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O arsénio, o antimónio e o bismuto não são tão abundantes. As fontes principais são os seus
sulfuretos, que ocorrem em quantidades traço em outros minerais. São bem conhecidos o arsénio
e o antimónio por serem obtidos como subprodutos na metalurgia quando se procede a fusão de
sulfuretos e de outros metais. Os compostos de As e Sb são altamente venenosos. O moscóvio,
Mc, é radioactivo.
Como no grupo VIA, há uma transição clara do carácter não-metálico para metálico quando se
percorre a família de cima para baixo. Quimicamente, nitrogénio e fósforo são não-metais; seus
hidroxicompostos são ácidos. Arsénio e antimónio são mais bem classificados como metalóides
e seus hidróxidos são anfóteros. O bismuto é predominantemente metálico, formando hidróxidos
básicos.
Quanto a reactividade dos elementos deste grupo, o nitrogénio é bastante inerte e por isso
acumulou-se em tão grandes quantidades na atmosfera. O fósforo branco se inflama quando
exposto ao ar, formando P4O10. Para impedir essa reacção, ele é armazenado sob água. O fósforo
vermelho é estável ao ar à temperatura ambiente, embora reaja quando aquecido. O arsénio é
estável em ar seco, mas perde o brilho em ar húmido, assumindo inicialmente uma cor bronze e
depois preta. Quando aquecido no ar o arsénio sublima a 615 oC, formando As4O6 e não As4O10.
Elementos N P As Sb Bi Mc
Legenda: S – sublima-se
Os elementos deste grupo têm cinco electrões na sua camada de valência, o que faz com que o
seu estado de oxidação máximo seja (+5). A tendência do par de electrões s permanecer inerte
(efeito do par inerte) cresce com o crescimento do número atómico. Desta forma o átomo pode
usar os três p electrões, exibindo trivalência e nox (+3). Isto ocorre principalmente com o
bismuto.
O nitrogénio apresenta-se em vários estados de oxidação, desde (-3) à (+5). Por exemplo: (-3) em
NH3; (-2) em N2H4; (-1) em NH2OH; (0) em N2; (+1) em N2O; (+2) em NO; (+3) em HNO2; (+4)
em NO2; e (+5) em HNO3.
Propriedades do nitrogénio
6Li + N2 → 2Li3N
3M + N2 → M3N2
Nessas reacções, o átomo de nitrogénio ganha três electrões, formando o ião nitreto, N3-. A
formação deste anião consome cerca de 22 eV. Por isso, os nitretos são formados por metais com
baixa energia de ionização e elevada energia de rede.
Os nitretos são compostos binários que contém nitrogénio como elemento mais electronegativo.
Reagem com água por dupla troca, produzindo amoníaco e um hidróxido.
Amoníaco
O amoníaco, NH3, é um gás incolor com forte odor desagradável e irritante. É venenoso.
Dissolve-se muito bem em água, com libertação de calor. Em solução aquosa designa-se
amónia, e encontra-se, historicamente, na forma de NH4OH, uma base fraca. As evidências
indicam que moléculas discretas de NH4OH não existem mesmo em solução. O sistema é
evidentemente muito complexo, envolvendo intercâmbios protónicos entre as seguintes espécies
hidratadas: NH3, NH4+, H2O, OH– e H+.
O amoníaco arde em atmosfera de oxigénio exibindo uma chama amarela pálida:
Esta reacção também ocorre com o ar atmosférico, mas o calor de reacção não é suficiente para
manter a combustão, a menos que se forneça calor.
Industrialmente, o amoníaco é produzido a partir dos seus elementos, pelo processo Haber-
Bosch.
No laboratório, a preparação do amoníaco é feita por aquecimento de sais de amónio com soda
cáustica. Essa reacção também tem sido usada para identificar amónio nos seus compostos.
O amoníaco produzido é detectado pelo cheiro ou pela reacção com o papel indicador de
tornesol. É usado como fertilizante e na produção de outros compostos nitrogenados como a
hidrazina e a hidroxilamina.
A hidrazina, N2H4, é um líquido covalente, que forma fumos ao ar. Tem o mesmo cheiro que o
amoníaco. A hidrazina pura arde ao ar com libertação de grande quantidade de calor.
N2H4 + O2 → N2 + 2H2O
Por isso é usada como combustível para foguetões, naves e em mísseis, mas na forma de metil-
derivados misturados com N2O4. É uma base fraca produzida a partir do amoníaco, em duas
etapas (Processo Raschig):
Hidroxilamina
A hidroxilamina também é uma base fraca, porém mais fraca que a amónia e a hidrazina.
Quando aquecida explode. É habitualmente manuseada em soluções aquosas ou na forma de seus
sais, pois estes são mais estáveis. Tanto a hidroxilamina, como os seus sais são muito venenosos.
Óxidos de nitrogénio
O nitrogénio forma vários óxidos nos quais o seu estado de oxidação varia de (+1) a (+5): N 2O;
NO; N2O3; NO2; N2O4; e N2O5.
O óxido de diazoto, N2O, também conhecido como óxido nitroso, é um gás estável, não tóxico,
usado como anestésico. É considerado um gás hilariante, pois quantidades pequenas deste gás
O monóxido de azoto, NO, também designado óxido nítrico, é um gás incolor, pouco solúvel em
água. É um intermediário na síntese do HNO3. Forma, com iões de metais de transição,
compostos complexos chamados nitrosilos. O monóxido de nitrogénio é formado nos motores
dos automóveis e dos aviões a jacto. Contribui substancialmente para a poluição da camada
baixa da atmosfera. Na camada superior da atmosfera pode destruir a camada de ozono:
NO + O3 → NO2 + O2
NO2 + O3 → NO + 2O2
Como se pode ver, nestas reacções, o monóxido de nitrogénio actua como catalisador. Por isso,
cada molécula desse gás pode reagir várias vezes, destruindo muitas moléculas de ozono.
No laboratório, este gás é preparado pela redução de HNO3 diluído com cobre, ou pela redução
de HNO2 com I-:
O trióxido de diazoto, N2O3, só pode ser obtido a baixas temperaturas pela condensação de
quantidades equimolares de NO e NO2, ou pela reacção de NO com uma quantidade apropriada
de O2. É um líquido ou sólido azul que se decompõe a - 30oC. É um óxido ácido, sendo anidrido
de ácido nitroso, HNO2, e forma nitritos quando reage com álcalis.
NO + NO2 → N2O3
4NO + O2 → 2N2O3
O dióxido de azoto, NO2, é um gás vermelho-acastanhado muito tóxico. Quando condensa sua
cor torna-se mais clara como resultado da dimerização em tetróxido de diazoto, N2O4. Esse
O N2O4 é um anidrido misto, porque reage com água formando uma mistura de ácido nítrico e
nitroso:
Oxiácidos de nitrogénio
O ácido nitroso, HNO2, é um ácido fraco instável, excepto em soluções diluídas. Pode
autoreduzir-se a N2O ou NO, mas é um oxidante fraco. Pode ser facilmente obtido acidificando-
se a solução de um nitrito.
O ácido nítrico, HNO3, é um líquido incolor. É o mais importante dos ácidos de nitrogénio.
2NO + O2 → 2NO2
Quando exposto a luz, o ácido nítrico torna-se acastanhado devido a ligeira decomposição que
sofre, produzindo dióxido de azoto:
É um oxidante bastante forte. Oxida todos os metais, excepto o ouro, a platina, o irídio e o ródio,
contudo, somente o magnésio, o manganês e o zinco libertam hidrogénio nessas reacções com o
ácido nítrico, mas quando as soluções deste ácido são bastante diluídas. Os restantes metais
fazem o ácido nítrico libertar NO2, se for concentrado, e NO, se for diluído, para além de formar
sais nitratos desses metais e água.
Os metais que não são oxidados pelo ácido nítrico, como o ouro, dissolvem-se numa mistura 1
volume de HNO3 e 3 – 4 volumes de HCl, conhecida por água régia. O poder de dissolução
excepcional desta mistura deve-se a habilidade dos iões cloreto em formar complexos.
O ácido nítrico concentrado também oxida os ametais libertando NO2, enquanto o ácido diluído
liberta NO. Nos dois casos, produzem-se ácidos em que esses ametais apresentam o nox
máximo.
Ciclo de Nitrogénio
Alotropia do fósforo
Obtenção do Fósforo
O fósforo é obtido pela redução de fosfato de cálcio com C, num forno eléctrico a 1400 – 1500
o
C. Adiciona-se areia (SiO2) à mistura para remover o cálcio como uma escória fluída (silicato de
cálcio), que se separa do fósforo na forma de P4O10. A seguir o C é utilizado para reduzir P4O10 a
fósforo elementar.
O fósforo, o arsénio, o antimónio e o bismuto formam todos hidretos voláteis com a fórmula
EH3, que são todos venenosos, com cheiro forte. De PH3 a BiH3, cresce o grau de dificuldade na
preparação dos hidretos, pois a sua estabilidade decresce. Também decresce a facilidade de
substituição do átomo de hidrogénio por outros átomos, como o cloro. Na mesma ordem, diminui
a capacidade dos hidretos EH3 actuarem como dadores de electrões, usando o par não
compartilhado para formar ligações coordenadas.
A fosfina, PH3, é um gás incolor extremamente tóxico que tem um cheiro a alho. É altamente
reactivo. É menos solúvel em água que o NH3. A fosfina pura é estável ao ar, mas quando é
aquecida até cerca de 150oC arde, produzindo H3PO4. Frequentemente, a fosfina é acompanhada
de alguns traços de difosfina o que faz com que pegue fogo espontaneamente. Analogamente ao
NH3, pode funcionar como ligante na química de coordenação.
Os trióxidos de fósforo, arsénio e antimónio são diméricos. Têm uma estrutura tetraédrica
similar. Podem ser obtidos queimando directamente os elementos no ar ou em atmosfera de
oxigénio. A mistura de óxidos pode ser separada por destilação. Bi2O3 é iónico, não forma
dímeros. O trióxido de fósforo é ácido, o de arsénio e o de antimónio são anfotéricos, enquanto
que o de bismuto é básico.
Industrialmente, grande parte do fósforo branco reage directamente com o oxigénio, formando
pentóxido de fósforo, P4O10. É o óxido de fósforo mais importante e comum. Como se vê a partir
da sua fórmula molécular, este óxido é dimérico. Usa-se como agente exsicante. Hidroliza-se
fortemente formando H3PO4.
O arsénio e o antimónio têm pouca tendência de formar óxidos superiores. O óxido superior de
arsénio, As4O10, é insolúvel em água, e assim, o seu ácido não é conhecido. O bismuto não forma
pentóxidos.
Oxiácidos de fósforo
P4 + 5O2 → P4O10
O H3PO4 também pode ser obtido pela acção do HNO3 concentrado sobre P: