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PARÓQUIA NOSSA SENHORA DAS VITÓRIAS

VICENTE PIRES – DF

CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

ZELUS DOMUS TUAE COMEDIT ME

Formação para Cerimoniários

2012
CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 6

CAPÍTULO I – SOBRE OS CERIMONIÁRIOS ...................................................................................... 7

1 – Atribuição e Papel ........................................................................................................................ 7

2 – Posições dentro da Santa Missa ................................................................................................... 8

3 – Vestes Litúrgicas ........................................................................................................................... 9

4 – Posturas Corporais ....................................................................................................................... 9

CAPÍTULO II – VOCAÇÃO PARA O AMOR ...................................................................................... 10

1 – Caráter Comunitário da Vocação Humana................................................................................. 10

2 – Respeito e Ajuda a Vocação dos Filhos ...................................................................................... 10

3 – A Santidade e Evangelho vocação de todos os discípulos de Cristo .......................................... 11

4 – Vocação da Humanidade e Vocação do Cristão realizada na Igreja .......................................... 11

5 – Vocação para o Amor ................................................................................................................. 12

CAPÍTULO III – O QUE TODO CERIMONIÁRIO DEVE SABER ............................................................ 14

1 – Mandamentos da Lei de Deus .................................................................................................... 14

2 – Mandamentos da Igreja ............................................................................................................. 14

3 – Sacramentos ............................................................................................................................... 14

4 – Pecados Capitais ......................................................................................................................... 14

5 – Obras de Misericórdia Corporais................................................................................................ 14

6 – Obras de Misericórdia Espirituais .............................................................................................. 14

7 – Dons do Espírito Santo ............................................................................................................... 14

8 – Bem-Aventuranças ..................................................................................................................... 15

9 – Símbolos de Fé ........................................................................................................................... 15

10 – O que é Liturgia? ...................................................................................................................... 16


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CAPÍTULO IV – DIGNIDADE DA SANTA MISSA E PECADO .............................................................. 18

1 – Importância e Dignidade da Celebração Eucarística .................................................................. 18

2 – O Pecado .................................................................................................................................... 19

CAPÍTULO V – SER LUZ DE CRISTO ............................................................................................... 22

1 – Matéria ou Espírito ..................................................................................................................... 22

2 – Estabelecimento de um Diálogo com Deus................................................................................ 24

CAPÍTULO VI – MINISTROS DE DEUS ............................................................................................ 27

1 – Ministros da Ordem Sacra .......................................................................................................... 27

1.1 – Bispo ..................................................................................................................................... 27

1.2 – Presbítero (Padre) ................................................................................................................ 28

1.3 – Diáconos ............................................................................................................................... 28

2 – Ministros Particulares ................................................................................................................ 29

2.1 – Acólito................................................................................................................................... 29

2.2 – Leitores ................................................................................................................................. 29

2.3 – Salmista e Cantores ............................................................................................................. 29

2.4 – Sacristão ............................................................................................................................... 29

2.3 – Mestre de Cerimônias (cerimoniário) .................................................................................. 30

2.4 – Coroinhas.............................................................................................................................. 30

2.5 – Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão Eucaristica (MESCE) .................................. 30

3 – Funções do Povo de Deus .......................................................................................................... 31

CAPÍTULO VII – TEMPO LITÚRGICO .............................................................................................. 33

1 – Duração do Ano Litúrgico ........................................................................................................... 33

2 – Ciclos do Ano Litúrgico ............................................................................................................... 33

3 – Calculando o Ano Litúrgico......................................................................................................... 34

4 – Evangelho e Evangelistas ........................................................................................................... 34

5 – O Dia Litúrgico em geral ............................................................................................................. 35

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6 – O Domingo ................................................................................................................................. 35

7 – As solenidades, Festas e Memórias ........................................................................................... 36

8 – Os dias da Semana ..................................................................................................................... 36

9 – Tempos específicos .................................................................................................................... 37

10 – Cores Litúrgicas ........................................................................................................................ 38

CAPÍTULO VIII – SANTA IGREJA DE CRISTO ................................................................................... 40

1 – Igreja Física ................................................................................................................................. 40

2 – Igreja Espiritual ........................................................................................................................... 42

2.1 Coríntios 12, 12-30 .................................................................................................................. 42

2.2 CARTA ENCÍCLICA DO PAPA PIO XII ......................................................................................... 42

CAPÍTULO IX – OBJETOS LITÚRGICOS ........................................................................................... 47

1 – Guia da Estrutura de uma Igreja ................................................................................................ 47

2 – Guia de Objetos Litúrgicos ......................................................................................................... 50

3 – Guia de Livros Litúrgicos............................................................................................................. 55

CAPÍTULO X – MISSA PARTE POR PARTE ...................................................................................... 57

1 – Ritos Iniciais ................................................................................................................................ 57

2 – Liturgia da Palavra ...................................................................................................................... 58

3 – Liturgia Eucarística ..................................................................................................................... 60

4 – Ritos de Encerramento ............................................................................................................... 64

CAPÍTULO XI – CERIMONIÁRIO .................................................................................................... 66

1 – Regras Gerais .............................................................................................................................. 66

2 – Posições Corporais ..................................................................................................................... 67

CAPÍTULO XII – CERIMONIÁRIO DA PALAVRA .............................................................................. 70

1 – Antes da Missa ........................................................................................................................... 70

2 – Durante a Celebração ................................................................................................................. 70

3 – Depois da Missa ......................................................................................................................... 72

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4 – Outras considerações ................................................................................................................. 72

CAPÍTULO XIII – TURIFERÁRIO ..................................................................................................... 73

1 – Função e Manuseio do Turibulo ................................................................................................. 73

2 – Antes da Missa ........................................................................................................................... 74

3 – Durante a Celebração ................................................................................................................. 74

4 – Depois da Missa ......................................................................................................................... 75

CAPÍTULO XIV – CERIMONIÁRIO DA CREDENCIA .......................................................................... 77

1 – Funções e Atribuições ................................................................................................................ 77

2 – Antes da Celebração................................................................................................................... 77

3 – Durante a Celebração ................................................................................................................. 77

4 – Ritos Finais.................................................................................................................................. 78

AGRADECIMENTO....................................................................................................................... 79

REFERÊNCIAS .............................................................................................................................. 80

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INTRODUÇÃO

O bom cerimoniário deve apresentar destaque em termos litúrgicos e atitude, porque sua
atuação pode tornar uma celebração mais nobre ou totalmente sem sentido. Boa parte do
conhecimento se adquire através do Estudo da Liturgia, no entanto, a personalidade de um bom
cerimoniário somente pode ser construída no decorrer da sua vida pastoral. Tentando facilitar
tal processo, esta apostila objetiva não somente copilar os principais textos litúrgicos, auxiliando
os cerimoniários iniciantes, como também propor textos vocacionais e atividades de reflexão,
facilitando a inserção do jovem dentro da pastoral.

Vale alertar que o uso desta apostila não substituiu os livros litúrgicos e tão poucos a formação
presencial juntamente aos já cerimoniários. Em outras palavras, esta apostila é somente um material
de apoio à formação dos jovens cerimoniários. É necessário salientar, por isso, a importância da
busca continua dos párocos para o trabalho espiritual. Estas não são somente recomendações, mas
também uma forma de admitir os limites desta apostila, principalmente no que tange apoio
espiritual. Isto, porque esta ferramenta de estudo não tem ambição de ser um meio Evangelizador,
mas somente um instrumento teórico.

Ao final do curso proposto aqui, o jovem cerimoniário deverá ter a capacidade de servir numa
celebração litúrgica dominando as qualidades e conceitos necessários para atuar na mesa da palavra;
no turibulo e na credencia. Este é o resultado de um conteúdo reservado para familiarizar o leigo a
utilização dos instrumentos litúrgicos necessário ao oficio de cerimoniário. Sendo assim, a proposta
concretizada neste instrumento se reservou ao direito de abordar temas de forma simplificada e
didática. Portanto não é uma apostila própria para a formação de cerimoniários principais, pois tudo
descrito já deve ser de conhecimento de jovens com tais propostas.

Que Deus lhe guie neste Caminho de Formação!

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CAPÍTULO I – SOBRE OS CERIMONIÁRIOS

1 – Atribuição e Papel
Para que a celebração brilhe pelo decoro, simplicidade e ordem é preciso um mestre de cerimonias,
comumente chamado de cerimoniário. Ele deve preparar e dirigir, em intima colaboração com o
celebrante e demais pessoas que têm por oficio coordenar as diferentes partes da mesma
celebração, sobretudo no aspecto pastoral. Para tal pode haver um, dois ou mesmo uma equipe de
cerimoniários, sendo um deles o mestre de cerimonias ou cerimoniário-mor e os demais cuidam de
partes específicas da celebração.

O cerimoniário deve ser perfeito conhecedor da


sagrada liturgia, sua história e natureza, suas leis e os
preceitos. Mas deve ao mesmo tempo ser versado em
material pastoral, para saber como devem ser
organizadas as celebrações, quer no sentido de
fomentar a participação frutuosa do povo, quer no de
promover o decoro das mesmas. Ele deve observar as
leis das celebrações sagradas, de acordo com o seu
verdadeiro espírito, bem como as legítimas tradições
da paroquia em questão, que forem de utilidade
pastoral.

Deve em tempo oportuno, combinar com os cantores, assistentes, ministros celebrantes tudo o que
cada um tem a fazer e a dizer. Porém, dentro da própria celebração, deve agir com suma discrição;
não fale sem necessidade; não ocupe o lugar dos diáconos ou dos assistentes, pondo-se ao lado do
celebrante; tudo, numa palavra, execute com piedade, paciência e diligência. Além destas
orientações, o cerimoniário deve:

 Participar das reuniões, missas e demais compromissos assumidos;

 Ser pontual tanto nas celebrações quanto nas reuniões;

 Ser cuidadoso e zeloso com as coisas da igreja e do altar, ou seja, tratar os paramentos e
objetos com respeito, afinal são materiais usados no sacrifício eucarístico;

 Cultivar o gosto pela liturgia, oração e pela Sagrada Escritura, reservando momentos diários
de orações.

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2 – Posições dentro da Santa Missa


Dentro da Santa Missa, o cerimoniário pode atuar em quatro posições: principal; credencia; turibulo;
e palavra.

 Cerimoniário Principal: responsável principalmente por acompanhar o celebrante na


condução da Santa Missa, verificando inclusive o funcionamento de seu microfone. É
responsável também por organizar anteriormente a celebração, supervisionar o acompanhar
os trabalhos dos demais ministros antes, durante e depois da missa, por isso deve conhecer a
liturgia com excelência. Além disto, deve conhecer intimamente os rituais litúrgicos, em
especial o Missal Romano, organizando e zelando pelo seu bom Estado;

 Cerimoniário da Credencia: responsável principalmente por organizar a credencia de forma a


garantir que haja todos os objetos necessários. Além disso, deve prestar auxiliar o
Cerimoniário Principal na organização da Santa Missa, antes, durante e depois. Ele também
deve responder pelos coroinhas durante a celebração e deve supervisionar com maior
proximidade os trabalhos dos demais Cerimoniários;

 Cerimoniário da Palavra: responsável principalmente pela mesa da palavra, ou seja, por


prepara os leitores e salmista, organizar o Lecionário e Evangeliário e verificar o
funcionamento dos microfones dos leitores e comentaristas. A ele também cabe à
organização das procissões e da distribuição da comunhão. Além disto, nos momentos mais
serenos auxiliar o Cerimoniário da Credencia.

 Turiferário: responsável pelo turibulo e incenso


durante a Santa Missa. Ele tem o papel de manter os
carvões aceso e utilizar o turibulo para incensar o povo,
as ofertas e outros santos objetos quando necessário.
O incenso dentro da Santa Missa serve para o
proposito de purificar o ambiente para o Sacrifício
Eucarístico e elevar as orações do povo aos anjos de
Deus, assim como descrito no antigo testamento no
Salmo 140, 2 e no novo testamento em Apocalipse 8,
3-4, por isto deve ser realizado com dignidade e estado
de oração.

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3 – Vestes Litúrgicas
Na atuação de suas funções, o cerimoniário deve estar trajado obrigatoriamente com calça e sapatos
sociais, zelando pela dignidade eucarística. A veste para as celebrações litúrgicas é composta
obrigatoriamente de batina preta e sobrepeliz branca. Pode ser utilizada como vestimenta opcional a
faixa e o amito.

4 – Posturas Corporais
O cerimoniário deve apresentar educação e classe ao se posicionar durante a celebração, conotando
assim a dignidade em servir a Deus. Para isto segue abaixo algumas instruções gerais:

 Andar calmamente dentro da paróquia;


 Ser discreto durante a celebração;
 Não escorar nas paredes, nem deitar nas cadeiras;
 Quando em pé ficar de mãos postas;
 Evitar conversas durante a celebração, brincadeiras, risos e a
circulação excessiva no presbitério;
 Ser organizado e higiênico, ou seja, estar limpo, cabelos
cortados e penteados, unhas cortadas e feitas, devidamente
calçado e bem arrumado;
 Lembrar-se de ser cerimoniário também fora da Igreja, afinal
Deus esta conosco o tempo todo;
 Zelar pelo silêncio dentro da Igreja e na Sacristia. Manter a
concentração e entrar em espirito de oração principalmente
antes do começo dos atos litúrgicos.
Atividade

“Para saber para onde vamos é necessário sabermos de onde viemos”, embora seja uma colocação
aparentemente simples, ela traz muitos tesouros. Desta forma para ser um cerimoniário precisa-se
compreender este convite de Deus, por isso, neste momento pede-se a meditação dos motivos que
te levam a ser um cerimoniário e quais seus medos, depois disto escreva abaixo:

"Naqueles dias, Jesus retirou-se a uma montanha para rezar, e passou aí toda a noite orando a Deus" (Lc 6, 12)”.

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CAPÍTULO II – VOCAÇÃO PARA O AMOR

1 – Caráter Comunitário da Vocação Humana


Todos os homens são chamados ao mesmo fim, o próprio Deus. Existe certa semelhança entre a
unidade das pessoas divinas e a fraternidade que os homens devem estabelecer entre si, na verdade e
no amor. O amor ao próximo é inseparável do amor a Deus.

A pessoa humana tem necessidade de vida social. Mediante o intercâmbio com os


outros, a reciprocidade dos serviços e o diálogo com seus irmãos, o homem
desenvolve as próprias virtualidades; responde, assim, à sua vocação.

Uma sociedade é um conjunto de pessoas ligadas de maneira orgânica por um


princípio de unidade que ultrapassa cada uma delas. Assembléia ao mesmo tempo
visível e espiritual, uma sociedade perdura no tempo; ela recolhe o passado e prepara
o futuro. Por ela, cada homem é constituído "herdeiro", recebe "talentos" que
enriquecem sua identidade e com os quais deve produzir frutos. Com justa razão, deve cada qual
dedicar-se às comunidades de que faz parte e respeitar as autoridades encarregadas do bem comum.

Deus não quis reter só para si o exercício de todos os poderes. Confia a cada criatura as funções que
esta é capaz de exercer, segundo as capacidades da própria natureza. Este modo de governo deve ser
imitado na vida social. O comportamento de Deus no governo do mundo, que demonstra tão grande
consideração pela liberdade humana, deveria inspirar a sabedoria dos que governam as comunidades
humanas. Estes devem comportar-se como ministros da providência divina.

2 – Respeito e Ajuda a Vocação dos Filhos


Em nossos dias, num mundo que se tornou estranho e até hóstia à fé, as famílias cristãs são de
importância primordial, como lares de fé viva e irradiante. Por isso, o Concílio Vaticano II chama a
família, usando uma antiga expressão, de "Ecclesia domestica". E no seio da família que os pais são
"para os filhos, pela palavra e pelo exemplo... os primeiros mestres da fé. E favoreçam a vocação
própria a cada qual, especialmente a vocação sagrada".

A educação para a fé por parte dos pais deve começar desde a mais tenra infância. Ocorre já quando
os membros da família se ajudam a crescer na fé pelo testemunho de uma vida cristã de acordo com o
Evangelho. A catequese familiar precede, acompanha e enriquece as outras formas de ensinamento da
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fé. Os pais têm a missão de ensinar os filhos a orar e a descobrir sua vocação de filhos de Deus. A
paróquia é a comunidade eucarística e o centro da vida litúrgica das famílias cristãs; ela é um lugar
privilegiado da catequese dos filhos e dos pais.

A família e o Reino Embora os vínculos familiares sejam importantes, não são absolutos. Da mesma
forma que a criança cresce para sua maturidade e autonomia humanas e espirituais, assim também
sua vocação singular, que vem de Deus, se consolida com mais clareza e força. Os pais respeitarão este
chamamento e favorecerão a resposta dos filhos em segui-lo. É preciso convencer-se de que a primeira
vocação do cristão é a de seguir Jesus. "Aquele que ama pai ou mãe mais do que a mim não é digno de
mim. E aquele que ama filho ou filha mais do que a mim não é digno de mim" (Mt 10,37).

3 – A Santidade e Evangelho vocação de todos os discípulos de Cristo


OS SACRAMENTOS DO SERVIÇO DA COMUNHÃO O batismo, a Confirmação e a Eucaristia são os
sacramentos da iniciação cristã. Eles são base da vocação comum de todos os discípulos de Cristo,
vocação à santidade e à missão de evangelizar o mundo. Conferem as graças necessárias à vida
segundo Espírito nesta vida de peregrinos a caminho da Pátria.

A Lei Antiga é o primeiro estágio da Lei revelação. Suas prescrições morais estão resumidas nos Dez
Mandamentos. Os preceitos deles assentam as bases da vocação do homem, feito à imagem de Deus;
proíbem aquilo que é contrário ao amor de Deus e do próximo e prescrevem o que lhe é essencial. Os
10 mandamentos são luz oferecida à consciência de todo homem, para lhe manifestar o chamamento
e os caminhos de Deus e protegê-lo do mal: Deus escreveu nas tábuas da lei aquilo que os homens não
conseguiam ler em seus corações.

4 – Vocação da Humanidade e Vocação do Cristão realizada na Igreja


A vocação da humanidade consiste em manifestar a imagem de Deus e ser
transformada à imagem do Filho único do Pai. Esta vocação implica uma
dimensão pessoal, pois cada um é chamado a entrar na bem-aventurança
divina, mas concerne também ao conjunto da comunidade humana.

É em Igreja, em comunhão com todos os batizados, que o cristão realiza sua


vocação. Da Igreja recebe a palavra de Deus, que contém os ensinamentos da
"lei de Cristo". Da Igreja recebe a graça dos sacramentos, que o sustenta "no

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caminho". Da Igreja aprende o exemplo da santidade; reconhece a figura e a fonte (da Igreja) em
Maria, a Virgem Santíssima; discerne-a no testemunho autêntico daqueles que a vivem, descobre-a na
tradição espiritual e na longa história dos santos que o precederam que a Liturgia celebra no ritmo do
Santoral.

5 – Vocação para o Amor


Deus, que criou o homem por amor, também o chamou para o amor, vocação fundamental e inata de
todo ser humano. Pois o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, que é Amor. Tendo-os
Deus criado homem e mulher, seu amor mútuo se torna uma imagem do amor absoluto e indefectível
de Deus pelo homem. Esse amor é bom, muito bom, aos olhos do Criador, que "é amor" (1Jo 4,8.16). E
esse amor abençoado por Deus é destinado a ser fecundo e a realizar-se na obra comum de
preservação da criação

"Alegre-se o coração dos que buscam o Senhor!" (Sl 105,3). Se o homem pode esquecer ou rejeitar a
Deus, este, de sua parte, não cessa de chamar todo homem a procurá-lo, para que viva e encontre a
felicidade. Mas esta busca exige do homem todo o esforço de sua inteligência, a retidão de sua
vontade, "um coração reto", e também o testemunho dos outros, que o ensinam a procurar a Deus.
Vós sois grande, Senhor, e altamente digno de louvor: grande é o vosso poder, e a vossa sabedoria não
tem medida. E o homem, pequena parcela de vossa criação, pretende louvar-vos, precisamente o
homem que, revestido de sua condição mortal, traz em si o testemunho de seu pecado e de que
resistis aos soberbos. A despeito de tudo, o homem, pequena parcela de vossa criação, quer louvar-
vos. Vós mesmo o incitais a isto, fazendo com que ele encontre suas delícias no vosso louvor, porque
nos fizestes para vós e o nosso coração não descansa enquanto não repousar em vós.
(Catecismo da Igreja Católica – Adaptado)

Atividade
A vocação é o Chamado de Deus, um convite para uma vida de santidade e de amor, esta é a vocação
original. Além desta há também a vocação específica na qual damos nosso sim diário ao projeto de
Deus, como o matrimônio, o sacerdócio e a vida religiosa. Para conseguirmos compreender nosso
chamado, tanto para a vocação original quanto para especifica precisamos nos conhecer, para isto
assinale um “X” nas qualidades (positivas ou negativas) do quadro abaixo e compartilhe com a turma:
ELEMENTOS DE GRAU DE AVALIAÇÃO INTUITIVA
OBSERVAÇÃO A B C D E
1. ASPECTO EXTERNO Ruim Descuidado Normal Cuidadoso Muito Cuidadoso
2. MODO DE SER Grosseiro Fechado Normal Atencioso Muito Atencioso
3. DISCIPLINA Rebelde Irriquieto Obediente Disciplinado Responsável
4. LAZER Nenhum Desperdiçado Uso normal Existente Muito bem usado
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5. ESTUDO Preguiçoso Inconstante Normal Com interesse Excelente


6. CONCENTRAÇÃO Quase Nula Superficial Razoável Boa Profunda
7. NOTAS 2-3/10 Ruim 4/10 Fraco 5-6/10 Média 7-8/10 Bom 9-10/10 Excelente
8. PERSEVERANÇA Mínima Irregular Normal Boa Máxima
9. RESPONSABILIDADE Nenhuma Alguma Suficiente Boa Ótimo
10. HONESTIDADE Falso Mentiroso Sincero Aberto Muito Aberto
11. GENEROSIDADE Egoísta Interesseiro Normal Generoso Serviçal
12. AUTOCRÍTICA Nenhuma Probre Existente Frenquente Aberto a Opiniões
13. MORAL Imoral Incoerente Boa Correto Exemplar
14. RELIGIÃO Não Pratica Passivo Praticante Convicto Comprometido

Baseado nas marcações realizadas no exercício anterior, reflita sobre como melhorar alguns das suas
qualidades acima selecionada, enfatizando o porque de tais julgamentos.

Além da vocação original, concretizada no nosso batismo, somos chamados por Deus a uma vocação
específica no decorrer da nossa vida, como por exemplo, o matrimonio ou o sacerdócio. Diante disto,
pede-se a reflexão do que lhe chama atenção e o que não considera atraente nas vocações do quadro
abaixo. Caso necessite, pesquise de forma a conhecer mais sobre cada uma delas.

Vocação
Sacerdotal Matrimonial Religiosa

“E nós vos suplicamos, que, participando do corpo e do sangue de Cristo, sejamos reunidos pelo Espírito Santo
num só corpo”. (Oração Eucarística II, Missal Romano)
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CAPÍTULO III – O QUE TODO CERIMONIÁRIO DEVE SABER

1 – Mandamentos da Lei de Deus


1º) Amar a Deus 4 – Pecados Capitais
sobre todas as 1º) Soberba
coisas 2º) Avareza
2º) Não tomar seu 3º) Luxúria
Santo Nome em 4º) Ira
vão 5º) Gula
3º) Guardar 6º) Inveja
Domingos e 7º) Preguiça
Festas
4º) Honrar Pai e
Mãe 5 – Obras de Misericórdia Corporais
5º) Não Matar 1º) Dar de comer a quem tem fome
6º) Não pecar contra a castidade 2º) Dar de beber a quem tem sede
7º) Não furtar 3º) Vestir os nus
8º) Não levantar falso testemunha 4º) Dar pousada aos peregrinos
9º) Não desejar a mulher do próximo 5º) Visitar os enfermos e encarcerados
10º) Não cobiçar as coisas alheias 6º) Remir os cativos
7º) Enterrar os mortos
2 – Mandamentos da Igreja
1º) Ouvir Missa inteira nos Domingos e festas 6 – Obras de Misericórdia Espirituais
de guarda 1º) Dar bom conselho
2º) Confessar-se ao menos uma vez a cada 2º) Ensinar os Ignorantes
ano 3º) Corrigir os que erram
3º) Comungar ao menos pela Páscoa da 4º) Consolar os aflitos
Ressurreição 5º) Perdoar as injúrias
4º) Jejuar e abster-se de carne quando 6º) Sofrer com paciência as fraquezas do
manda a Santa Madre Igreja e fazer próximo
penitência todas as sextas-feiras 7º) Rogar a Deus pelos vivos e defuntos
5º) Pagar o Dizimo segundo o costume

7 – Dons do Espírito Santo


3 – Sacramentos
1º) Sabedoria
1º) Batismo 2º) Entendimento
2º) Crisma ou Confirmação 4º) Conselho
3º) Eucaristia 5º) Fortaleza
4º) Penitência ou Confissão 6º) Ciência
5º) Unção dos Enfermos 7º) Piedade
5º) Ordem 8º) Temor de Deus
6º) Matrimônio

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8 – Bem-Aventuranças
1º) Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino de Deus
2º) Bem-aventurados os mansos, porque eles possuirão a terra
3º) Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados
4º) Bem-aventurados os que tem fome e sede de justiça, porque eles serão saciados
5º) Bem-aventurados os que usam da misericórdia porque eles alcançarão misericórdia
6º) Bem-aventurados os limpo de coração, porque eles verão a Deus Nosso Senhor
7º) Bem-aventurados os pacíficos, porque ele serão chamados filhos de Deus
8º) Bem-aventurados os que padecem perseguição por amor da justiça, porque deles é o reino do céu.

9 – Símbolos de Fé
Os Símbolos de Fé são formulas criadas pela Igreja desde sua origem e utilizadas para expressar sua
própria fé em uma linguagem normativa e comum a todos os fiéis, eles são chamados também de
“profissões de fé” ou “Credo”. Existem dois tipos de Símbolos de Fé, sendo o mais antigo o “Símbolo
dos Apóstolos” e o segundo o “Credo Niceno-Constantinopolitano” criado nos Concílios Ecumênicos de
Nicéia (325) e de Constantinopla (381), sendo este segundo ainda comum a todas as grandes Igrejas do
Oriente e do Ocidente. Este dois símbolos são apresentados abaixo:

Símbolo dos Apóstolos Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho


Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de
Creio em Deus Pai todo-poderoso, todos os séculos: Deus de Deus, luz da luz, Deus
Criador do céu e da terra. verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não
E em Jesus Cristo, seu único Filho, Nosso criado, consubstancial ao Pai.
Senhor, que foi concebido pelo poder do Por ele todas as coisas foram feitas e por nos
Espírito Santo; nasceu da Virgem Maria; homens, e para a nossa salvação, desceu dos
padeceu sob Pôncio Pilato, foi crucificado, céus e se encarnou, pelo Espírito Santo, no seio
morto e sepultado; desceu à mansão dos da Virgem Maria e se fez homem. Também por
mortos; ressuscitou ao terceiro dia; subiu nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos; padeceu
aos céus, está sentado à direita de Deus Pai e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia
todo-poderoso, donde há de vir julgar os vivos conforme as Escrituras, e subiu aos céus, onde
e os mortos. está sentado à direita do Pai. E de novo há de
Creio no Espírito Santo, na santa Igreja Católica, vir, em sua glória, para julgar os vivos e os
na comunhão dos santos, na remissão pecados, mortos; e o seu reino não terá fim.
na ressurreição da carne, na vida eterna. Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e
Amém. procede do Pai e do Filho, e com o Pai e o Filho
é adorado e glorificado, ele que falou pelos
Credo Niceno-Constantinopolitano profetas.
Creio na Igreja, una, santa, católica e apostólica.
Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso, Professo um só batismo para remissão dos
criador do céu e da terra de todas as coisas pecados. E espero a ressureição dos mortos e a
visíveis e invisíveis. vida do mundo que há de vir. Amém.

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

10 – O que é Liturgia?
“Liturgia” quer dizer ação do povo, serviço do povo. A liturgia tem uma alma: Toda expressão do culto,
sem a fé, é um corpo sem alma. Seria uma religiosidade fingida, que Deus não aceitaria. Com palavras
severas Ele condenou essa falsa piedade dos fariseus: “Este povo me louva com os lábios, mas seu
coração está longe de mim” (Mt 15, 8).

Liturgia é, pois, o culto público da Igreja, que assume oficialmente as palavras e os gestos de Jesus,
bem como a fé e os sentimentos do povo de Deus, tornando presente e atuante a Obra da Salvação. A
Liturgia inclui dois elementos: o divino e o humano. Ela nos leva ao encontro pessoal com Deus, tendo
como Mediado o próprio Cristo, que, nascido de Maria, reúne em Si a Divindade e a Humanidade.

Estas duas dimensões não estão isoladas, uma completa a outra, ou uma é consequência da outra na
medida em que se glorifica a Deus, se santifica. Na medida em que nos santificamos, glorificamos a
Deus. Elas encontram a sua plenitude dentro da Celebração Litúrgica, que por sua vez apresenta
alguns Elementos Constitutivos:

 Assembléia: Conjunto das pessoas que se reúnem para a Santa Celebração;


 Ministros: Há ministros ordenados – Bispos, Padres, Diáconos –
e também ministros instituídos – Leitores e Acólitos. Além
destes há também ministros não ordenados, nomeados dentro
de uma paroquia a fim de satisfazer as necessidades litúrgicas,
são exemplos: ministros extraordinários da eucarística,
ministros da palavra, ministros do batismo, coroinhas,
cerimoniários e ministros para os diversos serviços da
celebração litúrgica;
 Proclamação da Palavra de Deus: Leitura de um trecho da
Bíblia, determinado para a celebração;
 Palavra da Igreja (Homilia): Explicação da palavra proclamada,
homilia e orações;
 Ações Simbólicas: Ritos e símbolos mediantes os quais os fiéis entram em comunhão com
Deus;
 Cantos: Indispensável na celebração. Os cantos expressam harmonia dos cristãos unidos pela
mesma fé;
 Espaço: Local da celebração, mas significa também, ocasião para se reforçar os laços de
fraternidade, momento da organização e busca por melhores condições de vida e ambienta da
festa humana;
 Tempo: é a sucessão de horas do dia e da noite, e também o instante da graça de Deus – são
momentos em que Deus, desde toda a eternidade, vai realizando seu plano de salvação na
história humana.

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

Atividade

A dificuldade que temos para obedecer aos mandamentos na maioria das vezes advém da
inflexibilidade do que se é pedido, mas da ausência de razão dentro do nosso ser. Para conseguir não
pecar, um bom começo é compreender os malefícios físicos, espirituais e mentais que tal ato provoca
em nós. Diante disto escolha um dos mandamentos ou pecados capitais citados, pesquise e reflita
sobre os malefícios provocados e escreva abaixo.

Mandamento Escolhido:

“Este é meu novo mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amo” (João 15, 12)

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

CAPÍTULO IV – DIGNIDADE DA SANTA MISSA E PECADO

1 – Importância e Dignidade da Celebração Eucarística


A celebração da Missa, como ação de Cristo e do povo de Deus hierarquicamente ordenado, é o
centro de toda a vida cristã tanto para a Igreja Universal como local e também para cada um dos
fiéis. Nela se encontra tanto o ápice da ação pela qual Deus santifica o mundo em Cristo, como o do
culto que os homens oferecem ao Pai, adorando-o pelo Cristo, Filho de Deus, no Espírito Santo. Além
disso, nela são de tal modo relembrado, no decorrer do ano, os mistérios da redenção, que eles se
tornam de certo modo presentes. As demais ações sagradas e todas as atividades da vida cristã a ela
estão ligadas, dela decorrendo ou a ela sendo
ordenadas.

É por isso de máxima conveniência dispor a


celebração da Missa ou Ceia do Senhor de tal
forma que os ministros sagrados e os fiéis,
participando cada um conforme sua condição,
recebam mais plenamente aqueles frutos que
Cristo Senhor quis prodigalizar, ao instituir o
sacrifício eucarístico de seu Corpo e Sangue,
confiando-o à sua dileta esposa, a Igreja, como
memorial de sua paixão e ressureição.

Isto se conseguirá de modo adequado se, levando em conta a natureza e as circunstâncias de cada
assembléia litúrgica, toda a celebração for disposta de tal modo que leve os fiéis à participação
consciente for disposta de tal modo que leve os fiéis à participação consciente, ativa e plena do
corpo e do espírito, animada pelo fervor da fé, da esperança e da caridade. Esta é a participação
ardentemente desejada pela Igreja e exigida pela própria natureza da celebração; ela constitui um
direito e um dever do povo cristão em virtude do seu batismo.

Embora às vezes não se possa contar com a presença dos fiéis e sua participação ativa, que
manifestam mais claramente a natureza eclesial da celebração, a celebração eucarística conserva
sempre sua eficácia e dignidade, uma vez que é ação de Cristo e da Igreja, na qual o sacerdote
cumpre seu múnus principal e age sempre pela salvação do povo. Por isso, recomenda-se que o
sacerdote, na medida do possível, celebre mesmo diariamente o sacrifício eucarístico.

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

Realizando-se a celebração da Eucaristia, como também toda a liturgia, por meio de sinais sensíveis
que alimentam, fortalece e exprime a fé, deve-se escolher e dispor com maior cuidado as formas e
elementos propostos pela igreja que, em vista das circunstâncias de pessoas e lugares, promovam
mais intensamente a participação ativa e plena dos fiéis e que melhor respondam às suas
necessidade espirituais.

De máxima importância é a celebração da Eucaristia na Igreja particular. O bispo diocesano, o


principal dispenseiro dos ministros de Deus na Igreja Particular a ele confiada, é o moderador, o
promotor e guarda de toda a vida litúrgica. Nas celebrações que se realizam sob a sua presidência,
sobretudo nas celebrações eucarísticas realizadas por ele, com a participação dos presbíteros,
diáconos e do povo, manifesta-se o mistério da Igreja. Por isso, tais celebrações das missas devem
ser tidas como modelares para toda a diocese. É, pois, dever do bispo esforçar-se para que os
presbíteros, os diáconos e os fiéis cristãos leigos compreendam sempre mais profundamente o
sentido autêntico dos ritos e dos textos litúrgicos e assim sejam levados a uma celebração ativa e
frutuosa da Eucaristia. Com a mesma finalidade o bispo deve cuidar para que cresça sempre a
dignidade das próprias celebrações, com o que contribui a beleza do espaço sagrado, a música e a
arte.

Devido a estas observações, o sacerdote deve estar lembrado de que ele é o servidor da sagrada
Liturgia e de que não lhe é permitido, por própria conta, acrescentar, tirar ou mesmo mudar
qualquer coisa na celebração da Missa, salvo quando a própria liturgia assim permitir.

(Introdução Geral do Missal Romano e Introdução ao Lecionário da CNBB – Adaptado)

2 – O Pecado
O pecado é “uma palavra, um ato ou um desejo contrários à
Lei eterna” (Santo Agostinho). É uma ofensa a Deus, na
desobediência a sua amor. Ele fere a natureza do homem e
atenta contra a solidariedade humana. Cristo na sua Paixão
desvela plenamente a gravidade do pecado e o vence com a
sua misericórdia.

Existe uma variedade de pecados. Eles podem ser distintos


segundo seu objeto ou segundo as virtudes ou
mandamentos aos quais se opõem. Podem-se referir diretamente a Deus, ao próximo ou a nós

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

mesmo. Além disso, podem-se distinguir pecados de pensamento, de palavra, de ação e de omissão.
Em relação a gravidade o pecado pode ser distinguido em pecado mortal e pecado venial.

Comete-se o pecado mortal quando ao mesmo tempo há matéria grave, plena consciência e
consenso deliberado. Esse pecado destrói em nós a caridade, priva-nos da graça santificante, leva-
nos à morte eterna do inferno se não nos arrependermos. É perdoado ordinariamente mediante os
sacramentos do Batismo e da Penitência ou Reconciliação.

Já o pecado venial se comente quando se tem matéria leve, ou também grave, mas sem plena
consciência ou total consenso. Ele não rompe a aliança com Deus, mas enfraquece a caridade;
manifesta uma afeição desordenada pelos bens criados; obstaculiza os progressos da alma no
exercício das virtudes e na pratica do bem moral; merece penas purificadoras temporais.

Ele prolifera em nós através dele mesmo, ou seja, o pecado leva ao pecado, e a sua repetição gera o
vício. Este, sendo o contrário das virtudes, são hábitos perversos que ofuscam a consciência e
inclinam ao mal. Os vícios podem estar unidos aos sete pecados chamados de capitais: soberba,
avareza, inveja, ira, impureza, gula, preguiça ou acídia. O pecado não é próprio de um individuo, ou
seja, também temos responsabilidade nos pecados cometidos pelos outros, quando neles
cooperamos com culpa. As diversas situações sociais ou institucionais contrárias à lei divina,
expressas e efetivas de pecados pessoais são chamadas de estruturas do pecado.

Atividade

O pecado, portanto, começa por ser um ato isolado, passa a ser corriqueiro e chega ao vício. Ele
inicia atingindo a mente, espirito e até mesmo o corpo, devido a seus malefícios. Em virtude disto,
quando estamos em um Estado de Espirito ruim, ou seja, emergido em pecado, percebe-se seus
reflexos na vida, como por exemplo, laços sociais destrutivos, depressões e sensações de inutilidade,
ou seja, a vida se torna improdutiva. Sabendo disto realize um exame de consciência de seus pecados
seguindo esta mesma lógica do capítulo anterior, ou seja, analisando os malefícios dos seus pecados
e fazendo um proposito de mudanças, depois compartilhe com Deus suas conclusões em uma
conversa na capela do Santíssimo. Lembre-se cair somente é uma derrota quando não o fazemos na
subida, no contrario cair é um sinal de vitória. Depois relate abaixo sua experiência com Deus.

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

“Se reconhecermos os nossos pecados, Deus aí está fiel e justo para nos perdoar os pecados e para nos
purificar de toda inequidade” (I João 1, 9).

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

CAPÍTULO V – SER LUZ DE CRISTO

1 – Matéria ou Espírito
“Por que desejam armar-me uma cilada? Mostrem-me um denário”. Apresentaram-lho. “De quem é a
imagem e inscrição?”, perguntou Jesus. “De Cesar”, responderam. E ele replicou: “Daí, pois, a César o
que é de César e a Deus o que é de Deus!”. (Mc 12, 15ss).

A grande luta do mundo moderno é a da matéria contra o


espírito. O materialismo evoluiu muito e a religião evoluiu
pouco. Desde de Feuerbach, Marx e Engels , Freud, Adler e Jung,
o homem acha que pode explicar a terra, o universo e a história
e interpretar e conhecer a si mesmo. Por isso não há errada
porque ‘Não Cientifica’! E só a ciência pode ser certa!...Só é
verdadeiro o que o homem experimentou e provou” É o que
dizem.

Milhares de homens e mulheres de hoje não acreditam mais na


religião e em Deus. Alguns milhões acreditam em Deus, mas combatem as religiões. Outros milhões
combatem a fé em Deus como superstição, desinformação ou postura anticientífica.

O ateísmo, sobretudo na forma de materialismo dialético, avançou a tal ponto que já tem sob seu
governo duas vezes mais indivíduos que cristãos. Vale dizer: para cada 5 seres humanos existentes: 2
acreditam em Deus, 2 não acreditam, 1 ainda não se definiu porque é criança ou jovem.

E enquanto as religiões se combatem desunidas e perdidas em questiúnculas nada essenciais, os


ateus em geral marcham unidos no seu objetivo: libertar o homem do conceito de Deus e prepará-lo
para construir sozinho e com suas próprias forças uma nova ordem econômica, política e social aqui
e agora. Já. Sempre que os materialistas assumem o poder, seu primeiro e grande conflito é com as
pessoas de fé.

Nas escolas, faculdades, universidades e ambientes de trabalho esta cada dia mais difícil ser uma
pessoa de fé. E está cada dia mais difícil ser cristão e católico. O problema começa dentro da Igreja
Católica e continua dentro do cristianismo e dentro da sociedade de estrutura no materialismo
capitalista ou marxista.

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

Dentro da Igreja há conflitos graves: choques entre conceitos e estilo de pastoral e entre enfoques
teológicos; crise de identidade do clero, dos religiosos e dos leigos. Nos últimos 20 anos, houve muita
deserção nas lideranças e muitíssimos católicos mudaram de religião, ou partiram para a descrença.
Dentro do cristianismo, o católico tem sido atacado impiedosamente por centenas de seitas não
católicas tipo testemunha de Jeová, ou Messiânicas que gastam mais tempo falando contra os
católicos do que a favor da fé de Deus. São mais anticatólicos do que crentes...

Enquanto isso, os não-crentes, os ateus e materialistas tomam conta das rádios, televisões, revistas,
editoras, jornais, cinemas, lugares de diversão e moda e ditam o modo de pensar e de agir.

A pressão do materialismo é forte demais para um jovem que ainda não optou de verdade.

O sexo é livre, a pornografia invade as ruas, o corpo é endeusado, as roupas cada dia revelam mais o
corpo, a família é revitalizada, o prazer é levado às últimas consequências; desquites, divórcios,
aborto, homossexualismo, sexo explícito, tudo isso está ao alcance de qualquer jovem. Acrescente-se
a isso os tóxicos (drogas), e teremos o reino do pecado e do egoísmo a dominar uma cabeça jovem
em regime e sistema declarada ou veladamente materialistas e ateus.

A grande crise do Ocidente é a falta de fé. Deus não existe para o ateu. E para a maioria dos que se
proclamam cristãos ou crentes, Deus existe, mas está lá longe e não é importante. Proclamam sua fé,
mas vivem como ateus. Proclamam seu batismo, mas vivem como pagãos.

O cristianismo perdeu muito espaço no século XX. E você vai ter que se perguntar se, neste fim de
século e no começo do outro, ainda vale a pena ser cristão.

Se você acha que não é tolice acreditar que um dia o Filho daquele Alguém que criou o universo
esteve entre nós, tomou nossa forma e nos ensinou valores eternos e infinitos, então seja cristão.
Mas não espere aplausos. De agora em diante será cada dia mais difícil ser católico e cristão na
Europa e no Terceiro Mundo. O capitalismo e o comunismo não tem mais medo da Igreja. Estão
rindo de nós. As ditaduras de esquerda e de direita sé se incomodam com cristãos autênticos. Os
cristãos só de título não atrapalham ninguém. O poder está com os materialistas.

Mas a luta, a grande luta deste fim de século é a da fé em Deus contra a fé na ciência.

Não precisaria haver esse conflito. É perfeitamente possível crer em Deus e crer na ciência. Só que
interesses políticos radicalizaram as posições. E aos ateus, no poder político ou econômico, interessa
ou calar os religiosos ou tê-los como aliados. É o que buscam com muita inteligência e sucesso!

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

Repete-se o mesmo caminho de Jesus: não agradou nem aos espiritualistas alienados (os essênios),
nem aos herodianos (polícias do poder), nem aos saduceus (poder), nem aos fariseus (aliados do
poder), nem aos zelotes (esquerda do poder e terroristas). Ficou só. E, no fim, até seus discípulos
fugiram. Foi a certeza da ressurreição que os trouxe de volta! E se não acreditarmos na ressurreição
da fé, acabaremos todos fora da Igreja, ou ateus.

Jesus não obrigava ninguém a segui-lo. Continua não obrigando. Ou você gosta dele e de sua
proposta de vida e fica, ou se decepciona e procura outro mestre: Che Guevara, Fidel Castro, Brecht,
Sartre, Pinochet, Sung Miung Moon, ou qualquer outro líder mais convincente. A escolha é sua. Eu
fico com Jesus, porque acredito, desde jovem, que Jesus é Deus. Mas isso é escolha minha, não sua!

Aos olhos dos ateus, sou um tolo e um ignorante. Ao meu ver, os ateus ainda não viram um palmo
além do seu nariz.

Eu acho que existe alguém maior que o universo. E Jesus apontou para ele. E se declarou filho dele. E
acredito porque quero. E me parece mais lógico do que acreditar que tudo começa aqui e aqui
mesmo acaba... Eu não sou materialista. Eu creio na eternidade do homem. Estou em guerra contra o
materialismo. Consigo, todavia, viver em paz com os materialistas. Gosto deles, mas não gosto do
que eles estão fazendo deste planeta. Se você pensa como eu, junte-se a mim. Ressuscitemos a fé
em Deus. Falemos mais de Deus. Falemos mais com Deus...

(Pe. Zezinho, scj – Ao Deus da minha Juventude)

2 – Estabelecimento de um Diálogo com Deus


Jesus, durante toda sua vida, sempre fez muitas orações. Ele retirava-se para
lugares silencioso, isolados, para melhor comunicar-se com seu Pai. Com o tempo,
seus discípulos perceberam que orar era algo muito importante e pediram a Jesus
que lhes ensinasse a rezar. Foi então que lhe falou do pai-nosso.

Depois da morte de Jesus, os primeiros cristãos iam todos os dias ao templo para
rezar salmos, hinos e cânticos. E assim continuou a Igreja através dos séculos,
sempre dando muita importância à oração.

Como você já deve ter percebido, toda a liturgia é uma oração, porque nela ocorre um diálogo com
Deus que, como dissemos, também se comunica com as pessoas por meio da oração.

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

Por isso, quem desejo servir a Deus com dedicação e respeito, deve saber rezar, conversar com o Pai.
Não se pode imaginar um cerimoniário que ajude o padre na Igreja, sirva a Deus e não sabe rezar.

Mas... o que devo rezar? É claro que você já deve conhecer muitas orações: pai-nosso, ave-maria,
gloria, credo e outras. Porém, uma oração dirigida a Deus com sinceridade não precisa ser,
obrigatoriamente, uma oração conhecida, famosa, rezada por muita gente.

Você pode “Criar” a sua oração para agradecer, louvar, ou pedir alguma coisa a Deus. Para rezar, não
é preciso dizer palavras difíceis, complicadas. Deus sabe qual é sua intenção. Por isso basta dirigir-se
a ele com a expressão simples, como por exemplo: “obrigado, meu Deus, por tudo o que eu tenho”
ou “Minha mãe do céu, dê-me sua benção”. Essas são as chamadas de orações espontâneas.

Há ocasiões em que queremos ter uma “conversa” mais demorada com Deus, para fazer um
desabafo, um pedido, um agradecimento. Também nesses casos, use palavras espontâneas
expressando aquilo que realmente está em seu coração, como se estivesse falando com sua mãe, seu
pai ou um amigo em que você confia muito.

Agora você poderá perguntar: mas Quando se deve rezar? Jesus responde essa pergunta: SEMPRE.
Seria bom que se rezasse pelo menos de manhã, ao levantar-se e à noite ao deitar-se. Também seria
bom rezar todos os momentos alegres de sua vida, para agradecê-los, e nos períodos difíceis, para
que Deus lhe dê força para superá-lo, de acordo com a vontade dele. E ainda quando se entra na
Igreja, Casa de Deus, que é um lugar especial de oração. Porém mais que todas essas vezes descritas,
é importante ao ser humano fazer de sua vida uma oração. O ápice de uma vida espiritual é o
momento em que todos os seus movimentos, palavras, pensamentos, atos e sentimentos se tornam
uma oração, porque neste instante tudo que você fará na sua vida será para Deus e com Deus. Dessa
forma você estará preparado para todos os desafios da vida. Pense nisso!

Atividade

Quando João Batista pregava o Reino de Deus para e batizava multidões no deserto, sempre os
questionavam: “’Que devemos fazer?’ Ele respondia: ‘Quem tem duas túnicas dê uma ao que não
tem, e quem tem o que comer, faça o mesmo’. Também arrecadadores de impostos vieram para ser
batizados e perguntara-lhe: ‘Mestre, que devemos fazer?’ Ele lhes respondeu: ‘Não exijais mais do
que vos foi ordenado’. Do mesmo modo, os soldados lhes perguntavam: ‘E nós, que devemos fazer?’
Respondeu-lhes ‘Não pratiquei violências nem fraudeis a ninguém, e contentai-vos com o vosso
soldo” (Lucas 3, 10-14). Muitas vezes na nossa história perguntamos “o que devemos fazer?”, porém
nada sabemos. Isto ocorre não é porque Deus está calado, é porque não paramos para escuta-lo,
compreender a Deus é guardar silencio e entender seus sinais na nossa vida, para assim
25
CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

compreender o que Deus está falando. Faça a experiência, guarde silencio no santíssimo e veja o que
Deus fala para Você, este é o inicio de uma vida contemplativa e de oração, depois escreva sua
experiência abaixo:

“Passado uns oito dias, Jesus tomou consigo a Pedro, a Tiago e a João, e subiu o monte para orar” (Lucas 9, 28).

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

CAPÍTULO VI – MINISTROS DE DEUS


A Celebração Eucarística constitui uma ação de Cristo e da Igreja, que é o “sacramento da unidade”,
isto é, o povo santo, unido e ordenado sob a direção do Bispo. Por isso, pertence a todo o Corpo da
Igreja e o manifesta e afeta; mas atinge a cada um dos seus membros de modo diferente, conforme
diversidade de ordens, ofícios e da participação atual. Dessa forma, o povo cristão, “geração
escolhida, sacerdócio real, gente santa, povo de conquista”, manifesta sua organização coerente e
hierárquica. Todos, portanto, quer ministros ordenados, quer fiéis leigos, exercendo suas funções e
ministérios, façam tudo e só aquilo que lhes compete.

1 – Ministros da Ordem Sacra


1.1 – Bispo

Toda celebração legítima da Eucaristia é dirigida pelo Bispo pessoalmente ou através dos presbíteros,
seus auxiliares. Quando o Bispo está presente à Missa com afluência do povo, é de máxima
conveniência que ele celebre a Eucaristia e associe a si os
presbíteros na sagrada ação como concelebrantes. Isto se faz, não
para aumentar a solenidade exterior do rito, mas para manifestar
mais claramente o ministério da Igreja, “sacramento da unidade”.

O Bispo, investido da plenitude do sacramento da Ordem, rege a


Igreja Particular, como vigário e legado de Cristo em comunhão e
sob a autoridade do Romano Pontífice, ou seja, do Papa. Com
efeito, “os Bispos constituídos pelo Espírito Santo, são os
sucessores dos Apóstolos como pastores das almas, ... Cristo, na
verdade, deu aos Apóstolos e aos seus sucessores o mandato e o poder de ensinar todas as gentes,
de santificar os homens na verdade e de os apascentar. E assim, os Bispos foram constituídos, pelo
Espírito Santo que lhes foi dado, verdadeiro e autêntico mestre da fé, pontífice e pastores”.

Na verdade, o Bispo é “o administrador da graça do supremo sacerdócio”, e dele dependem, no


exercício do seu poder, tanto os presbíteros, os quais para serem providos cooperadores da ordem
episcopal, são também eles consagrados verdadeiros sacerdotes do Novo Testamento, como os
diáconos, os quais, ordenados para o ministério, estão ao serviço do povo de Deus, em comunhão
com o bispo e o seu presbitério.

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

1.2 – Presbítero (Padre)

O presbítero, que na Igreja tem o poder sagrado da Ordem para oferecer o sacrifício em nome de
Cristo, também está à frente do povo fiel reunido, preside à sua oração, anuncia-lhe a mensagem da
salvação, associa a si o povo no oferecimento do
sacrifício a Deus Pai, por Cristo, no Espírito Santo, dá
aos seus irmãos o pão da vida eterna e participa com
eles do mesmo alimento. Portanto, quando celebra a
Eucaristia, ele deve servir a Deus e ao povo com
dignidade e humildade, e, pelo seu modo de agir e
proferir as palavras divinas, sugerir aos fiéis uma
presença viva de Cristo.

Embora não gozem do sumo pontificado e dependam


do Bispo no exercício do seu poder, a eles estão,
todavia, unidos pela dignidade sacerdotal. Zelosos cooperadores da ordem episcopal, seu
instrumento e auxílio, chamado a servir o povo de Deus, constituem com o seu Bispo um único
presbitério, e, sob a autoridade dele, santificam e regem a parte do rebanho do Senhor que lhes foi
confiada.

1.3 – Diáconos

Depois do presbítero, o diácono, em virtude da sagrada ordenação recebida, ocupa o primeiro lugar
entre aqueles que servem na celebração eucarística. A sagrada Ordem do diaconado, realmente, foi
tida em grande apreço na Igreja já desde os inícios da era apostólica. Na Missa, o diácono tem partes
próprias no anúncio do Evangelho e, por vezes, na pregação da Palavra de Deus, na proclamação das
intenções da oração universal, servindo o sacerdote na preparação do altar e na celebração do
sacrifício, na distribuição da Eucaristia aos fiéis, sobretudo sob a espécie do vinho e, por vezes, na
orientação do povo quanto aos gestos e posições do corpo.

Os diáconos devem ser homens de boa reputação e cheios de sabedoria, e deve ser tal o seu
proceder, mediante o auxilio de Deus, que sejam reconhecidos como verdadeiros discípulos daquele
que não veio para ser servido, mas para servir, e viveu no meio dos seus discípulos como quem serve.
Fortalecidos pelo dom do Espírito Santo, prestam a sua ajuda ao Bispo e seu presbítero, no ministério
da Palavra, do altar e da caridade. Enquanto ministros do altar, anunciam o Evangelho, servem na
celebração do Sacrifício, distribuem o Corpo e o Sangue do Senhor. Em suma, os diáconos

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

considerem o Bispo como pai e ajudem-no como ao próprio Senhor Jesus Cristo, Pontífice para
sempre, presente no meio do seu povo.

2 – Ministros Particulares
2.1 – Acólito

O acólito é instituído para o serviço do altar e para auxiliar o sacerdote e o


diácono. Compete-lhe principalmente preparar o altar e os vasos sagrados, e,
se necessário, distribuir aos fiéis a Eucaristia, da qual é ministro
extraordinário. No ministério do altar, o acólito possui partes próprias que ele
mesmo deve exercer.

Não havendo acólito instituído, podem ser delegados ministros leigos para o
serviço do altar e ajuda ao sacerdote e diácono, que levem a cruz, as velas, o
turíbulo, o pão, o vinho e a água; podem ainda ser ministros extraordinários
para a distribuição da sagrada Comunhão.

2.2 – Leitores

O Leitor é instituído para proferir as leituras da sagrada Escritura, exceto o Evangelho. Pode
igualmente propor as intenções para a oração universal e, faltando o salmista, proferir o salmo entre
as leituras. Na falta de leitor instituído, sejam delegados outros leigos, realmente capazes de
exercerem esta função e cuidadosamente preparados para proferir as leituras da Sagrada Escritura,
para que os fiéis, ao ouvirem as leituras divinas, concebam no coração um suave e vivo afeto pela
Sagrada Escritura.

2.3 – Salmista e Cantores

Compete ao salmista proclamar o salmo ou outro cântico bíblico colocado entre as leituras. Para bem
exercer a sua função é necessário que o salmista saiba salmodiar e tenha boa pronúncia e dicção.
Entre os fiéis, também exerce sua função litúrgica o grupo dos cantores ou coral. Cabe-lhe executar
as partes que lhe são próprias, conforme diversos gêneros de cantos, e promover a ativa participação
dos fiéis no canto.

2.4 – Sacristão

Juntamente com o cerimoniário, mas dependente dele, o sacristão é responsável por dispor com
cuidado os livros litúrgicos, os paramentos e outras coisas necessárias para a celebração da Missa.
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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

Ele deve procurar observar o silêncio e a modéstia dentro da sacristia. Não descure as alfaias que se
conservam na tradição local, antes as guarde nas melhores condições. Aquilo que for introduzido de
novo escolha-se de acordo com a arte contemporânea, posto de parte, contudo, o prurido de mera
novidade.

2.3 – Mestre de Cerimônias (cerimoniário)

Assim como vimos, o cerimoniário deve preparar e dirigir, em intima colaboração com o celebrante e
demais pessoas que têm por oficio coordenar as diferentes partes da mesma celebração. É
conveniente, ao menos nas Igrejas Catedrais e outras Igrejas Maiores, que haja algum mestre de
cerimônias, a fim de que as ações sagradas sejam devidamente organizadas e exercidas com decoro,
ordem e piedade pelos ministros sagrados e pelos fiéis leigos. Cabe recordar as instruções do Missal
Romano: “todas as funções inferiores às dos diáconos poderão ser exercidas por leigos do sexo
masculino, mesmo que não tenham sido instituídos para isso”. Desta forma o cerimoniário poderá
ser um leigo, desde que tenha o sexo masculino.

2.4 – Coroinhas

Coroinha é uma criança ou adolescente, que auxilia


os sacerdotes nas funções do altar. Em 1994, o papa João Paulo
II autorizou que meninas também servissem ao altar;
a Encíclica Redemptionis sacramentum prevê essa circunstância.
Atualmente, em algumas paróquias a função de coroinha é
permitida também às meninas, mas sua autorização deve provir
do Ordinário local.

No Brasil, confunde-se "coroinha" com "acólito", todavia, coroinha


não é um ministro instituído, isto é, ordenado pelo Bispo,
característica do acólito.

2.5 – Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão Eucaristica (MESCE)

O ministro extraordinário da comunhão é, um leigo a quem é dada permissão, de forma temporária


ou permanente, de distribuir a comunhão aos fiéis, na missa ou noutras circunstâncias, quando não
há um ministro ordenado) que o possa fazer.

Chamam-se extraordinários porque só devem exercer o seu ministério em caso de necessidade, e


porque os ministros ordinários (isto é, habituais) da comunhão são apenas os fiéis que receberam
o sacramento da ordem. Na verdade, é a estes que compete, por direito, distribuir a comunhão. Por
30
CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

esse motivo, o nome desta função é ministro extraordinário da comunhão, e não da Eucaristia, visto
que apenas os sacerdotes são ministros da Eucaristia, e a função dos ministros extraordinários da
comunhão exerce-se apenas na sua distribuição.

3 – Funções do Povo de Deus


Na celebração da Missa, os fiéis constituem o povo santo, o povo adquirido e o sacerdócio régio,
para dar graças a Deus e oferecer o sacrifício perfeito, não apenas pelas mãos do sacerdote, mas
também juntamente com ele, e para aprender a oferecer-se a si próprios. Esforcem-se, pois, por
manifestar isto por meio de um profundo senso religioso e da caridade para com os irmãos que
participam da mesma celebração. Por isso, evitem qualquer tipo de individualismo ou divisão,
considerando sempre que todos têm um único Pai nos céus e, por este motivo, são todos irmãos
entre si.

Formem um único corpo, seja ouvindo a Palavra de Deus, seja tomando parte nas orações e no canto
ou, sobretudo, na oblação comum do sacrifício e na comum participação da mesa do Senhor. Tal
unidade se manifesta muito bem quando todos os fiéis realizam em comum os mesmos gestos e
assumem as mesmas atitudes externas. Os fiéis não se recusem a servir com alegria ao povo de Deus,
sempre que solicitados para algum ministério particular ou função na celebração.

Atividade
Qual sua função dentro da Igreja de Cristo? Como você participa da Santa Missa? Como você acha
que deveria participar? Compartilhe com os companheiros de formação! Além disto, é necessária
muita atenção na função de cada um dos ministros, desta forma ao assistir a sua próxima missa,
pede-se que observe as funções dos ministros ordinário, extraordinários e particulares dentro da
Santa Missa e descreva abaixo uma função para cada linha vazia:

PADRE

MINISTRO DA SAGRADA COMUNHÃO

CERIMONIÁRIO

COROINHA

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

LEITORES E EQUIPE DE LITURGIA

MÚSICOS

COMUNIDADE

Refleta: quais os prós e os contras das seguintes questões – É melhor uma pastoral com muitos
membros, ou uma pastoral com poucos membros? Quantidade ou Qualidade?

“Não fostes vós que e escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constituí para que vades e produzais fruto, e o
seu fruto permaneça. Eu assim vos constituí, a fim de que tudo quanto pedirdes ao pai em meu nome, ele vos
conceda. O que vos mando é que vos ameis uns aos outros” (João 15, 16-17).

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

CAPÍTULO VII – TEMPO LITÚRGICO


No decorrer do ano, a Santa Igreja comemora em dias
determinados a Obra da Salvação de Cristo. Cada semana, no
domingo, é recordada a ressureição de Cristo, celebrada
também, uma vez por ano, na Paixão de Cristo, na solenidade
máxima da Páscoa. Durante o ciclo anual desenvolve-se todo
o mistério de Cristo e comemoram-se os aniversários dos
Santos.

Nos vários tempos do ano litúrgico, segundo a disciplina


tradicional, a Igreja aperfeiçoa a formação dos fiéis por meio
de piedosos exercícios espirituais e corporais, pela instrução e oração, e pelas obras e penitência e de
misericórdia.

1 – Duração do Ano Litúrgico


Desde pequenos aprendemos, na escola ou em casa, que há vários tipos de “anos”: o ano letivo
(período do ano em que há atividades escolares); o ano civil (o ano oficial que começa no dia 1 de
janeiro e termina no dia 31 de dezembro); o ano solar (período em que ocorrem os movimentos da
terra em torno do sol); e outros anos. Desta mesma forma dentro da liturgia há um ano com limites
distintos dos demais, chamado de ano litúrgico, ele começa no primeiro dia do Advento e termina na
festa de Cristo Rei do Universo, ou seja, tem seu inicio e termino em meados do final de novembro e
inicio de dezembro.

2 – Ciclos do Ano Litúrgico


No ano civil cada ano é diferente do outro: datas em dias da semana distintos e a existência do ano
bissexto. Assim como no ano civil, o ano litúrgico apresenta variações em relações ao seu ano, não
somente na variação das datas, mas principalmente das leituras. Isto porque o Ano litúrgico é divido
em três grandes ciclos, cada um correspondente a uma letra e um evangelista: Ano A – São Mateus;
Ano B – São Marcos; Ano C – São Lucas. Quando percorremos todos os três ciclos conseguimos
percorrer também toda a palavra das Sagradas Escrituras. Mas nos perguntamos, não são quatro
Evangelistas, onde está São João? O Evangelho de São João, devido a sua característica festiva e
solene, é utilizado nas solenidades e festas no transcorrer dos outros ciclos.

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

3 – Calculando o Ano Litúrgico


Para se calcular o ano litúrgico em que nos encontramos, devemos saber se o ano é múltiplo de 3,
para isso, somasse todos os algarismo, caso o resultado seja múltiplo de 3 estamos no ano C (2010 =>
2+0+1+0=3), caso não seja basta verificar se o resultado é menor do que o múltiplo mais próximo,
sendo assim ano B (2012 => 2+0+1+2=5<6), ou se é maior, sendo assim o ano A (2011 =>
2+0+1+1=4>3).

Além disto, os anos são divididos em pares e impares. Esta divisão serve como reverência para as
leituras da semana, a cada ano dentro do ciclo litúrgico a leitura da mesma missa será diferente.
Desta forma ao final dos três anos, caso o católico comparece diariamente a Santa Missa, terá lido a
bíblia inteira. Neste caso a divisão é logica mesmo, por exemplo 2000 => ano par / 2007 => ano
impar.

4 – Evangelho e Evangelistas

Quer dizer boa nova e, realmente, nada do que aconteceu antes ou depois de Cristo tem a
importância da Revelação que o Evangelho nos traz. As pessoas convertidas logo o percebem. Todos
os que descobrem Jesus sabem disto: o Evangelho é a boa nova, todas as outras coisas não passam
de novidades mais ou menos interessantes.

Os Evangelhos são quatro: de S. Mateus, S. Marcos, S. Lucas e S. João. Tendo cada um o próprio
estilo, todos narram a vida de Jesus. Santo Agostinho vê neste número o símbolo dos quatro pontos
cardeais, que significa que os evangelhos devem ser pregados nos quatro cantos da terra.
O profeta Ezequiel (Ez 1, 5s), falando de suas visões, afirma que lhe apareceram quatro animais
simbólicos: em um sobressaia o rosto humano, e nos outros, respectivamente, a cabeça de boi, de
águia e de leão - estranhos seres figurativos dos evangelistas.

São Mateus: Começa seu Evangelho pela série dos antepassados de quem, como homem, Jesus
descende, ele é representado pelo animal com rosto de homem. Escreveu visando, particularmente,
converter os judeus. Insiste nas profecias messiânicas e demonstra sua plena realização em Jesus
Cristo.
São Marcos: Inicia sua narrativa com a história de São João Batista, cuja "voz se faz ouvir no deserto",
tem, por símbolo, o leão. Destinou seu Evangelho aos pagãos convertidos, procurando demonstrar a
Divindade de Jesus pelos prodígios que praticou, por seu comprovado poder sobre os elementos da

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

natureza e sobre os demônios, cuja inegável representação eram os ídolos do paganismo.


São Lucas: Inicia seu Evangelho falando do sacerdócio de Zacarias, sacerdote e sacrificador da Antiga
Lei, motivo por que é designado pelo touro. Foi companheiro de São Paulo. Destinou seu Evangelho a
pagãos e judeus. Narra particularidades que os outros calaram, principalmente sobre a Virgem
Maria.
São João: Inicia seu livro com o belíssimo "No principio era o Verbo..." só poderia ser figurado pela
águia. Foi o "discípulo amado" e o que deu maiores provas de fidelidade a seu mestre, sendo o único
a não abandoná-lo em sua paixão. Escreveu com o fim expresso de demonstrar que Jesus é o Messias
prometido no qual é necessário crer para alcançar a vida eterna.

Os quatro evangelistas se entrelaçam e se completam. No entanto, diz São João que "muitos outros
prodígios fez ainda Jesus, na presença de seus discípulos, mas que não foram escritos neste livro". E
acrescenta: "Estes, porém, foram escritos, a fim de que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e
para que, crendo, tenhais a vida em seu nome" (Jo 20, 30-31).

(Adaptado do site catequisar.com.br)

5 – O Dia Litúrgico em geral


Todos os dias são santificados pelas celebrações litúrgicas do Povo de Deus, principalmente pelo
Sacrifício Eucarístico e pelo Ofício Divino. A duração do dia litúrgico se estende desde meia-noite até
a próxima meia-noite. A celebração do domingo e das solenidades, porém, começa com as vésperas
do dia precedente, ou seja, o Domingo Litúrgico começa aproximadamente às 18h do sábado e
termina meia-noite do domingo.

6 – O Domingo
No primeiro dia de cada semana, que é chamado dia do Senhor ou domingo, a Igreja, por uma
tradição apostólica que tem origem no próprio dia da Ressurreição de Cristo, celebra o mistério
pascal. Por isso, o domingo deve ser tido como o principal dia de festa.

Por causa de sua especial importância, o domingo só cede sua celebração às solenidades e às festas
do Senhor, contudo, os domingos do Advento, da Quaresma e da Páscoa gozam de precedência
sobre todas as festas do Senhor e todas as solenidades. As solenidades que ocorram nestes
domingos sejam antecipadas para sábado.

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

7 – As solenidades, Festas e Memórias


No ciclo anual, a Igreja, celebrando o mistério de Cristo, venera também com particular amor a Santa
Virgem Maria, Mãe de Deus, e propõe à piedade dos fiéis as memórias dos Mártires e outros Santos.

Os Santos de importância universal são celebrados obrigatoriamente em toda a Igreja; os outros são
escritos no calendário para serem celebrados facultativamente, ou serão deixados ao culto de
alguma Igreja local, nação ou família religiosa.

As celebrações, que se distinguem segundo sua importância, são denominadas: solenidade, festa e
memória.

Solenidades: são constituídas pelos dias mais


importantes, cuja celebração começa no dia precedente
com as Primeiras Vésperas. Algumas solenidades são
também enriquecidas com uma Missa própria para uma
Vigília, que deve ser usada na véspera quando houver
Missa Vespertina. As celebrações das duas maiores
solenidades, Páscoa e Natal, prolongam-se por oito dias
seguidos. Ambas as oitavas são regidas por leis próprias;

Festas: são celebradas no limite dos dias naturais, por


isso não tem Primeiras Vésperas, a não ser que se trate
de festa do Senhor que ocorrem nos domingos do Tempo Comum e do Tempo do Natal, cujo Ofício
substitui;

Memórias: obrigatórias ou facultativas; sua celebração, porém, se harmoniza com a celebração do


dia de semana ocorrente, segundo as normas expostas nas Instruções Gerais sobre o Missal Romano
e a Liturgia das Horas; As memórias obrigatórias que ocorrem na semana da Quaresma somente são
celebradas como facultativas. Não se pode celebrar varias memorias facultativas no mesmo dia,
neste caso se prioriza apenas uma e se omite as outras;

8 – Os dias da Semana
Os dias que seguem o domingo são chamados dias de semana, celebram-se de diversos modos,
segundo sua importância própria:

 Quarta-Feira de Cinzas; os dias de semana da Semana Santa, de Segunda a Quinta-Feira


inclusive, têm preferência a todas as outras celebrações;
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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

 Os dias de semana do Advento, de 17 a 24 de dezembro inclusive, e todos os dias de


semana da Quaresma têm preferência às memórias obrigatórias;

 Todos os outros dias de semana cedem o lugar às solenidades e festas, e se combinam


com as memórias.

9 – Tempos específicos
Tempo do Advento: possui característica dupla, sendo um tempo de preparação para as solenidades
do Natal, em que se comemora a primeira vinda do Filho de Deus entre os homens, é também um
tempo em que, por meio desta lembrança, voltam-se os corações para a expectativa da segunda
vinda do Cristo no fim dos tempos. Por este duplo motivo, o Tempo do Advento se apresenta como
um tempo de piedosa e alegre expectativa. O tempo do Advento começa com as Primeiras Vésperas
do domingo que cai no dia 30 de novembro ou no domingo que lhe fica mais próximo, terminando
antes das primeiras vésperas do Natal. Os dias de semana dos dias 17 a 24 de dezembro inclusive
visam de modo mais direto a preparação do Natal do Senhor.

Tempo do Natal: a Igreja nada considera mais venerável, após a celebração anual do mistério da
Páscoa, do que comemorar o Natal do Senhor e suas primeiras manifestações, o que se realiza no
Tempo do Natal. O tempo do Natal vai das Primeiras Vésperas do Natal do Senhor ao domingo
depois da Epifania ou ao domingo depois do dia 6 de janeiro inclusive. A Missa da Vigília do Natal é
celebrada à tarde do dia 24 de dezembro, antes ou depois das Primeiras Vésperas.

Tempo Comum: além dos tempos que têm característica própria, restam no ciclo anual trinta e três
ou trinta e quatro semanas nas quais não se celebra nenhum aspecto especial do mistério do Cristo;
comemora-se nelas o próprio mistério de Cristo em sua plenitude, principalmente aos domingos,
este período é chamado de Tempo Comum. Ele começa na segunda-feira que segue ao domingo
depois do dia 6 de janeiro e se estende até a terça-feira antes da Quaresma inclusive; recomeça na
segunda-feira depois do domingo de Pentecostes e termina antes das Primeiras Vésperas do 1º
domingo do Advento.

Tempo da Quaresma: visa preparar a celebração da Páscoa; a liturgia quaresmal, com efeito, dispõe
para a celebração do mistério pascal tanto os catecúmenos, pelos diversos graus de iniciação cristã,
como os fiéis, pela comemoração do batismo e pela penitência. O tempo da Quaresma vai de
Quarta-Feira de Cinzas até a Missa na Ceia do Senhor exclusive. Do inicio da Quaresma até a Vigília
pascal não se diz o Aleluia.
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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

Tríduo Pascal: começa com a Missa vespertina na Ceia do Senhor, possui o seu centro na Vigília
Pascal e encerra-se com as Vésperas do domingo da Ressureição. O sagrado Tríduo Pascal
resplandece como o ápice de todo o ano litúrgico. O Tríduo Pascal é composto pela Sexta-Feira da
Paixão do Senhor, Vigília Pascal e a Festa da Ressureição.

Tempo Pascal: os cinquenta dias entre o domingo da Ressureição e o domingo de Pentecostes sejam
celebrados com alegria e exultação, como se fossem um só dia de festa, ou melhor, “como um
grande domingo”. É principalmente nesses dias que se canta o Aleluia.

10 – Cores Litúrgicas
As cores litúrgicas servem para manifestar externamente o caráter dos mistérios celebrados, e
também a consciência de uma vida cristã que progride com o desenrolar do ano litúrgico.

Branco: usado nos Ofícios e Missas do Tempo pascal e do Natal do Senhor; além disso, nas
celebrações do Senhor, exceto as de sua Paixão, da Bem-aventurada Virgem Maria, dos Santos Anjos,
dos Santos não Mártires, nas solenidades de Todos os Santos (1º de novembro), de São João Batista
(24 de junho), nas festas de São João Evangelista (27 de dezembro), da Cátedra de São Pedro (22 de
fevereiro) e da Conversão de São Paulo (25 de janeiro). Esta cor simboliza a Luz, tipificando a
inocência e a pureza, alegria e a glória. Ela pode ser substituída pelas cores douradas ou prateadas.

Vermelho: é usado no domingo da Paixão e na Sexta-feira da Semana Santa, no domingo de


Pentecostes, nas celebrações da Paixão do Senhor, nas festas natalícias dos Apóstolos e Evangelistas
e nas celebrações dos Santos Mártires. Simboliza as línguas de fogo em Pentecostes, o sangue
derramado por Cristo e pelos mártires, além de indicar a caridade inflamante.

Verde: se usa nos Ofícios e Missas do Tempo Comum. Simboliza a cor das plantas e árvores, ou seja, a
cor da vida, além disto, prenuncia a esperança na vida eterna.

Roxo: é usado no Tempo do Advento e da Quaresma. Pode também ser usado nos Ofícios e Missas
dos Fiéis defuntos. Significa penitência, aflição e melancolia, além de representar estado de espera
em Cristo.

Preto: pode ser usado, onde for costume, nas Missas dos Fiéis Defuntos. Significa luto, tristeza e a
morte, tudo resumido na escuridão do sepulcro. Ele pode ser substituído pela cor Roxa.

Rosa: pode ser usado, onde for costume, nos domingos Gaudete (III do advento) e Laetare (IV da
Quaresma). Esta cor pode ser substituída pela cor Roxa.

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

Obs.: em dias mais solenes podem ser usadas vestes sagradas festivas ou mais nobres, mesmo que
não sejam da cor do dia.

Atividade

Complete abaixo, caso haja dúvida, pesquise ou pergunte a um padre:

DIA LITÚRGICO TEMPO LITÚRGICO CARACTERÍSTICA COR LITÚRGICA

Pascoa do Senhor Solenidade

Tempo do Advento Roxo

3º Domingo do Advento Solenidade

Tempo Comum Preto

Solenidade Verde

Batismo do Senhor

Imaculada Conceição Festa Branco

Calcule os seguintes anos litúrgicos e complete o quadro:

ANO ANO LITÚGICO EVANGELISTA PAR OU ÍMPAR ANIMAL

1501

1990

2012

2020

2013

1997

“O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado” (Mateus 2, 27).
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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

CAPÍTULO VIII – SANTA IGREJA DE CRISTO

1 – Igreja Física
A Igreja é composta por duas dimensões, a física e a espiritual. A Igreja espiritual faz
referencia a toda comunidade que compõe este santuário, as pastorais, devotos e ministros. Além
desta, também existe a Igreja como estrutura física. Este tópico tem como objetivo orientar o
cerimoniário quanto a composição desta dimensão física, para posteriormente trabalharmos um
pouco mais a Igreja Espiritual na teoria.

Nave: é o interior da igreja. Nela se localizam: o presbitério, a


entrada principal do santuário, a entrada para capela, a
entrada da sacristia. É o local reservado para a comunidade
poder assistir as celebrações.

Presbitério: local mais elevado em relação ao nível do chão


dentro da nave em que estão localizados:o altar, a cadeira do
presidente, o crucifixo e o ambão.

Altar: mesa localizada no presbitério, em que é realizada a


santa ceia. Ela também representa o próprio Jesus na Liturgia,
por isso, sempre que atravessar o Altar, deve-se realizar uma
venha.

Ambão: mesa localizada no presbitério, em que é realizada a


liturgia da palavra. É o local em que se é pronunciado a
palavra de Deus, por isso ele sempre deve estar localizado em
um ponto em que a transmissão seja mais clara.

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

Credencia: devido a sua extrema importância, é aconselhável


que o altar tenha sobre ele um número limitado de objetos, a
fim de gerar destaque somente ao Mistério Eucarístico. A
credencia, portanto, é uma mesa auxiliar ao altar, em que
ficam todos os objetos. Nas igrejas antigas se localizava junto
ao altar.

Sacristia: local reservado para guardar todos os objetos,


vestes e livros litúrgicos. Além de também ser o local
designado para que o clero e ministros se paramentem antes
da celebração. Por ser um local de meditação pré-celebração é
necessário que se guarde um silencio e respeito neste local.

Capela: nela, como já é de se conhecer, está localizados o


sacrário, com Cristo Eucarístico para adoração. Além disso,
também são realizados celebrações com um contingente
menor de pessoas. Por ser o local de descanso de Jesus é
necessário extremo respeito, silencio e contemplação.

Batistério: como o próprio nome já revela, este é o local em


que se realiza o ritual do batismo. Ela é uma sala anexa à nave
da igreja em que se localiza uma pia batismal fixa. Nos
santuários em que não há tal sala, esse ritual é realizado
através de uma pia batismal localizado na própria nave ou no
presbitério.

Púlpito: este local é visto principalmente em igrejas bem


antigas. Ele não é mais utilizado, porém seu simbolismo ainda
permanece em alguns rituais litúrgicos. É o local em que os
padres realizavam suas pregações.

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

2 – Igreja Espiritual

2.1 Coríntios 12, 12-30

Porque, como o corpo é um todo tendo muitos


membros, e todos os membros do corpo, embora
muitos, formam um só corpo, assim também é
Cristo. Em um só Espírito fomos batizados todos nós,
para formar um só corpo, judeus ou gregos, escravos
ou livres; e todos fomos impregnados do mesmo
Espírito. Assim o corpo não consiste em um só
membro, mas em muitos. Se o pé dissesse: Eu não
sou a mão; por isso, não sou do corpo, acaso deixaria
ele de ser do corpo? E se a orelha dissesse: Eu não
sou o olho; por isso, não sou do corpo, deixaria ela de ser do corpo? Se o corpo todo fosse olho, onde
estaria o ouvido? Se fosse todo ouvido, onde estaria o olfato? Mas Deus dispôs no corpo cada um
dos membros como lhe aprouve. Se todos fosse um só membro, onde estaria o corpo? Há, pois,
muitos membros, mas um só corpo. O olho não pode dizer à mão: Eu não preciso de ti; nem a cabeça
aos pés: Não necessito de vós. Antes, pelo contrário, os membros do corpo que parecem os mais
fracos, são os mais necessários. E os membros do corpo que temos por menos honrosos, a esses
cobrimos com mais decoro. Os que em nós são menos decentes, recatamo-los com maior empenho,
ao passo que os membros decentes não reclamam tal cuidado. Deus dispôs o corpo de tal modo que
deu maior honra aos membros que não a têm, para que não haja dissensões no corpo e que os
membros tenham o mesmo cuidado uns para com os outros. Se um membro sofre, todos os
membros padecem com ele; e se um membro é tratado com carinho, todos os outros se congratulam
por ele. Ora, vós sois o corpo de Cristo e cada um, de sua parte, é um dos seus membros.

2.2 CARTA ENCÍCLICA DO PAPA PIO XII

O CORPO MÍSTICO DE JESUS CRISTO (Adaptado)

Jesus crucificado não só reparou a justiça do Eterno Pai ofendida, senão que nos mereceu a nós, seus
consangüíneos, inefável abundância de graças. Essas graças podia ele distribuí-las diretamente por si
mesmo a todo o gênero humano. Quis, porém, comunicá-las por meio da Igreja visível, formada por
homens, afim de que por meio dela todos fossem, em certo modo, seus colaboradores na

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

distribuição dos divinos frutos da Redenção. E assim como o Verbo de Deus, para remir os homens
com suas dores e tormentos, quis servir-se da nossa natureza, assim, de modo semelhante, no
decurso dos séculos se serve da Igreja para continuar perenemente a obra começada.

Ora, para definir e descrever esta verdadeira Igreja de Cristo - que é a santa, católica, apostólica
Igreja romana - nada há mais nobre, nem mais excelente, nem mais divino do que o conceito
expresso na denominação "corpo místico de Jesus Cristo"; conceito que imediatamente resulta de
quanto nas Sagradas Escrituras e dos santos Padres frequentemente se ensina.

A Igreja é um "corpo"

Corpo único, indiviso, visível

Que a Igreja é um corpo, ensinam-nos muitos passos da sagrada Escritura: "Cristo, diz o Apóstolo, é a
cabeça do corpo da Igreja" (Cl 1,18). Ora, se a Igreja é um
corpo, deve necessariamente ser um todo sem divisão,
segundo aquela sentença de Paulo: "Nós, muitos, somos um
só corpo em Cristo" (Rm 12,5). E não só deve ser um todo
sem divisão, mas também algo concreto e visível, como
afirma nosso predecessor de feliz memória Leão XIII, na
encíclica "Satis cognitum": "Pelo fato mesmo que é um
corpo, a Igreja torna-se visível aos olhos". Estão pois longe
da verdade revelada os que imaginam a Igreja por forma,
que não se pode tocar nem ver, mas é apenas, como dizem, uma coisa "pneumática" que une entre
si com vínculo invisível muitas comunidades cristãs, embora separadas na fé.

O corpo requer também multiplicidade de membros, que unidos entre si se auxiliem mutuamente. E
como no nosso corpo mortal, quando um membro sofre, todos os outros sofrem com ele, e os sãos
ajudam os doentes; assim também na Igreja os membros não vivem cada um para si, mas socorrem-
se e auxiliam-se uns aos outros, tanto para mútua consolação, como para o crescimento progressivo
de todo o Corpo.

Corpo composto "orgânica" e "hierarquicamente"

Mais ainda. Como na natureza não basta qualquer aglomerado de membros para formar um corpo,
mas é preciso que seja dotado de órgãos ou membros com funções distintas e que estejam unidos
em determinada ordem, assim também a Igreja deve chamar-se corpo sobretudo porque resulta de
uma boa e apropriada proporção e conjunção de partes e é dotada de membros diversos e unidos

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

entre si. É assim que o Apóstolo descreve a Igreja quando diz: "como num só corpo temos muitos
membros, e os membros não têm todos a mesma função, assim muitos somos um só corpo de Cristo,
e todos e cada um membros uns dos outros" (Rm 12,4).

Não se julgue, porém, que esta bem ordenada e "orgânica" estrutura do corpo da Igreja se limita
unicamente aos graus da hierarquia; ou, ao contrário, como pretende outra opinião, consta
unicamente de carismáticos, isto é, dos féis enriquecidos de graus extraordinárias, que nunca hão de
faltar na Igreja. E fora de dúvida que todos os que neste corpo estão investidos de poder sagrado,
são membros primários e principais, já que são eles que, por instituição do próprio Redentor,
perpetuam os ofícios de Cristo doutor, rei e sacerdote. Contudo os santos Padres, quando celebram
os ministérios, graus, profissões, estados, ordens, deveres deste corpo místico, não consideram só os
que têm ordens sacras, senão também todos aqueles
que, observando os conselhos evangélicos, se dão à vida
ativa, à contemplativa, ou à mista, segundo o próprio
instituto; bem como os que, vivendo no século, se
consagram ativamente a obras de misericórdia
espirituais ou corporais; e, finalmente, também os que
vivem unidos pelo santo matrimônio. Antes é de notar
que, sobretudo nas atuais circunstâncias, os pais e as
mães de família, os padrinhos e madrinhas, e
notadamente todos os seculares que prestam o seu
auxílio à hierarquia eclesiástica na dilatação do reino de
Cristo, ocupam um posto honorífico, embora muitas
vezes humilde, na sociedade cristã, e podem muito bem
sob a inspiração e com o favor de Deus subir aos vértices da santidade, que por promessa de Jesus
Cristo nunca faltará na Igreja.

Corpo formado por membros determinados

E a esse propósito deve notar-se que assim como Deus no princípio do mundo dotou o homem de
um riquíssimo organismo com que pudesse sujeitar as outras criaturas e multiplicar-se e encher a
terra, assim ao princípio da era cristã proveu a Igreja dos recursos necessários para vencer perigos
quase inumeráveis e povoar não só toda a terra, mas também o reino dos céus.

Como membros da Igreja contam-se realmente só aqueles que receberam o lavacro da regeneração
e professam a verdadeira fé, nem se separaram voluntariamente do organismo do corpo, ou não
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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

foram dele cortados pela legítima autoridade em razão de culpas gravíssimas. "Todos nós, diz o
Apóstolo, fomos batizados num só Espírito para formar um só Corpo, judeus ou gentios, escravos ou
livres" (l Cor 12,13). Portanto como na verdadeira sociedade dos fiéis há um só corpo, um só Espírito,
um só Senhor, um só batismo, assim não pode haver senão uma só fé (cf. Ef 4,5), e por isso quem se
recusa a ouvir a Igreja, manda o Senhor que seja tido por gentio e publicano (cf. Mt 18,17). Por
conseguinte os que estão entre si divididos por motivos de fé ou pelo governo, não podem viver
neste corpo único nem do seu único Espírito divino.

Não se deve, porém, julgar que já durante o tempo da peregrinação terrestre, o corpo da Igreja, por
isso que leva o nome de Cristo, consta só de membros com perfeita saúde, ou só dos que de fato são
por Deus predestinados à sempiterna felicidade. Por sua infinita misericórdia o Salvador não recusa
lugar no seu corpo místico àqueles a quem o não recusou outrora no banquete (Mt 9,11; Mc 2,16; Lc
15,2). Nem todos os pecados, embora graves, são de sua natureza tais que separem o homem do
corpo da Igreja como fazem os cismas, a heresia e a apostasia. Nem perdem de todo a vida
sobrenatural os que pelo pecado perderam a caridade e a graça santificante e por isso se tornaram
incapazes de mérito sobrenatural, mas conservam a fé e a esperança cristã, e alumiados pela luz
celeste, são divinamente estimulados com íntimas inspirações e moções do Espírito Santo ao temor
salutar, à oração e ao arrependimento das suas culpas.

Tenha-se, pois, sumo horror ao pecado que mancha os membros místicos do Redentor; mas o pobre
pecador que não se tornou por sua contumácia indigno da comunhão dos fiéis, seja acolhido com
maior amor, vendo-se nele com caridade operosa um membro enfermo de Jesus Cristo: Pois que é
muito melhor, como nota o bispo de Hipona, "curá-los no corpo da Igreja, do que amputá-los como
membros incuráveis". "Enquanto o membro está ainda unido ao corpo não há por que desesperar
da sua saúde; uma vez amputado, nem se pode curar, nem se pode sarar".

Atividade

Como visto no capítulo, a Igreja de Deus não é somente a física, mas principalmente e com maior
importância o Povo de Deus. Não somente aos cerimoniários, mas aos católicos em geral, além disso,
cabe ao cerimoniário adaptar sua capacidade de leituras aos documentos da Igreja. Por isto, pede-se
nesta atividade que retorne aos trechos da encíclica apresentada, retire uma citação da qual mais te
fez identificar como Corpo de Cristo copie abaixo, interprete e justifique sua escolha.

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

Referência da Passagem Bíblica:

“Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco. Preciso conduzi-las também, e ouvirão a minha voz e
haverá um só rebanho e um só pastor.” (João 10, 16).

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

CAPÍTULO IX – OBJETOS LITÚRGICOS

1 – Guia da Estrutura de uma Igreja


Na Igreja nem todos os membros desempenham a mesma função. Esta diversidade de ministérios se
manifesta exteriormente no exercício da celebração pela diversidade das vestes litúrgicas, que por
isso devem ser um sinal da função de cada ministro. Convém que as vestes litúrgicas contribuam para
a beleza da ação sagrada.

Camisa clerical e clegyman: são vestes utilizadas pelo clero no


dia a dia que substituem a batina. O Clegyman é o colarinho
branco.

Amito: peça utilizada sobre a camisa e por baixo da batina ou


túnica, com o objetivo de tampar o pescoço.

Túnica: geralmente são brancas e são utilizadas tanto por


alguns ministros, quanto por seminaristas e clérigos. Ela
atualmente é utilizada para substituir a batina nas celebrações
litúrgicas.

Batina: é a veste mais tradicional da igreja, é utilizada pelo


exclusivamente pelo clero. Elas são pretas com exceção ao do
santo padre que é branca. Nos países tropicais, a Cúria
Romana também permite o uso de batina branca pelo clero,
sendo neste caso, mais aconselhável o uso da túnica.
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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

Cíngulo: são utilizadas na cintura, geralmente com túnicas, e


significam a castidade e a obediência.

Faixas: são utilizadas na cintura, geralmente com batinas, e


significam a castidade e a obediência.

Sobrepeliz: veste branca utilizada sobre a batina. seu nome


significa algo além da pele. Ela significa que seu usuário está
com um espírito puro, por isso sempre que se manuseia
objetos litúrgicos é aconselhável o uso desta veste.

Opa: Semelhante à sobrepeliz, ela é a veste utilizada pelos


ministros eucarísticos, que são responsáveis pelo zelo direto
da santa eucaristia.

Casula: vestes utilizadas pelo sacerdote em celebrações,


principalmente em ocasiões solenes. Ela segue a liturgia diária,
tanto no que diz respeito à cor quanto também ao simbolismo
que nela está presente.

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

Dalmática: ela tem a mesma função e finalidade da casula,


porém destinada aos diáconos. Ao contrário da anterior, ela é
composta por mangas e por duas faixas paralelas, enquanto a
primeira somente por uma ao centro.

Estola: Caracteriza os presbíteros e bispos. Ela tem duas


pontas que são apoiadas pelo pescoço, que fica pendente nos
ombros. Elas seguem o mesmo tema das celebrações e
carrega a cor do tempo litúrgico, é a principal vestimenta dos
sacerdotes.

Estola diaconal: Os diáconos também usam estolas, porém no


ombro esquerdo, como faixa transversal e amarrada pela
cintura.

Véu Umeral: Ele é utilizado para manusear objetos sagrados,


realizar procissões e adorações com o santíssimo, além de ser
utilizado por alguns ministros para manusear objetos frágeis
ao contato químico, como cruz processional.

Capa de Asperge: Apesar de semelhante ao véu umeral essa


veste é diferente. Ela é utilizada durante o ritual de aspersão
para impedir que o celebrante se molhe, ou em procissões em
que se está chuviscando, devido a isso é feita de um material
impermeável

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

Solidéu: Esta é uma das principais vestimentas dos bispos, se


não a principal. Ele a utiliza na cabeça, acima dela, durante as
celebrações, vem a mitra. A sua cor varia de acordo com a
posição hierárquica de cada membro do episcopado, por
exemplo, os bispos utilizam roxo e os cardeais utilizam a cor
vermelha.

Mitra: É utilizada pelo bispo durante as celebrações litúrgicas,


pode ser caracterizado com símbolos referente ao brasão do
seu bispo ou também a uma celebração própria. Assim como
os demais acessórios do bispo, ela deve ser segurada com um
véu umeral, e o responsável por ela recebe o nome de
mitrífero

Báculo: cajado que simboliza o pastor. Igualmente a mitra ele


é pessoal e caracterizado de acordo com o bispado. quando
não utilizado pelo bispo, deve ser carregado com seu lado
virado para trás.

Cruz Peitoral: cruz que os bispos levam no peito, ela deve ser
grande e presa à veste, formando um coração investido.

Anel Episcopal: Ele simboliza a união do bispo com os fiéis de


sua diocese e de maneira mais abrangente, a união do bispo
com toda a Igreja. Igualmente aos objetos anteriores. Ele é
pessoal e adornado de acordo com o episcopado de cada
bispo.

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

2 – Guia de Objetos Litúrgicos


Os objetos litúrgicos trazem sentido e significa de grande valor, por isso são considerados Vasos
Sagrados. Assim como tratamos o altar com devida reverencia esses vasos também devem ser
manuseados com cuidado e respeito, pois é neles que toda a consagração ocorre. Neste sentido
devemos pensar bem antes de servir de maneira em pura, pois com as nossas mãos que
manuseamos estes objetos.

Cálice: objeto onde é colocado o vinho, durante a celebração


na hora da consagração, ato em que o vinho se torna sangue
de Cristo. A maneira correta de o manejar é com uma mão na
sua base e outra sobre ele. Para não confundi-lo com a
Âmbula, vele notar que este tem uma esfera em sua haste e
não tem tampa.

Âmbula: é utilizada para guardar as partículas de hóstia antes


da consagração, ou o corpo de Cristo, quando estas estão
consagradas. Esta, ao contrario do Cálice, tem tampa.

Cibório: ele é um objeto mais pratico e moderno, se trata da


união dos dois vasos sagrados vistos anteriormente, o Cálice e
a Âmbula. Ele facilita a distribuição da comunhão, já que para
servir de duas espécies basta um único ministro, diferente da
maneira tradicional que leve dois ministros.

Sacrário: local onde são depositadas toda as espécies


consagradas que não foi consumida durante a comunhão. Ao
seu lado sempre tem uma lâmpada vermelha acesa indicando
a presença de Cristo Eucarístico. Por isso devemos nos portar
com extremo respeito diante dele, quando Cristo está
presente.

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

Teca ou Pixed: compartimento utilizado pelos ministros da


comunhão para transportar o Corpo de Cristo para enfermos
ou adorações.

Patena: prato de metal, geralmente segue a tonalidade do


cálice, serve para descansar a hóstia maior durante a
consagração. É utilizada também utilizada para servir a
comunhão, com a finalidade de evitar que alguma partícula
caia ao chão.

Ostensório: é utilizado para expor o Santíssimo Sacramento


durante adorações ou benções. Somente o sacerdote pode
manuseá-lo com o corpo presente e de véu umeral. Na sua
falta a adoração pode ser realizada com a própria âmbula ou
teca.

Galhetas: são dois recipientes contendo vinho e água para se


preparar à mesa para consagração. Ele entra juntamente com
o ofertório e junto com a âmbula contendo hóstias. É
aconselhável que o recipiente com água esteja cheio, pois
também é utilizado para a purificação depois da comunhão.

Bacia e Jarra: este objeto é utilizado pelo padre, após incensar


o altar durante o ofertório, para purificar as mãos. Juntamente
com ela, entra também o manustérgio.

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

Carrilhão: utilizado para representar alegria durante o canto


do Gloria e para chamar a atenção da assembléia para algum
momento importante, como a consagração. Ele é chamado de
carrilhão quando contêm mais de um sino, chamado de
Sineta. Seu uso não é obrigatório.

Turíbulo: é o compartimento em que o incenso é queimado


junto ao carvão. Ele serve para purificar o ambiente e também
levar as orações da comunidade ao céu. Seu encarregado é
chamado de turiferário.

Naveta: é o compartimento em que se é guardado o inceso.


Ela deve sempre acompanhar o turiferário e seu encarregado
é chamado de naveteiro. Ela deve contar uma colher para
facilitar o manuseio do incenso pelo celebrante.

Incenso: ele é utilizado sobre duas formas físicas, como pedra


ou resina. A primeira pode ser triturada, porém a segunda
não, porque vira uma cera que acaba grudando uma na outra.
Ele tem o aroma suave e representa as preces da comunidade.

Carvão: é utilizado dentro do turíbulo e serve para queimar o


incenso liberando uma fumaça de aroma suave, utilizada para
elevar as nossas preces e purificar o ambiente. Diferente do
carvão normal, é pequeno é acende facilmente, seu melhor
estado não é nem preto nem branco e sim com a coloração
vermelha.

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

Arperge com Caldeira: usado para jogar água benta no povo e


em objetos, ele é acompanhado pela caldeira que armazena a
água benta. Existem vários tamanhos e modelos de acordo
com a necessidade de cada ocasião.

Círio Pascal: é uma vela feita de cera de abelha em que


simboliza Cristo, luz do mundo. Ela é abençoada durante a
páscoa e representa o ano em curso. Tem a inscrição Alfa e
Ômega (Cristo começo e fim). Durante sua benção, a vela é
chagada representando a chagas do próprio Cristo.

Conopeu: capa utilizada para cobrir a âmbula, quando está


guarda Cristo Eucarístico, de forma a gerar uma proteção
extra.

Pala: objeto utilizado para tampar o cálice, quando este


estiver com vinho ou sangue de Cristo, com o objetivo de
impedir que insetos ou outra coisa caia dentro.

Sanguinho: pano utilizado para a purificação dos vasos


sagrados, como também para auxiliar a distribuição do sangue
de cristo, afim de que não caia nenhuma gotícula no chão.

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Manustérgio: toalha utilizada pelo sacerdote para enxugar


suas mão após purificá-las.

Corporal: pena utilizado para impedir que alguma partícula de


corpo ou gotícula de sangue caia sobre a mesa ou chão,
durante a consagração. Também há o modelo de mão
utilizado para auxiliar na distribuição da comunhão.

Bolsa Viática: utilizada para transportar de maneira segura a


teca, com comunhão, para enfermos ou para alguma
adoração,

3 – Guia de Livros Litúrgicos


Os livros litúrgicos são livros que possuem os ritos e os textos para as diversas celebrações.
Por nós coroinhas e por qualquer pessoa devem ser tratados com cuidado, zelo e,
principalmente, respeito, pois é a partir deles que se proclama a Palavra de Deus e se profere a
oração da Igreja. Vele lembrar que existem vários tipos de livros litúrgicos, abaixo somente
estão os principais livros:

Missal Romano: livro que é usado pelo sacerdote para a


celebração eucarística. Encontramos no Missal Romano todas
as orações necessárias para se celebrar uma missa.

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Lecionário: livro que contém as leituras para a celebração


eucarística. Não existe apenas um Lecionário. Os principais
são:. Dominical, Semanal, Santoral e do Pontifical Romano

Lecionário Dominical: contém as leituras para as missas dos


domingos e de algumas festas e solenidades.

Lecionário Semanal: contém as leituras para os dias de


semana de todo o Ano Litúrgico. A primeira leitura e o salmo
responsórial de cada dia estão classificados por ano ímpar e
ano par. Os evangelhos são os mesmos para os dois anos.

Santoral: é o terceiro lecionário, nele contém as leituras para


os dias de Santos. A classificação vai de acordo com o
calendário, ou seja, divido em meses e dias.

Evangeliário: neste livro estão separados apenas os


Evangelhos. Ele é utilizado principalmente nas grandes
solenidades, em que há uma procissão na hora da
proclamação do evangelho, em que o padre retira o livro do
altar e o deposita sobre o ambão

.
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CAPÍTULO X – MISSA PARTE POR PARTE


1 – Ritos Iniciais

Os ritos que precedem a Liturgia da Palavra, isto é, entrada, saudação, ato penitencial, Kýrie, Glória e
a oração do dia, têm caráter de exórdio, introdução e preparação para a Santa Missa.

A finalidade dos ritos é fazer com que os fiéis, reunindo-se em assembléia, constituam numa
comunhão e se disponham para ouvir atentamente a Palavra de Deus e celebrar dignamente a
Eucaristia.

Entrada : Reunindo o povo, enquanto o sacerdote entra com o diácono e os ministros, começa o
canto de entrada. A finalidade desse canto é abrir a celebração, promover a união da assembléia,
introduzir no mistério do tempo litúrgico ou da festa, e acompanhar a procissão do sacerdote e dos
ministros.

Não havendo canto de entrada, a antífona proposta no Missal é recitada pelos fiéis, pelo leitor ou
pelo próprio sacerdote.

Saudação ao altar e ao povo: Chegando ao presbitério, o sacerdote, o diácono e os ministros saúdam


o altar com uma inclinação profunda.

Em seguida, em sinal de veneração o sacerdote e o diácono beijam o altar, juntamente com ele os
ministros que estiverem em cima do presbitério fazem uma venha profunda ao altar. Se for
oportuno, o sacerdote incensa a cruz e o altar.

Finalizado o canto de entrada, o sacerdote, de pé junto à cadeira, com toda a assembléia faz o sinal
da cruz, a seguir, pela saudação, expressa à comunidade reunida a presença do Senhor. Essa
saudação e a resposta do povo exprimem o mistério da Igreja reunida. Após a saudação, o
celebrante ou outro ministro ordinário faz uma breve introdução aos fiéis sobre a Missa do Dia.

Ato Penitencial: Após a introdução, o sacerdote convida para o ato penitencial que, após breve
silencio para exame de consciência, é realizado por toda a assembléia através de uma fórmula de
confissão geral ou realizado dentro do canto “Senhor, Tende Piedade”. Este momento é concluído
pela absolvição do sacerdote. Cabe lembrar que tal absolvição não possui a eficácia do sacramento
da penitência. No ato penitencial também pode-se utilizar o rito da aspersão em recordação do
batismo.

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Kýrie: Também chamado de “Senhor, Tende Piedade”, só não se inicia caso já tenha sido proclamado
no próprio Ato Penitencial. Nestes cantos, os fiéis aclamam o Senhor e imploram a sua misericórdia,
é executado normalmente por todos, tomando parte nele o povo e o grupo de cantores.

Gloria a Deus nas Alturas: Neste canto, a Igreja, congregada no Espírito santo, glorifica e suplica a
Deus Pai e ao Cordeiro. O texto desse hino NÃO pode ser substituído por outro, por isto cuidado com
os cantos escolhidos. Caso não seja cantado deve ser recitado. Ele não deve ser entoado nos
períodos de Quaresma e Advento.

Oração do Dia: Também chamada de “Oração das Coletas”. Neste momento o sacerdote convida o
povo a rezar, então todos em silêncio por um instante, conscientes de estarem na presença de Deus,
formulam interiormente seus pedidos. Após o celebrante realizada a chamada “oração de coleta”,
direcionando todos os pedidos a Deus e enfatizando a índole da celebração. Com o final desta oração
também temos o ponto marco do final dos Ritos Iniciais

2 – Liturgia da Palavra

A parte principal da Liturgia da Palavra é constituída pelas leituras da Sagrada Escritura e pelos
cantos que ocorrem entre elas, sendo desenvolvida e concluída pela homilia, a profissão de fé e a
oração universal ou dos fiéis. Nas leituras explanadas pela homilia Deus fala ao seu povo, revela o
mistério da redenção e da salvação, e oferece alimento espiritual; e o próprio Cristo, por sua palavra,
se acha presente no meio dos fiéis. Pelo silencio e pelos cantos o povo se apropria dessa Palavra de
Deus e a ela adere pela profissão de fé; alimentado por essa palavra, reza na oração universal pelas
necessidades de toda a Igreja e pela salvação do mundo inteiro.

O Silêncio: a Liturgia da Palavra deve ser celebrada de tal modo que favoreça a meditação, por isso
deve ser de todo evitada qualquer pressa que impeça o reconhecimento, integram-na também
breves momentos de silêncio, de acordo com a assembléia reunida, pelos quais, sob a ação do
Espírito Santo, se acolhe no coração a Palavra de Deus e se prepara a resposta pela oração. Convém
que tais momentos de silêncio sejam observados, por exemplo, antes de se iniciar a própria Liturgia
da Palavra, após a primeira e a segunda leitura, como também após o término da homília.

Leituras Bíblicas: Mediante as leituras é preparada para os fiéis a mesa da Palavra de Deus e abrem-
se para eles os tesouros da Bíblia. Por isso, é melhor conservar a disposição das leituras bíblicas pela
qual se manifesta a unidade dos dois Testamentos e da história da salvação; nem é permitido trocar
as leituras e o salmo responsorial, constituídos da Palavra de Deus, por outros textos não bíblicos.

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As leituras sejam, pois, proclamadas pelo leitor, o Evangelho, porém, seja anunciado pelo diácono
ou, na sua ausência, pelo sacerdote. Depois de cada leitura, quem a profere a aclamação, e o povo
reunido, por sua resposta, prestam honra à Palavra de Deus, acolhida com fé e com ânimo
agradecido.

A proclamação do Evangelho constitui o ponto alto da Liturgia da Palavra. A própria Liturgia ensina
que se lhe deve manifestar a maior veneração, uma vez que a cerca mais do que as outras leituras,
de honra especial, tanto por parte do ministro delegado para anunciá-la, que se prepara pela benção
ou oração, como por parte dos fiéis que, pelas aclamações, reconhecem e professam que o Cristo
está presente e lhes fala, e que ouvem de pé a leitura ou ainda pelos sinais de veneração prestados
ao Evangeliário.

Salmo Responsorial: após a primeira leitura segue-se o Salmo Responsorial, que é parte integrante da
Liturgia da Palavra, constituindo-se em grande importância litúrgica e pastoral, por favorecer a
meditação da Palavra de Deus. O Salmo Responsorial corresponda a cada leitura e normalmente seja
tomado do lecionário. De preferência, o Salmo Responsorial será cantado, ao menos no que se refere
ao refrão do povo. Assim, o salmista ou cantor do salmo, do ambão ou outro lugar adequado, profere
os versículos do salmo, enquanto toda a assembléia escuta sentada, geralmente participando pelo
refrão, a não ser que o salmo seja proferido de modo contínuo, isto é, sem refrão. Se o salmo não
puder ser cantado, seja recitado do modo mais apto para favorecer a meditação da Palavra de Deus.

Aclamação do Evangelho: após a leitura que antecede imediatamente o Evangelho, canta-se o


Aleluia ou outro canto estabelecido pelas rubricas, conforme exigir o tempo litúrgico. Tal aclamação
constitui um rito ou ação por si mesma, através do qual a assembléia dos fiéis acolhe o Senhor que
lhe vai falar no Evangelho, saúda-o e professa sua fé pelo canto. É cantado por todos de pé:

 O Aleluia é cantado em todo o tempo, exceto na Quaresma. Os Versículos são tomados do


Lecionário ou do Gradual;

 No Tempo da Quaresma, no lugar do Aleluia, canta-se o versículo antes do Evangelho


proposto no lecionário.

Homilia: é a parte da liturgia e vivamente recomendada, sendo indispensável para nutrir a vida cristã.
Convém que seja uma explicação de algum aspecto das leituras da Sagrada Escritura ou de outro
texto do Ordinário. A homília, via de regra é proferida pelo próprio sacerdote celebrante ou é por ele
delegada a um sacerdote concelebrante ou, ocasionalmente, a um diácono, nunca, porém, a um
leigo. Após a homilia é necessário um breve tempo de silêncio.

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Profissão de fé: o símbolo ou profissão de fé tem por objetivo levar todo o povo reunido a responder
à Palavra de Deus anunciada da sagrada Escritura e explicada pela homilia, bem como, proclamando
a regra da fé por meio de fórmula aprovada para o uso litúrgico, recordar e professar os grandes
mistérios da fé, antes de iniciar sua celebração na Eucarístia.

Oração Universal: nela, o povo responde de certo modo à Palavra de Deus acolhida na fé e
exercendo a sua função sacerdotal, eleva preces a Deus pela salvação de todos. Cabe ao sacerdote
celebrante, da cadeira, dirigir a oração. Ele a introduz com uma breve exortação, convidando os fiéis
a rezarem e depois a conclui. Normalmente as intenções são proferidas, do ambão ou de um outro
lugar apropriado, pelo diácono, pelo cantor, pelo leitor ou por um fiel leigo. O povo de pé, exprime a
sua súplica, seja por uma invocação comum após as intenções proferidas, seja por uma oração em
silêncio.

3 – Liturgia Eucarística

Na última Ceia, Cristo instituiu o sacrifício e a ceia pascal, que tornam continuamente presente na
Igreja o sacrifício da cruz, quando o sacerdote, representante do Cristo Senhor, realiza aquilo mesmo
que o Senhor fez e entregou aos discípulos para que o fizessem em sua memória.

Cristo, na verdade, tomou o pão e o cálice, deu graças, partiu o pão e deu-o a seus discípulos
dizendo: Tomai, comei, bebei: isto é o meu Corpo; este é o cálice do meu Sangue. Fazei isto em
memória de mim. Por isso a Igreja dispôs toda a celebração da liturgia eucarística em partes que
correspondam às palavras e gestos de Cristo. De fato:

a) Na preparação dos dons levam-se ao altar o pão e o vinho com água, isto é, aqueles elementos
que Cristo tomou em suas mãos;

b) Na Oração Eucarística rendem-se graças a Deus por toda a obra da salvação e as oferendas
tornam-se Corpo e Sangue de Cristo;

c) Pela fração do pão e pela Comunhão os fiéis, embora muitos, recebem o Corpo e o Sangue do
Senhor de um só pão e de um só cálice, do mesmo modo como os Apóstolos, das mãos do
próprio Cristo.

Preparação dos Dons: no início da liturgia eucarística são levadas ao altar as oferendas que se
converterão do Corpo e Sangue de Cristo.

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Primeiramente prepara-se o altar ou mesa do Senhor, que é o centro de toda a liturgia eucarística,
colocando-se nele o corporal, o purificatório, o missal e o cálice, a não ser que se prepare na
credencia.

A seguir, trazem-se as oferendas. É louvável que os fiéis apresentem o pão e o vinho que o sacerdote
ou o diácono recebem em lugar adequado para serem levados ao altar. Embora os fiéis já não tragam
de casa, como outrora, o pão e o vinho destinados à liturgia, o rito de leva-los ao altar conserva a
mesma força e significado espiritual.

Também são recebidos o dinheiro ou outros donativos oferecidos pelos fiéis para os pobres ou para a
Igreja, ou recolhidos no recinto dela; serão, no entanto, colocados em lugar conveniente, fora da
mesa eucarística.

O canto do ofertório acompanha a procissão das oferendas e se prolonga pelo menos até que os
dons tenham sido colocados sobre o altar. As normas relativas ao modo de cantar são as mesmas
que para o canto da entrada. O canto pode sempre fazer parte dos ritos das oferendas, mesmo sem a
procissão dos dons.

O pão e o vinho são depositados sobre o altar pelo sacerdote, proferindo as fórmulas estabelecidas,
o sacerdote pode incensar as oferendas colocadas sobre o altar e, em seguida, a cruz e o próprio
altar, para simbolizar que a oferta da Igreja e a sua oração sobrem, qual incenso, à presença de Deus.
Em seguida, também o sacerdote, por causa do ministério sagrado e o povo, em razão da dignidade
batismal, podem ser incensados pelo diácono ou por outro ministro. Por fim, o sacerdote lava as
mãos, ao lado do altar, exprimindo por esse rito o seu desejo de purificação interior.

Oração sobre as Oferendas: Depositadas as oferendas sobre o altar e terminados os ritos que as
acompanham, conclui-se a preparação dos dons e prepara-se a Oração Eucarística com o convite aos
fiéis a rezarem com o sacerdote e com a oração sobre as oferendas.

Na Missa se diz uma só oração sobre as oferendas, que termina com a conclusão mais breve, isto é:
Por Cristo, nosso Senhor; se, no final, se fizer menção do Filho, a conclusão será: Que vive e reina
pelos séculos dos séculos. O povo, unindo-se à oração, a faz sua pela aclamação Amém.

Oração Eucarística: Inicia-se agora a Oração Eucarística, centro e ápice de toda a celebração, prece
de ação de graças e santificação. O sacerdote convida o povo a elevar os corações ao Senhor na
oração e ação de graças e o associa à prece que dirige a Deus Pai, por Cristo, no Espírito Santo, em
nome de toda a comunidade. O sentido desta oração é que toda a assembléia se uma com Cristo na
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proclamação das maravilhas de Deus e na oblação do sacrifício. A Oração Eucarística exige que todos
a ouçam respeitosamente e em silêncio.

Podem distinguir-se do seguinte modo os principais elementos que compõem a Oração Eucarística:

a) Ação de graças (expressa principalmente no Prefácio) em que o sacerdote, em nome de todo o


povo santo, glorifica a Deus Pai e lhe rende graças por toda a obra da salvação ou por um dos
seus aspectos, de acordo com o dia, a festa ou o tempo.

b) A aclamação pela qual toda a assembléia, unindo-se aos espíritos celestes canta o Santo. Esta
aclamação, parte da própria Oração Eucarística, é proferida por todo o povo com o sacerdote.

c) A epiclese, na qual a Igreja implora por meio de invocações especiais a força do Espírito Santa
para que os dons oferecidos pelo ser humano sejam consagrados, isto é, se tornem o Corpo e o
Sangue de Cristo, e que a hóstia imaculada se torne a salvação daqueles que vão recebê-la em
Comunhão.

d) A narrativa da instituição e a consagração, quando pelas palavras e ações de Cristo se realiza o


sacrifício que ele instituiu na última Ceia, ao oferecer o seu Corpo e Sangue sob as espécies de
pão e vinho, e ao entregá-los aos apóstolos como comida e bebida, dando-lhes a ordem de
perpetuar este mistério.

e) A anamnese, pela qual, cumprindo a ordem recebida do Cristo Senhor através dos Apóstolos, a
Igreja faz a memória do próprio Cristo, relembrando principalmente a sua bem-aventurada
paixão, a gloriosa ressureição e a ascensão aos céus.

f) A oblação, pela qual a Igreja, em particular a assembléia atualmente reunida, realizando esta
memória, oferece ao Pai, no Espírito Santo, a hóstia imaculada; ela deseja, porém, que os fiéis
não apenas ofereçam a hóstia imaculada, mas aprendam a oferecer-se a si próprios, e se
aperfeiçoem, cada vez mais, pela mediação do Cristo, na união com Deus e com o próximo, para
que finalmente Deus seja tudo em todos.

g) As intercessões, pelas quais se exprime que a Eucarística é celebrada em comunhão com toda a
Igreja, tanto celeste como terrestre, que a oblação é feita por ela e por todos os seus membros
vivos e defuntos, que foram chamados a participar da redenção e da salvação obtidas pelo Corpo
e Sangue de Cristo.

h) A doxologia final que exprime a glorificação de Deus, e é confirmada e concluída pela aclamação
Amém do povo.

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Ritos da Comunhão: Sendo a celebração eucarística a ceia pascal, convém que, segundo a ordem do
senhor, o seu Corpo e Sangue sejam recebidos como alimento espiritual pelos fiéis devidamente
preparados. Esta é a finalidade da fração do pão e os outros ritos preparatórios, pelos quais os fiéis
são imediatamente encaminhados à Comunhão.

A Oração do Senhor: Na Oração do senhor pede-se o pão de cada dia, que lembra para os cristãos
antes de tudo o pão eucarístico, e pede-se a purificação dos pecados, a fim de que as coisas santas
sejam verdadeiramente dadas aos santos. O sacerdote profere o convite, todos os fiéis recitam a
oração com o sacerdote, e o sacerdote acrescenta sozinho o embolismo, que o povo encerra com a
doxologia. Desenvolvendo o último pedido do Pai-nosso, o embolismo suplica que toda a
comunidade dos fiéis seja libertada do poder do mal.

O convite, a própria oração, o embolismo e a doxologia com que o povo encerra o rito são cantados
ou proferidos em voz alta.

Rito da Paz: Segue-se o rito da paz no qual a Igreja implora a paz e a unidade para si mesma e para
toda a família humana e os fiéis exprimem entre si a comunhão eclesial e a mútua caridade, antes de
comungar do Sacramento.

Quanto ao próprio sinal de transmissão da paz, seja estabelecido pelas Conferências dos Bispos, de
acordo com a índole e os costumes dos povos, o modo de realizá-lo. Convém, no entanto, que cada
qual expresse a paz de maneira sóbria apenas aos que lhe estão mais próximos.

Fração do Pão: O sacerdote parte o pão eucarístico, ajudado, se for o caso, pelo diácono ou um
concelebrante. O gesto da fração realizado por Cristo na última ceia, que no tempo apostólico deu o
nome a toda a ação eucarística, significa que muitos fiéis pela Comunhão no único pão da vida, que é
o Cristo, morto e ressuscitado pela salvação do mundo, formam um só corpo (1Cor 10, 17). A fração
se inicia terminada a transmissão da paz, e é realizada com a devida reverência, contudo, de modo
que não se prolongue desnecessariamente nem seja considerada de excessiva importância. Este rito
é reservado ao sacerdote e ao diácono.

O sacerdote faz a fração do pão e coloca uma parte da hóstia no cálice, para significar a unidade do
Corpo e do Sangue do Senhor na obra da salvação, ou seja, do Corpo vivente e glorioso de Cristo
Jesus. O grupo dos cantores ou o cantor ordinariamente canta ou, ao menos, diz em voz alta, a
súplica Cordeiro de Deus, à qual o povo responde. A inovação acompanha a fração do pão; por isso,

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pode-se repetir quantas vezes for necessário até o final do rito. A última vez conclui-se com as
palavras dai-nos a paz.

Comunhão: O sacerdote prepara-se por uma oração em silêncio para receber frutuosamente o Corpo
e Sangue de Cristo. Os fiéis fazem o mesmo, rezando em silêncio.

A seguir, o sacerdote mostra aos fiéis o pão eucarístico sobre a paterna ou sobre o cálice e convida-
os ao banquete de Cristo; e, unindo-se aos fiéis, faz um ato de humildade, usando as palavras
prescritas do Evangelho.

É muito recomendável que os fiéis, como também o próprio sacerdote deve fazer, recebam o Corpo
do Senhor em hóstia consagradas na mesma Missa e participem do cálice nos casos previstos, para
que, também através dos sinais, a Comunhão se manifeste mais claramente como participação no
sacrifício celebrado atualmente.

Enquanto o sacerdote recebe o Sacramento, entoa-se o canto da comunhão que exprime, pela
unidade das vozes, a união espiritual dos comungantes, demonstra a alegria dos corações e realça
mais a índole “comunitária” da procissão para receber a Eucaristia. O canto prolonga-se enquanto se
ministra a Comunhão aos fiéis. Havendo, porém, um hino após a Comunhão, encerre-se em tempo o
canto da Comunhão. Haja cuidado para que também os cantores possam comungar com facilidade.

Terminada a distribuição da Comunhão, se for oportuno, o sacerdote e os fiéis oram por algum
tempo em silêncio. Se desejar, toda a assembléia pode entoar ainda um salmo ou outro canto de
louvor ou hino.

Para completar a oração do povo de Deus e encerrar todo o rito da Comunhão, o sacerdote profere a
oração depois da Comunhão, em que implora os frutos do mistério celebrado.

Na Missa se diz uma só oração depois da Comunhão, que termina com a conclusão e a aclamação do
povo: Amém.

4 – Ritos de Encerramento

Aos ritos de encerramento pertencem:

a. Breves comunicação, se forem necessárias;

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

b. Saudação e benção do sacerdote que, em certos dias e ocasiões, é enriquecida e expressa


pela oração sobre o povo ou por outra fórmula mais solene;

c. Despedida do povo pelo diácono ou pelo sacerdote, para que cada qual retorne às suas boas
obras, louvando e bendizendo a Deus;

d. O beijo ao altar pelo sacerdote e o diácono e, em seguida, a inclinação profunda ao altar pelo
sacerdote, o diácono e os outros ministros.

Atividade

Complete o Quadro abaixo com os ritos que estão Faltando:

Ritos Iniciais Liturgia da Palavra Liturgia Eucarística Ritos Finais

Gloria Homilia Ação de Graças Breves Avisos

Procissão de Entrada Profissão de Fé Prefácio

Saudação 1 Leitura Consagração

2 Leitura

Agora coloque os Ritos na ordem correta

Ritos Iniciais Liturgia da Palavra Liturgia Eucarística Ritos Finais

“O Zelo pela Tua Casa me Consome” (Sl 69[68], 10)

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

CAPÍTULO XI – CERIMONIÁRIO
Estamos chegando ao final da apostila, embora já tenhamos noções do que é um cerimoniário, de
como se relacionar com Deus, seu lugar dentro da Igreja e de tudo que é necessário saber em relação
ao material litúrgico, se faz necessário saber como comportar. Além disto, é necessário conhecer as
obrigações e deveres de cada cerimoniário de acordo com sua posição dentro da Liturgia. Para tanto
este capítulo irá fornecer material pratico teórico para os conhecimentos mais técnicos de um
cerimoniário.

1 – Regras Gerais
 Sirva somente se não tiver cometido pecado grave;
 Seja sempre atento e não se distraia com algo
na celebração que não seja a Eucaristia ou que
não seja foco dos cerimoniários;
 Todos os movimentos devem ser executados
sem pressa ou atraso, ou seja, devem ser
executados de forma natural;
 Manuseie todos os objetos litúrgicos com
cuidado para não deixar cair ou estragar,
principalmente os livros, para não rasgar;
 Caso haja alguma dúvida relativa à celebração, converse anteriormente com o mestre de
celebração, pois elas não devem surgir durante a Santa Missa;
 Caso haja alguma dúvida sobre o decorrer da missa durante a celebração, procure tira-la de
forma rápida e concisa, sem atrapalhar a celebração;
 Limita-se a fazer somente o que foi delegado a sua função. Nunca exerça a função do
próximo, somente auxilie;
 Não converse durante as celebrações, somente dirija o necessário para que a santa missa
ocorra corretamente;
 Cante, responda e louve a Deus com alegria. Ser cerimoniário não é ser um robô, porem
somente uma pessoa discreta;
 Se posicione de forma discreta, não cruze as pernas quando sentado, não cruze os braços
quando em pé, mantenha as mãos postas sempre que estiver com elas vazias, porque isto é
sinal de atenção, oração e espiritualidade;

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

 Mantenha certa distância dos demais ministros para não atrapalhar os trabalhos
desenvolvidos;
 Caso esteja segurando algum objeto, não é necessário realizar as reverencias diante do altar
ou santíssimo, somente uma breve parada, uma vez que a inclinação nestas condições pode
provocar acidentes.
 Permaneça sempre em sua posição. Em um bom grupo de cerimoniários, o mestre de
cerimonias não necessita ficar se deslocando do presbitério para solucionar as dificuldades
que surgem.

2 – Posições Corporais
Como vimos anteriormente rezar requer, além das
palavras, pensamentos e sentimentos, a expressão
corpórea. Portanto, dentro da Celebração as posições e
atitudes correspondem a expressões litúrgicas, com
significado e valor devido. Para tanto, cabe a cada um de
nós conhecermos todos os significados, de forma a se
porta corretamente dentro da liturgia.

Os gestos e posições do corpo tanto do sacerdote, do


diácono e dos demais ministros, como do povo devem
contribuir para que toda a celebração resplandeça pelo decoro e nobre simplicidade, se compreenda
a verdadeira e plena significação das suas diversas partes e se favoreça a participação de todos.
Lembrando-se de assegurar o bem comum espiritual do povo de Deus, do que de atender aos
próprios gostos.

A posição comum do corpo, que todos os participantes devem observar é sinal da unidade dos
membros da comunidade cristã, reunidos para a Sagrada Liturgia, pois exprime e estimula os
pensamentos e os sentimentos dos participantes. Diante destas considerações, segue abaixo uma
lista com os gestos mais comuns e importantes da celebração litúrgica:

Estar em pé: é a posição do Cristo Ressuscitado, atitude de quem está pronto para obedecer, pronto
para ir onde precisar. Indica também a atitude de quem acolhe o próximo em sua casa. Estar de pé
demonstra prontidão para pôr em prática os ensinamentos de Jesus. Ao estar em pé o cerimoniário

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

deve manter as mãos juntas e postas, na altura do ângulo de noventa graus do braço, a não ser que
leve alguma coisa consigo, esta posição é um sinal de oração e espiritualidade. Ele deve também
manter a coluna reta, sem se apoiar em nada, para desta forma se manter em sentido o tempo todo;

Estar sentado: é a posição de escuta, de diálogo, de quem medita e reflete. Na liturgia, esta posição
cabe principalmente ao se ouvir as leituras, na hora da homilia e quando se esta concentrada e
meditando. Quando estiver sentado, o cerimoniário deve repousar as mãos sobre o joelho, e manter
a coluna reta;

Estar ajoelhado: é a posição de quem se põe em oração profunda:


“Jesus se afastou deles à distância de um tiro de pedra, ajoelhou-se e
suplicava ao Pai” (Lucas 22, 41). Quando ajoelhado, o cerimoniário
deve manter as mãos postas como descrito na posição “Estar de pé”
anteriormente descrita;

Prostrar-se: significa estender-se no chão; expressa profundo


sentimento de humildade e também de suplica. Este gesto esta
previsto na Sexta-Feira Santa, no inicio da celebração da Paixão.
Também os que são ordenados diáconos e presbíteros se prostram. Em
algumas ordens ou congregações religiosas se prevê a prostração na celebração da profissão dos
seus votos;

Procissão: é atitude de quem não tem moradia fixa neste mundo, atitude missionária; não se
acomoda, mas se sente peregrino e caminha na direção dos irmãos e irmãs, principalmente dos que
mais precisam;

Silêncio: indica respeito, atenção, meditação e desejo de ouvir e aprofundar a palavra de Deus.
Oportunamente, como parte da celebração deve-se observar o silêncio sagrado. A sua natureza
depende do momento que ocorre em cada celebração. Convém que já antes da própria celebração
se conserve o silêncio para que todos se disponham devota e devidamente para realizarem os
sagrados mistérios.

Inclinação: manifestação de reverência para honrar pessoas ou símbolos; há duas espécies de


inclinações, ou seja, de cabeça e de corpo. A inclinação de cabeça é feita quando se nomeiam juntas
as três Pessoas Divinas, ao nome de Jesus, da Virgem Maria e do Santo em cuja honra se celebra a
Missa. Já a inclinação de corpo, ou inclinação profunda, se faz ao altar, às orações “Ó Deus todo-
poderoso, purificai-me” e “De coração contrito”, e no símbolo durante as palavras “E se encarnou”,

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

além disto também é utilizada no Cânon Romano (Oração Eucarística I) nas palavras “Nós vos
suplicamos”.

Genuflexão: significa adoração, por isso, se reserva ao Santíssimo Sacramento, e à santa Cruz, desde
a solenidade da Sexta-Feira na Paixão do Senhor até o inicio da Vigília Pascal. Ela é realizada
dobrando o joelho direito até o chão. Lembre-se de que ao se levar a cruz processional e as velas, em
vez de genuflexão, se faz apenas uma inclinação da cabeça.

Reverência ao Santíssimo Sacramento: todos aqueles que


entram na Igreja nunca devem omitir a adoração ao
Santíssimo Sacramento, a não ser que se vá em procissão;

Reverência ao Altar: o Altar é saudado com uma


inclinação profunda por todos quantos se dirigem ao
presbitério, dele se retiram ou passam por diante do altar.

Reverência ao Bispo: o Bispo é saudado com inclinação


profunda pelos ministros, ou por quantos dele se
aproximam por motivo de serviço ou, depois de prestado
esse serviço, se retiram ou passam diante dele. Evite quando possível, passar entre o Bispo e o altar,
por respeito para com um e para com outro. Em caso de dúvida a qual dos dois saldar, salde
conforme se aproxime mais do altar ou mais do Bispo.

Atividade

Neste capítulo aprendemos um pouquinho sobre o comportamento do cerimoniário e as posições e


seus significados durante a celebração. A vida do cerimoniário deve ser vivenciada não somente
dentro da Igreja, mas também na nossa vida como um todo. Em virtude disto, pergunta-se como um
cerimoniário deve agir e ou não deve agir no dia a dia?

“Precisamos de Santos de calça jeans e Tênis” (Beato João Paulo II)

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

CAPÍTULO XII – CERIMONIÁRIO DA PALAVRA

1 – Antes da Missa
Cabe ao cerimoniário da palavra verificar e testar o microfone das leituras, mas seu principal papel
dentro da celebração é acompanhar as leituras e procissões. Portanto, na preparação da missa ele
deve organizar o lecionário no ambão, de acordo com as leituras condizentes da missa em questão.
Depois deve procurar os leitores, sanar as suas dúvidas e ensaiar a subida e descida ao presbitério,
recordando que ao subir no presbitério o leitor se posiciona a sua direita e ao descer a sua esquerda.

Caso haja Evangeliário cabe a este cerimoniário a sua organização e condução na procissão de
entrada (este último somente se houver ausência de seminarista e diácono), além disto deve
preparar os véus umerais que serão utilizados com o Evangeliário.

Em relação às procissões ele deve preparar as velas e a cruz processional para as procissões de
entrada e saída, por último organizar a ambula e a galheta para o ofertório.

2 – Durante a Celebração
Durante celebração o cerimoniário da palavra deve: organizar as procissões de entrada e saída; as
leituras; o ofertório; e a consagração.

Procissão de entrada e saída: o cerimoniário da palavra deve organizar a procissão de entrada e


saída. Ela deve respeitar uma questão hierárquica da Igreja, deve demonstrar simplicidade e zelo,
nela é aconselhável que se entre pareados, mas caso a necessidade exija pode-se formar trios, como
no caso do cruciferário e do ceriferarios.

Abaixo há um gabarito da organização de uma procissão com o Santo Padre, o Papa, a partir dela é
tranqüilo organizar uma procissão, basta desconsiderar os elementos não existentes, como por
exemplo, desconsiderar os diáconos quando não tiverem:

Leituras: Depois da procissão de entrada o cerimoniário da palavra deve posicionar-se próximo aos
leitores. Assim que o padre anunciar a Oração de Coleta com o “Oremos”, o cerimoniário deve se
preparar junto ao 1º leitor, com o final da oração, eles se dirige a frente do altar, realizando a
inclinação simples ao altar e sobe para o ambão, indo sempre o cerimoniário na frente. Caso haja
alguém idoso ou com dificuldades para subir a escadaria o cerimoniário deve ceder o braço para
auxiliá-lo.

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

O cerimoniário na mesa da palavra deve entregar o microfone ligado ao leitor e indicar com o dedo
qual a leitura será realizado. Lembrando ao cerimoniário da palavra o dever de acompanhar a leitura
o tempo todo, a fim de indicar onde ela parou caso o leitor se perca.

Depois de realizada a primeira leitura, o cerimoniário na frente desce com o leitor atrás, espera o
salmista se posicionar junto a dupla, faz a inclinação para o altar novamente e sobe ao ambão
novamente, porém somente com o salmista. Com o fim do Salmo, quando em missa dominical, desce
com o salmista, aguarda o 2º leitor e sobe novamente a mesa da palavra.

Com a finalização de todas as leituras, caso haja Evangeliário, cabe ao cerimoniário d palavra retirar o
Lecionário do ambão e depositá-lo nas prateleiras existentes debaixo da mesa da palavra e desce
com o leitor. Caso não haja o Evangeliário, segue-se como anteriormente, desce com o leitor, realiza
a inclinação ao altar e dirige-se a sua posição original.

Obs.: Cabe ao cerimoniário da palavra organizar tudo antes da missa de forma que não haja erro
durante a celebração, porém, caso algum dos leitores não se posicione corretamente durante a
celebração, o cerimoniário da palavra não deve tentar corrigir, ele deve deixar a celebração correr.
Lembre-se errar é natural e humano, mas se for para errar erre com categoria e discrição,
principalmente quando há outras pessoas envolvidas.

Ofertório: Após as leituras a próxima tarefa do cerimoniário da palavra é a condução do ofertório,


para isto, no decorrer da Profissão de Fé, ele deve se dirigir ao final da Igreja de onde saíra à
procissão do ofertório.

Cabe a ele organizar a procissão, ele irá à frente para conduzi-la, seguido de uma dupla de pessoas
levando a Ambula e a Galheta, depois vem outra dupla com Pão e Uva. Esta é a formação obrigatória,
os demais objetos ofertados não demonstram prioridades e podem ser postos na ordem
determinada pela própria equipe de liturgia, recordando, porém que os sacos das coletas devem vir
por último e separado da fila tradicional de ofertas.

A fila de oferta deve ser conduzida até o Celebrante. Depois de todas as ofertas entregas, o
cerimoniário deve se dirigir a credencia para auxiliar os trabalhos em diante.

Consagração: Quando a missa solene é prestigiada com a figura do turiferário, cabe ao cerimoniário
da palavra conduzi-lo até a escadaria na frente do altar para incensar o vinho e a hóstia que serão
transformadas em sangue e corpo de Cristo. Esta condução e feita na oração anterior à consagração
e retorna depois das palavras: “Eis o mistério da Fé”.

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3 – Depois da Missa
Depois da celebração cabe ao cerimoniário da palavra guardar o microfone do ambão, o lecionário e
o Evangeliário, como também auxiliar o resto da equipe caso necessitem.

4 – Outras considerações
Em algumas celebrações poderá haver mais de um cerimoniário da palavra. Quando houver dois, fica
um incumbido apenas da mesa da palavra e o outro das procissões. O número máximo aconselhável
de cerimoniários da palavra é 3. Sendo dois exclusivos para as procissões e um somente para mesa
da palavra. Desta forma há uma recorrência menor de erros e cruzamento de funções.

Atividade

Reflita sobre a seguinte questão: Caso algum leitor erre durante a celebração litúrgica (Se colocou na
posição incorreta para subir ou descer o altar / Travou na hora da leitura / Leu a leitura errada) qual
a postura que o cerimoniário da palavra deve tomar.

"Ele, porém, falava do templo que é o seu corpo" (Jo 2, 21).

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

CAPÍTULO XIII – TURIFERÁRIO

1 – Função e Manuseio do Turibulo


Função: o turiferário tem seu significado cravado nas próprias Sagradas Escrituras. Para compreender
melhor qual sua importância, vamos observa-las:

Salmo 140, 1-2 => Salmo de Davi. Senhor, eu vos chamo, vinde logo em meu socorro; escutai a
minha voz quando vos invoco. Que minha oração suba até vós como a fumaça do incenso, que
minhas mãos estendidas para vós sejam como a oferenda da tarde.

Apocalipse 8, 3 => Adiantou-se outro anjo e pôs-se junto ao altar, com um turíbulo de ouro na mão.
Foram-lhe dados muitos perfumes, para que os oferecesse com as orações de todos os santos no
altar de ouro, que está adiante do trono. A fumaça dos perfumes subiu da mão do anjo com as
orações dos santos, diante de Deus.

Visto as duas passagens acima, resumimos as funções do turiferário em elevar as orações da


assembléia, oferecendo-as através do incenso ao altar do senhor.

Manuseio: Ao caminha com o turibulo, o turiferário deve segurar, com a mão esquerda, a parte
superior das correntes que sustentam o turíbulo, e, com a direita, segura as mesmas correntes todas
juntas perto do turíbulo, de modo a poder comodamente lança-lo e puxa-lo para si. Tenha o cuidado
de lança-lo com gravidade e decoro, sem mover o corpo ou a cabeça, enquanto movimenta o
turíbulo pra a frente ou para trás; a mão esquerda, que segura a parte superior das correntes,
mantém-na firme e segura diante do peito; a mão e o braço direito move-os calma e lentamente com
o turíbulo. Porém, caso o turiferário não tenha naveteiro a disposição, deve segurar ambas as coisas;
neste caso, segura na mão esquerda o turíbulo.

Incensando: todas as vezes que for incensar, deve fazer reverencia a coisa ou pessoa, e incensa-la
seguindo a regra de ductos abaixo descrita e a seguinte ordem: primeiro incensar a esquerda, depois
a direita e por fim o centro. Quando for se apresentar para que o celebrante coloque incenso, caso
este esteja em pé, o turiferário deve se colocar em pé, caso este esteja sentado, o turiferário deve se
colocar ajoelhado.

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

Ductos: Ductos é o movimento que se realiza com o turibulo para incensar coisas e objetos. Ele é
composto por dois lançamentos de turibulo, conforme explicado no tópico de manuseio, devido a
isto o nome de Ducto. Existem duas formas de incensar, com três ductos e com dois ductos.

Três Ductos: Com três ductos devemos incensar: o Santíssimo Sacramento, a relíquia da Santa Cruz e
as imagens do Senhor solenemente expostas, as oferendas, a cruz do altar, o livro dos Evangelhos, o
círio pascal, o Bispo ou presbítero celebrante, a autoridade civil oficialmente presente na sagrada
celebração, o coro e o povo, por fim, o corpo de defunto.

Dois Ductos: Com dois ductos devemos incensar: relíquias e as imagens dos Santos expostos a
pública veneração. Distinto das demais coisas e pessoas, o altar é incensado com ictos sucessivos do
turíbulo. Além disto vale lembrar que o santíssimo sacramento deve ser incensado de joelhos.

2 – Antes da Missa
As funções do cerimoniário do Turiferário é mais pratica do que teórica, um bom turiferário é aquele
que conhece bem a missa para saber a hora de agir. Cabe a ele antes da missa acender o Turíbulo
verificar a quantidade de incenso na naveta e escolher um navetero caso haja coroinhas suficientes.
Após isto é necessário se por a par da oração eucarística da celebração em questão para conhecer
quando ocorre a consagração, porque é necessário ao turiferário incensar a Hóstia e o Vinho.

3 – Durante a Celebração
Ritos Iniciais: o inicio da celebração antes de se posicionar na procissão de entrada, o cerimoniário do
turíbulo deve ir ao encontro do Celebrante para que este coloque incenso e abençoe o turíbulo.
Depois ele se posiciona logo antes da cruz.

Ao chegar a frente ao presbitério, faz a inclinação de cabeça ao altar e se posiciona em cima do


presbitério, depois que o Celebrante beijar o presbitério se aproxime do Celebrante para que este
coloque incenso novamente abençoe, entregue o turíbulo posteriormente o cerimoniário principal
ou diácono, caso não tenha nenhum dos dois, entregue diretamente ao Celebrante. Depois que o
Celebrante incensa o altar, a cruz e se for o caso o círio e alguma imagem, ao retornar a posição
inicial, o turiferário deve ir ao seu encontro buscar o turíbulo e guardar.

Liturgia da Palavra: Na liturgia da palavra o turiferário deve reorganizar o turíbulo durante o salmo e
a segunda leitura. Depois da segunda leitura, com o inicio do canto do Evangelho, o turiferário deve
subir ao presbitério e ir de encontro ao celebrante para que este coloque incenso e abençoe. Caso o

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

celebrante esteja sentado, cabe ao turiferário se ajoelhar para facilitar o processo. Depois de
depositado o incenso o cerimoniário deve se dirigir ao ambão.

Após o anuncio do Evangelho, o turíbulo é passado ao Proclamador, ele incensará o evangelho e


devolverá o turíbulo, neste instante o cerimoniário deve permanecer parado, aguardando a leitura
do Evangelho, podendo somente se retirar após a conclusão do Evangelho e inicio da Homilia.

Ofertório: A próxima atuação do turiferário se dá no ofertório. Enquanto as ofertas são preparadas


sobre o Altar, o turiferário deve estar pronto para atuar. Depois que o celebrante recebe as ofertas e
as oferece a Deus, o turiferário deve ir de encontro a ele.

Neste momento o celebrante incensa as ofertas e o altar, depois que voltar, ele entregará o turíbulo
ao diácono ou ao mestre de celebração, este irá incensar o celebrante e os demais sacerdotes,
depois lhe entregará o turíbulo, neste momento deve se posicionar na frente do corredor central e
irá incensar a assembléia.

OBS.: Caso não haja mestre de celebração, nem diácono, o turiferário terá de incensar o Celebrante,
os demais sacerdotes para somente depois incensar assembléia.

Consagração: Na comunhão cabe ao cerimoniário se posicionar em frente ao altar e embaixo do


presbitério, logo no inicio da Consagração, antes do padre proclamar: “Naquela Noite...”. Após
ajoelhar, o naveteiro deve colocar incenso e o turiferário deve incensar as ofertas cada vez que o
padre ergue-las (Três ductos, já que se trata da eucarística).

Ritos Finais: A última participação do turiferário será sair na procissão com o turibulo, semelhante a
procissão de entrada.

4 – Depois da Missa
Depois da missa cabe ao turiferário limpar o turibulo. Não utilize água e jogue a cinzas em um
ambiente adequado, para isto recomenda-se perguntar aos demais cerimoniários sobre como é
realizado a limpeza do turibulo. Depois disso guarde-o juntamente com o turibulo, somente depois
disto é permitido ao turiferário finalizar seu serviço.

Atividades

Reflita sobre a seguinte questão, o que fazer caso o turibulo apague durante a procissão de entrada.
Lembre-se de que as soluções devem respeitar a dignidade da Santa Missa.

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

Abaixo há duas colunas, uma com os ductos do turibulo, outra com as diversas situações que deverá
incensar, coloque as letras dos ductos com as situações corretas:

( ) Círio Pascal

A – Um ductos ( ) Imagens de Santos

B – Dois Ductos ( ) Altar do Senhor

C – Três Ductos ( ) Relíquias da Santa Cruz

D – Inctos Sucessivos ( ) Santíssimo Sacramento

( ) Relíquias de Santos

( ) Corpo de Defunto

“Adiantou-se outro anjo e pôs-se junto ao altar, com um turíbulo de ouro na mão” (Ap 8, 3)

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CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

CAPÍTULO XIV – CERIMONIÁRIO DA CREDENCIA

1 – Funções e Atribuições
O cerimoniário da Credencia é tão importante quanto o cerimoniário principal. Ele também necessita
conhecer todo o rito da celebração, apresentar um amplo conhecimento de liturgia e ter uma
personalidade ativa diante dos desafios. Sua responsabilidade é supervisionar os trabalhos
relacionados com a credencia durante toda a celebração, como também antes e depois, zelando pela
a dignidade dos objetos litúrgicos. Além disto, ele auxilia diretamente o cerimoniário principal na
supervisão dos demais cerimoniários.

2 – Antes da Celebração
O Cerimoniário da credencia deve preparar, juntamente com o cerimoniário principal, o missal
romano, como também estudar e repassar o ritual em questão. Em caso de celebrações solenes em
ocasiões especiais, aconselha-se que o ritual também seja passado juntamente ao celebrante.

Além disso, o cerimoniário da credencia deve auxiliar os ministros da preparação dos objetos
litúrgicos. Deve também verificar com a equipe de celebração se haverá algo extra litúrgico, como
entrada de algum objeto, oração do dizimista, sorteio ou peças teatrais. Caso tenha, avisar o
cerimoniário principal. Por último, ele deve preparar os coroinhas.

3 – Durante a Celebração
Ritos Iniciais: Na procissão de entrada o cerimoniário da credencia deve substituir algum outro caso
necessite ou se posicionar na frente dos ministros e atrás dos coroinhas. Assim que o Cerimoniário
chegar a credencia e o celebrante a sua cadeira presidencial, deve-se enviar o Missal. O Celebrante
começa a missa realizando um sinal da cruz e saudando todos os presentes, ao final o Missal
retornará a credencia. Na oração de coleta o cerimoniário da credencia deve enviar novamente o
missal logo após o convite do celebrante a esta oração: “OREMOS”, que será devolvido após a
oração.
Liturgia da Palavra: A primeira participação do cerimoniário da credencia nesta liturgia ocorre
quando há Evangeliário. Neste momento ele necessitará enviar dois coroinhas com as velas
juntamente com o véu umeral que deverá ser entrega ao cerimoniários principal. Após a homilia,
segue-se a Profissão de Fé, enquanto ela é proclamada, o cerimoniário da credencia deve enviar uma
pasta contendo o folheto com a profissão e as preces, ou caso contrario, o missal com as marcações
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correspondes às orações citadas anteriormente. Além disso, está é uma ótima hora para enviar um
copo de água ao celebrante.

Liturgia Eucarística: No instante em que as ofertas começam a se aproximarem do altar, o


cerimoniário da credencia deve pedir para que os coroinhas auxiliem na acolhida delas. Na falta de
coroinhas o próprio cerimoniário da credencia deve suprir a necessidade. Ele deve também pedir aos
coroinhas que recolham do altar, durante a preparação das ofertas, a ambula vazia e a galheta já
utilizada.

Deve também preparar os coroinhas para a Jarra de Água, bacia e toalha para que o padre purifique
as mãos. Durante a oração eucarística, depois do Pai Nosso, ele deve preparar uma vela junto a um
coroinha para buscar o Santíssimo Sacramento no sacrário. Em um momento posterior, durante o
cordeiro, ele deve preparar as filas da comunhão. Por último, ele deve mandar o Missal Romano
novamente para a Oração Pós Comunhão.

Ritos Finais: quando o celebrante retorna a sua cadeira e pode realizar uma benção simples ou a
benção solene. Neste último caso, o cerimoniário da credencia deve enviar o Missal, por tanto, antes
da celebração verifique se o sacerdote utilizará o missal para a benção final.

4 – Ritos Finais
O cerimoniário da credencia, mesmo que o padre já tenha se trocado, somente tira sua veste depois
de guardar todos os livros litúrgicos, a pasta do celebrante e auxiliado os ministros no que for
preciso.

Ao final de tudo isso, se dirige ao santíssimo e realiza mais um momento de oração, desta vez para
agradecer pelo seu desempenho na celebração, agradecendo pelos os bons momentos e retirando as
lições dos momentos de tribulação. Somente depois deste momento, se o padre já tiver se trocado,
ele retira sua veste e finaliza seu serviço.

Atividade

Reflita: é possível ao cerimoniário da credencia assumir outra função além da dele, como por
exemplo, ser credencia e palavra, ou ser credencia e turibulo? Argumente.

78
CERIMONIÁRIOS JOÃO PAULO II

Reflita também: caso haja somente você na celebração litúrgica, qual é a melhor posição para
assumir, de forma a tentar preservar a dignidade da celebração (principal, credencia, palavra ou
turibulo?).

“Tu és pó e ao pó tornarás” (Gn 3, 19)

AGRADECIMENTO
Chegamos ao fim da nossa formação. Agora resta verificar suas habilidades na prática, mas
lembre-se, seja confiante, você já é um cerimoniário e Deus esta sempre contigo.

Não esqueça que não existe receita de bolo para ser um Bom Cristão, mas sim setas como esta
apostila e pessoas como o seu formador. Quem de fato faz o caminho para encontrar Deus é você
mesmo, então nunca deixe de procurar esta intimidade com Ele.

Boa sorte meu irmão e leve a luz de Cristo para quem precisa!!!!

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REFERÊNCIAS
BECKHAUSER, Alberto. Missal Romano. São Paulo: Editora Paulus, 2008.

CATEQUISAR. Evangelho e Evangelistas. Disponível em <


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CNBB. Cerimonial dos Bispos. São Paulo: Editora Paulus, 2008;

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CONCÍLIO VATICANO II. Sacrosanctum Concilium. Disponível em


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PAROQUIA SANT’ANA DE ITAÚNA. Manual dos Acólitos. Disponível em


<http://www.presbiteros.com.br/site/wp-content/uploads/2009/08/manualdoacolitoatual.pdf>
Acessado em 20 mar 2012;

PAROQUIA SÃO FRANCISCO DE ASSIS. Formação para Coroinhas. Disponível em


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