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CURITIBA
2019
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ALANIS NASCIMENTO
ANNA KATHARINA EWALD
ANA GIULIA MUNIZ
ANIELLY KRISTINE DISSENHA
ARTHUR D'AVILA SIMONELLI
BRUNO COCHIMANSKI
FERNANDO AUGUSTO RODRIGUES FILHO
GABRIEL CAVALCANTI MELO
VICTOR VIEIRA
CURITIBA
2019
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 04
2 DESCRIÇÃO DO CASO CLÍNICO .............................................................. 05
2.1 CRONOLOGIA DO CASO CLÍNICO ......................................................... 06
2.2 DISCUSSÃO FINAL .................................................................................. 08
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 11
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1 INTRODUÇÃO
No dia 2 de abril foi possível notar pela primeira vez uma mudança
significativa, agora Hans conseguia sair à rua por períodos mais longos, o que
antes era impossível. Na manhã do dia 3 ele foi até a cama de seu pai, pois
ficava assustado sem sua presença. Por Hans gostar de sua mãe, ele desejava
afastar seu pai dela, para assim ficar no lugar dele. Esse seu desejo suprimido
virou uma ansiedade por seu pai, por isso ele vai para a cama de seu pai toda
manhã para ver se ele foi embora.
Ao longo da análise, pode se perceber que a causa imediata que
precipitou a irrupção da fobia foi quando Hans viu um cavalo do ônibus cair e
se assustou com o barulho que ele fez com suas patas. Uma das
interpretações era que naquele momento o menino percebeu um desejo de que
seu pai caísse daquele mesmo modo. Após este acontecimento Hans brincava
de cavalo no seu quarto, ele trotava, deixava-se cair e esperneava com os pés.
Ocorre uma troca de papéis, devido a uma fantasia plena de desejo. Hans era
o cavalo e ele mordia seu pai, desse modo ele se identificava com ele.
No dia 10 de abril, o pai retoma a conversa do "por causa do cavalo",
que Hans repetia tantas vezes, e após pressioná-lo ele desmente falando de
que tinha se lembrado errado. Logo, em seguida o pai deixa para lá, faz
perguntas sobre Berta (amiga de uma casa no campo), e o menino relata que
gostava muito de brincar com ela e que tinha o desejo de ver seu pipi, porém,
não tinha visto apesar de entrar com ela no banheiro. Relata também o desejo
de ver o pipi de sua mãe, e que sempre que ele fazia pipi suas amigas (Berta e
Olga) ficavam querendo ver.
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Em 11 de abril, Hans veio até o quarto dos pais e foi mandado embora,
mais tarde relata que havia pensado: “eu estava no banho, e então veio o
bombeiro e desaparafusou a banheira. Depois ele pegou uma grande broca e
bateu no meu estômago", seu pai traduz essa fantasia como: "eu estava na
cama com mamãe. Depois papai veio e me tirou de lá. Com o seu grande pênis
ele me empurrou do meu lugar, ao lado de mamãe." Nesse momento Freud
não faz julgamentos e deixa com que desenrole, vendo que ali sim Hans estava
trazendo conteúdo para a análise– porém, essa imagem será retornada para a
cura da fobia.
Dia 12 de abril, Hans fala que sente vontade de cuspir quando vê
coisas pretas, porque teria que fazer “lumf” (palavra que se refere ao ato de
defecar). No dia 14 de abril, o pai trás o tema de Hanna, que Hans havia
sentido grande aversão pelo bebê recém-nascido, como se a irmã tivesse
tirado o amor que era dele. Havia dito que não queria mais que a cegonha
trouxesse mais bebê, ligando esse medo com seu medo por carroças,
mudanças, e o ônibus comparando com uma caixa, igual a que a cegonha
trazia os bebês. Apesar de Hans falar que gostava de sua irmã, o pai
analisando ele instiga para falar que ele gostaria mais se ela não estivesse
viva, justifica que é pelo fato dela gritar muito alto. Mais tarde revela que é
porque teria o amor da sua mãe só pra ele, e o analista o confronta falando que
meninos bons não desejam isso, e ele repreende o analista falando que estava
apenas pensando.
No dia 17 de abril, Hans relata seu desejo de gritar e chicotear um
cavalo, no prosseguir desta conversa, Hans, revela ao analista, que realmente
tinha vontade de bater e gritar era com sua mãe, com um batedor de tapete
(objeto que simbolizava a repreensão da mãe com ele).
Em 21 de abril ao avistar uma carruagem passando frente a sua casa,
Hans se esconde e explica que “os cavalos orgulhosos com suas cabeças
erguidas” o assustava, pois poderia cair. Ao ser questionado sobre esse
assunto, Hans, conta que o pai é o cavalo orgulhoso, o qual deseja que caísse
nas pedras, para assim poder ficar com sua mãe. Do ponto de vista do seu pai,
não era na sua mãe que Hans queria bater e gritar com um batedor de tapete,
mas nele, a imagem paterna.
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que seu “pipi” cresceria com ele. O pequeno Hans continuava com inúmeras
outras fantasias.
O nascimento de sua irmã teve grande influência na vida de Hans, teve
traços de memória que relembraram experiências de prazer que ele teve, o
menino tratava sua irmã e seu pai neste momento de forma hostil, e suas
memórias fizeram com que Hans tivesse outras fantasias. Freud relata sobre
as histerias de angustia, que tende a desenvolver-se mais e mais para uma
fobia. O fato é que a excitação sexual de Hans, subitamente mudou para
ansiedade
O momento em que ambos (médico e paciente) se encontram na meta
marcada, é o momento em que o paciente reconhece os seus complexos
inconscientes. Um primeiro sucesso desse tipo é alcançado por Hans, tendo
parcialmente dominado seu complexo de castração, e era então capaz de
comunicar seus desejos em relação a sua mãe. Freud revela a Hans que ele
tinha medo do seu pai, e nutria desejos ciumentos e hostis contra ele. Ao dizer
isso Freud interpreta o medo de Hans por cavalos: “O cavalo tem que ser seu
pai”. Certos detalhes dos cavalos remetiam as características de seu pai. Ao
esclarecer esses assuntos, permitiu que seus pensamentos inconscientes se
tornassem conscientes e logo o menino começou a tomar parte ativa na
condução da análise. Hans, explica então que ele tinha medo de cavalos
caindo, e consequentemente incorp0orou sua fobia para que tudo facilitasse a
queda destes. Contudo, o medo de cavalos persistia, e não estava claro ainda,
como os cavalos interferiam e agitavam seus desejos inconscientes.
Após esse período Hans se ocupou pelo complexo do "lumf', em que
mostrava relutância por tudo que o lembrasse de evacuar. Quando a repressão
se instaurou trouxe junto uma repulsão por cavalos a associação foi do prazer
ao medo. A conexão é estabelecida pelo pai de Hans é feita entre a
possibilidade do simbolismo do lumf ser fruto de uma analogia entre uma
carroça pesadamente carregada a alguém que precisa evacuar, a carroça
saindo pelo portão.
Hans continuava criando metáforas imersas na fantasia como um
bombeiro que desaparafusou a banheira na qual Hans estava e depois bateu
em seu estômago com sua grande broca, mas que carregavam um conteúdo
que seria descrito como fantasia de procriação, distorcida pela ansiedade. A
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS