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Campo magnético

campo de força exercido sobre materiais


magnéticos ou cargas elétricas em
movimento

Foram assinalados vários aspectos


a serem melhorados nesta página
ou se(c)ção:
As fontes não cobrem todo o
texto.
Texto necessita de revisão,
devido a inconsistências e/ou
dados de confiabilidade
duvidosa.
A direção das linhas campo campo magnético de um
ímã, demonstradas pelo alinhamento da limalha de
ferro sobre colocado sob uma ímã. A alta
permeabilidade magnética das limalhas individuais
fazem com que o campo magnético seja maior nas
pontas delas. Isto faz com que as limalhas
individuais atraiam umas às outras, formando
grupos alongados que desenham linhas. Não se
espera que estas linhas sejam linhas de campo
precisas para este magneto, mais ainda, a
magnetização do próprio ferro deve alterar o campo
magnético.

Campos magnéticos cercam materiais


em correntes elétricas e são detectados
pela força que exercem sobre materiais
magnéticos ou cargas elétricas em
movimento. O campo magnético em
qualquer lugar possui tanto uma direção
quanto uma magnitude (ou força), por
tanto é um campo vetorial.[1]

À luz da relatividade especial, os campos


elétrico e magnético são dois aspectos
inter-relacionados de um mesmo objeto,
chamado de campo eletromagnético.
Um campo elétrico puro em um sistema
de referência é observado como uma
combinação de um campo elétrico e um
campo magnético em um sistema de
referência em movimento em relação ao
primeiro.
Na física moderna, o campo magnético e
o campo elétrico são entendidos como
sendo um campo fotônico. Na linguagem
do Modelo Padrão a força magnética é
mediada por fótons. Frequentemente
esta descrição microscópica não é
necessária por que a teoria clássica,
mais simples e coberta neste artigo, é
suficiente. A diferença é desprezível na
maioria das circunstâncias.

BeH
Nomes alternativos para B [2]
nome usado por

densidade de fluxo magnético engenheiros eletricistas

matemáticos
indução magnética
engenheiros eletricistas

campo magnético físicos

Nomes alternativos para H [2]


nome usado por

intensidade de campo magnético engenheiros eletricistas

campo magnético auxiliar físicos

campo magnetizante físicos

A expressão campo magnético é usada


para dois campos vetoriais diferentes,
simbolizados por B e H.[nota 1][nota 2]

Existem muitos nomes alternativos para


os dois campos (veja tabela ao lado).
Para evitar confusão, este artigo usa
campo B e campo H para estes campos,
e usa campo magnético onde qualquer
um dos dois campos se aplicar.
O campo B pode ser definido de muitas
formas equivalentes baseado nos seus
efeitos sobre o ambiente. Por exemplo,
uma partícula com carga elétrica, q,
movendo-se em um campo B com uma
velocidade v, experimenta uma força F:

onde × é o produto vetorial. O campo B é


medido em tesla no SI, e em gauss em
unidades cgs.

Quando uma partícula carregada "q" está


sob a influência dos campos magnéticos
e elétrico, duas forças são aplicadas
sobre ela. A soma dessas forças é
conhecida como Força de Lorentz:
Tecnicamente, B é um pseudovetor
(também chamado de vetor axial - esta é
uma afirmação sobre como o campo
magnético se comporta quando você
reflete o mundo em um espelho,
conhecido como paridade). Este fato fica
aparente da definição acima de B.

Apesar da maneira de ver B ter mudado


com o passar dos anos, este é agora
entendido como sendo a quantidade
fundamental, enquanto H é um campo
derivado. Este é definido como uma
modificação de B devido a campos
magnéticos produzidos pelo meio
material, tal que (em unidades do SI):
onde M é a magnetização do material e
μ0 é a permeabilidade do vácuo (ou a
constante magnética).[3] O campo H é
medido em amperes por metro (A/m) em
unidades do SI, e em oersteds (Oe) em
unidades cgs.[4]

Em materiais cujo M é proporcional a B a


relação entre B e H pode ser colocada na
forma mais simples: H = B ⁄ μ. onde μ é
um parâmetro dependente do material,
chamado de permeabilidade. No vácuo
não há magnetização, M, de forma que H
= B / μ0 (vácuo). Para muitos materiais,
entretanto, não há uma relação simples
entre B e M. Por exemplo, materiais
ferromagnéticos e supercondutores
possuem uma magnetização que é uma
função de múltiplos valores de B, devido
à histerese.[5]

Veja #História abaixo para mais


detalhes.

O campo magnético e ímãs


permanentes
Ímãs permanentes são objetos que
produzem seus próprios campos
magnéticos persistentes. Todos os ímãs
permanentes possuem os pólos sul e
norte. Eles são feitos de materiais
ferromagnéticos como ferro e níquel que
foram magnetizados. A força do ímã é
representada pelo seu momento
magnético, m; para magnetos simples, m
aponta na direção de uma linha
desenhada do polo sul ao polo norte do
magneto. Para mais detalhes sobre
magnetos veja magnetização abaixo e o
artigo ferromagnetismo.

Força em um magneto devido


a um B não-uniforme

Pólos magnéticos iguais quando


aproximados se repelem, enquanto polos
opostos se atraem. Este é um exemplo
específico de uma regra geral de que os
magnetos são atraídos (ou repelidos
dependendo da orientação do magneto)
para regiões de campo magnético maior.
Por exemplo, pólos opostos atraem-se
por que cada magneto é empurrado no
campo magnético maior do pólo do
outro. A força é atrativa por que cada
magneto m está na mesma direção do
campo magnético B do outro.

Revertendo a direção de m reverte a


força resultante. Magnetos com m
oposto a B são empurrados para regiões
de campo magnético menor, desde que
o magneto, e portanto, m não girar
devido ao torque magnético. Este
fenômeno corresponde ao de pólos
semelhantes de dois magnetos sendo
aproximados. A capacidade de um
campo magnético não uniforme de
ordenar dipolos com orientação diferente
a base do experimento de Stern-Gerlach,
que estabeleceu a natureza quântica dos
dipolos magnéticos associados com
átomos e elétrons.[6][7]

Matematicamente, a força em um
magneto de momento magnético m é:[8]

onde o gradiente ∇ é a mudança da


quantidade m·B por unidade de distância
e a direção é aquela do aumento máximo
de m·B. O produto escalar m·B =
|m||B|cos(θ), onde | | representa a
magnitude do vetor e θ é o ângulo entre
eles. Esta equação somente é válida
para magnetos de tamanho zero, mas
pode ser usada como uma aproximação
para magnetos não muito grandes. A
força magnética em magnetos maiores é
determinada pela divisão deles em
regiões menores tendo cada uma delas
seu próprio m então somando as forças
em cada uma destas regiões.

A força entre dois magnetos é bastante


complicada e depende da orientação dos
magnetos e da distância relativa entre
eles. A força é particularmente sensível a
rotações dos magnetos devido ao torque
magnético.
Em muitos casos, a força e o torque em
um magneto pode ser modelada
assumindo uma 'carga magnética' nos
pólos de cada magneto e usando um
equivalente magnético à lei de Coulomb.
Neste modelo, cada pólo magnético é
uma fonte de um campo H que é mais
forte próximo ao pólo. Um campo H
externo exerce uma força na direção do
H em um pólo norte e oposta a H em um
pólo sul. Em um campo magnético não
uniforme cada pólo vê um campo
diferente e é sujeito a uma força
diferente. A diferença entre as duas
forças move o magneto na direção em
que o campo magnético cresce e
também pode causar um torque
resultante.

Infelizmente, a ideia de "pólos" não


reflete com precisão o que acontece
dentro de um magneto (veja
ferromagnetismo). Por exemplo, um
pequeno magneto colocado dentro de
um magneto grande é sujeito a uma
força na direção oposta. A descrição
mais correta fisicamente do magnetismo
envolve laços de tamanho atômico de
correntes distribuídas pelo magneto.[9]

Torque em um magneto
devido a um campo B
Um magneto colocado em um campo
magnético sofre um torque que tenta
alinhá-lo com o campo magnético. O
torque em um magneto devido a um
campo magnético externo é fácil de
observar: basta colocar dois magnetos
próximos, deixando com que um deles
gire. O torque N em um magneto
pequeno é proporcional ao campo B
aplicado e ao momento magnético m do
magneto:

onde × representa o produto vetorial.

O alinhamento de um magneto com o


campo magnético da Terra é o
mecanismo de funcionamento da
bússola. Ele é usado para determinar a
direção do campo magnético local
também (veja a definição de B abaixo).
Um pequeno magneto é montado tal que
ele possui liberdade para girar (em um
dado plano) e seu pólo norte é marcado.
Por definição, a direção do campo
magnético local é a direção que o pólo
norte de uma bússola (ou qualquer outro
magneto) tende a apontar.

O torque magnético é usado para


movimentar motores elétricos simples.
Em um projeto simples de motor, um
magneto é fixado em um eixo rotativo
(formando um rotor) e sujeito a um
campo magnético criado por um grupo
de eletromagnetos chamado de estator.
Pela mudança contínua da corrente
elétrica em cada um dos
eletromagnetos, o que muda a
polaridade de seus campos magnéticos,
o estator coloca pólos de mesmo nome
próximos ao rotor. O torque magnético
resultante é transferido ao eixo. O
processo inverso, a transformação do
movimento mecânico em energia
elétrica, é obtido pelo mecanismo
inverso do acima no gerador elétrico.

Visualizando o campo
magnético usando linhas de
campo
Linhas de campo magnético demonstradas por
limalha de ferro. As linhas de campo não são
precisamente as mesmas de um magneto isolado; a
magnetização da limalha altera o campo.

O mapeamento da força e direção do


campo magnético é simples, em
princípio. Primeiro, meça a força e
direção do campo magnético em um
grande número de posições. Então
marque cada localização com uma seta
(chamada de vetor) apontando na
direção do campo magnético local com
um comprimento proporcional à
intensidade do campo magnético. Um
método alternativo de visualizar o campo
magnético que simplifica enormemente
o diagrama enquanto mantém as
mesmas informações é 'conectar' os
vetores para formar "linhas de campo
magnético".

Vários fenômenos físicos têm o efeito de


mostrar as linhas de campo magnético.
Por exemplo, limalhas de ferro colocadas
em um campo magnético se alinham de
forma a mostrar visualmente a
orientação do campo magnético (veja a
figura à esquerda). Linhas de campo
magnético também são apresentadas
visualmente por auroras polares, nas
quais interações de dipolo de partículas
de plasma criam faixas de luz visível que
se alinham com a direção local do
campo magnético.

As linhas de campo fornecem uma


forma simples de apresentar ou
desenhar o campo magnético (ou
qualquer outro campo vetorial). As linhas
magnéticas pode ser estimadas a
qualquer ponto (seja em uma linha de
campo ou não) usando a direção e
densidade das linhas de campo
próximas.[nota 3] Uma densidade maior de
linhas de campo próximas indicam um
campo magnético mais forte.
Bússolas revelam a direção do campo magnético
local. Como visto aqui, o campo magnético aponta
em direção ao pólo sul magnético em para fora de
seu pólo norte.

As linhas de campo também são uma


boa ferramenta qualitativa para visualizar
as forças magnéticas. Em substâncias
ferromagnéticas como o ferro e o
plasma, as forças magnéticas podem ser
compreendidas imaginando-se que as
linhas de campo exercem uma tensão
(como uma tira de borracha) ao longo de
seu comprimento, e uma pressão
perpendicular ao seu comprimento sobre
as linhas de campo vizinhas. Pólos
magnéticos 'diferentes' se atraem por
que são ligados por muitas linhas de
campo; pólos 'iguais' se repelem por que
suas linhas de campo não se encontram,
mas ficam em paralelo, empurrando
umas às outras.

A direção de uma linha de campo


magnético pode ser revelada usando
uma bússola. Uma bússola colocada
próxima ao pólo norte de um magneto
aponta para longe daquele pólo - pólos
iguais se repelem. O oposto acontece
com uma bússola colocada próxima ao
pólo sul de um magneto. O campo
magnético aponta para fora do magneto
no pólo norte e em direção ao magneto
no pólo sul. As linhas de campo
magnético fora do magneto apontam do
pólo norte para o pólo sul. Nem todos os
campos magnéticos são descritíveis em
termos de pólos. Um fio reto conduzindo
uma corrente elétrica, por exemplo,
produz um campo magnético que não
aponta nem em direção nem na direção
oposta ao fio, mas circula o mesmo.

Linhas de campo B sempre


formam laços fechados
As linhas de campo são uma maneira útil
de representar qualquer campo vetorial e
geralmente revelam propriedades
sofisticadas dos campos de forma
bastante simples. Uma propriedade
importante do campo 'B' que pode ser
verificada com as linhas de campo é que
as linhas de campo magnético sempre
fazem voltas completas. Elas não
começam nem terminam (embora
possam se estender de e para o infinito).
Até hoje nenhuma exceção a esta regra
foi encontrada.

O campo magnético sai do magneto em


seu pólo norte e entra em seu pólo sul,
mas dentro do magneto as linhas de
campo B retornam do pólo sul de volta
ao pólo norte.[nota 4] Se uma linha de
campo B entra em um magneto em
algum ponto ela deve sair em outro
ponto. Por esta razão, pólos magnéticos
sempre vêm em pares N e S. Cortar um
magneto ao meio resulta em dois
magnetos separados cada um deles com
um pólo norte e outro sul.

Campos magnéticos são produzidos por


correntes elétricas, que podem ser
correntes macroscópicas em fios, ou
correntes microscópicas associadas
com os elétrons em suas órbitas
atômicas. O campo magnético B é
definido em termos da força que move
uma carga na lei da força de Lorentz. A
interação de campos magnéticos com
cargas leva a muitas aplicações práticas.
A unidade SI para o campo magnético é
o tesla, que pode ser visto da parte
magnética da equação de força de
Lorentz Fmagnética = qvB como sendo
composta de (newton ×
segundo)/(coulomb × metro). Uma
unidade menor do campo magnético é o
gauss (1 tesla = 10.000 gauss).

Monopolo magnético
(hipotético)

Um monopolo magnético é uma


partícula hipotética (ou uma classe de
partículas) que tem, como o nome
sugere, somente um pólo magnético (um
pólo sul ou um pólo norte). Em outras
palavras, ele possui uma "carga
magnética" análoga à carga elétrica.

O interesse moderno neste conceito vem


da teoria de partículas, notavelmente
Teorias da Grande Unificação e a teoria
das supercordas, que predizem ou a
existência ou possibilidade de existência
de monopólos magnéticos. Estas teorias
e outras inspiraram esforços na busca
de monopólos. Apesar destes esforços,
nenhum monopólo magnético já foi
observado até hoje.[10]
Linhas de campo H começam
e terminam próximo a pólos
magnéticos

Fora de um magneto, as linhas de campo


H são idênticas às linhas de campo B,
mas dentro elas apontam em direções
opostas. O campo H, portanto, é análogo
ao campo elétrico E que começa como
uma carga positiva e termina como uma
carga negativa. É tentador, portanto,
modelar magnetos em termos de cargas
magnéticas localizadas próximas dos
pólos. Infelizmente, este modelo é
incorreto. Ele falha para determinar o
campo magnético dentro de magnetos,
por exemplo.
O campo magnético e as
correntes elétricas

Hans Christian Ørsted, Der Geist in der Natur, 1854

As correntes de cargas elétricas geram


um campo magnético e sofrem a ação
de uma força devido a um campo B
magnético.
Campo magnético gerado por
correntes de cargas elétricas

Todas as cargas em movimento


produzem campos magnéticos.[nota 5]
Cargas pontuais em movimento
produzem um campo magnético
complicado mas bem conhecido que
depende da carga, velocidade, e
aceleração da partícula.[11] Ele forma
caminhos fechados em torno de uma
linha apontando na direção em que a
carga está se movendo.
A corrente (I) em um condutor linear produz um
campo magnético (B) em torno do condutor. O
campo tem orientação de acordo com a regra da
mão direita.

Condutores com corrente geram campos


magnéticos que formam círculos
concêntricos. A direção do campo
magnético nestas linhas é determinada
pela regra da mão direita. Quando se
movem com a corrente, para a esquerda
o campo magnético aponta para cima
enquanto que à direita aponta para baixo
(veja a figura à direita). A intensidade do
campo magnético diminui com a
distância do condutor.

Se o condutor receber a forma de um


laço o campo magnético é concentrado
dentro do laço e enfraquecido do lado de
fora. A colocação de mais laços destes
para formar um solenóide torna o efeito
mais acentuado. Estes dispositivos,
chamados de eletroímãs ou
eletromagnetos, são importantes porque
podem gerar campos magnéticos fortes
e bem controlados. Um eletromagneto
infinitamente longo possui um campo
magnético uniforme internamente e
nenhum campo magnético do lado de
fora. Um eletromagneto de tamanho
finito produz um campo magnético que
essencialmente é o mesmo de um
magneto permanente da mesma forma e
tamanho com uma intensidade (e
polaridade) que é controlada pela
corrente fornecida.

O campo magnético gerado por uma


corrente elétrica contínua[12] I (um fluxo
constante de cargas elétricas em que a
carga não está se acumulando ou
sofrendo depleção em nenhum ponto) é
descrito pela Lei de Biot-Savart:
onde a soma integral em todo o laço de
um condutor com dl sendo uma parte
infinitesimal deste laço, μ0 é a constante
magnética, r é a distância entre a posição
de dl e a localização em que o campo
magnético está sendo calculado, e é um
vetor unitário na direção r.

Uma forma um pouco mais geral[13][14]


de relacionar a corrente I com o campo B
é através da lei de Ampère:

onde a integral é calculada sobre


qualquer caminho fechado arbitrário e
Ienc é a corrente envolvida pelo caminho.
A lei de Ampère é sempre válida para
correntes contínuas e pode ser usada
para calcular o campo B para certas
situações altamente simétricas, como
um condutor infinito ou solenóide
infinito.

De uma forma modificada que leva em


conta os campos elétricos variáveis, a lei
de Ampère é uma das quatro equações
de Maxwell que descrevem a eletricidade
e o magnetismo.

Força sobre uma carga em


movimento devido a um
campo B

Força sobre uma partícula com


carga

Feixe de elétrons movendo-se em um círculo. O


centelhamento é causado pela excitação de átomos
do gás em um frasco.

Uma partícula com carga se movendo


em um campo B experimenta uma força
lateral que é proporcional à intensidade
do campo magnético, à componente da
velocidade que é perpendicular ao
campo magnético e à carga da partícula.
Esta força é conhecida como força de
Lorentz e é dada por
onde F é a força, q é a carga elétrica da
partícula, v é a velocidade instantânea da
partícula e B é o campo magnético (em
teslas).

A força de Lorentz é sempre


perpendicular tanto com a velocidade da
partícula quanto ao campo magnético
que a criou. Partículas estacionárias e
partículas que se movem na direção das
linhas do campo magnético não
experimentam esta força. Por esta razão,
partículas carregadas movem-se em um
círculo (ou, de forma mais genérica, uma
hélice)) em torno das linhas de campo
magnética, este é chamado de
movimento de ciclotron. Como a força
magnética é sempre perpendicular ao
movimento, o campo magnético não
pode realizar trabalho em uma carga
isolada. Ele pode, entretanto, mudar a
direção da partícula, ao ponto de forçar a
mudança de direção para uma direção
perpendicular da direção original. A força
magnética pode realizar trabalho em um
dipolo magnético, ou a uma partícula
carregada cujo movimento esteja
limitado por outras forças.

Força em um condutor

A força em um condutor com corrente é


similar à de uma carga em movimento
como esperado, já que um condutor com
corrente é uma coleção de cargas em
movimento. Um condutor com corrente
percebe uma força lateral na presença
de um campo magnético. A força de
Lorentz em uma corrente macroscópica
é geralmente chamada de força de
Laplace.

A regra da mão direita: apontando o polegar da mão


direita na direção da corrente convencional ou
movimento da carga positiva e os dedos na direção
do campo B, a força sobre a corrente é apontada
pela palma da mão. A força é inversa se a carga for
negativa.
Direção da força

A direção da força sobre uma carga ou


corrente positiva é determinada pela
regra da mão direita. Veja a figura à
direita. Usando a mão direita e
apontando o polegar na direção do
movimento da carga ou corrente
positivas e os dedos na direção do
campo magnético, a força resultante
sobre a carga aponta para fora da palma
da mão. A força em uma partícula de
carga negativa está na direção oposta.
Se tanto a velocidade e a carga são
revertidas, então a direção da força
permanece a mesma. Por esta razão,
uma medida do campo magnético (por si
mesma) não pode fazer a distinção entre
uma carga positiva movendo-se para a
direita ou uma carga negativa movendo-
se para a esquerda, pois os dois casos
produzem a mesma corrente. Por outro
lado, um campo magnético combinado
com um campo elétrico pode distinguir
entre ambas, veja o efeito Hall abaixo.

H e B dentro e fora de
materiais magnéticos
As fórmulas derivadas para o campo
magnético acima estão corretas quando
lidando com a corrente inteira. Um
material magnético colocado dentro de
um campo magnético, entretanto, gera
sua própria corrente acoplada que pode
ser muito difícil de calcular. Esta corrente
acoplada é devido à soma dos laços de
correntes de escala atômica e o spin das
partículas subatômicas como elétrons
que fazem parte do material. O campo H
como definido acima ajuda a fatorar esta
corrente acoplada, mas para ver como, é
útil introduzir primeiro o conceito de
magnetização.

Como a Relatividade
Conecta os Campos Elétrico
e Magnético
Embora os campos Elétrico e Magnético
já estivessem intrinsecamente
interligados antes da Relatividade esta
interligação era um dado experimental.
Após a relatividade esta interligação
tornou-se uma conclusão teórica. Assim,
em um mundo onde existam o campo
elétrico (ou magnético) e a teoria da
relatividade deve necessariamente haver
o campo eletromagnético. [15]

Imagine um trem carregado com cargas


negativas. A ele é presa uma carga
positiva, conforme indica a figura. Em
repouso, tanto um passageiro do trem
como um observador no solo
concordarão acerca da força que atrai a
carga positiva e as cargas negativas
Escalares, vetores e tensores

Em movimento, porém, o observador


poderia supor que esta força aumentaria
devido à diminuição do comprimento do
trem prevista na teoria restrita da
relatividade. Haveria, portanto, uma
discrepância entre o passageiro e o
observador caso não existisse uma
misteriosa força de repulsão entre a
carga positiva e as cargas negativas.
Esta força misteriosa – que aumenta
com a velocidade das cargas – é o
resultado do que se convencionou
chamar de campo magnético.

Magnetismo e magnetização

Eletromagnetismo: a relação
entre os campos elétrico e
magnético
O campo magnético devido a
um campo elétrico variável

Força elétrica devido a um


campo B variável

Medição de campo
magnético
No Brasil, a ABNT é o órgão responsável
pela padronização de medidas. Existem
diversos instrumentos para a medição de
campo magnético, entre eles o
magnetômetro fluxgate, bobinas de
indução e o sondas de efeito Hall. Os
instrumentos podem apresentar medida
em uma ou três dimensões (nesse caso
deve indicar o valor r.m.s. da medida). O
sistema de medição para campos
magnéticos alternados deve indicar o
valor r.m.s. de campos magnéticos
uniformes com uma incerteza menor que
± (10% de leitura + 20 nT).[16]

Exposição a campo
magnético
A exposição a campos magnéticos de
grande magnitude e/ou por longos
períodos pode ser prejudicial a saúde. A
Organização Mundial da Saúde mantém
pesquisas sobre os efeitos da exposição
a campos elétricos e magnéticos[17] e
recomenda que a exposição para público
geral a campos magnéticos variáveis no
tempo na frequência de 50 a 60 kHz seja
de até 83x10-6 T.[18]

Ver também
Diamagnetismo
Eletromagnetismo
Ferromagnetismo
Paramagnetismo
Notas
1. O livro-texto padrão de John David
Jackson, "Classical Electrodynamics"
segue a tradição, especificamente,
"Na presença de materiais
magnéticos o dipolo tende a se
alinhar em uma certa direção. Esta
direção é por definição a direção da
densidade de fluxo magnético,
denotada por B, desde que o dipolo
seja suficientemente pequeno e
fraco e não perturbe o campo
existente". De forma semelhante, na
seção 5 do livro de Jackson, H é
referido como campo magnético.
Daí, Edward Purcell, em "Electricity
and Magnetism", McGraw-Hill, 1963,
escreve, Mesmo alguns autores
modernos que tratam B como o
campo primário sentem-se
obrigados a chamá-lo de indução
magnética por que o nome campo
magnético está historicamente
representado por H. Isto parece
atrapalhado e pedante. Se você for
ao laboratório e perguntar a um
físico qual a causa da curvatura das
trajetórias pion na câmara de bolhas,
ele provavelmente irá responder "o
campo magnético", e não "a indução
magnética". Raramente você ouvirá
um geofísico falar da indução
magnética da Terra, ou um
astrofísico falar sobre a indução
magnética da galáxia. Propomos
continuar chamando B de campo
magnético. Da mesma forma para o
H, apesar de outros nomes terem
sido inventados para ele, devemos
chamá-lo de "o campo H" ou mesmo
"o campo magnético H." De uma
forma similar, M Gerloch (1983).
Magnetism and Ligand-field
Analysis . [S.l.: s.n.] p. 110.
ISBN 0521249392 Parâmetro
desconhecido |edutira= ignorado
(ajuda) diz: "Assim podemos pensar
tanto de B quanto de H como
campos magnéticos, mas
abandonamos a palavra 'magnético'
quando falamos de H para manter a
distinção … Como Purcell aponta,
'são só os nomes que causam
confusão, não os símbolos'."
2. Os termos B e H são acompanhados
de uma "confusão" em suas
nomenclaturas. Segundo Griffths, J.
David, em seu livro Introduction to
Eletrodynamics, Third Edition -
Printice Hall - ISBM:0-13-805326-X,
pág. 271 " Em um laboratório você
vai ouvir frequentemente as pessoas
falando sobre o H, (mais do que o B
em si)... A razão é esta: para
construir um eletroímã você circula
uma certa corrente em uma bobina.
A corrente é a grandeza mensurável
no instrumento, e ela determina H
(ou sua integral de linha). B depende
especificamente dos materiais
sendo utilizados, e no caso do ferro,
até mesmo da história do seu
magneto. Vários autores chamam H,
não B, de "campo magnético". Então
eles têm que inventar um novo nome
para B: a "densidade de fluxo
magnético", ou "indução magnética"
(uma escolha absurda, uma vez que
este termo tem pelo menos dois
outros significados em
eletrodinâmica). De qualquer modo,
B é inquestionavelmente a
quantidade fundamental. e assim
continuaremos a chamá-la de campo
magnético. como todos o fazem na
linguagem falada. H não tem nome
específico: simplesmente chame-o
H." (ou campo H, ou indução H)..
3. O uso de limalhas de ferro para
mostrar um campo apresentam uma
exceção a esta figura. As limalhas
alteram o campo magnético
deixando-o muito mais forte nas
"linhas" do ferro, de vido à grande
permeabilidade magnética do ferro
em relação ao ar.
4. Para ver que isto deve ser verdadeiro
imagine a colocação de uma bússola
dentro de um magneto. Lá, o pólo
norte da bússola irá apontar em
direção ao pólo norte do magneto, já
que magnetos colocados em série
um sobre o outro apontam para a
mesma direção.
5. Na teoria da relatividade especial
isto significa que tanto os campos
magnético quanto elétrico são parte
de um mesmo fenômeno. Uma carga
em movimento produz tanto um
campo magnético quanto um campo
elétrico. Mas em um sistema de
referência onde a partícula não
esteja se movendo só aparece um
campo elétrico. Ainda assim, a física
é a mesma em todos os sistemas de
referência. É um erro, portanto, dizer
que o campo elétrico produz o
campo magnético quando a
relatividade é levada em conta, já
que a mesma não favorece nenhum
sistema de referência (podemos
também dizer que o campo
magnético causou o campo elétrico).
Mais importante ainda, não é sempre
possível mover-se em um sistema de
coordenadas em que todas as
cargas sejam estacionárias. Veja
eletromagnetismo clássico e a
relatividade espacial.

Referências
1. Tecnicamente, o campo magnético é
um pseudo vetor. Pseudo-vetores,
que também incluem o torque e a
velocidade de rotação são similares
a vetores, exceto que eles
permanecem inalterados quando as
coordenadas são invertidas.
2. HELD, Mark A.; MARION, Jerry B.
(1994). Classical Electromagnetic
Radiation 3ª ed. [S.l.]: Brooks Cole.
p. 1
3. Magnetic Field Strength H
4. Magnetic Field Strength Converter
5. H. P. Myers (1997). Introductory solid
state physics 2ª ed. [S.l.]: Taylor &
Francis. p. 366. ISBN 074840659X
6. Yuval Ne ̕eman, Y. Kirsh (1996). The
Particle Hunters 2 ed. [S.l.]:
Cambridge University Press. p. 56.
ISBN 0521476860
7. John S Townsend (2000). «Stern-
Gerlach experiments». A Modern
Approach to Quantum Mechanics 2
ed. [S.l.]: University Science Books.
pp. 1–23. ISBN 1891389130
8. See Eq. 11.42 in E. Richard Cohen,
David R. Lide, George L. Trigg (2003).
AIP physics desk reference 3 ed.
[S.l.]: Birkhäuser. p. 381.
ISBN 0387989730
9. Griffiths, David J. (1999).
Introduction to Electrodynamics (3rd
ed.). [S.l.]: Prentice Hall. pp. 255–8.
ISBN 0-13-805326-X.
OCLC 40251748
10. Dois experimentos produziram
eventos candidatos que foram
interpretados inicialmente como
monopólos, mas agora são
considerados inconclusivos. Para
detalhes e referências, veja
monopólo magnético.
11. Griffiths, David J. (1999).
Introduction to Electrodynamics (3rd
ed.). [S.l.]: Prentice Hall. 438 páginas.
ISBN 0-13-805326-X.
OCLC 40251748
12. Na prática a lei Biot-Savart e outras
leis de magnetostática podem
geralmente ser utilizadas mesmo
quando a carga está sendo alterada
com o tempo, desde que não esteja
sendo alterada muito rapidamente.
Esta situação é conhecida como
sendo quasistática.
13. Griffiths, David J. (1999).
Introduction to Electrodynamics (3rd
ed.). [S.l.]: Prentice Hall. pp. 222–5.
ISBN 0-13-805326-X.
OCLC 40251748
14. A lei de Biot-Savart contém a
restrição adicional (condição de
contorno) de que o campo B deve
chegar a zero rapidamente conforme
aproxima-se do infinito. Isto também
depende da divergência de B ser
zero, que é sempre válido (não
existem cargas magnéticas).
15. How Relativity Connects Electric and
Magnetic Fields ".
16. http://www.abricem2.com.br/web3/p
dfs/normas/abnt_norma.pdf
17. http://www.who.int/peh-
emf/publications/facts/fs322/en/
18. http://www.abricem2.com.br/web3/p
dfs/normas/60hz.pdf
Obtida de "https://pt.wikipedia.org/w/index.php?
title=Campo_magnético&oldid=55069472"

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