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All content following this page was uploaded by Maria Cristina de Senzi Zancul on 02 June 2016.
Editoração eletrônica
Eron Pedroso Januskeivictz
Arte da capa
Alexandre Aparecido Fachinette
Normalização
Ana Cristina Jorge
(CRB 8/5036)
CINEMA E EDUCAÇÃO:
ALGUMAS LEITURAS
POSSÍVEIS
Rod. Araraquara-Jaú, km 1
14800-901 – Araraquara – SP
Tel.: (16) 3334-6275
E-mail: laboratorioeditorial@fclar.unesp.br
Site: http://www.fclar.unesp.br/laboratorioeditorial
&LQHPDHHGXFDomRDOJXPDVOHLWXUDVSRVVtYHLV0DULD&ULVWLQDGH6HQ]L
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SUMÁRIO
Apresentação
Maria Cristina de Senzi Zancul, Denis Domeneghetti Badia e
Alessandra Aparecida Viveiro������������������������������������������������������������� 7
5
Valentin e Leon e o protagonismo infantil à luz de Walter Benjamin:
considerações para se pensar infâncias possíveis no cinema
Claudia Ximenez Alves��������������������������������������������������������������������� 111
6
APRESENTAÇÃO
7
A ordenação dos capítulos é somente a forma de organização que
escolhemos, pois os textos se referem a temas diversos e têm propostas
diferentes. Sendo assim, entendemos que o leitor poderá ler o capítulo
que quiser, no momento que quiser.
Esperamos que a leitura possa contribuir para a reflexão sobre o
potencial do cinema na atribuição de sentidos a temas da atualidade e
inspirar novas possibilidades.
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PARA ALÉM DAS PALAVRAS
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Para além das palavras
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José Pedro Antunes
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Para além das palavras
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FICÇÃO CIENTÍFICA,
CIÊNCIA E EDUCAÇÃO:
AUDACIOSAMENTE INDO ONDE
NINGUÉM JAMAIS ESTEVE
Jornada nas Estrelas ou Star Trek, no original em inglês, foi uma série
de televisão produzida nos Estados Unidos com 79 episódios, divididos
Transcrição da fala, em off, da abertura dos episódios exibidos no Brasil, a partir da versão da
1
dublagem original. Vale lembrar que, posteriormente, com as novas séries derivadas, a frase
de abertura foi atualizada, substituindo a palavra “homem” por “ninguém”, num movimento,
aparentemente movido pelo “politicamente correto”.
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Ficção científica, ciência e educação: audaciosamente indo onde ninguém jamais esteve
2
Nasceu em 1921 e faleceu em 1991. Trabalhou como policial na cidade de Los Angeles –
Califórnia, EUA; fez curso para piloto, mas não seguiu carreira. Após a Segunda Guerra
Mundial, voltou a trabalhar como policial até tornar-se roteirista e produtor de séries televi-
sivas. Após sua morte, foi cremado e teve suas cinzas lançadas no espaço.
3
Nichelle Nichols foi a intérprete da tenente Uhura, uma das personagens principais da série.
Representou, oficialmente, a primeira mulher negra, afrodescendente, a assumir um papel de
destaque na cultura televisiva norte-americana, além de ter protagonizado, na mesma série, o
primeiro beijo inter-racial da televisão ao lado do capitão Kirk.
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Alexandre Harlei Ferrari
Talvez a assim chamada enciclopédia livre Wikipédia – referência eletrônica aqui indicada –
4
não seja a melhor fonte de consultas para capítulos como este, porém, como no caso o mote
para o tema em discussão é uma reconhecida série televisiva norte-americana de sucesso mun-
dial, cujas informações são dispersas e cheias de folclore e mitos, vemos na página do assunto
Star Trek da enciclopédia uma fonte de informações com certa credibilidade.
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Ficção científica, ciência e educação: audaciosamente indo onde ninguém jamais esteve
Procura de Spock, 1984; Jornada nas Estrelas IV: A Volta Para a Terra,
1986; Jornada nas Estrelas V: A Última Fronteira, 1989; e Jornada nas
Estrelas VI: A Terra Desconhecida, 1991.
Com o sucesso da franquia no cinema, uma nova série televisiva foi
produzida e, embora baseada no contexto original, um novo elenco foi
lançado, porém, sem o mesmo charme, carisma e empatia do anterior.
Concebida como Star Trek – The Next Generation, 1987-1994, a série
rendeu ainda outros quatro filmes para o cinema (1994, 1996, 1998
e 2002).
Recentemente, em 2009 e 2013, com o intuito de recontar a his-
tória, sem as amarras já estabelecidas pelas séries e filmes anteriores,
dando fôlego a uma possível nova franquia com base na estrutura ini-
cial, foram lançados mundialmente os longas-metragens Star Trek (o
décimo primeiro filme), que teve grande sucesso de público/bilheteria
e crítica; e Star Trek – Além da Escuridão, com a mesma repercussão e
êxito do anterior.
Outra característica do sucesso que veio com o reconhecimento
internacional da obra foi que Star Trek conseguiu derivar o argumento
original da história para outras quatro séries de televisão, conhecidas
como Star Trek – The Animated Series, 1973-1974; Star Trek – Deep
Space Nine, 1993-1999; Star Trek – Voyager, 1995-2001; e Star Trek –
Enterprise, 2001-20055.
Ao recuperamos a história desta série de televisão, apresentando
algumas de suas características básicas, nosso objetivo é situar o leitor
no caminho a ser percorrido neste ensaio sobre ficção científica, ciência
e educação.
De fato, apesar de não ser um jovem daquela época e não ter vivido
os anos de 1960 e 1970 tão intensamente como os integrantes de uma
geração particular, pude acompanhar meus irmãos mais velhos nesta
saga, já que eles nasceram em 1960/1961 e cultuaram a série em suas
repetições, no final dos anos de 1970 e ao longo de toda a década de
1980.
Naqueles momentos em que dividíamos a atenção ao assistir os
episódios exibidos pela televisão brasileira, na reprise da série, perce-
5
Para outras referências e informações sobre a série Star Trek indicamos, apesar da controvérsia,
que seja acessada a página da Wikipédia (STAR ..., 2015a), que consideramos como uma fonte
confiável de informação no que tange a este assunto especificamente.
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Ficção científica, ciência e educação: audaciosamente indo onde ninguém jamais esteve
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De fato, nesta questão da não didatização da obra cinematográfica, nossa ressalva cabe a
qualquer outro gênero, que não somente à ficção científica.
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Porém, diante da perspectiva que as múltiplas possibilidades do ensino nos propõem, espe-
cialmente daquelas para além da sala de aula, não menosprezamos o fato de que Jornada nas
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Ficção científica, ciência e educação: audaciosamente indo onde ninguém jamais esteve
Estrelas vá para além da sala de aula, extrapolando o ambiente escolar para o extraclasse, no
qual os alunos poderiam ter acesso ao acervo completo.
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REFERÊNCIAS
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Ficção científica, ciência e educação: audaciosamente indo onde ninguém jamais esteve
STAR trek: the original series. Direção de Joseph Pevney, Marc Daniels e
outros. Interpretes: William Shatner; Leonard Nimoy; DeForest Kelley;
James Doohan; Walter Koenig; George Takei; Nichelle Nichols. New York:
Desilu Productions/Paramount Television, 1966-1969. 3 DVD. Série TV, 79
episódios (50min cada). Exibido originalmente pela NBC Television.
FICHAS TÉCNICAS
FILME
Jornada nas Estrelas: o Filme
Título Original: Star Trek: The Motion Picture
Ano: 1979
Produção: Estúdios Paramount Pictures
País: EUA
Idioma: Inglês (EUA)
Direção: Robert Wise.
Elenco: William Shatner; Leonard Nimoy; DeForest Kelley; James Doohan;
Walter Koenig; George Takei; Nichelle Nichols.
Gênero: Ação, Aventura, Ficção Científica
Duração: 131 minutos
SÉRIE
Jornada nas Estrelas
Título Original: Star Trek – The Original Series (1966 – 1969)
Ano: Lançamento: 8 de setembro de 1966 (encerramento: 3 de junho de
1969), 79 episódios
Produção: Desilu Productions/Paramount Television
País: EUA
Idioma: Inglês (EUA)
Exibição: NBC Television
Diretor: Joseph Pevney; Marc Daniels e outros
Elenco: William Shatner; Leonard Nimoy; DeForest Kelley; James Doohan;
Walter Koenig; George Takei; Nichelle Nichols.
Gênero: Ação, Aventura, Ficção Científica
Duração: 50 minutos (cada episódio)
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A LÍNGUA DAS MARIPOSAS:
CIÊNCIA, IMAGINAÇÃO,
AUTONOMIA E LIBERDADE
Miriam SULEIMAN
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A língua das mariposas: ciência, imaginação, autonomia e liberdade
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Miriam Suleiman
Vocês sabiam que as formigas têm rebanhos de gado que dão leite
e açúcar? Sabiam que algumas aranhas inventaram o submarino
milhares de anos atrás? Vocês sabiam que as mariposas têm lín-
guas? A língua das mariposas é como a tromba de um elefante.
Mas muito mais fina e enrolada como uma mola de relógio. (A
LÍNGUA..., 1999).
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A língua das mariposas: ciência, imaginação, autonomia e liberdade
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— Lembra-se do tilonorrinco?
— Aquele pássaro que dá à namorada uma flor que é linda e muito
cara.
— Exatamente. Uma orquídea. Venha. Seja como um tilonorrinco.
— Mas isto não é uma orquídea.
— Dá na mesma. (A LÍNGUA..., 1999).
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A língua das mariposas: ciência, imaginação, autonomia e liberdade
vras. Como diz Tarkovsky (2002, p.49): “Ao se emocionar com uma
obra-prima, uma pessoa começa a ouvir em si própria aquele mesmo
chamado de verdade que levou o artista a criá-la”. A figura humana do
professor e seu papel na formação do aluno são elementos muito fortes
nesse filme.
Essa talvez seja uma grande lição para refletirmos. Quanta dife-
rença nos fazem as lições de vida que aprendemos com as pessoas
que agem com amor, em nome de um ideal, preocupadas não ape-
nas em transferir conhecimentos, mas em formar e transformar vidas
com seus ensinamentos! Dom Gregório é um exemplo de dedicação
e amor à docência, de crença e de esperança na formação humana.
Acreditando em seus ideais de liberdade, os expressa com atitude
e palavras, conforme se nota em seu discurso, ao se aposentar: “Se
permitirmos que somente uma geração, somente uma geração, cresça
livre na Espanha, então ninguém nunca poderá tomar sua liberdade”
(A LÍNGUA..., 1999).
Segundo Freire (2006, p.41), ensinar exige reconhecer e assumir a
identidade cultural. Segundo o autor:
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A língua das mariposas: ciência, imaginação, autonomia e liberdade
REFERÊNCIAS
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Miriam Suleiman
FICHA TÉCNICA
FILME
A Língua das Mariposas
Título original: La Lengua de las Mariposas
Ano: 1999
Produção: Sogetel – Las Producciones del Escorpión
País: Espanha
Idioma: Espanhol
Direção: José Luis Cuerda
Elenco: Fernando Fernán Gomez, Manuel Lozano, Uxía Blanco, Gonzalo
Uriarte, Alexis de Los Santos, Gullermo Toledo
Gênero: Drama
Duração: 96 minutos
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O DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL E
SONHOS DE KUROSAWA:
ALGUMAS REFLEXÕES
Introdução
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O desenvolvimento sustentável e Sonhos de Kurosawa: algumas reflexões
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United Nations (1987).
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O desenvolvimento sustentável e Sonhos de Kurosawa: algumas reflexões
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Mais de quarenta anos se passaram desde a publicação deste documento; e não raro surgem
referências ao mesmo como Relatório do Clube de Roma ou Relatório Meadows.
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Club de Roma ([1990]).
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Dimensão de
Premissa/ênfase
sustentabilidade
1. Ambiental
Foca a questão dos recursos naturais
(ecológica)
Possibilitada pela alocação e gestão efi-
2. Econômica ciente de recursos e um fluxo regular de
investimentos públicos e privados
3. Social Busca da maior igualdade social possível
Respeita as especificidades dos ecossiste-
4. Cultural
mas, das culturas e dos diferentes locais
5. Espacial
Foca a questão da ocupação territorial
(espaço-territorial)
Fonte: Sachs (1993, p.24-27).
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O desenvolvimento sustentável e Sonhos de Kurosawa: algumas reflexões
nos contentar com as coisas mais simples que a vida já nos oferece,
limitando-nos em satisfazer nossas necessidades em limites razoáveis.
Talvez lá isso fosse possível, por ser uma comunidade distante das influ-
ências e das conveniências perniciosas propostas pela modernidade,
bem como isolada em seu próprio mundo. Um lugar longe da cruel
realidade imposta pelos valores predominantes assumidos por aqueles
tidos como homens civilizados.
Em antinomia, seria imprescindível saber distinguir “necessidade”
de “desejo”. Talvez aí residam os grandes problemas da humanidade, já
que necessidades podem ser saciadas, enquanto desejos são constante-
mente expandidos, sem limites definidos pelo homem. Animais bus-
cam satisfazer suas necessidades, enquanto o ser humano, além destas,
busca satisfazer seus desejos, os quais muitas vezes geram ganância, sede
de poder, busca de posição social. Tais elementos não estão presentes
naquela “Aldeia dos moinhos d’água”.
Na aldeia, seus habitantes buscam estabelecer um modo de vida
prioritariamente para satisfazer as duas primeiras faixas de necessi-
dades da pirâmide de Maslow (fisiológicas e segurança). Quanto à
terceira (sociais), agem com prudência e muita sabedoria, de forma
que as demais (status e autorrealização) seriam satisfeitas de forma
natural, sem colocar em risco a própria sobrevivência deles ou de suas
gerações futuras, algo que poderíamos aprender com eles: o verda-
deiro significado do desenvolvimento sustentável. Lá, jamais haveria
espaço para que a estupidez humana prosperasse, para que os seres
humanos se tornassem ogros. Isso, sobretudo, enquanto eles estiverem
distantes dos efeitos perniciosos provocados pelo que chamamos de
modernidade.
Considerações Finais
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REFERÊNCIAS
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FICHA TÉCNICA
FILME
Sonhos
Título original: Yume/Dreams
Ano: 1990
Produção: Hisao Kurosawa e Mike Y. Inoue
País: Estados Unidos / Japão
Idioma: Japonês
Direção: Akira Kurosawa
Elenco: Akira Terao, Mitsuko Baisho, Toshie Negishi, Mieko Harada,
Mitsunori Isaki, Toshihiko Nakano, Yoshitaka Zushi, Hisashi Igawa, Chosuke
Ikariya, Chishu Ryu, Martin Scorsese.
Gênero: Drama
Duração: 119 minutos.
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ESTRELAS NA TERRA –
TODA CRIANÇA É ESPECIAL
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Estrelas na Terra – toda criança é especial
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Ana Teresa Scanfella
medida que as cenas se sucedem entre detalhes das músicas e suas letras,
dos clipes, ações e expressões dos atores, comportamentos e atitudes.
Desse modo, Taare Zameen Par coloca na tela situações que, para
além de emocionar, conduzem a uma reflexão crítica acerca da realida-
de, sobre questões que necessitam ser repensadas como, por exemplo:
as relações sociais pautadas na concorrência e numa busca por posições
econômicas, a inclusão de pessoas com necessidades educativas especiais
na sociedade e na escola, a formação deficitária dos professores para
avaliar e atender satisfatoriamente crianças com necessidades especiais,
de maneira a incluí-las em salas de aula regulares, entre outras.
Este filme, portanto, não se limita ao puro e simples entreteni-
mento, mas atende a uma função do cinema enquanto crítica social.
Conforme Teixeira e Lopes (2008, p.10), “[...] o cinema deve ser um
meio de explorarmos os problemas mais complexos do nosso tempo
e da nossa existência, expondo e interrogando a realidade, em vez de
obscurecê-la ou de a ela nos submetermos”.
Aamir Khan busca, com sutileza de detalhes, envolver o espectador
na história de maneira que este possa, além de se emocionar, inserir-se
na realidade de um disléxico, sentindo um pouco as angústias por ele
vivenciadas perante as exigências de um mundo baseado na leitura e
escrita.
A cena inicial do filme mostra letras em movimento que se emba-
ralham na tela e a voz de professoras ao fundo, lendo a uma velocidade
cada vez maior. Duas dessas professoras aparecem na tela com um livro
nas mãos e, enquanto leem freneticamente, a imagem ao fundo mostra
mais letras, que se aceleram num ritmo ágil e colorido. Quanto mais
estas letras se agitam, mais aumenta o som característico de uma ambu-
lância, que se aproxima cada vez mais, como num pedido veemente
por socorro.
Essa imagem caracteriza bem o sentimento de um disléxico, perante
a pressão que sofre diante de um professor ou da instituição escolar que
não compreendem seu problema. Todo seu ser grita por socorro, pois,
diante da incompreensão e de formas diversas de coação, se intensificam
as reações provenientes de uma disfunção relacionada a mecanismos
neurológicos.
Após esta introdução plena de significados, que remete ao tema
central da obra, acontece uma pausa brusca e, diante de uma tela negra,
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Estrelas na Terra – toda criança é especial
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Ana Teresa Scanfella
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Estrelas na Terra – toda criança é especial
pressionar cada vez mais o menino. A letra de uma das músicas retrata
esta agitação e cobrança diária:
Para refugiar-se dessas pressões, por parte dos pais e da escola, sua
fértil imaginação lhe permitia mergulhar num mundo só dele, repleto
de desenhos, cores, fantasias e tranquilidade. Um universo seguro sob
as asas de sua criatividade.
A realidade o aprisionava e, diante das incompreensões que sofria,
sua alma gritava por liberdade. A fuga em busca de liberdade e de paz
interior que mais lhe causou satisfação foi também a que lhe acarre-
tou maiores perdas no futuro. Isso aconteceu em um determinado dia,
quando Ishaan decidiu faltar às aulas por não ter feito uma tarefa de
matemática. Ele caminhou aleatoriamente pelas movimentadas ruas da
cidade de Mumbai, observando tudo ao seu redor, com êxtase e entu-
siasmo, enquanto uma sensação de liberdade o preenchia de felicidade e
prazer. Nesse momento, a música que acompanhava as cenas e sua letra
expressa emoções e sentimentos com riquezas de detalhes:
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Ana Teresa Scanfella
Eu nunca contei,
como tenho medo do escuro.
Eu nunca contei,
o quanto me importo com você.
Mas você sabe, não Mãe?
Você sabe de tudo, minha Mãe.
Não me deixe sozinho na multidão,
não encontrarei o caminho de casa.
Não me mande para longe,
para onde você não vai se lembrar de mim.
Eu sou assim tão ruim, Mãe?
Sou tão ruim?
Às vezes quando papai me lança alto pelos ares
meus olhos te procuram,
esperando que você venha me pegar em segurança.
Não conte a ele, mas morro de medo.
Eu não demonstro, mas meu coração se afunda.
Você sabe de tudo, não Mãe?
Você sabe de tudo, minha Mãe. [...].
(COMO ESTRELAS..., 2007).
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Ana Teresa Scanfella
Para concluir...
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Estrelas na Terra – toda criança é especial
REFERÊNCIAS
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Ana Teresa Scanfella
FICHA TÉCNICA
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ONDE VIVEM OS MONSTROS?
DESVENDANDO O
IMAGINÁRIO INFANTIL
Introdução
101
Onde vivem os monstros? Desvendando o imaginário infantil
102
Bruna Cury de Barros
todos parecem estar se divertindo, até que o iglu é destruído por um dos
amigos de Claire. Extremamente magoado e ressentido com a situação,
Max chora e pede silenciosamente, por meio de seu olhar, “ajuda” à
irmã que ignora-o novamente.
Irritado, o menino reage à falta de atenção e cuidado de sua irmã
mais velha. Impulsivamente, Max entra no quarto de Claire e começa
a desarrumar, a molhar e a quebrar objetos pessoais da adolescente.
Claramente abalado e arrependido de sua reação, o menino se recolhe
em seu quarto à espera de sua mãe, a qual, posteriormente, o ajuda a
arrumar novamente o quarto da irmã.
A próxima passagem mostra Max indo à escola. Em sala de aula, o
professor fala sobre o fim do mundo, sobre a não existência mais do
Sol e a morte dos seres vivos. A possível extinção do Sol e daqueles que
habitam a Terra parece o preocupar muito, porém ele não conta o fato
a ninguém.
Voltando para casa, Max constrói uma cabana em seu quarto, chama
sua mãe para ver, mas ela não lhe dá atenção. O menino fica enciumado
com a situação, uma vez que a sua mãe está com um amigo na sala,
um suposto namorado. Vestido com uma fantasia de lobo, ele sobe
em um balcão da cozinha e começa a fazer “birra”. Não entendendo a
estranha atitude do menino, a mãe o tira do balcão e diz que ele está
“descontrolado”. Novamente, num ato de impulsividade, Max a morde,
deixando-a muito brava.
Transtornado com o ocorrido, Max, enfim, foge de casa.
Correndo no meio da rua durante a noite, o menino se depara com
as margens de um mar onde há um barco à vela abandonado. O peque-
no garoto sobe no barco e, após algum tempo remando, desembarca
em uma ilha supostamente deserta.
Chegando à ilha, no entanto, Max começa a observar, de lon-
ge, que existem monstros enormes que moram naquele lugar. Os
seres eram estranhos, alguns tinham pelos, outros penas, uns ain-
da possuíam bicos. Ao todo, sete monstros habitavam aquela ilha.
Posteriormente, Max saberia que estes monstros eram amigos entre
si e que possuíam os seguintes nomes: Carol, Douglas, Judith, KW,
Ira, Toro e Alexander. Max também aprenderia uma grande lição com
estes monstros e perceberia que, afinal de contas, não eram assim tão
estranhos e terríveis.
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Onde vivem os monstros? Desvendando o imaginário infantil
104
Bruna Cury de Barros
deixar todos felizes? Como permitir que uma pessoa nova, a qual não
se conhece muito bem, possa entrar em minha casa?
Olhando para a reação de Carol e relacionando-a com o desenten-
dimento que teve com a sua mãe, Max consegue compreender melhor
os seus medos e desafios. Aos poucos, o menino passa a transpor as
relações estabelecidas entre os monstros àquelas provenientes de sua
casa, compreendendo melhor o seu mundo, a sua realidade, as regras
de convivência e o relacionamento com as pessoas que ama.
A partir dessa compreensão, Max já está pronto para voltar para a
sua casa. Ele, portanto, se despede dos sete monstros, sobe em seu barco
a vela e rema até retornar à realidade novamente.
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Onde vivem os monstros? Desvendando o imaginário infantil
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Bruna Cury de Barros
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Onde vivem os monstros? Desvendando o imaginário infantil
Considerações Finais
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Bruna Cury de Barros
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Onde vivem os monstros? Desvendando o imaginário infantil
REFERÊNCIAS
FICHA TÉCNICA
FILME
Onde vivem os monstros
Título original: Where the wild things are
Ano: 2009
Produção: Gary Goetzman, John B. Carls, Maurice Sendak, Tom
Hanks, Vincent Landay
País: EUA.
Idioma: Inglês
Direção: Spike Jonze.
Elenco: Catherine Keener; Max Records; Pepita Emmerichs; Max
Pfeifer; Madeleine Greaves; Joshua Jay; Ryan Corr.
Gênero: Fantasia/Aventura/Drama.
Duração: 101 minutos.
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VALENTIN E LEON E O
PROTAGONISMO INFANTIL À
LUZ DE WALTER BENJAMIN:
CONSIDERAÇÕES PARA SE PENSAR
INFÂNCIAS POSSÍVEIS NO CINEMA
El cine nos abre los ojos, los coloca a la distancia justa y los
pone em movimiento.1
(LARROSA, 2007, p.115).
Introduzindo o assunto
“O cinema nos abre os olhos, os coloca a uma distância justa e os põe em movimento”
1
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Valentin e Leon e o protagonismo infantil à luz de Walter Benjamin:
considerações para se pensar infâncias possíveis no cinema
2
O filme obteve numerosos prêmios nas modalidades de melhor direção, montagem, ator reve-
lação, música e filme no ano em que foi divulgado comercialmente. Entre eles cito: Holanda
Film Festival, Bezerro de Ouro; Melhor Diretor de Longa-Metragem, 2002; Mar del Plata
Film Festival - Menção Especial de Melhor Filme; Newport International Film Festival: Prêmio
do Público; Melhor Filme, Alejandro Agresti; 2003. Oslo Films do Festival Sul: Prêmio do
Público; Alejandro Agresti, 2003; Film Critics Association Awards Argentino; Melhor Direção
de Arte; Melhor Diretor, Alejandro Agresti; Melhor Edição; Melhor Filme; Melhor Música;
Melhor ator Mirim; Melhor Roteiro Original; 2004. Imagen Foundation Awards, Melhor
Filme, 2004.
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Claudia Ximenez Alves
3
“[...] como um texto que dá visibilidade da Infância como inquietude de formação, como
construção de uma poética própria (de si, subjetiva) e como um (novo) caminho de encontro
consigo mesmo através de uma experiência com o outro” (GUZMÁN, 2008, p.62, tradução
nossa).
4
Além deste, obteve premiações como Melhor Filme Canadense, Melhor Ator no Atlantic
Film Festival, em Halifax; Melhor Filme Canadense, Melhor Diretor no Vancourver Film
Critics Prêmios; Prêmio Deutsche Kinderhilfswerk e Urso de Cristal no Festival Internacional
de Berlim; Melhor Filme Canadense nos Prémios Indie; Melhor Fotografia no Jutra Awards
2009; Prémio Junior em Cannes; Valois Melhor Filme no Festival de Cinema Francófono de
Angoulême, em 2009; Além deles, quatro outros prêmios internacionais, entre outros em Tel
Aviv, Madrid e Belfast.
113
Valentin e Leon e o protagonismo infantil à luz de Walter Benjamin:
considerações para se pensar infâncias possíveis no cinema
114
Claudia Ximenez Alves
Infância no cinema
115
Valentin e Leon e o protagonismo infantil à luz de Walter Benjamin:
considerações para se pensar infâncias possíveis no cinema
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Claudia Ximenez Alves
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considerações para se pensar infâncias possíveis no cinema
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Claudia Ximenez Alves
perde a capacidade de sentir e olhar com sua própria lente infantil, dife-
rente e singular em relação à do adulto. É um menino que não se rende
à solidão nem ao abandono, ou mesmo ao aparente caos suplantado por
sua realidade. Portanto, mesmo sensível às perdas e aos sustos, não se
deixa abater, pois mesmo sua melancolia não o impede de buscar outras
e novas formas de sobrevivência em sua história de vida.
Descobrir-se escritor e organizar um plano para aproximar Letícia
de Rufo para compor uma “nova família”, na trama de Valentin, neste
caso, pode ser associado a Leon se posicionando diante de uma peça de
boliche após descobrir a (também) dor silenciosa de seu irmão, levando-
-nos às palavras de Larrosa (2006, p.72), quando afirma que
[...] olhar para uma criança não é o mesmo que saber o que é uma
criança, não é o mesmo que se identificar com ela. Uma criança é
sempre algo diferente do que projetamos sobre seu rosto [...]. Por
isso, necessitamos de cinema: para que nos ajude a olhar para a
infância em sua alteridade constitutiva, à justa distância.
Considerações Finais
129
Valentin e Leon e o protagonismo infantil à luz de Walter Benjamin:
considerações para se pensar infâncias possíveis no cinema
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Claudia Ximenez Alves
REFERÊNCIAS
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Valentin e Leon e o protagonismo infantil à luz de Walter Benjamin:
considerações para se pensar infâncias possíveis no cinema
FICHAS TÉCNICAS
FILME
Não sou eu, eu juro!
Título Original: C’est Pas Moi, Je le Jure!
Ano: 2008
Produção: Luc Déry e Kim McCraw
País: Canadá
Idioma: Francês
Direção: Philippe Falardeau
Elenco: Antoine L´Ecuyer, Suzanne Clément, Daniel Brière, Catherine
Faucher, Gabriel Maillé.
Gênero: Comédia/Drama
Duração: 105 minutos.
FILME
Valentin
Título Original: Valentin
Ano: 2002
Produção: Julio Fernández, Thierry Forte, Laurens Geels, Massimo Vigliar e
Pablo Wisznia
País: Espanha/Argentina
Idioma: Espanhol
Direção: Alejandro Agresti
Elenco: Julieta Cardinali, Carmen Maura, Jean Pierre Noher, Mex Urtizberea,
Rodrigo Noya, Alejandro Agresti, Carlos Roffé, Lorenzo Quinteros, Stéfano
Di Gregorio
Gênero: Drama
Duração: 86 minutos.
132
MÚSICA DO CORAÇÃO: UMA
METÁFORA PARA O TRABALHO
SENSÍVEL DE UMA PROFESSORA
NA ESCOLA REGULAR A PARTIR
DA EDUCAÇÃO MUSICAL
Caroline RANIRO
Moniele Rocha de SOUZA
Considerações iniciais
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Música do Coração: uma metáfora para o trabalho sensível de uma
professora na escola regular a partir da educação musical
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Caroline Raniro e Moniele Rocha de Souza
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Música do Coração: uma metáfora para o trabalho sensível de uma
professora na escola regular a partir da educação musical
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professora na escola regular a partir da educação musical
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professora na escola regular a partir da educação musical
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Caroline Raniro e Moniele Rocha de Souza
problema nas pernas que a aluna e que, nem por isso, desistiu de tocar.
Desse modo, Roberta incentiva a aluna a ficar em pé e a tocar o instru-
mento, mesmo ela não demonstrando conforto para isso. Usa o discur-
so de que a força para o equilíbrio do corpo primeiro vem de dentro de
nós. Com essa fala, percebe-se que a professora humaniza a aluna, pois
usa elementos motivadores para aperfeiçoar o aprendizado musical da
criança e fazê-la persistir em sua atuação junto ao instrumento.
Há outra cena do filme em que, em uma das aulas, a professora
percebe que alguns alunos não estudaram o violino em casa, eques-
tiona o motivo com uma aluna, de forma repreensiva. A aluna diz
não ter estudado devido à avó ter sido assaltada e morta. O olhar da
professora, na cena em questão, evidencia o ato de humanização entre
professor e aluno: evidencia-se a urgência da flexibilidade do processo
de ensino e aprendizagem, a fez repensar em relação às suas exigências
e sua atenção enquanto professora e, a partir daí, parece que ela passa
a acompanhar de forma mais atenta e sensível essa aluna e os demais.
Ao escutar os alunos, o professor abre espaço para compreender como
o conhecimento deles é construído, assim como suas subjetividades.
Uma escuta sensível possibilita fortalecer vínculos cognitivos, afetivos
e sociais essenciais a toda relação estabelecida entre professor e alunos
(CERQUEIRA, 2006).
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Música do Coração: uma metáfora para o trabalho sensível de uma
professora na escola regular a partir da educação musical
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Caroline Raniro e Moniele Rocha de Souza
143
Música do Coração: uma metáfora para o trabalho sensível de uma
professora na escola regular a partir da educação musical
de Nova Iorque, nos Estados Unidos. Toda a trama do filme foi pen-
sada para este contexto. Na realidade brasileira, a música passa a ser
conteúdo obrigatório nas escolas por meio da Lei 11.769/2008 em
toda Educação Básica; porém, não componente exclusivo do currículo
escolar (BRASIL, 2008). O prazo-limite para implantação desta Lei era
agosto de 2011. Para sanar questões que emergiram da lei, a Câmara de
Educação Básica do Conselho Nacional de Educação aprovou e definiu,
em dezembro de 2013, as Diretrizes Nacionais para a operacionalização
do ensino de Música na Educação Básica. Principais aspectos que o
documento preconiza:
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Caroline Raniro e Moniele Rocha de Souza
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Música do Coração: uma metáfora para o trabalho sensível de uma
professora na escola regular a partir da educação musical
REFERÊNCIAS
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Caroline Raniro e Moniele Rocha de Souza
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Música do Coração: uma metáfora para o trabalho sensível de uma
professora na escola regular a partir da educação musical
FICHA TÉCNICA
FILME
Música do coração
Título Original: The Music of the Heart
Ano: 1999
Produção: Alan Miller, Marianne Maddalena, Stuart M. Besser, Susan Kaplan,
Walter Scheuer
País: EUA
Idioma: Inglês
Direção: Wes Craven.
Elenco: Aidan Quinn, Angela Bassett, Cloris Leachman, Gloria Estefan, Jean
Luke Figueroa, Meryl Streep
Gênero: Drama
Duração: 126 minutos.
148
ACASO E DIVERSIDADE:
APRENDENDO COM AS
DIFERENÇAS A PARTIR
DE UM CONTO CHINÊS
149
Acaso e diversidade: aprendendo com as diferenças a partir de Um conto chinês
150
Maria Cristina de Senzi Zancul e Alessandra Aparecida Viveiro
O que essa história “baseada em fatos reais”, que mais parece uma
fábula, pode nos levar a pensar sobre a comunicação nas relações huma-
nas e, talvez até na escola, de modo particular?
Que analogias podemos fazer, se é que podemos, entre dois adul-
tos, de mundos diferentes, que, por força de circunstâncias, precisam
conviver no mesmo local e as relações que se estabelecem dentro do
espaço escolar?
O sistemático Roberto, envolto em lembranças do passado, leva
uma vida metódica. Mora sozinho e, em sua rotina silenciosa, reproduz
gestos que organizam seu tempo e seu espaço. Levanta e dorme nos
mesmos horários, repete os mesmos rituais, todos os dias, no trabalho
e na vida.
Não dá chances para o imprevisto, nem para um amor ou mesmo
um sorriso. Tem como lazer o estranho hábito de colecionar reporta-
gens sobre fatos que considera bizarros. Incluem-se, aí, desgraças das
mais diversas ordens, ocorridas em todos os cantos do mundo. Em
outros momentos de folga, com o carro estacionado em uma avenida
conhecida de Buenos Aires, observa aviões que chegam e partem no
aeroporto. E, num desses dias, é surpreendido por um chinês, arremes-
151
Acaso e diversidade: aprendendo com as diferenças a partir de Um conto chinês
sado para fora do táxi, após ser roubado. Está machucado, desesperado,
sem dinheiro.
Jun vem em busca de um tio que não vê há tempos. Perdido em
meio à cidade desconhecida, passa a contar com o auxílio de Roberto
na tarefa de localizar o parente. No entanto, Roberto não fala chinês e
Jun não conhece nada de espanhol.
Os dois estabelecem, aos poucos, formas de comunicação para além
da linguagem falada. Gestos, olhares, símbolos. Para Roberto, o caos
se instala pois se vê diante do imprevisto, do novo, que o faz quebrar
todas as suas rotinas e certezas.
Ter alguém em sua casa o obriga a tentar alguma comunicação e um
mínimo grau de relacionamento.
Durante o tempo de convivência, observamos tentativas de Roberto
para se comunicar com Jun. Porém, em certos momentos, embora tente
fazer-se entender, não parece estar preocupado em “escutar” seu hós-
pede.
Algumas cenas são marcantes. Em uma delas, Jun, que passara a
auxiliar Roberto em tarefas da loja e da casa, esbarra e destrói, sem
querer, uma coleção de pequenos bibelôs que o argentino, ano a ano,
comprava para a mãe, já falecida. Uma espécie de mausoléu mantido
por Roberto. De forma simbólica, Jun auxilia Roberto a quebrar amar-
ras que o prendem ao passado.
Uma figura de destaque é Mari. Camponesa, criadora de vacas lei-
teiras e irmã de um vizinho, nutre claramente uma paixão por Roberto,
alimentada por um rápido envolvimento dos dois no passado. O muro
que o portenho estabelece com o mundo exterior, no entanto, parece
impossibilitá-lo de trazer qualquer pessoa para a sua vida. Mas Jun vem
sem autorização e desequilibra a ordem estabelecida.
Jun consegue interagir perfeitamente com Mari, como se fossem
grandes amigos, enquanto Roberto não consegue dialogar e se abrir
nem mesmo para a pessoa que lhe olha nos olhos de forma apaixona-
da. A língua não é a barreira... Ela está em locais mais profundos, na
compreensão que se tem do outro e de nós mesmos.
Ao longo do filme, muitos detalhes se revelam. Roberto é um sobre-
vivente da Guerra das Malvinas que, ao regressar para casa, descobre
que perdera o pai. Lá, se depara com uma revista que traz, na capa, sua
imagem estampada com uma arma em punho. Isso o faz acreditar que,
152
Maria Cristina de Senzi Zancul e Alessandra Aparecida Viveiro
153
Acaso e diversidade: aprendendo com as diferenças a partir de Um conto chinês
REFERÊNCIAS
FICHA TÉCNICA
FILME
Um conto chinês
Título original: Un cuento chino
Ano: 2011
Produção: Pablo Bossi, Juan Pablo Buscarini, Gerardo Herrero, Axel
Kuschevatzky, Ben Odell
País: Argentina/ Espanha
Idioma: espanhol
Direção: Sebastián Borensztein
Elenco: Ricardo Darín, Muriel Santa Ana, Javier Pinto, Ignacio Huang, Julia
Castelló Agulló, Enric Cambray.
Gênero: Comédia Dramática
Duração: 93 minutos.
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UMA REFLEXÃO A PARTIR
DOS FILMES ADEUS MENINOS
E RAPSÓDIA EM AGOSTO
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Uma reflexão a partir dos filmes Adeus meninos e Rapsódia em agosto
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Talita Mazzini Lopes
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Uma reflexão a partir dos filmes Adeus meninos e Rapsódia em agosto
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Talita Mazzini Lopes
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Uma reflexão a partir dos filmes Adeus meninos e Rapsódia em agosto
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Talita Mazzini Lopes
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Uma reflexão a partir dos filmes Adeus meninos e Rapsódia em agosto
REFERÊNCIAS
ADEUS, meninos. Direção: Louis Malle. [S.l.: s.n.], 1987. 1 DVD (110min).
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares
nacionais: introdução. Brasília: Secretaria de Educação Fundamental, 1998.
Disponível em: <http://www.fnde.gov.br/web/pcn/05_08_introducao.pdf>.
Acesso em: 10 ago. 2008.
FERRY, L. A nova ordem ecológica: a árvore, o animal e o homem. São
Paulo: Ensaio, 1994.
GUIMARÃES, M. A formação de educadores ambientais. Campinas:
Papirus, 2010.
RAPSÓDIA em agosto. Direção: Akira Kurosawa. Produção: Hisao Kurosawa.
[S.l.: s.n.], 1991. 1 DVD (98 min).
REIGOTA, M. O que é educação ambiental. São Paulo: Brasiliense, 2005.
162
Talita Mazzini Lopes
FICHAS TÉCNICAS
FILME
Adeus, meninos
Título original: Au revoir les enfants
Ano: 1987
País: França/Alemanha.
Idioma: Francês
Direção: Louis Malle
Elenco: Gaspard Manesse, Raphael Fejto, Francine Racette, Stanislas Carre
de Melberg, Philippe Morier-Genoud.
Gênero: Drama.
Duração: 110minutos.
FILME
Rapsódia em agosto
Título original: Hachigatsu no kyôshikyoku
Ano: 1991
Produção: Hisao Kurosawa
País: Japão
Direção: Akira Kurosawa
Elenco: Choichiro Kawarazaki, Hidekata Yoshioka, Hisashi Igawa, Mieko
Suzuki, Mitsunori Isaki, Narumi Kayashima, Richard Gere, Sachiko Murase,
Tomoko Otakara, Toshie Negishi Fumiko Honma e outros.
Gênero: Drama.
Duração: 98 minutos.
163
UM FILME PARA APRECIAR COM
OLHOS E ALMA DE ARTISTA
165
Um filme para apreciar com olhos e alma de artista
O auge da fama
1
O efeito remete ao filme Metropolis, de Fritz Lang.
2
O macaco é um símbolo do inconsciente com seus aspectos bons e maus. No Oriente está
associado à sabedoria, agilidade, inteligência e ao desprendimento. Para os povos astecas e
166
Marta Regina Sene
maias, seu simbolismo estaria ligado às artes. Na iconografia cristã, representaria a imagem
do homem degradado pelos vícios da malícia e da luxúria (MACACO, 2014).
3
A pinta é uma homenagem à atriz Marylin Monroe, uma das mais famosas atrizes de cinema
do século XX.
167
Um filme para apreciar com olhos e alma de artista
4
Dali, além das experiências com o Dadaísmo e o Surrealismo, realizou experiências com o
cinema e, em 1929, colaborou com o cineasta espanhol Luis Buñuel no curta-metragem
Un Chien Andalou.
5
Os macaquinhos sábios estão no Santuário Toshogu, na cidade de Nikko, Japão. Chamam-se
Mizaru (o que cobre os olhos- cego), Kikazaru (o que tapa os ouvidos- surdo) e Iwazaru (o
que tapa a boca- mudo). O provérbio diz: “Não ouça o mal, não fale o mal e não veja o mal.”
168
Marta Regina Sene
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Um filme para apreciar com olhos e alma de artista
6
“Plongée significa mergulhada em francês, é o termo usado para definir um tipo de
enquadramento em que a câmera filma o objeto de cima para baixo, situando o espectador
em uma posição mais acima do objeto, vemos a imagem como se estivéssemos mais altos.
Esse enquadramento produz um efeito de diminuir o objeto, de inferiorizar, pois o situa em
um plano onde existe algo maior do que ele, que o olha desde cima e dá conta de toda a sua
dimensão. O contraplongée, é como o nome sugere, o contrário do plano anterior, neste a câmera
filma o objeto de baixo para cima, situando o espectador abaixo do objeto e o engrandecendona
tela, isso gera uma sensação de grandiosidade e superioridade do que está sendo filmado em
relação ao observador” (CINEMA..., 2014).
170
Marta Regina Sene
A dupla Jean Dujardin e Bérénice Bejo ensaiaram as cenas de dança no mesmo estúdio de
7
171
Um filme para apreciar com olhos e alma de artista
172
Marta Regina Sene
173
Um filme para apreciar com olhos e alma de artista
8
Uggie, o cão da raça Jack Russell Terrier, ganhou o 1º Golden Collar Award em 2012 de
Melhor Cão em um filme (CINECLICK, 2012).
174
Marta Regina Sene
REFERÊNCIAS
175
Um filme para apreciar com olhos e alma de artista
FICHA TÉCNICA
FILME
O Artista
Título original: The Artist
Ano: 2011
Produção: Thomas Langmann, Emmanuel Montamat
País: França/ Bélgica
Direção: Michel Hazanavicius
Elenco: Jean Dujardin, Bérénice Bejo, John Goodman, James Cromwell,
Penelope Ann Miller, Missi Pyle, Beth Grant, Ed Lauter, Joel Murray, Bitsie
Tulloch, Ken Davitian, Malcolm McDowell.
Gênero: Drama
Duração: 100 minutos.
176
POR UMA CAPTAÇÃO DO BELO NA
PRODUÇÃO CINEMATOGRÁFICA:
UMA LEITURA KANTIANA DO
CINEMA EM CONTRAPOSIÇÃO
À PROPOSTA LOGOPÁTICA
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Por uma captação do belo na produção cinematográfica: uma leitura
kantiana do cinema em contraposição à proposta logopática
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Edson Renato Nardi
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Por uma captação do belo na produção cinematográfica: uma leitura
kantiana do cinema em contraposição à proposta logopática
180
Edson Renato Nardi
181
Por uma captação do belo na produção cinematográfica: uma leitura
kantiana do cinema em contraposição à proposta logopática
182
Edson Renato Nardi
Esse exercício proposto pelo autor pode muito bem ser percebi-
do em muitas obras de arte que, ao serem construídas, têm como
característica estrutural principal a necessidade de que o leitor/esteta
capte este ou aquele conceito presente na referida obra. Consideramos,
inclusive, que este tem sido um encaminhamento muito presente na
sociedade contemporânea, qual seja, a obra de arte enquanto repre-
sentação de determinado discurso conceitual ou, para fazer uso das
denominações apresentadas por Cabrera (2006), do macro-conceito
propriamente dito.
No entanto, imaginemos que eu e você nos encontremos diante de
uma obra cinematográfica e, à medida que nos dedicamos a sorvê-la ou
elucidá-la tal como sugerido pelo autor, percebamos que o encadeamen-
to de imagens, ainda que manifeste claramente uma produção cultural
humana, apresente certa finalidade, somos incapazes de decifrar o seu
fim último ou, para fazer uso da proposta de Cabrera, captar o con-
ceito imagem presente em tal obra. Além disso, essa mesma obra toca
profundamente nossos sentimentos e este sentimento que vivenciamos
não nos permite, de modo algum, defini-lo em palavras.
Certamente, uma das possibilidades diante dessa relação criada com
a obra seria, quem sabe, de estranhamento, de uma certa insatisfação,
quem sabe a percepção de incompletude ou apequenamento do que foi
proposto pelos autores da obra e a sua manifestação final, isso porque
esperávamos sair dessa experiência com uma formulação conceitual que
pudesse exprimir o que adveio dessa experiência.
Por outro lado, embora estejamos desconcertados com essas impres-
sões ou conclusões primeiras, algo presente na obra parece que busca
nos comunicar algo, ou melhor, vincula-se a elementos que compre-
endemos, mas que somos incapazes de formular em conceitos e, em
razão disso, nos sentimos como que em conflito. Isso porque, embora
estejamos tentados a analisar negativamente aquela obra cinematográ-
fica, percebemos algo nela que nos comunica alguma coisa de profun-
do, que toca nossa subjetividade e, a partir daí, emitimos um juízo de
valor positivo em relação a ela, embora paradoxalmente não consigamos
expressar as razões que nos levam a emitir tal juízo de valor.
Certamente, o(a) leitor(a) já deve ter passado por situação semelhan-
te. Embora cientes dos riscos de apresentar exemplos cinematográficos,
considerando que o leitor possa não conhecê-los, recorremos a eles a
183
Por uma captação do belo na produção cinematográfica: uma leitura
kantiana do cinema em contraposição à proposta logopática
184
Edson Renato Nardi
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Por uma captação do belo na produção cinematográfica: uma leitura
kantiana do cinema em contraposição à proposta logopática
186
Edson Renato Nardi
Mais além, Kant nos informa que, quando realizamos esse juízo de
gosto, que é “[...] independente de todo interesse. O objeto de uma tal
complacência chama-se belo” (KANT, 1995, p.55). E o que seria essa
relação sem interesse? Para Kant (1995), ela é totalmente contemplativa
e, como tal, não busca proporcionar uma sensação de “agradabilidade”
ou, ainda, que nos conduza a emitir um juízo de que aquele objeto
seja bom.
Dessas últimas afirmações, alguns questionamentos certamente
hão de surgir. Como vimos anteriormente, o belo vincula-se a um
objeto que gera prazer ou desprazer. No entanto, para Kant, é comum
nos relacionarmos com o objeto de modo que este nos proporcio-
ne uma sensação do que seria agradável e esta, diferente do prazer
advindo da relação com o belo, também nos provoca prazer, mas está
patologicamente vinculado a alguns elementos instintuais, ou seja,
nos provoca deleite e, como tal, deixa de ser um exercício meramente
contemplativo.
Para que possa vislumbrar o que seria essa distinção entre o belo
e o agradável, vejamos novamente outro exemplo cinematográfico e,
187
Por uma captação do belo na produção cinematográfica: uma leitura
kantiana do cinema em contraposição à proposta logopática
para isso, citamos o filme Der Himmel über Berlin (Asas do desejo, em
português). Produzido em 1987 e dirigido pelo aclamado diretor Wim
Wenders, o filme tem uma cena um tanto quanto emblemática em
relação à distinção proposta por Kant (1995).
Referimo-nos à cena em que a atriz francesa Solveig Dommartin, no
papel da trapezista Marion, apresenta seu último espetáculo no circo em
que atua. Fazendo uso de adereços que indiretamente indicam que ela
personifica um anjo, Marion põe-se a realizar acrobacias no trapézio e
o faz de uma forma não usual e interessante, como se pode vislumbrar
na imagem a seguir.
188
Edson Renato Nardi
Não há como negar que, se isso vier a ocorrer, esta relação criada
gerará prazer, mas este se vincula ao que Kant (1995) intitula de “pato-
logia”. Tal termo, diferentemente do uso corriqueiro que fazemos dele,
remeteria a uma espécie de paixão, a uma certa passividade, ou seja,
advém de nossa natureza básica, sensual, pois somos como que incli-
nados a ela e é onde nosso desejo passa a ser exercitado.
Ora, que meu juízo sobre um objeto, pelo qual o declaro agradá-
vel, expresse um interesse pelo mesmo, já resulta claro do fato que
mediante sensação ele suscita um desejo de tal objeto, por con-
seguinte a complacência pressupõe não o simples juízo sobre ele,
mas a referência de sua existência a meu estado, na medida em que
ele é afetado por um tal objeto. Por isso, do agradável não se diz
apenas: ele apraz, mas: ele deleita (vergnügt). Não é uma simples
aprovação que lhe dedico, mas através dele é gerada inclinação.
(KANT, 1995, p.51-52).
189
Por uma captação do belo na produção cinematográfica: uma leitura
kantiana do cinema em contraposição à proposta logopática
190
Edson Renato Nardi
191
Por uma captação do belo na produção cinematográfica: uma leitura
kantiana do cinema em contraposição à proposta logopática
REFERÊNCIAS
ASAS do desejo. Direção: Wim Wenders. Berlim: Road Movies Berlim, 1987.1
DVD (127 min).
DABEK, R. Jean-Luc Godard: the cinema in doubt. M/C Journal, [s.l.], v.14,
n.1, 2011. Disponível em:<http://journal.media-culture.org.au/index.php/
mcjournal/article/viewArticle/346>. Acesso em: 7 nov. 2012. Não paginado.
192
Edson Renato Nardi
FICHAS TÉCNICAS
FILME
Asas do Desejo
Título original: Der Himmel über Berlin
Ano: 1987
Produção: Anatole Dauman, Wim Wenders
País: Alemanha
Idioma: Alemão
Direção: Wim Wenders
Elenco: Bruno Ganz, Curt Bois, Nick Cave, Otto Sander, Peter Falk,
SolveigDommartin
Gênero: Drama
Duração: 127 minutos.
FILME
O grande ditador
Título original: The Great Dictator
Ano: 1940
Produção: Charles Chaplin
País: Estados Unidos
Idioma: Inglês
Direção: Charles Chaplin
Elenco: Charles Chaplin, Paulette Goddard, Jack Oakie, Reginald Gardiner,
HenryDaniell, Billy Gilbert, Grace Hayle, Maurice Moscovitch, Emma Dunn
Gênero: Comédia
Duração: 124 minutos.
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Por uma captação do belo na produção cinematográfica: uma leitura
kantiana do cinema em contraposição à proposta logopática
FILME
Sonhos
Título original: Yume/Dreams
Ano: 1990
Produção: Hisao Kurosawa e Mike Y. Inoue
País: Estados Unidos / Japão
Idioma: Japonês
Direção: Akira Kurosawa
Elenco: Akira Terao, Mitsuko Baisho, Toshie Negishi, Mieko Harada,
Mitsunori Isaki, Toshihiko Nakano, Yoshitaka Zushi, Hisashi Igawa, Chosuke
Ikariya, Chishu Ryu, Martin Scorsese.
Gênero: Drama
Duração: 119 minutos.
FILME
O triunfo da vontade
Título original: Triumph des Willens
Ano: 1935
Produção: Leni Riefensthal
País: Alemanha
Idioma: Alemão
Direção: Leni Riefensthal
Gênero: Documentário
Duração: 110 minutos.
194
ORGANIZADORES E AUTORES
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Alexandre Marucci Bastos – Graduado em Administração e Mestre em
Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente pelo Centro Universitário
de Araraquara UNIARA. Doutorando do Programa de Pós-Graduação
em Educação Escolar da Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara –
UNESP.
196
Marta Regina Sene – Licenciada em Educação Artística com
Habilitação em Artes Plásticas pela Faculdade de Arquitetura, Artes e
Comunicação da UNESP de Bauru. Mestre e Doutoranda em Educação
pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Escolar da Faculdade
de Ciências e Letras de Araraquara – UNESP. Professora efetiva de Arte
da Rede pública do Estado de São Paulo.
197
198
SOBRE O VOLUME