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Cristiane Gribel
Unidade I - INTRODUÇÃO
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Responsabilidade Civil – ProfEessora. Cristiane Gribel
Bibliografia Indicada:
UNIDADE I - INTRODUÇÃO
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Naturais
(independem da De acordo com
vontade humana) o Direito
Capazes de produzir
efeitos jurídicos
Atos Lícitos
Fatos Voluntários
Jurídicos (dependem da
vontade humana) Contrários ao
Direito
Civis
Atos Ilícitos
Penais
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1.2.1. Conceitos:
É a obrigação de indenizar decorrente da violação de um dever jurídico
preexistente que deriva da atuação danosa do agente (ação e omissão) violando uma
norma contratual ou legal
= 4 =
OBRIGAÇÃO RESPONSABILIDADE
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4.1 Esta divisão vai depender da natureza da norma jurídica violada pelo
agente causador do dano, subdividindo-a em contratual e extracontratual
Esta divisão não é obstáculo, porém, ao dever de indenizar, pois muitas
vezes é difícil definir se é ou não contratual a relação, e ainda estaremos
diante de muitas situações em que mesmo existindo vínculo jurídico entre as
partes envolvidas, o autor do dano também viola preceito legal. Desta forma,
a divisão entre culpa contratual e extracontratual pode existir por questão de
conveniência legislativa, mas nada impediria a sua unificação, uma vez que a
culpa é una, pois ela resulta sempre de uma obrigação preexistente, seja
previamente estabelecida pelas partes, seja estabelecida em Lei, e cuja
violação impõe o dever de reparar o prejuízo causado.
Segundo Sérgio Cavalieri Filho, quem infringe dever jurídico lato sensu,
de que resulte dano a outrem fica obrigado a indenizar. Esse dever, passível
de violação, pode ter como fonte uma relação jurídica obrigacional
preexistente, isto é, um dever oriundo de um contrato, ou por outro lado, pode
ter por causa geradora uma obrigação imposta por preceito geral de Direito,
ou pela própria lei. É com base nessa dicotomia que a doutrina divide a
responsabilidade civil em contratual e extracontratual, isto é, de acordo com a
qualidade da violação.
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1.4.3. A ilicitude jurídica é uma só, do mesmo modo que um só, na sua essência,
é o dever jurídico. Sob um certo aspecto, existe até uma coincidência
entre o ilícito civil e o ilícito penal, pois ambos constituem uma violação da
ordem jurídica, uma violação de um dever jurídico originário imposto pelo
ordenamento jurídico, acarretando, em conseqüência, um estado de
desequilíbrio social. Ambos constituem uma violação de um dever jurídico.
Porém, no ilícito penal, devido a sua gravidade ou intensidade, a sanção
adequada é a imposição da pena, enquanto que no ilícito civil, por ser
menor a extensão da perturbação social, são suficientes as sanções civis,
dentre estas a obrigação de reparar os prejuízos suportados pela vítima
(responsabilidade civil). O artigo 935 do CC estabelece que a
responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo
questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu
autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal, o
que confirma a independência das jurisdições, e o reflexo da jurisdição
penal no juízo cível.
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5.1.1. Responsabilidade Civil Objetiva, por sua vez, tem como característica
determinante, o fato de que o elemento culpa não é necessário para o
surgimento do dever de indenizar, estando amparada na Teoria do risco, pois
aquele que, por meio de sua atividade expõe em risco de danos, terceiros,
fica obrigado a repará-lo, ainda que o seu comportamento seja isento de
culpa. O Novo Código Civil inovou neste aspecto, ao inserir a regra contida
na parte final do parágrafo único do art. 927, ampliando as hipóteses de
aplicação da responsabilidade civil objetiva além das hipóteses
expressamente previstas em Lei, conforme estabelecia a Lei revogada.
Assim, a responsabilidade objetiva está fundada na teoria do risco, aonde
o agente causador do dano irá repará-lo independentemente de culpa, sendo
os seus pressupostos, portanto, a conduta do agente (ação ou omissão), o
dano e o nexo de causalidade necessário entre a conduta e o dano. Assim, o
elemento culpa passa a ser irrelevante, na medida que o autor da conduta
assume o risco de dano que emerge do simples exercício de sua atividade.
A responsabilidade objetiva ocorre quando é suprimido o elemento culpa,
ou seja, não é necessária a conduta antijurídica expressa pela culpa ou dolo,
bastando o nexo de causalidade, ou seja, a existência do fato causador do
mal sofrido, no dizer de Caio Mário, para atribuir-se o dever de reparar.
Além da responsabilidade objetiva do Estado, já prevista na Constituição
Federal de 1988, as demais hipóteses de responsabilização objetiva sempre
foram restritas às hipóteses expressamente previstas em lei. O próprio
Código de 1916 tratava da responsabilidade objetiva em situações
especificas, como a do artigo 1.529, que impunha a obrigação de indenizar,
sem análise de culpa ou dolo, àquele que habitar uma casa, pelas coisas que
dela caírem ou forem lançadas em lugar indevido.
Algumas outras leis especiais também consagraram a teoria do risco,
admitindo a responsabilização do ofensor, independentemente da prova de
culpa ou dolo, tais como o Decreto 2.681/12 (responsabilidade das estradas
de ferro por danos causados aos proprietários marginais), Lei 6.938/81
(relativa a danos causados no meio ambiente), além do Código de Defesa do
Consumidor, que reconhece a responsabilidade objetiva do fornecedor do
produto ou serviço pelos danos causados ao consumidor (Arts. 12 e 14).
O novo Código Civil, ao lado da responsabilidade subjetiva (fundada na
culpa ou no dolo), admitiu também a responsabilidade objetiva,
expressamente prevista no parágrafo único de seu artigo 927:
"Artigo 927. Aquele que, por ato ilícito (artigos 186 e 187), causar dano a
outrem, é obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de
reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados
em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do
dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem".
Desta forma, o novo Código Civil inovou, pois em duas situações
específicas será aplicada a responsabilidade civil objetiva, quais sejam:
I- Nos casos especificados em lei; e
II- Quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do
dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
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- Fato da Atividade
(atividade de risco)
(art. 927, par. único, CC)
- Fato do produto
Extracontratual (art. 931, CC)
- Fato de outrem
(arts. 932 e 933, CC)
Objetiva - Fato da coisa
Responsabilidade (arts. 937 e 938, CC)
Civil - Fato do animal
(art. 936, CC)
- Responsabilidade Civil
do Estado (art. 37, §6º, CF)
- Responsabilidade Civil
nas Relações de Consumo
(arts. 12 a 14, CDC)
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1) PROCESSO: 2004.001.09553
CIRURGIA DE LIGADURA DE TROMPAS
ARGUICAO PELA PARTE
ESQUECIMENTO DE CORPO ESTRANHO NO ORGANISMO DO PACIENTE
LAUDO PERICIAL
IMPROCEDENCIA DO PEDIDO
"RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA CONTRATUAL. DANO MORAL. NÃO COMPROVAÇÃO DO
EVENTO DANOSO E DO NEXO CAUSAL. IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO. Operação cesariana. Fato
narrado nos autos ocorrido em data anterior à entrada em vigor do Código de Defesa do Consumidor.
Impossibilidade de inversão do ônus probandi com base na Súmula nº 341 do STF pois a
responsabilidade do empregador por ela mencionada pressupõe a culpa do preposto, no caso o
médico que realizou o ato cirúrgico. A prova constante dos autos não estabelece ligação entre as
dores que a parte Autora alega ter sofrido durante vários anos e a operação realizada pelo preposto da
Ré. O dano, mesmo que evidenciado pelo próprio fato acoimado de ilícito, como no caso do dano moral,
é indispensável para que se busque a responsabilização civil de alguém. Além disso, é necessário
que haja um nexo entre ele e a conduta do agente apontado como causador . No caso sub examem,
o conjunto probatório não se mostrou apto a confirmar ambos os requisitos, motivo por que não
há conto se atribuir ao Apelante a obrigação de indenizar. Recurso provido in totum, nos termos do
voto do Desembargador Relator."
2) PROCESSO: 2004.001.18376
ADMINISTRACAO DE IMOVEL
INADIMPLEMENTO CONTRATUAL
INOCORRENCIA
NAO RECONHECIMENTO DO DIREITO A INDENIZACAO
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3) PROCESSO: 2003.001.25701
RESPONSABILIDADE CIVIL
HONORARIOS DE ADVOGADO
MA EXECUCAO DOS SERVICOS CONTRATADOS
PEDIDO DE RESTITUICAO DA QUANTIA PAGA
PROVIMENTO PARCIAL
Responsabilidade civil. Contrato de prestação de serviços advocatícios. Profissional liberal. Relação de
consumo. Fato do serviço. Danos materiais e morais. Responde o prestador de serviços pelos danos
causados ao consumidor, se estes não lhe são prestados com a eficiência e a segurança que dele se
deveria esperar. Responsabilidade de natureza subjetiva, cabendo ao autor a prova da ação ilícita e
culposa do profissional contratado. Demonstrado, nos autos, que o réu recebeu honorários para atuar
em determinado processo, nada realizando, para fazer jus ao pagamento ajustado, correta a decisão que
determina que o valor seja restituído à consumidora dos serviços, com a correção monetária e juros
contados da data do respectivo desembolso da quantia respectiva. Os danos morais, nos ilícitos
contratuais, são devidos apenas quando extrapolam o âmbito do descumprimento do contrato e
atingem direitos personalíssimos do lesado, afrontando os íntimos sentimentos da parte. Recurso
provido, em parte, apenas para afastar a condenação pelos danos morais.
4) PROCESSO: 2003.001.11334
RESPONSABILIDADE CIVIL DE LABORATORIO
RESPONSABILIDADE OBJETIVA
RESPONSABILIDADE CIVIL DE MEDICO
CULPA
AUSENCIA DE COMPROVACAO
Responsabilidade civil medica. Responsabilidade subjetiva pessoal do cirurgiao não comprovada.
Responsabilidade objetiva do laboratório presente ao ato cirurgico. Relação consumerista
decorrente da prestação de serviço. 1- Embora contratual, a responsabilidade do cirurgião que
realizou o ato confiando no resultado laboratorial, e' subjetiva. Não se comprovando a culpa,
inexiste dever indenizatorio. 2- No caso concreto o medico foi prudente e agiu com cautela. Sua
conduta esta' dentro dos parâmetros de cautela esperados e desejados de qualquer profissional. 3-
Responde objetivanemte o laboratorio que durante o ato cirurgico confirma a malignidade do tecido
submetido a exame, constatando-se posteriormente a benignidade. 4- Aplicabilidade do art. 14 do Codigo
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de Defesa do Consumidor. 5- Danos materiais não comprovados. 6- Danos morais evidenciados pela dor,
angustia e sofrimento a que se viu submetida a Autora que teve esvaziamento axilar. Valor condizente
com o principio da razoabilidade e que indica o juizo de reprovação. Ambos os recursos improvidos, nos
termos do voto do Des. Relator.
1) PROCESSO: 2004.001.07818
RESPONSABILIDADE CIVIL
ACIDENTE DE TRANSITO
COLISAO DE VEICULOS
PROCEDIMENTO SUMÁRIO. Responsabilidade civil contratual. Transporte de passageiro,
lesionado face à colisão de coletivos. Responsabilidade objetiva, de sorte que a liberação do
transportador só ocorre se este provar força maior, caso fortuito ou culpa exclusiva da vítima. Prova da
condição de passageiro, do nexo e dos danos. Em se tratando de ilícito civil e não penal, de natureza
contratual, os juros são devidos a partir da citação. Não se presta a taxa SELIC como indexador. A
correção monetária, simples recomposição do principal, é devida da mesma data dele. Os danos morais
arbitrados em R$ 24.000,00 não consideraram, devidamente, o princípio do grau de fortuna das partes, a
idade da autora, aos 73 anos e sua sobrevida provável, mas, principalmente o punitivo-pedagógico.
Recurso parcialmente provido para reduzi-lo ao justo valor.
2) PROCESSO: 2004.001.21592
RESPONSABILIDADE CIVIL DE BANCO
SAQUE BANCARIO COM CARTAO MAGNETICO
DANOS CAUSADOS POR TERCEIRO
DEVOLUCAO DE CHEQUE
DANO MORAL
APELAÇÃO. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. SAQUES INDEVIDOS COM
CARTÃO MAGNÉTIVO "CLONADO". CHEQUES DEVOLVIDOS EM RAZÃO DOS SAQUES INDEVIDOS.
Primeiro recurso que não pode ser conhecido, por não ter vindo acompanhado do respectivo preparo,
sendo certo que o segundo recurso interposto pelo mesmo recorrente, já após a decisão proferida nos
embargos de declaração, com idênticas razões, sanou a carência, vindo regularmente preparado.
Decisão de inversão do ônus da prova que restou preclusa e não ofendeu os princípios constitucionais da
ampla defesa e do contraditório, já que cabia à instituição demonstrar que os saques foram efetuados
pela própria correntista, em face de que é a única que detém as fitas de segurança dos caixas
eletrônicos. A responsabilidade contratual do banco é objetiva, por força art. 3º, §2º do CDC. Falta de
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prova da ocorrência de culpa concorrente ou exclusiva da correntista do banco. Danos morais que devem
considerar o curto período de inclusão no rol de inadimplentes e a ausência de nova negativação por
força do provimento antecipatório. Inexistindo circunstância especial que justifique a condenação em
patamar superior aos parâmetros que essa Corte vem usualmente aplicando para casos desse jaez,
cabível a sua redução. Dano material devido ante a falta de prova do estorno total da cobrança indevida
das parcelas de financiamento não contratado, a ser apurada em liquidação de sentença. NÃO
CONHECIMENTO DO PRIMEIRO RECURSO. PROVIMENTO PARCIAL DO SEGUNDO RECURSO.
PROVIMENTO DO TERCEIRO RECURSO.
3) PROCESSO: 2004.001.22732
RESPONSABILIDADE CIVIL DE BANCO
RESPONSABILIDADE OBJETIVA
INDENIZACAO
APELAÇÃO CÍVEL - RESPONSABILIDADE CIVIL DOS ESTABELECIMENTOS BANCÁRIOS -
CODECON - INCIDÊNCIA - RESPONSABILIDADE OBJETIVA - DESNECESSIDADE DE INVERSÃO
DO ÔNUS PROBATÓRIO - DEVER DE CAUTELA E DILIGÊNCIA ÍNSITOS À RELAÇÃO JURÍDICA EM
QUESTÃO QUE IMPÕE A RESPONSABILIZAÇÃO PELOS DANOS EXPERIMENTADOS, INCLUSIVE
MORAIS - Estando devidamente comprovada a relação consumerista entre o autor e o Banco-réu, bem
como o dano decorrente deste liame jurídico, despiciendo se torna perquirir provas quanto à culpo do réu
haja vista a inafastabilidade da responsabilização antevista pelo art. 14 da Lei 8078/90. Uma vez objetiva
a responsabilidade não pode se dar o Banco-réu ao direito de esperar expressamente decisão que
defira a inversão do ônus probatório, porquanto a relação contratual instaurada, para efeito de surtir
a obrigação de reparar o dano não carece de prova de culpa strictu senso, bastando a
comprovação do nexo de cousalidade entre o evento danoso e a conduta contratual.
Desprovimento insofismável a aflição anímica e experimentada pelo Apelante, denotada esta pelas
vicissitude encetadas em seu comportamente psicológico tornar-se imperiosa a indenização a titulo de
dano moral. Apelo conhecido e provido, condenando o Apelado a indenizar o Apelante ante no montante
de R$ I5.000,00 (quinze mil reais), corrigidos desde a publicação do julgado, e juros de mora desde a
data do evento, mais custas e honorários advocaticios de 20% sabre o valor da causa.
4) PROCESSO: 2004.001.18343
RESPONSABILIDADE CIVIL DE ESTABELECIMENTO HOSPITALAR
INDENIZACAO POR MORTE
DANO MORAL
DANO MATERIAL
RESPONSABILIDADE CIVIL DE CASA DE SAÚDE. Falha na prestação do serviço, culminando com a
morte da vítima, ao permitir que pessoas, sem qualificação profissional, realizassem o parto daquela,
resultando na sua morte e do feto. Sendo a responsabilidade objetiva, a prova do fortuito é ônus do
réu. Inexistência de prova dele. Não adstrição ao laudo pericial. Sentença baseada em outros elementos
dos autos, dentre eles a condenação de representante da ré pelo CREMERJ, que reconheceu falhas na
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condução do parto da vítima. Verba compensatória corretamente fixada. Verba do dano material reduzida.
Sendo a relação contratual, os juros contam da citação. Correção monetária. Aplicação da taxa SELIC,
o que afasta, a partir de sua aplicação, a incidência daquela. Verba honorária reduzida ao patamar de
15%, eis que inexiste fato excepcional, que justifique sua fixação no percentual máximo. Recurso
parcialmente provido.
5) PROCESSO: 2004.001.05012
RESPONSABILIDADE CIVIL DE ESTABELECIMENTO HOSPITALAR
ERRO MEDICO
SEGURO SAUDE
RESPONSABILIDADE SOLIDARIA
DANO MORAL
Responsabilidade civil. Erro médico. Erro de diagnóstico e de procedimento. Relação de consumo.
Responsabilidade objetiva. Ação movida contra o estabelecimento hospitalar e contra o Plano de
Saúde ao qual o mesmo se encontrava vinculado. Legitimidade das partes. Responsabilidade
solidária, por parte da operadora do plano, em relação aos danos causados pelo estabelecimento
por ela credenciado. Inocorrência de litispendência entre esta ação e outra movida contra o Plano de
Saúde, visando à reparação por danos materiais e morais, com base em eventos diversos e, por
conseqüência, com causas de pedir diferentes. Comprovada, pela prova testemunhal, a evidente falha na
prestação dos serviços devidos ao consumidor, com o péssimo atendimento ao paciente, cujo diagnóstico
restou incompleto e equivocado, e o tratamento necessário e adequado deixou de lhe ser ministrado,
durante o período de internação, recebendo alta médica sem qualquer prescrição para o futuro, o que
contribuiu, de forma efetiva, para o agravamento de seu quadro clínico, que era grave, com prejuízos à
sua saúde, responde o hospital pelos danos causados ao consumidor, principalmente, se não se
incumbiu de produzir qualquer prova no sentido de demonstrar que os serviços foram prestados com a
eficiência e a segurança devidas e sem os defeitos alegados. Do mesmo modo, a prestadora de
serviços de plano de saúde é responsável, concorrentemente, com o estabelecimento hospitalar
por ela credenciado, pela qualidade dos serviços e do atendimento prestados aos seus
associados. No entanto, em se tratando de responsabilidade concorrente e solidária não há que falar
em condenação autônoma à nova verba indenizatória, pois o dano é um só. O erro de diagnóstico, com o
tratamento inadequado, causando ao paciente o agravamento de seu estado de saúde, compromete o
seu equilíbrio psicológico, bem assim, o de sua esposa e companheira de longos anos, dando ensejo ao
dano moral, reparável pela via financeira. Verbas indenizatórias bem fixadas, observando os princípios da
razoabilidade e da proporcionalidade, levando em consideração a gradação do sofrimento de cada uma
das partes. Juros de mora que se contam da citação, por se tratar de relação contratual e de danos
decorrentes do fato de serviço. Provimento parcial do recurso dos autores e desprovimento dos recursos
das rés.
6) PROCESSO: 2003.001.36617
RESPONSABILIDADE CIVIL CONTRATUAL
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DANO MORAL
VALOR DA INDENIZACAO
MAJORACAO
JUROS MORATORIOS
AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS. CONSTRANGIMENTO SOFRIDO PELA AUTORA AO
SAIR DO ESTABELECIMENTO DA RÉ. A AUTORA FOI CHAMADA DE LADRA E REVISTADA DUAS
VEZES DE FORMA GROSSEIRA PELOS SEGURANÇAS DA EMPRESA. SENTENÇA PROCEDENTE.
APELAÇÕES. Não resta dúvida que se trata de hipótese de responsabilidade civil contratual, uma vez
que entre as partes há uma relação jurídica consumerista, como bem observado pela douta Magistrada.
Diante disto, comprovada a falha do serviço, por si só, caracteriza a responsabilidade objetiva, a
qual não foi elidida pela ré, tendo em vista que não trouxe qualquer prova a seu favor. Os depoimentos
testemunhais acostados aos autos comprovaram que o segurança da empresa ré chamou a autora de
ladra, revistando-a duas vezes, com o objetivo de encontrar os produtos supostamente furtados. O
constrangimento e a humilhação sofrida pela autora ressaltam aos olhos de qualquer pessoa, estando
devidamente configurados os danos morais, surgindo para ré o dever de indenizá-los. Verba indenizatória
deve ser majorada para o valor de R$ 13.000,00, visando a perfeita consonância com os princípios da
razoabilidade e da proporcionalidade. Juros moratórias devem ser alterados, devendo seguir a norma
contida no art. 406 do novo Código Civil c/c art. 161, parágrafo único do CTN, a partir do dia 12/01/2003,
tendo em vista a regra do art. 2035, do referido diploma. Honorários advocatícios mantidos tendo em
vista a observância do art. 20, §3º, incisos do CPC. RECURSOS CONHECIDOS. PROVIMENTO
PARCIAL DO 1º RECURSO, PARA MODIFICAR OS JUROS MORATÓRIOS E MAJORAR O VALOR DA
INDENIZAÇÃO DEVIDA A TÍTULO DE DANOS MORAIS. IMPROVIMENTO DO 2º APELO.
7) PROCESSO: 2004.001.14277
RESPONSABILIDADE CIVIL DE FABRICANTE
RESPONSABILIDADE OBJETIVA
SUCUMBENCIA
PROVIMENTO PARCIAL
RESPONSABILIDADE DO FABRICANTE. Ausência de Caracter em Chassis de Automóvel. Inaptidão
para Licenciamento do Veículo Junto ao Detran. Vício do Produto Caracterizado (CDC, art. 18).
Responsabilidade Contratual Objetiva. Desnecessidade de Prova da Culpa Máxime pela Aplicação
da Pena de Confissão (CPC, 343, §2º). Danos Materiais e Morais Devidos. Manutenção da Sentença.
DESPESAS PROCESSUAIS e HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. Distinção Entre Sucumbência
Recíproca (CPC, 21, caput) e Sucumbência Parcial (CPC, 21, p. único). Reforma parcial da sentença.
1) PROCESSO: 2004.001.14550
RESPONSABILIDADE CIVIL
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ACIDENTE DE TRANSITO
INDENIZACAO POR MORTE
DANO MORAL
DANO MATERIAL
RESPONSABILIDADE CIVIL EXTRACONTRATUAL SUBJETIVA. INDENIZAÇÃO. ACIDENTE DE
TRÂNSITO FATAL. COLISÃO DE VEÍCULOS. EXISTÊNCIA DO DANO, DO NEXO CAUSAL E DA
CULPA. DANOS MORAIS E MATERIAIS VERBA A TÍTULO DE LUTO E FUNERAL. JUROS. A
obrigação de indenizar, na responsabilidade civil extracontratual subjetiva depende da prova do
dano, do nexo causal e da culpa. A colisão de veículos em via pública, objeto da reparação de danos
morais e materiais pleiteada pelos descendentes da vítima, e pelo proprietário do veículo avariado,
necessita da configuração conjunta destes pressupostos. Considerando todos os elementos
probantes coligidos, tais como o Laudo do Local de Acidente de Trânsito com Vítima Fatal e a prova
testemunhal colhida, verifica-se que restaram comprovados os três elementos supracitados,
ensejando a obrigação de indenizar por parte da empresa ré. E neste raciocínio, afigura-se justo o
quantum fixado na sentença, de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais), a título de danos morais, sendo
metade para cada filha da vítima, com os acréscimos legais. No que concerne ao pedido de indenização
por danos morais para o 3º autor, proprietário do veículo que colidiu com o da ré, não se vislumbra tal
lesão de ordem subjetiva, na medida que o mesmo, não se encontrava no automóvel, reconhecidamente
conduzido por terceiro. Destarte, aquele somente suportou danos materiais decorrentes da avaria do seu
veículo, cuja reparação foi coerentemente fixada no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), ante a prova
coligida nos autos, de que o automóvel não havia sido consertado até a data da prolação da sentença. O
ressarcimento das despesas atinentes ao luto e funeral é devido, posto que, como regra de experiência
comum, é cediço que o enterro de pessoas não é mera faculdade, e sim imposição social, não sendo
permitido que o corpo permaneça insepulto. Portanto, tal verba deve ser arbitrada dentro da
razoabilidade, no valor de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais), incidindo sobre o mesmo, correção
monetária e juros a partir da data do óbito. Com relação aos juros deve ser respeitada a legislação
vigente nas épocas próprias, de modo que serão devidos juros legais de 0,5% (meio por cento) ao mês,
consoante o artigo 962 do Código Civil/1916, a partir da data do evento até 10.01.2002, após o que, os
juros serão de 1% (um por cento) ao mês, com fulcro no artigo 406 do Novo Código Civil c/c o artigo 161,
§ 1º do Código Tributário Nacional, valendo destacar, que a norma prevista no apontado artigo 2037 do
Novo Código Civil, não se adequa ao fim colimado pela ré. Por derradeiro, a verba honorária de
sucumbência deve ser suportada, integralmente, pela ré, na base de 10% (dez por cento) sobre o valor
da condenação corrigido, aplicando-se o disposto no artigo 21, parágrafo único do Código de Processo
Civil. Recursos conhecidos e parcialmente providos.
2) PROCESSO: 2004.001.21847
ACIDENTE DE TRANSITO
CONSTITUICAO FEDERAL DE 1988
ANTERIORIDADE
RESPONSABILIDADE CIVIL EXTRACONTRATUAL
DESCABIMENTO DE PERDAS E DANOS
Civil. Acidente de trânsito. Colisão entre ônibus e motocicleta em cruzamento disciplinado por sinal
luminoso. Fato ocorrido antes da promulgação da CF em vigor. Impossibilidade de aplicação de
seu art. 37, parág. 6°. Responsabilidade, portanto, extracontratual subjetiva. Inexistência de prova
de culpa do condutor do coletivo. Pedido de indenização rejeitado. Recurso desprovido.
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Data de Registro : //
Órgão Julgador: DECIMA TERCEIRA CAMARA CIVEL
Des. DES. NAMETALA MACHADO JORGE
Julgado em 20/09/2004
3) PROCESSO: 2003.001.31657
ACIDENTE DE TRANSITO
ATROPELAMENTO
INDENIZACAO
Responsabilidade Civil subjetiva. Atropelamento. Lesão Corporal Grave. Tratando-se de
responsabilidade extracontratual subjetiva, é indispensável, para que tenha lugar a obrigação de
indenizar, a comprovação da culpa do Réu, cabendo ao Autor o ônus da prova ex-vi do disposto no
artigo 333, I do Código de Processo Civil. Atropelamento ocorrido em local de alta periculosidade para
pedestres, Culpa não comprovada do Réu em contraste com fortes indícios de culpa da vítima, sendo
certo que esta, aliás, só haveria que ser sopesada no trato da responsabilidade objetiva e, não sendo
este o caso, torna-se imprescindível o pressuposto basilar da responsabilidade aquíliana, qual
seja, o elemento subjetivo culpa. Recurso conhecido e não provido.
4) PROCESSO: 2004.001.17661
RESPONSABILIDADE CIVIL
ACIDENTE DE TRANSITO
ATROPELAMENTO
DANO MATERIAL
AUSENCIA DE COMPROVACAO
RESPONSABILIDADE SUBJETIVA ACIDENTE DE TRÂNSITO ATROPELAMENTO
RESPONSABILIDADE SUBJETIVA CULPA NÃO COMPROVADA. DANO MATERIAL NÃO
COMPROVADO. Na responsabilidade civil extracontratual e subjetiva é necessária a comprovação
inequívoca do fato, bem como do dano, da culpa e do nexo de causalidade. Não há que se falar em
dever de indenizar quando a autora não comprova os danos materiais que foram pleiteados na sua inicial.
Manutenção do julgado.
1) PROCESSO: 2004.005.00142
RESPONSABILIDADE CIVIL DE CONCESSIONARIA DE SERVICO PUBLICO
EMPRESA DE TRANSPORTE
ATROPELAMENTO
RESPONSABILIDADE OBJETIVA
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2) PROCESSO: 2004.001.26125
ACIDENTE DE TRANSITO
MOTOCICLISTA
ONIBUS
RESPONSABILIDADE OBJETIVA
TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO
RESPONSABILIDADE CIVIL EXTRACONTRATUAL. PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO.
TRANSPORTE PÚBLICO. APLICABILIDADE DO ARTIGO 37, § 6° CRFB. RESPONSABILIDADE
OBJETIVA. TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO. COMPROVAÇÃO DO NEXO CAUSAL. DANO DE
ORDEM MORAL E MATERIAL. DEVER DE INDENIZAR. ARBITRAMENTO DA INDENIZAÇÃO POR
DANOS MORAIS OBSERVANDO OS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE.
MANTENÇA DO QUANTUM ARBITRADO NA SENTENÇA. REQUERIMENTO DE LUCROS
CESSANTES CONSTANTES DAS RAZÕES DE APELADO. IMPOSSIBILIDADE. OBSERVÂNCIA DO
PRINCÍPIO DO TANTUM DEVOLUTUM QUANTUM APPELATUM. VINCULAÇÃO DO TRIBUNAL AS
RAZÕES RECURSAIS CONSTANTES DA APELAÇÃO. RECURSO DESPROVIDO.
3) PROCESSO: 2004.001.12293
AÇÃO ORDINÁRIA. Cartão de crédito. Responsabilidade civil extracontratual. Relação de consumo
e responsabilidade objetiva. Prática comercial abusiva resultando em injusta anotação em cadastro
restritivo de crédito, já que o produto não foi solicitado pelo pretenso adquirente. Dano que está in re ipsa.
Arbitramento que bem ponderou os critérios da razoabilidade e da proporcionalidade como os princípios
norteadores da intensidade da ofensa, sua repercussão no íntimo da vítima, o grau de fortuna das partes,
e o punitivo-pedagógico. Recurso não provido.
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4) PROCESSO: 2004.001.05834
ACAO DE INDENIZACAO
ACIDENTE DE TRANSITO
NEXO DE CAUSALIDADE
AUSENCIA DE COMPROVACAO
NEGADO PROVIMENTO
PROCEDIMENTO SUMÁRIO. Responsabilidade civil extracontratual. Abalroamento de automóvel por
outro veículo. A responsabilidade objetiva do patrão exige prova da ação culposa do preposto. Na
responsabilidade civil, mister é que concorram a ação culposa, o nexo e dano, de sorte que
faltando um deles não haverá o dever de reparar. Prova a cargo do autor, não desempenhada, no
caso, sendo contraditório um depoimento e nada esclarecedor o outro. Fotos que só provam o local e não
o fato. Sentença de improcedência. Recurso não provido.
5) PROCESSO: 2004.001.18708
RESPONSABILIDADE CIVIL DE FERROVIA
NEXO DE CAUSALIDADE
FALTA DE PROVA
APELAÇÃO. Dano moral. Responsabilidade civil extracontratual objetiva, em que se não cogita do
elemento subjetivo culpa, bastando à vítima comprovar o dano e o nexo de causalidade . Dano
consubstanciado na morte do filho e irmão dos autores. Nenhuma prova foi ministrada quanto a ser a
vítima passageira de composição ferroviária de propriedade da ré e que dela teria caído, vindo a ser
atropelada. O fato de o corpo haver sido encontrado nos trilhos da linha férrea não se mostra suficiente
para imputar à ré a responsabilidade pela morte. À falta de comprovação de que a ré houvesse dado
causa ao resultado, nenhum é o seu dever reparatório. Provimento do recurso, para julgar
improcedentes os pedidos, invertida a sucumbência, com observância do art. 12 da Lei n° 1.050/60.
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Na Responsabilidade Objetiva:
Ação (atividade positiva)
Conduta culposa
Na Responsabilidade Subjetiva ou
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Comportamento culposo
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B C = Responsabilidade Civil
(conduta direta – com culpa – na
Responsabilidade Civil Subjetiva)
Legenda:
A = pai; tutor; curador; empregador ou comitente; os donos de hotéis, hospedarias,
casas ou estabelecimentos onde se alberguem por dinheiro
C = "vítima" da conduta de B
Exemplo:
B = empregado
A = empregador de "B", que responderá indiretamente pelos danos causados a
"C", independente da culpa.
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A = sujeito
B = sujeito
C = "vítima"
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CULPA DOLO
- O artigo 186 preceitua que a ação ou omissão seja voluntária ou que haja, pelo
menos, negligência ou imprudência. Portanto, é necessário que o agente tenha agido
com culpa.
- Na responsabilidade subjetiva, a culpa é elemento indispensável para a
obrigação de indenizar.
- Agir com culpa significa merecer a reprovação do direito por ter faltado com o
dever de cuidado que o agente podia conhecer e observar. O dever de cuidado consiste
em agir com a cautela necessária na prática de atos comuns visando não causar danos
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a bens ou a direitos alheios. Exige-se, portanto, que o agente esteja atento ao modo de
agir adequado para realizar seus objetivos.
- Para verificação do procedimento mais adequado, compara-se a ação do agente
à ação esperada do homem médio, do qual se espera uma diligência cuidadosa e
sensata, que poderá ser comparável àquele caso concreto.
- Se o agente não observar o dever de cuidado estará agindo com culpa, pois
estará infringindo uma primeira norma de convívio social que é o dever de não causar
danos a outrem. Se ele devia e podia ter agido de forma diferente e não o fez, terá
agido com culpa.
- Se, para alcançar seu objetivo o agente resolver agir de forma imprópria, mesmo
para alcançar um fim lícito, incorrerá em um erro de conduta, que também é
caracterizador da culpa, pois há o dever de se escolher o meio mais adequedo para a
prática de cada ação.
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Assim:
Culpa Grave Embora não intencional, o comportamento do agente demonstra
que ele atuou como se tivesse intenção do resultado. É grave
quando imprópria ao comum dos homens. É a modalidade que mais
se assemelha ao dolo. É decorrente de uma violação mais séria do
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Observação:
Na responsabilidade aquiliana, a mais ligeira culpa produz obrigação de
indenizar – in lege aquilia et levíssima culpa venit (Carlos Roberto Gonçalves). A regra
geral determina que, independentemente do grau da culpa, a indenização será medida
pela extensão do dano.
Diante do Código Civil anterior (1916), parte da doutrina considerava irrelevante
a graduação da culpa, mas à luz do Novo Código Civil de 2002, tornou-se questão
indispensável frente ao que dispõe o parágrafo único do artigo 944. A mensuração do
quantum indenizatório da Responsabilidade Civil poderá depender também do grau da
culpa do agente causador do dano. A extensão do dano deixou de ser o único
parâmetro para a determinação e quantificação da indenização. Aliado à ela, o grau da
culpa, quando se tratar de culpa leve ou levíssima, toma posição para proteger também
os interesses do agente quando houver uma desproporção entre sua ação e o dano
consequente dela.
Questionamento:
O Grau de culpa pode influenciar no valor da indenização?
Resposta: Inovação do C.C – Art. 944 (caput) - a indenização deve ser fixada
baseada na extensão do dano (não havendo influencia do grau de culpa). “A
indenização mede-se pela extensão do dano”.
Art. 944, parágrafo único do C.C. – inovação, pois o juiz poderá reduzir
eqüitativamente o valor da indenização quando houver desproporção entre a gravidade
de culpa (grau) e a extensão do dano. Tem que haver uma desproporção entre o grau
da culpa e a extensão do dano. “Se houver excessiva desproporção entre a gravidade
da culpa e op dano, poderá o juiz reduzir, eqüitativamente, a indenização”.
A primeira parte do dispositivo legal consagra o principio tradicional de que,
desde que haja culpa, a obrigação de indenizar, a cargo do agente, é sempre a mesma.
A cobertura dos danos causados deve ser integral. Entretanto, o parágrafo único
confere ao juiz o poder de agir eqüitativamente, com base no grau de culpa e a
extensão do dano.
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Observação:
Com o advento do Novo Código Civil de 2002, que adotou expressamente a
responsabilidade objetiva em seu artigo 933, as culpas in eligendo, in vigilando e in
custodiendo foram abrangidas e não mais se tratará de culpa presumida nestes casos,
pois a responsabilidade objetiva impõe que, a obrigação de indenizar ocorra
independentemente de culpa
Imputável é o sujeito que podia e devia ter agido de algum modo e que, diante de
sua conduta lesiva, é obrigado a reparar os danos causados. Ter capacidade de
discernimento de seus atos.
Os menores de 16 anos não são responsáveis porque são incapazes, nos termos
do art. 3º, I, do Código Civil, pois falta-lhes maturidade.
Na Jornada de Direito Civil promovida pelo CEJ foi aprovado o Enunciado n.º
40, com a seguinte redação: “o incapaz responde pelos prejuízos que causar de
maneira subsidiária ou excepcionalmente, como devedor principal, na hipótese do
ressarcimento devido pelos adolescentes que praticarem atos infracionais, nos
termos do art. 116 do Estatuto da Criança e do Adolescente, no âmbito das
medidas sócio-educativas ali previstas.”
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Noções Gerais
Objetivo reparar os danos (materiais e morais) causados a terceiros.
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Natureza compensatória
Violação do direito à dignidade -
agressão (CF/88)
Conseqüências da violação: dor,
3) Configuração do Dano Moral sofrimentos, humilhação, etc:
Gera dever de indenizar
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Conseqüências da violação:
chateação, aborrecimento, etc:
Não gera dever de indenizar
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Lucro Cessante
Dano Moral
Valor da Indenização
Dano causado por empresa jornalística (LIBERDADE DE
INFORMAÇÃO X INVIOLABILIDADE DA VIDA PRIVADA)
Equilíbrio na informação publica não gera dano à imagem
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2.4.1 Conceito
É a relação de causalidade entre a conduta e o resultado (dano).
Na responsabilidade civil subjetiva, é a relação de causalidade entre a
conduta culposa e o dano.
Na responsabilidade objetiva, é a relação de causalidade entre entre a
conduta e o dano.
A determinação do nexo causal deve ser avaliada no caso concreto, sendo
o pressuposto da responsabilidade civil mais difícil de ser determinado no
estudo do caso concreto, principalmente nos eventos de causalidade
múltipla.
Para o estudo do liame de causalidade, concorrem três principais teorias,
que aqui serão mencionadas para efeitos didáticos, sem que seja dada
maior reflexão ao tema, tendo em vista que nenhuma teoria oferece
soluções prontas para todos os problemas envolvendo nexo causal.
Como teorias, apenas nos fornece uma base, um roteiro básico a ser
seguido para apontarmos no caso concreto qual foi a conduta apta a
produzir o resultado. Nos fornece um raciocínio lógico a ser desenvolvido
para a melhor solução do caso concreto em exame.
As principais teorias explicativas do nexo causal são, resumidamente:
Teoria da equivalência das condições ou dos antecedentes, onde toda
e qualquer circunstância que haja concorrido para o resultado é
considerada uma causa apta a produzi-lo; Teoria da causalidade
adequada, que considera causadora do dano a condição que por si só foi
apta a produzi-lo, ou seja, a mais adequada a produzi-lo; a Teoria dos
danos diretos e imediatos (ou causalidade direta e imediata), que
pressupõe que todo dano relacionado a uma causa é indenizável, mesmo
que a causa seja remota, desde que haja a ligação necessária (nexo
causal) entre a conduta e o dano produzido, fazendo surgir a obrigação de
indenizar.
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Autor A Autor B
Causa 1 Causa 2
Vítima
Autor C Autor D*
Causa 3 Causa 4
Observação:
Vale ressaltar que, havendo mais de uma causa no evento capaz de
produzir o resultado (dano), todos os seus autores responderão
solidariamente, conforme art. 942 c/c 403 do CC.
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Autor A Autor B
lesão leve morte
Vítima
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2.4.4 Concausas
São causas que juntamente com a causa principal, concorrem para o
resultado. Podem somente reforçar o resultado, interromper o nexo causal
ou excluí-lo.
São causas antecedentes ou pré-existentes, concomitantes ou
supervenientes que podem servir para agravar a causa principal, ou que
podem contribuir eficazmente para o resultado, para o dano suportado
pela vítima.
Podem ocorrer antes, concomitante ou posteriormente a causa principal.
Se for adequada a produzir o resultado, o autor da conduta responde,
juntamente com o autor da “causa principal”, solidariamente.
Se não for adequada, por si só, a produzir o dano, o autor da conduta não
responde, respondendo somente o autor da conduta que foi mais
adequada a produzir o dano.
Concausa Antecedente:
Ocorre antes da causa principal.
Ex: Pessoa hemofílica (causa antecedente) que vem a ser atropelada e
morre posteriormente. A concausa antecedente (doença) não rompe o
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Concausa Concomitante:
É a causa que acontece junto à causa principal.
Ex: Mãe que morre na hora do parto (concausa) devido a um aneurisma
que ela possui e que se rompe no momento em que vai dar a luz.
Ninguém responde pelo fato.
Concausa Superveniente:
Ocorre depois, posteriormente à causa principal.
Ex: sujeito que é vítima de um atropelamento grave, e pela demora no
socorro, tem uma hemorragia e vem a falecer. Quem responde é o sujeito
que atropelou, pois o fato da demora do socorro não rompe o nexo causal,
pois neste caso simplesmente o reforçou, já que não foi causa adequada a
produzir o resultado morte.
3.1 Introdução
- Causas Excludentes do Nexo Causal:
Caso fortuito e força maior;
Fato exclusivo da vítima (ou culpa exclusiva da vítima, para alguns); e
Fato de terceiro.
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3.1.3 Definição: fato necessário, cujos efeitos não era possível ser evitado pelo
autor da conduta.
3.2.2 CDC - Lei nº 8.078/90, art. 12, § 3º, III e art. 14.
3.2.3 Distinção para culpa concorrente (ou causa concorrente) – art. 945:
“Art. 945 – Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua
indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa com a do autor
do dano.”
3.2.4 Exemplos:
Vinha prudentemente dirigindo um veículo, quando uma pessoa se projeta na frente
do carro - culpa exclusiva da vítima
Dirigia um veículo a 150 km p/h e alguém se projeta na frente do carro - culpa
concorrente.
4.3.2 Exemplo:
Carro 1, em alta velocidade, bate no carro 2, que transitava na sua frente. Face a este
acontecimento, o carro 2 colide com o carro 3 que estava na sua frente. Neste caso,
quem responde é o condutor do carro 1, pois foi ele quem deu causa ao acidente
entre os carros 2 e 3.
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4.5.1 Art. 188, I e parágrafo único/arts. 929 e 930 e parágrafo único, do CC.
4.6.4 Limites:
- Ordem pública não pode haver violação da ordem pública;
- Dolo e Culpa grave gera a instabilidade na relação jurídica, sendo nula de pleno
direito.
- Elemento essencial do contrato se atinge elemento essencial do contrato, é
nula de pleno direito.
- CDC - art. 51 nula de pleno direito as cláusula contratadas relativas ao
fornecimento de produtos e serviços, constantes nos incisos I a XVI.
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3.4.3 Responsabilidade dos pais pelos atos dos filhos (Art. 932, I, do CC):
3.4.4 Responsabilidade dos tutores, curadores, pelos atos dos pupilos,
curatelados (Art. 932, II, do CC):
Que estiverem sob a autoridade dos mesmos, em sua companhia, diante do
poder de direção que deve ter sobre eles.
3.4.5 Responsabilidade dos empregadores ou comitentes, pelos atos dos
empregados, serviçais e prepostos (Art. 932, III, do CC):
Que estiverem no exercício do trabalho, ou em razão dele;
Responsabilidade Objetiva do Terceiro e Subjetiva do causador direto do
dano;
Fundamento: Teoria da Substituição: o causador direto do dano é a longa
manus do empregador;
Campo de incidência do dispositivo legal.
3.4.6 Responsabilidade dos donos de hotéis, hospedarias, casas ou
estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de
educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos (Art. 932, IV, do
CC):
Campo de incidência deste dispositivo legal ficou muito restrito com o
advento do Código de Defesa do Consumidor (art. 14, caput, do CDC)
3.4.7 Responsabilidade dos que houverem participado, gratuitamente, nos
produtos do crime (Art. 932, V, do CC):
O dispositivo legal em análise terá aplicação no caso do sujeito que tiver
participado nos produtos do crime, e não proveito do mesmo, o que significa
dizer que poderá ser compelido a restituir a própria res furtiva.
3.4.8 Ação de Regresso, exceto no caso do descendente (art. 934, do CC)
3.4.9 Responsabilidade solidária das pessoas designadas no art. 932 do CC
(art. 942, parágrafo único do CC)
3.4.10 Responsabilidade do incapaz (art. 928, do CC)
Responde com seu patrimônio, se o seu responsável não tiver obrigação
de fazê-lo ou não tiverem meios para o mesmo fim, levando-se em
consideração o disposto no art. 928 do CC, sem artigo correspondente no
Código Civil revogado (1916).
Há divergência se a responsabilidade do incapaz é subsidiária ou solidária
com o seu representante legal, tendo em vista a contradição existente
entre o art. 942, parágrafo único do CC, que fala em solidariedade, e o art.
928 do CC (sem artigo correspondente no CC/1916), que pela sua leitura,
deixa muito claro que esta responsabilidade é subsidiária, sendo este o
meu posicionamento, levando-se ainda em consideração os enunciados
abaixo citados.
3.4.11 Enunciados referente à responsabilidade civil do incapaz aprovados na
Jornada de Direito Civil promovida pelo CEJ (Centro de Estudos
Judiciários do Conselho da Justiça Federal), sob coordenação científica
do Ministro Ruy Rosado, do STJ:
Enunciado n.º 39: “Art. 928: a impossibilidade de privação do necessário
à pessoa, prevista no art. 928, traduz um dever de indenização eqüitativa,
informando pelo princípio constitucional da proteção à dignidade da
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I. Conceitos
O não cumprimento de uma obrigação acarreta a responsabilidade por perdas e
danos. Neste sentido, estabelece o art. 389, do CC, que: “Não cumprida a
obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização
monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de
advogado”.
A responsabilidade contratual estabelece-se em terreno definido e limitado e
consiste, segundo Savatier, “na inexecução previsível e evitável, por uma parte ou
seus sucessores, de obrigação nascida de contrato, prejudicial à outra parte ou
seus sucessores”.
É infração a um dever especial estabelecido pela vontade do contratante, por isso
decorrente de relação obrigacional preexistente.
Nas hipóteses de não cumprimento da obrigação e de cumprimento imperfeito,
com inobservância da forma, do tempo e do lugar convencionados, a
conseqüência é a mesma: o nascimento da obrigação de indenizar os danos
causados ao credor.
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O Código não distingue caso fortuito de força maior, porém a doutrina faz
distinção, havendo porém grande divergência entre os doutrinadores. O
entendimento ao qual me filio, seguindo a doutrina de Sérgio Cavalieri Filho,
estabelece que:
Caso Fortuito é empregado para designar fato ou ato alheio à vontade das
partes, como greve, motim ou guerra.
Força Maior empregado para os fenômenos naturais, como raio, tempestade,
terremoto, etc.
O traço característico das referidas excludentes é a inevitabilidade, é estar o fato
acima das forças humanas, não sendo possível evitar ou impedir as suas
consequências.
Requisitos para sua configuração;
1) Ausência de culpa por parte do devedor, em virtude da inevitabilidade do fato
(caso fortuito e força maior);
2) Inevitabilidade do evento;
3) Superveniência do fato irresistível, o fato deve ser irresistível, fora do alcance
do poder humano.
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II) ESPÉCIES
Em relação ao que é transportado (objeto), pode ser:
- Transporte de pessoas;
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- Transporte de coisas.
Em relação ao meio empregado, pode ser:
- Transporte Terrestre;
- Transporte Marítimo ou Fluvial;
- Transporte Aéreo.
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e move, depois, ação regressiva contra o terceiro culpado pelo acidente. Porém,
quando há uma situação de dolo, como acontece no assalto ou outros atos de
violência, temos de nos remeter para a situação geral da força maior, do fato
inevitável, e pesquisarmos se essa ação do terceiro se inclui ou não na situação da
força maior. Conforme já esclarecido anteriormente, a doutrina moderna denomina-o
como fortuito externo o fato que não guarda nenhuma relação com a atividade do
transportador, com a organização da empresa, e que por esta razão exclui a sua
responsabilidade, pois não tem meios de evitar ou impedir o acontecimento,
equiparando-se a força maior. Este não pode ser considerado fortuito interno porque,
além de absolutamente imprevisível e inevitável, não guarda nenhuma ligação com os
riscos do transportador; é fato estranho à organização do seu negócio, pelo qual não
pode responder. Por isso, a melhor doutrina caracteriza o fato doloso de terceiro, vale
dizer, o fato exclusivo de terceiro, como fortuito externo. Ele exclui o próprio nexo
causal, equiparável à força maior, que, por via de conseqüência, exonera da
responsabilidade o transportador. Já o fortuito interno, ou seja, aquele fato que tem
alguma relação com a atividade exercida pelo transportador, com a organização de
sua impresa, sendo uma situação que pode evitar, não terá o condão de excluir a sua
responsabilidade. Assim, na hipótese do assalto, a regra de que o transportador
responde, mesmo por culpa de terceiro, não servirá para resolver o caso em que o
terceiro assaltante agiu com dolo, devendo ser a questão solucionada à luz da
possibilidade da exclusão pela ‘força maior’, ou fortuito externo, e não propriamente
pela culpa do terceiro. Vale ressaltar, entretanto, que apesar deste ser o
posicionamento majoritário tanto da doutrina como da jurisprudência, inclusive do
STJ, existem posicionamentos (minoritários) de que o assalto poderia ser evitado
pelas empresas de tranporte com a instalação de câmeras, detector de metais,
seguranças, etc., sendo uma hipótes de fortuito externo, e que por esta razão não
exclui a responsabilidade do transportador. Assim, apesar da existência de
divergência, o assalto à mão armada em interior de ônibus, embora se pudesse ter
hipoteticamente meios de evitá-lo, constitui, segundo o posicionamento dominante,
causa estranha ao transporte, que isenta de responsabilidade o transportador, ao
fundamento, especialmente, de que o dever de prestar segurança pública, inclusive
aos passageiros, é do Estado, conforme art. 144 da Constituição Federal, não se
podendo transferi-lo ao transportador.
A responsabilidade pelo dano causado a um terceiro que não seja passageiro,
como no caso de atropelamento de pedestre, é extracontratual e objetiva, podendo
ser aplicado o art. 17 do CDC para esta definição, pois equipara-se a consumidor para
efeitos de aplicação do referido código todas as vítimas do acidente de consumo,
sendo este o posicionamento defendido por Sergio Cavalieri Filho em seu
imprescindível livro “Programa de Responsabilidade Civil”, e podemos aplicar também
neste caso o art. 37, parágrafo 6º da CF.
Em relação aos seus funcionários, como por exemplo o cobrador ou o motorista,
a sua responsabilidade será baseada no art. 7, inc. XXVIII, da CF, já que estaremos
diante de um acidente de trabalho, sendo cabível ação de reparação de danos em
face do empregador (empresa de transporte), quando este incorrer em dolo ou culpa,
independetemente da indenização cabível junto ao INSS decorrente do acidente, por
força do seguro contratado para esta cobertura.
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