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Apostila de Topografia – Curso > EDIFICAÇÕES

Título: INTRODUÇÃO
Objetivo: Definir a área de conhecimento da topografia, suas divisões e atuações,
bem como os seus conceitos básicos.
Conteúdo: Disciplina - Topografia
 Generalidades: Planimetria, Altimetria, Planialtimetria, Topologia,
Topometria; Fotogrametria; Medida dos Ângulos; Bússola; Escalas; Medidas
Diretas e Indiretas; Métodos de Levantamentos; Coordenadas Geográficas e
Planimétricas; Desenho Topográfico – elaboração de curva de nível e perfil
topográfico.
Etimologicamente a palavra topografia deriva do grego topos (lugar); graphen
(descrever), portanto descrição minuciosa do lugar.
Definição: topografia é um conjunto de princípios, métodos, aparelhos e convenções
utilizadas para a determinação do contorno, da superfície da terra, do fundo dos mares
ou do interior de minas.

A topografia faz parte de uma área de conhecimento mais geral, a Geodésia, que tem
por objetivo o estudo da forma e das dimensões da terra. A representação do terreno
com a utilização dos princípios geométricos e trigonométricos é a essência da
topografia. As operações realizadas no terreno, com o objetivo de colher dados para a
representação de sua superfície, são denominadas “levantamentos topográficos”.

A superfície topográfica se refere à superfície de um terreno limitado a uma região


suficientemente pequena onde, sendo possível desprezar-se a curvatura da terra, as
verticais desse lugar formam um feixe de retas paralelas. A topografia assim estuda a
representação de uma área no geoide em um plano topográfico.
Os levantamentos geodésicos referem-se a áreas muito extensas, sendo necessário levar
em conta a curvatura da terra, enquanto que a Topografia atua dentro de certos limites
(25 a 30 km), dentro dos quais pode-se considerar, sem grande erro, a Terra como
supostamente plana.

1.0 TOPOGRAFIA: HISTÓRICO/GENERALIDADES

1.1 RESUMO HISTÓRICO

Há registros de que se praticava topografia, no antigo Egito, nos anos de 1.400 aC,
quando se procurava delimitar as áreas produtivas que ficavam às margens do Rio Nilo.

1.2 DEFINIÇÃO

Etimologicamente, significa “Descrição do lugar”. Do grego Topos, lugar e


graphen, descrever. Por definição clássica, Topografia é uma ciência baseada na
Geometria e Trigonometria, de forma a descrever (medidas, relevo) e representar
graficamente (desenho) parte da superfície terrestre, restritamente, pois não leva em
consideração a curvatura da Terra.
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1.3. OBJETIVO
É a obtenção das dimensões (lineares, angulares, superfície), contornos (perímetro)
e posição relativa (localização em relação a uma direção de referência) de uma parte da
superfície terrestre.

1.4. FINALIDADE
É a representação gráfica (gerar um desenho) dos dados obtidos no terreno sobre
uma superfície plana. A esta se dá o nome de Planta ou Desenho Topográfico.

1.5. IMPORTÂNCIA E APLICAÇÃO


A topografia é uma atividade básica para qualquer serviço de engenharia. Não é
uma atividade “fim” e sim uma atividade “meio”, isto é, não se faz um levantamento
topográfico e para por aí. Este levantamento terá uma finalidade pré-estabelecida para
cada tipo de trabalho executado num plano topográfico.
Quanto aos campos de aplicação tem-se: as Engenharias: Civil, Mecânica,
Ambiental, Florestal; Agronomia; Arquitetura e paisagismo; Controle geométrico e
execução de obras.

1.6. LIMITE DE ATUAÇÃO


De uma maneira geral (varia de acordo com diversos autores), considera-se o limite
de 25 a 30 km, a partir da origem do levantamento. A Norma NBR 13.133/94 –
Execução de Levantamento Topográfico, da ABNT, considera um plano de projeção
limitado a 80 km (item 3.40-d, da Norma).
Consideremos a superfície terrestre de forma circular e observemos o plano
topográfico que é suposto plano, até os limites adotados, conforme figura a seguir,
adotando o Raio Terrestre de 6.370 km.

1.7. DIVISÕES DA TOPOGRAFIA


A topografia tem três divisões básicas: Topometria, Taqueometria e Topologia,
além da Fotogrametria e Agrimensura. Há uma corrente de autores que defendem que
estas duas últimas, pela sua abrangência, terem certa independência, isto é, serem
ciências à parte.

1.7.1. TOPOMETRIA: é o conjunto de métodos e procedimentos utilizados


para a obtenção das medidas (distâncias e ângulos) de uma parte da
superfície terrestre. Pode ser divida em:
 Planimetria: procedimentos para obtenção de medidas num plano
horizontal;
 Altimetria (Hipsometria): procedimentos para obtenção de medidas plano
vertical;
 Planialtimetria: procedimento para obtenção das medidas num plano
horizontal e vertical.

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1.7.2. TAQUEOMETRIA (medida rápida); é parte da topografia que se ocupa


dos processos de obtenção das medidas horizontais e verticais,
simultaneamente, baseado no princípio da Estadimetria e trigonometria de
triângulo retângulo. Esse processo é mais utilizado em terrenos de relevo
ondulado, acidentado.

1.7.3. TOPOLOGIA: É a parte da topografia que se ocupa do estudo e


interpretação da superfície externa da terra (relevo), segundo leis que
regem a sua modelação. É a parte interpretativa da topografia.

1.7.4. FOTOGRAMETRIA: é uma ciência baseada da arte da obtenção


fidedigna das medidas através de fotografias. Pode ser:
 Terrestre: Complementam a topografia convencional; Restauração de
fachadas de prédios antigos (arquitetura);
 Aérea (Aerofotogrametria): bastante utilizada para grandes extensões da
superfície terrestre (trabalhos de reconhecimento, estudos de viabilidade,
anteprojeto); restituição aerofotogramétrica.

1.7.5. AGRIMENSURA: (medida agrária); trata dos processos de medição de


superfícies do terreno, divisões de terra segundo condições pré-
estabelecidas. Há uma corrente de autores que a coloca independente da
topografia, pela sua abrangência.

1.7.6. MODELADO TERRESTRE


Para entendermos a forma da terra é importante verificar a ciência que abrange
a superfície da terra como um todo, e esta se chama Geodésia, que atua além
dos limites da Topografia.

2. GEODÉSIA
É uma ciência que se ocupa dos processos de medição e especificações para o
levantamento e representação cartográfica de uma grande extensão da superfície
terrestre, projetada numa superfície geométrica e analiticamente definida por parâmetros
que variam em número, levando-se em consideração a curvatura terrestre.

2.1 DIFERENÇAS ENTRE TOPOGRAFIA E GEODÉSIA


Então, conhecendo-se as definições das duas ciências, pode-se elaborar as
seguintes diferenças entre elas:

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TOPOGRAFIA GEODÉSIA
Extensões limitadas Grandes extensões
Não leva em consideração a curvatura da
Leva em consideração a curvatura da terra
terra
Planta ou desenho topográfico Carta ou mapa

2.2 FORMA DA TERRA


Várias são as formas técnicas de identificação da Terra, porém todas são muito
aproximadas: natural, esfera, elipse e a convencionada internacionalmente, que é o
Geoide.

 FORMA NATURAL (Superfície topográfica): É a forma real da terra


que vem sendo estudada através de observações por satélite (imagens
espaciais) e gravimetria (medidas do campo gravitacional). E ainda não
se tem um modelo com parâmetros que a identifiquem.

 FORMA ESFÉRICA: Forma mais simples da terra, sendo utilizada para


efeito de determinados cálculos na Topografia e Geodésia.

 FORMA DE UMA ELIPSE DE REVOLUÇÃO (Superfície elipsoidal)


Como a terra tem a forma arredondada e achatada nos polos, há uma
indicação, confirmada por observações espaciais, que ela se aproxima de
uma Elipse. Esta é a superfície de Referência usada para cálculos
geodésicos, pois há parâmetros matemáticos de sua geometria, como
Equação da Elipse, achatamento, excentricidade.
Este elipsoide é gerado a partir da rotação em torno do eixo menor.

ELIPSE

a = semieixo maior; Achatamento


b = semieixo menor b
f=a-b
a

Parâmetros do SAD-69 a
South American Datum 69
a = 6.378.160,000 m;
b = 6.356.774,719 m.

Estes parâmetros são adotados no Brasil, na atualidade, porém já se introduziu um novo


sistema denominado SIRGAS – Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas
(SIRGAS-2000), instituído pelo Decreto 5.334, de 06.01.2005, cujos parâmetros são:
1
A = 6.378.137,000 m e f
298,257222101

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 GEÓIDE (Superfície geoidal): Originada do elipsoide, convencionou-se


dar um nome efetivamente relacionado com a Terra, e este nome é o
Geoide, sendo definido como a superfície equipotencial (sobre mesma
ação gravitacional) do Nível Médio dos Mares (NMM) em equilíbrio,
prolongada através dos continentes.

3.0 DIREÇÃO E ORIENTAÇÃO DE MAPAS

Algumas pessoas pensam que os animais e os povos primitivos tem um senso de direção
inato. Isso é falso, pois tanto os animais quanto índios ou pessoas que vivem no campo
podem muito bem um dia, por uma razão qualquer, se perderem. Porém, em geral eles
aprenderam a ser mais observadores do que os povos modernos. Qualquer pessoa pode
muito bem ter senso de direção, para isso basta apenas um pouco mais de atenção e ser
mais perspectiva.
A direção por definição, só pode ser determinada com referência (relação) a
alguma coisa. O ponto de referência pode estar perto ou longe, pode ser concreto ou
abstrato. Esse ponto de referência estabelece uma linha de referência baseada entre o
observador e ele. Esse capítulo apresenta alguns pontos e linhas de referência úteis e os
sistemas de referência baseados nelas. Depois, são relacionados ao mapa e seu uso no
campo e gabinete.

3.1 OS TRÊS NORTES


No início é essencial estar ciente de um fator importante: não existe uma linha de
referência pela razão de não existir um único ponto de referência normalmente são
utilizados os três Nortes (também existe os três Sul, mas não há necessidade de explicá-
los porque é exatamente o oposto do Norte).
Com suas respectivas vantagens e desvantagens, cada Norte apresenta certas
conveniências para determinados propósitos em circunstância diferentes. Porém todos
são importantes para os cartógrafos e leitores de mapas.

3.2 O Norte Geográfico (NG) (Também Chamado Norte Verdadeiro (NV) ou Norte
Astronômico)
O Norte Verdadeiro Norte geográfico está localizado no polo norte (no eixo de rotação
da Terra) onde os meridianos se encontram, portanto, se vê que cada meridiano segue a
direção exata do norte verdadeiro. Uma linha de qualquer lugar da terra para o polo
norte, sendo uma linha de longitude (meridiano), serve como linha de referência do

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norte verdadeiro, uma vantagem do norte verdadeiro é que pode geralmente ser
localizado aproximadamente no campo sem a utilização de nenhum instrumento
especial. Pode-se determinar sua direção com a utilização de objetos simples
encontrados naturalmente no campo, exatamente como faziam alguns povos primitivos.
Um bom exemplo disso é a utilização das estrelas e do sol para determinar o norte
verdadeiro.
Provavelmente o norte foi escolhido como o ponto zero nos mapas porque existem
muitos sinais celestes que ajudam a encontrá-lo. Um dos mais velhos e mais práticos
indicadores é a estrela do Norte ou Polares. Ela está situada no universo diretamente
acima do polo norte. A diferença entre as linhas Polares e o eixo da rotação da terra é de
apenas 11/2°, um desvio desprezível menos nos estudos de geodesia. Portanto, para
encontrar o norte verdadeiro somente é necessário localizar Polares, o que é muito fácil.
Ela é uma das maiores estrelas visíveis do hemisfério norte e por causa da rotação da
terra em redor de seu eixo, todas as outras estrelas dão a impressão de estarem se
movimentando em rotas concêntricas em volta de Polares.
No hemisfério sul, o lugar no céu diretamente acima do polo sul é o cruzamento dos
eixos da constelação Cruzeiro do Sul, isso é tão importante que está representado nas
bandeiras de cinco países, Samoa ocidental, Brasil, Austrália, Nova Zelândia, e Papua
Nova Guiné.
O sol também indica a direção do norte verdadeiro.

3.3 O NORTE DA QUADRÍCULA (NQ)


As cartas topográficas têm uma rede de quadrículas do sistema UTM. As linhas
verticais dessas grades apontam para o norte e o sul da quadrícula. Diferente do norte
verdadeiro, ele não se refere a nenhum lugar geográfico. É um sistema de direção
artificial, estabelecido cientificamente em cada um dos 60 fusos de UTM. A rede de
quadrículas é sobreposta no mapa para dar coordenadas e também facilitar o uso do
compasso com a finalidade de medir a distância e direção. Porém, o norte de quadrícula
não é necessariamente o mesmo que o norte verdadeiro. As linhas do norte da
quadrícula correm paralelas de cima abaixo do mapa, enquanto as linhas do norte
verdadeiro (só meridianos) convergem em direção aos polos norte e sul. Em cada fuso
da UTM, o meridiano central coincide exatamente com da linha da quadrícula de valor
500.000 metros ao leste da linha zero. Para qualquer lugar ao longo dessa linha, o norte
verdadeiro e norte da quadrícula estão exatamente na mesma direção.
Quanto mais linhas da quadrícula se afastam do meridiano no centro do fuso (como
pontos, F, G e H em relação ao ponto E) mais será o desvio entre estes dois. O desvio
também aumenta quanto se aproxima do polo (compare pontos A, B, C).
Se somente uma área pequena for mapeada o desvio será quase o mesmo em todo o
mapa. Porém se a região mapeada for extensa, as linhas da quadrícula das duas margens
laterais do mapa terão desvios bem diferentes em relação aos respectivos meridianos.
O norte da quadrícula é uma excelente ajuda para o estudo de cartas topográficas no
laboratório e no campo porque as linhas são impressas sobre toda a carta enquanto os
meridianos são somente nas margens da área mapeada. É justamente onde uma linha de
quadrícula cruza um meridiano (margem lateral) ou um paralelo (margem superior ou

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inferior) que é possível medir com um transferidor a declinação entre o norte geográfico
e o norte da quadrícula.

3.4 O NORTE MAGNÉTICO (NM)


Esse terceiro norte é muito conveniente ao usuário de um mapa quando se encontre no
campo com uma bússola. A direção do norte magnético (em teoria) é apontada pela
agulha da bússola. Foi visto no anterior que o norte da quadrícula pode diferencia
significativamente do norte verdadeiro. O mesmo problema ocorre com o norte
magnético, mas por outras razões. O polo norte magnético está localizado ao norte do
Canadá, aproximadamente 1500 km ao sul do polo norte. A diferença em ângulos entre
o norte verdadeiro e o norte magnético é conhecida como declinação magnética. Em
outras palavras, a declinação magnética nada mais é do que o ângulo formado entre uma
linha que sai de um ponto qualquer e segue na direção do norte verdadeiro e outra que
sai também do mesmo ponto e vai em direção do norte magnético (polo magnético).
Este ângulo pode ser de 0° até 180° leste e de 0° oeste.

4.0 DECLINAÇÃO MAGNÉTICA


Declinação magnética é o ângulo formado entre o meridiano verdadeiro e o meridiano
magnético; ou também pode ser identificado como desvio entre o azimute ou rumo
verdadeiro e os correspondentes magnéticos (figura abaixo). Atualmente, a declinação
magnética diária de cada localidade do Brasil pode ser obtida na internet, na página do
Observatório Nacional www.on.br, acessando o item “serviços”. Varia com o tempo e
com a posição geográfica, podendo ser ocidental (δW), negativa quando o Polo
magnético estiver a Oeste (W) do geográfico e oriental (δE) em caso contrário.
Atualmente, em nosso país a declinação é negativa, logo ocidental.

Representação da Declinação Magnética

A variação anual em graus (curvas isogônicas) e curvas de igual variação anual em


minutos (curvas isopóricas). A interpolação das curvas do grau e posteriormente no
minuto, para uma dada posição na superfície física da Terra, nos permite a determinação
da declinação magnética com precisão na ordem do minuto.

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No Brasil o órgão responsável pela elaboração das cartas de declinação é o Observatório


Nacional e a periodicidade de publicações da mesma é de 10 anos.

4.1 CONVERGÊNCIA MERIDIANA

A convergência meridiana é o ângulo C, que num determinado ponto P, é formado pela tangente
ao meridiano deste, e a paralela ao meridiano central.

Desta forma a convergência meridiana é o ângulo formado entre o norte verdadeiro e o norte de
quadricula.

NV = norte verdadeiro;

NQ = norte da quadrícula;

C = convergência meridiana;

MC = Meridiano central.

C positivo

- no hemisfério sul - lado oeste do MC;

- no hemisfério norte - lado leste do MC.

C negativo

- no hemisfério sul - lado leste do MC;

- no hemisfério norte - lado oeste do MC.

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Utilização da convergência meridiana

A convergência meridiana é utilizada para transformar o azimute verdadeiro, determinando por


via astronômica, em azimute plano (norte de quadrícula) e vice-versa.

O azimute plano é utilizado, em geodesia, no cálculo do transporte de coordenadas planas


sistema UTM (E, N).

Az VAB = azimute verdadeiro da linha AB;

Az PAB = azimute plano da linha AB;

C = convergência meridiana;

NV = norte verdadeiro.

NQ = norte de quadrícula.

O azimute verdadeiro é utilizado em topografia para cálculos das coordenadas locais (x, y).

O azimute geodésico é referenciado a superfície elipsoidal, enquanto o azimute verdadeiro é


referenciado a superfície geoidal (superfície real da Terra).

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5.0 GONIOLOGIA

É a parte da Topografia que se encarrega do estudo dos ângulos utilizados na execução


de seus trabalhos.

A GONIOLOGIA é dividida em: 1) Goniometria 2) Goniografia

Goniometria - É a parte da Goniologia que se encarrega da medição dos ângulos no


campo.

Goniografia - É a parte da Goniologia que se encarrega da representação gráfica ou


geométrica dos ângulos.

Goniômetro - Todo aparelho usado para medir ângulos. Nas operações topográficas, o
goniômetro comumente empregado é o TEODOLITO.

Limbo - Círculo graduado, onde fazemos as leituras dos ângulos horizontais e verticais.
É a parte especializada dos teodolitos.

CLASSIFICAÇÃO DOS LIMBOS:

QUANTO AO SISTEMA DE GRADUAÇÃO:

Centesimal - limbo dividido em 400 unidades (grados).

Sexagesimal - limbo dividido em 360 unidades (graus, minutos e segundos).

Centesimal Sexagesimal

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As unidades de medidas angulares são:


♦ - sexagesimal;
♦ - centesimal (grados);
♦ - radianos.

5.1 SEXAGESIMAL
No Brasil, o sistema adotado é o sexagesimal, no qual a circunferência está
o
dividida em 360 partes iguais, sendo cada parte de 1 (um grau, que constitui a unidade
do sistema sexagesimal). Cada grau está dividido em 60 partes iguais, onde cada parte
corresponde a um ângulo de 1’ (um minuto).
Cada minuto está dividido em 60 partes iguais, sendo que cada parte corresponde a um
ângulo de 1” (um segundo).

NOTAÇÃO: grau (º) Minutos (‘) Segundos (“)

5.2 CENTESIMAL (GRADO)


Na unidade centesimal, a circunferência está dividida em 400 partes iguais, cada parte
correspondendo a 1g (um grado). Cada grado está dividido em 100 partes iguais, cada
parte corresponde a 1 centígrado, 1 centésimo de grados ou 1 minuto centesimal. Cada
centígrado está dividido em 100 partes iguais, onde cada parte corresponde a 1
decimiligrado ou milésimos de grado.

5.3 RADIANO
Chama-se de radiano, ao ângulo central que corresponde a um arco de comprimento
igual ao raio. A circunferência está dividida em rd (6,2832 rd), onde 1 radiano
corresponde a um ângulo, no sistema sexagesimal, a 57º 17’44,8”. A aplicação prática
desta unidade de medida angular dá-se principalmente na medida de ângulos pequenos.

CONVERSÃO DE UNIDADES:

CONVERSÃO DE GRAUS EM GRADO


g o
400 → 360
g o
X →Y

Portanto:

Exemplo:

Converter 62º 37’21” em grados.

Resolução:

- Passagem do sistema sexagesimal para o sistema decimal:

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Multiplicam-se os minutos por 60, adicionam-se os segundos e divide-se o resultado por


3.600 e obtêm a parte decimal.

Daí: 62º 37’21” = 62,6225º.

Passagem do sistema decimal para o sistema sexagesimal:


62,6225 º.
Multiplica-se a parte fracionária por 60 para obter-se os minutos. Multiplica-se
novamente a parte fracionária por 60 para obter-se os segundos.
0,6225 x 60 = 37,35’ (37 equivalem aos minutos).
0,35 x 60 = 21”
Portanto: 62,6225º = 62 º 37’21”.

CONVERSÃO DE GRAUS EM RADIANOS

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6.0 DEFLEXÕES:

Deflexão é o ângulo formado entre o prolongamento do alinhamento anterior e o


alinhamento que segue varia de 0° a 180° e necessita da indicação da direita (sentido
horário) ou da esquerda (sentido anti-horário).

6.1 OPERAÇÕES TOPOGRÁFICAS


As operações topográficas podem ser divididas em quatro etapas:
Levantamento: É quando se obtém as medidas angulares e lineares;
Cálculo: Transformação das medidas obtidas no levantamento em coordenadas,
área e volume;
Desenho: É a etapa onde se faz a representação das coordenadas;
Locação: Confirmação no campo dos dados levantados e calculados.

6.2 ÂNGULOS DA MENSURAÇÃO

Ângulo: É dado pela diferença de direção entre duas retas que se encontram em um
determinado ponto chamado de vértice.

6.3 Ângulo Horizontal


É o ângulo medido segundo o plano horizontal.
ângulo
horizontal é o sentido horário.

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6.4 Ângulo Vertical


É o ângulo medido segundo o plano vertical.
três tipos de ângulos verticais:
- Ângulo de al
-
-

A medição do ângulo vertical, junto com a medição da distância inclinada, tem duas
finalidades: servir ao cálculo da distância horizontal (reduzida) e do desnível entre
pontos topográficos. A definição do que genericamente se chama “ângulo vertical”
depende da origem de sua contagem. Define-se ângulo vertical (símbolo V) o ângulo
formado entre a linha do horizonte (plano horizontal) e a linha de visada, sendo a
origem de contagem do ângulo a própria linha do horizonte.

Os ângulos verticais registrados acima desta linha são positivos ou ascendentes,


variando de 0º a +90º, enquanto os indicados abaixo desta linha são negativos ou
descendentes, variando de 0º a –90º.
Define-se ângulo zenital (símbolo: Z) o ângulo formado entre a vertical do lugar e a
linha de visada, sendo o zênite a origem de contagem do ângulo, que varia de 0º a 180º.

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Define-se ângulo nadiral (símbolo N) o ângulo formado entre a vertical do lugar e a


linha de visada, sendo o nadir a origem de contagem do ângulo, que varia de 0º a 180º.

A relação entre o ângulo zenital e o ângulo vertical é dada por:

6.5 INSTRUMENTAÇÃO
A construção de instrumentos medidores de ângulos acompanha a evolução da
engenharia. A groma, aparato da era romana para medição de alinhamentos, é o
primeiro instrumento de medição angular que se tem notícia. Na sequência, a dioptra
(dio: através; optero: observar) permitia também a medição de ângulos verticais. Na era
moderna, surgiram os instrumentos ótico-mecânicos, por exemplo, os clinômetros para
medição rápida de ângulos verticais e os teodolitos (theo: visar; hodos: caminho), para
medição precisa de ângulos horizontais e verticais.

6.6. ÂNGULO DE ALTURA


É o ângulo que vai da linha do horizonte, até a direção tomada.

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7.0 AZIMUTE E RUMO


Azimute: é o ângulo horizontal formado entre a direção Norte/Sul e o alinhamento em
questão. É medido a partir do Norte, no sentido horário (à direita), podendo variar de 0º
a 360º ou 400 g.

O azimute verdadeiro pode ser obtido a partir do azimute magnético, quando se


conhece a declinação magnética local na mesma data do levantamento topográfico.

7.1 DETERMINAÇÃO DE AZIMUTE

A partir do azimute do primeiro alinhamento [Az(n)], os azimutes dos demais


alinhamentos são calculados usando o seguinte procedimento:

Az (n+1) = Az(n) + Ângulo horário

Se Az (n+1) > 180° => Az (n+1) = Az(n) + Ângulo horário – 180°

Se Az (n+1) < 180° => Az (n+1) = Az(n) + Ângulo horário + 180°

Se Az (n+1) > 360° => Az (n+1) = Az(n) + Ângulo horário - 360°

Quando se toma como referência a meridiano magnético, o rumo obtido é chamado


rumo magnético, e quando usamos o meridiano verdadeiro, o rumo obtido é
chamado rumo verdadeiro.

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7.2 DESCRIÇÃO DO AZIMUTE EM FUNÇÃO DO RUMO

Como Rumo negativo não existe, logo:

Cálculo do azimute pela fórmula de Grafarend:


Dado o alinhamento PP2 1, o azimute pode ser calculado diretamente pela fórmula de
Grafarend:

A função sgn(Δx) exprime o sinal algébrico do argumento Δx e a função sgn(Δy)


exprime o sinal algébrico do argumento Δy . Os símbolos Δx e Δy chamam-se
grandezas absolutas (ou módulos) dos números reais Δx e Δy, respectivamente.
Exemplos. Com a fórmula de Grafarend, calcule o azimute dos alinhamentos definidos
pelos pontos.
dados: Relação entre azimutes e rumos à ré e à vante:

1º e 2º Quadrante: 3º e 4º Quadrante:

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Azimute (ré) = Azimute (vante) + 180º Azimute (ré) = Azimute (vante) – 180º

Azimute (vante) = Azimute (ré) – 180º Azimute (vante) = Azimute (ré) + 180º

Rumo (ré) = Rumo (vante), com sentido oposto (NE ↔ SW ou SE ↔ NW).

8.0 RUMO
Rumo de uma linha é o menor ângulo horizontal, formado entre a direção NORTE/SUL
e a linha, medindo a partir do NORTE ou do SUL, no sentido horário (à direita) ou
sentido anti-horário (à esquerda) e variando de 0º a 90º ou 0g a 100g sendo contado do
Norte ou do Sul por leste e oeste. Este sistema expressa o ângulo em função do
quadrante em que se encontra. Além do valor numérico do ângulo acrescenta-se uma
sigla (NE, SE, SW, NW) cuja primeira letra indica a origem a partir do qual se realiza a
contagem e a segunda indica a direção do giro.

Conversão de Azimute para Rumo e vice versa:


Quadrante Azimute → Rumo Rumo → Azimute
1º R = Az (NE) Az = R
2º R = 180° - Az (SE) Az = 180° - R
3º R = Az - 180° (SO) Az = R + 180°
4º R = 360° - Az (NO) Az = 360° - R

9.0 MEDIÇÃO DE ÂNGULOS


Os ângulos são medidos normalmente com teodolitos, mas podemos também deduzi-los
quando conhecidos as distâncias do triângulo. Através do teorema dos cossenos, temos:
Ä Medidas dos lados do triângulo:

A² = b² + c² - 2bc * Cos A
B² = a² + c² - 2ac * Cos B
C² = a² + b² - 2ab * Cos C

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Exemplo: Calcule os ângulos A, B e C do triângulo cujos lados são:


AB = 23m, BC = 28 m e AC = 30m então: a = 28m, b = 30m e c = 23m.
Isolando-se o ângulo temos:

Cálculo da área:
½ x Ca x Cb x sen > α.

Temos dois métodos de cálculo:


Triangulação e Irradiação:
O método de triangulação formou triângulos de toda a área através de pontos distintos.
O método de radiação formou triângulos a partir de um único ponto.

 Calcule a área da poligonal abaixo:

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9.1 ÂNGULOS TOPOGRÁFICOS NO PLANO HORIZONTAL


Os ângulos topográficos podem ser observados ou calculados, sendo que se entende
como observados os ângulos medidos através de instrumentos no campo e os calculados
aqueles deduzidos através de cálculo:

Os ângulos topográficos no plano horizontal podem ser:


- Internos;
- Deflexão;
- Irradiados.
- Azimute;
- Rumo.

MEDIÇÕES DE DISTÂNCIAS HORIZONTAIS:

A medida da distância entre dois pontos, em Topografia, corresponde à medida da


distância horizontal entre esses dois pontos.

Na Mensuração, o comprimento de um alinhamento pode ser obtido através de:

Medidas diretas: uma medida é considerada ‘direta’ se o instrumento usado na medida


apoiar-se no terreno ao longo do alinhamento, ou seja, se for aplicado no terreno ao
longo do alinhamento;

Medidas indiretas: uma medida é considerada ‘indireta’ no caso da obtenção do


comprimento de um alinhamento através de medida de outras grandezas com ele
relacionada matematicamente.

9.2 LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO (ALTIMÉTRICO)


De acordo com a ABNT (1994, p3), o levantamento topográfico altimétrico ou
nivelamento é definido por: “levantamento que objetiva, exclusivamente, a
determinação das alturas relativas a uma superfície de referência dos pontos de apoio
e/ou dos pontos de detalhe, pressupondo-se o conhecimento de suas posições
planimétricas, visando à representação altimétrica da superfície levantada”.
Basicamente quatro métodos são empregados para a determinação dos desníveis:
nivelamento geométrico, trigonométrico, taqueométrico e barométrico.
Nivelamento geométrico ou nivelamento direto:
“nivelamento que realiza a medida da diferença de nível entre pontos no terreno por
intermédio de leituras correspondentes a visadas horizontais, obtidas com um nível, em
miras colocadas verticalmente nos referidos pontos.” ABNT (1994, p3).

Nivelamento trigonométrico:
“nivelamento que realiza a medição da diferença de nível entre pontos no terreno,
indiretamente, a partir da determinação do ângulo vertical da direção que os une e da
distância entre estes, fundamentando-se na relação trigonométrica entre o ângulo e a
distância medidos, levando em consideração a altura do centro do limbo vertical do
teodolito ao terreno e a altura sobre o terreno do sinal visado.” ABNT (1994, p.4).

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Nivelamento taqueométrico:
“nivelamento trigonométrico em que as distâncias são obtidas taqueometricamente e a
altura do sinal visado é obtida pela visada do fio médio do retículo da luneta do
teodolito sobre uma mira colocada verticalmente no ponto cuja diferença de nível em
relação à estação do teodolito é objeto de determinação.” ABNT (1994, p.4).
A NBR 13133 estabelece, em seu item 6.4, quatro classes de nivelamento de linhas ou
circuitos e de seções, abrangendo métodos de medida, aparelhagem, procedimentos,
desenvolvimentos e materialização (ABNT, 1994, p.15):
a) Classe IN - nivelamento geométrico para implantação de referências de nível
(RN) de apoio altimétrico;
b) Classe IIN - nivelamento geométrico para a determinação de altitudes ou
cotas em pontos de segurança (Ps) e vértices de poligonais para levantamentos
topográficos destinados a projetos básicos executivos e obras de engenharia;
c) Classe IIIN - Nivelamento trigonométrico para a determinação de altitudes ou
cotas em poligonais de levantamento, levantamento de perfis para estudos preliminares
e/ou de viabilidade de projetos;
d) Classe IVN - Nivelamento taqueométrico destinado a levantamento de perfis
para estudos expeditos.
A norma apresenta para estas quatro classes uma tabela abrangendo os métodos de
medição, aparelhagem, desenvolvimento e tolerâncias de fechamento. Somente como
exemplo, para a classe IN (nivelamento geométrico), executado com nível de precisão
alta, a tolerância de fechamento é de 12 mm k1/2, onde k é a extensão nivelada em um
único sentido em quilômetros. Cabe salientar que na prática costuma-se adotar o valor
de k como sendo a média da distância percorrida durante o nivelamento e
contranivelamento, em quilômetros. Independente do método a ser empregado em
campo, durante um levantamento altimétrico destinado a obtenção de altitudes/cotas
para representação do terreno, a escolha dos pontos é fundamental para a melhor
representação do mesmo.
Nivelamento Barométrico
O nivelamento barométrico baseia-se na relação que existe entre a pressão atmosférica e
a altitude num ponto, o que se expressa pela fórmula, chamada barométrica.
Este processo parte do princípio em que a pressão do ar menor nas camadas superiores
da atmosfera do que nas inferiores, assim pode-se, pela avaliação da diferença de
pressão entre dois pontos, determinar a sua diferença de altitude. Em média para cada
milímetro de variação de pressão, há uma diferença de altitude de aproximadamente 11
metros.
Esse processo de levantamento altimétrico do ponto apresenta-nos a vantagem de não
ser condicionado à medida de distâncias; e, de verdade, se ele não nos apresenta grande
precisão, entretanto, a rapidez de suas operações nos aconselha seu mais amplo emprego
nos levantamentos expeditos de grandes extensões. Os instrumentos usados são os
barômetros, que podem ser:
a) Barômetros de Mercúrio; b) Barômetros Aneroides; c) Barômetros Hipsômetro.
Apesar de ser simples, tal processo não tem a precisão requerida para serviços
topográficos, apontado neste estudo, para simples registro.

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9.3 NIVELAMENTO GEOMÉTRICO (MÉTODO MAIS PRECISO)


Para se calcular as cotas ou altitudes dos pontos a nivelar é necessário conhecer-se a
cota ou altitude do ponto inicial (por exemplo, ponto A). Então a cota de A, será
conhecida ou arbitrada e o ponto A passa a chamar-se de RN, ou seja, Referência de
Nível. A=RN.
Precisa-se agora determinar o APV, altura do plano de visada, que seria a cota ou
altitude do plano criado pelo instrumento. APV = CRN + Leitura de Ré RN → APV = CA
+ Leitura de Ré A. Leitura de Ré – é uma leitura feita a um ponto cuja cota ou altitude
é conhecida. No caso, já conhecemos a cota de A. A leitura de ré serve somente para
o cálculo do APV. Para calcular a cota dos demais pontos usamos a seguinte fórmula:
Cota B = APVI – Leitura de VanteB → CB = APVI - VB
Leitura de Vante – é uma leitura a um ponto de cota ou altitude desconhecida. A
leitura de vante serve para o cálculo da cota do ponto.
Cota C = APVI – VC; Cota D = APVI – VD
Da estação I somente foi possível ler-se até o ponto D. É necessário mudar a estação
para a posição II. Uma vez instalado o aparelho na estação II, então a primeira atitude
que se toma é determinar a nova altura do plano de visada, APV II, fazendo-se uma
visada de ré no ponto D.
APVII = CD + Ré DLeitura Vante de Mudança - é uma leitura feita a um ponto que de
uma estação é leitura de Vante e da estação seguinte será feita uma leitura de Ré neste
mesmo ponto.
Nivelamento Geométrico (mais preciso):

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Nivelamento: Contra nivelamento:

APVI CA+RE A 50+0,60 50,60 m APVIII CG-RE G 50-1,50 48,50 m


CB APVI-VB 50,60-0,80 49,80 m CF APVIII+VF 48,50+0,50 49,00 m
CC APVI-VC 50,60-1,50 49,10 m CE APVIII+VE 48,50+0,40 48,90 m
APVII CC+RE C 49,10+0,50 49,60 m APVII CE-RE E 48,90-1,40 47,50 m
CD APVII-VD 49,60-0,80 48,80 m CD APVII+VD 47,50+0,80 48,30 m
CE APVII-VE 49,60-1,40 48,20 m CC APVII+VC 47,50+0,50 48,00 m
APVIII CE+RE E 48,20+0,40 48,60 m APVI CC-RE C 48,00-1,50 46,50 m
CF APVIII-VF 48,60-0,50 48,10 m CB APVI+VB 46,50+0,80 47,30 m
CG APVIII-VG 48,60-1,50 47,10 m CA APVI+VA 46,50+0,60 47,10 m
DESNÍVEL CA-CG 50-47,10 2,90 m DESNÍVEL CG-CA 50-47,10 2,90 m

PRECISÃO DOS NIVELAMENTOS GEOMÉTRICOS


Classificação pelo grau de precisão
1. De alta precisão: O erro médio admitido é da ordem de ±1,5 mm/km percorrido.
É uma classe especial.
2. De 1º ordem ou nivelamento de precisão: O erro médio admitido é da ordem de
± 2,5 mm/km percorrido.
3. De 2º ordem: O erro médio admitido é da ordem de ± 1,0 mm/km percorrido.
4. De 3º ordem: O erro médio admitido é da ordem de ± 3,0 cm/km percorrido.
5. De 4º ordem: O erro médio admitido é da ordem de ± 10 cm/km percorrido. Os
nivelamentos geométricos com erros maiores do que os citados são
desclassificados ou inaceitáveis.

10.0 CURVAS DE NÍVEL – Interpolação.

As curvas de nível podem ser obtidas basicamente por dois processos:

1. Seções transversais.

Definição de uma linha base na área onde se quer criar as curvas de nível, e o seu
estaqueamento. A partir desta linha base, são feitas as seções transversais. As seções
transversais são cortes feitos nas estacas inteiras e pontos relevantes da linha base. As
seções transversais são linhas perpendiculares à linha base.

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Figura 1: representação de uma área com a indicação da linha base e seções


transversais.

O nivelamento da linha base e das seções transversais, normalmente é feito através de


nivelamento geométrico, trigonométrico ou estadimétrico. O nivelamento à régua
também pode ser usado, mas é desaconselhável, uma vez que existem métodos mais
precisos.

2. Malha triangular

A partir do desenho dos pontos com as respectivas cotas é criado para cada três pontos,
um triângulo. Este processo define uma malha triangular que recobrirá todos os pontos
do levantamento. A geração das curvas de nível se dará pela interpolação das cotas dos
vértices dos triângulos. Em cada aresta será definido o ponto onde está localizada a cota
inteira. A ligação dos pontos de cota inteira calculados anteriormente permitirá a
geração das curvas de nível.

Pontos cotados

1.800 2.810

3.804 4.808

5.805,525 6.812,210

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Malha triangular gerada a partir dos pontos cotados.

O cálculo das distâncias, a partir dos vértices da malha triangular, onde estão
localizadas as cotas inteiras que permitirão a geração das curvas de nível, é feito da
seguinte forma: Identificar em cada aresta a distância e a diferença de nível entre os
vértices. Através de uma regra de três, calcular a distância para a próxima cota inteira a
partir de um determinado vértice. Em cada aresta será definido o ponto onde passa a
cota inteira.

Calcular e desenhar as curvas de nível para o desenho da figura 1, considerando um


plano de corte com afastamento de 1 metro (curva de nível de um metro em um metro):

Aresta 1-2

Distância linear entre os vértices: 5,51m

Desnível entre os vértices: 810 - 800 = 10m

Distância vertical entre as curvas de nível: 1m

d = distância entre as cotas inteiras

Construção de uma regra de três para calcular a distância entre as cotas inteiras:

d=0,551m é a distância entre as cotas inteiras. Como a cota dos vértices é inteira, a
partir de qualquer um deles marca-se 0,551m e neste ponto temos uma cota inteira, mais
0,551m teremos a próxima cota e assim sucessivamente até alcançar o próximo vértice.

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Aresta 1 e 2 com indicação dos pontos de localização das cotas inteiras.

Aresta 5 e 6 distância linear entre os vértices: 5,50m

Desnível entre os vértices: 812,210 - 805,525 = 6,685m

Distância vertical entre as curvas de nível: 1m

d = distância entre as cotas inteiras.

Construção de uma regra de três para calcular a distância entre as cotas inteiras:

d=0,823m é a distância entre as cotas inteiras. Como a cota dos vértices 5 e 6 não é
inteira, deveremos calcular para cada vértice qual é próxima cota inteira a partir deles, e
definir qual é o desnível do vértice para esta cota. Pegar o valor deste desnível e
multiplicar por d para identificar a distância para a próxima cota inteira a partir do
vértice.

V5 —>806 - 805,525 = 0,475m (desnível entre o vértice V5 e a próxima cota inteira -


806).
0,475*0,823 = 0,391m (distância entre o vértice V5 e a próxima cota inteira - 806).
V6 —> 812 - 812,210 = 0,210m (desnível entre o vértice V6 e a próxima cota
inteira - 812).
0,210*0,823 = 0,173m (distância entre o vértice V6 e a próxima cota inteira - 812).
Com a distância entre os vértices V5 e V6 e as cotas inteiras, e a distância entre as cotas
inteiras, é necessário marcar estas distâncias na aresta correspondente.

Aresta 1 e 2 com indicação dos pontos de localização das cotas inteiras.

Após o cálculo dos pontos de cota inteira em todas as arestas, fazer a ligação dos pontos
de mesma cota, obtendo as curvas de nível.

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A distância vertical entre as curvas de nível, normalmente é indicada como um


milésimo do denominador da escala. Este valor é meramente indicativo, sendo a
distância vertical escolhida de acordo com as necessidades.

Ex.: planta na escala 1:50.000 —> a distância vertical entre as curvas de nível indicada
é 50 metros.

A representação das curvas de nível é feita com a quinta curva de nível sempre
destacada em relação às demais, e recebe o nome de curva de nível mestra, ou
simplesmente curva mestra. Este destaque pode ser feito através de cor ou espessura. A
espessura é a mais indicada uma vez que os desenhos técnicos são apresentados
normalmente monocromáticos.

Indicação da curva mestra em função da distância vertical entre as curvas:

 Distância vertical de 1m —>mestra terminada em O ou cinco;

 Distância vertical de 2m —> mestra terminada em 0;

 Distância vertical de 5m —> mestra terminada em O ou 5.

OBS.:

 As curvas de nível devem ser traçadas a partir dos pontos notáveis definidores
do relevo, passando pelas interpolações controladas nas altitudes ou cotas entre
pontos de detalhe;
 As curvas de nível podem ser classificadas em curvas mestras ou principais e
secundárias. As mestras são representadas com traços diferentes das demais
(mais espessos, por exemplo), sendo todas numeradas;
 As curvas-mestras, espaçadas de cinco em cinco curvas, devem ser reforçadas e
cotadas. No caso de haver poucas curvas-mestras, as intermediárias também
devem ser cotadas;
 As curvas de nível devem ser numeradas para que seja possível a sua leitura;
 As curvas de nível são "lisas", ou seja não apresentam cantos;
 Duas curvas de nível nunca se cruzam;
 As curvas de níveis cruzam cursos d’água;
 Duas curvas de nível nunca se encontram e continuam em uma só;
 Quanto mais próximas entre si, mais inclinado é o terreno e quanto mais
distantes o terreno é mais plano.

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11.0 TERRAPLANAGEM / TERRAPLENAGEM


Terraplanagem é a movimentação de terra de uma determinada área, com o objetivo de
ajustar o relevo do terreno para implantação de construção civil, estradas, barragens, etc.
Nesta, o objetivo é calcular o volume de material para aterro e desaterro, fazendo os
cortes da superfície em questão. A diferença entre as situações acima são:
 Terraplanagem: deixar a superfície plana.
 Terraplenagem: deixar a superfície plena. Nem tudo que é plano é pleno.
Para elaborar um trabalho de terraplanagem ou terraplenagem é imprescindível a
execução de um levantamento topográfico aos quais é escolhido pelo profissional o
método a ser aplicado, por exemplo:

 Nivelamento taqueométrico;
 Nivelamento trigonométrico;
 Nivelamento geométrico simples ou composto conforme o caso.

Não esquecendo que a escolha do método dependerá do tamanho da obra e do volume


de terra a ser movimentado.
O esquema abaixo mostra um projeto com quatro seções para serem calculadas:

1º passo: fazer o corte da seção escolhida para cálculo, neste caso será a seção 1 (S1).

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2º passo: elaborar o esquema de cálculo conforme abaixo:


Para o cálculo das áreas são dadas as seguintes fórmulas:

CÁLCULOS DA SEÇÃO 01
Figuras Altura (h) Base maior (B) Base menor (b) Área (m²) Prof. Volume (m³)
01 2,5805 1,00 0,00 1,2903 2,5 3,226
02 3,0005 2,00 1,00 4,5008 2,5 11,252
03 3,483 3,00 2,00 8,7075 2,5 21,769
04 3,9845 4,00 3,00 13,9458 2,5 34,864
05 2,248 5,00 4,00 10,1160 2,5 25,290
06 2,16 6,00 5,00 11,8800 2,5 29,700
07 2,5435 7,00 6,00 16,5328 2,5 41,332
Área total da seção (m²) 66,9730 m²
Volume total da seção (sem empolamento >>> m³) 167,4325 m³
Empolamento (30% >>> m³) 217,6623 m³
Peso do material (± 1.700,0 kg/m³) 284.635,2500 kg

Cálculo de terraplanagem em platôs


Segundo (CORRÊA, I.C.S, 2007) o método mais apropriado para o levantamento das
curvas de nível do terrenos é o do nivelamento por quadriculação (triangulação). A área
a ser terraplenada deve ser locada e em seguida quadriculada. O lado dos quadrados tem
seu comprimento estabelecido em função da extensão da área e da sinuosidade do
terreno, considerando-se que as cotas a serem obtidas serão as dos vértices dos
quadrados. Os estaqueamentos para a quadriculação deverão ser o mais próximo
possível de uma reta, acompanhando o perfil do terreno, para que os resultados a serem
obtidos sejam o mais próximo da realidade. Em geral as quadrículas podem apresentar
lados com comprimento de 10, 20, 30 ou 50 metros. Isto dependerá do relevo do
terreno. Para terrenos localizados em áreas urbanas pode-se utilizar quadrados com
lados de 5 ou 4 metros. Estabelecido o comprimento a ser adotado, este será padrão para
toda a quadriculação.
Em terraplenagem, quatro situações podem ocorrer:
a) Estabelecimento de um plano horizontal final sem a imposição de uma cota final
pré-estabelecida. A este método, a cota obtida é a COTA MÉDIA (CM) com
VOLUME DE CORTE (Vc) = VOLUME DE ATERRO (Va);
b) Estabelecimento de um plano horizontal final com a imposição de uma cota pré-
estabelecida. Dependendo da cota estabelecida pelo projeto, o terreno poderá ser
objeto de CORTE ou ATERRO;

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c) Estabelecimento de um plano inclinado sem a imposição da cota que este plano


deverá apresentar. Semelhante ao Método do item 1 considerando que o
VOLUME DE CORTE (Vc) = VOLUME DE ATERRO (Va);
d) Estabelecimento de um plano inclinado impondo uma determinada cota a este,
através da escolha da cota de um determinado ponto. Para este caso deve-se
analisar a situação real em função do projeto proposto.

11.1 DETERMINAÇÃO DA COTA MÉDIA – MÉTODO DAS SEÇÕES

Para o cálculo dos referidos volumes (Vc ou Va) serão necessários executá-los
utilizando-se o MÉTODO DAS SEÇÕES.
Para um melhor entendimento será desenvolvido um exemplo numérico onde será
explicada cada etapa para a dedução do método dos pesos, considerando cada situação
descrita acima.
Exemplo:
Seja o levantamento planialtimétrico representado pela figura abaixo, calcular a cota
média pelo Método das Seções e Método dos Pesos.

MÉTODO DAS SEÇÕES

1 – Cálculos das áreas das seções acima da cota 1,00 m:

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Portanto, não faça confusão. A Altura média é a distância vertical medida da Cota de
Apoio do projeto (cálculos) até a Cota Média. Cota Média pode ser considerada a
distância vertical medida a partir da RN = 0,00 m.

11.2 CÁLCULO SIMPLIFICADO PARA PLATÔS

Neste cálculo utiliza-se a média das cotas de cada platô, desta forma poderemos calcular
de maneira simplificada o volume do material conforme abaixo:

Método para cálculo:

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CÁLCULOS
Ordem Níveis Cotas de níveis
Platô 01 0,00 0,10 0,08 0,12 0,18 0,25
Platô 02 1,00 1,26 1,35 1,05 0,90 0,96
Platô 03 2,00 1,87 2,12 2,10 2,18 2,07 2,190
Média (níveis do Platô 01) 0,1460 D.N. 0,1460 Área 01 (m²) 108,00
Média (níveis do Platô 02) 1,1040 D.N. 0,1040 Área 02 (m²) 108,00
Média (níveis do Platô 03) 2,0883 D.N. 0,0883 Área 03 (m²) 120,00
Ordem Volume do material (m³) S/E Volume do material (m³) C/E - 30%
Platô 01 15,768 20,4984
Platô 02 11,232 14,6016
Platô 03 10,600 13,780
Ordem Peso do material (± 1.700,0 kg/m³)
Platô 01 26.805,600 kg
Platô 02 19.094,400 kg
Platô 03 18.020,000 kg

12.0 ESCALAS

Segundo ESPARTEL (1987) o desenho topográfico nada mais é do que a projeção de


todas as medidas obtidas no terreno sobre o plano do papel. Neste desenho, os ângulos
são representados em verdadeira grandeza (VG) e as distâncias são reduzidas segundo
uma razão constante. É comum em levantamentos topográficos a necessidade de
representar no papel certa porção da superfície terrestre. Para que isto seja possível,
teremos que representar as feições levantadas em uma escala adequada para os fins do
projeto. De forma simples, podemos definir escala com sendo a relação entre o valor de
uma distância medida no desenho e sua correspondente no terreno. A NBR 8196
(Emprego de escalas em desenho técnico: procedimentos) define escala como sendo a
relação da dimensão linear de um elemento e/ou um objeto apresentado no desenho
original para a dimensão real do mesmo e/ou do próprio objeto.

Normalmente são empregados três tipos de notação para a representação da escala:

Onde:

M = denominador da escala;

d = distância no desenho;

D = distância no terreno.

Por exemplo, se uma feição é representada no desenho com um centímetro de


comprimento e sabe-se que seu comprimento no terreno é de 100 metros, então a escala

Topografia – Professor Emerson Liberio 32


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de representação utilizada é de 1:10.000. Ao utilizar a fórmula (3.2) para o cálculo da


escala deve-se ter o cuidado de transformar as distâncias para a mesma unidade. Por
exemplo:

d = 5 cm

D = 0,5 km

As escalas podem ser de redução (1:n), ampliação (n:1) ou naturais (1:1). Em


Topografia as escalas empregadas normalmente são: 1:250, 1:200, 1:500 e 1:1000.
Logicamente que não é algo rígido e estes valores dependerão do objetivo do desenho.

Uma escala é dita grande quando apresenta o denominador pequeno (por exemplo,
1:100, 1:200, 1:50, etc.). Já uma escala pequena possui o denominador grande
(1:10.000, 1:500.000, etc.).

O valor da escala é adimensional, ou seja, não tem dimensão (unidade). Escrever 1:200
significa que uma unidade no desenho equivale a 200 unidades no terreno. Assim, 1 cm
no desenho corresponde a 200 cm no terreno ou 1 milímetro do desenho corresponde a
200 milímetros no terreno. Como as medidas no desenho são realizadas com uma régua,
é comum estabelecer esta relação em centímetros:

É comum medir-se uma área em um desenho e calcular-se sua correspondente no


terreno. Isto pode ser feito da seguinte forma: Imagina-se um desenho na escala 1:50.
Utilizando esta escala faz-se um desenho de um quadrado de 2 x 2 unidades (u), não
interessa qual é esta unidade. A figura 3.1 apresenta este desenho.

A área do quadrado no desenho (Ad) será:

QUADRADO 2u x 2u.

Ad = 2u. 2u => Ad = 4u2

A área do quadrado no terreno (At) será então:

At = (50 . 2u) . (50 . 2u) At = (2 . 2) . (50 . 50) u2 At = 4u2 . (50 . 50)

Substituindo a equação (3) na (4) e lembrando que M=50 é o denominador da escala, a


área do terreno, em função da área medida no desenho e da escala é dada pela equação.

At = Ad . m²

12.1 - PRINCIPAIS ESCALAS E SUAS APLICAÇÕES

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A seguir encontra-se uma tabela com as principais escalas utilizadas por engenheiros e
as suas respectivas aplicações.

Aplicação Escala
Detalhes de terrenos urbanos 1:50
Planta de pequenos lotes e edifícios 1:100 e 1:200
Planta de arruamentos e loteamentos urbanos 1:500 e 1:1000
Planta de propriedades rurais 1:1000 1:2000 1:5000
Planta cadastral de cidades e grandes propriedades rurais ou industriais 1:5000 1:10 000 1:25 000
Cartas de municípios 1:50 000 1:100 000
Mapas de estados, países, continentes, etc. 1:200 000 a 1:10 000 000

Exercícios:

01. Em um mapa topográfico na escala 1:100.000 a maior dimensão gráfica medida entre as
margens de um rio é de 15,7 mm. Assim sendo, é verdadeiro afirmar que a respectiva distância
máxima natural entre essas margens é de

a) 1.570 m.

b) 6.369,40 m.

c) 157.000 m.

d) 15.700 m.

e) 636,94 m.

02. Leia as afirmativas que seguem e assinale a correta:

a) A escala numérica é representada por uma linha reta dividida em partes iguais.

b) A escala 1:50.000 é maior que a escala de 1:250.000.

c) Na escala de 1:500.000, a área representada foi reduzida 50 mil vezes.

d) As escalas podem ser numéricas ou geográficas.

e) Na escala de 1:100.000, 1 cm no mapa vale 100 km no terreno.

03. Um mapa cuja escala é 1:55.000.000, a distância, em linha reta, entre as cidades de São
Paulo e Brasília é de 1,6 cm. Na realidade, essa distância é de aproximadamente

a) 880 km

b) 1200 m

c) 8875 km

d) 239 km

Topografia – Professor Emerson Liberio 34


Apostila de Topografia – Curso > EDIFICAÇÕES

e) 890 m

04. A escala é definida como a relação da distância real entre dois pontos quaisquer na
superfície da Terra com a distância entre esses dois pontos num documento cartográfico. Se, em
uma carta, na escala 1:50.000, a distância em linha reta entre duas cidades for de 10 cm, no
terreno essa distância será de:

a) 0,5 km.

b) 1 km.

c) 100 km.

d) 500 km.

e) 5 km

05. Assinale a alternativa que indica corretamente a distância real entre duas cidades, A e B,
considerando que no mapa de escala 1:50.000.000, a distância linear é de 3,5 cm.

a) 1.500 km

b) 15.000 jm

c) 175 km

d) 17.500 km

e) 1.750 km

06. A distância real entre São Francisco e Nova York é de 4.200km. A distância sobre a carta é
de 105mm. Com base nestes dados, assinale a alternativa que indica corretamente a escala deste
mapa é:

a) 1 : 400.000

b) 1 : 4200.000

c) 1 : 10.500.000

d) 1 : 40.000.000

e) 1 : 105.000.000

07. Para obter, em um mapa, informação mais detalhada, qual das escalas a seguir é utilizada?

a) 1/100.

b) 1/1.000.

c) 1/10.000.

d) 1/100.000.

Topografia – Professor Emerson Liberio 35


Apostila de Topografia – Curso > EDIFICAÇÕES

e) 1/1000.000.

13.0 Levantamento topográfico

De acordo com a NBR 13133 (ABNT, 1991, p. 3), Norma Brasileira para execução
de Levantamento Topográfico, o levantamento topográfico é definido por:

“Conjunto de métodos e processos que, através de medições de ângulos horizontais e


verticais, de distâncias horizontais, verticais e inclinadas, com instrumental adequado à
exatidão pretendida, primordialmente, implanta e materializa pontos de apoio no
terreno, determinando suas coordenadas topográficas. A estes pontos se relacionam os
pontos de detalhe visando a sua exata representação planimétrica numa escala pré-
determinada e à sua representação altimétrica por intermédio de curvas de nível, com
equidistância também pré-determinada e/ou pontos cotados.”

Os levantamentos topográficos compreendem o conjunto de atividades dirigidas


para as medições e observações que se destinam a representação do terreno em um
plano ou desenho topográfico em escala. Podem ser executados para fins:

a. De controle; fornecem arcabouço de pontos diversos com coordenadas e


altitudes, destinadas à utilização em outros levantamentos de ordem inferior;

b. Legais cadastrais; destinado ao levantamento, detalhamento e avaliação de áreas


rurais ou urbanas, enfatizando a quantificação da ocupação humana e suas
intervenções;

c. Para fins de engenharia; empregado na locação, instalação e construção de obras


civis de engenharia e serviço de parcelamento de imóveis etc;

d. Topográficos; destinados ao levantamento da superfície topográfica, seus


acidentes naturais, culturais e a configuração do terreno.

O Levantamento Topográfico pode ser entendido como um cconjunto de


métodos e processos que, através de medições de ângulos e distâncias com instrumentos
adequados, implanta e materializa pontos para o detalhamento topográfico necessário.
Com os dados de campo, depois de calculados, pode-se representar graficamente, na
forma de mapas, perfis longitudinais e transversais, diagramas entre outros. A execução
de um levantamento topográfico, além da necessidade de se conhecer os instrumentos
utilizados nas medições requer conhecimentos de geometria, trigonometria plana e
esférica, física, astronomia e teoria dos erros e sua compensação. O Levantamento
topográfico pode ser dividido em:

13.1 Levantamento Topográfico Planimétrico

Levantamento dos limites e confrontações de uma propriedade, pela determinação do


seu perímetro, incluindo, quando houver, o alinhamento da via ou logradouro com o

Topografia – Professor Emerson Liberio 36


Apostila de Topografia – Curso > EDIFICAÇÕES

qual faça frente, bem como a sua orientação e a sua amarração a pontos materializados
no terreno de uma rede de referência cadastral, ou, no caso de sua inexistência, a pontos
notáveis e estáveis nas suas imediações. Quando este levantamento se destinar à
identificação dominial do imóvel, são necessários outros elementos complementares,
tais como: perícia técnico-judicial, memorial descritivo, etc. Compreende o conjunto de
operações necessárias para a determinação de pontos e feições do terreno que serão
projetados sobre um plano horizontal de referência através de suas coordenadas X e Y
(representação bidimensional).

13.2 Levantamento topográfico altimétrico

Levantamento que objetiva, exclusivamente, a determinação das alturas relativas a uma


superfície de referência, dos pontos de apoio e/ou dos pontos de detalhes, pressupondo-
se o conhecimento de suas posições planimétricas, visando à representação altimétrica
da superfície levantada.

Compreende o conjunto de operações necessárias para a determinação de pontos e


feições do terreno que, além de serem projetados sobre um plano horizontal de
referência, terão sua representação em relação a um plano de referência vertical ou de
nível através de suas coordenadas X, Y e Z (representação tridimensional).

13.3 Levantamento Topográfico Planialtimétrico

Levantamento topográfico planimétrico acrescido da determinação altimétrica do relevo


do terreno e da drenagem natural.

14.0 TAQUEOMETRIA
14.1 Princípios Gerais
A Taqueometria, do grego “takhys” (rápido), “metren” (medição), compreende uma
série de operações que constituem um processo rápido e econômico para a obtenção
indireta da distância horizontal e diferença de nível. O instrumento utilizado é o
teodolito provido de fios estadimétricos, que além de medir ângulos, acumula, também,
a função de medir oticamente as distâncias horizontais e verticais. São feitas as leituras
processadas na mira com auxílio dos fios estadimétricos, bem como o ângulo de
inclinação do terreno, lido no limbo vertical do aparelho.
14.2 Cálculos da Distância Horizontal e Diferença de nível
A determinação indireta de uma distância está detalhadamente descrita no capítulo de
Planimetria, procedendo-se de forma idêntica neste caso.

Topografia – Professor Emerson Liberio 37


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FI = (FM x 2) - FS
FM = (FS + FI) /2
FS = (FM x 2) – FI
DH=(FS-FI)x100

Recordando, a fórmula de determinação indireta da distância horizontal, deduzida da


figura 4.1 é a seguinte:
DH = 100.I.cos² α
ou
DH = 100.I.sen² Z
onde:
DH é a distância horizontal;
I é o intervalo de leituras na mira;
α é o ângulo vertical; e
Z é o ângulo zenital.

14.3 Determinações da diferença de nível


A diferença de nível obtém-se de forma idêntica aquela descrita no capítulo de
altimetria, no item referente ao nivelamento trigonométrico.
Sendo assim, a fórmula do cálculo da diferença de nível entre dois pontos pelo
nivelamento trigonométrico, deduzida no item acima especificado, é a seguinte:
DN = DH.tg α - FM + Ai
onde:
DH = distância horizontal entre os dois pontos;
α = ângulo de inclinação;
FM = leitura Lc, realizada na mira com a linha de vista central;
Ai = altura do centro ótico da luneta até o ponto topográfico.

Topografia – Professor Emerson Liberio 38


Apostila de Topografia – Curso > EDIFICAÇÕES

ou
DN = DH.cotg Z - FM + Ai
sendo que Z é o ângulo zenital.
Substituindo a fórmula da distância horizontal anteriormente vista:
DN = 100.I.cos² α.tg α - FM + Ai
sendo:
tg α = sen α / cos α
temos:
DN = 100.I.cos² α.(sen α / cos α) - FM + Ai
DN = 100.I.cos α.sen α - FM + Ai
sendo:
cos α.sen α = ½ .sen (2.α)
temos:
DN = 100.I.½ .sen (2.α) - FM + Ai
DN = 50.I.sen (2.α) - FM + Ai
ou
DN = 50.I.sen (2.Z) - FM + Ai

15.4 Técnicas de Levantamento Taqueométrico pelo processo da Irradiação


O levantamento taqueométrico é usado principalmente para definição planialtimétrica
de parcelas do terreno, realizado através de poligonais e de irradiações a partir dos
vértices das poligonais. A poligonal, desenvolvida em geral ao longo do contorno da
área considerada, serve de arcabouço. Todo levantamento, enquanto as irradiações têm
por finalidade a determinação dos pontos capazes de definirem os acidentes aí existentes
e de caracterizarem o relevo do terreno.
O método correntemente empregado é o de num vértice de coordenadas conhecidas,
obtidas através da poligonação, ou mesmo de uma triangulação, levantar os pontos em
todas as direções que definam nitidamente as feições da superfície terrestre necessárias
ao trabalho que se está realizando.
Para a boa prática das operações é essencial que o vértice onde o instrumento é
estacionado seja nivelado com precisão, pois um vértice mal nivelado afetará,
naturalmente, o cálculo de todas as cotas ou altitudes dos pontos e, consequentemente, o
traçado das curvas de nível. O exemplo a seguir é de um levantamento taqueométrico
pelo processo da irradiação. O teodolito foi estacionado na estaca A e irradiaram visadas
para três pontos. Sabe-se que: AzA1 = 330º00’00”, CA = 20,00 m e Ai = 1,60 m.

16.0 COORDENADAS GEOGRÁFICAS

O sistema de mapeamento da Terra, através de coordenadas geográficas, expressa


qualquer posição horizontal sobre o planeta através de duas das três coordenadas
existentes num sistema esférico de coordenadas, alinhadas com o eixo de rotação da
Terra.

16.1 Localização Absoluta

Topografia – Professor Emerson Liberio 39


Apostila de Topografia – Curso > EDIFICAÇÕES

Para localizar qualquer lugar, na superfície terrestre, de forma exata é necessário


usar duas indicações, uma letra e um número. Temos que utilizar elementos de
referência que nos permitam localizar com exatidão qualquer lugar da Terra. A
rede cartográfica ou geográfica nos dá a indicação das coordenadas geográficas. Os
pontos de orientação dão um rumo, isto é, uma direção, mas não permitem
localizar com exatidão um ponto na superfície terrestre.
Assim, quando dizemos que a área X está a leste de Y, não estamos dando
a localização precisa dessa área, mas apenas indicando uma direção. Para saber
com exatidão onde se localiza qualquer ponto da superfície terrestre — uma
cidade, um porto, uma ilha, etc. — usamos as coordenadas geográficas. As
coordenadas geográficas baseiam-se em linhas imaginárias traçadas sobre o globo
terrestre:

 Os paralelos são linhas paralelas ao equador — a própria linha imaginária


do equador é um paralelo;
 Os meridianos são linhas semicirculares, isto é, linhas de 180° — eles vão do
Polo Norte ao Polo Sul e cruzam com os paralelos.

Cada meridiano possui o seu antemeridiano, isto é, um meridiano oposto


que, junto com ele, forma uma circunferência. Todos os meridianos têm o mesmo
tamanho. Convencionou-se que o meridiano de Greenwich, que passa pelos
arredores da cidade de Londres, na Inglaterra, fosse o meridiano principal.
A partir dos paralelos e meridianos, estabeleceram-se as coordenadas
geográficas, que são medidas em graus, para localizar qualquer ponto da superfície
terrestre.
Latitude é a coordenada geográfica ou geodésica definida na esfera, no elipsoide
de referência ou na superfície terrestre, que é o ângulo entre o plano do equador e a
normal à superfície de referência. A latitude mede-se para norte e para sul do equador,
entre 90º sul, no Polo Sul (ou polo antártico) (negativa), e 90º norte, no Polo Norte (ou
polo ártico) (positiva). A latitude no equador é igual a 0º.
Longitude, algumas vezes representada pela letra grega λ(lambda), descreve a
localização de um lugar na Terra medido em graus, de zero a 180 para leste ou para
oeste, a partir do Meridiano de Greenwich. Diferentemente da latitude, que tem a linha
do Equador como um marco inicial natural, não ha uma posição inicial natural para
marcar a longitude. Portanto, um meridiano de referencia tinha que ser escolhido.

16.2 Sistemas de Coordenadas Geográficas

Existem pelo menos quatro modos de designar uma localização exata para qualquer
ponto no globo terrestre.
Nos três primeiros sistemas, o globo é dividido em latitudes, que vão de 0 a 90º
(Norte ou Sul) e longitudes, que vão de 0 a 180º (Leste ou Oeste). Para efeitos
práticos, usam-se as siglas internacionais para os pontos cardeais: N=Norte, S=Sul,

Topografia – Professor Emerson Liberio 40


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E=Leste/Este, W=Oeste.
Para as latitudes, o valor de cada unidade é bem definido, pois o grande círculo tem
20.003,93km, dividindo este último por 180, conclui-se que um grau (°) equivale a
111,133km. Dividindo um grau por 60, toma-se que um minuto (') equivale a
1.852,22m. Dividindo um minuto por 60, tem-se que um segundo (") equivale a
30,87m.
Para as longitudes, há um valor específico para cada posição, que aumenta de 0 nos
Polos até a Linha do Equador, onde está o seu valor máximo.
Como forma de se demonstrar as diferenças entre cada um dos sistemas, usar-se-á
o exemplo para as coordenadas de um lugar específico: a Catedral Metropolitana de
Porto Alegre.

16.3 Graus - Minutos - Segundos

Neste sistema, cada grau é dividido em 60 minutos, que por sua vez se subdividem,
cada um, em 60 segundos. A partir daí, os segundos podem ser divididos decimal mente
em frações cada vez menores.
Deste modo, a localização da Catedral neste sistema é: 30°01'59,512"S e
51°14'07,012"W.

16.4 Graus - Minutos Decimais


Neste sistema, cada grau é dividido em 60 minutos, que por sua vez são divididos
decimalmente.
A localização da Catedral fica sendo: 30°01,992'S e 51°14,117'W.

16.5 Graus Decimais


Neste sistema, cada grau é dividido em frações decimais. A forma de nomeação difere
um pouco dos dois primeiros sistemas: a latitude recebe a abreviatura lat e a longitude,
lon. Há valores positivos e negativos. Os valores positivos são para o Norte (latitude) e
o Leste (longitude) e não recebem um símbolo específico. Os valores negativos são para
o Sul (latitude) e o Oeste (longitude), sendo acrescidos do símbolo -.
A Catedral tem aqui esta localização: lat -30,0331977° e lon - 51,2352811°.

16.6 Coordenadas UTM


Sistema referencial de localização terrestre baseado em coordenadas métricas definidas
para cada uma das 60 zonas UTM, múltiplas de 6 graus de longitude, na Projeção
Universal Transversal de Mercator e cujos eixos cartesianos de origem são o Equador,
para coordenadas N (norte) e o meridiano central de cada zona, para coordenadas E
(leste), devendo ainda ser indicada a zona UTM da projeção. As coordenadas N (norte)
crescem de S para N e são acrescidas de 10.000.000 (metros) para não se ter valores
negativos ao sul do Equador que é a referência de origem; já as coordenadas E (leste)
crescem de W para E, acrescidas de 500.000 (metros) para não se ter valores negativos a
oeste do meridiano central.

Topografia – Professor Emerson Liberio 41


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Observar que enquanto o sistema de coordenadas geográficas, angulares, em graus,


minutos e segundos é de uso geral para referenciar qualquer ponto da Terra, o sistema
UTM, além de limitado pelos paralelos 80º S e 84º N, deve contar com a indicação da
Zona UTM, pois as mesmas coordenadas métricas N e E repetem-se em todas as 60
zonas. As projeções de linhas meridianas geográficas em mapas próximos das bordas
das zonas (múltiplas de 6º de longitude) mostram ângulo com as linhas cartesianas do
sistema UTM. Exemplo de coordenadas UTM: Zona 23, N 8.569.300, E 645.750 o que
significa que o ponto referenciado acha-se entre 36 e 48º W (zona 23), 145.750 m a
leste do meridiano central (no caso 39º W) e 1.430.700 m a sul do Equador.

16.7 Coordenadas Retangulares


Pela facilidade e rapidez das operações, este método é especialmente indicado para
levantamento de detalhes que apresentam configuração curvilínea; tais detalhes
normalmente são encontrados em sinuosidades de rios e em algumas divisas de
propriedades.
Neste processo, a posição do ponto topográfico de interesse é definida pela medição de
suas coordenadas retangulares (x, y). Um dos lados da poligonal de apoio servirá como
eixo de referência para a medição das abscissas e ordenadas.

17.0 DATUM
O Datum indica o ponto de referência a partir do qual a representação gráfica dos
paralelos e meridianos, e consequentemente de todo o resto que for desenhado na carta,
está relacionado. A diferença entre os data (plural de Datum) são baseadas em modelos
matemáticos distintos da forma e dimensões da Terra e do fator adicional da projeção,
seja por razões históricas, seja para garantir uma representação gráfica mais
proporcionada; tomando como exemplo o Japão, onde usam um ponto de projeção que
não está no centro da terra, mas em algum lugar sob o Japão, isto permite uma menor
distorção na projeção de uma esfera sobre o plano, quando o Japão é representado, mas,
no entanto o uso dessa mesma projeção para os EUA resultaria em um mapa muito
estranho!
A importância do Datum prende-se com a necessidade de projetar um corpo curvo e a
três dimensões (a Terra), num plano a duas dimensões, mantendo, no entanto os
cruzamentos em ângulo retos dos meridianos e paralelos (o mapa).
A primeira abordagem de sucesso foi a famosa projeção de Mercator, em que a Terra é
transformada num cilindro que toca a superfície terrestre no equador (Latitude 0º 0' 0").
Posteriormente surgiram outras em que um cone intercepta a Terra em duas latitudes
com pontos acima do polo, e outra ainda é a de um cilindro tocando a Terra numa
determinada latitude ou longitude. Todas estas projeções criam representações gráficas
diferentes, ou seja, datas diferentes.

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18.0 CÁLCULO DE COORDENADAS UTM. (UNIVERSAL TRANSVERSA DE


MERCARTOR)
Consiste em calcular coordenadas determinando:
 Pontos;
 Determinar ∆x e ∆y;
 Determinar os rumos;
 Determinar as distâncias;
 Determinar os Azimutes;
 Determinar as deflexões;
 Determinar os ângulos da poligonal;
 Desenhar a poligonal;
 Calcular os erros de tolerância.

Exemplos: Calcular as coordenadas e desenhar a poligonal:

1. Determinação dos Pontos:


COORDENADAS
PONTOS DISTÂNCIAS ORIENTAÇÃO
X (LESTE) Y (NORTE)
A 3412 2462 AB SW
B 3320 2360 BC SE
C 3382 2254 CD NE
D 3530 2288 DE SE
E 3712 2224 EF NE
F 3773 2384 FG NW
G 3590 2488 GA SW

2. Determinação ∆x e ∆y:
∆x ∆y

3. Determinação dos Rumos:


Fórmula: ϴarc.tg ∆x
∆y
AB= BC= CD= DE= EF= FG= GA=

Obs: Não existe rumo negativo (neste caso desconsideramos os sinais).

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4. Determinação das Distâncias: Fórmula: D AB= √ (∆X AB)² + (∆Y AB)²


5. Determinação dos Azimutes:
NE >> AZ = ϴ
SE > >AZ= 180º - ϴ
SW >>AZ = 180º+ ϴ
NW >>AZ = 360º - ϴ

6. Cálculo das deflexões:


1. Defl. AB = AZ AB – AZ GA
2. Defl. BC = AZ BC – AZ AB
3. Defl. CD = AZ CD – AZ BC
4. Defl. DE = AZ DE – AZ CD
5. Defl. EF = AZ EF – AZ DE
6. Defl. FG = AZ FG – AZ EF
7. Defl. GA = AZ GA – AZ FG

7. Cálculo do Ângulo da Poligonal:


1. αAB = δAB + 180º =>
2. αBC = δBC + 180º =>
3. αCD = δCD + 180º =>
4. αDE = δDE + 180º =>
5. αEF = δEF + 180º =>
6. αFG = δFG + 180º =>
7. αGA = δGA + 180º =>

8. Desenho da poligonal: A ser desenhado em sala de aula.


9. Calcular os erros - Método das deflexões (mais simples e preciso):
∑ Deflexões à direita: ______________________.

∑ Deflexões à esquerda: Valores expressos em minutos).

10. Cálculo da área: Teorema de GAUSS

Pontos Leste (X) X*Y Norte (Y) Y*X


A 8.052.320,00 8.173.840,00
B 7.483.280,00 7.981.520,00
C 7.738.016,00 7.956.620,00
D 7.850.720,00 8.493.056,00
E 8.849.408,00 8.391.152,00
F 9.387.224,00 8.558.560,00
RESULTADO
∑X 58.199.548,00
∑Y 58.043.804,00
Área = (∑X - ∑Y) / 2
Área total: 77.872,00 m²

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Exercícios:

Calcular a poligonal abaixo:

PONTOS COORDENADAS ORIENTAÇÃO


X (E) Y (N)
1. A 30131,101 8347,324 AB – NE
2. B 30315,147 8353,947 BC – NE
3. C 30453,449 8410,202 CD – NE
4. D 30653,218 8609,650 DE – NW
5. E 30642,974 8829,555 EF – NW
6. F 30545,650 8885,809 FG – NW
7. G 30438,660 9104,794 GH – NW
8. H 30317,889 9192,644 HI – NW
9. I 30313,123 9338,637 IJ – NW
10. J 30150,255 9428,974 JK – SW
11. K 29980,149 9414,520 KL – SW
12. L 29795,565 9353,091 LM – SW
13. M 29737,656 9194,009 MN – SE
14. N 29821,006 9088,578 NO – SW
15. O 29755,859 9001,855 OP – SW
16. P 29730,524 8770,593 PQ – SE
17. Q 29763,098 8676,643 QR – SE
18. R 29835,484 8597,146 RS – SE
19. S 29988,634 8574,373 ST – SE
20. T 30012,485 8498,504 TU – SE
21. U 30143,719 8468,268 UA - SO

19.0 ERROS

DETERMINAÇÃO DO ERRO DE FECHAMENTO ANGULAR (Efa)

Após a leitura dos ângulos à direita da poligonal (internos ou externos), faz-se uma verificação
do fechamento angular.

ÂNGULOS DA POLIGONAL

SOMA DOS ÂNGULOS

Os valores teóricos são dados pelas fórmulas:

Topografia – Professor Emerson Liberio 45


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a - Para ângulos internos (Ai ):

ΣAi = 180º (− 2)

b - Para ângulos externos (Ae):

ΣAe = 180º (+ 2)

Onde: n = número de vértices da poligonal

Para o exemplo, têm-se ângulos internos, onde n = 7.

Σ =180 (7 − 2) = ____________________

Sabe-se que o erro de fechamento angular (Efa) e dado pela fórmula (7.3) quando o ângulo
medido é interno; ou pela fórmula (7.4) quando o ângulo medido é externo:

=Σ −Σ CAMPO i Efa A A (7.3) ou =Σ −Σ CAMPO e Efa A A (7.4)

Nas Medições Diretas

Aqui as medições são feitas duplamente (ida e volta), mas qualquer discrepância encontrada
entre medições feitas sob condições similares, não revela nenhum erro sistemático. As medições
duplas servem para detectar enganos, frequentemente cometidos. Em condições médias, para a
medição direta, um trabalho razoável é representado pela relação 1/2000 ou 1/1000 para
levantamentos expeditos.

As principais fontes de erro nas medições diretas são as seguintes:

a) comprimento incorreto do diastímetro:

O comprimento de uma trena de aço varia com as condições de temperatura, tração e flexão;
portanto um diastímetro é dito de comprimento correto somente sob determinadas condições.
Isto produz um erro sistemático que pode ser praticamente anulado, aplicando-se correções.

b) Diastímetro não na horizontal:

Frequentemente, um declive engana o operador e a tendência é segurar a corrente, na parte mais


baixa do declive, em posição mais baixa. Em trabalhos comuns, esta é uma das maiores fontes
de erros. Será um erro acumulativo, para mais.

c) Alinhamento incorreto:

O operador cravando as fichas ora de um lado, ora de outro do alinhamento correto, causam
erros provenientes da má orientação do auxiliar de ré. Isto produz um erro sistemático variável,
que poderá ser reduzido pelo cuidado nas operações. Resultam valores maiores e, portanto são
erros positivos.

d) Inclinação das balizas:

Se, por falta de cuidado, o auxiliar inclina a baliza, ao invés de mantê-la na vertical, o
diastímetro estará medindo um valor maior ou menor, conforme a inclinação da baliza.

e) Catenária:

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É um erro que ocorre sempre que o diastímetro for suportado pelas extremidades; devido ao
peso próprio da corrente, faz que surja uma curvatura ao invés de se medir em reta, ficando a
distância horizontal entre os pontos menor do que usando a corrente estivesse inteiramente
suportada ou colocada sobre o solo. A flecha formada ou catenária pode ser diminuída,
aplicando-se tensões mais fortes.

Nas Medições Indiretas

Enquanto na medição direta de distâncias, a maioria dos erros é sistemática, e por isto a precisão
de tais levantamentos varia diretamente com a distância, nas medições indiretas, por
estadimetria, a precisão dependerá dos erros cometidos nas leituras dos ângulos horizontais e
verticais e nas leituras dos retículos. Como os erros provenientes da leitura de ângulos são
acidentais, o erro principal cometido é na observação dos

retículos interceptando a mira, que também é um erro acidental, supondo a mira mantida na
posição vertical. Assim, é de se esperar que os erros variem com a raiz quadrada da distância, o
que é uma das mais importantes vantagens que a estadimetria apresenta sobre a medição direta.

Nos Ângulos de fechamento

a) Determinação:

O erro pode ser determinado, logo no final do levantamento no campo, por duas maneiras:

· por diferença entre azimutes:

Tomando-se por base o azimute inicial MP-1 (de saída), que foi lido no círculo horizontal e
comparando com o azimute final MP-1 (de chegada) que foi calculado em função das sucessivas
deflexões e azimutes dos alinhamentos anteriores, tem-se por diferença, o erro angular de
fechamento.

OBS.: É bom lembrar que o primeiro azimute é lido, e os outros serão calculados.

Azimutes lidos e calculados.

Pelas deflexões (mais simples e preciso):

Como a poligonal é fechada, evidentemente, deveria “fechar” com 0º ou 360º. E como se tem
deflexões á direita e á esquerda, a diferença entre os somatórios das duas colunas de deflexões
deveria teoricamente ser igual a 0º ou 360º. A diferença para mais ou para menos de 360º, será o
erro angular de fechamento, que logicamente será igual ao valor encontrado pelas diferenças de
azimutes do alinhamento MP - 1. Assim, o erro angular será:

b) Limite do erro - tolerável:

O erro angular de fechamento encontrado ao final do levantamento será comparado com o erro
máximo permissível, que será função do número de estações ou vértice do polígono. Os
diversos autores não são unânimes quanto ao valor deste limite, que é baseado na lei da
propagação dos erros; entretanto, a maioria deles recomenda que o limite de tolerânciaN ou
até o dobro desse valor, sendo N o número de estações do aparelho usadas no levantamento e o
erro será expresso em minutos. Assim, poder-se-ia dizer que o valor do erro angular estando
dentro desses limites indicariam:

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N = índice de um bom trabalho

2* N = índice de um trabalho aceitável

Entretanto, a bibliografia mostra que o erro angular de fechamento não dá total segurança
quanto ao julgamento de um levantamento. O valor encontrado é simplesmente um resíduo dos
erros acidentais, pois podem ocorrer as compensações naturais durante o trabalho; assim
errando-se um ângulo num sentido, esse erro poderá ser total ou parcialmente anulado pelo erro
seguinte cometido em direção oposta. Na verdade, houve um erro duplo, mas nos cálculos
desaparecerá pela compensação natural. Embora não seja um índice rígido quanto á qualidade
de um trabalho, é uma das maneiras com que se depara para tal julgamento e, portanto terá que
ser levado em conta. O que se pode afirmar é que, estando o erro angular dentro dos limites
preconizados, provavelmente o trabalho foi bem executado.

20.0 MEDIDAS AGRÁRIAS:

As unidades de medidas de superfície são:

• Metro quadrado → m².

• Are : corresponde a superfície de um quadrado de 10 metros de lado ou seja 100 m2. É muito
usado o múltiplo destas unidades, o HECTARE (100 vezes o ares) que equivale a 10.000 m2 e
corresponde à superfície de um quadrado de 100 metros de lado. A conversão de um número
qualquer de m2 para hectare (ha) basta dividi-lo por 10.000 e separá-lo a partir da direita, em
casas de algarismo, assim:

Área = 1.278.493 m²

Dividindo por 10.000 tem-se: 127,8493 hectares.

Assim, temos:

1 hectare (ha) = 10.000,00 m² (quadrado de 100 x 100 m)


1 are (a) = 100,00 m² (quadrado de 10 x 10 m)
1 centiare (ca) = 1,00 m² (quadrado de 1 x 1 m)
Portanto:

127,8493 hectares correspondem a: 127 hectares; 84 ares; 93 centiares.

21.0 ROTEIRO DO MEMORIAL DESCRITIVO

Para o Memorial Descritivo de uma propriedade rural, devemos relacionar as seguintes


informações:

• O nome da Propriedade e do Bairro, Distrito, Município e Estado onde se encontra a área


levantada;

• Sua área, obrigatoriamente em unidades métricas (hectares, ares, centiares) e facultativamente


em alqueires ou outra unidade de medida local.

• A posição de um de seus vértices em relação a um ponto notório das vizinhanças;

• A descrição do seu perímetro, que deverá mencionar:

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♦- O sentido em que vai ser percorrido (horário ou anti-horário);

♦- Se as medidas (rumos ou azimutes e distâncias) são exatas ou aproximadas, e se os rumos ou


azimutes são magnéticos ou verdadeiros.

♦- O ponto onde tem início;

♦- As deflexões, isto é, mudanças de direção na passagem de um lado para o outro (para direita
ou para a esquerda).

♦- A caracterização de cada lado:

- pelo agente divisório (cercas, vales, córregos, etc.);

- pelo seu rumo ou azimute (magnético ou verdadeiro);

- pelos nomes dos confrontantes;

- pelo comprimento dos lados;

- por outras menções esclarecedoras.

Referência de Nível (RN)

As Referências de Nível (RRNN) são marcas características de metal (latão ou bronze) cravadas
em pilares de concreto erguidos nos extremos das seções ou (obras de arte, monumentos,
estações ferroviárias ou rodoviárias) pontos notáveis dos percursos de linhas geodésicas. Abaixo
é ilustrada a materialização de uma Referência de Nível.

É possível obter as informações sobre a rede altimétrica brasileira através do site do IBGE
(www.ibge.gov.br). Para tal, deve-se conhecer o nome da RN e sua posição (latitude e
longitude), tendo em vista que as informações foram organizadas com base nas folhas da Carta
Internacional do Mundo ao Milionésimo.

22.0 EQUIPAMENTOS

1. Estação total – GPS Geodésico.

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2. Teodolito ( Se assemelha com uma estação total).

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3. Teodolito (nomenclatura)

4. Nível

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22.0- INSTALAÇÃO DO EQUIPAMENTO

Diversos procedimentos de campo em Topografia são realizados com o auxílio de equipamentos


como estações totais e teodolitos. Para que estes equipamentos possam ser utilizados, os
mesmos devem estar corretamente “estacionados” sobre um determinado ponto. Estacionar um
equipamento significa que o mesmo deverá estar nivelado e centrado sobre o ponto topográfico.
As medições somente poderão iniciar após estas condições serem verificadas. É muito comum
diferentes profissionais terem a sua forma própria de estacionar o equipamento, porém,
seguindo algumas regras simples, este procedimento pode ser efetuado de forma rápida e
precisa.

O exemplo a seguir demonstra os procedimentos para o estacionamento de uma estação total TC


403L, porém as etapas serão as mesmas para outros modelos de equipamentos que possuam
prumos óticos ou laser.

A) INSTALANDO O TRIPÉ E RETIRANDO O INSTRUMENTO DA CAIXA.

Para estacionar o equipamento de medida sobre um determinado ponto topográfico, o primeiro


passo é instalar o tripé sobre o ponto. Um ponto topográfico pode ser materializado de diversas
maneiras, como por piquetes, pregos ou chapas metálicas, entre outros. A figura abaixo ilustra
um exemplo de ponto materializado através de uma chapa metálica engastada em um marco de
concreto de forma tronco de pirâmide.

Marco de Concreto.

Na chapa metálica será encontrada uma marca (figura 6.28), que representa o ponto topográfico.
Teoricamente, após o equipamento estar devidamente calado e centrado sobre o ponto, o
prolongamento do eixo principal do equipamento passará por esta marcação sobre a chapa.

Indicação do ponto topográfico sobre a chapa metálica.

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Enquanto os equipamentos não estiverem sendo utilizados, deve-se evitar deixá-los apoiados em
pé, pois estes podem cair e sofrer alguma avaria. O ideal é deixar os equipamentos sempre
“deitados” no chão, conforme ilustra a figura abaixo. Escolhido o ponto onde será estacionado o
equipamento, é hora de instalar o tripé.

DISPOSIÇAO CORRETA DISPOSIÇÃO ERRADA

O tripé possui parafusos ou travas que permitem o ajuste das alturas das pernas (figura abaixo).

Movimento de extensão das pernas do tripé.

Inicialmente o tripé deve ser aberto e posicionado sobre o ponto. Deve-se procurar deixar a base
do tripé numa altura que posteriormente, com a instalação do instrumento de medida, o
observador fique em uma posição confortável para manuseio e leitura do equipamento. É
fundamental cravar bem as pontas das pernas do tripé para evitar que o mesmo se mova
posteriormente durante as medições.

Cravando o tripé no solo.

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Dois pontos devem ser observados nesta etapa, para facilitar a posterior instalação do
equipamento: o primeiro é que a base do tripé deve estar o mais horizontal possível (figura
abaixo) e que através do orifício existente na base do tripé deve-se enxergar o ponto
topográfico.

Cuidados a serem seguidos na instalação do tripé.

Terminada esta etapa o equipamento já pode ser colocado sobre o tripé. O mesmo deve ser
retirado com cuidado do seu estojo. É importante deixar o estojo fechado em campo para evitar
problemas com umidade e sujeira, além de dificultar a perda de acessórios que ficam guardados
no estojo. A figura abaixo ilustra esta questão.

Fixando o equipamento ao tripé.

B) CENTRAGEM E NIVELAMENTO

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Após o equipamento estar fixo sobre o tripé é necessário realizar a centragem e o nivelamento
do mesmo. Centrar um equipamento sobre um ponto significa que, uma vez nivelado, o
prolongamento do seu eixo vertical (também chamado principal) está passando exatamente
sobre o ponto (figura abaixo). Para fins práticos, este eixo é materializado pelo fio de prumo,
prumo ótico ou prumo laser.

- Eixo principal do equipamento passando pelo ponto.

Nivelar o equipamento é um dos procedimentos fundamentais antes da realização de qualquer


medição. O nivelamento pode ser dividido em duas etapas, uma inicial ou grosseira, utilizando-
se o nível esférico, que em alguns equipamentos está associado à base dos mesmos, e a outra de
precisão ou "fina", utilizando-se níveis tubulares, ou mais recentemente, níveis digitais (figura
abaixo).

Níveis esférico, tubular e digital.

Inicialmente, com o auxílio dos parafusos calantes, posiciona-se o prumo laser sobre o ponto
(abaixo). Para prumos óticos não se deve esquecer de realizar a focalização e centrar os retículos
sobre o ponto.

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Posicionando o prumo sobre o ponto.

Realiza-se então o nivelamento grosseiro utilizando o movimento de extensão das pernas do


tripé (figura 6.38). Este nivelamento é realizado utilizando o nível esférico.

Observa-se o deslocamento da bolha no nível esférico e realiza-se o calagem do mesmo (figura


abaixo).

Ajustando o nível de bolha utilizando os movimentos de extensão do tripé.

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Calagem da bolha do nível esférico.

O nivelamento "fino" ou de precisão é realizado com auxílio dos parafusos calantes e níveis
tubulares ou digitais. Inicialmente alinha-se o nível tubular a dois dos parafusos calantes (figura
abaixo).

Nível alinhado a dois calantes.

Atuando nestes dois parafusos alinhados ao nível tubular, faz-se com que a bolha se desloque
até a posição central do nível. Cabe salientar que os parafusos devem ser girados em sentidos
opostos, a fim de calar a bolha do nível (figura abaixo).

Movimentação dos dois calantes ao mesmo tempo, em sentidos opostos.

Após a bolha estar calada, gira-se o equipamento de 90º, de forma que o nível tubular esteja
agora ortogonal à linha definida anteriormente (figura abaixo).

Alinhamento do nível ortogonalmente à linha inicial

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Calagem da bolha atuando no parafuso ortogonal a linha inicial

Para equipamentos com níveis digitais não é necessário rotacionar o equipamento, basta atuar
diretamente no parafuso que está ortogonal a linha definida pelos outros dois. Repete-se o
procedimento até que, ao girar o equipamento, este esteja sempre calado em qualquer posição.
Caso isto não ocorra, deve-se verificar a condição de verticalidade do eixo principal e se
necessário, retificar o equipamento.

Ao terminar este procedimento, verifica-se a posição do prumo. Se o mesmo não está sobre o
ponto, se solta o parafuso de fixação do equipamento e desloca-se o mesmo com cuidado até
que o prumo esteja coincidindo com o ponto. Deve-se tomar o cuidado de não rotacionar o
equipamento durante este procedimento, realizando somente uma translação do mesmo.

Feito isto, deve-se verificar se o instrumento está calado e caso isto não seja verificado, realiza-
se novamente o nivelamento fino. Este procedimento deve ser repetido até que o equipamento
esteja perfeitamente calado e centrado. Ao final desta etapa, o equipamento estará pronto para a
realização das medições.

As etapas para instalação do equipamento podem ser resumidas em:

• Posicionar o tripé sobre o ponto tomando o cuidado de deixar o prato o mais horizontal
possível sendo possível enxergar o ponto através do orifício existente na base do tripé;

• Fixar o equipamento sobre o tripé;

• Com o auxílio dos parafusos calantes, posicionar o prumo sobre o ponto;

• Nivelar a bolha esférica com o auxílio do movimento de extensão das pernas do tripé;

• Realizar o nivelamento fino utilizando o nível tubular ou digital;

• Verificar se o prumo sai do ponto. Caso isto ocorra, soltar o equipamento e deslocar o mesmo
até que o prumo esteja posicionado sobre o ponto;

• Repetir os dois últimos procedimentos até que o equipamento esteja perfeitamente nivelado e
centrado.

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Montagem - Professor Emerson Liberio

BIBLIOGRAFIA:

BÁSICA:

- BORGES, A. de C. Exercícios de Topografia. São Paulo: Edgard Blücher, 1999.

- COMASTRI, José Aníbal; TULER, José Claudio. Topografia: altimetria. 3. Ed.


Viçosa, MG: UFV, 2003.

- COMASTRI, José Aníbal; GRIPP JUNIOR, Joel. Topografia aplicada: medição,


divisão e Demarcação. Viçosa, MG: UFV, 2002.

COMPLEMENTAR:

- ESPARTEL, LELIS, Curso de Topografia. 7. Ed Porto Alegre: Globo, 1980.

- FITZ, PR, Cartografia Básica. UNILASALLE, 2005.

- LOCH, Carlos. Topografia contemporânea: planimetria. Florianópolis: EDUFSC,


1995.

- Apostila sobre GPS - THORTON, Jonathan - S. Paulo - SP - 1997

- Manual de Operação do receptor GPS III, fabricado pela Garmin.

- GPS – Um Guia de Utilidade – HURN, Jeff – Trimble Navigation Limited

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