Você está na página 1de 13

1

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC


CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS
ENGENHARIA CIVIL

MATHEUS DE MORAIS BERSAGHI

REAPROVEITAMENTO DA ÁGUA DA CHUVA EM COMPLEXOS ESPORTIVOS

JOINVILLE
2017
2

MATHEUS DE MORAIS BERSAGHI

REAPROVEITAMENTO DA ÁGUA DA CHUVA EM COMPLEXOS ESPORTIVOS

Projeto de pesquisa apresentado na disciplina de


Metodologia da Pesquisa, no Curso de Engenharia
Civil da Universidade do Estado de Santa Catarina.

Professora: Ma. Myrrena Inácio

JOINVILLE
2017
3

SUMÁRIO:

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................04
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA............................................................................05
1.2 JUSTIFICATIVA...............................................................................................06
1.3 OBJETIVOS.....................................................................................................07
1.3.1 Objetivo Geral..................................................................................................07
1.3.2 Objetivos Específicos.......................................................................................07
2 REVISÃO DE LITERATUTA............................................................................08
3 METODOLOGIA..............................................................................................10
3.1 CLASSIFICAÇÃO E TIPOLOGIA DA PESQUISA...........................................10
3.2 UNIVERSO DA PESQUISA.............................................................................10
3.3 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS....................................................10
REFERÊNCIAS..........................................................................................................12
4

1 INTRODUÇÃO

Hoje, sem dúvida o homem está buscando um ideal de vida sustentável, seja
no âmbito pessoal ou profissional, grande exemplo é a empresa Natura, que segundo
seu vice-presidente de desenvolvimento organizacional e sustentabilidade Marcelo
Cardoso, em entrevista no RIO+20 na cobertura do site g1 da Rede Globo, a empresa
na época já havia investido mais de 150 milhões de reais na Amazônia, e segundo
ele: “A nossa ambição é estar, em 10 anos, com 10 mil famílias e um investimento de
mais de R$ 1 bilhão na região”, se referindo ao projeto da empresa na Amazônia para
a extração de matérias-primas e ativos utilizados na produção de cosméticos de forma
sustentável e em parceria com as comunidades locais, fomentando a economia e
incentivando a sustentabilidade.
No esporte não poderia ser diferente e principalmente no Brasil que ficou no
centro das atenções no cenário esportivo por sediar a Copa do Mundo e Olimpíadas
em 2014 e 2016 respectivamente. Com um investimento de mais de 8 bilhões de reais,
dado divulgado pelo portal do jornal Estadão, e com certeza uma das pautas de
destinação dessas verbas, inclusive como exigência da FIFA, era a sustentabilidade
e dentro desse assunto a reutilização da agua da chuva era uma das preocupações
dos engenheiros, pois, complexos que receberam e receberão milhares de pessoas
demandam uma grande quantidade de agua, e um elemento que está cada vez mais
escasso merece uma preocupação especial.
Dentro desse aspecto, principalmente os estádios da Copa do Mundo tiveram
em seus projetos de infraestrutura uma importância para a reutilização da agua da
chuva, podemos perceber isso que a maioria dos estádios da copa tem certificação
LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), que é aquela que certifica
os empreendimentos que tiveram excelencia em sustentabilidade no seu projeto.
Exemplo disso é o estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão, que esta
localizado em Belo Horizonte, é uma das referências de construção sustentavel na
copa, principalmente na utilização da agua da chuva, com 57 pontos na certificação
LEED, segundo dados do Governo do Estado de Minas Gerais, assim possuindo uma
certificação Silver, e possuindo um sistema que capta agua pelo teto e este conduz a
agua até canos que levam-na até reservatórios subterrâneos.
Em suma, com essa breve introdução, nosso objetivo de estudo é como os
grandes complexos esportivos utilizam a agua da chuva em seu funcionamento, como
5

foi feito o projeto para adaptar a captação pluvial nesses complexos e qual os
benefícios e as dificuldades da implementação desse artificio nesses grandes projetos
da construção civil. Além disso nosso foco é explicar e desmistificar as dificuldades
de um ideal sustentável, explicar como funciona a certificação LEED e principalmente
incentivar a captação da agua da chuva, pois se foi utilizado em grandes complexos
em obras de grande porte, a utilização nas casas e no dia a dia das pessoas não é
um sonho, mas sim uma possibilidade.

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA

A agua é, sem dúvida, o recurso natural mais importante para a vida humana.
O homem utiliza a agua para seu próprio consumo, higiene, lazer, irrigação,
geração de energia, processos industriais, entre outros usos. Apesar de ser
considerada um recurso renovável, a agua de qualidade se tornou escassa
em vários lugares do mundo, sendo, inclusive, motivo de conflitos em
algumas regiões. (HAGEMANN,2009)

Dentro dessa escassez eminente desse recurso vital, grandes eventos,


principalmente de cunho esportivo ou artístico, demandam em um curto espaço de
tempo, uma grande quantidade de agua, que poderia ser utilizada em outras situações
de importância muito maior, como na agricultura, indústria ou até mesmo para a
sobrevivência de pessoas em áreas carentes.
Com uma crescente na economia brasileira, o país atraiu inúmeros eventos,
como a Copa do Mundo, as Olimpíadas, além de edições do Rock in Rio e
Lollapalooza nos últimos 5 anos, o que trouxe uma preocupação em conciliar a
demanda de recursos naturais, principalmente da agua, com a sustentabilidade. Com
isso, as arenas construídas para a copa e o parque olímpico tiveram um “viés verde”
na sua construção, e um desses recursos utilizados para nascer esse “viés verde” foi
a captação da agua da chuva nesses grandes complexos.
“Nesta época em que se ressalta a necessidade da conservação da água, é
preciso buscar medidas e soluções sustentáveis que venham contribuir com o uso
racional da água. Entre essas soluções sustentáveis, destacam-se as técnicas de
aproveitamento de água pluvial. ” (MARINOSKI, p.29,2007)
6

Com isso, a dificuldade em implantar esse sistema de captação em obras dessa


magnitude foi um desafio imenso, pois aliar sustentabilidade, eficiência e baixo custo
é um assunto extremamente complexo dentro de qualquer obra, assim essas
perguntas surgiram durante a pesquisa:

1. Quais as formas de implementação de um sistema de reaproveitamento de


água da chuva?
2. Como deve ser feita a manutenção do sistema de captação da água da chuva?
3. Quais são os benefícios econômicos gerados para o complexo esportivo, com
a implantação de um sistema de reaproveitamento da água da chuva?

1.2 JUSTIFICATIVA

O reaproveitamento da água da chuva se mostra uma alternativa viável para


diminuir a escassez de água, por diminuir o consumo de água potável, além de
diminuir gastos financeiros e reduzir o risco de enchentes, sendo assim uma solução
para evitar a falta de água, em determinadas regiões. (MAY, 2004)
O Brasil, desde 2007, quando foi anunciado como sede da Copa do Mundo de
2014 pela FIFA e principalmente em 2009 quando foi anunciado pelo COI como sede
das Olimpíadas de 2016, ficou no centro das atenções do cenário esportivo mundial e
com isso o investimento econômico, principalmente de capital estrangeiro, chegou
massivamente no país. Com isso a construção de sedes para sediar esses eventos
começaram a ser discutidas, as inúmeras exigências que esses complexos deveriam
atender chamaram a atenção e dentre essas inúmeras exigências, a sustentabilidade
estava no topo dessa lista imensa.
Hoje, após a realização dessas duas competições, pode-se observar que a
pauta de sustentabilidade foi executada com uma eficiência excelente, pois inúmeras
sedes possuem certificação LEED, a mais importante no quesito sustentabilidade, e
são auto sustentáveis, gerando assim uma economia imensa em vários recursos e
principalmente a agua que é o recurso natural mais importante do planeta.
7

1.3 OBJETIVOS

O projeto de pesquisa está de divido em objetivo geral e objetivos específicos.

1.3.1 Objetivo Geral

Analisar a viabilidade e a eficiência da implantação de sistemas de captação


da água da chuva em complexos esportivos

1.3.2 Objetivos Específicos

1. Constatar os benefícios ambientais e socioeconômicos provenientes da


reutilização da água da chuva em complexos esportivos.

2. Verificar os obstáculos encontrados durante a implantação de um sistema


de reaproveitamento da água da chuva em complexos esportivos.

3. Analisar os resultados em complexos esportivos nos quais foram


implementados sistemas de captação da água da chuva.
8

2 REVISÃO DE LITERATURA

A água com o passar do tempo vem se tornando um dos recursos naturais mais
escassos, principalmente nas regiões de baixa disponibilidade, nos âmbitos industriais
e agrícolas. Essa escassez induz a procura por alternativas, sendo que uma delas é
o reaproveitamento da água da chuva, que demanda uma análise técnica e econômica
(FURGHESTTI, 2011).
O crescimento demográfico juntamente com avanço tecnológico são
responsáveis por ampliar a demanda de água e por intensificarem as atividades
humanas. Como consequência disso, há hoje uma menor disponibilidade de recursos
hídricos, os quais às vezes se encontram em condições impróprias para uso. Tendo
isso em vista, o reaproveitamento da água é uma forma de aumentar a sua
disponibilidade ao reduzir o desperdício. (COUTO, 2012).
O índice de perdas da Companhia de Saneamento Básico de São Paulo,
empresa que opera em 366 municípios em todo o Estado de São Paulo, atualmente
está em 33%; sendo 15% físicas e 18% comerciais. Este índice representa nove mil
litros de água perdidos em um único segundo. Porém, estes valores estão próximos
da medição feita por países de Primeiro Mundo, como o Canadá, que perde 14% de
água, a Inglaterra 17,3% do total produzido. Em Tóquio, o índice é de apenas 8,4%,
pois as tubulações são feitas de aço inoxidável em função de problemas com
terremotos (SABESP, 2007). De acordo com Marinoski (2007, p. 21),

diversas ações são necessárias para a redução do consumo de água, como


detecção e reparo de vazamentos, campanhas educativas, troca de
equipamentos convencionais por equipamentos economizadores de água e
estudos para aproveitamento de água pluvial e reuso de águas cinzas.

Sobre o sistema de aproveitamento da água da chuva, Santo et al. (2007)


argumentam que:
uma medida não convencional de conservação de água, que vem sendo
utilizado em países desenvolvidos, como Estados Unidos, Japão e Alemanha,
onde este tipo de sistema representa um mecanismo eficiente. Em algumas
cidades do nordeste brasileiro utilizam-se o sistema como fonte de
suprimento de água, devido à escassez sofrida na maior parte do ano.
9

Em muitos países, o armazenamento da água da chuva inicialmente objetivou


o controle de cheias e inundações, bem como a mitigação da falta de um
abastecimento regular de água; e posteriormente seu uso se estendeu para os mais
diversos fins (WEIERBACHER, 2008).
O uso de sistemas de coleta e aproveitamento de águas pluviais propicia, além
de benefícios de conservação de água e de educação ambiental, a redução do
escoamento superficial e a consequente redução da carga nos sistemas urbanos de
coleta de águas pluviais e o amortecimento dos picos de enchentes, contribuindo para
a redução de inundações (SINDUSCON-SP, 2005).
May e Prado (2004) apontam que um dos grandes problemas encontrados para
a implantação do sistema de coleta e aproveitamento de água da chuva é determinar
o volume do reservatório de acumulação. Afirma que o dimensionamento de calhas e
condutores também se enquadra nessa situação. A estrutura para condução da água
até os reservatórios tem que suportar a capacidade de água que é passível de ser
acumulada em uma determinada chuva.
Tomaz (2011) afirma que, em complexos onde existe uma grande área de
telhado, os reservatórios para armazenamento da água pluvial podem ter dupla
funcionalidade: a função primária armazenar e a de evitar enchentes nas suas
proximidades.
O tratamento da água pluvial depende da qualidade da água coletada e de seu
uso final. A coleta de água para fins não potáveis não requer grandes cuidados de
purificação, embora certo grau de filtragem, muitas vezes, seja necessário. Para um
tratamento simples, podem-se usar processos de sedimentação natural, filtração
simples e cloração. Em caso de uso da água de chuva para consumo humano, é
recomendado utilizar tratamentos mais complexos, como desinfecção por ultravioleta
ou osmose reversa (MAY; PRADO, 2004).
10

3. METODOLOGIA

Considerando os objetivos propostos, esta pesquisa adotará o seguinte


desenho metodológico.

3.1 CLASSIFICAÇÃO E TIPOLOGIA DA PESQUISA

A pesquisa será quanti-qualitativa, pois serão analisados e utilizados dados


numéricos para se determinar a eficiência de determinados mecanismos de captação
e reaproveitamento de água de origem pluvial, como também dados estatísticos de
complexos esportivos nos quais foram implantados sistemas de reaproveitamento da
água da chuva. Além disso, serão utilizados argumentos teóricos para demonstrar a
importância do reaproveitamento da água e formas de serem construídos sistemas de
captação de água da chuva.
A pesquisa será dedutiva, pois serão analisados casos gerais, para se verificar
a possibilidade de implementação de sistemas de reaproveitamento da água da
chuva, em situações específicas que precisarão de diferentes requisitos para serem
viáveis.

3.2 UNIVERSO DA PESQUISA

A pesquisa será direcionada a complexos esportivos em que não foram


implantados sistemas de reaproveitamento de água de origem pluvial, focando em
verificar a possibilidade de implantação em complexos com diferentes portes e
capacidades de lotação.

3.3 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS


11

Para a pesquisa bibliográfica serão utilizados dados secundário, provenientes


de artigos científicos, periódicos, teses de conclusão de cursos, os quais já receberam
o devido tratamento. Para a pesquisa documental serão utilizados dados primários,
como índices pluviométricos e outros dados estatísticos que não foram tratados,
através da formulação de tabelas e gráficos.
12

REFERÊNCIAS:
 http://anadreyer.blogspot.com.br/2009/01/o-que-leed.html
 http://esportes.estadao.com.br/noticias/futebol,custo-das-obras-dos-
estadios-da-copa-do-mundo-salta-263-em-seis-anos,1140010
 http://www.copa2014.gov.br/pt-br/sedes
 http://www.copa2014.gov.br/sites/default/files/publicas/sobre-a-
copa/camaras-tematicas/1-oficina-de-certificacao-e-gestao-sustentavel-
das-arenas-copa-do-mundo-fifa-2014/arena-mineirao/ctmas-leed.pdf
 http://g1.globo.com/natureza/rio20/noticia/2012/06/investir-em-
sustentabilidade-da-lucro-diz-executivo-da-natura.html
 http://www.ecodesenvolvimento.org/posts/2012/maio/iniciativas-
sustentaveis-na-construcao-das-arenas
 https://exame.abril.com.br/revista-exame/estadio-seculo-21-518428/
 COUTO, Vanessa Bacca. Projeto de aproveitamento da água da
chuva para o ginásio de esportes da Universidade do Estado de
Santa Catarina (UDESC) em Joinville. 2012. 205 f. TCC (Graduação)-
Universidade do Estado de Santa Catarina, Engenharia Civil, 2012
Disponível em: http://www.pergamumweb.udesc.br/dados-
bu/000000/000000000017/00001738.pdf
 MAY, Simone. Estudo da viabilidade do aproveitamento de água de
chuva para consumo não potável em edificações. 2005.
Dissertação (Mestrado) – Escola Politécnica da Universidade de São
Paulo, São Paulo, 2004.
 TOMAZ, Plínio. Água de Chuva. 4. Ed. São Paulo: Navegar Editora,
2011.
 MARINOSKI, Ana Kelly, APROVEITAMENTO DE ÁGUA PLUVIAL
PARA FINS NÃO POTÁVEIS EM INSTITUIÇÃO DE ENSINO: ESTUDO
DE CASO EM FLORIANÓPOLIS – SC.207.118f. TCC (Graduação)-
Universidade Federal de Santa Catarina, Engenharia Civil,2007.
 HAGEMANN, S. P. Avaliação da qualidade da água da chuva e da
viabilidade de sua captação e uso. 2009. 140 p. Dissertação
(Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade Federal de Santa
Maria, Santa Maria. 2009
13

 FURGHESTTI, Karoline Farias. REAPROVEITAMENTO DA ÁGUA DA


CHUVA PARA FINS NÃO POTÁVEIS NO CENTRO DE ENSINO
BOMBEIRO MILITAR DE SANTA CATARINA.2011. 13 f.

 WEIERBECHER, Leonardo. ESTUDO DE CAPTAÇÃO E


APROVEITAMENTO DE ÁGUA DA CHUVA NA INDÚSTRIA
MOVELEIRA BENTO MÓVEIS DE ALVORADA – RS. 2008. 69 f, TTC.
UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL - ULBRA ÁREA DE
TECNOLOGIA E COMPUTAÇÃO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Você também pode gostar