Taubaté - SP
2004
LUIZ ANTONIO RIBEIRO DO PRADO
Data : _________________________
Resultado : _____________________
COMISSÃO JULGADORA
A Carlos Aparecido de Oliveira, Antonio Carlos da Costa, Davi Ferreira Luz de Oliveira
e Rubens Pinto do Nascimento, pelo auxílio no desenvolvimento do projeto do
dispositivo.
A Nelson Lourenço Novo Júnior, por seu empenho na execução dos testes.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Marcos Valério Ribeiro, pela sua presteza e habilidade,
que para além do domínio da técnica para condução de uma pesquisa, procura levar
o orientado, também, à motivação para sempre seguir em frente.
Aos colegas da Cameron que de forma direta ou indireta contribuiram para o sucesso
do trabalho.
RESUMO
ABSTRACT
The austenitic stainless steels, as well the duplex stainless steels, are
abundantly applied to the Oilfield Industry. Those steels present a notable resistance
to the corrosive enviroments and the duplex ones also present high mechanical
resistance levels. However, those steels are among the metals group that are specially
susceptible to the galling phenomena. Galling is a severe form of adhesive wear, that
causes heavy damages to the parts sliding surfaces. The galling incident appears with
some frequency in the subsea equipment because many of their parts are made in
stainless steels.The usual ways to avoid the adhesive wear problem are the control of
sliding speed, lubricants, coatings, platings and the use of non-similar pairs, what
means sliding parts made in different materials. In many of the applications in the
subsea equipments, the parts are used without surface coatings nor lubricants, that
could be inhibitors of adhesive wear. So, the use of non-similar pairs is an useful
method to decrese the incidence of galling in those equipments. This work consists in
the comparative study of the corrosion resistant alloys galling resistance, in non-similar
pairs. A test device was designed and constructed to test different pairs under friction,
monitoring the contact force. Test samples were manufactured initially simulating the
profile of an ACME thread and after receiving some small adaptations to a better
detection of the phenomena.
Lista de Figuras 8
Lista de Tabelas 12
Lista de Quadros 15
1. Introdução 16
2. Revisão da Literatura 19
2.1. O mecanismo do galling 19
2.2. Sistemas de prevenção 23
2.3. Métodos de avaliação e medição 26
2.4. Fatores de influência 32
3. Proposição 35
4. Materiais e Métodos 36
4.1. Banco de testes 36
4.2. Características dos materiais ensaiados 38
4.3. Combinações dos corpos de prova 40
4.4. Pré-testes 48
4.5. Testes finais 49
5. Resultados 50
5.1. Pré-testes 50
5.2. Testes finais 56
6. Discussão 79
7. Conclusões 101
Figura 21 - Gráfico e foto dos corpos de prova de inox 304 após os testes 58
Figura 22 - Gráfico e foto dos corpos de prova de inox 304 e inox 316 59
após os testes
Figura 23 - Gráfico e foto dos corpos de prova de inox 304 e duplex 2205 60
após os testes
Figura 24 - Gráfico e foto dos corpos de prova de inox 304 e inox 17-4PH 61
após os testes
Figura 25 - Gráfico e foto dos corpos de prova de inox 304 e inconel 718 62
após os testes
Figura 26 - Gráfico e foto dos corpos de prova de inox 304 e inox 410 63
após os testes
Figura 27 - Gráfico e foto dos corpos de prova de inox 316 após os testes 64
Figura 28 - Gráfico e foto dos corpos de prova de inox 316 e duplex 2205 65
após os testes
Figura 29 - Gráfico e foto dos corpos de prova de inox 316 e inox 17-4PH 66
após os testes
Figura 30 - Gráfico e foto dos corpos de prova de inox 316 e inconel 718 67
após os testes
Figura 31 - Gráfico e foto dos corpos de prova de inox 316 e inox 410 68
após os testes
Figura 33 - Gráfico e foto dos corpos de prova de duplex 2205 e inox 17- 70
4PH após os testes
Figura 35 - Gráfico e foto dos corpos de prova de duplex 2205 e inox 410 72
após os testes
Figura 38 - Gráfico e foto dos corpos de prova de inox 17-4PH e inox 410 75
após os testes
Figura 40 - Gráfico e foto dos corpos de prova de inconel 718 e inox 410 77
após os testes
Figura 41 - Gráfico e foto dos corpos de prova de inox 410 após os testes 78
1. INTRODUÇÃO
Dano
(a)
Dano
(b)
2. REVISÃO DA LITERATURA
A ASTM (American Society for Testing and Materials) G#40 (1999) define o
desgaste adesivo como o desgate devido a um vínculo localizado entre superfícies
sólidas em contato, levando à transferência de material entre as duas superfícies ou a
perda de uma ou outra superfície. O galling é um tipo severo de desgaste adesivo,
que a mesma ASTM define como uma forma de dano superficial que surge entre
sólidos em deslizamento, distinguido por um encrespamento macroscópico e
usualmente localizado e a criação de protrusões acima da superfície original;
freqüentemente inclui escoamento plástico ou transferência de material ou ambos.
O estudo do fenômeno do galling se mostra amplamente aplicável aos projetos
de equipamentos dos mais variados ramos da indústria, e o número de variáveis a
serem pesquisadas é igualmente amplo. A lubrificação nos processos de produção de
peças formadas de chapas, estudada por Heide et al. (2001), por exemplo, é
determinante na qualidade do processo. O desenvolvimento de proteções superficiais
anti-galling apresenta-se como alternativa para redução da freqüência de
manutenções (e de seus custos associados), conforme Hopkins et al. (1999). Na
indústria de equipamentos subsea, que é um dos alvos preferenciais desta pesquisa,
Shaffer, Glaeser e Ostgaard (1995) desenvolveram um trabalho de análise tribológica
e projeto anti-galling de uma ferramenta submarina, confirmando a profunda influência
do fenômeno do galling na durabilidade e desempenho do equipamento.
0,2 µm, exceto para o caso mostrado na figura 7. Essa figura mostra a variação do
volume aderido em função do acabamento da superfície da ferramenta.
Assim, concluiu-se que a diferença no acabamento superficial teve pouca
influência nos resultados experimentais obtidos.
Rugosidade superficial Ra /
Célula de carga
Pino estacionário
Sensor de
torque
Cilindro rotativo
Torque
aplicado
maior das resistência ao galling encontrada no experimento foi o material 303 em par
homogêneo e o material de menor resistência foi o 17-4 PH, tanto em pares
homogêneos quanto dissimilares. Hummel atribui como causa provável para o melhor
desempenho do 303 no teste o teor de enxofre em sua composição, que funcionaria
como um lubrificante sólido. Quanto ao baixo desempenho do 17-4 PH, a causa
provável aventada foi seu baixo teor de carbono.
Montmitonnet, Delamare e Rizoulieres (2000) estudaram a transferência de
camada durante o processo de laminação, como conseqüência do desgaste adesivo
entre o material da ferramenta e da peça trabalhada. Eles concluiram que em função
da diferença entre a severidade de diferentes condições de laminação, a camada
transferida assume diferentes formas. A ocorrência de um ou outro tipo de camada
depende principalmente do lubrificante (espessura média do filme de óleo e eficiência
dos aditivos) e da natureza da liga laminada, ou da dutilidade ou fragilidade da
camada de óxido.
35
3. PROPOSIÇÃO
4. MATERIAIS E MÉTODOS
CARGA
PEÇA 1
SUPERFÍCIE DE DESLIZAMENTO
PEÇA 2
ROTAÇÃO
Teste
MATERIAIS
N o.
1 P-304-01 C-304-01
2 P-304-02 C-316-01
3 P-304-03 C-220-01
4 P-304-04 C-174-01
5 P-304-05 C-718-01
6 P-304-06 C-410-01
7 P-316-01 C-316-02
8 P-316-02 C-220-02
9 P-316-03 C-174-02
10 P-316-04 C-718-02
11 P-316-05 C-410-02
12 P-220-01 C-220-03
13 P-220-02 C-174-03
14 P-220-03 C-718-03
15 P-220-04 C-410-03
16 P-174-01 C-174-04
17 P-174-02 C-718-04
18 P-174-03 C-410-04
19 P-718-01 C-718-05
20 P-718-02 C-410-05
21 P-410-01 C-410-06
43
Teste
MATERIAIS
N o.
22 P-304-07 C-304-02
23 P-316-06 C-304-03
24 P-316-07 C-316-03
25 P-220-05 C-304-04
26 P-220-06 C-316-04
27 P-220-07 C-220-04
28 P-174-04 C-304-05
29 P-174-05 C-316-05
30 P-174-06 C-220-05
31 P-174-07 C-174-05
32 P-718-03 C-304-06
33 P-718-04 C-316-06
34 P-718-05 C-220-06
35 P-718-06 C-174-06
36 P-718-07 C-718-06
37 P-410-02 C-304-07
38 P-410-03 C-316-07
39 P-410-04 C-220-07
40 P-410-05 C-174-07
41 P-410-06 C-718-07
42 P-410-07 C-410-07
44
Teste
MATERIAIS
N o.
43 P-304-08 C-304-08
44 P-304-09 C-316-08
45 P-304-10 C-220-08
46 P-304-11 C-174-08
47 P-304-12 C-718-08
48 P-304-13 C-410-08
49 P-316-08 C-316-09
50 P-316-09 C-220-09
51 P-316-10 C-174-09
52 P-316-11 C-718-09
53 P-316-12 C-410-09
54 P-220-08 C-220-10
55 P-220-09 C-174-10
56 P-220-10 C-718-10
57 P-220-11 C-410-10
58 P-174-08 C-174-11
59 P-174-09 C-718-11
60 P-174-10 C-410-11
61 P-718-08 C-718-12
62 P-718-09 C-410-12
63 P-410-08 C-410-13
45
Teste
MATERIAIS
N o.
64 P-304-14 C-304-09
65 P-316-13 C-304-10
66 P-316-14 C-316-10
67 P-220-12 C-304-11
68 P-220-13 C-316-11
69 P-220-14 C-220-11
70 P-174-11 C-304-12
71 P-174-12 C-316-12
72 P-174-13 C-220-12
73 P-174-14 C-174-12
74 P-718-10 C-304-13
75 P-718-11 C-316-13
76 P-718-12 C-220-13
77 P-718-13 C-174-13
78 P-718-14 C-718-13
79 P-410-09 C-304-14
80 P-410-10 C-316-14
81 P-410-11 C-220-14
82 P-410-12 C-174-14
83 P-410-13 C-718-14
84 P-410-14 C-410-14
46
Teste
MATERIAIS
N o.
85 P-304-15 C-304-15
86 P-304-16 C-316-15
87 P-304-17 C-220-15
88 P-304-18 C-174-15
89 P-304-19 C-718-15
90 P-304-20 C-410-15
91 P-316-15 C-316-16
92 P-316-16 C-220-16
93 P-316-17 C-174-16
94 P-316-18 C-718-16
95 P-316-19 C-410-16
96 P-220-15 C-220-17
97 P-220-16 C-174-17
98 P-220-17 C-718-17
99 P-220-18 C-410-17
100 P-174-15 C-174-18
101 P-174-16 C-718-18
102 P-174-17 C-410-18
103 P-718-15 C-718-19
104 P-718-16 C-410-19
105 P-410-15 C-410-20
47
Teste
MATERIAIS
N o.
Seqüência
Seqüência
Seqüência
Seqüência
Seqüência
1
4.4. Pré-testes
Grau de
deterioração Descrição
da superfície
0 Superfície intacta
5. RESULTADOS
5.1. Pré-testes
1º Grupo
2º Grupo
Observado que o galling ocorria severamente com 100 psi no pistão, partimos
para um segundo grupo de testes, aumentando a pressão gradativamente, de 10 em
10 psi, para detectar o limite de galling de cada par, que é o objetivo da pesquisa.
Todos os testes começaram com 10 psi, porém essa pressão não causou nenhum
efeito perceptível nas peças, gerando um contato muito leve entre os pares,
possivelmente pelo atrito interno do pistão.
mostrou claro como nos aços, mas apenas discretamente visível com o uso de uma
lupa.
3º Grupo
4º Grupo
não ocorre para rugosidades abaixo de 1,0 µm, que se aproxima do caso das peças
de teste.
5º Grupo
Neste grupo foi feito apenas um teste com um número determinado de voltas
para o qual se espera que o evento do galling já esteja estabelecido. Os testes
anteriores mostraram que esse número variou de 2 a 6 voltas, para a grande maioria
dos casos. Arbitrariamente adotamos 10 voltas como um número de voltas suficiente
para a observação que se deseja.
• Seqüência 2: 15 psi
• Seqüência 3: 20 psi
• Seqüência 4: 25 psi
• Seqüência 5: 32 psi
• Seqüência 6: 40 psi
304 / 304
8
Grau de Deterioração
6
menores valores
4
maiores valores
2
0
128 256 384 563
(a)
Pressão de Contato (psi)
(b)
Figura 21 - Gráfico (a) e foto (b) dos corpos de prova de inox 304
após os testes
59
304 / 316
5
Grau de Deterioração
4
3 304
2 316
1
0
128 256 384 563 768 (a)
Pressão de Contato (psi)
(b)
Figura 22 - Gráfico (a) e foto (b) dos corpos de prova de inox 304 (acima) e
inox 316 (abaixo) após os testes
60
304 / 220
3,5
Grau de Deterioração
3
2,5
2 304
1,5 220
1
0,5
0
128 256 384 563 768 (a)
Pressão de Contato (psi)
(b)
Figura 23 - Gráfico (a) e foto (b) dos corpos de prova de inox 304 (acima) e
duplex 2205 (abaixo) após os testes
61
304 / 174
8
Grau de Deterioração
6
304
4
174
2
0
128 256 384 563 768 (a)
Pressão de Contato (psi)
(b)
Figura 24 - Gráfico (a) e foto (b) dos corpos de prova de inox 304 (acima) e
inox 174 (abaixo) após os testes
62
304 / 718
5
Grau de Deterioração
4
3 304
2 718
1
0
128 256 384 563 768 (a)
Pressão de Contato (psi)
(b)
Figura 25 - Gráfico (a) e foto (b) dos corpos de prova de inox 304 (acima) e
inconel 718 (abaixo) após os testes
63
304 / 410
10
Grau de Deterioração
8
6 304
4 410
2
0
128 256 384 563 768 (a)
Pressão de Contato (psi)
(b)
Figura 26 - Gráfico (a) e foto (b) dos corpos de prova de inox 304 (acima) e
inox 410 (abaixo) após os testes
64
316 / 316
4
Grau de Deterioração
3
menores valores
2
maiores valores
1
0
128 256 384 563 (a)
Pressão de Contato (psi)
(b)
Figura 27 - Gráfico (a) e foto (b) dos corpos de prova de inox 316
após os testes
65
316 / 220
4
Grau de Deterioração
3
316
2
220
1
0
(a)
128 256 384 563 768
Pressão de Contato (psi)
(b)
Figura 28 - Gráfico (a) e foto (b) dos corpos de prova de inox 316 (acima) e
duplex 2205 (abaixo) após os testes
66
316 / 174
5
Grau de Deterioração
4
3 316
2 174
1
0
128 256 384 563 768 (a)
Pressão de Contato (psi)
(b)
Figura 29 - Gráfico (a) e foto (b) dos corpos de prova de inox 316 (acima) e
inox 174 (abaixo) após os testes
67
316 / 718
4
Grau de Deterioração
3
316
2
718
1
0
(a)
128 256 384 563 768
Pressão de Contato (psi)
(b)
Figura 30 - Gráfico (a) e foto (b) dos corpos de prova de inox 316 (acima) e
inconel 718 (abaixo) após os testes
68
316 / 410
6
Grau de Deterioração
5
4
316
3
410
2
1
0 (a)
128 256 384 563 768
Pressão de Contato (psi)
(b)
Figura 31 - Gráfico (a) e foto (b) dos corpos de prova de inox 316 (acima) e
inox 410 (abaixo) após os testes
69
220 / 220
4
Grau de Deterioração
3
menores valores
2
maiores valores
1
0
(a)
128 256 384 563
Pressão de Contato (psi)
(b)
220 / 174
10
Grau de Deterioração
8
6 220
4 174
2
0
128 256 384 563 768 (a)
Pressão de Contato (psi)
(b)
Figura 33 - Gráfico (a) e foto (b) dos corpos de prova de duplex 2205 (acima) e
inox 174 (abaixo) após os testes
71
220 / 718
3
Grau de Deterioração
2,5
2
220
1,5
718
1
0,5
0
(a)
128 256 384 563 768
Pressão de Contato (psi)
(b)
Figura34 - Gráfico (a) e foto (b) dos corpos de prova de duplex 2205 (acima)
e inconel 718 (abaixo) após os testes
72
220 / 410
10
Grau de Deterioração
8
6 220
4 410
2
0
128 256 384 563 768 (a)
Pressão de Contato (psi)
(b)
Figura 35 - Gráfico (a) e foto (b) dos corpos de prova de duplex 2205 (acima)
e inox 410 (abaixo) após os testes
73
174 / 174
10
Grau de Deterioração
8
6 menores valores
4 maiores valores
2
0
128 256 384 563 (a)
Pressão de Contato (psi)
(b)
Figura 36 - Gráfico (a) e foto (b) dos corpos de prova de inox 174
após os testes
74
174 / 718
5
Grau de Deterioração
4
3 174
2 718
1
0
(a)
128 256 384 563 768
Pressão de Contato (psi)
(b)
Figura 37 - Gráfico (a) e foto (b) dos corpos de prova de inox 174 (acima)
e inconel 718 (abaixo) após os testes
75
174 / 410
10
Grau de Deterioração
8
6 174
4 410
2
0
(a)
128 256 384 563 768
Pressão de Contato (psi)
(b)
Figura 38 - Gráfico (a) e foto (b) dos corpos de prova de inox 174 (acima) e
inox 410 (abaixo) após os testes
76
718 / 718
2
Grau de Deterioração
1,5
menores valores
1
maiores valores
0,5
0
128 256 384 563 (a)
Pressão de Contato (psi)
(b)
Figura 39 - Gráfico (a) e foto (b) dos corpos de prova de inconel 718
após os testes
77
718 / 410
5
Grau de Deterioração
4
3 718
2 410
1
0
128 256 384 563 768
(a)
(b)
Figura 40 - Gráfico (a) e foto (b) dos corpos de prova de inconel 718 (acima)
e inox 410 (abaixo) após os testes
78
410 / 410
10
Grau de Deterioração
8
6 menores valores
4 maiores valores
2
0
(a)
128 256 384 563
Pressão de Contato (psi)
(b)
Figura 41 - Gráfico (a) e foto (b) dos corpos de prova de inox 410
após os testes
79
6. DISCUSSÃO
Para os testes finais, os resultados obtidos com cada uma das combinações foram
agrupados por materiais, para que possa ser claramente comparado o efeito de um
dado material com todos os outros. Foram tabelados os efeitos do material em análise
sobre os outros materiais, os efeitos sofridos por esse material quando associado a
cada um dos outros e a soma desses dois efeitos, que foi chamada de efeito global.
Os valores das tabelas foram lançados em gráficos para facilidade de comparação
entre as diversas combinações. O desempenho de cada um dos materiais está
mostrado a seguir:
80
10
Grau de Deterioração
8 304
6 316
4 220
2 174
718
0
128 256 384 563 768 410
8
Grau de Deterioração
6 304
316
4
220
2 174
718
0
128 256 384 563 768 410
15
Grau de Deterioração
304
10
316
220
5
174
718
0
128 256 384 563 768 410
inox 304
60
Deterioração somada
50
40 Efeito Produzido
30 Efeito Sofrido
20 Efeito Global
10
0
304 316 220 174 718 410
Par de Contato
6
Grau de Deterioração
5
316
4
220
3
174
2
718
1
410
0
304
128 256 384 563 768
Pressão de Contato (psi)
5
Grau de Deterioração
4
316
3 220
2 174
1 718
410
0
304
128 256 384 563 768
Pressão de Contato (psi)
10
Grau de Deterioração
8
316
6 220
4 174
2 718
410
0
304
128 256 384 563 768
Pressão de Contato (psi)
inox 316
35
Deterioração somada
30
25 Efeito Produzido
20
Efeito Sofrido
15
10 Efeito Global
5
0
316 220 174 718 410 304
Par de Contato
10
Grau de Deterioração
8 220
6 174
4 718
2 410
304
0
128 256 384 563 768 316
5
Grau de Deterioração
4 220
3 174
2 718
1 410
304
0
128 256 384 563 768 316
15
Grau de Deterioração
220
10
174
718
5
410
304
0
128 256 384 563 768 316
duplex 2205
50
Deterioração somada
40
Efeito Produzido
30
Efeito Sofrido
20
Efeito Global
10
0
220 174 718 410 304 316
Par de Contato
10
Grau de Deterioração
8 174
6 718
4 410
2 304
316
0
128 256 384 563 768 220
10
Grau de Deterioração
8 174
6 718
4 410
2 304
316
0
128 256 384 563 768 220
20
Grau de Deterioração
15 174
718
10
410
5 304
316
0
128 256 384 563 768 220
inox 17-4 PH
80
Deterioração somada
60
Efeito Produzido
40 Efeito Sofrido
Efeito Global
20
0
174 718 410 304 316 220
Par de Contato
5
Grau de Deterioração
4 718
3 410
2 304
1 316
220
0
128 256 384 563 768 174
2,5
Grau de Deterioração
2 718
1,5 410
1 304
0,5 316
220
0
128 256 384 563 768 174
7
Grau de Deterioração
6
5 718
4 410
3 304
2
316
1
220
0
128 256 384 563 768 174
inconel 718
25
Deterioração somada
20
Efeito Produzido
15
Efeito Sofrido
10
Efeito Global
5
0
718 410 304 316 220 174
Par de Contato
10
Grau de Deterioração
8 410
6 304
4 316
2 220
174
0
128 256 384 563 768 718
10
Grau de Deterioração
8 410
6 304
4 316
2 220
174
0
128 256 384 563 768 718
20
Grau de Deterioração
15 410
304
10
316
5 220
174
0
128 256 384 563 768 718
inox 410
80
Deterioração somada
60
Efeito Produzido
40 Efeito Sofrido
Efeito Global
20
0
410 304 316 220 174 718
Par de Contato
Somatória dos
304 316 220 174 718 410
efeitos globais
PARES DE CONTATO
MATERIAL
Efeito global decrescente
Uma única exceção aparece nessa divisão por regiões, o inox 304, quando par
dele próprio. Nessa situação o 304 figura no grupo de maior sensibilidade. Essa pode
ser uma indicação de que pares homogêneos são potencialmente sensíveis ao
galling. Outro fato indicativo disso, para os materiais 220 e 316, embora seus pares
dissimilares com 174 e 410 sejam os de efeito mais danoso, seus respectivos pares
homogêneos se situaram, correspondentemente, no limite superior da região
intermediária. O par homogêneo só não mostrou efeito algum para o Inconel 718,
possivelmente porque sua resistência ao galling é notoriamente superior ao dos
outros materiais estudados.
Observa-se que o uso de pares homogêneos favorece a manifestação do
galling, porém a simples substituição de uma das peças por um material dissimilar
pode, ao invés de melhorar, agravar o potencial de dano se o material substituto for
de maior sensibilidade ao galling que o material homogêneo que está sendo
substituído. A seqüência dos materiais segundo a classificação pela somatória dos
efeitos globais oferece uma ferramenta para a eleição de pares de contato
convenientes, se, numa aplicação prática, estão em jogo esses materiais estudados.
Há que se enfatizar que o estudo é bastante indicativo se os materiais forem usados
em condições de tratamento semelhantes aos dos corpos de prova neste
experimento.
Os resultados condizem com as observações de vários pesquisadores.
Hummel (2003) já havia constatado que o inoxidável 17-4 PH tem um pior
desempenho ao galling que o inoxidável 303. Embora este segundo material não seja
100
objeto deste trabalho, o resultado parece concordante com este pelo fato do mesmo
ser da família dos aços 304 e 316 aqui testados. A estrutura austenítica e a destacada
resistência à corrosão dos inoxidáveis da série 300, parece lhes conferir um
comportamento característico, quanto ao desgaste adesivo, superior aos
martensíticos e menos resistentes à corrosão. Possivelmente, uma camada de óxido
mais consistente, propicia ao aço uma melhor resistência ao desgaste adesivo. As
observações de Tarassov e Kolubaev (1999) sobre a diferença de comportamento
entre os aços martensíticos e austeníticos se confirmam, assim como as conclusões
de Aksoy et al. (2001) e Montmitonnet et al. (2000) sobre a relação entre resistência
ao desgaste adesivo e a camada de óxido, que em última análise é ditada pela
composição química, parecem se confirmar. Dessa forma, na escolha de um par de
contato sujeito ao atrito, composição química e microestrutura podem ser mais
importantes que propriedades mecânicas, quando se trata do desempenho ao galling.
Do ponto de vista das aplicações práticas, os resultados obtidos nos levariam
a sempre adotar como uma das peças de um par de deslizamento, quando se
tratarem desses materiais estudados, algo feito em Inconel. Contudo, deve ser
observado que o custo desse material chega a dez vezes o custo dos inoxidáveis
mais comuns. Isto torna necessário um estudo mais aprimorado de viabilidade
econômica antes da seleção deste material como um dos pares de contato.
101
7. CONCLUSÕES
Foi mostrado, pela análise dos resultados dos experimentos, que os materiais
estudados podem ser classificados, segundo a resistência ao galling, em três
categorias distintas:
Concluiu-se ainda que o uso de pares dissimilares não pode ser apontado
como uma solução geral, garantindo um comportamento do par absolutamente melhor
que o uso de pares homogêneos, pois a resistência ao galling depende também da
composição química e microestrutural dos materiais em contato e não somente do fato
de serem diferentes ou não.
102
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1995.
APÊNDICE A
As peças de teste reproduzem um fio de rosca ACME 3/4", cujas dimensões da área
de contato são conforme o esquema abaixo:
2,12
φ19,05
A área de contato é:
π
S= x (19,052 – 14,822) = 113 mm2 = 0,175 in2
4
π
(81,52 – 54,42) = 2890 mm2
4
1575 Lb
8,5 mm
φd
132 x 4
P= = 0,718 Kgf/mm2 = 1021,4 PSI
π x 15,32
107
APÊNDICE B
CÓDIGO DESCRIÇÃO
Alterado para
superfície plana
Alterado
para φ14,30
Alterado para
superfície plana