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E a transmissão de Àșȩ
6 DE NOVEMBRO DE 2017
ILÉ ÀȘȩ IGBÓ ÒRÌȘÀ
Natal - RN
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Deve-se ter em conta que nenhum iniciado no culto ao Òrìsà pode entregar o
que não recebeu ou participar de cerimonias que ultrapassem seu grau de
iniciação. Aqueles que tem simplesmente omí-eró em sua cabeça (cabeça
lavada), não se consideram iniciados dentro do culto, bem como também não
devem participar de cerimonias de consagrações e outras que se realizem a
sacralizações para os Òrìsà.
Cada omo – Òrìsà deve fazer, passar por vários retiros espirituais com seus
respectivos rituais e sacralizações, que podem ser anuais, onde iram recebendo
pouco a pouco distintos tipos de àşe (poderes espirituais que lhes permitam
algo), entre os quais estão outros assentamentos de Òrìsà que não foram
entregues na primeira instancia, assim como distintas laminas para
sacralização, cada uma com uma função especial e colares que tem tamanhos
diferentes de acordo com o grau do iniciado. Finalmente aqueles que estão
destinados a ser Babalòrìsà ou Iyalòrìsà, será possuidor de todos os principais
Òrìsà que se cultuam, sendo que devem seguir as tradições da família que
pertencem, pois de família para família podem variar: Òrí, Èsù, Ògún, Ode /
Òsóòsì, Òsanyìn, Obà, Oyá, Osun, Òsàlà, Obàluaiyè / Omolú, Sàngó, Ìbejì, etc.
Possuindo essas divindades lhes permite transmitir a outros o àse de cada um
mediante assentamentos, como também poderá manipular e realizar
cerimonias para Òrí. Irá aprendendo pouco a pouco cada cerimonia, como
atender e olhar cada Òrìsà, suas lendas, caminhos, rezas cantadas, ervas,
animais, proibições e etc. cada grau de conhecimento deve ser adquirido
paulatinamente, com o tempo, dedicação e pratica. Se considera que se
necessite de no mínimo 7 anos para estar “pronto”, no entanto, se deve
diferenciar entre SER “pronto” (iniciado com cerimonias especificas para tal) e
ESTAR “pronto”, onde definitivamente deve-se haver obtido os conhecimentos
necessários mínimos, para dizer que se está começando o caminho de
Babalòrìsà ou Iyalòrìsà.
Deve-se então entender que o que se chama Òrìsà em terras Yorubas, aqui na
América se chama Òrìsà Funfun e foram englobados com o termo: Òrìsà nlá, os
“grandes orixás” para diferencia-los das outras divindades que na África não se
consideram Òrìsà por não ter relações com a linhagem real. É sinônimo de Òrìsà
nlá a palavra Òsà nlá (Òsàlà) e sob isso em algumas partes, se agrupam ao
conjunto de Òrìsà Funfun femininos. Também se estende a palavra Obàtálá
como sinônimo de Òrìsà Funfun, usado para fazer referência aos que são
masculinos. A pesar de que muitos pensam que Obàtálá e Òsà nlá (Òsàlà) é uma
única deidade, de tipo andrógino; em ambos os termos, cerca de 200 divindades
foram agrupadas pertencentes a linhagem real Yoruba. Estão ali todos os
fundadores dos primeiros reinos yorubas e de linhagens que mais tarde
passariam a ser também linhagens do tipo espiritual.
A seguir, passamos a enumerar uma lista de membros dos distintos Òrìsà Funfun,
de quem algumas outras divindades herdaram seus nomes como sobrenome, por
pertencer à família, sendo este um novo caminho da Òrìsà, outros são quase
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esquecidos ou não são mais cultuados. Nós expormos aqui pelo menos 121
nomes de Òrìsà Funfun, esperamos que você ache que é útil conhecer esta lista.
Referências
Texto oriundo de pesquisas religiosas; adapitado e traduzido pelo sacerdote
Luzenildo Nunes (ȩdȩ Ikola).
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