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Facundo N.

Cabañas - 2019

Breve investigação sobre o Poder Executivo e o Poder Judiciário da República


Portuguesa
Introdução
Esta investigação foi feita de acordo aos termos utilizados na estrutura do sistema político da
República Portuguesa, sejam elas para conhecimento de um sistema diferente ao do Brasil e na Latino
América, onde existe um forte pendor presidencialista nas constituições e em destaque as repúblicas
federais. Portugal, igual com Europa toda, tem um diferenças no sistema de organização política e é
com esta investigação básica que vamos conhecer o Poder Executivo e o Poder Judiciário.

Desenvolvimento
A atual Constituição da República Portuguesa foi escrita em 1976 após a Revolução dos Cravos,
é por causa disto que, no princípio, a sua redação tenha um forte pendor socializante. Embora, depois
de várias revisões teve que se adequar aos novos alinhamentos de acordo com a União Europeia.

Portugal é uma República Constitucional semipresidencialista e segundo sua lei fundamental o


sistema político estabelece a separação e interdependência entre os órgãos de soberania (Art. 111° -
CRP) que juntas conformam a atual estrutura política do país.

Existem quatro órgãos de soberania (Art. 110° - CRP) que são: o Presidente da República, a
Assembleia da República, o Governo e os Tribunais.

Presidente
da República

Conselho de
Estado

O que respeita ao Poder Executivo, são os órgãos de soberania o Presidente da República e o


Governo. Portanto, o Presidente da República representa a República Portuguesa, garante a
independência nacional, a unidade do Estado e o regular funcionamento das instituições
democráticas, também é o Comandante Supremo das Forças Armadas (Art. 120° - CRP). A figura
do Presidente é eleita por sufrágio universal para um mandato de cinco (só reelegível uma vez). O

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Presidente da República possui um órgão político de consulta que é o Conselho de Estado (Art. 141°
- CRP).
Do mesmo modo, o Governo é o órgão da condução política geral do país e o encarregado da
administração pública (Art. 182° - CRP). É constituído pelo Primeiro-Ministro, pelos Ministros e
pelos Secretários e Subsecretários de Estado. Além dessa composição o Governo é chefiado pelo
Primeiro-Ministro que é nomeado pelo Presidente da República, prévio a ser o líder do partido
político mais votado nas eleições legislativas (Art. 187° - CRP). Também contém um órgão colegial
onde tem assento todos os Ministros e é o Conselho de Ministros (Art. 184° - CRP).
Sob a decisão eleitoral do povo, também existem em Portugal as “Autarquias”, são elas os
órgãos executivos a nível local. No presente, existem categorias de autarquias locais: as regiões
administrativas (continental) e as regiões autónomas (ilhas) (Art. 255° - CRP), os municípios e
as freguesias (Art. 236° - CRP).

Primeiro-
Estado Central
Ministro

Governador
Civil Regiões Administrativas
Regional

Presidente de Autarquias
Câmara Municipal Municipios

Junta de Freguesia Freguesias

Por outro lado, o Poder Judicial português, sob o nome de Tribunais, administra a justiça em
nome do povo, defendendo os direitos e interesses do mesmo (Art. 202° - CRP). Ganha destaque já
que é o único órgão de soberania que é independente dos outros e apenas está sujeito às leis (Art.
203° - CRP).
Atualmente, em Portugal existem 4 jurisdições principais:
A Jurisdição Constitucional que contém o Tribunal Constitucional que é o tribunal ao qual compete
especificamente administrar a justiça em matérias de natureza jurídico-constitucional em todos os

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processos sejam eles de qualquer jurisdição onde for evocada inconstitucionalidade (Art. 221° -
CRP).
A Jurisdição dos Tribunais Judiciais, que são os tribunais comuns em matéria cível e criminal
e exercem jurisdição em todas as áreas não atribuídas a outras ordens judiciais. Na primeira instância
pode haver tribunais com competência específica e tribunais especializados para o julgamento de
matérias determinadas (Art. 211° - CRP).

Supremo
Tribunal de Conselho da
Justiça Magistratura
Tribunais de
Relação

Tribunais de Comarca e
de Competência
Alargada

Propriedade Cível
Cível Intelectual

Criminal
Penal Marítimo
Familia e
Tribunais Social Tribunais Menores
Tribunais de
Execução de
de Relação (Laboral) Competência de Comarca
Penas Trabalho
Alargada
Familia e
Instrução Execução
Menores Criminal de Penas

Comércio Concorrência, Comércio


Regulação e
Supervisão

Secções
Secções Secções

A Jurisdição dos Tribunais Administrativos e Fiscais, deles compete as ações e recursos


contencioso que tenham por objeto dirimir os litígios emergentes das relações jurídicas
administrativas e fiscais (Art. 212° - CRP). A cúpula hierárquica é constituída pelo Supremo Tribunal
Administrativo, a seguir continuam as instancias de Tribunais Administrativos Regionais e por último
os Tribunais Locais.

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A Jurisdição Financeira contém o Tribunal de Contas que é o órgão supremo de fiscalização de


legalidade das despesas públicas e de julgamento das contas que a lei mandar a submeter-lhe (Art.
214° - CRP)

Supremo
Tribunal
Administrativo

Tribunais Centrais

Tribunais Administrativos e
Fiscais de Comarca

Até o ano 2003 também existiam em Portugal os Tribunais Militares, que foram suprimidos e
agora são parte da Jurisdição Comum, embora podem ter validação em estado de guerra (Art. 213° -
CRP).
Por sua vez, o Conselho Superior da Magistratura é presidido pelo Presidente do Supremo
Tribunal de Justiça. A lei poderá prever que do Conselho Superior da Magistratura façam parte
funcionários de justiça, eleitos pelos seus pares, com intervenção restrita à discussão e votação das
matérias relativas à apreciação do mérito profissional e ao exercício da função disciplinar sobre os
funcionários de justiça, as regras sobre garantias dos juízes são aplicáveis a todos os vogais do
Conselho Superior da Magistratura (Art. 218°- CRP).
Os tribunais administrativos e o Ministério Público possuem seus Conselhos Superiores.
O Ministério Público de Portugal tem como competência representar o Estado e defender os
interesses que a lei determinar, bem como, participar na execução da política criminal definida pelos
órgãos de soberania, exercer a ação penal orientada pelo princípio da legalidade e defender a
legalidade democrática (Art. 219°- CRP) e é representado pelo Procurador Geral da República em
coordenação com o Supremo Tribunal de Justiça, o Tribunal Constitucional, o Supremo Tribunal
Administrativo, ao Tribunal de Contas.

Procuradoria
Geral da
República

Procuradoria
Gerais Distritais

Procuradorias da
República
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Bibliografia
- Constituição da República Portuguesa (7° revisão – 2005).
- https://tribunais.org.pt/Os-Tribunais/Judicial
- Lei 56/91 – Quadro das regiões administrativas.
- https://comarcas.tribunais.org.pt/comarcas/
- https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI119223,21048-O+Judiciario+em+Portugal
- Wikipedia: sistema político português.

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