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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS


DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
Disciplina – 5261

INDICADORES ÁCIDO-BASE E SUAS APLICAÇÕES

ACADÊMICOS: RA:
Bruno Bertolo Caetano 112356
Natália Costa Campaner 112362
Maria Clara Marcon Pontelli 112361
Ana Camila Gonçalves 112360

TURMA: 001 PROFESSORA: Josiane A. M. de Oliveira

Maringá, Agosto de 2019.


INTRODUÇÃO
Os indicadores ácido-base são de grande importância tanto teórica, quanto prática nessa
disciplina. Por meio deles, conseguimos descobrir se uma substância desconhecida tem
características ácidas ou básicas, deixando claro como proceder para manusear tal
espécie. Alguns exemplos de indicadores são: alaranjado de metila, alaranjado IV,
carmim índigo e amarelo de alizarina R. Além disso, para fins didáticos, podemos
determinar a faixa de viragem desses indicadores, descobrir a concentração de íons (H+)
de uma solução e ainda calcular o Ka de determinado ácido por meio de manipulações
matemáticas, que é o objetivo de nossa prática.
Para isso, é necessário o conhecimento de que determinadas soluções aquosas de ácidos
e bases são classificadas em uma escala chamada “pH” que nos indica se uma solução é
ácida, básica ou neutra. Para calcular isso temos que utilizar da seguinte equação:
𝑝𝐻 = − log[𝐻 + ]
Sendo assim, temos que:
• Se pH > 7, logo a solução é básica;
• Se pH < 7, logo a solução é ácida;
• Se pH = 7, logo a solução é neutra (já que o produto iônico da água a
temperatura ambiente é 1,0x10-14).
PROCEDIMENTOS
Experimento 01 – Preparação de soluções padrão ácida e básica
1. Dispor dez tubos de ensaio limpo e seco em duas séries (A e A’) de cinco tubos cada e
numerá-los de 1A-5A e 1A’-5A’;
2. Adicionar ao tubo 1A, com uma pipeta graduada, 10,00 mL de solução 1,0 mol/L de
ácido clorídrico (HCl);
3. Transferir 1,00 mL da solução do tubo 1A para o tubo 2A e adicionar 9,0 mL de água
destilada. Homogeneizar a solução;
4. Transferir 1,00 mL da solução do tubo 2A para o tubo 3A e adicionar 9,0 mL de água
destilada. Homogeneizar a solução;
5. Transferir 1,00 mL da solução do tubo 3A para o tubo 4A e adicionar 9,0 mL de água
destilada. Homogeneizar a solução;
6. Transferir 1,00 mL da solução do tubo 4A para o tubo 5A e adicionar 9,0 mL de água
destilada. Homogeneizar a solução;
7. Transferir metade da solução contida no tubo 1A para o tubo 1A’. Repetir o mesmo
procedimento com os tubos 2A, 3A, 4A e 5A perfazendo, assim, duas séries com cinco
tubos cada. (Obs.: Não é necessário usar pipeta.);
8. Dispor dez tubos de ensaio limpo e seco em duas séries (B e B’) de cinco tubos cada e
numerá-los de 1B-5B e 1B’-5B’;
9. Preparar soluções padrão básica, partindo de uma solução 1,0 mol/L de hidróxido de
sódio (NaOH), repetindo cada um dos itens acima;
10. Adicionar à cada tubo da série A da solução de ácido clorídrico, duas gotas de
indicador alaranjado IV, e adicionar a cada tubo da série A’ da solução de ácido clorídrico,
duas gotas do indicador alaranjado de metila. Agitar e observar a coloração da solução de
cada tubo de cada série;
11. Adicionar em cada tubo da série B da solução de hidróxido de sódio, duas gotas de
indicador índigo carmin, e adicionar em cada tubo da série B’ da solução de hidróxido de
sódio, duas gotas de indicador amarelo de alizarina R. Agitar e observar a coloração da
solução de cada tubo e cada série;
12. Construir uma tabela para anotar as cores observadas em cada uma das séries das
soluções padrão;
13. Calcular o pH da solução inicial, a concentração, em mol/L, e o pH da solução de
ácido clorídrico (HCl) após cada diluição;
14. Calcular o pH da solução inicial, a concentração, em mol/L, e o pH da solução de
hidróxido de sódio (NaOH) após cada diluição;
15. Determinar a faixa de viragem de cada indicador utilizado.
Experimento 02 – Determinação da concentração de íons hidrogênio (H+) em uma
solução
1. Adicionar em cada tubo de ensaio limpo e seco, cerca de 4,0 mL de solução da amostra
desconhecida (solução problema);
2. Acrescentar ao tubo duas gotas de indicador fenolftaleína para verificar se a solução
problema é ácida ou básica;
3. Tomar dois tubos de ensaio limpo e seco e numerá-los de 1 e 2;
4. Adicionar aos tubos 1 e 2 cerca de 4,0 mL de solução problema;
5. Adicionar duas gotas de um dos indicadores ao tubo 1 e duas gotas do outro indicador
ao tubo 2 (se a amostra for ácida utilizar os indicadores adicionados à solução de ácido
clorídrico, e se a amostra for básica utilizar os indicadores adicionados às soluções de
hidróxido de sódio);
6. Determinar o pH e a concentração de íons H+ na solução problema comparando sua
coloração com a coloração das soluções padrão dos tubos 1A e 1A’ (se a solução
problema for ácida) ou 1B e 1B’ (se a solução problema for básica).

Experimento 03 – Determinação da constante de ionização Ka do ácido acético


1. Adicionar em dois tubos de ensaio limpo e seco cerca de 4,0 mL de solução 0,10 mol/L
de ácido acético (HC2H3O2);
2. Adicionar em um dos tubos duas gotas de indicador alaranjado IV e ao outro, duas
gotas de indicador alaranjado de metila;
3. Comparar a coloração da solução dos dois tubos com as dos tubos das soluções padrão
ácida (séries A e A’);
4. Anotar o valor da concentração de íons hidrogênio (H+) comparando as cores dos tubos
que contém as amostras com os tubos das séries A e A’;
5. Calcular a constante de ionização, Ka, do ácido acético (HC2H3O2).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O ácido clorídrico (HCl) é considerado um ácido forte, ou seja, quando em solução
aquosa, ioniza-se completamente. Já o hidróxido de sódio (NaOH), este é uma base
forte, ou seja, quando em solução aquosa, também ioniza-se completamente. Tendo isto
como base e dada as concentrações de 1,0 mol/L para a solução de HCl, contida no tubo
1A, e 1,0 mol/L para a solução de NaOH, contida no tubo 2B, conseguimos encontrar as
concentrações das demais soluções por meio da fórmula da diluição:
𝐶𝑖 𝑉𝑖 = 𝐶𝑓 𝑉𝑓

Sendo:
• Ci: Concentração inicial;
• Vi: Volume inicial;
• Cf: Concentração final;
• Vf: Volume final.
E a partir de tais concentrações é possível se obter o pH (potencial hidrogeniônico) das
mesmas, por meu da equação do potencial dada por:
𝑝(𝑥) = −log(𝑥)
Sendo:
• p: potencial;
• (x): a espécie em estudo.
Em nosso caso, a espécie em estudo é a concentração de íons hidrogênio [H+], para as
soluções acidas e a concentração de íons hidroxila [OH-], para as soluções básicas.
Além disso, há uma que nos informa o seguinte:
𝑝𝐻 + 𝑝𝑂𝐻 = 14
Na presença dos indicadores de pH, cada solução passa apresentar uma determinada
coloração:
Figura 1 - À esquerda, tubos de ensaio com soluções de ácido clorídrico sendo a séria A com indicador alaranjado IV
e a série A’ com indicador alaranjado de metila. À direita, tubos de ensaio com soluções de hidróxido de sódio, sendo
a série B com indicador índigo carmim e a série B’ com indicador amarelo de alizarina R.

Dessa forma, obtemos a seguinte tabela:


Tabela 1-Preparação de soluções padrão ácida e básica.

Tubo [H+] (mol/L) pH Cor A Cor A’ (indicador


(indicador alaranjado IV) alaranjado de metila)
1 1,0 0 Rosa Vermelho
2 1x10-1 1 Rosa Vermelho
3 1x10-2 2 Vermelho Vermelho
4 1x10-3 3 Amarelo Vermelho
5 1x10-4 4 Amarelo Alaranjado
Tubo [OH-] (mol/L) pH Cor B Cor B’ (indicador amarelo
(indicador índigo carmin) de alizarina R)
1 1,0 14 Amarelo Vermelho
2 1x10-1 13 Verde Vermelho
3 1x10-2 12 Azul Vermelho
4 1x10-3 11 Azul Alaranjado
5 1x10-4 10 Azul Amarelo

A Tabela 1 nos permite determinar, aproximadamente, a faixa de viragem de cada


indicador, conforme a Tabela 2:
Tabela 2- Faixa de viragem dos indicadores de pH.

Indicador Cor em pH abaixo Faixa de viragem Cor em pH acima da


da viragem viragem
Alaranjado IV Rosa 1,0 - 2,9 Amarelo
Alaranjado de metila Vermelho 3,1 – 3,9 Alaranjado
Índigo carmim Azul 12,1 – 13,9 Amarelo
Amarelo de alizarina R Amarelo 10,1 – 11,9 Vermelho

No Experimento 02, contatou-se que a solução problema se tratava de uma base pois
tornou-se rosa na presença da fenolftaleína. Com isso, os indicadores usados nos outros
dois tubos com a mesma solução foram índigo carmim e amarelo de alizarina R.
Observou-se uma coloração azul na presença do indicador índigo carmim e vermelha na
presença do amarelo de alizarina R. Por comparação, a coloração nos leva a concluir
que a solução problema é equivale às soluções presente nos tubos 4B e 4B’, conforme
mostrado na figura abaixo:

Figura 2 - Comparação da solução problema com as soluções de pH conhecidos

Logo, seu pH é aproximadamente 12 e [H+] = 1,0 x 10-12.

No Experimento 03, novamente por comparação, dessa vez com as soluções ácidas
(série A e A’), conseguimos concluir que o ácido acético é correspondente às soluções
dos tubos 4A e 4A’:

Figura 3 - Comparação da amostra de ácido acético com as soluções padrão de ácida das séries A e A'.

Dessa maneira, conclui-se que o ácido aético possui, aproximadamente, pH=3 e


[H+]=1,0x10-3. O equilíbrio do ácido acético está representado na Reação 1:
𝐶𝐻3 𝐶𝑂𝑂𝐻 ↔ 𝐻 + + 𝐶𝐻3 𝐶𝑂𝑂−
Considerando a concentração da solução 0,1 mol/L de ácido acético e os dados obtidos,
pode-se calcular então a constante de ionização (Ka), dada por:
[𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠]
𝐾𝑎 =
[𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒] − [𝐻 + ]
Nesse caso, passa a ser
[𝐻 + ][𝐶𝐻3 𝐶𝑂𝑂− ]
𝐾𝑎 =
[𝐶𝐻3 𝐶𝑂𝑂𝐻] − [𝐻 + ]
Portanto, Ka=1,01x10-5.
CONCLUSÃO

Com base na prática realizada, tinha-se por intuito determinar a faixa de viragem dos
indicadores utilizados – alaranjado de metila, alaranjado IV, carmim índigo e amarelo de
alizarina R – bem como, aferir a concentração de íons hidrogênio (H+) de uma solução.
Ademais, pretendia-se calcular a constante de ionização (Ka) do ácido acético
(HC2H3O2). No que tange a isso, é possível inferir que os objetivos foram atingidos. Após
a realização dos procedimentos de diluição das soluções e aplicação dos indicadores,
pôde-se, de forma visual, notar as diferenças de coloração obtida para cada tubo de ensaio,
tornando clara a faixa de viragem de cada indicador. Com isto e com o cálculo de
concentração previamente efetuado, conseguiu-se determinar o pH de cada solução. E,
por fim, utilizando os indicadores e comparando os resultados obtidos, foi possível
calcular a constante de ionização do ácido acético de modo empírico, sendo o resultado
atingido bem próximo ao previsto pela literatura. Por se tratar de uma atividade
experimental, onde erros sistemáticos e aleatórios estão previstos, a diferença entre o
valor teórico e o experimental da constante é justificável e coesa.
REFERÊNCIAS
[1] “Laboratório de Química Geral e Inorgânica”, Centro de Ciências Exatas – DQI –
Departamento de Química, Maringá-PR, ano 2011.

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