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ÍNDICE DE ASSUNTOS
Coisa Julgada em Ação de Cumprimento
Criação de Foro e Perpetuatio Jurisdictionis
EC 19/98 e Subsídio de Magistrado
Reclamação: Seqüestro de Precatórios Vencidos
Coisa Julgada em Ação de Cumprimento
(Transcrições)
Extradição – Brasileiro Nato – Impossibilidade
Constitucional – Extraterritorialidade da Lei Penal
(Transcrições)
PLENÁRIO
PRIMEIRA TURMA
Não houve sessão da Primeira Turma.
SEGUNDA TURMA
Criação de Foro e Perpetuatio
Jurisdictionis
A Turma negou provimento a recurso ordinário em
habeas corpus no qual se pretendia a redistribuição de
denúncia, já recebida pelo Juiz de Direito da Vara
Criminal da Comarca de Magé/RJ, tendo em conta a
posterior criação do Foro Regional de Piabetá/RJ, local
onde ocorrera o fato delituoso. Considerou-se que a
criação de vara regional na localidade do fato, depois
de oferecida a denúncia, não afasta a competência
territorial já firmada, por aplicação analógica do art. 87
do CPC, conforme autorização expressa contida no art.
3º do CPP. Ressaltou-se, ainda, a existência de Aviso
editado pelo Corregedor-Geral da Justiça no qual
restara vedada a redistribuição dos processos em curso
para o foro recém instituído. (CPC, art. 87:
“Determina-se a competência no momento em que a
ação é proposta. São irrelevantes as modificações do
estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente,
salvo quando suprimirem o órgão judiciário ou
alterarem a competência em razão da matéria ou da
hierarquia.”). Precedentes citados: RHC 58.468-DF
(DJU de 12.12.80 ) e HC 71.810-DF (DJU de
25.11.94).
RHC 83.009-RJ, rel. Min. Maurício Corrêa, 21.5.2003.
(RHC-83009)
Coisa Julgada em Ação de Cumprimento
A Turma manteve decisão do Tribunal
Superior do Trabalho que extinguira a execução de
ação de cumprimento transitada em julgado em razão
de, em outro processo, ter declarado a incompetência,
em grau de recurso ordinário, do TRT da 2ª Região
para conhecer do dissídio coletivo, invalidando,
portanto, a sentença normativa por este proferida.
Tratava-se, na espécie, de recurso extraordinário
fundado em ofensa à coisa julgada (CF, art. 5º,
XXXVI), mediante o qual se sustentava que a sentença
na ação de cumprimento transitara em julgado antes da
decisão do TST que dera pela incompetência do TRT, e
que a desconstituição da coisa julgada formada
naquela ação só poderia ser legitimada por meio de
ação rescisória. A Turma afastou a alegada ofensa à
coisa julgada tendo em conta a excepcionalidade da
sentença normativa e de seus efeitos, sujeitos a
alterações, seja por eventual recurso ou em decorrência
da cláusula rebus sic stantibus, as quais podem resultar
na extinção ou na alteração do conteúdo da sentença
normativa, o mesmo ocorrendo, via de conseqüência,
com a ação destinada a assegurar o cumprimento da
referida sentença. Leia na seção de Transcrições deste
Informativo o inteiro teor do voto condutor desta
decisão.
RE 331.099-SP, rel. Min. Maurício Corrêa, 21.5.2003.
(RE-331099)
CLIPPING DO DJ
de 23 de maio 2003
ADI N. 2.592-RO
RELATOR: MIN. SYDNEY SANCHES
EMENTA: DIREITO CONSTITUCIONAL E PENAL.
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE DO
§ 3º DO ART. 136-A DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DE
RONDÔNIA, INTRODUZIDO PELA EMENDA
CONSTITUCIONAL Nº 21, DE 23.08.2001, E QUE DEFINE,
COMO CRIME DE RESPONSABILIDADE DO GOVERNADOR
DO ESTADO, “A NÃO EXECUÇÃO DA PROGRAMAÇÃO
ORÇAMENTÁRIA, DECORRENTE DE EMENDAS
PARLAMENTARES”.
ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO AOS ARTIGOS 22,
INCISO I, E 85, PARÁGRAFO ÚNICO, DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL.
1. A jurisprudência do S.T.F. é firme no sentido de que
compete à União legislar sobre crime de responsabilidade (art. 22, I,
e art. 85, parágrafo único, da C.F.).
2. No caso, a norma impugnada violou tais dispositivos.
3. Ação Direta de Inconstitucionalidade julgada procedente.
4. Plenário. Decisão unânime.
* noticiado no Informativo 305
ADI N. 2.646-SP
RELATOR: MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE. LEI DE ORIGEM
PARLAMENTAR. ORGANIZAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO
ESTADO DE SÃO PAULO. VÍCIO FORMAL DE INICIATIVA.
As regras previstas na Constituição Federal para o processo
legislativo aplicam-se aos Estados-membros. Compete
exclusivamente ao Governador a iniciativa de leis que cuidem da
estruturação e funcionamento de órgãos vinculados ao Poder
Executivo (CF, artigos 61, § 1º, II, “e”; e 144, § 6º). Precedentes.
Inconstitucionalidade da Lei 10890/01, do Estado de São
Paulo. Ação julgada procedente.
* noticiado no Informativo 302
ADI N. 2.742-ES
RELATOR: MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE. LEI DO ESTADO DO ESPÍRITO
SANTO. ORIGEM PARLAMENTAR. EXTINÇÃO DE CARGOS
E PROMOÇÃO DE CARREIRAS DO CORPO DE BOMBEIROS
MILITAR. PROCESSO LEGISLATIVO. SIMETRIA. VÍCIO
FORMAL DE INICIATIVA.
As regras previstas na Constituição Federal para o processo
legislativo aplicam-se aos Estados-membros. Compete
exclusivamente ao Governador a iniciativa de leis que cuidem da
extinção de cargos públicos e da promoção de carreiras diretamente
vinculadas ao Poder Executivo, especialmente quando resultarem
em acréscimo de despesa pública (CF, artigos 61, § 1º, II, “a” e “c”;
63, I; e 144, § 6º). Precedentes.
Inconstitucionalidade da Lei 7134/02, do Estado do Espírito
Santo. Ação julgada procedente.
* noticiado no Informativo 301
MS N. 24.113-DF
RELATOR: MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA.
DESAPROPRIAÇÃO. REFORMA AGRÁRIA. DILAÇÃO
PROBATÓRIA. NÃO-CABIMENTO DO WRIT. INSTRUÇÃO
NORMATIVA 8/93 REVOGADA PELA DE Nº 31/99. PRAZO
ESTABELECIDO NA LEI 8629/93: INTERPRETAÇÃO DO STF.
IMPRESTABILIDADE DA AVERBAÇÃO DE QUOTA IDEAL,
SEM IDENTIFICAÇÃO DA ÁREA. PROCEDIMENTO
EXPROPRIATÓRIO, QUE NÃO SE VINCULA AO DESFECHO
DE AÇÃO CAUTELAR.
1. Não cabe mandado de segurança para discutir-se questão
que exige dilação probatória.
2. Inexigível a presença de técnico de cadastro na comissão,
visto que a Instrução Normativa INCRA/8/93 foi revogada pela de
nº 31/99.
3. A jurisprudência desta Corte firmou entendimento de que
o § 4º do artigo 2º da Lei 8629/93 não fixa prazo de validade para a
vistoria, apenas determina que, durante o referido período, as
modificações introduzidas no imóvel não deverão ser levadas em
conta para o efeito de desapropriação.
4. Não se encontrando individualizada na sua averbação, a
reserva florestal não poderá ser excluída da área total do imóvel
desapropriando para efeito de cálculo da produtividade. Precedente.
5. Tramitação de ação cautelar de produção antecipada de
prova sobre as mesmas questões tratadas no mandamus. As duas
ações são independentes. Os atos do procedimento expropriatório
não se vinculam ao desfecho da cautelar. Precedentes.
Segurança denegada, ressalvadas as vias ordinárias.
Rcl N. 595-SE
RELATOR: MIN. SYDNEY SANCHES
EMENTA: - DIREITO CONSTITUCIONAL E
PROCESSUAL CIVIL.
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE DE
LEI MUNICIPAL, EM CURSO NO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE
SERGIPE, COM LIMINAR DEFERIDA.
RECLAMAÇÃO PARA O SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. PROCEDÊNCIA.
1. Dispõe o art. 106, I, “c”, da Constituição do Estado de
Sergipe:
RE N. 269.700-SC
RED. P/ O ACÓRDÃO: MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: TRIBUTÁRIO. SALÁRIO-EDUCAÇÃO.
PERÍODO ANTERIOR À LEI N.º 9.424/96. ALEGADA
INCONSTITUCIONALIDADE, EM FACE DA EC 01/69,
VIGENTE QUANDO DA EDIÇÃO DO DECRETO-LEI N.º
1.422/75, POR OFENSA AO PRINCÍPIO DA ESTRITA
LEGALIDADE TRIBUTÁRIA, CONSAGRADO NOS ARTS. 153,
§ 2.º, E 178, E AO PRINCÍPÍO DA VEDAÇÃO DA DELEGAÇÃO
DE PODERES, PREVISTO NO ART. 6.º, PARÁGRAFO ÚNICO.
ALEGADA CONTRARIEDADE, AINDA, AO ART. 195, I, DA
CF/88. CONTRIBUIÇÃO QUE, DE RESTO, FORA REVOGADA
PELO ART. 25 DO ADCT/88.
Contribuição que, na vigência da EC 01/69, foi considerada
pela jurisprudência do STF como de natureza não tributária,
circunstância que a subtraiu da incidência do princípio da legalidade
estrita, não se encontrando, então, na competência do Poder
Legislativo a atribuição de fixar as alíquotas de contribuições
extratributárias.
O art. 178 da Carta pretérita, por outro lado, nada mais fez
do que conferir natureza constitucional à contribuição, tal qual se
achava instituída pela Lei n.º 4.440/64, cuja estipulação do
respectivo quantum debeatur por meio do sistema de compensação
do custo atuarial não poderia ser cumprida senão por meio de
levantamentos feitos por agentes da Administração, donde a fixação
da alíquota haver ficado a cargo do Chefe do Poder Executivo.
Critério que, todavia, não se revelava arbitrário, porque
sujeito à observância de condições e limites previstos em lei.
A CF/88 acolheu o salário-educação, havendo mantido de
forma expressa - e, portanto, constitucionalizado -, a contribuição,
então vigente, a exemplo do que fez com o PIS-PASEP (art. 239) e
com o FINSOCIAL (art. 56 do ADCT), valendo dizer que a
recepcionou nos termos em que a encontrou, em outubro/88.
Conferiu-lhe, entretanto, caráter tributário, por sujeitá-la,
como as demais contribuições sociais, à norma do seu art. 149, sem
prejuízo de havê-la mantido com a mesma estrutura normativa do
Decreto-Lei n.º 1.422/75 (mesma hipótese de incidência, base de
cálculo e alíquota), só não tendo subsistido à nova Carta a delegação
contida no § 2.º do seu art. 1.º, em face de sua incompatibilidade
com o princípio da legalidade a que, de pronto, ficou circunscrita.
Recurso não conhecido.
HC N. 82.590-SP
RELATOR: MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: HABEAS CORPUS. PACIENTE
DENUNCIADO POR INFRAÇÃO AO ART. 10, CAPUT, DA LEI
N.º 9.437/97. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL.
Hipótese em que as armas não se encontravam,
efetivamente, na posse do paciente, inexistindo justa causa para a
persecução criminal.
Habeas corpus deferido.
* noticiado no Informativo 299
HC (MC) 83.113-DF*
E M E N T A: EXTRADIÇÃO. CONFLITO
POSITIVO DE NACIONALIDADES. DUPLA
NACIONALIDADE. POSSE CONCOMITANTE DA
NACIONALIDADE BRASILEIRA PRIMÁRIA OU
ORIGINÁRIA. CRITÉRIOS CONSTITUCIONAIS DO JUS
SOLI E DO JUS SANGUINIS. EXTRADIÇÃO
REQUERIDA AO GOVERNO DO BRASIL.
INADMISSIBILIDADE. VEDAÇÃO CONSTITUCIONAL
ABSOLUTA, TRATANDO-SE DE BRASILEIRO NATO
(CF, art. 5º, LI). POSSIBILIDADE, NO ENTANTO, DE
APLICAÇÃO EXTRATERRITORIAL DA LEI PENAL
BRASILEIRA. HIPÓTESE DE
EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA.
CONSIDERAÇÕES DE ORDEM DOUTRINÁRIA E DE
CARÁTER JURISPRUDENCIAL.
- O brasileiro nato, quaisquer que sejam as
circunstâncias e a natureza do delito, não pode ser
extraditado, pelo Brasil, a pedido de Governo estrangeiro,
pois a Constituição da República, em cláusula que não
comporta exceção, impede, em caráter absoluto, a
efetivação da entrega extradicional daquele que é titular,
seja pelo critério do “jus soli”, seja pelo critério do “jus
sanguinis”, de nacionalidade brasileira primária ou
originária.
Esse privilégio constitucional, que beneficia, sem
exceção, o brasileiro nato (CF, art. 5º, LI), não se
descaracteriza pelo fato de o Estado estrangeiro, por lei
própria, haver-lhe reconhecido a condição de titular de
nacionalidade originária pertinente a esse mesmo Estado
(CF, art. 12, § 4º, II, “a”).
- Se a extradição não puder ser concedida, por
inadmissível, em face de a pessoa reclamada ostentar a
condição de brasileira nata, legitimar-se-á a possibilidade de o
Estado brasileiro, mediante aplicação extraterritorial de sua
própria lei penal (CP, art. 7º, II, “b”, e respectivo § 2º) – e
considerando, ainda, o que dispõe o Tratado de Extradição
Brasil/Portugal (Artigo IV) -, fazer instaurar, perante órgão
judiciário nacional competente (CPP, art. 88), a concernente
“persecutio criminis”, em ordem a impedir, por razões de
caráter ético-jurídico, que práticas delituosas, supostamente
cometidas, no exterior, por brasileiros (natos ou
naturalizados), fiquem impunes. Doutrina. Jurisprudência.
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