolada (Randolph e Wroth, 1974):
𝜏0 ∙ (𝐷𝑒𝑞 ⁄2) 2 ∙ 𝑟𝑚
S= ∙ 𝐿𝑛 ( ) (4.18)
𝐺 𝑑𝑒
0 – tensão de cisalhamento atuando ao longo da estaca; G – módulo de cisalhamento do solo; rm – raio
efetivo da estaca.
𝐴𝑡𝑝
𝐸𝑒𝑞 = 𝐸𝑠 + (𝐸𝑝 + 𝐸𝑠 ) ∙ ( ) (4.19)
𝐴𝑔
Em que: Ep = módulo de Young das estacas; Es = módulo de Young médio do solo penetrado pelas estacas;
e Atp – área total da seção das estacas no grupo.
Verifica-se, na Figura 2.32, que existem duas situações propostas para estimar o
recalque em grupo de estacas: a) Grupo de estacas dissipando a carga por atrito lateral
em argila e b) Admite-se a existência de uma camada superficial de espessura menor ou
igual a L (comprimento da estaca), sendo a distribuição de carga realizada pela camada
de apoio da ponta das estacas e, consequentemente, o recalque calculado para essa
situação.
b) Transferência de carga por atrito lateral, a partir da estaca para o solo circundante,
é realizada considerando-se que a carga é distribuída a partir do fuste das estacas
por atrito lateral com proporção de 1H:4V. Mais dois casos de transferência de carga
são apresentados na Figura 2.33 b) e c) (TOMLINSON, 1986).
58
Figura 2.33. Transferência de carga em grupo de estacas (SAĞLAM, 2003).
𝜇𝑖 ∙ 𝜇0 ∙ 𝑞 ∙ 𝐵
𝑤= (4.20)
𝐸𝑠
Em que: i e 0 são coeficientes tabelados ou obtidos por ábacos; B é a largura do
radier e Es é o módulo de deformabilidade do solo.
59
Figura 2.34. Fatores para o cálculo do recalque imediato médio de uma área carregada
(CHRISTIAN e CARRIER, 1978)
∑𝑛𝑖=1 𝑃𝑗(𝑒𝑠𝑡𝑎𝑐𝑎)
αpr = (4.21)
𝑃𝑝𝑟
Em que: pr = 0 (fundação rasa não estaqueada) e pr = 1 (grupo de estacas com
o solo), se 0 < pr < 1 a fundação trabalha como radier estaqueado.
A interação entre estacas tende a ser subestimada por métodos aproximados.
Entretanto, essa baixa interação pode ser mais relevante na prática em que a natureza
não linear dos solos tende a deformações próximas à da estaca (RANDOLPH e WROTH,
1979).
Segundo Poulos (2006), se o solo entre as estacas de um grupo é considerado
mais rígido do que o solo diretamente adjacente à estaca, o recalque de interação entre
estacas em um grupo é reduzido. A extensão dessa redução sobre a taxa (µ) do módulo
de deformabilidade do solo entre as estacas para o solo próximo da estaca depende: do
espaço entre as estacas, da geometria e da rigidez relativa das estacas. Ainda de acordo
com o autor, significativas taxas de redução do recalque de grupo podem ocorrer se as
estacas estiverem largamente espaçadas ou existirem várias estacas em grupo. Essa
observação fornece uma explanação para a tendência de convergência da teoria do
recalque do grupo de estacas para prever os efeitos além da interação do grupo.
Comparações com dados recentes de campo mostram que a consideração dos
elevados módulos da massa do solo entre as estacas resulta em previsões mais realistas
do recalque e da distribuição de carga em grupos de estacas do que os realizados por
análises convencionais, as quais assumem que o módulo da massa do solo é igual ao
módulo do solo adjacente à estaca. Entretanto, essa análise convencional fornece
resultados conservadores menos significativos (POULOS, 2006).
Xu e Zhang (2007) analisaram vários grupos de estacas embutidas em solos
arenosos, considerando dois casos, a) radier em contanto com o terreno e b) grupo de
estacas com o terreno. Nesse estudo, os autores observaram que o valor de RS (taxa de
recalque) decresce com o nível de carga, ao passo que o coeficiente de variação de Rs
61
aumenta com o nível de carga. De acordo com a Figura 2.35, a contribuição do radier em
contato com o terreno para Rs é estatisticamente não significativa e o decréscimo de Rs
com a carga é significativamente afetado pela localização natural do componente plástico
do recalque, o qual não é transmitido para a estaca adjacente.
62
2.11 Estudos em radiers estaqueados: experimental e numérico
63
entre estacas, a interação entre contato e as estacas e a influência do método de
instalação estacas precisam ser levados em consideração.
Bajad e Sahu (2008) investigaram o efeito do número de estacas no
compartilhamento de carga e o comportamento na redução de recalque em radiers
estaqueados assentes em argila mole por meio de testes em centrífuga, com dimensões
de 10 cm x 10 cm e com diferentes rigidezes em relação ao número de estacas, ou seja,
com quatro (2x2), nove (3x3) e dezesseis (4x4) as estacas. Os autores observaram que
um método simplificado como o de Poulos e Davis (1980) ajuda no cálculo de previsão
do recalque de radiers estaqueados.
Fioravante et al. (2008) investigaram o comportamento de recalques em radiers
estaqueados reduzindo as estacas através de um modelo centrífugo, com radier rígido
composto por estacas inseridas em camada de areia fofa com granulometria definida. O
programa de testes incluiu um radier sem estacas, radiers com 1, 3, 7 ou 13 estacas. Os
autores verificaram que, para baixos valores de recalque, o radier estaqueado apresenta
resultados próximos ao do grupo de estacas, entretanto, com o aumento do número de
estacas, o radier estaqueado tem sua rigidez aumentada.
Phung (2010) apresentou os dados de três testes de modelo de campo de grande
escala realizados em radier estaqueado em solo não coesivo, a fim de esclarecer a
interação solo-contato-estacas e o comportamento carga x recalque de sapatas
estaqueadas. Todos os grupos de estacas são quadrados e formados por cinco estacas,
ou seja, uma no centro e quatro estacas de canto. O autor verificou um melhor
entendimento do comportamento de transferência de carga de sapatas estaqueadas
assentadas em areia, bem como o comportamento carga x recalque. O estudo apoia a
ideia de estacas como elementos redutores de recalque e que métodos simplificados
como Phung (1993) e Poulos e Makarchian (1996) podem ser utilizados pelo menos na
fase de escolha dos projetos de fundação para estimar a capacidade de carga e recalque
de radiers estaqueados, mas que estudos detalhados devem empregar análises
numéricas por elementos finitos 3D.
El-Garhy (2013) analisou o comportamento de radiers estaqueados instalados em
areia por meio de um modelo experimental em escala reduzida, objetivando conhecer o
64
efeito em relação à redução do recalque a partir da introdução de estacas sob a área
central do radier (Figuras 2.36 e 2.37).
Figura 2.37. Casos estudados de radiers com estacas no centro (El-GARHY, 2013).
𝑃pr
𝐿𝐼𝑅 = (4.22)
Pr
𝑤pr
𝑆𝑅 = (4.23)
wr
Em que: Ppr - a carga aplicada no radier estaqueado, Pr - carga suportada somente
pelo radier; wpr - recalque do radier estaqueado; wr - recalque do radier.
Segundo El-Garhy (2013), embora possa haver algum efeito de escala, os
resultados de testes desse modelo fornecem parâmetros importantes sobre o
comportamento da redução do recalque em radiers estaqueados e compartilhamento de
carga entre estacas e contato solo-radier, podendo fornecer algumas diretrizes gerais
para um projeto econômico de radiers com a redução do recalque a partir da introdução
de estacas (Figuras 2.38a e 2.38b). A partir dessas observações, os autores chegaram
às seguintes conclusões:
66
Figura 2.38. (a) Variação da taxa de melhoria de carga, LIR, com o número de estacas
com 10 mm de recalque e (b) Compartilhamento de carga entre radier e estacas para o
centro do radier estaqueado (EL-GARHY, 2013).
67
Figura 2.39. Esquema de medição de carga nas provas de carga (SOARES, 2011)
Nas Figuras 2.40 e 2.41 são apresentadas as curvas carga x recalque obtidas por
Soares (2011) para os grupos de estacas, para os radiers isolados e estaqueados
ensaiados, respectivamente. A partir dessas figuras, é possível observar que, conforme
esperado, a capacidade de carga da fundação aumentou significativamente com o
aumento do número de estacas sob o radier e que é nítida a contribuição do radier para
a capacidade de carga da fundação.
Os resultados experimentais de Soares (2011) foram retroanalisados com o
Método dos Elementos Finitos (MEF 3D), por Pezo (2013), utilizando o programa CESAR-
LCPC v4 (Cleo 3D versão 1.07).
68
Figura 2.40. Cargas para o recalque máximo das fundações em grupos de estacas
(SOARES, 2011)
Figura 2.41. Curva carga x recalque obtidos para os radiers isolado e estaqueado
(SOARES, 2011).
69
a) Na distribuição de cargas no radier estaqueado, a parcela da carga aplicada é
transferida diretamente ao solo através do radier. Para o caso do maior
comprimento das estacas, menor foi a parcela de carga distribuída ao radier. Na
grande maioria dos casos analisados, verificou-se que mais de 50% do
carregamento total é suportado pelo radier;
b) Com o aumento da espessura do radier, número, diâmetro e comprimento das
estacas, os recalques máximos, os recalques diferenciais e as distorções
angulares são reduzidos;
c) O uso de ferramentas computacionais baseadas no MEF permite simular
adequadamente, em 3D, o comportamento do sistema de fundação, considerando
a interação gerada entre os elementos que o compõem. O modelo constitutivo
elásticoplástico de Mohr-Coulomb representou bem o comportamento tensão-
deformação do solo de fundação nos modelos de radier estaqueado das provas
de carga feitas por Soares (2011), reconstituindo, com razoável concordância, as
curvas carga x recalque.
Figura 2.42. Representação da malha de elementos finitos usada nas análises (e.g. 3x3
matriz, Lp = 16 m): (a) típica malha 3D de FE e condições de contorno; (b) Vista lateral (CHO
et al., 2012).
71
Figura 2.43. Malha de Elemento finito típico: (a) malha de FE-3D; (b) vista em planta; (c)
vista lateral (CHO et al., 2012).
72
Tabela 2.4. Resumo das configurações de estacas numéricas: análises realizadas.
Espaçamento entre Comprimento da estaca
Matriz de Estaca
estacas (s) * (Lp, m) **
3x3 3d, 6d, 9d 8f, 12f, 16f, 20e
4x4 3d, 4d, 6d
Onde: radier qruadrado de largura (B) = 10m, espessura (t) = 1m; * d (diâmetro da
estaca): 0,5m; ** f: flutuante; e: apoio de extremidade.
Figura 2.44. Carga x recalque médio normalizado de UR, PR: (a) argila mole; (b) argila rija
(CHO et al., 2012).
73
Figura 2.45. Recalque diferencial normalizado com grupo de estaca-radier, taxa de área
do radier (argila mole): (a) 3x3; (b) 4x4 (CHO et al., 2012).
Figura 2.46. Recalque médio normalizado x fator de segurança global (CHO et al., 2012).
74
Dentre algumas das grandes contribuições sobre o estudo em radier estaqueado
destacam-se os trabalhos realizados na UnB, com o intuito de ampliar o entendimento a
respeito da capacidade de suporte e da relação carga-recalque de fundações profundas
tipicamente empregadas no Distrito Federal, com estacas escavadas. Anjos (2006)
realizou um estudo experimental e numérico do comportamento dessas fundações,
composto de três radiers sobre estacas tipo Hélice Contínua, com 0,3 m de diâmetro, e
comprimento médio de 8 m, no Campo Experimental de Geotecnia da Universidade de
Brasília (Figura 2.47).
De acordo com Anjos (2006), utilizando-se de funções de transferência de carga
dos softwares Geo4 (módulo Piles) e Plaxis 2D, os resultados obtidos mostraram-se
satisfatórios, em particular na estimativa da carga de trabalho.
Figura 2.47. Planta dos radiers ensaiados experimentais e numéricos (ANJOS, 2006).
Os radiers estudados por Anjos (2006) foram reanalisados por Janda et al. (2009)
por meio de ferramenta numérica em elementos finitos tridimensional, conforme mostram
as Figuras 2.48a e 2.48b. Janda et al. (2009) realizaram análises numéricas por
elementos finitos em 3D, com o software Plaxis 3D. Os resultados obtidos em termos de
curva carga x recalque dos radiers estaqueados obtidos numericamente foram
comparados com os resultados das provas de carga realizadas no campo experimental
da Universidade de Brasília (UnB), conforme pode se verificar nas Figuras 2.49 e 2.50.
Os autores mencionados ainda verificaram a contribuição do radier na capacidade
de carga da fundação. Dessa forma, realizaram análises numéricas dos grupos de
estacas, em que não foi considerado o contato do bloco com o solo. Ao comparar os
resultados obtidos para os radiers estaqueados e para o grupo de estacas observa-se,
75
nitidamente, que o contato com o solo atribui à fundação um ganho significativo de
capacidade de carga (Figuras 4.49 e 4.50).
Figura 2.48. a) Elemento triangular da malha de elemento finito em 2D para elemento sólido
3D; b) Planta dos radiers ensaiados numericamente (JANDA et al., 2009).
Figura 2.49. Curvas carga x recalque dos radiers estaqueados obtidas experimentalmente
e numericamente (JANDA et al., 2009).
76
Figura 2.50. Curvas versus carga x recalque obtidas numericamente com o Plaxis 3D para
os grupos de estacas (g) e para os radiers estaqueados (r) (JANDA et al., 2009).
77
(Figura 2.51). Os resultados foram obtidos por meio de modelos experimentais e
numéricos realizados em radiers compostos de 1, 3 e 4 estacas. Estas possuiam 5 m de
comprimento e 0,25 m de diâmetro.
Figura 2.51. Esquema longitudinal das estacas defeituosas (FREITAS NETO, 2013).
Figura 2.53. Distribuição de cargas entre o radier e as estacas no radier estaqueado CD3
(EXP). (FREITAS NETO, 2013).
79
Figura 2.54. Distribuição de cargas entre o radier e as estacas no radier estaqueado CD4
(EXP). (FREITAS NETO, 2013).
Figura 2.55. Recalque obtido via análise numérica para os radiers estaqueados com uma
estaca defeituosa cada (FREITAS NETO, 2013).
Figura 2.57. Carga nas estacas com diferentes espessuras do radier e relação s/d: a)
s/d=4 e b) s/d=10 (ALNUIAM et al., 2013).
Figura 2.58. Carga nas estacas com diferentes: (a) larguras e (b) diâmetros (ALNUIAM et
al., 2013).
83
Bourgeois et al. (2012) analisaram o comportamento de um radier carregado
verticalmente, reforçado por um grande grupo de estacas flutuantes (Figura 2.59), por
meio de uma abordagem de várias fases (Figura 2.60), focado principalmente na
interação solo-estaca, as quais exercem um papel importante no desempenho da
fundação. O software de elementos finitos utilizado pelos autores para as simulações
numéricas foi CESAR-LCPC, que é o mesmo utilizado nesta tese.
84
O modelo multifásico simplificado, baseado na suposição de “aderência perfeita”,
é um caso particular do modelo proposto pelos autores, em que ambas as fases têm a
mesma rigidez, e parâmetros de deformação plástica regidos pelas leis de interação
tomam infinitos valores. Essa suposição de aderência perfeita requer que as seguintes
condições sejam satisfeitas:
(a) As estacas individuais sejam perfeitamente aderentes ao solo circundante, o
que significa que nenhum deslizamento ou deslocamento descontínuo é permitido na
interface solo-estaca;
(b) Tal como mostrado pelo processo anterior de identificação dos parâmetros de
interação, as funções aumentam a densidade de estaca pela quantidade n de estacas.
Em outras palavras, o modelo multifásico com aderência perfeita é obtido como sendo
uma situação limite quando a densidade de estacas tende ao infinito.
Os autores apresentam um comportamento tensão x deformação específico para
o atrito lateral e resistência de ponta da estaca (Figura 2.61 e 2.62). O modelo numérico
é único e permite a avaliação da rigidez e a geração de parâmetros em função das leis
de interação solo-estaca, em função das diferentes características geométricas da estaca
(diâmetro e espaçamento), juntamente com as propriedades constitutivas do material do
solo, modelado como uma argila puramente coesiva.
Figura 2.61. Interação solo-estaca: (a) ao longo do comprimento da estaca; (b) na ponta
das estacas (BOURGEOIS et al., 2012).
85
O modelo multifásico foi otimizado e implementado em um código de elemento
finito, visando analisar a resposta de um radier quadrado sobreposto a um grupo de
estacas, variando-se a quantidade e o comprimento das estacas.
Figura 2.62. Leis de interação em diagrama tensão-deformação (a) atrito lateral e (b) ponta
da estaca (BOURGEOIS et al., 2012).
86
capacidade de carga de fundações em radiers estaqueados. Os autores utilizaram o
programa de computador ABAQUS como ferramenta de elemento finito e o solo
representado pelo modelo Drucker-Prager / modelo de contato. Cinco configurações
diferentes de grupos de estacas foram simuladas na análise de elementos finitos.
Figura 2.63. Radier estaqueado de 3x3 no estudo paramétrico (FATTAH et al., 2014).
87
estaqueado adequadamente, o espaçamento entre estacas necessita ser
suficientemente grande para permitir que a participação do radier assuma parte da carga,
utilizando estrategicamente as estacas como redutores de recalque.
A distribuição de carga entre as estacas sob um radier rígido sobrecarrega aquelas
situadas na extremidade do radier em relação as estacas do centro. Entretanto, a
constatação feita por Fattah et al. (2014) foi feita para uma situação específica de
melhoramento do solo sob o radier, por meio de uma camada de material granular
espessa (3m). A constatação feita por Fattah et al. (2014) pode ser representativa
somente para o caso específico que o mesmo analisou.
Segundo Fattah et al. (2014), a carga da estaca em relação à carga total é
decrescente, com o aumento do espaçamento em relação ao diâmetro. A porcentagem
de carga assumida por todas as estacas cai de 90% para 76%, enquanto que as
alterações S / D a partir de 3 a 5. A estaca central leva a porcentagem mínima de carga
para o caso de S / D = 3, mas a mesma estaca leva o valor máximo da carga em relação
a outras estacas de S / D = 6 (Figura 2.64).
Figura 2.64. Influência dos parâmetros na absorção de carga pelas estacas sob o radier:
(a) efeito da espessura –tc; (b) diâmetro da estaca – D; (c) comprimento da estaca – L e (d)
relação S/D (FATTAH et al., 2014).
88
Ainda segundo esses autores, a distribuição de momento no radier estaqueado
parece ser afetada por alterações na relação de rigidez solo-estaca, enquanto que a
carga absorvida pelas estacas aumenta com a elevação de KPS, Ep/Es (rigidez relativa
estaca-solo) de 100 a 1000. Depois disso, a carga total absorvida por uma estaca
permanece inalterada para valores maiores de KPS.
Fattah et al. (2014), constatou que a estaca central absorve uma porcentagem
maior de carga em relação às outras estacas de menor valor KPS. Em seguida, para
valores elevados de KPS, todas as estacas apresentam praticamente a mesma
participação de carga. Esses autores concluíram ainda que a adição de uma camada
granular sob o radier estaqueado aumentou sua capacidade de carga e reduziu o
recalque diferencial previsto para este. O radier estaqueado passou a assumir uma carga
adicional de 15% da carga total, quando da utilização de uma camada de material
granular de 3,0 m de espessura, adicionada previamente sob a base do radier.
89
90
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Neste capítulo serão apresentadas as principais características geográficas,
geológicas e geotécnicas do campo experimental da Faculdade de Engenharia,
Arquitetura e Urbanismo da Unicamp, em Campinas, assim como os detalhes referentes
ao dimensionamento das estacas, radiers, provas de carga, instrumentação por
extensômetros, modelagem numérica e todos os detalhes construtivos dos ensaios
realizados.
91
Figura 3.1. Localização do campo experimental
92
3.1.2 Geologia local
Nos Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul ocorrem,
no interior das rochas sedimentares, numerosos sills de diabásio, de espessuras
diversas. Nos afloramentos é possível verificar que a fração de diabásio está fraturada, o
que vem dando origem a blocos menores. As fraturas normalmente estão abertas ou
então preenchidas com materiais argilosos. Tais materiais são classificados, na
pedologia, como latossolos roxos e mineralogicamente constituídos por quartzo, ilmenita,
magnetita, caulinita, gipsita, óxidos e hidróxidos de ferro, sendo que as espessuras
variam de 5 a 30 m (ZUQUETE, 1987).
Segundo Zuquette (1987), o subsolo da região é formado por magmatitos básicos,
ocorrendo rochas intrusivas básicas da Formação Serra Geral (Diabásio). Perfazem 98
km2 da região de Campinas, ocupando 14% da área total. O perfil do Campo
Experimental é constituído por solo de Diabásio, apresentando uma camada de 9 m de
espessura, constituída na sua maior parte por silte arenoso e areia siltosa de elevada
porosidade. O nível de água não é encontrado até o impenetrável.
Apresenta-se, na Figura 3.3, o mapa geológico de Campinas, no qual é possível
identificar a localização do distrito de Barão Geraldo, especificamente a Unicamp e a
respectiva descrição geológica deste local, ou seja, material de diabásio pertencente ao
período Mesozoico.
93
Figura 3.3. Mapa geológico de Campinas (INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS, 2011).
94
3.1.3 Geotecnia local
95
Figura 3.4. Locação das sondagens e do poço no Campo Experimental.
96
Os parâmetros e índices físicos do solo foram determinados por Gon (2011) e são
apresentados na Tabela 3.1 os valores das propriedades físicas do solo, ou seja, peso
específico natural (nat), peso específico dos sólidos (s), peso específico do solo seco
(d), umidade natural (wnat), ângulo de atrito (), coesão (c), índice de vazios (e),
porosidade (n) e grau de saturação (Sr). As envoltórias de resistência são obtidas a partir
dos resultados dos ensaios triaxiais tipo CU não saturado. Segundo Gon (2011), o solo
apresenta elevada porosidade com elevado potencial de deformação perante a aplicação
de carregamentos elevados e susceptibilidade ao umedecimento.
A partir das observações feitas por Gon (2011), verifica-se que a condição do solo
é influenciada pela sucção matricial, que passa a exercer importante função sobre os
resultados dos ensaios de prova de carga.
Prof. nat s w n Sr * c*
e Classificação do solo
(m) (kN/m³) (kN/m³) (%) (%) (%) (°) (kPa)
1 14,09 30,40 28,3 1,773 64 48,44 22 7,4 Argila silto-arenosa
2 14,18 30,80 27,9 1,788 64 48,38 21 7,9 Argila silto-arenosa
3 14,00 30,50 28,0 1,793 64 47,49 22 11,6 Areia Siltosa
4 14,43 30,60 25,5 1,680 63 46,78 23 5,8 Areia Siltosa
5 15,50 30,40 26,2 1,513 60 53,52 20 24,0 Areia Siltosa
6 15,32 30,40 26,1 1,468 59 53,53 22 42,4 Areia Siltosa
7 15,40 30,40 28,3 1,535 61 56,08 22 41,9 Areia Siltosa
8 15,22 29,80 32,3 1,600 62 60,38 22 26,4 Silte Areno-Argiloso
9 15,23 29,50 40,6 1,730 63 69,19 - - Silte Areno-Argiloso
* Valores de e c em termos totais.
97
Figura 3.5. Valores de Sucção em profundidade (GON, 2011).
98
estado de elevada porosidade e efeito de sucção poderia agir em relação a uma maior
ou menor capacidade do conjunto.
99
constitui de areias silto-argilosas até a profundidade de 2 m, areia siltosa até a
profundidade de 7 m e a partir daí constitui-se de um silte arenoso até a profundidade 9
metros.
100
profundidade 8 m. Para maiores detalhes sobre a caracterização geotécnica do subsolo
do campus da Faculdade de Engenharia Civil, consultar Gon (2011).
101
Figura 3.9. Valores de coesão e ângulo de atrito (GON, 2011).
102
Figura 3.10. Valores de NSPT em profundidade (RODRIGUEZ, 2013).
103
Os resultados de fs e qc, obtidos através do ensaio CPT, são apresentados na
Tabela 3.2 e na Figura 3.12 e, assim como no ensaio de SPT, apresentou limitação para
realização do ensaio em aproximadamente 10 m de profundidade, onde foi detectada a
presença de material com elevada dureza, considerado como impenetrável.
A partir dos valores absolutos obtidos no ensaio CPT, apresentados na Figura 3.12
e no Anexo A, determinou-se a razão de atrito (Rf), a partir da qual foi possível obter a
classificação do subsolo de acordo com Robertson e Campanella (1986), ou seja,
inicialmente tem-se um solo com característica argilosa até 1m de profundidade, seguido
por uma camada mais espessa (1 m a 6 m) de solo, com propriedade arenosa e, partir
dos 6 m de profundidade, é predominantemente argiloso, até os 10 m de profundidade.
A partir dessa profundidade, assim como observado no ensaio SPT (Figura 3.10), os
valores de resistência à penetração alcançaram valores expressivos que impediram a
continuidade do ensaio. Vale ressaltar que a região é conhecida pela presença de
matacões.
105
3.2.1 Propriedades mecânicas do solo por meio de ensaios laboratoriais
Figura 3.16. Armadura das estacas-teste. Figura 3.17. Armadura das estacas de
reação.
109
Apresenta-se, na Figura 3.18, 3.19 e 3.20, a sequência de execução das estacas-
teste. Nessas figuras, apresentam-se as etapas da montagem da armadura. Na
sequência, seu posicionamento no furo que foi executado com o devido cuidado, visto
que nas extremidades da sua armadura se encontram fixadas as respectivas barras de
aço instrumentadas relativas às instrumentações de topo e ponta. Após a inserção
executou-se a concretagem, a qual foi realizada lançando-se o concreto bombeando com
cuidado para que este não danificasse as instrumentações, apesar destas estarem
protegidas com material resistente e impermeabilizante.
O concreto utilizado na execução das estacas-teste e de reação, assim como os
radiers possuíam fck de 25 MPa (28 dias) e o aço CA50 com fyk de 500 MPa.
Figura 3.18. Colocação das Figura 3.19. Detalhe da Figura 3.20. Estaca-teste
armaduras das estacas- instrumentação instalada concretada e proteção da
teste. nas estacas-teste. instrumentação.
110
Figura 3.21. Armadura da Figura 3.22. Implantação Figura 3.23. Estaca de
estaca de reação depois de topográfica do tirante de reação concretada com
inserida no furo. reação. tirante em arranque.
Os radiers foram executados com uma, duas, três e quatro estacas, conforme
mostra a Figura 3.24. O dimensionamento desses radiers estaqueados foi realizado por
meio do software estrutural CYPECAD, admitindo-os como um elemento rígido, ou seja,
o ângulo de inclinação da biela () está compreendido entre 40° e 55°, conforme se
verifica na Tabela 3.5. Nela, pode-se também constatar as dimensões de cada radier e o
espaçamento adotado entre as estacas, o qual se adotou como sendo igual a cinco vezes
o seu diâmetro, visando, dessa forma, permitir um maior contato do bloco com o solo de
apoio, e, consequentemente, chegar ao comportamento mais próximo de radier
estaqueado.
111
Tabela 3.5. Características geométricas dos radiers estaqueados.
112
Figura 3.29. Detalhe da armadura do bloco de Figura 3.30. Perspectiva 3D da armação
3 estacas. do bloco de 3 estacas.
113
Figura 3.33. Exemplo de radier estaqueado.
A partir das Figuras 3.34, 3.36, 3.38 e 3.40 verificam-se os radiers de uma, duas,
três e quatro estacas, que foram executados diretamente em contato com o solo, visando
obter o efeito de contribuição do contato. Nas Figuras 3.35, 3.37, 3.39 e 3.41 é possível
verificar o momento da concretagem desses radiers.
114
Figura 3.38. Armadura do radier de 3 Figura 3.39. Concretagem do radier de 3
estacas (CC3 EXP). estacas (CC3 EXP).
115
Figura 3.42. Radier estaqueado CC3 EXP Figura 3.43. Radier estaqueado CC2 EXP
com laterais escavadas. com laterais escavadas.
Outras pesquisas de estacas com diâmetros variados entre 0,3 m (CC30) e 0,4 m
(CC40) são objeto de pesquisa de outros trabalhos de mestrado, Perez (2014).
116
Figura 3.44. Distribuição dos blocos estaqueados testes e estacas de reação.
117
3.3.3 Características mecânicas do concreto
Figura 3.45. Strain gages colados ao CPs Figura 3.46. Corpos de prova
de concreto. instrumentados para rompimento.
118
Os corpos de prova do concreto utilizado na execução das estacas e dos radiers
foram rompidos após 28 dias. Na Figura 3.49, apresentam-se os resultados obtidos pelo
rompimento de três corpos de prova e, na tabela 3.6, os resultados de todos os CPs.
119
utilização, uma vez que os respectivos coeficientes de variação são menores que 30%,
apresentando de alta a média precisão (PIMENTEL GOMES, 2000).
O módulo de deformabilidade representativo do material da estaca e radier
utilizado é denominado como composto, pois em sua determinação são utilizados os
resultados do módulo do concreto e do aço, podendo ser calculado de acordo com a
equação 5.1.
𝐴𝑎 ∙ 𝐸𝑎 + 𝐴𝑐 ∙ 𝐸𝑐
𝐸𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 = 𝐸𝑝,𝑟 = (5.1)
𝐴𝑎 + 𝐴 𝑐
120
3.3.4 Instrumentação das estacas-teste
121
Nesta tese utilizou-se extensômetros do tipo roseta dupla com ligação em “ponte”
completa, modelo EXCEL-PA-06-125TG-120LEN, com fator de sensibilidade (K) igual a
2,1. Esse sistema permite eliminar os efeitos da temperatura e das deformações
provenientes da flexão, obtendo-se as deformações provenientes somente dos esforços
axiais normais a seção. Os extensômetros elétricos foram colados em barras de aço
CA50 ( 12,5mm, L=0,60m), protegidos contra umidade e choque mecânico por meio da
aplicação de resina apropriada e manta protetora contra impacto e umidade (Figuras 3.56
e 3.57), calibradas em laboratório, unidas através de luvas até formarem uma barra
contínua. E, por fim, colocadas no fuste da estaca antes da concretagem.
Apresentam-se, nas Figuras 3.51, 3.52, 3.53, 3.54, 3.55, 3.56 e 3.57, a sequência
dos passos de montagem da instrumentação por strain gages nas barras de aço CA50,
com de 12,5mm, até sua aplicação nas estacas-teste (Figura 3.56).
O processo é aparentemente simples, mas requer experiência e conhecimento que
possa garantir a sua correta execução, que vai desde a escolha do extensômetro até as
necessidades de onde será aplicado e quais as leituras deverão ser obtidas, aplicação e
manuseio cuidadosos, pois uma vez aplicado erroneamente não poderá ser
reaproveitado. Caso todos os cuidados tenham sido tomados e nenhum dano tenha sido
causado às ligações e ao extensômetro, as leituras poderão ser obtidas a partir do
sistema de aquisição de dados.
122
Figura 3.53. Ligações ao extensômetro. Figura 3.54. Ligação dos fios de conexão.
123
3.3.5 Montagem da prova de carga
124
A viga de reação tem o papel principal de permitir que o efeito de compressão no
radier seja transmitido às estacas de reação como esforço de tração, entretanto não deve
permitir o surgimento de deformações significativas em sua estrutura. Até por isso recebe
a inserção de vários enrijecedores para aumentar ainda mais a sua rigidez. Os tirantes
compõem ferramenta particular nesse sistema de reação geotécnica, pois eles são
capazes de fornecer elevada capacidade de resistência a tração, mesmo para pequenas
áreas de seção transversal de aço. Os detalhes construtivos para travamento (detalhe
“A”) e emenda de tirantes (detalhe “B”) são apresentados nas Figuras 3.59 e 3.60,
respectivamente.
No caso das emendas por luva, deve-se tomar especial cuidado para que os
comprimentos dos tirantes contidos dentro da luva sejam iguais e proporcionais ao
comprimento da luva (c), ou seja, cada tirante deverá ter embutido dentro da luva o valor
de c/2.
Figura 3.59. Detalhe “A” de travamento Figura 3.60. Detalhe “B” da emenda entre
superior na viga de reação com a porca tirantes (Dywidag, 2014).
(Dywidag, 2014).
125
Figura 3.61. Sistema de reação da prova de carga do radier estaqueado CC1.
126
flexível, pois ele possibilita, aparentemente, uma maior sensibilidade nas leituras feitas
visualmente.
Os LVDTs foram espaçados de modo que cada um tenha uma “área de influência”
de um quadrante da superfície do bloco, em que o recalque aferido foi o valor médio entre
as leituras apontadas (Figura 3.62). Para a fixação das bases foram utilizadas duas vigas
de referências metálicas, cravadas paralelamente entre si, a uma distância conveniente
do bloco (maior ou igual a 3 m), de modo que o ponto de fixação não sofresse
interferências da prova de carga. Essas vigas eram isoladas e não tinham contato com o
bloco. Entre a ponta da haste dos LVDTs e a superfície do bloco foram fixadas placas de
aço com massa suficiente para torná-las indeslocáveis às respectivas bases (Figura
3.63).
127
Figura 3.64. Sistema de aquisição de Figura 3.65. Detalhe do QuantumX
dados durante uma prova de carga. Assistant 840, da HBM.
128
4 MODELAGEM NUMÉRICA
O método dos elementos finitos é considerado a ferramenta mais precisa entre os
métodos de análise. Esse método leva em conta o efeito dos fatores de interação, como
estaca-estaca, estaca-radier, radier-solo e interações estaca-solo, no processo de
análise (OMENAM, 2012).
Dessa forma, o método dos elementos finitos foi selecionado nesta pesquisa para
desenvolver um modelo numérico para prever a relação carga x recalque, a distribuição
de carga entre as estacas e o elemento superficial dos radiers estaqueados ensaiados.
Entretanto, algumas premissas devem ser seguidas para garantir confiabilidade às
análises numéricas realizadas por elementos finitos, em que se destacam três etapas
fundamentais antes do início das análises dos radiers estaqueados:
a) Comparação com resultados da literatura obtidos por outros autores;
b) Teste de convergência, garantindo que as condições de contorno não
exerçam influência nos resultados das análises;
c) Comparação com resultados experimentais obtidos no local, aferindo os
parâmetros do solo empregados nas análises.
A ferramenta numérica foi verificada anteriormente por Freitas Neto (2013), com o
intuito de aferir o grau de concordância dos resultados numéricos obtidos pelo software
Cesar-LCPC, com os resultados existentes na literatura. Esse mesmo autor analisou
resultados obtidos para casos mais simples, como o caso de uma estaca inserida em um
maciço homogêneo até situações mais complexas, em que foram consideradas a
variabilidade do solo e um número maior de estacas.
Freitas Neto (2013) comparou os resultados obtidos a partir do software LCPC-
CESAR com aqueles obtidos por análises realizadas por outros autores e seus
respectivos métodos de cálculo, tais como Ottaviani (1975), Sales (2000), Bittencourt e
Lima (2009), Souza (2010), Yamashita (1998), Horikoshi e Randolph (1998), Matsumoto
(1998), Small e Poulos (2007), Kuwabara (1989), Ta e Small (1996), Poulos e Davis
(1980), Randolph (1983), Poulos (1991), Poulos (1994) e Sinha (1997), entre outros.
Freitas Neto (2013) estudou três situações em que foram realizadas análises
numéricas de uma estaca isolada. Os parâmetros do solo, o comprimento da estaca e o
domínio vertical (H/L=4) são apresentados na Tabela 4.1. Os resultados obtidos pelo
autor nessas análises, para a primeira situação, são apresentados na Figura 4.1.
Segundo esse autor, os resultados obtidos por essas análises confirmam boa
concordância das constantes de recalque obtidas a partir do LCPC-CESAR, com os
outros resultados anteriormente disponibilizados na literatura por outros autores.
130
Tabela 4.1. Parâmetros geométricos e elásticos utilizados nas análises do caso de uma
estaca isolada quadrada (FREITAS NETO, 2013).
Figura 4.1. Valores de constante de recalque versus rigidez relativa, obtidos com o LCPC
– CESAR para uma estaca isolada com 20 metros de comprimento e relação H/L igual a 4,0
(FREITAS NETO, 2013).
Nessa situação, Freitas Neto (2013) utilizou o caso estudado por Ottaviani (1975)
e também analisado por Sales (2000), Bittencourt e Lima (2009) e Souza (2010). Trata-
se de um radier sobre 9 estacas quadradas em solo homogêneo, carregadas por um pilar
central. Na Tabela 4.2 estão apresentados os parâmetros geométricos e elásticos
utilizados nas análises numéricas.
Segundo Freitas Neto (2013), os resultados das análises realizadas para as
estacas de 17 m e 37 m são considerados satisfatórios, pois há concordância entre os
131
resultados obtidos e os resultados apresentados pelos autores anteriormente
mencionados. Nas análises para as estacas de 37 m de comprimento, os resultados
apresentados por Ottaviani (1975) apresentaram relativa discrepância com os
apresentados pelos outros autores, e também com os resultados obtidos a partir do
LCPC-CESAR.
Os resultados obtidos por Freitas Neto (2013) são apresentados parcialmente, no
intuito de ilustrar os diversos testes realizados por esse autor para a aferição da
ferramenta numérica, de acordo com os parâmetros do solo e elemento de fundação
apresentados na Tabela 4.2.
Tabela 4.2. Parâmetros geométricos e elásticos utilizados nas análises do caso do radier
sobre 9 estacas quadradas (FREITAS NETO, 2013).
Figura 4.2. Resultados obtidos para radier sobre 9 estacas quadradas de 17 metros de
comprimento (FREITAS NETO, 2013).
132
4.1.3 Radiers Sobre 9 e 15 Estacas (Poulos et al., 1997).
Segundo Freitas Neto (2013), o caso proposto por Poulos et al. (1997) trata de
uma análise para um radier sobre 9 estacas e para o mesmo radier sobre 15 estacas
carregados por 9 pilares, sendo 6 carregados com uma carga P1 e 3 carregados com
uma carga P2, que corresponde ao dobro do valor de P1. O caso foi analisado em 3
situações distintas, em que foram variadas a carga total aplicada, o fator de segurança e
o número de estacas.
Os resultados obtidos por Freitas Neto (2013) são apresentados parcialmente, no
intuito de ilustrar os diversos testes realizados por esse autor para a aferição da
ferramenta numérica, de acordo com os parâmetros do solo e elemento de fundação
apresentados na Tabela 4.3.
Tabela 4.3. Parâmetros utilizados nas análises do caso do radier sobre 9 e 15 estacas por
Poulos et al., (1997) (FREITAS NETO, 2013).
133
Figura 4.3. Valores de recalque médio no radier de 15 estacas, carga admissível igual a 12
MN e FS igual a 2,60, obtidos na literatura e pelo método dos elementos finitos (LCPC-
Cesar) (FREITAS NETO, 2013).
134
Figura 4.4. Modelo Numérico (BRINKGREVE, 2002).
135
Poisson (c), e adotados os valores para resistência à tração (Rt = 10%·Rc) e peso
específico (c).
A malha de elementos finitos compõe-se de elementos de formato triangular de
interpolação quadrática, os quais foram extrudados a cada metro em profundidade,
resultando em um elemento volumétrico do tipo pentaédrico. As análises numéricas
foram realizadas por intermédio do software CESAR v.5, da Itech-software.
136
Figura 4.5. Deslocamentos na extremidade da malha de elementos finitos.
A partir da Tabela 4.4 e das Figuras 4.6 e 4.7, verificam-se os resultados dos testes
de refinamento da malha de elementos finitos. Nota-se que, mesmo para a malha de 25
x 25 m, obtida no teste de convergência, em que o recalque obtido poderia ser
considerado como um valor exato, ao se realizar o refinamento da malha, ou seja,
aumentar a quantidade de nós e elementos, isso fez com que o recalque inicialmente
obtido, de 10,829 mm, apresentasse elevação para os 1º e 2º estágios de refinamento,
permanecendo praticamente estável para o 3° estágio. Dessa forma, optou-se por manter
a malha com a quantidade de elementos e nós da fase anterior (2º estágio), pois não
houve melhoria para um maior refinamento dessa malha.
138
Figura 4.7. Variação do recalque em função do número de elementos.
139
4.2.2 Modelagem numérica dos radiers
O modelo numérico dos radiers estaqueados CC1, CC2 e CC4 em análise foi feito
a partir de um quarto (¼) do problema, devido à simetria existente, conforme se verificam
nas Figuras 4.9, 4.10, 4.11 e 4.12. Para o radier estaqueado CC3, foi feita a partir da
metade (½) do problema.
Figura 4.9. Perspectiva da malha de elementos finitos do radier estaqueado CC1 NUM.
Figura 4.10. Perspectiva da malha de elementos finitos do radier estaqueado CC2 NUM.
140
Figura 4.11. Perspectiva da malha de elementos finitos do radier estaqueado CC3 NUM.
Figura 4.12. Perspectiva da malha de elementos finitos do radier estaqueado CC4 NUM.
141
4.3 Análise numérica comparativa para uma estaca experimental
142
Verifica-se, a partir da Figura 4.13, adequada concordância entre os resultados
experimentais e numéricos retroanalisados (Curva 2), possibilitando estender os
parâmetros de resistência do solo calibrados nesta análise para os demais casos em
radier estaqueado. Destaca-se que a carga máxima de ensaio obtida por Schulze (2013)
foi de 180 kN, entretanto, a carga de ruptura foi convencionada para um deslocamento
de 10% do diâmetro nominal da estaca, ou seja, 25 mm. Dessa forma, verifica-se, na
Figura 4.13, que a carga de ruptura é de 174 kN para a curva carga x recalque
experimental e de 171 kN para aquela obtida numericamente, ou seja, a carga obtida
numericamente é 1,7% menor em relação à carga de ruptura experimental.
A distribuição de carga em profundidade, obtida por meio da análise numérica, é
apresentada na Figura 4.14, resultando em 6% de participação de ponta da estaca na
carga máxima de ensaio frente a nenhuma participação registra po Schulze (2013). Nos
estágios de carga anteriores observa-se que a resistência da estaca foi basicamente
resultante da resistência por atrito lateral.
143
A partir da “calibração” dos parâmetros utilizados no modelo numérico por
retroanálise verificou-se que o grau de concordância entre os resultados experimentais e
numéricos, apresentados na Figura 4.13, demonstraram-se aceitáveis e adequados à
utilização desses parâmetros do solo nas análises dos radiers estaqueados CC1 NUM,
CC2 NUM, CC3 NUM e CC4 NUM. Os parâmetros resultantes da retroanálise são
apresentados na Tabela 4.5 e 4.6.
As análises numéricas para avaliação do efeito de contato do radier com solo serão
realizadas utilizando-se dos mesmos parâmetros de solo empregados nas análises do
radier estaqueado (CC NUM), porém terão o contato com o solo suprimido, resultando
nos grupos de estacas ou simplesmente denominados SC NUM (SC1 NUM, SC2 NUM,
SC3 NUM e SC4 NUM).
Tabela 4.5. Parâmetros do solo resultantes da retroanálise
144
5 RESULTADOS E ANÁLISES
Neste capítulo, apresentam-se os resultados e as análises das provas de carga
aplicadas aos radiers estaqueados com 1, 2, 3 e 4 estacas, CC1 EXP, CC2 EXP, CC3
EXP e CC4 EXP, respectivamente. Assim como são apresentados os resultados das
análises numéricas por elementos finitos tridimensionais, realizados para os radiers
estaqueados CC1 NUM, CC2 NUM, CC3 NUM e CC4 NUM e para os grupo de estacas
SC1 NUM, SC2 NUM, SC3 NUM e SC4 NUM.
Os radiers estaqueados analisados numericamente foram comparados com os
resultados das provas de carga dos radiers estaqueados experimentais, visando verificar
e complementar o entendimento do comportamento tensão x deslocamento dessas
fundações executadas em escala real.
A contribuição da resistência devido ao efeito de contato do radier com o solo foi
simulada através de outro modelo numérico, em que o contato foi totalmente eliminado,
e, consequentemente, a resistência desse elemento é atribuída somente às fundações
profundas em estacas (ponta e atrito lateral). Essa análise foi puramente numérica, em
que se analisou os radiers estaqueados numéricos, CC1 NUM, CC2 NUM, CC3 NUM e
CC4 NUM, em relação aos grupos de estacas, SC1 NUM, SC2 NUM, SC3 NUM e SC4
NUM.
Por meio da realização de provas de carga, obteve-se o comportamento da curva
carga x recalque para cada um dos radiers estaqueados ensaiados experimentalmente
CC1 EXP, CC2 EXP, CC3 EXP e CC4 EXP; além de resultados provenientes das leituras
das instrumentações por strain gages instalados no topo e na ponta das estacas sob
esses radiers estaqueados. A partir das leituras realizadas em microdeformações (µm/m)
da área da seção da estaca e do módulo de deformabilidade do material da estaca, no
caso concreto armado, determinaram-se os valores de carga atuantes em dois níveis:
topo e ponta da estaca.
Diante do exposto, foi possível identificar as frações de carga assumidas pelas
estacas e pelo contato do radier solo, ou seja, por meio das deformações e,
consequentemente, da carga apontada pelas leituras das instrumentações instaladas nas
estacas, pode-se conhecer como a carga aplicada sobre o radier estaqueado foi
absorvida pelo topo e ponta da estaca. Consequentemente, presume-se que a carga
145
excedente em relação à aplicada no topo do radier estaqueado foi absorvida pelo contato
deste com o solo. Ressalta-se, ainda, que foram tomadas providências para eliminar
outras possibilidades de dissipação da carga através do contato das laterais do radier
com o solo circundante (ver capítulo 5).
Tendo em vista que as curvas carga x recalque obtidas por meio das provas de
carga aplicada nos radiers estaqueados experimentais, não evidenciaram ruptura
geotécnica física, foi utilizado o método da rigidez para avaliar a determinação da carga
de ruptura e qual o percentual em relação ao diâmetro da estaca.
Os resultados da estimativa da carga de ruptura dos radiers estaqueados
experimentais pelo método da rigidez são apresentados no Apêndice D e na Tabela 5.1.
Verificou-se que os valores de carga de ruptura obtidos pelo método da rigidez para os
casos analisados, conduzem a um deslocamento igual a 10% do diâmetro nominal da
estaca. Portanto, as cargas de ruptura para os radiers estaqueados experimentais (CC
EXP), numéricos (CC NUM) e grupo de estacas (SC NUM) foram convencionadas para
um deslocamento de 25 mm, conforme apresentado na Figura 5.1. As curvas carga x
recalque completas e com os deslocamentos máximos obtidos para os radiers
experimentais encontram-se apresentadas no Apêndice C.
146
Figura 5.1. Cargas de ruptura para os radiers estaqueados experimentais.
148
A transferência de carga ao longo do comprimento da estaca sob o radier
estaqueado CC1 EXP é apresentada na Figura 5.3. Nesta, verifica-se que a mobilização
do atrito lateral da estaca ocorre do 1º ao 6º estágio, somado a uma pequena participação
da resistência de ponta. Observa-se que o esgotamento do atrito lateral ocorre a partir
do 6º estágio, evidenciado pelo paralelismo das retas, concomitantemente com a
mobilização da resistência de ponta, registrando-se o máximo valor de participação dessa
resistência no 11º estágio.
Essa participação do contato radier solo pode ser mais bem compreendida,
analisando-se a tensão aplicada ao solo. Verifica-se que a carga absorvida pelo contato
radier solo (31 kN), dividida pela área líquida de contato (0,31m²), resulta em uma tensão
de 100kPa e desta forma será calculado para os demais radiers estaqueados e então
apresentado para análise no capítulo 6.
Em termos de projeto, analisando-se o comportamento da redução do fator de
segurança, em função dos carregamentos efetuados e em relação à carga
convencionada como de ruptura para o radier estaqueado CC1 EXP, conforme
apresentado na Figura 5.5, verifica-se que para metade da carga de ruptura (½·Qrup) o
fator de segurança (carga adminssível / carga de ruptura) é igual a 2 e a curva carga x
recalque encontra-se no trecho elástico linear. Os recalques tendem a aumentar
significativamente para fatores de segurança menores que 1,5, constatando-se, no 7º
estágio (163 kN), que o carregamento aplicado representa 78% da carga de ruptura e o
fator de segurança é de apenas 1,2, correspondente a um recalque de 1,55 mm (0,6%
150
do diâmetro da estaca). Verifica-se, no 9º estágio (194 kN), que o carregamento aplicado
representa 97% da carga de ruptura e o fator de segurança é igual a 1,0, correspondente
a um recalque de 9,88 mm (Figura 5.4 e 5.5). No 10º estágio (208 kN), observa-se que
FS < 1,0 e, consequentemente, tem-se a extenuação da fundação para esse
carregamento.
151
5.1.2 Radier estaqueado numérico de 1 estaca
Figura 5.6. Deslocamentos no radier estaqueado CC1 NUM por estágios de carga.
152
Os deslocamentos obtidos são mais acentuados somente no 10º estágio,
totalizando um recalque de 41,84 mm. Nessa fase, verifica-se que nesse estágio os
bulbos encontram-se concentrados sob a base do radier e na ponta da estaca, como
seria esperado, devido ao patamar de deslocamento.
O efeito de compressão, devido aos carregamentos sobre o radier estaqueado
CC1 NUM, é apresentado na Figura 5.7. Nesta, verifica-se que a tensão máxima de
compressão ocorre no topo da estaca sob o radier, resultando em 410kPa (1º estágio),
2101kPa (5º estágio) e 3113kPa (10º estágio).
Figura 5.7. Compressão no radier estaqueado CC1 NUM por estágios de carga.
153
Conforme indicado na Figura 5.6 e 5.7 (10º estágio), nota-se que as tensões de
compressão tendem a concentrar-se no topo da estaca, que é o elemento mais rígido em
comparação ao solo. Entretanto, verifica-se que o solo sob a base do radier recebe carga,
a qual não é percebida até o 5º estágio de carregamento, possivelmente devido à baixa
intensidade do recalque nesse estágio (1,697mm). Ainda de acordo com a Figura 5.7,
obtém-se, para os estágios de carregamento, os valores de 20 kN (410 kPa), 103 kN
(2101 kPa) e 153 kN (3113 kPa). Verifica-se que a carga máxima aplicada no topo da
estaca era de 9,6% no 1º estágio, passando para 49,5% no 5º estágio e 73,5% no
carregamento final, em relação à carga máxima de ensaio no respectivo estágio, ou seja,
ocorre um aumento gradativo da participação da estaca quando da aplicação dos
estágios de carregamento. A carga excedente daquela aplicada na estaca foi transferida
para o contato radier solo e será calculada a seguir, quando da análise da transferência
de carga.
Resultante da análise numérica foi possível obter a curva carga x recalque para o
radier estaqueado CC1 NUM. Na Figura 5.8, verifica-se que a carga máxima de ensaio
foi de 208 kN (carga de ensaio do radier estaqueado CC1 EXP) e recalque máximo de
41,84 mm. A carga de ruptura convencionada para um deslocamento de 10% do diâmetro
nominal da estaca (25 mm), resultando em 184 kN e, consequentemente, uma carga de
trabalho de 92 kN, correspondendo a um recalque de 1,48 mm.
154
Figura 5.8. Curva carga x recalque do radier estaqueado CC1 NUM.
Figura 5.9. Transferência de carga média na estaca do radier estaqueado CC1 NUM.
155
comparando-se a 6% relativa ao contato radier solo. Após cinco incrementos, a carga
aplicada no 6º estágio tem sua distribuição significativamente alterada, resultando em
74%, relativos ao desempenho da estaca; e 26% da carga são absorvidos pelo contato
radier solo. No carregamento final, tem-se que a estaca responde pela participação de
60%, sendo 49% atrito lateral e 11% ponta), contra 40% devido ao contato radier solo.
A carga absorvida pelo contato radier solo (84 kN), dividida pela área líquida de
contato (0,31m²), resulta em uma tensão de 271kPa, superior ao observado no caso do
radier estaqueado experimental CC1 EXP (100 kPa).
156
Dessa forma, observou-se que os recalques situam-se entre 5 mm e 25 mm para cargas
de 65% a 89% da carga máxima de ensaio.
Figura 5.11. Fator de segurança e recalque para o radier estaqueado CC1 NUM.
157
Figura 5.12. Deslocamentos no grupo de estacas SC1 NUM por estágios de carga.
158
Nas análises apresentadas, verifica-se que não houve concentração de tensões
na região do topo da estaca devido à base do radier (Figura 5.7). Isso porque o seu efeito
foi suprimido devido à ausência do contato radier solo (Figura 5.13).
Figura 5.13. Compressão no grupo de estacas SC1 NUM por estágios de carga.
159
A carga aplicada sobre o grupo de estacas SC1 NUM intensifica a participação por
atrito lateral, com o aumento dos carregamentos do 5º estágio para o 10º estágio.
Entretanto, a participação da ponta é mais intensa somente para o 10º estágio, conforme
se verifica no 10º estágio, da Figura 5.13. Entretanto, a resistência é presente ao longo
de todos os estágios, observando-se um comportamento similar ao desempenho de
grupo de estacas (grupo de estacas com o solo).
Como resultado das análises numéricas do grupo de estacas SC1 NUM obteve-se
a curva carga x recalque, apresentada na Figura 5.14. Nessa situação de análise, a carga
máxima de ensaio foi imposta em 208 kN (carga de ensaio do radier estaqueado CC1
NUM), resultando em um recalque máximo de 43,63 mm.
A carga de ruptura, para um deslocamento de 10% do diâmetro nominal da estaca
(25 mm), resultou em 192 kN e, em consequência disso, remete a uma carga de trabalho
de 96 kN, correspondendo a um recalque de 1,54 mm (Figura 5.14).
160
mesmo tempo em que se observa uma pequena participação da resistência de ponta no
10º estágio. A saturação do atrito lateral é observada neste caso (SC1 NUM), assim como
no radier estaqueado CC1 NUM. Entretanto, ocorreu maior absorção desse atrito lateral
no último nível (entre os 4 m e 5 m de Le).
Figura 5.15. Transferência de carga média na estaca do grupo de estacas SC1 NUM.
161
pode ser atribuída ao efeito proporcionado pelo contato radier solo, resultando em um
grande “bloco” (radier+estacas+solo).
Confirma-se, portanto, que a ausência de um componente superficial combinado
ao elemento de fundação profunda modifica a forma como a mobilização do atrito lateral
e da resistência de ponta se comportam (Figuras 5.10 e 5.16).
162
Figura 5.17. Fator de segurança e recalque para o grupo de estacas SC1 NUM.
Os resultados de curva carga x recalque, obtidos por análise numérica para o caso
analisado, tendem a resultar em deslocamentos mais acentuados em comparação aos
resultados experimentais. Isso porque o escorregamento do contato estaca x solo é
diferente entre o modelo numérico e o experimental. Nesse sentido, observa-se, na
Figura 5.18, que os resultados obtidos para o radier estaqueado CC1 NUM apresentaram
recalques mais acentuados do que o radier estaqueado experimental CC1 EXP.
Apesar da inflexão antecipada em termos de deslocamentos na curva do radier
estaqueado CC1 NUM, observa-se que até o 5º estágio (trecho próximo da carga de
trabalho), compreendido como trecho elástico linear, as diferenças de comportamento
são pequenas, podendo-se afirmar que possuem boa concordância em termos de
previsibilidade de comportamento. O mesmo não pode ser dito para o trecho
compreendido entre o 6º e 10º estágios de carregamento, em que o modelo numérico
mostra-se com deslocamento elevado quando comparado ao radier estaqueado CC1
163
EXP. Esse trecho pode ser entendido como de comportamento elastoplástico, ou seja,
as deformações ocorridas no maciço de solo são permanentes.
Figura 5.18. Curvas carga x recalque dos radiers estaqueados CC1 EXP x CC1 NUM.
164
o desempenho do elemento de fundação necessita ser mais bem avaliado e
compreendido. A maior participação do contato radier solo e da ponta da estaca (Figura
5.19) para o grupo de estacas pode estar relacionada ao fato de que o modelo numérico
apresenta-se com recalques mais acentuados, o que pode favorecer o esgotamento do
atrito lateral e o aumento das demais parcelas de resistência (ponta e contato radier solo).
165
Figura 5.20. Transferência de carga na estaca dos radiers estaqueados CC1EXP e
CC1NUM.
A variação do fator de segurança (FS) revela como cada radier estaqueado, CC1
EXP e CC1 NUM, se comportou em função dos carregamentos efetuados. Na Figura
5.21, apresentam-se os resultados de FS para esses radiers estaqueados analisados e
o respectivo recalque para cada estágio de carregamento. Nela, é possível verificar como
os carregamentos influenciaram na redução do FS e na magnitude do recalque.
Figura 5.21. Fator de segurança e recalque entre os radiers estaqueados CC1 EXP x CC1
NUM.
166
Até o 7º estágio de carregamento, o radier estaqueado CC1 NUM apresentou valor
de FS superior ao observado no radier estaqueado CC1 EXP. No 8º e 9º estágios de
carregamento o radier estaqueado CC1 NUM apresentou o mesmo FS obtido no CC1
EXP e somente no estágio final o FSCC1 NUM < 1,0 e menor que o FSCC1 EXP (1,0),
evidenciado a extenuação dessa fundação quando da aplicação da carga máxima de
ensaio, conforme apresentado na Figura 5.21. Nesta, ressalta-se que a redução do FS
do radier estaqueado CC1 NUM é superior ou igual ao FS do radier estaqueado CC1
EXP, mesmo tendo apresentado deslocamentos superiores aos obtidos no radier
estaqueado CC1 EXP. Dessa forma, observa-se que não é adequado relacionar os
recalques acentuados a uma menor capacidade de carga e, consequentemente, a um
menor fator de segurança.
Mediante ao apresentado anteriormente, realizou-se a normalização dos
recalques dos radiers estaqueados CC1 EXP e CC1 NUM, comparando-os, então, ao
fator de segurança (Figura 5.22) e à carga, também normalizada (Figura 5.23).
Figura 5.22. Recalque médio normalizado com fator de segurança global dos radiers
estaqueados CC1 EXP x CC1 NUM.
167
do radier numérico (FSCC1 NUM), que inicia uma tendência de convergência quando o
FSCC1 NUM é menor que 2,0.
Diante do exposto acima, nota-se que o radier estaqueado experimental CC1 EXP
tem o comportamento de FS influenciado quando o estágio de carga está próximo da
carga de ruptura. O radier estaqueado analisado numericamente (CC1 NUM) tem o FS
de segurança influenciado desde a carga para ½·Qrup (FSCC1 NUM = 2,0), igualando-se
ao comportamento do CC1 EXP somente no recalque normalizado igual a 7,5%.
O comportamento em termos de carga e recalque normalizados é apresentado na
Figura 5.23 e corrobora as análises efetuadas anteriormente, ou seja, somente a partir
do 5º estágio (0,5 da carga normalizada) inicia-se o processo de deslocamentos
(recalques) mais acentuados no radier estaqueado CC1 NUM. O modelo numérico desse
radier mostra-se limitado a simular o comportamento do radier experimental (CC1 EXP),
que evidencia uma curva menos susceptível aos carregamentos. Os deslocamentos do
radier estaqueado CC1 EXP tendem à convergência de “ruptura” a partir do 6º para o 7º
estágio.
Figura 5.23. Recalque médio normalizado e carga normalizada dos radiers estaqueados
CC1 EXP x CC1 NUM.
O radier estaqueado CC1 EXP apresenta carga de ruptura de 200 kN contra 184
kN do radier estaqueado CC1 NUM, ou seja, 8,7% maior. Verifica-se que a curva carga
168
x recalque normalizados do radier estaqueado CC1 NUM encontra-se mais abatida entre
0,5 e 1,0 da carga normalizada (Figura 5.23). Dessa forma, verifica-se uma menor
capacidade de carga do radier estaqueado CC1 NUM (Q normalizada = 0,89) para o
mesmo deslocamento imposto ao radier estaqueado CC1 EXP (Q normalizada = 0,96)
para 10% do diâmetro da estaca.
As análises realizadas até esse ponto demonstram as diferenças de
comportamento entre o radier estaqueado, o experimental (CC1 EXP) e o numérico (CC1
NUM). Entretanto, o entendimento da contribuição do contato radier solo é complexo,
demandando análises complementares que possam evidenciar quais as alterações de
comportamento e qual a capacidade de carga do radier estaqueado, caso este não
disponha do contato com o solo. Dessa forma, no subitem 5.1.5 será apresentado o caso
simulado numericamente para o radier estaqueado CC1 NUM, porém com a supressão
do contato com o solo, originando o grupo de estacas SC1 NUM. Esse radier transmite
diretamente às estacas a carga aplicada sobre ele.
Figura 5.24. Curvas carga x recalque dos radiers estaqueados CC1 NUM x SC1 NUM.
Como não há contato no caso do grupo de estacas SC1 NUM, toda a capacidade
de carga é proveniente do elemento de fundação profunda em estaca. A Figura 5.25
apresenta a distribuição das parcelas de resistência entre atrito lateral e ponta para o
grupo de estacas SC1 NUM e compara-se ao obtido pelo radier estaqueado (CC1 NUM).
Nela, observa-se que no caso do grupo de estacas (SC1 NUM) a mobilização do atrito
se dá do topo para a ponta, não sendo observados valores significativos de ponta nos
primeiros estágios. Até o 5º estágio registra-se participação da resistência de ponta
menor que 1%, chegando ao 10º estágio com apenas 5% para a ponta e 95% por atrito
lateral. No caso do radier estaqueado CC1 NUM, a presença do radier em contato com o
solo modifica a maneira como a resistência é mobilizada. Na Figura 5.25, verifica-se que
170
a parcela de ponta é de 1% logo no 1º estágio de carregamento e aumenta para 4% (5º
estágio), atingindo o valor máximo de 11% (10º estágio).
Como a resistência do elemento de fundação em estaca é maior no caso do grupo
de estacas (SC1 NUM), por fatores relativos a rigidez e resistência da estaca em relação
ao radier estaqueado (CC1 NUM), a participação por atrito lateral é maior no caso do
grupo de estacas SC1 NUM, ao passo que a resistência de ponta é mais expressiva para
o radier estaqueado (CC1 NUM). Tal fato pode ser atribuído à diferença de mobilização
da resistência da estaca ocorrer da ponta para o topo, no caso do radier estaqueado
(CC1 NUM), e do topo para a ponta, no caso do grupo de estacas (SC1 NUM). Assim,
como observado na literatura, o comportamento de radier estaqueado é marcado pela
mobilização da ponta para o topo da estaca, devido ao contato do radier solo.
171
NUM) apresentaram carga de ruptura menor que a máxima, mesmo registrando-se que
a curva do grupo de estacas SC1 NUM possuía deslocamentos menos acentuados em
relação ao radier estaqueado CC1 NUM.
A situação apresentada no parágrafo anterior revela que em termos de capacidade
de suporte tem-se equiparação entre o radier estaqueado analisado numericamente
(CC1 NUM) e o grupo de estacas (SC1 NUM). No entanto, o fator diferenciador entre a
presença do contato radier solo ou a sua ausência, está diretamente relacionado ao fato
desse efeito de contato propiciar a ocorrência de deslocamentos (recalques) mais
acentuados, provavelmente relacionados ao comportamento que o elemento de fundação
superficial impõe ao conjunto radier estaqueado (fundação superficial + fundação
profunda).
Figura 5.26. Fator de segurança e recalque entre os radiers estaqueados CC1 NUM x SC1
NUM.
Figura 5.27. Recalque médio normalizado com fator de segurança global dos radiers
estaqueados CC1 NUM x SC1 NUM.
Figura 5.28. Recalque médio normalizado e carga normalizada dos radiers estaqueados
CC1 NUM x SC1 NUM.
173
O comportamento em termos de carga e recalque normalizados é apresentado na
Figura 5.28 e corrobora as análises efetuadas anteriormente, ou seja, o grupo de estacas
SC1 NUM apresenta a tendência de suportar cargas mais elevadas (entre estágios)
mantendo os deslocamentos abaixo de 5% (0,85 da carga normalizada). A partir desse
ponto, os deslocamentos ficam mais acentuados para esse radier, porém permanecem
inferiores aos observados no radier estaqueado CC1 NUM.
A análise numérica entre os radiers estaqueados CC1 NUM e SC1 NUM mostra-
se interessante na separação das parcelas de resistência e da mudança de
comportamento, devido ao efeito do contato em radiers estaqueados.
O grupo de estacas SC1 NUM apresenta carga de ruptura de 192 kN, contra 184
kN do radier estaqueado CC1 NUM, ou seja, 4,3% maior. Tal fato pode ser atribuído ao
efeito causado pelo contato radier solo, que pode ter agido alterando o equilíbrio do
estado de tensões (𝜎𝑣′ e 𝜎ℎ′ ) nos primeiros metros do fuste da estaca, próximo ao topo da
estaca. Paralelamente, pode ter provocado a perda de resistência por atrito lateral,
levando ao seu esgotamento (Figura 5.9 e 5.10) e ocasionando uma mobilização
prematura da ponta nos primeiros estágios de carregamento.
174
5.2 Radier Estaqueado Composto de 2 estacas
175
Figura 5.29. Curva carga x recalque do radier estaqueado CC2 EXP.
Figura 5.30. Transferência de carga média na estaca do radier estaqueado CC2 EXP.
176
Figura 5.31, do 1º ao 9º estágio de carregamento (final). Em tal figura, observa-se que no
1º estágio a carga é transferida pelo elemento de fundação profunda (atrito lateral e
ponta) e pelo contato radier solo, registrando-se as participações de 51,6% (48%+3,6%)
e 48,4%, respectivamente. Tal fato pode ser atribuído à existência de uma maior área de
contato disponível, no caso do radier estaqueado CC2 EXP, e possivelmente devido a
sua geometria (retangular), que pode influenciar no comportamento. Diante desse
cenário, nota-se que até o 4º estágio de carregamento a carga transferida em função do
contato do radier solo aumenta, chegando a atingir o valor máximo de 54,6% de
participação na capacidade de carga do radier estaqueado. A partir 5º estágio de
carregamento, o atrito lateral se torna crescente (Figura 5.30) e a participação de ponta
constante em aproximadamente 3% (Figura 5.31). No estágio de carregamento final
(carga máxima), os elementos de fundação profunda (estacas) respondem por 73% da
carga aplicada ao radier estaqueado CC2 EXP, com participação de 68% por atrito lateral
e 5% de ponta, contra uma participação do contato radier solo de 27%.
177
contato radier solo (111 kN - último estágio), dividida pela área líquida de contato,
(1,01m²) resulta em uma tensão de 110 kPa para análise no capítulo 6.
Analisando-se sob o aspecto de projeto, verifica-se a redução do fator de
segurança em função dos carregamentos efetuados e em relação à carga convencionada
como de ruptura para o radier estaqueado CC2 EXP (371 kN), resultando no gráfico da
Figura 5.32. Nesta, verifica-se que para metade da carga de ruptura (½·Qrup = 185 kN) o
fator de segurança é igual a 2 e a curva carga x recalque encontra-se no trecho elástico
linear. Os recalques tendem a aumentar para fatores de segurança menores que 1,6 (5º
estágio), constatando-se, no 9º estágio (360 kN), que o carregamento aplicado
representa 97% da carga de ruptura e o fator de segurança é igual a 1,0, correspondente
a um recalque de 17,46 mm (Figura 5.31 e 5.32). No 10º estágio (405 kN), observa-se
que FS < 1,0 e, consequentemente, tem-se a extenuação da fundação para esse
carregamento.
Figura 5.32. Variação do fator de segurança e recalque para o radier estaqueado CC2
EXP.
178
por atrito lateral residual (79%) e do contato radier solo (15%), somado a uma pequena
participação da resistência de ponta da estaca (6%).
179
Figura 5.33. Deslocamentos no radier estaqueado CC2 NUM por estágios de carga.
180
Figura 5.34. Compressão no radier estaqueado CC2 NUM por estágios de carga.
181
CC2 NUM, verifica-se os esforços internos como consequência do engastamento
realizado no radier experimental CC2 EXP.
A partir da análise numérica foi possível obter a curva carga x recalque para o
radier estaqueado CC2 NUM. Na Figura 5.35, a carga máxima de ensaio imposto foi de
405 kN (carga de ensaio do radier estaqueado CC2 EXP) e o recalque máximo foi de
46,711 mm. A carga de ruptura convencionada para um deslocamento de 10% do
diâmetro nominal da estaca (25 mm), resulta em 351 kN e, consequentemente, em uma
carga de trabalho de 175 kN, correspondendo a um recalque de 1,64 mm.
182
Figura 5.36. Transferência de carga média na estaca do radier estaqueado CC2 NUM.
183
observa-se, no radier estaqueado CC2 NUM, uma maior participação de ponta e contato
radier solo, mesmo não sendo observado o esgotamento do atrito lateral. Dessa forma,
o sistema apresenta menor solicitação para as estacas e, conforme pode-se constatar na
Figura 5.38, o fator de segurança para o carregamento máximo é menor que 1,0 (FS<1,0).
Figura 5.38. Fator de segurança e recalque para o radier estaqueado CC2 NUM.
184
Verifica-se que o fator de segurança reduz-se para valores menores que 1,4, a
partir do 6º estágio (60% da carga máxima ou 69% da carga de ruptura), possivelmente
justificado pelo aumento dos recalques que nesse estágio passam dos 5 mm (Figuras
5.37 e 5.38).
Figura 5.39. Deslocamentos no grupo de estacas SC2 NUM por estágios de carga.
186
estágio para o 10º estágio. Entretanto, a participação da ponta é mais intensa somente
para o 10º estágio, conforme se verifica no 10º estágio da Figura 5.40.
Figura 5.40. Compressão no grupo de estacas SC2 NUM por estágios de carga.
Como resultado das análises numéricas do grupo de estacas SC2 NUM obteve-se
a curva carga x recalque, apresentada na Figura 5.41. Nesta, verifica-se que a carga
máxima de ensaio foi de 405 kN (carga de ensaio do radier estaqueado CC2 NUM) e
recalque máximo de 47,32 mm.
187
A carga de ruptura, para um deslocamento de 10% do diâmetro nominal da estaca
(25 mm), resulta em 365 kN e, em consequência disso, remete a uma carga de trabalho
de 182 kN, correspondendo a um recalque de 1,81 mm (Figura 5.41).
188
Figura 5.42. Transferência de carga média na estaca do grupo de estacas SC2 NUM.
189
se reduz sensivelmente até FS igual 1,0, no 9º estágio de carga (365 kN), atingindo seu
menor valor no 10º estágio, em que FS<1,0.
Figura 5.44. Fator de segurança e recalque para o grupo de estacas SC2 NUM.
190
radiers estaqueados, em que o modelo numérico mostra-se com deslocamento elevado
quando comparado ao radier estaqueado CC2 EXP. Esse trecho pode ser entendido
como de comportamento elastoplástico, ou seja, as deformações ocorridas no maciço de
solo são permanentes.
Figura 5.45. Curvas carga x recalque dos radiers estaqueados CC2 EXP x CC2 NUM.
191
dificuldade de impor ao modelo numérico as condições de campo e ao processo
executivo do tipo de estaca empregada.
As resistências por atrito lateral e contato radier solo divergem entre si, desde o 1º
estágio de carregamento, conforme mostra a Figura 5.46. Nesta, verifica-se que no
estágio final as parcelas de resistência por atrito lateral e contato radier solo respondem,
respectivamente, por 68% e 27% (CC2 EXP), contra 53% e 36% (CC2 NUM). Verifica-
se, portanto, a existência de uma divergência significativa entre esses radiers.
192
radier estaqueado CC2 EXP. Essas divergências no topo da estaca estão potencialmente
relacionadas à forma como a mobilização do atrito lateral e a resistência de ponta são
diferentemente influenciadas nos radiers estaqueados CC2 EXP e CC2 NUM, devido à
influência do efeito de contato radier solo.
A variação do fator de segurança (FS) revela como cada radier estaqueado, CC2
EXP e CC2 NUM, se comportou em função dos carregamentos efetuados. Na Figura
5.48, apresentam-se os resultados de FS para esses radiers estaqueados analisados e
o respectivo recalque para cada estágio de carregamento. Nela, é possível verificar como
os carregamentos influenciaram na redução do FS e na magnitude do recalque.
Até o 5º estágio de carregamento, o radier estaqueado CC2 NUM apresentou valor
de FS superior ao observado no radier estaqueado CC2 EXP. No 6º, 7º e 8º estágios de
carregamento, o radier estaqueado CC2 NUM apresentou FS menor que o observado no
radier estaqueado CC2 EXP, igualando-se somente nos 9º e 10º estágios de
carregamento. Ressalta-se que no 9º estágio o FSCC2 NUM é igual ao FSCC2 EXP, ou seja,
igual a 1,0. No 10º estágio de carregamento, esses fatores de segurança ainda são
iguais, no entanto menores que um (FSCC2 NUM; CC2 EXP = 0,9 < 1,0), evidenciado a
193
extenuação dessa fundação quando da aplicação da carga máxima de ensaio, conforme
apresentado na Figura 5.48. Nesta, ressalta-se que até o 5º estágio a redução do FS do
radier estaqueado CC2 NUM é menor ao FS do radier estaqueado CC2 EXP, mesmo
tendo apresentado deslocamentos ligeiramente superiores aos obtidos no radier
estaqueado CC2 EXP. Entretanto, a partir do 6º estágio os deslocamentos são mais
expressivos para o radier estaqueado CC2 NUM, em relação ao CC2 EXP, justificando-
se a inversão de FS, em que os fatores de segurança do CC2 EXP passam a ser
superiores ao radier estaqueado CC2 NUM até FS = 1,0.
Figura 5.48. Fator de segurança e recalque entre os radiers estaqueados CC2 EXP x CC2
NUM.
De acordo com o parágrafo acima, tal fato pode estar relacionado à influência do
contato radier solo, diferenciando o comportamento entre o radier estaqueado (CC2 EXP)
e o modelo numérico (CC2 NUM), pela maneira como ocorre o escorregamento do
elemento de fundação com o solo.
Diante do exposto no parágrafo anterior, visando melhor analisar os radiers
estaqueados CC2 NUM e CC2 EXP em termos de recalque, serão apresentadas, nas
Figuras 5.49 e 5.50, análises efetuadas a partir da normalização dos recalques (em
relação a largura B do radier em planta) com o fator de segurança e a carga normalizada
(carga dos estágios em relação à carga do último estágio).
194
Mediante ao apresentado anteriormente, realizou-se a normalização dos
recalques dos radiers estaqueados CC2 EXP e CC2 NUM, comparando-os aos seus
respectivos valores de FS (Figura 5.49) e à carga normalizada (Figura 5.50).
Figura 5.49. Recalque médio normalizado com fator de segurança global dos radiers
estaqueados CC2 EXP x CC2 NUM.
Figura 5.50. Recalque médio normalizado e carga normalizada dos radiers estaqueados
CC2 EXP x CC2 NUM.
O radier estaqueado CC2 EXP apresenta carga de ruptura de 371 kN, contra 351
kN do radier estaqueado CC2 NUM, ou seja, 5,6% maior. Verifica-se que a curva carga
x recalque normalizado do radier estaqueado CC2 NUM encontra-se mais abatida entre
0,5 e 1,0 da carga normalizada (Figura 5.50). Dessa forma, verifica-se menor capacidade
de carga do radier estaqueado CC2 NUM para o mesmo deslocamento imposto ao radier
estaqueado CC2 EXP (10% do diâmetro da estaca).
As análises realizadas até este ponto demonstram as diferenças de
comportamento entre o radier estaqueado, o experimental (CC2 EXP) e o numérico (CC2
NUM). O entendimento da contribuição do contato radier solo é complexo, demandando
análises complementares que possam evidenciar quais as alterações de comportamento
196
e qual a capacidade de carga do radier estaqueado, caso este não disponha do contato
com o solo. Dessa forma, no subitem 5.2.5, será apresentado o caso simulado
numericamente para o radier estaqueado CC2 NUM, porém com a supressão do contato
com o solo, originando o grupo de estacas SC2 NUM. Esse radier transmite a carga
aplicada sobre ele diretamente às estacas.
Como não há contato no caso do grupo de estacas SC2 NUM, toda a capacidade
de carga é proveniente do elemento de fundação profunda em estaca. A Figura 5.52
apresenta a distribuição das parcelas de resistência entre atrito lateral e ponta para o
grupo de estacas SC2 NUM e compara-se ao obtido no caso do radier estaqueado (CC2
NUM). Nessa figura, observa-se que no caso do grupo de estacas (SC2 NUM) a
mobilização do atrito se dá do topo para a ponta (Figura 5.46), com participação de 3%
da resistência de ponta até o 5º estágio de carregamento. No 10º estágio tem-se uma
participação expressiva da parcela de ponta, respondendo por 12%, contra 88% relativo
à resistência por atrito lateral. No caso do radier estaqueado CC2 NUM, a presença do
radier em contato com o solo modifica a maneira como a resistência é mobilizada. Na
Figura 5.52, verifica-se que a parcela de ponta é de 1% no 1º estágio de carregamento e
aumenta para 4% (5º estágio), atingindo o valor máximo de 11% (10º estágio).
198
maior no grupo de estacas SC2 NUM, ao passo que a resistência de ponta é mais
expressiva para o radier estaqueado (CC2 NUM). Tal fato pode ser atribuído à diferença
de esgotamento da resistência da estaca, que ocorre da ponta para o topo, no caso do
radier estaqueado, (CC2 NUM) e do topo para a ponta, no caso do grupo de estacas
(SC2 NUM). Confirma-se, portanto, que a ausência de um componente superficial
combinado ao elemento de fundação profunda modifica a forma como a mobilização do
atrito lateral e da resistência de ponta se comportam.
199
A situação acima revela que, em termos de capacidade suporte, tem-se uma
equiparação entre o radier estaqueado analisado numericamente (CC2 NUM) e o grupo
de estacas (SC2 NUM). No entanto, destaca-se que a presença do contato radier solo
está diretamente relacionada ao fato desse efeito de contato propiciar a ocorrência de
deslocamentos (recalques) mais acentuados, provavelmente relacionados ao
comportamento que o elemento de fundação superficial impõe ao conjunto radier
estaqueado (fundação superficial + fundação profunda).
Figura 5.53. Fator de segurança e recalque entre os radiers estaqueados CC2 NUM x SC2
NUM.
Figura 5.54. Recalque médio normalizado com fator de segurança global dos radiers
estaqueados CC2 NUM x SC2 NUM.
A análise numérica entre os radiers estaqueados CC2 NUM e SC2 NUM mostra-
se interessante na separação das parcelas de resistência e da mudança de
comportamento que ocorre devido ao efeito do contato em radiers estaqueados.
201
O grupo de estacas SC2 NUM apresenta carga de ruptura de 365 kN, contra 351
kN do radier estaqueado CC2 NUM, ou seja, 3,9% maior. No caso do radier estaqueado
CC2 NUM, a menor capacidade pode ser atribuída ao efeito do contato radier solo, que
pode ter agido alterando o equilíbrio do estado de tensões (𝜎𝑣′ e 𝜎ℎ′ ) nos primeiros metros
do fuste da estaca, próximo à base do radier e ao topo da estaca, conforme apresentado
nos resultados das análises numéricas.
Figura 5.55. Recalque médio normalizado e carga normalizada dos radiers estaqueados
CC2 NUM x SC2 NUM.
202
5.3 Radier Estaqueado Composto de 3 estacas
203
A carga de ruptura geotécnica do radier estaqueado CC3 EXP foi convencionada
para um deslocamento correspondente a 10% do diâmetro da estaca, ou seja, a carga
de ruptura para o radier estaqueado CC3 EXP equivale a 455 kN (Figura 5.56). Esse
valor é 7,1% menor em relação à carga máxima de ensaio, e a carga para ½·Qrup
(½·Qrup) é de 228 kN para um recalque de 3,49 mm.
A transferência de carga média ao longo do comprimento das estacas sob o radier
estaqueado CC3 EXP é apresentada na Figura 5.57. Nesta, verifica-se que a mobilização
do atrito lateral médio das estacas ocorre em todos os estágios de carregamento e a
participação da resistência de ponta é praticamente constante desde o carregamento
inicial, conforme mostram as Figuras 5.57 e 5.58. Nestas, verifica-se que não há
esgotamento do atrito lateral durante os diversos estágios de carregamento, mesmo para
as cargas mais elevadas que ocorrem nos estágios finais.
Figura 5.57. Transferência de carga média na estaca do radier estaqueado CC3 EXP.
204
(4,2%). Tal fato pode ser atribuído à existência de uma maior área de contato disponível,
no caso do radier estaqueado CC3 EXP, e possivelmente devido às características
geométricas do radier (triangular). Diante desse cenário, nota-se que até o 2º estágio de
carregamento a carga transferida em função do contato do radier solo aumenta,
chegando a atingir o valor máximo de 37,4% de participação na capacidade de carga do
radier estaqueado, enquanto que a resistência da estaca se reduz a 60,9% de atrito
lateral e 1,7% de ponta. A partir do 3º estágio de carregamento, o atrito lateral apresenta
crescimento e a participação de ponta é pequena, porém crescente (Figura 5.58). No
estágio de carregamento final (carga máxima), o elemento de fundação profunda
responde por 78% da carga aplicada ao radier estaqueado CC3 EXP, com participação
de 74,7% por atrito lateral e 2,8% de ponta, contra uma participação do contato radier
solo de 22,5%.
205
m²), resulta em uma tensão de 49 kPa. Essa tensão aplicada no solo devido ao contato
do radier não foi suficiente para provocar os deslocamentos necessários para aumentar
a mobilização da resistência de ponta das estacas sob o radier estaqueado. Observa-se,
portanto, que os valores de ponta são relativamente baixos e condizentes com os
resultados esperados para esse tipo de estaca nesse solo.
Analisando-se sob o aspecto de projeto, verifica-se a redução do fator de
segurança em função dos carregamentos efetuados, e em relação à carga
convencionada, como a de ruptura, para o radier estaqueado CC3 EXP (455 kN),
resultando no gráfico da Figura 5.59. Nesta, verifica-se que, para a carga de trabalho
(½·Qrup = 228 kN), o fator de segurança é igual a 2 e a curva carga x recalque encontra-
se no trecho elástico linear. Os recalques tendem a aumentar para fatores de segurança
menores que 2,0 (4º estágio), constatando-se, no 9º estágio (450 kN), que o
carregamento aplicado representa 99% da carga de ruptura e o fator de segurança é igual
a 1,0, correspondendo a um recalque de 20,93 mm (Figuras 5.58 e 5.59). No 10º estágio
(490 kN), observa-se que FS < 1,0 e, consequentemente, tem-se a extenuação da
fundação para esse carregamento.
Figura 5.59. Variação do fator de segurança e recalque para o radier estaqueado CC3
EXP.
O atrito lateral da estaca apresenta esgotamento, de acordo com o observado na
Figura 5.57. Dessa forma, o fator de segurança obtido a partir do 10º estágio pode ser
206
atribuído à resistência por atrito lateral (74,7%) e ao contato radier solo (22,5%), somado
à baixa participação da resistência de ponta da estaca (2,8%).
207
Figura 5.60. Deslocamentos no radier estaqueado CC3 NUM por estágios de carga.
208
Pode-se observar, na Figura 5.61, que os deslocamentos concentram-se mais
intensamente na região da biela de compressão e no topo da estaca, sendo, na região
interna, no 1º e 5º estágios, e externa, no 10º estágio. Verifica-se, quando da aplicação
dos primeiros estágios que não há deslocamentos significativos até o 5º estágio, e
posterior ocorrência de deslocamentos mais intensos e voltados à região interna sob o
bloco (região do solo entre estacas), possivelmente provocados pelo esforço horizontal
(componente de força). Diante do exposto pelas análises numéricas no radier estaqueado
CC3 NUM, justifica-se o engastamento realizado no radier experimental CC3 EXP, como
observado no radier estaqueado CC2 NUM.
Figura 5.61. Compressão no radier estaqueado CC3 NUM por estágios de carga.
209
A partir da análise numérica foi possível obter a curva carga x recalque para o
radier estaqueado CC3 NUM. Na Figura 5.62, verifica-se que a carga máxima de ensaio
foi de 490 kN (carga de ensaio do radier estaqueado CC3 EXP) e o recalque máximo de
41,166 mm. A carga de ruptura convencionada para um deslocamento de 10% do
diâmetro nominal da estaca (25 mm), resultando em 448 kN e, consequentemente, uma
carga de trabalho de 224 kN, correspondendo a um recalque de 2,69 mm.
210
Figura 5.63. Transferência de carga média na estaca do radier estaqueado CC3 NUM.
211
Na Figura 5.64, verifica-se que do 1º ao 5º estágio de carregamento, a participação
da estaca (atrito lateral e ponta) decresce continuamente, saindo de 96,9% (88,4% +
8,5%) no 1º estágio para 84,1% (81,4% +2,7%) no 5º estágio, contra um crescimento na
participação do contato radier solo de 3,1% (1º estágio) e 15,9% (5º estágio). A partir do
6º estágio, a participação devido ao contato radier solo permanece crescente até o 10º
estágio, atingindo 31,7%, frente à queda da participação da estaca devido à queda da
resistência por atrito lateral, que sai de 76,1% no 6º estágio para 60,5% no 10º estágio.
A parcela de ponta, entretanto, apresenta aumento de participação, partindo de 4,5% (6º
estágio) para 7,8% (10º estágio).
A carga absorvida pelo contato radier solo (155,5 kN), dividida pela área líquida de
contato (2,26 m²), resulta em uma tensão de 69 kPa. A maior participação do contato
radier solo e da ponta da estaca (Figura 5.64) pode estar relacionada ao fato de que o
modelo numérico apresenta-se com recalques mais acentuados, com esgotamento do
atrito lateral. Dessa forma, o sistema apresenta-se menos conservador e, conforme se
pode constatar na Figura 5.65, o fator de segurança para o carregamento máximo é
menor que 1,0 (FS <1,0).
Figura 5.65. Fator de segurança e recalque para o radier estaqueado CC3 NUM.
Verifica-se que o fator de segurança diminui para valores menores que 1,5, a partir
do 6º estágio (60% da carga máxima ou 66% da carga de ruptura), possivelmente
212
justificado pelo aumento dos recalques, que nesse estágio passam dos 4,5 mm (Figuras
5.64 e 5.65).
213
(𝜎𝑣′ e 𝜎ℎ′ ) nos primeiros metros do fuste da estaca, da mesma forma observada no grupo
de estacas SC2 NUM.
Figura 5.66. Deslocamentos no grupo de estacas SC3 NUM por estágios de carga.
Como resultado das análises numéricas do grupo de estacas SC3 NUM obteve-se
a curva carga x recalque, apresentada na Figura 5.68. Nesta, verifica-se que a carga
máxima de ensaio foi de 490 kN (carga de ensaio do radier estaqueado CC3 NUM) e
recalque máximo de 32,76 mm.
A carga de ruptura, para um deslocamento de 10% do diâmetro nominal da estaca
(25 mm), resulta em 471 kN e, em consequência disso, remete a uma carga de trabalho
de 235 kN, correspondendo a um recalque de 1,92 mm (Figura 5.68).
215
Figura 5.68. Curva carga x recalque do grupo de estacas SC3 NUM.
216
Confirma-se, portanto, que a ausência de um componente superficial combinado
ao elemento de fundação profunda modifica a forma como a mobilização do atrito lateral
e da resistência de ponta se comportam.
Figura 5.69. Transferência de carga nas estacas do grupo de estacas SC3 NUM.
217
Apresenta-se, na Figura 5.71, a variação do fator de segurança (FS) para todos os
estágios de carregamento. Nela, verifica-se que até o 6º estágio tem-se um fator de
segurança maior ou igual a 1,6. Entretanto, a partir desse estágio o fator de segurança
reduz-se sensivelmente até FS igual 1,0, no 9º estágio de carga (490 kN), atingindo seu
menor valor no 10º estágio, em que FS <1,0.
Figura 5.71. Fator de segurança e recalque para o grupo de estacas SC3 NUM.
Sabe-se que os resultados de curva carga x recalque obtidos por análise numérica
tendem a resultar em deslocamentos mais acentuados em comparação aos resultados
experimentais. Nesse sentido, observa-se, na Figura 5.72, que os resultados obtidos para
o radier estaqueado CC3 NUM obedecem a essa tendência de apresentar recalques mais
acentuados, entretanto, nesse caso, o radier estaqueado experimental CC3 EXP também
apresentou recalques elevados e em concordância ao radier estaqueado CC3 NUM.
218
Os resultados carga x recalque do radier estaqueado CC3 NUM apresentam-se
próximos aos observados no radier estaqueado CC3 EXP, podendo-se afirmar que
possuem boa concordância em termos de previsibilidade de comportamento, em
comparação aos demais radiers desta tese.
Figura 5.72. Curvas carga x recalque dos radiers estaqueados CC3 EXP x CC3 NUM.
219
aproximadamente 8%. Este efeito pode estar relacionado a geometria do bloco composto
de 3 estacas
Diante do exposto acima, verifica-se que no caso do radier estaqueado CC3 NUM
a mobilização da resistência parte da ponta para o topo da estaca, porém é variável ao
longo dos carregamentos. No caso do radier estaqueado CC3 EXP, tem-se inicialmente
a mobilização pela resistência de ponta, porém ela permanece constante ao longo dos
estágios de carregamento. Essa diferença de comportamento, com maior participação de
ponta no CC3 NUM, pode ser atribuída à dificuldade de impor ao modelo numérico as
condições de campo e do processo executivo do tipo de estaca empregada, resultando
em valores mais elevados, quando comparados aos observados no radier estaqueado
CC3 EXP.
As resistências por atrito lateral e o contato radier solo divergem entre si desde o
1º estágio de carregamento, conforme mostra a Figura 5.73. Nesta, verifica-se que os
radiers apresentam equilíbrio de contribuição entre o atrito lateral e o contato radier solo,
no 6º estágio de carregamento (64% da carga máxima de ensaio), resultando em 80%
de atrito lateral e 20% de resistência por contato radier solo. Entretanto, a parcela de
ponta nesse estágio é duas vezes maior no radier estaqueado CC3 NUM do que no CC3
EXP.
Figura 5.74. Transferência de carga nas estacas dos radiers estaqueados CC3EXP e
CC3NUM.
A variação do fator de segurança (FS) revela como cada radier estaqueado, CC3
EXP e CC3 NUM, se comportou em função dos carregamentos realizados. Na Figura
5.75, apresentam-se os resultados de FS para esses radiers estaqueados analisados e
221
o respectivo recalque para cada estágio de carregamento. Nessa figura, é possível
verificar como os carregamentos influenciaram na redução do FS e na magnitude do
recalque.
Figura 5.75. Fator de segurança e recalque entre os radiers estaqueados CC3 EXP x CC3
NUM.
222
ou seja, entre o 4º e 6º estágio de carregamento, o FSCC3 EXP < FSCC3 NUM, revelando,
assim, a influência dos deslocamentos no fator de segurança. Quando os níveis de
deslocamento igualam-se novamente, entre o 7º e 9º estágios, e aproximam-se da carga
máxima ou de ruptura, os valores de FS tendem a se igualar.
Diante do exposto, visando melhor analisar os radiers estaqueados CC3 NUM e
CC3 EXP em termos de recalque, serão apresentadas, nas Figuras 5.76 e 5.77, análises
efetuadas a partir da normalização dos recalques com o fator de segurança e a carga
normalizada.
Mediante ao apresentado anteriormente, realizou-se a normalização dos
recalques dos radiers estaqueados CC3 EXP e CC3 NUM, comparando-os, então, ao
fator de segurança (Figura 5.76) e à carga normalizada (Figura 5.77).
Figura 5.76. Recalque médio normalizado com fator de segurança global dos radiers
estaqueados CC3 EXP x CC3 NUM.
Figura 5.77. Recalque médio normalizado e carga normalizada dos radiers estaqueados
CC3 EXP x CC3 NUM.
Figura 5.78. Curvas carga x recalque dos radiers estaqueados CC3 NUM x SC3 NUM.
Como não há contato no caso do grupo de estacas SC3 NUM, toda a capacidade
de carga é proveniente do elemento de fundação profunda em estaca. A Figura 5.79
apresenta a distribuição das parcelas de resistência entre atrito lateral e ponta para o
grupo de estacas SC3 NUM e compara-se ao obtido no caso do radier estaqueado (CC3
NUM). Nessa figura, observa-se que no caso do grupo de estacas (SC3 NUM) a
mobilização do atrito se dá do topo para a ponta, com participação de, aproximadamente
3% pela resistência de ponta até o 5º estágio de carregamento. No 10º estágio tem-se
uma participação expressiva da parcela de ponta, respondendo por 12%, contra 88%
relativo à resistência por atrito lateral. No caso do radier estaqueado CC3 NUM, a
presença do radier em contato com o solo modifica a maneira como a resistência é
mobilizada. Na Figura 5.78, verifica-se que a parcela de ponta é de 8% logo no 1º estágio
226
de carregamento, diminui para 3% (5º estágio), atingindo o valor máximo de
aproximadamente 8% (10º estágio).
A participação pela resistência do elemento de fundação em estaca é maior no
caso do grupo de estacas (SC3 NUM), em face ao obtido no caso do radier estaqueado
(CC3 NUM). Dessa forma, verifica-se que a resistência de ponta é mais expressiva para
o grupo de estacas (SC3 NUM). Tal fato pode ser atribuído à ausência do contato radier
solo, que permite, dessa forma, que a mobilização do atrito lateral da estaca ocorra do
topo para a ponta e consiga atingir valores mais expressivos da resistência de ponta, pois
não há um elemento que impeça esse deslocamento no caso do grupo de estacas SC3
NUM.
227
Portanto, no caso do grupo de estacas SC3 NUM, não se constata a ruptura para a carga
máxima de ensaio em relação à carga convencionada como de ruptura.
Destaca-se que a presença do contato radier solo está diretamente relacionada ao
fato desse efeito de contato propiciar a ocorrência de deslocamentos (recalques) mais
acentuados, provavelmente relacionados ao comportamento que o elemento de fundação
superficial impõe ao conjunto radier estaqueado (fundação superficial + fundação
profunda). Constata-se que o radier estaqueado CC3 NUM apresenta deslocamentos
mais acentuados em relação ao grupo de estacas SC3 NUM, justificando as diferenças
dos fatores de segurança obtidos para os radiers SC3 NUM e CC3 NUM.
Figura 5.80. Fator de segurança e recalque entre os radiers estaqueados CC3 NUM x SC3
NUM.
Figura 5.81. Recalque médio normalizado com fator de segurança global dos radiers
estaqueados CC3 NUM x SC3 NUM.
Figura 5.82. Recalque médio normalizado e carga normalizada dos radiers estaqueados
CC3 NUM x SC3 NUM.
230
5.4 Radier Estaqueado Composto de 4 estacas
231
Conforme demonstrado anteriormente por meio das análises pelo método da
rigidez, a carga de ruptura geotécnica do radier estaqueado CC4 EXP foi convencionada
para um deslocamento correspondente a 10% do diâmetro da estaca, ou seja, a carga
de ruptura para o radier estaqueado CC4 EXP equivale a 658 kN (Figura 5.83). Este valor
é 6% menor em relação à carga máxima de ensaio, e a carga para ½·Qrup (½·Qrup) é de
329 kN para um recalque de 1,54 mm.
A transferência de carga ao longo do comprimento da estaca sob o radier
estaqueado CC4 EXP é apresentada na Figura 5.84. Nesta, verifica-se que a mobilização
do atrito lateral da estaca ocorre durante todos os estágios de carregamento, observando-
se uma diminuição deste entre o 9º e 10º estágio de carregamento, devido ao paralelismo
das retas, verificando-se o esgotamento do atrito lateral durante os estágios finais de
carregamento. A participação da resistência de ponta é pequena desde o carregamento
inicial, conforme mostram as Figuras 5.84 e 5.85.
Figura 5.84. Transferência de carga média na estaca do radier estaqueado CC4 EXP.
232
lateral (62,7%) e pelo contato radier solo (36,7%), com pequena participação de ponta
(0,6%). Tal fato pode ser atribuído à maior área de contato disponível no caso do radier
estaqueado CC4 EXP e, possivelmente, à geometria do radier (quadrangular). No 2º
estágio de carregamento verifica-se a redução do atrito lateral (54,3%), o aumento da
resistência por contato radier solo (42,9%) e ponta da estaca (2,8%), em relação ao 1º
estágio. Entretanto, ressalta-se que a partir do 2º estágio registra-se um aumento
expressivo e contínuo da resistência por atrito lateral, atingindo 80,7% (valor máximo),
em contraste à redução da resistência por contato radier solo, que chega ao mínimo de
17,9%, e a participação de ponta da estaca de1,4%. No estágio de carregamento final
(carga máxima de ensaio), o elemento de fundação profunda sofre uma pequena
redução, respondendo por 78,7% da carga aplicada ao radier estaqueado CC4 EXP, com
participação de 77,3% por atrito lateral e 1,4% de ponta, contra uma participação do
contato radier solo de 21,3%.
233
absorvida pelo contato radier solo (148,6 kN), dividida pela área líquida de contato (3,22
m²), resulta em uma tensão de 46 kPa. Essa tensão aplicada no solo devido ao contato
do radier pode não ser suficiente para provocar os deslocamentos necessários à maior
mobilização da resistência de ponta das estacas sob o radier. Observa-se, portanto, que
os valores de ponta são relativamente baixos.
Analisando-se sob o aspecto de projeto, verifica-se a redução do fator de
segurança em função dos carregamentos efetuados e em relação à carga convencionada
como de ruptura para o radier estaqueado CC4 EXP (658 kN), resultando no gráfico da
Figura 5.86. Nesta, verifica-se que para a metade da carga de ruptura (½·Qrup = 329 kN)
o fator de segurança é igual a 2 e a curva carga x recalque encontra-se no trecho elástico
linear.
Figura 5.86. Variação do fator de segurança e recalque para o radier estaqueado CC4
EXP.
234
O atrito lateral da estaca apresenta esgotamento, de acordo com o observado na
Figura 5.84. Dessa forma, o fator de segurança obtido a partir do 10º estágio pode ser
atribuído principalmente à resistência por atrito lateral (77,3%) e pela resistência devido
ao contato do radier com o solo (21,3%), somado a uma pequena participação da
resistência de ponta da estaca (1,4%).
235
Figura 5.87. Deslocamentos no radier estaqueado CC4 NUM por estágios de carga.
Figura 5.88. Compressão no radier estaqueado CC4 NUM por estágios de carga.
237
à região externa no topo da estaca, possivelmente provocado pelo esforço horizontal
(componente de força). Diante do exposto pelas análises numéricas no radier estaqueado
CC4 NUM, veirificou-se que efeitos relativos irregularidade de tensões no topo da estaca
poderiam afetar seu comportamento, o que acredita-se ter sido evetido nas provas de
carga devido ao engastamento realizado no radier experimental CC4 EXP.
A partir dos resultados da análise numérica foi possível obter a curva carga x
recalque para o radier estaqueado CC4 NUM. Na Figura 5.89, verifica-se que a carga
máxima de ensaio foi de 700 kN (carga de ensaio do radier estaqueado CC4 EXP) e
recalque máximo de 38,38 mm. A carga de ruptura convencionada para um deslocamento
de 10% do diâmetro nominal da estaca (25 mm) resulta em 646 kN e, em consequência
disso, remete a uma carga de trabalho de 323 kN, correspondendo a um recalque de 2,34
mm.
238
esgotamento do atrito lateral é verificado, assim como no caso do radier experimental
(CC4 EXP). A mobilização da resistência de ponta registra seu valor máximo de
participação na capacidade do radier estaqueado CC4 NUM no 10º estágio de
carregamento, correspondendo a 9% da carga total aplicada.
Figura 5.90. Transferência de carga nas estacas do radier estaqueado CC4 NUM.
239
de comportamento da fundação quando do aumento da participação da resistência de
contato radier solo na capacidade de carga total do radier estaqueado CC4 NUM.
A carga absorvida pelo contato radier solo (258 kN), dividida pela área líquida de
contato (3,22 m²), resulta em uma tensão de 80 kPa. A maior participação do contato
radier solo e da ponta da estaca (Figura 5.91) pode estar relacionada ao fato de que o
modelo numérico apresenta-se com recalques mais acentuados, mesmo não sendo
observado o esgotamento do atrito lateral. Dessa forma, o sistema apresenta-se menos
conservador e, conforme pode se constatar na Figura 5.92, o fator de segurança para o
carregamento máximo é menor que 1,0 (FS<1,0). Verifica-se que o fator de segurança
reduz-se para valores menores que 1,5, a partir do 6º estágio (60% da carga máxima ou
65% da carga de ruptura), possivelmente justificado pelo aumento dos recalques, que,
nesse estágio, passam dos 4,0 mm (Figuras 5.91 e 5.92).
240
Figura 5.92. Fator de segurança e recalque para o radier estaqueado CC4 NUM.
241
Destaca-se que os deslocamentos possuem abrangência radial na estaca,
conforme se verifica na Figura 5.93 (10º estágio). A influência dos deslocamentos cessa
até um raio de 184 mm, comparando-se ao raio original relativo ao diâmetro nominal da
estaca de 125 mm. A carga aplicada sobre o grupo de estacas SC4 NUM intensifica a
participação por atrito lateral, com o aumento das tensões do 5º estágio para o 10º
estágio. Entretanto, a participação da ponta é mais intensa somente para o 10º estágio,
conforme se verifica no 10º estágio, da Figura 5.93.
Figura 5.93. Deslocamentos no grupo de estacas SC4 NUM por estágios de carga.
242
O efeito de compressão, devido aos carregamentos sobre o grupo de estacas SC4
NUM, é apresentado na Figura 5.94. Nesta, verifica-se que a tensão máxima de
compressão ocorre ao longo do comprimento da estaca, variando de 357 kPa (1º
estágio), a 1783 kPa (5º estágio) e 3565 kPa (10º estágio).
Figura 5.94. Compressão no grupo de estacas SC4 NUM por estágios de carga.
244
estágio. A saturação do atrito lateral é observada neste caso, assim como observado no
radier estaqueado CC4 NUM.
Figura 5.96. Transferência de carga média na estaca do grupo de estacas SC4 NUM.
245
Figura 5.97. Distribuição de carga no grupo de estacas SC4 NUM.
Figura 5.98. Fator de segurança e recalque para o grupo de estacas SC4 NUM.
246
No subitem 5.4.4, apresentam-se os resultados comparativos entre o radier
estaqueado experimental (CC4 EXP) e os resultados obtidos pela análise numérica para
o radier estaqueado CC4 NUM.
Figura 5.99. Curvas carga x recalque dos radiers estaqueados CC4 EXP x CC4 NUM.
247
As diferenças de concordância de comportamento entre CC4 EXP e CC4 NUM
podem ser observadas na Figura 5.100. Nesta, verificam-se as divergências de
comportamento que ocorrem ao longo dos diversos estágios de carregamento,
entretanto, exibem equilíbrio entre a participação por atrito lateral e o contato radier solo,
entre o 5º e o 6º estágio de carregamento. A carga, nesse ponto, é de 290 kN ou 60% da
carga máxima de ensaio.
248
longo dos carregamentos. No caso do radier estaqueado CC4 EXP, tem-se inicialmente
a mobilização pela resistência de ponta, porém permanece constante ao longo dos
estágios de carregamento. Essa diferença de comportamento, com maior participação de
ponta no radier estaqueado CC4 NUM, pode ser atribuída à dificuldade de impor ao
modelo numérico as condições de campo e ao processo executivo do tipo de estaca
empregada, resultando em valores mais elevados quando comparados aos observados
no radier estaqueado CC4 EXP.
As resistências por atrito lateral e contato radier solo divergem entre si desde o 1º
estágio de carregamento, conforme mostra a Figura 5.100. Nesta, verifica-se que os
radiers apresentam equilíbrio de contribuição entre o atrito lateral e o contato radier solo,
do 5º para o 6º estágio de carregamento (aproximadamente 60% da carga máxima de
ensaio), resultando em 70% de atrito lateral e 27% de resistência por contato radier solo.
Consequentemente, a participação da resistência de ponta resultaria algebricamente em
3% (100% - 97%). Esse valor encontra-se mais próximo ao observado no radier
estaqueado CC4 EXP, visto que a parcela de ponta no radier estaqueado CC4 NUM é
três vezes maior em relação ao CC4 EXP.
Na Figura 5.101, apresentam-se as curvas de transferência de carga para cada
uma das estacas dos radiers estaqueados CC4 EXP e CC4 NUM. Nela, verifica-se que
no 1º estágio existe maior concordância de comportamento entre o modelo experimental
e o numérico, em relação ao 5º e 10º estágios. Convém ressaltar que, mesmo diante das
divergências encontradas, verifica-se que no 5º estágio a transferência de carga do radier
estaqueado CC4 NUM apresenta valores de carga no topo e na ponta próximos aos
observados para o radier estaqueado CC4 EXP. Entretanto, o mesmo não pode ser
observado para o 10º estágio de carregamento, em que se verifica discrepância ao longo
da transferência dessa carga pelo fuste da estaca.
Essas divergências no carregamento final estão potencialmente relacionadas à
forma como a mobilização do atrito lateral e a resistência de ponta são diferentemente
influenciadas nos radiers estaqueados CC4 EXP e CC4 NUM, devido à influência do
efeito de contato radier solo entre o modelo experimental e o numérico.
249
Figura 5.101. Transferência de carga nos radiers estaqueados CC4 EXP e CC4 NUM.
A variação do fator de segurança (FS) revela como cada radier estaqueado, CC4
EXP e CC4 NUM, se comportou em função dos carregamentos realizados. Na Figura
5.102, apresentam-se os resultados de FS para esses radiers estaqueados analisados e
o respectivo recalque para cada estágio de carregamento. Nessa figura, é possível
verificar como os carregamentos influenciaram na redução do FS e na magnitude do
recalque.
Figura 5.102. Fator de segurança e recalque entre os radiers estaqueados CC4 EXP x CC4
NUM.
250
Os recalques são mais acentuados para o radier estaqueado CC4 NUM em
relação ao CC4 EXP, para todos os estágios. Entretanto, observa-se, na Figura 5.102,
que o radier estaqueado CC4 NUM apresentou valor de FS inferior ao observado no
radier estaqueado CC4 EXP, até o 6º estágio de carregamento e, a partir desse estágio,
os fatores de segurança são iguais até o 10º estágio (FSCC4 NUM = FSCC4 EXP). Ressalta-
se que no 7º estágio o FSCC4 NUM iguala-se ao FSCC4 EXP, ou seja, igual a 1,3, chegando a
1,0 no 9º estágio de carregamento ou 90% da carga máxima de ensaio. No 10º estágio
de carregamento, esses fatores de segurança ainda são iguais, no entanto menores que
um (FSCC4 NUM; CC4 EXP = 0,9 < 1,0), evidenciado a extenuação dessa fundação quando da
aplicação da carga máxima de ensaio em relação à carga de ruptura convencionada para
esses radiers.
Constata-se que os fatores de segurança são menores no radier estaqueado CC4
NUM atrelado aos deslocamentos mais elevados, comparados ao radier estaqueado CC4
EXP, até o 6º estágio. Entretanto, apesar dos recalques se manterem mais elevados no
radier estaqueado CC4 NUM, os fatores de segurança sofrem redução mais acentuada
para o radier estaqueado CC4 EXP, demonstrando um comportamento mais abrupto do
que no radier estaqueado CC4 NUM.
Mediante ao apresentado anteriormente, realizou-se a normalização dos
recalques dos radiers estaqueados CC4 EXP e CC4 NUM, comparando-os, então, ao
fator de segurança (Figura 5.103) e à carga normalizada (Figura 5.104).
Figura 5.103. Recalque médio normalizado com fator de segurança global dos radiers
estaqueados CC4 EXP x CC4 NUM.
251
De acordo com a Figura 5.103, percebe-se que a redução do fator de segurança
para o radier experimental (FSCC4 EXP) e para o radier numérico (FSCC4 NUM) possui
praticamente o mesmo comportamento. Dessa forma, verifica-se que para ambos os
radiers inicia-se o processo de convergência assintótica quando se reduz os valores de
FS 2,0. Ou seja, nota-se uma concordância em termos de comportamento da redução
do fator de segurança (FS) com o recalque normalizado para os radiers estaqueados
CC4 EXP e CC4 NUM.
Diante do exposto, nota-se que o radier estaqueado experimental CC4 EXP e o
radier estaqueado analisado numericamente (CC4 NUM) têm o FS influenciado desde a
carga para ½·Qrup (FSCC4 NUM; CC4 EXP = 2,0).
O comportamento em termos de carga e recalque normalizados é apresentado na
Figura 5.104 e corrobora as análises efetuadas anteriormente, ou seja, somente a partir
do 7º estágio (0,7 da carga normalizada) inicia-se o processo de deslocamentos
(recalques) mais acentuados no radier estaqueado CC4 NUM. O modelo numérico desse
radier mostra-se razoavelmente adequado a simular o comportamento do radier
experimental (CC4 EXP), pois se evidencia discrepância de deslocamentos entre os
radiers estaqueados CC4 EXP e CC4 NUM, entre o 6º e o 10º estágio de carregamento.
Figura 5.104. Recalque médio normalizado e carga normalizada dos radiers estaqueados
CC4 EXP x CC4 NUM.
252
O radier estaqueado CC4 EXP apresenta carga de ruptura de 658 kN, em
contraposição a 646 kN do radier estaqueado CC4 NUM, ou seja, 1,8% maior. Verifica-
se que a curva carga x recalque normalizados do radier estaqueado CC4 NUM se
encontra mais abatida entre 0,7 e 1,0 da carga normalizada (Figura 5.104). Dessa forma,
é constatada menor capacidade de carga do radier estaqueado CC4 NUM para o mesmo
deslocamento imposto ao radier estaqueado CC4 EXP (10% do diâmetro da estaca).
As análises realizadas até este ponto demonstram as semelhanças e diferenças
de comportamento entre o radier estaqueado, o experimental (CC4 EXP) e o numérico
(CC4 NUM). O entendimento da contribuição do contato radier solo é complexo,
demandando análises complementares que possam evidenciar quais as alterações de
comportamento e qual a capacidade de carga do radier estaqueado, caso este não
disponha do contato com o solo. Dessa forma, no subitem 5.4.5, será apresentado o caso
simulado numericamente para o radier estaqueado CC4 NUM, porém com a supressão
do contato com o solo, originando o grupo de estacas SC4 NUM. Esse radier transmite a
carga aplicada sobre ele diretamente às estacas.
Figura 5.105. Curvas carga x recalque dos radiers estaqueados CC4 NUM x SC4 NUM.
Como não há contato no caso do grupo de estacas SC4 NUM, toda a capacidade
de carga é proveniente do elemento de fundação profunda em estaca. A Figura 5.106
apresenta a distribuição das parcelas de resistência entre atrito lateral e ponta, para o
grupo de estacas SC4 NUM, e compara-se ao obtido no caso do radier estaqueado (CC4
NUM). Na referida figura, observa-se que no caso do grupo de estacas (SC4 NUM) a
mobilização do atrito se dá do topo para a ponta, com participação de aproximadamente
3% da resistência de ponta até o 5º estágio de carregamento. No 10º estágio, tem-se
254
uma participação expressiva da parcela de ponta, respondendo por 12%, contra 88%
relativos à resistência por atrito lateral. No caso do radier estaqueado CC4 NUM, a
presença do radier em contato com o solo modifica a maneira como a resistência é
mobilizada. Na Figura 5.106, verifica-se que a parcela de ponta é de 6%, logo no 1º
estágio de carregamento, e diminui para 3% (5º estágio), atingindo o valor máximo de
aproximadamente 9% (10º estágio).
255
Em relação ao fator de segurança (FS), verifica-se, na Figura 5.107, que os fatores
de segurança obtidos para o grupo de estacas (SC4 NUM) apresentam FSSC4 NUM maior
em relação ao FSCC4 NUM entre o 1º e 6º estágios de carregamento. Do 7º ao 10º estágio
de carregamento, os fatores de segurança são iguais. Registrando-se FS = 1,0 para os
radiers estaqueados CC4 NUM e SC4 NUM, no 9º estágio de carregamento, e FS<1,0,
no 10º estágio de carregamento, constatando-se a extenuação do elemento de fundação.
Destaca-se que a presença do contato radier solo está diretamente relacionada ao
fato desse efeito de contato propiciar a ocorrência de deslocamentos (recalques) mais
acentuados, provavelmente relacionados ao comportamento que o elemento de fundação
superficial impõe ao conjunto radier estaqueado (fundação superficial + fundação
profunda). Verifica-se que o radier estaqueado CC4 NUM apresenta deslocamentos mais
acentuados, em comparação ao grupo de estacas SC4 NUM, justificando as diferenças
dos fatores de segurança obtidos para os radiers SC4 NUM e CC4 NUM.
Figura 5.107. Fator de segurança e recalque dos radiers estaqueados CC4 NUM x SC4
NUM.
Figura 5.108. Recalque médio normalizado com fator de segurança global dos radiers
estaqueados CC4 NUM x SC4 NUM.
O grupo de estacas SC4 NUM apresenta carga de ruptura de 657 kN, comparada
a 646 kN do radier estaqueado CC4 NUM, ou seja, 1,8% maior. No caso do radier
estaqueado CC4 NUM, a menor capacidade pode ser atribuída ao efeito do contato radier
solo, que pode ter agido alterando o equilíbrio no estado de tensões (𝜎𝑣′ e 𝜎ℎ′ ), nos
primeiros metros do fuste da estaca, próximo à base do radier e ao topo da estaca,
conforme apresentado nos resultados das análises numéricas.
Figura 5.109. Recalque médio normalizado e carga normalizada dos radiers estaqueados
CC4 NUM x SC4 NUM.
258
6 SÍNTESE DAS ANÁLISES
Neste capítulo serão apresentados os resultados obtidos para os radiers
estaqueados, relacionando-os em termos de comportamento carga x recalque, fator de
segurança, contribuição radier solo, influência do contato no comportamento, fator de
interação entre as estacas, rigidez do radier estaqueado, dentre outros fatores.
Para melhor entender as peculiaridades do comportamento dos radiers
estaqueados analisados experimentalmente, apresentam-se na Figura 6.1, as curvas
carga x recalque destes radiers estaqueados. Conforme anteriormente informado, o
método da rididez embasou a determinação das cargas de ruptura, convencionadas para
um deslocamento correspondente a 10% do diâmetro nominal da estaca, ou seja, 25 mm
de recalque. Para evitar a influência do fator de escala nas curvas, estas foram plotadas
em mesma escala, e, portanto, para que se observe melhor o comportamento destas.
Figura 6.1. Curvas carga x recalque para os radiers experimentais (CC1 EXP, CC2 EXP,
CC3 EXP e CC4 EXP).
Nas Figuras 6.2 e 6.3, apresentam-se as curvas carga x recalque obtidas para os
radiers estaqueados numéricos (CC NUM) e grupo de estacas numéricos (SC NUM),
respectivamente. Essas curvas carga x recalque foram obtidas por meio de simulações
numéricas por elementos finitos 3D. As curvas carga x recalque, com os deslocamentos
259
e cargas máximas obtidos para os radiers experimentais, encontram-se apresentadas no
Apêndice C.
260
Na Tabela 6.1, apresentam-se os resultados comparativos entre as cargas de
ruptura em relação à carga máxima de ensaio para os radiers estaqueados experimentais
(CC EXP) e numéricos (CC NUM). Nessa tabela, verifica-se que as cargas de ruptura
determinadas para um deslocamento igual a 10% do diâmetro nominal da estaca (25 mm)
resultaram, para os radiers estaqueados experimentais e numéricos, em cargas de
ruptura subestimadas em relação à máxima de ensaio. Entretanto, as variações a menor
mantiveram-se abaixo dos 9%, exceto para os radiers estaqueados CC1 NUM e CC2
NUM, que apresentaram carga de ruptura 11,3% e 13,4% menores em relação à máxima
de ensaio, respectivamente.
262
subestimadas em relação à máxima de ensaio. Entretanto, as variações a menor
mantiveram-se abaixo dos 10% para todos os radiers, exceto para os radiers
estaqueados CC1 NUM e CC2 NUM, que apresentaram cargas de ruptura 11,3% e 13,4%
menores em relação à máxima de ensaio, respectivamente.
Tabela 6.3 Comparativo entre cargas dos radiers estaqueados e grupos de estacas.
264
Tabela 6.4 Relação das cargas de ruptura dos radiers estaqueados e grupos de estacas.
Figura 6.6. Carga média na ponta das estacas nos radiers estaqueados experimentais.
266
CC1 EXP apresenta crescimento gradativo ao longo dos estágios e o radier estaqueado
CC4 EXP, comportamento inverso.
Analisando-se os radiers experimentais (CC1 EXP, CC2 EXP, CC3 EXP e CC4
EXP), em termos de resistência por atrito lateral, verifica-se, por meio da Figura 6.8, que
há um crescimento expressivo nos diferentes radiers estaqueados. Em termos de valores
absolutos, os maiores valores da parcela de atrito lateral podem ser atribuídos aos radiers
estaqueados CC4 EXP, CC3 EXP, CC2 EXP e CC1 EXP. Tal fato está diretamente
relacionado às quantidades de estacas que cada radier estaqueados possui.
Figura 6.8. Resistência por atrito lateral por radier estaqueado CC EXP.
267
resistência por atrito lateral ao longo dos estágios de carregamento e,
consequentemente, desenvolve-se aumento na participação de ponta.
268
Figura 6.10 Carga devido ao contato por radiers estaqueados CC EXP.
O comportamento das resistências por atrito lateral, de ponta e contato radier solo,
são apresentados em função dos radier estaqueados, conforme apresentados na Figura
6.11. Nesta, verifica-se que a participação do atrito lateral das estacas apresenta-se
praticamente constante do radier estaqueado CC1 EXP para o CC4 EXP, exceto para o
radier estaqueado CC2 EXP (Figura 6.11), que apresenta pequena redução. A
participação da resistência de ponta apresenta redução em função dos radiers
estaqueados CC1 EXP para o CC4 EXP, conforme anteriormente observado na Figura
6.7.
Em termos de tensão aplicada ao solo por meio do contato dos radiers
estaqueados, foi observado que as tensões em função dos carregamentos dos radiers
estaqueados apresentaram comportamento diferentes, tanto pela característica da curva
tensão x deslocamento, quanto pela “tensão de ruptura” do solo abaixo do radier. Na
Figura 6.12, veririca-se certa semelhança de comportamento da curva para os radiers
estaqueados compostos de 2 e 4 estacas, ou seja, o trecho incial elástico linear, atingindo
a tensão máxima seguida de uma recuperação discreta da resistência do solo devido ao
contato radier-solo com o aumento dos deslocamentos. Nesta mesma figura, os radiers
estaqueados compostos de 1 e 3 estacas, apresentam comportamento típico de
fundação superficial, ou seja, os carregamentos aplicados aumentaram a tensão do
269
contato radier-solo concomitamente ao aumento dos deslocamentos, não sendo
verificado a ruptura nítida. A carga de “ruptura” ou máxima neste caso é determinada em
função de um deslocamento máxima admissível para o elemento de fundação superficial.
As participações por atrito lateral e contato radier solo variam em função dos tipos
de radiers estaqueados experimentais, verificando-se que a participação de atrito lateral
270
varia de 70% a 80% (Figura 6.13). A participação por contato radier solo, para os radiers
estaqueados compostos de 3 e 4 estacas correspondem, aproximadamente, a 20% e
para os radiers compostos de 1 e 2 estacas essa participação é de 15% e 27%,
respectivamente. Essas parcelas de participação são próximas àquelas encontradas na
literatura, entretanto, para o radier estaqueado composto de 2 estacas, nota-se uma
participação mais acentuada, que possivelmente está relacionada à geometria desse
radier.
Figura 6.13 Participação de carga entre atrito lateral, ponta e contato radier solo para os
radiers estaqueados experimentais.
272
radier estaqueado aumenta tanto pelo aumento da área líquida de contato, como pela
quantidade de estacas sob o radier.
Figura 6.14 Variação das relações de área dos radiers estaqueados CC EXP.
Figura 6.15 Variação da carga de ruptura pela relação de área dos radiers estaqueados
CC EXP.
273
O comportamento apresentado na Figura 6.16 pode ser mais bem analisado em
termos de participação percentual, por meio da Figura 6.17. Nesta, verifica-se que a
participação da ponta na capacidade de carga do radier estaqueado é menor que 10%,
e decrescente em função dos radiers estaqueados experimentais.
Figura 6.18 Variação da carga de ruptura em fundação da relação de áreas dos radiers
estaqueados experimentais
276
mecânica do solo, assim como o efeito de escorregamento no contato entre o fuste e o
solo.
278
A partir da Figura 6.23, verifica-se que a contribuição do contato radier solo é
menor para os radiers estaqueados experimentais em relação aos radiers estaqueados
numéricos.
Conforme mostram as Figuras 6.20, 6.21 e 6.22, nota-se que os resultados obtidos
numericamente subestimaram a resistência por atrito lateral das estacas e
superestimaram a resistência de ponta, devido ao contato radier solo, no que se refere
aos radiers estaqueados experimentais. Esse fato pode estar relacionado à diferença no
escorregamento de contato com o solo, entre os modelos experimental e numérico. Na
Figura 6.23, verifica-se que os radiers estaqueados experimentais (CC1 EXP, CC2 EXP,
CC3 EXP e CC4 EXP) apresentam participação em termos de contato radier solo de
14,8%, 27,3%, 22,5% e 21,2%, respectivamente. Em contrapartida, obteve-se,
numericamente, 40,4%, 36,1%, 31,7% e 36,8% para os radiers estaqueados numéricos
CC1 NUM, CC2 NUM, CC3 NUM e CC4 NUM, respectivamente.
Os resultados de participação do contato radier solo obtidos para os radiers
experimentais são mais elevados do que os resultados de Senna et al. (1993), que
observaram participação entre 9% e 16%. Entretanto, ensaios realizados em solo argiloso
por Brand et al. (1972) e Koizumi e Ito (1967), apresentaram participação de 20% no
contato radier solo, ou seja, valor muito próximo ao observado nesta tese.
279
Em termos de geometria dos radiers, verificou-se que existe uma relação entre as
dimensões em planta dos radiers estaqueados, maior dimensão (L) e largura (B), que
pode influenciar o comportamento dos radiers estudados nesta tese. Nesse sentido,
verifica-se que os radiers estaqueados CC1 EXP e CC4 EXP apresentam relação L/B
igual a 1. Ao mesmo tempo, observa-se que o radier estaqueado CC2 EXP apresenta
relação L/B igual a 3,08, e, para o caso do radier estaqueado CC3 EXP, observa-se uma
relação L/B igual a 1,15. Vale lembrar que no caso do radier estaqueado CC3 EXP a
relação L/B é apenas uma aproximação, pois seu formato é triangular. A partir dessas
observações e considerações, pode-se verificar que as maiores divergências entre o
modelo numérico e o experimental encontram-se nos radiers estaqueados CC2 EXP e
CC3 EXP, os quais possuem as relações L/B diferentes de 1,0.
Para radiers com formato quadrado e retangular, pode-se até efetuar alguma
correlação entre a relação L/B, comparando-se aos valores de capacidade de carga,
dentre outros resultados obtidos para estes. Porém, para radier de seção triangular ou
de formato não definido, sugere-se que sejam realizadas análises pela área de contato
líquida e pela área da seção das estacas sob o radier, em função da área total do radier.
As análises entre radiers estaqueados numéricos e grupo de estacas numéricos,
são apresentadas na Figura 6.24 em função das respectivas cargas máximas de ensaio.
Nesta, verifica-se que os grupo de estacas apresentam maior participação da resistência
de ponta para os radiers com 2, 3 e 4 estacas (SC2 NUM, SC3 NUM e SC4 NUM).
Entretanto, no caso do “grupo” de estacas (SC1 NUM), essa participação é menor em
relação ao radier estaqueado numérico (CC1 NUM), possivelmente devido ao efeito do
contato radier solo, que, nesse caso, atuou impedindo o deslocamento individual da
estaca, ou seja, observa-se mobilização da resistência da ponta para o topo da estaca.
A menor resistência de ponta nos grupos de estacas pode estar relacionada à
maior capacidade de mobilização do atrito lateral. Na Figura 6.25, verifica-se que o atrito
lateral dos grupos de estacas numericamente ensaiados é superior ao observado nos
radiers estaqueados numéricos. Nas análises numéricas entre radier estaqueado e grupo
de estacas, observa-se, na Figura 6.25, que a participação do atrito lateral apresenta
diminuição em função do aumento do número de estacas (SC1 NUM, SC2 NUM, SC3
NUM e SC4 NUM). Paralelamente, observa-se aumento da participação da resistência
280
de ponta para esses mesmos grupos de estacas (Figura 6.24). Para os radiers
estaqueados numéricos, observa-se que a resistência por atrito lateral apresenta ligeiro
crescimento em função dos radiers estaqueados compostos de 1, 2, 3 e 4 estacas.
Entretanto, a participação da parcela de ponta apresenta redução para os radiers com
maior número de estacas, conforme mostra a Figura 6.24.
281
No caso do grupo de estacas, não há efeito de contato e toda a resistência do
elemento de fundação profunda é oriunda das estacas (atrito lateral e ponta). No caso
dos radiers estaqueados numéricos, a participação do atrito lateral é reduzida, pois parte
da carga é absorvida pelo efeito de contato do radier no solo, modificando o estado de
tensões atuante nos primeiros metros do fuste da estaca abaixo do radier, ou seja,
diminuindo o atrito lateral e solicitando mais da ponta da estaca.
Analisando-se os radiers estaqueados experimental e numéricos, em termos de
fator de segurança em função do recalque normalizado, observa-se na Figura 6.26 que
a tendência de que até 5% do recalque normalizado esses radiers apresentem FS 1. A
degradação do fator de segurança ocorre de 2,0 para 1,0, ou seja, para FS≥ 2,0, a relação
de w/B apresenta valores menores que 1%.
Na Figura 6.27, avalia-se o comportamento entre radiers estaqueados numéricos
e grupo de estacas numéricos, verificando que para valores de w/B maiores que 5%, o
FS 1,0. Entretanto, para FS entre 1,0 e 2,0, os grupos de estacas apresentam maior
dispersão. A degradação do fator de segurança ocorre de 2,0 para 1,0, ou seja, para FS≥
2,0, a relação de w/B apresenta valores menores que 1%.
Figura 6.26 Recalque médio normalizado com fator de segurança global para os radiers
estaqueados experimental e numérico.
282
Diante das análises realizadas para os resultados apresentados nas Figuras 6.26
e 6.27, verifica-se que os radiers estaqueados e grupos de estacas são pouco
influenciando em termos de fator de segurança para valores de w/D (%) menores que
1%, possuem uma faixa de transição que degrada o fator de segurança de 2 para 1, em
que o recalque normalizado (w/D) se eleva de 1% para 5%. Essa magnitude de
deslocamento é entendida como razoável à mobilização quase que total da resistência
da(s) estaca(s) pelo atrito lateral. Durante essas fases de transição do recalque
normalizado (w/D) e degradação de FS, o radier estaqueado impõe, inevitavelmente,
comportamentos diferentes para a transferência de carga, ora mais efetiva, por meio das
estacas, ora pela resistência, devido ao contato radier solo.
Figura 6.27 Recalque médio normalizado com fator de segurança global para os radiers
estaqueados x grupo de estacas.
Dessa forma, o fator de interação (pr), que representa a participação das estacas
na capacidade de carga do radier estaqueado, conforme equação 4.3, tem influência no
modelo de transferência de carga e dependem da área líquida dos radiers estaqueados.
Na Figura 6.28, apresentam-se os resultados obtidos para o fator pr e a participação da
carga absorvida pelo radier comparada à carga total aplicada sobre o radier estaqueado.
O maior valor de pr foi observado no radier estaqueado composto de 1 estaca (85,6%),
283
e o menor, para o radier estaqueado composto de 2 estacas (72,5%), sendo a média de
79%. A participação da resistência por contato radier solo é menor para o radier
estaqueado de 1 estaca (14,4%), sendo a maior participação de 27,5% para o radier
estaqueado de 2 estacas. Em termos médios, a participação devido ao contato foi de
21%, valor este próximo aos observados na literatura.
Figura 6.28 Participação entre a carga das estacas () e do radier (Pr) em relação à carga
total do radier estaqueado experimental (Pt).
284
Diante das considerações realizadas anteriormente, verifica-se toda a
complexibilidade envolvida no comportamento das fundações em radier estaqueado.
Foram apresentadas e observadas tendências de comportamento de radier estaqueado,
experimental e numérico, que poderão ser utilizadas em projetos geotécnicos realizados
em locais onde o solo tenha as mesmas características geotécnicas e geológicas das
que foram aqui empregadas nas análises.
Figura 6.29 Variação de Kpr em função da carga de ruptura para os radiers estaqueados
experimentais.
285
286
7 CONCLUSÕES
Diante das análises e discussões do universo estudado, foi possível elencar as
seguintes conclusões:
a) O uso de radiers estaqueados assentes sobre a argila porosa de Campinas/SP, é
factível desde que sejam tomadas medidas que garantam o desempenho da camada
de solo superficial. Nesse sentido, os efetitos de colapsibilidade e tensão admissível
efetiva do solo superficial devem ser levados em consideração na elaboração do
projeto geotécnico.
b) O emprego de radiers estaqueados permite otimizar técnica e economicamente o
projeto geotécnico, independente da forma e magnitude dos carregamentos, pois a
técnica deste tipo de fundação admite como capacidade de carga, a combinação das
resistências provenientes das estacas e do radier (placa);
c) Os ensaios realizados no campo experimental da Unicamp, demonstraram que o
efeito de contato em radiers estaqueados, com espaçamento de estacas igual a 5 e
91% de área líquida média, responde por 21% da carga última aplicada sobre o radier
estaqueado, frente aos 79% devido à participação das estacas;
∑𝑛
𝑖=1 𝑄𝑒𝑠𝑡𝑎𝑐𝑎,𝑖
𝛼𝑝𝑟,𝑢𝑙𝑡 = = 0,79 ...........para solo da Unicamp (Campinas/SP)
𝑄𝑃𝑅
𝑄𝑟𝑎𝑑𝑖𝑒𝑟 (𝑝𝑙𝑎𝑐𝑎)
𝛼𝑟,𝑢𝑙𝑡 = = 0,21 ............para solo da Unicamp (Campinas/SP)
𝑄𝑃𝑅
Em que:
Q radier (placa): carga assumida pelo radier na carga última;
Q estaca: carga assumida pelas estacas na carga última;
pr: coeficiente de distribuição de carga entre estacas e o radier estaqueado;
r: coeficiente de distribuição de carga entre radier (placa) e o radier estaqueado;
Para estágios intermediários de carregamento, sugere-se a seguinte equação:
𝑄
𝛼𝑝𝑟 = 0,276 ∙ + 0,512 (*)
𝑄𝑢𝑙𝑡
287
d) Para radiers estaqueados executados em solo da região de Campinas ou similar,
compostos de estacas escavadas devem ter desprezada a contribuição da parcela de
resistência de ponta das estacas na capacidade total do elemento de fundação;
e) A capacidade de carga dos radiers estaqueados analisados, aumentou de acordo com
a elevação da razão entre a área líquida de contato radier-solo e a área total do radier
estaqueado (Aliq/Atotal). Entretanto não se pode estabelecer como regra geral, pois
depende também do número de estacas que compõem o radier estaqueado;
f) A participação da resistência de ponta na capacidade de carga total do radier
estaqueado com pouca área líquida é influenciada pelo número de estacas que o
compõem e pelo tipo de estaca empregada. Nesse aspecto, radiers estaqueados
compostos por uma quantidade maior de estacas, tendem a obter menor participação
da resistência de ponta por estaca;
g) A análise numérica por elementos finitos (3D) possibilitou análises complementares
em termos de tensão-deformação ao redor do radier, assim como o modelo de Mohr-
Coulomb apresentou-se satisfatório na representação das características mecânicas
do solo, resultando em razoável concordância em relação ao comportamento
experimental;
h) A determinação da carga de ruptura para os radiers ensaiados, fixando o
deslocamento em 10% do diâmetro nominal da estaca, mostrou-se adequada para a
determinação de Qrup, baseado no estudo comparativo com o método da rigidez
apresentado nesta tese;
i) A instrumentação por extensômetros elétricos de resistência mostrou-se adequada
em determinar as cargas no topo e ponta das estacas, permitindo conhecer
informações sobre a transferência de carga com qualidade;
288
8 RECOMENDAÇÕES PARA PESQUISAS FUTURAS
A partir desta tese, enumeram-se, a seguir, algumas recomendações para
pesquisas futuras no campo experimental da Unicamp:
Trabalhar com radiers estaqueados de mesma dimensão em planta,
variando quantidade e posicionamento das estacas sob estes;
Realizar ensaios em radier sem estacas, determinando-se kr e, a partir de
ensaios em estaca isolada; determinar kp e, consequentemente, tentar
obter kpr do radier estaqueado;
Realizar ensaios em radiers estaqueados, mantendo-se o número de
estacas e variando as dimensões em planta do radier, verificando a
influência no comportamento do radier estaqueado, devido ao aumento da
área líquida de contato.
289
290
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301
302
APÊNDICE A
Apresentam-se, neste capítulo, os projetos resultantes dos dimensionamentos das
estruturas em concreto armado, tais como: radier/blocos e estacas de cada um dos
radiers estaqueados ensaiados.
RADIER ESTAQUEADO CC1
Detalhamento da armadura e respectiva lista de quantidades de aço por bitola.
303
RADIER ESTAQUEADO CC2
Detalhamento da armadura e respectiva lista de quantidades de aço por bitola.
304
RADIER ESTAQUEADO CC3
Detalhamento da armadura e respectiva lista de quantidades de aço por bitola.
305
RADIER ESTAQUEADO CC4
Detalhamento da armadura e respectiva lista de quantidades de aço por bitola.
306
APÊNDICE B
ARMADURA DAS ESTACAS-TESTE
Detalhamento da armadura das estacas dos radiers ensaiados.
307
308
APÊNDICE C
Apresentam-se neste Apêndice, as curvas carga x recalque dos radiers
estaqueados CC EXP, CC NUM, SC NUM, conforme Figuras C.01, C.02, C.03 e na
Tabela C.01 os respectivos valores das curvas.
Figura C.0.1. Curvas carga x recalque para os radiers estaqueados experimentais (CC1
EXP, CC2 EXP, CC3 EXP e CC4 EXP).
Figura C.0.2. Curvas carga x recalque para os radiers estaqueados numéricos (CC1 NUM,
CC2 NUM, CC3 NUM e CC4 NUM).
309
Figura C.0.3. Curvas carga x recalque para os grupos de estacas (SC1 NUM, SC2 NUM,
SC3 NUM e SC4 NUM).
310
Tabela C0.1 Valores de carga e deslocamento obtidos para os radiers estaqueados
(experimental e numérico) e grupo de estacas (numérico)
311
312
APÊNDICE D
Apresentam-se neste apêncide, os resultados da aplicação do método da rigidez
aos radiers estaqueados experimentais com 1, 2, 3 e 4 estacas, conforme Figuras D.01,
D.02, D.03 e D.04.
Figura D 0.1. Resultado do método da rigidez para o radier estaqueado CC1 EXP
Figura D 0.2. Resultado do método da rigidez para o radier estaqueado CC2 EXP
313
Figura D 0.3. Resultado do método da rigidez para o radier estaqueado CC3 EXP
Figura D 0.4. Resultado do método da rigidez para o radier estaqueado CC4 EXP
314
APÊNDICE E
Apresentam-se neste apêncide, os resultados das parcelas de participação entre
estacas, radier e radier estaqueado.
315
Figure E 0.3. Comportamento do radier estaqueado CC3 EXP.
316
APÊNDICE F
Apresentam-se neste apêncide, os resultados das parcelas de participação entre
estacas, radier e radier estaqueado.
Figure F 0.1. Influência radial do recalque entre grupo de estacas (SC1 NUM) e radier
estaqueado (CC1 NUM).
Figure F 0.2. Influência radial do recalque entre grupo de estacas (SC2 NUM) e radier
estaqueado (CC2 NUM).
317
318
ANEXO A
319
6,58 3,10 279,0% 0,007 408,2% 0,22% 20,9%
6,78 2,66 199,5% 0,008 355,4% 0,28% 17,7%
6,98 2,83 44,1% 0,006 494,9% 0,23% 52,7%
7,18 2,70 104,9% 0,011 56,6% 0,41% 13,6%
7,38 3,34 315,1% 0,013 212,1% 0,40% 11,3%
7,58 2,28 219,1% 0,011 292,2% 0,50% 48,7%
7,78 2,54 527,8% 0,008 330,8% 0,33% 28,6%
7,98 4,04 746,1% 0,008 466,0% 0,19% 42,9%
8,18 2,18 336,1% 0,015 284,0% 0,68% 13,4%
8,38 2,22 225,0% 0,014 712,3% 0,64% 51,0%
8,58 1,77 84,5% 0,010 517,2% 0,54% 43,6%
8,78 1,82 109,6% 0,012 257,1% 0,64% 37,1%
8,98 2,57 252,5% 0,013 157,9% 0,49% 43,8%
9,18 2,32 0,0% 0,016 0,0% 0,69% 0,0%
9,38 2,32 0,0% 0,023 0,0% 0,98% 0,0%
9,58 3,34 0,0% 0,015 0,0% 0,46% 0,0%
9,78 4,04 0,0% 0,015 0,0% 0,38% 0,0%
0,38 2,11 0,0% 0,018 0,0% 0,85% 0,0%
0,58 3,18 509,8% 0,017 130,3% 0,53% 112,8%
0,78 2,48 527,0% 0,007 432,0% 0,27% 178,9%
0,98 2,01 140,5% 0,006 594,9% 0,30% 50,9%
1,18 1,51 194,5% 0,005 466,6% 0,31% 44,0%
1,38 1,56 164,5% 0,004 318,7% 0,23% 23,9%
1,58 1,43 206,2% 0,004 299,9% 0,26% 16,6%
1,78 1,39 178,9% 0,003 540,1% 0,19% 68,8%
1,98 1,26 37,4% 0,003 287,8% 0,23% 31,5%
2,18 1,16 203,0% 0,003 163,3% 0,29% 10,4%
2,38 1,34 118,0% 0,003 267,3% 0,23% 33,3%
2,58 1,41 33,5% 0,003 101,0% 0,22% 12,1%
2,78 1,37 34,3% 0,004 196,9% 0,31% 22,3%
2,98 1,57 79,2% 0,005 123,0% 0,32% 15,3%
3,18 1,61 105,7% 0,004 70,7% 0,28% 16,7%
3,38 1,65 81,7% 0,004 235,7% 0,24% 14,6%
3,58 1,79 139,5% 0,005 64,3% 0,27% 14,2%
320
3,78 1,69 243,4% 0,006 181,4% 0,36% 17,6%
3,98 2,02 23,3% 0,006 149,7% 0,27% 13,3%
4,18 1,96 144,7% 0,006 551,8% 0,31% 62,7%
4,38 2,26 254,2% 0,006 416,7% 0,28% 61,4%
4,58 2,50 82,1% 0,008 385,4% 0,31% 39,5%
4,78 2,47 201,2% 0,006 196,1% 0,23% 13,6%
4,98 2,24 55,8% 0,006 448,9% 0,28% 43,0%
5,18 2,47 87,5% 0,005 342,3% 0,21% 32,2%
5,38 2,41 68,6% 0,007 329,0% 0,29% 31,7%
5,58 2,38 90,7% 0,007 385,3% 0,30% 33,5%
5,78 2,38 102,8% 0,008 98,5% 0,35% 1,9%
5,98 2,92 210,2% 0,011 439,1% 0,38% 20,9%
6,18 3,82 222,7% 0,013 258,0% 0,34% 32,0%
6,38 3,36 55,2% 0,012 267,9% 0,34% 22,3%
6,58 3,10 279,0% 0,007 408,2% 0,22% 20,9%
6,78 2,66 199,5% 0,008 355,4% 0,28% 17,7%
6,98 2,83 44,1% 0,006 494,9% 0,23% 52,7%
7,18 2,70 104,9% 0,011 56,6% 0,41% 13,6%
7,38 3,34 315,1% 0,013 212,1% 0,40% 11,3%
7,58 2,28 219,1% 0,011 292,2% 0,50% 48,7%
7,78 2,54 527,8% 0,008 330,8% 0,33% 28,6%
7,98 4,04 746,1% 0,008 466,0% 0,19% 42,9%
8,18 2,18 336,1% 0,015 284,0% 0,68% 13,4%
8,38 2,22 225,0% 0,014 712,3% 0,64% 51,0%
8,58 1,77 84,5% 0,010 517,2% 0,54% 43,6%
8,78 1,82 109,6% 0,012 257,1% 0,64% 37,1%
8,98 2,57 252,5% 0,013 157,9% 0,49% 43,8%
9,18 2,32 0,0% 0,016 0,0% 0,69% 0,0%
9,38 2,32 0,0% 0,023 0,0% 0,98% 0,0%
9,58 3,34 0,0% 0,015 0,0% 0,46% 0,0%
9,78 4,04 0,0% 0,015 0,0% 0,38% 0,0%
321