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ESTRATÉGIAS PARA ANÁLISE NUMÉRICA DE VIBRAÇÕES EM SISTEMAS DE PISO

MISTO DE AÇO E CONCRETO

José Francisco Anunciação Pinto(1), Ladir Antônio da Silva Junior(2),


José Luiz Rangel Paes(3), Gustavo de Souza Veríssimo(4), Ana Luiza da Silva
Santana(5)
1 M.Sc., Departamento de Engenharia Civil – UFV, Universidade Federal de Viçosa - Av. P.H.
Rolfs s/n - Viçosa – MG - 36.570-000, Brasil, e-mail: jose.anunciacao@ufv.br.
2 M.Sc., Departamento de Engenharia Civil – UFV, Universidade Federal de Viçosa - Av. P.H.

Rolfs s/n - Viçosa – MG - 36.570-000, Brasil, e-mail: ladir@hotmail.com.


3 Professor Associado, Departamento de Engenharia Civil – UFV, Universidade Federal de Viçosa -

Av. P.H. Rolfs s/n - Viçosa – MG - 36.570-000, Brasil, e-mail: jlrangel@ufv.br.


4 Professor Associado, Departamento de Engenharia Civil – UFV, Universidade Federal de Viçosa -

Av. P.H. Rolfs s/n - Viçosa – MG - 36.570-000, Brasil, e-mail: gustavo@ufv.br.


5 Graduanda de Engenharia Civil – UNIFACIG - Rua José Alves Barbosa n1 bairro Santa Terezinha –

Manhuaçu – MG – 36.900-000, Brasil, e-mail: analuh2014@outlook.com.br

Resumo: Neste trabalho foi realizado um estudo de vibrações e conforto humano em um


edifício com sistema de piso misto de aço e concreto utilizando modelos numéricos tridimensionais e
modelos analíticos simplificados. Nos modelos analisados foram analisadas técnicas de modelagem
considerando a interferência do tipo ligações, altura dos pilares, comportamento misto entre aço e
concreto, comportamento ortotrópico das lajes e a rigidez das paredes. Foram elaborados modelos
analíticos simplificados além de modelos numéricos desenvolvidos no software SAP2000, nos quais
foram realizadas análises de vibrações livres em cada um dos modelos. Os resultados obtidos por meio
dos modelos numéricos e de modelos analíticos simplificados foram comparados com resultados da
análise experimental de vibrações e com valores prescritos por normas. Para avaliar a interferência das
paredes na análise de vibrações, foram adicionados elementos com propriedades equivalentes às das
paredes nos modelos numéricos estudados. Os resultados obtidos demonstraram que os modelos
analíticos simplificados apresentaram pequena divergência aos resultados experimentais e que
utilização da rigidez equivalente representaram de forma mais razoável o comportamento das
estruturas com relação às vibrações livre. O sistema de piso misto estudado apresentou frequências
fundamentais com valores acima dos valores limites mínimos prescritos por normas.

Palavras-chave: vibrações; estruturas mistas; análise numérica; analise modal; modelagem


computacional.

Área do Conhecimento: – Ciências Exatas e da Terra

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, as tendências arquitetônicas e as exigências de mercado vêm levando a


engenharia estrutural à busca de soluções cada vez mais arrojadas, que exigem grande experiência e
conhecimento dos projetistas aliados à utilização de novos materiais e tecnologias.
Estas novas características dos elementos conduzem a sistemas estruturais com frequências
naturais cada vez mais próximas da faixa de frequência de excitações associada às atividades
humanas. Assim, os sistemas estruturais de pisos tornam-se vulneráveis aos efeitos de vibrações
induzidas por pequenos impactos, como é o caso do caminhar de pessoas sobre o piso, e por
excitações mais intensas, como é o caso das atividades rítmicas. Essas vibrações resultam em
desconforto para os usuários da estrutura e, em casos menos comuns, podem até mesmo comprometer
a estrutura.
De outra forma os projetistas estruturais têm tido cada vez mais acesso a ferramentas
numérico-computacionais com elevado nível de precisão, tanto no que se refere ao seu comportamento
estático quanto para o estudo dessas estruturas quando sujeitas a ações dinâmicas. De maneira a
verificar melhor o desempenho destas estruturas quando submetidas a carregamentos dinâmicos,

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ainda na fase de projeto, a utilização de ferramentas numérico-computacionais é de grande importância
na previsão e solução desses problemas.
No entanto em edifícios onde se encontram paredes de alvenaria que de alguma forma
interagem com estrutura, podem interferir nos resultados obtidos nos modelos numéricos com relação
a uma análise dinâmica. Uma das razões para tais divergências está relacionada que estas paredes
interferem tanto na análise modal quanto na análise dinâmica da estrutura de forma que adicionam
massa e rigidez a estrutura impedindo que a mesma vibre de forma livre.
De acordo com este contexto, esta investigação busca estudar o comportamento dinâmico de
sistemas estruturais de pisos mistos (aço-concreto), quando submetidos a excitações dinâmicas
oriundas de atividades humanas. Os resultados numéricos são obtidos a partir do desenvolvimento de
modelos numéricos computacionais, via método dos elementos finitos, com o emprego do programa
SAP2000 (SAP2000, 2012)
De acordo com este contexto, esta investigação busca estudar identificar modelos de
elementos finitos apropriado para estes sistemas de piso possibilitando a avaliação do comportamento
dinâmico de um edifício de estruturas metálicas composto por lajes mistas de aço e concreto com forma
de aço incorporada e pilares de aço.
No estudo de vibrações para este trabalho um sistema de pisos misto que compõe o campus
da Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerias Brasil foi analisado de forma a se obter as frequências
de vibração que serão comparados com os resultados da experimental e com os valores prescritos pela
norma brasileira ABNT NBR 8800:2008 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2008).
O objetivo geral deste trabalho é propor uma metodologia para a realização de análises
numéricas de vibrações em sistemas de piso misto de aço e concreto pertencente a um edifício de
múltiplos andares composto por paredes de alvenaria e avaliar a interferência das mesmas no
desempenho destes sistemas de piso.

2 METODOLOGIA
A maioria dos problemas de vibrações em sistemas de piso geralmente envolvem ações
dinâmicas relacionadas com as forças repetidas causadas por máquinas, equipamentos ou por
atividades humanas, tais como: dançar, saltar, correr, aeróbica (ginástica) ou caminhar.
Embora os critérios de projeto para avaliação dos níveis de vibração induzida por atividades
rítmicas humanas sejam conhecidos há muitos anos, só recentemente foi possível aplicá-lo para o
projeto de estruturas de piso. A principal razão foi relacionada à complexidade considerável do
problema, onde a resposta dinâmica do sistema estrutural, geralmente envolve um elevado número de
modos de vibração. Além disso nos problemas associados a pessoas andando as forças mudam sua
localização, tornando a análise ainda mais difícil.
Os ensaios do impacto calcanhar foram feitos por Murray e Hendrick (MURRAY e HENDRICK,
1977) em diferentes tipos de construções no qual uma força de impacto de 0,84 kN foi medida por um
sismógrafo em nove salões cerimoniais de igrejas, em três lajes localizadas no anda mais alto de um
shopping center, em duas lajes na varanda de um hotel e em uma laje localizada no segundo andar de
um edifício comercial. Com estes resultados em mãos, as respostas dinâmicas estruturais, em termos
de amplitudes de força, frequências e amortecimento associados aos sistemas estruturais investigados
foram possíveis de serem determinados.
Uma contribuição significativa para este campo foi feita no Brasil por Alves (1997) e Faisca
(FAISCA, 2003) com base em experiências feitas com um grupo de voluntários que atuam sobre uma
plataforma de concreto. Estes ensaios permitiram o desenvolvimento de descrições aproximadas das
cargas induzidas por atividades humanas, tais como: saltos, atividades aeróbicas, público de partidas
de futebol e show de rock. Estes ensaios foram realizados ao longo de duas plataformas de concreto,
uma rígida e outra flexível, ambas apoiadas sobre suportes movíveis. Com este tipo de apoio a rigidez
estrutura poderia ser variada, possibilitando uma investigação da carga rítmica humana sobre
estruturas rígidas ou flexíveis. A análise dos resultados experimentais, aliada a um modelo analítico,
levou ao desenvolvimento de funções de carregamento associados com a atividade síncronas e
assíncronas que poderão ser utilizadas em modelos estruturais destinadas para estádios e outras
estruturas relacionadas.
Através de investigações experimentais, Batista e Varela (BATISTA e VARELA, 2002)
constatam que os problemas envolvendo excitações dinâmicas produzidas por atividades humanas são
mais agudos e frequentes em painéis contínuos que apresentam multímodos de vibração, tais como os
painéis contínuos de lajes mistas, lajes em grelha, lajes nervuradas e lajes pré-moldadas em concreto
armado.
Murray (MURRAY, 1975) classificou a percepção de vibração humana em quatro categorias: a
vibração não é percebida pelos ocupantes; a vibração é notada, mas não incomodar os ocupantes; a
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vibração é notado e perturba os ocupantes; a vibração pode comprometer a segurança dos ocupantes.
Essas categorias foram estabelecidas com base em 100 testes de impacto do calcanhar realizados em
pisos mistos de vigas de aço e lajes de concreto.
Allen et al. (ALLEN, RAINER e PERNICA, 1985) propôs os valores mínimos para as frequências
naturais de estruturas avaliadas de acordo com o tipo de ocupação e as suas principais características.
Estes valores foram baseados nos valores de carga dinâmicos produzidos por atividades humanas,
como danças rítmicas e atividades aeróbica e sobre os valores limites de aceleração associados a
essas atividades.
Segundo a ABNT NBR 8800:2008 o problema de vibrações em pisos pode ser avaliado
segundo uma avaliação precisa ou simplificada.
No caso da avaliação precisa, deve ser considerado os seguintes aspectos na análise
dinâmica:
 as características e a natureza das excitações dinâmicas, como, por exemplo, as decorrentes
do caminhar das pessoas e de atividades rítmicas;
 os critérios de aceitação para conforto humano em função do uso e ocupação das áreas do
piso;
 a frequência natural da estrutura do piso;
 a taxa de amortecimento modal;
 os pesos efetivos do piso.
Em se tratando de uma avaliação simplificada para atividades humanas normais, essa norma
descreve o seguinte:
Nos pisos em que as pessoas caminham regularmente, como os de residências e escritórios,
a menor frequência natural não pode ser inferior a 4 Hz. Essa condição fica satisfeita se o deslocamento
vertical total do piso causado pelas ações permanentes, excluindo a parcela dependente do tempo, e
pelas ações variáveis, calculado considerando-se as vigas como bi apoiadas e usando-se as
combinações frequentes de serviço, não for superior a 20mm respectivamente
Nos pisos em que as pessoas saltam ou dançam de forma rítmica, como os de academia de
ginástica, salões de dança, ginásios e estádios de esporte, a menor frequência natural não pode ser
inferior a 6 Hz, devendo ser aumentada para 8 Hz caso a atividade seja muito repetitiva, como ginástica
aeróbica. Essas condições ficam satisfeitas, respectivamente, se o deslocamento vertical total do piso
causado pelas ações permanentes, excluindo a parcela dependente do tempo, e pelas ações variáveis,
calculado considerando-se as vigas como bi apoiadas e usando-se as combinações frequentes de
serviço, não superar 9 mm e 5mm.
2.1 Modelos analíticos para determinação da frequência fundamental
Ao longo dos anos, vários autores apresentaram modelos analíticos simplificados para o cálculo
da frequência fundamental de sistemas de piso misto, passarelas e rampas (MURRAY, 1975; ALLEN,
RAINER e PERNICA, 1985; CLOUGH, 1993; HICKS, LAWSON e KING, 2000; MURRAY, ALLEN e
UNGAR, 2003; SMITH, HICKS e DEVINE, 2009).
A frequência fundamental de uma estrutura (f) é a menor frequência natural da mesma e
corresponde ao inverso do período (T):
1  1 k
f    (1)
T 2 2 m
Tendo como base a Equação (1), a frequência fundamental de uma viga de seção uniforme
pode ser determinada por:
EI
f  CB (2)
m L4
onde:
EI rigidez à flexão da viga;
m massa efetiva;
L vão da viga;
CB coeficiente que depende das condições de contorno e do tipo de carga.
De acordo com as condições de contorno da viga, o coeficiente CB assume os seguintes
valores:
-viga simplesmente apoiada CB = /2
- viga engastada / apoiada CB = 2,45
- viga bi engastada CB = 3,57
- viga em balanço CB = 0,56
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Para una viga simplesmente apoiada, adota-se CB = /2 e a flecha máxima () devido à massa
(m) é dada por:
5 m g L4
  (3)
384 EI
onde:
g aceleração da gravidade (9,81 m/s2).
A partir da Equação (3), pode-se obter a massa (m) em função da flecha máxima ().
Substituindo m e CB na Equação (2), obtém-se:
17,75 18
f   (4)
 
onde:
d flecha máxima instantânea da viga (em milímetros) para o peso próprio e outras cargas
permanentes do sistema de piso, mais um percentual da sobrecarga de uso, que pode-se admitir que
tenha um caráter permanente.
Em um sistema de piso completo, composto por vários elementos estruturais individuais,
geralmente não é possível identificar a frequência natural de elementos específicos. O sistema de piso
completo se move de uma determinada maneira, que atende a seu respectivo modo de vibração. Cada
sistema possui seus modos de vibração e suas frequências naturais correspondentes. No entanto, a
frequência natural mais baixa, também chamada de frequência fundamental, correspondente ao
primeiro modo de vibração, é a mais importante para o projeto dos sistemas de piso.
Figura 1 - Modos de vibração de uma placa ortotrópica

Baixa rigidez
à flexão

Alta rigidez
à flexão

1, 2, 3

1
3

Fonte: (Wyatt, 1989).


Os comentários anteriores permitem afirmar que um sistema de piso misto completo é,
basicamente, uma sobreposição de elementos individuais unidirecionais em série. Para avaliar as
flechas do sistema completo pode-se considerar cada elemento separadamente e estimar a flecha total
a partir da soma das flechas individuais. Para fazer uma avaliação da frequência fundamental de um
sistema de piso completo, pode-se utilizar o Método de Dunkerly, que considera a frequência natural
de cada elemento individual. Chamando por exemplo (f1), (f2) e (f3) as frequências naturais de cada
elemento separadamente, pode-se estimar a frequência fundamental do sistema (f0) mediante a
Equação (5):
1 1 1 1
   (5)
f 02 f 12 f 22 f 32
Uma avalição mais precisa das propriedades dinâmicas de um sistema de piso completo requer
o desenvolvimento de um modelo numérico que considere todos os elementos integrados, a partir do

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qual se pode conhecer as frequências naturais e os respectivos modos de vibração diretamente. Outra
forma de conhecer estas características é através da utilização de ensaios dinâmicos.
2.2 Aspectos relevantes para a análise numérica de vibrações
Para a análise numérica foram identificadas duas vertentes encontradas na literatura, na qual
uma usa as metodologias usuais de discretização e modelagem utilizada por vários autores Mello
(MELLO, 2005), De Silva (DE SILVA, 2007), Gonçalves (GONÇALVES, 2011), Silva (SILVA, 2010),
Souza (SOUZA, 2012), entre outros e uma outra abordagem que seguem o modelo da SCI (2009).
2.2.1 Hipóteses básicas
Com o objetivo de implementar a análise numérica pelo Método dos Elementos Finitos alguns
autores sugerem adotar algumas hipóteses simplificadoras:
 a hipótese clássica de Bernoulli é válida. De acordo com esta hipótese, a seção transversal
dos elementos permanece plana e normal em relação ao eixo baricentro desses mesmos
elementos, antes e após as deformações. Os efeitos de flexão e distorção das seções não são
considerados nessa modelagem;
 as tensões impostas não causam plastificação na seção transversal dos elementos;
 os materiais empregados nas estruturas (aço e concreto) possuem um comportamento linear-
elástico;
 pode-se considerar apenas a não linearidade geométrica;
 deve-se considerar a continuidade entre as vigas e lajes adjacentes;
 as ligações entre elementos lineares não apresentam qualquer tipo de resistência à rotação
(totalmente articuladas);
 as lajes mistas com forma de aço incorporada podem ser consideradas como lajes planas,
com altura igual à espessura da capa de concreto e deslocadas da mesa superior do perfil de
aço de uma distância equivalente à altura das nervuras;
 a massa específica da laje deve ser ajustada de acordo com a altura da laje plana equivalente;
 considerar a altura dos pilares igual à distância entre pavimentos.
2.2.2 Modelo de Elementos Finitos – SCI Publication P354 (SMITH, HICKS e DEVINE, 2009)
Métodos simplificados geralmente são melhor aplicáveis a estruturas simples, que de modo
geral, são criados a partir de malhas regulares. Para as estruturas irregulares (por exemplo, edifícios
com um piso curvo em plano, edifícios que apresentem paredes, etc.), uma análise mais complexa
deve ser realizada para compreender as propriedades dinâmicas e determinar a resposta de vibração
do piso. Sendo assim, a modelagem baseada no documento da SCI, Smith et al. (SMITH, HICKS e
DEVINE, 2009) representa de forma mais real o comportamento destas estruturas quando se interessa
estudar estas propriedades.
Os modelos de Smith et al. (SMITH, HICKS e DEVINE, 2009) foram baseados em comparações
de ensaios efetuadas sobre uma ampla variedade de tipos de pavimento mistos, nos quais foram
recomendados os seguintes parâmetros e dados de modelagem numérica:
 o módulo de elasticidade dinâmico do concreto deve ser tomado como 38 GPa. Este valor
leva em conta uma maior rigidez do concreto na forma de aço incorporada, sob carregamento
dinâmico quando comparado com o estático. É recomendado que o módulo de elasticidade do
concreto seja tomado como 1,35 vezes o especificado em padrões estruturais atuais para o cálculo
do momento de inércia transformado;
 na representação das lajes devem ser utilizados elementos de casca, assim como a altura
efetiva do concreto deve ser tomada acima das nervuras e pode ser geralmente considerada como
sendo contínuas;
 todas as ligações devem ser assumidas como rígidas. Embora as ligações sejam projetadas
para trabalharem como rótulas, as deformações destas não são grandes o suficiente para superar o
atrito quando submetidas a situações de vibração. Assim sendo, as mesmas podem ser tratadas como
ligações rígidas;
 as colunas devem ser rotuladas em seus pontos de inflexão teóricos (normalmente localizadas
a meia altura entre os andares para edifícios de múltiplos andares);
 paredes contínuas em torno das fachadas podem ser assumidas para fornecer restrição vertical
para as vigas de bordo. Nas quais estas devem ser modeladas com livre rotação, mas contido a
translação para todas as três direções (ou seja rotulado);
 os núcleos rígidos também podem ser assumidos com sua restrição vertical. No entanto, em
núcleos rígidos, os pisos são suficientemente rígidos de tal forma que devem ser considerados
engastados. As interfaces dos núcleos devem ser modeladas como totalmente engastadas;

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 a massa do piso deve ser equivalente ao seu peso próprio e de outras cargas permanentes,
além de uma proporção das cargas impostas que se poderia esperar razoavelmente que sejam
permanentes.
Além disso, deve-se usar preferivelmente elementos de casca ortotrópicos para lajes mistas
de concreto quando forem utilizadas formas de aço incorporadas para as lajes. A altura da laje é
definida como a altura acima das nervuras de aço com massa e módulo elástico equivalentes aos
valores que representem peso extra e rigidez das nervuras (em uma das duas direções). É ideal que
a laje seja deslocada do perfil de aço para que possa representar de forma mais coerente o
comportamento misto da laje (
). A densidade do concreto deve ser aumentada para levar em conta o peso de concreto dentro
das nervuras.
O modelo usa elementos de casca ortotrópicos de altura hc com módulo de elasticidade Ec ao
longo da extensão da viga e Ecx perpendicular à extensão como mostrado na Equação (6):
12 I cx
E cx  E c 3 (6)
hc
onde:
Icx é o momento de inércia da nervura da laje por metro de largura na direção do vão;
hc é a altura do concreto acima da nervura;
Ec é o modulo elástico dinâmico do concreto.
Figura 2 - Modelo de laje ortotrópica.

Fonte: Smith et al. (SMITH, HICKS e DEVINE, 2009)


2.3 Estudo de caso de um sistema de piso típico de um edifício de múltiplos pavimentos
2.3.1 Descrição da Estrutura
O presente estudo refere-se a um sistema de piso de uma sala de aula de um edifício para
fins institucionais, localizado no Campus de Viçosa da Universidade Federal de Viçosa (UFV),
conforme apresentado na
Fonte: Autor
. A baia é formada por um sistema de vigas principais e secundárias mistas apoiadas sobre
pilares.

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Figura 3 - Aspecto geral do edifício para fins institucionais.

Fonte: Autor
A baia é composta por colunas laminadas tipo I e um sistema de piso misto de aço e concreto.
As vigas que compõe a baia são vigas mistas, formadas por perfis laminados tipo I, que se apoiam
sobre as colunas por meio de ligações parafusadas. As lajes de concreto da baia foram concretadas in
loco e possuem altura total de 150 mm, as lajes possuem base inferior composta por uma forma de aço
incorporada com 75 mm de altura e capa de concreto de 75 mm. A Error! Reference source not
found. apresenta um esquema da estrutura da baia.
A baia tem formato retangular, com um vão de 9650 mm na direção das vigas principais e de
7150 mm na direção das vigas secundárias. As vigas principais são formadas por perfis laminados tipo
W410x46,1 e W610x101, em aço ASTM A-572 grau 50, e foram dispostas a uma distância de 7150 mm
entre si e com comprimento máximo de 10400 mm. As vigas secundarias são formadas por perfis
laminados tipo W 360x32,9 e W520x82, em aço ASTM A-572 grau 50 distantes entre si a uma distância
máxima de 2500 mm e com comprimento de 7150 mm. As colunas são contínuas, com comprimento
máximo de 12000 mm, compostas por perfis tubulares circulares HP 310x79, em aço ASTM A-
572 grau 50.

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Figura 4 - Planta de Elevação Nível + 0 até 2800.

(Fonte: Autor)
2.4 Modelo analítico
A frequência natural, fn, de um modo crítico é estimada primeiramente considerando o modo
do painel da viga de piso e um modo do painel da viga principal separadamente, e depois, combinando-
os. De uma forma simplificada as frequências naturais dos modos dos painéis de vigas de piso e
principais podem ser estimadas da equação da frequência natural fundamental para uma carga
uniformemente distribuída de uma viga simplesmente apoiada, como apresentado na Equação (4).
De maneira a avaliar o modelo analítico apresentado no item 2.1, foram modificadas as
condições de contorno variando o coeficiente CB, e apresentados o modo de vibração para uma viga
isolada, os resultados da análise são apresentados na Tabela 1.

Tabela 1 - Frequência Fundamentais para o modelo analítico.


Condição de análise do Frequência
modelo analítico Fundamental fn (Hz)
CB = /2 11,97
CB = 3,57 5,45

Viga secundaria isolada


17,03
W 360 x 32,9
Viga principal isolada W 410 x
31,59
46,1

Viga principal isolada 1


19,87
W 610 x 101
Fonte: Autor.

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2.5 Análise numérica
2.5.1 Considerações Preliminares
De forma compreender o comportamento dinâmico de sistemas de piso misto de aço e concreto
com relação as frequências naturais de vibração, forma elaboradas diferentes abordagens na
modelagem de sistema de piso misto levando em conta a interferência da paredes sobre o sistema.
As estratégias para análise numérica de vibrações deste trabalho foram baseadas no Método
dos Elementos Finitos, nos quais os modelos computacionais desenvolvidos foram elaborados com
auxílio do programa computacional SAP 2000. Utilizou elementos tipo beam (Frame Section – Steel –
I/Wide Flange) com seis graus de liberdade em cada extremidade para representar as vigas e pilares
de aço e elementos tipo shell (Area Sections – Shell – Shell Thin) com seis graus de liberdade em cada
nó para representar as lajes. Utilizou-se do recurso do SAP2000 (SAP2000, 2012) Link/Support
Property em alguns dos modelos estudados de forma a considerar a continuidades entre as lajes
adjacentes a baia modelada, além disso fez-se uso das ferramentas Line Springs e Line Mass como
elementos de mola e massa para representar a rigidez e massa das paredes sobre as vigas de modos
a simular o efeito desta sobre o sistema.
O amortecimento estrutural foi levado em conta no modelo numérico a partir dos dados
experimentais de Silva Junior (SILVA JUNIOR, 2015) e foi considerado tanto nas propriedades dos
materiais como no carregamento dinâmica da estrutura.
Para definição da malha de elementos finitos dos modelos numéricos estudados foram
realizadas análises de vibração livre, com o objetivo de obter os valores das frequências naturais do
sistema estrutural em estudo. Mediante a variação das respostas de frequência fundamental e modos
de vibração dos modelos estudados, a malha de elementos é refinada até o momento em que as
respostas passem a convergir. Desta forma obteve-se uma malha quadrada para os elementos planos
de 100 mm do lado e de 100 mm para os elementos lineares, que pode representar de forma satisfatória
todos os modelos aqui estudados.
2.5.2 Modelo I – Modelo Rotulado
Neste modelo geométrico da estrutura, as lajes foram definidas como elementos de área, tipo
shell, ligados aos elementos de barra, tipo frame, que representam as vigas, a continuidade entre os
painéis das lajes adjacentes não foi considerada. As vigas forma consideradas rotuladas em ambas as
suas extremidades. Tendo em vista que as vigas são vigas mistas, admitiu-se a existência de interação
completa entre aço e concreto.
As lajes de concreto foram modeladas segundo uma altura equivalente de concreto,
representada por um elemento de altura constante que pudesse representar a mesma rigidez e massa
da laje com forma de aço incorporado usado em projeto. Desta forma para este modelo foi calculada
uma altura de laje de 140 mm e com peso específico de 19 kN/m³.

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Figura 5 - Modelo Geométrico M-I.

Fonte: Autor.

As colunas também são representadas por elementos de barra e foram modeladas segundo o
seu comprimento total entre pavimentos informados no projeto estrutural. Na Error! Reference source
not found. exibe-se os tipos de apoio considerado no topo e base das colunas, onde foram
considerados engastes em ambas as extremidades.
Na ligação das vigas com as colunas foram restringidas as translações no plano horizontal nos
eixos x e y, de forma que pudesse ser apenas avaliada o comportamento do modelo apenas no eixo z,
que para esse caso foi a componente mais relevante, considerando a grande rigidez da estrutura no
plano horizontal. Na Error! Reference source not found. é apresentado o modelo geométrico do
Modelo I.
2.5.3 Modelo II – Modelo Rotulado Considerando a Rigidez das Paredes
Para o Modelo M-II utilizou-se das mesmas premissas de modelagem do modelo M-I com
apenas a diferença que neste foram consideradas a rigidez relativas das paredes sobre as vigas de
bordo da estrutura. Para modelagem das paredes sobre as vigas utilizou-se do princípio de que as
paredes funcionam como um sistema massa mola com uma rigidez e massa equivalentes a parede
real. No que se refere ao modulo de deformação foram utilizados os valores baseados nos ensaios
realizados com mini paredes de 0,6 m x 1,2 m x 0,10 m em blocos de gesso e em alvenaria de blocos
cerâmicos por Pires Sobrinho (2009), nesta análise numérica foram utilizados os valores de 48 000
kN.m/m para rigidez das paredes e 1800 kgf/m de massa considerando a utilização de blocos cerâmicos
revestidos sem função estrutural. Na Error! Reference source not found. é apresentado o modelo
numérico já com a malha para o M-II, onde podem ser observados nos bordos os elementos de
massa/mola utilizados na modelagem das paredes.

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Figura 6 - Modelo Numérico M-II.

Fonte: Autor
2.5.4 Modelo III – Modelo SCI
Neste modelo geométrico da estrutura (
), as lajes foram definidas como elementos de área, tipo shell, ligados aos elementos de barra,
tipo frame, que representam as vigas, a continuidade entre os painéis das lajes adjacentes não foi
considerada. As vigas forma consideradas engastadas em ambas as suas extremidades, em função
das recomendações de Smith et al. (SMITH, HICKS e DEVINE, 2009) e seguindo o modelo numérico
realizado no trabalho de Anunciação Pinto (ANUNCIACÃO PINTO, 2015).
Figura 7 - Modelo geométrico M-III.

Fonte: Autor.

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No modelo geométrico da estrutura, as lajes foram definidas como elementos de área ligados
aos elementos de barra, que representam as vigas, e foi considerada a continuidade entre os painéis
modelados com o uso do recurso Assign Edge Constrains do SAP2000. A continuidade entre os painéis
de laje foi admitida em função das recomendações de Smith et al. (SMITH, HICKS e DEVINE, 2009).
Tendo em vista que as vigas de bordo são vigas mistas, admitiu-se a existência de interação completa
entre aço e concreto.
As colunas também são representadas por elementos de barra e foram modeladas segundo
metade dos seus comprimentos informados no projeto estrutural, seguindo as recomendações de Smith
et al. (SMITH, HICKS e DEVINE, 2009). Na
exibe-se os tipos de apoio considerado no topo e base das colunas, onde foram considerados
rotulas em ambas as extremidades.
Neste modelo geométrico foram consideradas as interações entre as lajes adjacentes a baia
estudada, que estão ligadas aos bordos da baia. Para isso, utilizou-se do recurso do SAP2000
Link/Support Property Data, onde restringiu-se os deslocamentos em x e y, que foram aplicados aos
elementos lineares tipo Frame adjacentes as baias com lajes adjacentes, por meio do recurso Line
Springs.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Análise experimental


A análise experimental deste modelo foi conduzida por Silva Junior (SILVA JUNIOR, 2015), no
seu trabalho foram realizadas análises de várias edificações institucionais que compõe o campus da
Universidade Federal de Viçosa além de outras edificações que causaram algum interesse na sua
investigação. Nos resultados obtidos na análise experimental da estrutura estudada para este caso
foram coletados os dados das amortecimento e frequências naturais. Por meio dos testes de impacto
foi possível de identificar frequência fundamental do sistema de piso, de 11,20 Hz e da mesma forma
o amortecimento calculado foi em 2,35% e um coeficiente de variação de 23,04 %.
Desta forma com os resultados de amortecimento coletados na análise experimental foi
possível alimentar os dados de entrada dos modelos numérico e os resultados da análise modal dos
modelos numéricos puderam ser comparados com as frequências fundamentais da análise
experimental.
3.2 Discussão dos resultados
As frequências naturais da estrutura foram obtidas a partir da análise modal para os seis
primeiros modos de vibração, por meio do programa SAP2000. Esses resultados estão mostrados na
Tabela 2.
Tabela 2 - Frequências naturais de vibração para os Modelos Estruturais (Hz).
Modelo
f1 f2 f3 f4 f5 f6
Numérico
M-I 9,97 17,51 20,23 24,61 25,19 33,34
M-II 12,56 14,85 22,38 22,99 24,84 25,81
M-III 11,23 16,52 19,29 22,33 24,59 31,88
Fonte: Autor.
Na Tabela 3 apresentam-se as frequências fundamentais de vibração dos modelos numéricos
obtidas por diferentes metodologias. Para efeitos de comparação, a frequência fundamental do sistema
foi determinada considerando-se a Equação (2) com coeficientes CB = 3,57 para as vigas principais e
secundárias da baia e o Método de Dunkerly (Equação (5)) para o modo combinado do sistema da
baia. Os resultados da análise experimental obtidos por Silva Junior (SILVA JUNIOR, 2015), foram
determinados para as baias, no local onde se obteve o menor valor de frequência natural.

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Tabela 3 - Frequência Natural de Vibração dos Pisos.
1ª Frequência natural de Diferença em relação à análise
Metodologia
vibração (Hz) experimental
Modelo analítico (CB = /2) 5,45 -51,33 %
Modelo analítico (CB = 3,57) 11,97 +6,88 %
Modelo-I 9,97 -10,98 %
Modelo-II 12,56 +12,14 %
Modelo-III 11,23 +0,27 %
Análise Experimental 11,20 0,00 %
Fonte: Autor.
Figura 8 - Frequências Fundamentais de Vibração para as várias metodologias.

14.00
12.56
11.97
12.00 11.23 11.20
Frequência Fundamental (Hz)

9.97
10.00

8.00

6.00 5.45

4.00

2.00

0.00
Modelo Análitico Modelo Análitico Modelo I Modelo II Modelo III Análise
I (CB = p/2) II (CB = 3,57) Experimental

Fonte: Autor
De acordo com os resultados apresentados na Tabela 3 e Error! Reference source not
found., a frequência natural obtida pela análise numérica apresentou uma diferença máxima de 20,06
% com relação ao modelo analítico (MURRAY, ALLEN e UNGAR, 2003) e máxima de 12,14 % com
relação ao analisado no modelo experimental Silva Junior (SILVA JUNIOR, 2015). Em função desses
resultados, nota-se que os modelos numéricos foram capazes de representar de forma realista esta
característica dinâmica da baia.
Para o cálculo da frequência fundamental das vigas da baia com auxílio do modelo analítico,
admitiu-se a existência de vigas mistas com extremidades engastadas, devido à continuidade das lajes
na região dos apoios. As condições de contorno admitidas representam melhor esta característica
dinâmica da estrutura do que se fossem admitidas ligações flexíveis nas extremidades das vigas de
bordo, o que é um procedimento usual para projetos estruturais em geral.
Além disso o resultado do modelo analítico representa a frequência do sistema, considerando
o Método de Dunkerly. Portanto, entende-se que a proximidade do resultado analítico com o resultado
experimental se deve ao refinamento das condições de contorno admitidas para esse cálculo.
Pode-se notar na Tabela 1 que as condições de análise do modelo analítico, como as
condições de contorno e a consideração da frequência do sistema como um todo tem grande
interferência nos resultados da frequência fundamental do sistema de piso. De forma que houve uma
diferença de 51,33 % quando foi considerado as vigas rotuladas e uma diferença máxima de 52,05 %
para a viga secundaria com relação a análise experimental.
Pode-se observar que a frequência fundamental determinada pela análise numérica (11,23 Hz)
é distante do valor limite disposto na ABNT NBR 8800:2008, para residência e escritórios, onde a menor
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frequência natural não pode ser inferior a 4,0 Hz. Devido à alta rigidez e grande amortecimento da
região a frequência fundamental de vibração foi elevada com relação a critérios de conforto humano.
O modelo numérico da estrutura estudada neste trabalho não foi submetida a ensaios de
vibração forçada como foi realizado em outros sistemas estruturais descritos no trabalho de Silva Junior
(SILVA JUNIOR, 2015). Pelo motivo de que a mesma apresenta uma eleva rigidez proporcionada pelos
elementos não estruturais, como as alvenarias de vedação, que proporcionam um travamento vertical
das vigas. De forma que a resposta dinâmica causada pelo caminhar humano sobre a estrutura foi
praticamente imperceptível.

4 CONCLUSÃO
O presente trabalho de pesquisa foi planejado com o objetivo geral de realizar a análise
numérica de vibrações em sistemas de piso misto de aço e concreto pertencentes a um edifício de
múltiplos andares e avaliar estratégias de modelagem para análise modal de vibrações.
Inicialmente foram estabelecidas estratégias para desenvolvimento da análise numérica de
vibrações induzidas por atividades humanas, com auxílio do programa computacional SAP2000, de
acordo com recomendações de normas e guias de projeto nacionais e internacionais. Foram feitas
considerações sobre condições de contorno dos modelos de elementos finitos, tipos de elementos a
serem adotados, tipos e tamanho de malha, amortecimento e simulação da rigidez das paredes.
Com relação às ferramentas utilizadas na modelagem numérica, cabe levar em conta que a
biblioteca de elementos do SAP2000 foi suficientemente eficiente para representar o comportamento
da estrutura, assim como a utilização dos critérios do SCI (2009) e a utilização elementos massa/mola
que representassem a rigidez e massa das paredes levaram a resultados mais coerentes quando
comparados com a análise experimental.
Com base nos resultados obtidos neste trabalho, pode-se afirmar que as estratégias para
análise numérica de vibrações e os modelos desenvolvidos foram capazes simular adequadamente o
comportamento dinâmico dos sistemas de piso misto de aço e concreto.
Os resultados obtidos por meio dos modelos numéricos e dos modelos analíticos simplificados
foram comparados com os resultados da análise experimental de vibrações dos sistemas de piso
obtidos por Silva Júnior (SILVA JUNIOR, 2015). Os resultados da análise numérica foram avaliados
também em função das recomendações de normas e guias de projeto nacional para vibrações
considerando o conforto humano.
Os resultados obtidos ao longo deste trabalho demonstram, claramente, que o sistema de piso
misto de aço e concreto atendem às prescrições da ABNT NBR 8800:2008, apresentando frequências
de vibração bem acima dos valores mínimos especificados.

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