AUTORA
ROSEMARA SATUB DE BARROS
História da arte II
Introdução Introdução
Caro cursista,
Palavras do autor
É com grande satisfação que apresentamos o material impresso
da disciplina História da Arte II. Esta disciplina é continuidade da disciplina
história da Arte I que você teve a oportunidade de estudar no período
anterior de estudos.
Na primeira unidade, apresentaremos o Renascimento, um longo
período importante da História, em que o homem passa a ser o centro do
conhecimento em oposição ao período anterior, a Idade Média, em que o
centro das especulações se constituía nos ditames da Igreja.
Na segunda unidade, o Barroco e o Rococó serão abordados a partir
das suas principais características artísticas e arquitetônicas européias.
Você obterá informações necessárias para a leitura e apreciação de uma
obra barroca tanto das artes visuais quanto da música e da arquitetura.
A terceira unidade trata do período Moderno, em que
trabalharemos historicamente, a partir do final século XIX até a primeira
metade do século XX. Neste período, surgem vários movimentos artísticos
e literários que você terá a oportunidade de estudar.
A quarta unidade trata ainda, dos movimentos artísticos oriundos
do modernismo europeus, entretanto, na América do Norte outras poéticas
artísticas são desenvolvidas, como a Op Art e a Pop Art.
É importante esclarecer que os períodos históricos nos auxiliam
a localizar quando e onde ocorreram as manifestações artísticas,
entretanto, ressaltamos que estas poéticas artísticas possuem entre si um
fio condutor que ultrapassam as datas históricas. As leituras e análises
que queremos que você faça podem esclarecer que o uso dos elementos
das linguagens artísticas (as cores, a linha, texturas, entre outras) está
presente em quaisquer manifestações artísticas independentemente de
seu período histórico.
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História da arte II
Orientações para
Neste material impresso, os conteúdos históricos e artísticos
estudo
aqui apresentados vão desde o Renascimento europeu (século XII) até o
Ementa final do século XX. Quanto aos conteúdos que dizem respeito ao Brasil serão
abordados nas disciplinas História da Arte no Brasil I e História da Arte no
Brasil II, no entanto, você encontrará aqui, conteúdos que contribuirão
para que você possa, desde agora, fazer as conexões com a produção
artística brasileira.
Desejamos um excelente aproveitamento.
Rosemara Staub de Barros
Ementa
Estudo do desenvolvimento das linguagens artísticas a partir da Renascença
até a Contemporaneidade, inclusive no Brasil, abordando os principais
estilos e temáticas predominantes nas diferentes épocas.
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História da arte II
Unidade 1 Renascimento
Duocentto e Trecentto
No século XIII, o Gótico começa a dar lugar para uma arte que
resgata os valores humanistas. Neste período, Duocentro e Trecento,
surgem as primeiras manifestações do que, mais tarde, se chamaria
Renascimento.
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História da arte II
Unidade 1
Renascimento
Figura 2 - Catedral de Notre-Dame, Séc. XII Figura 3 - Vitral rosácea, sec. XII
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História da arte II
Unidade 1
Renascimento
Figura 4 - São Francisco pegando pássaros, obra de Giotto, 1296. Figura 5 - O beijo, Giotto, 1302-1305
Quatrocentto
No século XV, Pierro della Francesca, nos afrescos na catedral
de Arezzo desenvolveu uma pintura impessoal, misturando figuras
geométricas e cores intensas.
• Arquitetura
O principal arquiteto renascentista foi Filippo Brunelleschi
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História da arte II
Figura 7 - Zimbório da Catedral, (c. 1420-36) Brunelleschi. Figura 8 - O tempietto, 1502, Donato Bramante.
Pintura
No período renascentista, a principal técnica de pintura é aquela
com o aperfeiçoamento do uso da pintura a óleo. As tintas provinham de
pigmentos que eram dissolvidos, por exemplo, no óleo de linhaça.
O estudo da perspectiva, de acordo com os princípios da
Pesquise a obra A
matemática e da geometria, permitiu um estilo pessoal de pintar a partir
Primavera (cerca de do uso do claro escuro.
1478) de Boticelli e
compare e descreva Paolo Uccello (1397-1475) em suas pinturas procurava criar uma
as principais carac-
terísticas entre as
atmosfera realista com base nos princípios matemáticos de sua época
três pinturas obser- atados a sua imaginação e fantasias com temas mitológicos e lendários.
vadas.
Piero della Francesca (1410-1492) não se preocupava em
representar o realismo de um acontecimento em suas pinturas, pois
buscava antes a composição geométrica.
Sandro Botticelli (1445-1510) é o pintor que, à época, mais
conseguiu transparecer o ritmo nas figuras representadas em seus quadros,
traçando as linhas dos corpos e tecidos transparentes e esvoaçantes e
transmitindo-nos, nessas representações, a energia temporal.
Veja que você pode observar na Figura 9 Zéfiro soprando a brisa,
junto à mulher Clóris, e o movimento tanto do corpo, quanto dos cabelos
de Vênus, bem como o panejamento da roupa de Hora, que representa as
estações do ano e o pano com o qual quer cobrir a nudez de Vênus. Na figura
10, nota-se o movimento das Graças, as três mulheres à esquerda, Aglaia,
Tália e Eufrónsina; na estrema esquerda o deus Hermes; Vênus está no
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História da arte II
meio e Cupido, seu filho, acima, pronto para lançar sua flecha envenenada Unidade 1
Renascimento
nas Graças e ao lado direito desse outro quadro, novamente Zéfiro agarra
sua mulher Clóris, que se transforma em Flora, deusa que enfeita com
flores a estação da Primavera. O movimento é claro na alegoria.
Compare e descreva
as cenas da pintura
Figura 11 - A Última Ceia, de Da Vinci, 1495-1498. Mona Lisa e os estu-
dos anatomicos de
Leonardo da Vinci.
Leonardo da Vinci viveu também em Roma, entre 1513 e 1517, Descreva em um es-
boço a sobreposição
onde se envolveu nas intrigas do Vaticano, razão pela qual decidiu juntar- dos planos nas pintu-
ras de Rafael. Poste
se à corte do rei francês Francisco I. no ambiente virtual
Nos estudos científicos, prenunciou a invenção de peças
modernas como o escafandro, o helicóptero e o pára-quedas. Seu Tratado
sobre pintura é um dos livros mais influentes da história da arte.
Figura 12 - Mona Lisa, de da Vinci, 1503-1505 Figura 13 - Estudos anatômicos (laringe e perna), 1510
Óleo sobre madeira, 77 x53 cm 26 x 1, 96, cm, pena, tinta marrom e aguada sobre giz
preto em papel.
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História da arte II
Figura 15 - Escola de Atenas, rafael, 1509-1511 Figura 16 - A Ninfa Galatéia, rafael, (c. 1512-14)
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História da arte II
Unidade 1
Renascimento
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História da arte II
• Cinqüecentto
Em Veneza, no século XVI, pintores como Tintoretto, com
sua grandiosidade, Ticiano com seu uso de cores e seu senso espacial,
e Giorgione, com sua expressividade, dão início à última fase do
Renascimento, o cinqüecentto. Abandonam a primazia da forma sobre a
cor e a perspectiva rigorosa.
Pouco se sabe sobre a vida do pintor italiano Jacopo Robusti
Tintoretto (1518-1594), mas há registros de que nasceu em Veneza. Em
1564, pintou cenas do Velho Testamento no teto da irmandade de San
Rocco, da qual foi membro. Influenciado por Michelangelo e Ticiano,
experimentou a forma narrativa, modificando a hierarquia
clássica das histórias religiosas.
Antônio Allegri nasceu em Correggio,
aproximadamente em 1439 e faleceu em 1530. Correggio,
assim que se tornou conhecido, passou a ser considerado
não só um pintor maneirista, mas, sobretudo, o anunciador
da pintura barroca. Sua pintura adota a mitologia como
principal temática, atrelada ao Romantismo.
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História da arte II
Discuta no fórum da
sala de aula: Como
era a relação do
homem renascentista
com Deus e com a
Ciência?
Figura 27 - Paraíso e inferno, de Bosch, (c. 1510). Figura 28 - Casamento aldeão, (c. 1568), Bruegel.
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História da arte II
Unidade 2
Barroco e Rococó
A arte plástica renascentista explorou a perspectiva, os planos
e a geometria, o barroco explorará a dialética entre as cores e a luz. A
capacidade criativa de explorar as linhas, formas e volumes na dialética
para além do claro-escuro.
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História da arte II
Pintura Italiana
Entre outros são grandes nomes da pintura
italiana podemos citar: Andréa Pozzo (1642-1709),
Michelangelo Merisi de Caravaggio (1573-1610) e
Tinttoretto (1518-1594).
Escultura italiana
Gian L. Bernini (1598-1680) foi artista da corte papal e de
Roma. Suas obras principais foram: Apolo e Dafne; Davi; e Êxtase de Santa
Teresa. Suas esculturas barrocas decoravam as portas e interiores das
Igrejas, palácios, outras construções e fontes.
Observe na Figura 30 o modo como
Bernini esculpiu no mármore, as dobras dos tecidos.
Observe o movimento e a leveza empregada em
um material tão duro e resistente.
É importante destacar que o estilo
maneirista procurava intensificar os sentimentos,
contrastando com a leveza nos mais resistentes Figura 30 - Êxtase de Santa
materiais. Tereza, Bernini, 1652.
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História da arte II
Unidade 2
Barroco e Rococó
Arquitetura Italiana
Bernini (1598-1680) também é considerado um dos principais
arquitetos italianos renascentistas. A Praça de São Pedro (1657-1666) é
uma das principais representações da Igreja Católica construída na Itália
do século XVII. É uma praça elíptica cercada de 284 colunas, sobre as quais
estão 162 estátuas de 2,70 metros de altura. Afirmam os estudiosos que
sua intenção era o do abraço da Igreja Católica a toda Humanidade, por
isso a praça é formada de dois segmentos de colunas que partem da Igreja
até o fim da praça.
Barroco na Espanha
O barroco espanhol influenciado pelo
Barroco italiano é dominado pelo realismo, observado
na arquitetura em entalhes de portas e edifícios.
Pintura espanhola
Os pintores El Greco (1541-1614) e Diego
Velásquez (1599-1660) - (maior pintor do período)
têm a luz e sombra como principal característica. Figura 31 - Las meninas,
Velásquez, 1656.
Os retratos da realeza e o cotidiano das pessoas 3,17 x 2,76 m.
Barroco holandês
Nos Países Baixos, a austeridade e
praticidade, descrição e realismo são as principais
características da temática das cenas do cotidiano.
Peter Paul Rubens (1577-1640) é o principal
pintor flamenco. Sua principal característica é a Figura 32 - As três graças,
intensificação das linhas dos corpos nus e as cores Rubens, 1639.
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História da arte II
vem de uma janela ao lado esquerdo da pintura e na figura 35, sugerindo Unidade 2
Barroco e Rococó
também vir de uma janela situada do mesmo lado, iluminando toda a cena
do quadro.
Figura 34 - A leiteira, Vermeer, (1658-1660). Figura 35 - A mulher lendo uma carta, Vermeer (cerca de 1665). Participe da discussão
do fórum de sua sala
de aula virtual esobre
as caracteristicas da
Os recursos utilizados pela arte barroca para expressar os pintura barroca.
sentimentos humanos podem ser sintetizados em:
• Predomínio da emoção;
• Colorido intenso;
• Contrastes entre claro-escuro.
Barroco na França
A escola barroca francesa, nos séculos XVII e XVIII, utilizou-se
de um estilo ornado que influenciou toda a Europa.
Na literatura, estilo pomposo, predomínio de jogos de palavras,
possibilidades fonéticas, etc. Nas artes plásticas, os temas são variados
que vão desde os temas religiosos, mitológicos retratos.
2.2 Rococó
A palavra rococó, do francês rocaille, significa conchas
(incrustações). Praticado entre os séculos XVII e XVIII, ficou conhecido
como “estilo Luís XIV e Luís XV”. Este estilo buscava o belo, o requintado e
a alegria, bem como o fantástico, o bizarro, o afeto e as danças saltitantes.
Para o historiador Arnold Hauser (2000) a arte rococó é o estilo
determinante do movimento, iniciado no renascimento e encerrado no
rococó. Para ele, ainda:
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História da arte II
Unidade 2
Barroco e Rococó
ao Barroco. Busca a elegância e a adequação, considerando que os
banqueiros e comerciantes faziam parte da corte de Luís XV.
Na arquitetura, os interiores das construções eram ornamentados
com pinturas e elementos decorativos, como flores e laços em estuque.
As fachadas eram simples, com texturas suaves e numerosas janelas. A
decoração saía das igrejas para as residências, retratando a alegria das
expressões e das cores, a nobreza e suas futilidades. Usavam-se as cores
de tons leves, entre elas: branco, rosa, azul e verde.
Segundo Hauser, o rococó demonstra o talento e a individualidade
dos artistas. Ainda:
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História da arte II
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História da arte II
Unidade 3 especializados e mão-de-obra não-qualificada, homens,
Mundo Moderno
mulheres crianças, todos se convertem em meros braçais de
uma enorme fábrica que funciona mecanicamente nos moldes
de um quartel [...] (HAUSER, 2000, p. 553).
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História da arte II
Figura 37 - A morte de Marat, David, 1793. Figura 38 - O rapto de Sabina, David, 1799.
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História da arte II
Unidade 3
Mundo Moderno
morreu na cidade de Vila Rica, em Minas Gerais. As
atividades artísticas, no Brasil dessa época, ficavam
centralizadas nos centro coloniais da Igreja Católica:
Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
O mercado consumidor de arte era reduzido às
irmandades religiosas e os artistas autodidatas eram
mineiros, cariocas e baianos, com pouquíssimo contato
Figura 39 - Os profetas,
direto com a Europa. No século XIX, a Missão Francesa, de Aleijadinho, em
Congonhas do Campo,
ao contrário, trazia pintores com sólida formação Minas Gerais.
artística.
3.3 Romantismo
O Iluminismo, ou época das Luzes, é o período histórico-
filosófico que se fundamenta na crença do poder da razão humana, tendo
sido decisivo para a ocorrência da Revolução Francesa em 1879.
Segundo Chauí (2006, p.49, 50), os itens, a seguir, resumem o
pensamento deste período:
• Pela razão, o homem pode conquistar a liberdade e a
felicidade social e política;
• Pela razão, é capaz de aperfeiçoamento e progresso, e o
homem é um ser perfectível. A perfectibilidade consiste em liberar-se dos
preconceitos religiosos, sociais e morais, em libertar-se da superstição e
do medo ao avanço das ciências, das artes e da moral;
Em oposição ao neoclassicismo, o romantismo trouxe a
liberdade de expressão individual acima das regras e normas acadêmicas.
E, para Graça Proença (2003), além das características de valorização
dos sentimentos e da imaginação e também o sentimento do presente,
o nacionalismo e a valorização da natureza, foram características do
movimento nas artes chamado de Romantismo.
A pintura francesa
Jean Auguste Dominique Ingres (1780-1867)
teve o ponto culminante de sua produção pictórica no
século XVIII e foi o principal pintor conservador francês
dessa época. Foi aluno de David e também admirava a arte
antiga. Entretanto renovou a arte em alguns aspectos,
como a leve distorção no corpo da banhista (FIG. 40). Figura 40 - A banhista
de Valpinçon, Ingres,
Eugène Delacroix (1798-1863) é o primeiro 1808,
grande representante da pintura romântica francesa e,
ao mesmo tempo, já anuncia a pintura do século XIX.
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História da arte II
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História da arte II
Unidade 3
Mundo Moderno
realidade anunciada pelo romantismo do século XVIII e faça comparações
com as pinturas de Delacroix (FIG. 41) e Turner (FIG. 42).
Figura 44 - Saturno devorando um de seus filhos, Goya, Figura 45 - Três de maio de 1808.
1820-1823.
3.4 O Realismo
Para Hauser (2000), o naturalismo é um estilo artístico e o
realismo é uma atitude filosófica oposta ao romantismo e seu idealismo.
No entanto, em arte, o realismo é uma continuação direta da abordagem
romântica e o naturalismo representa uma luta constante com o espírito
romântico.
O naturalismo deriva do empirismo das ciências naturais
e, segundo Hauser (2000, p.797), baseia-se na verdade psicológica, no
principio da causalidade, na eliminação do acaso e milagres. A descrição
de qualquer fenômeno natural se dá pela indução e dedução do método
de observação científica, cuja tendência era ater-se aos fatos, com o fim
dos ideais e utopias.
Na arte, o movimento naturalista inicia-se com o proletariado
artístico, ou seja, pela classe artística que vem do povo. Courbet torna-se
o representante principal desta nova classe de artistas.
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História da arte II
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História da arte II
Unidade 3
Mundo Moderno
Além do pintor Courbet, os pintores Millet e Daumier lutavam
contra a sociedade vigente. Em suas telas estão retratados trabalhadores
e camponeses, homens e mulheres na sua faina diária.
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História da arte II
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História da arte II
Unidade 3
Mundo Moderno
- A cor não é uma qualidade permanente na natureza. As
tonalidades das cores estão mudando constantemente;
- A linha não existe na natureza;
- As sombras não são pretas ou escuras, mas luminosas e
coloridas;
- Aplicação dos reflexos luminosos ou dos contrastes das cores
baseados na lei das complementares; e,
- A dissociação das tonalidades ou a mistura ótica das cores.
Os pintores Claude Monet (1840-1946), Pierre Auguste Renoir
(1841-1919) e Edgar Degas (1834-1917) são os principais pintores que
desenvolveram técnicas de flagrar a luz e sua transformação na natureza.
Participe da discussão
do fórum da unidade.
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História da arte II
composição dos pontos de luz. Recurso, até hoje utilizado nas imagens de Unidade 3
Mundo Moderno
grande formato, fotográficos analógicos e digitais.
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História da arte II
Unidade 3
Mundo Moderno
A arte para Toulouse-Lautrec não
é contemplação e sim comunicação. Segundo
Argan (2000) Toulouse pinta a sociedade não para
contemplar-se a si mesma, pois se vive dentro dela
Figura 54 - O começo da quadrilha,
e, em seu interior, só é possível comunicar-se com os Toulouse-Lautrec, 1892.
outros, que como nós, fazem parte dela.
Toulouse-Lautrec através desta nova
atitude pinta os cartazes dos cabarés parisienses,
Pesquise a vida
e as obras dos uma mistura en dimensão metafísica.
pintores Matisse e Auguste Rodin (1840-1917) é o escultor que
Van Gogh. Procure
observar as principais buscou o equilíbrio da monumental escultura italiana
caracteristicas de
sua pintura. Boa
aos materiais industrializados da modernidade.
pesquisa! Ao contrário do pensamento que afirma: Figura 55 - A dança no Moulin Rouge,
Toulouse-Lautrec, 1889-1890.
da matéria se constroi a forma, na escultura de Rodin
observamos o movimento das relações atmosféricas
e luminosas, ou seja, o espaço fragmentado
compreendido pelo objeto.
Observe as figuras 56 e 57. Veja que a
imagem está aprisionada na matéria.
molduras.
Com a Revolução Industrial, o artesanato em geral fora
substituído pelas imitações ornamentais produzidas pelas máquinas, que
no passado tiveram grande significado.
Jonh Ruskin e William Morris, segundo Gombrich, (2000)
sonhavam com uma “Nova Arte”, com base numa nova sensibilidade para
o desenho e para as possibilidades inerentes em cada material.
Na década de 1890, os arquitetos experimentaram novos tipos
de materiais e novos tipos de ornamentos, surgindo daí, o Art Nouveau.
O principal arquiteto foi o belga Victor Horta (1861-1947) que
explorou o efeito das curvas sinuosas da arte oriental nas estruturas de
ferro dos edifícios, escadas, postes de iluminação, entre outros objetos.
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História da arte II
4.1 Expressionismo
O expressionismo teve origem entre 1904 e 1905, na Alemanha.
Inspirou-se em Van Gogh e no pintor norueguês Edvard Munch (1863-1944). É
importante ressaltar que a intensidade dos sentimentos foram características
expressionistas desde a Idade Média, quando expressavam os sentimentos
religiosos. No entanto, alguns artistas, tais como, Bosch, El Greco e Goya
são considerados precursores do Expressionismo do Século XX.
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História da arte II
Unidade 4
Poéticas artísticas do
Séc. XX
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História da arte II
A cor negra era uma cor que não pertencia à paleta dos pintores
impressionistas, no entanto, para os fauvistas, todas as cores, inclusive a
preta, pertenciam às suas paletas, mas não a misturavam, muitas vezes,
os tubos de tintas eram colocados diretamente na tela.
Leia o texto de Cavalcanti (1981) que exprime com clareza as
intenções da pintura fauvista na utilização da cor pura.
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História da arte II
Figura 67 - Studio vermelho, Matisse. Figura 68 - Dança, Matisse, 1910.
4.3 Cubismo
Em 1908, o Cubismo é a terceira tendência
da arte do século XX. No entanto, inicialmente, o
pintor Paul Cézanne (1839 - 1906) teve a preocupação
de simplificar as formas geométricas nas suas pinturas
Figura 69 - Pommes et oranges, Cézane.
ainda no final do século XIX.
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História da arte II
Cubismo sintético
• Mantidas as características do cubismo
Analítico;
• Negação do realismo visual;
• Sentimento da cor;
• Uso de proporções matemáticas e
articulações lógicas;
Figura 70 - Le
• Ordenação e unidade na diversidade das demoiselles d’Avignon,
Picasso, 1907.
formas e cores;
O período do cubismo analítico foi de 1909 a
1911 e o cubismo sintético, de 1911 a 1914. Pesquise sobre
o movimento
A partir de 1914, são introduzidas nas pinturas abstracionista na
as letras tipográficas, bem como a utilização de papier ou collage, ou Europa. Levante
suas princiapis
seja, introduzir materiais estranhos. Pablo Picasso (1881-1973), Georges características,
seus artistas e as
Braque (1882-1963) e Juan Gris (1887-1927) colocaram pedaços de jornal, produções. Faça sua
papel colorido e depois, madeira, metal e outros materiais. síntese e deposite no
ambiente virtual.
4.4 Abstracionismo
O abstracionismo informal é expresso na obra de Wassily
Kandinsky (1866-1944) e o abstracionismo geométrico, na obra de Piet
Mondrian (1872-1974)
Abstracionismo Geométrico
Neste tipo de Abstracionismo, as formas são mais geometrizadas,
retilíneas e curvilíneas, conforme expressão da obra de Piet Mondrian
(1872-1974).
As tendências abstratas são: suprematismo (1913), raionismo
(1913), orfismo (1912) e neoplasticismo ou concretismo (1917).
Suprematismo (1913)
Criado pelo russo Casemiro Malevitch (1878-1935) o
suprematismo é a supremacia da pura sensibilidade na arte. O objeto em
si nada significa para o artista. A sensibilidade é a expressão pura sem
representação. Segundo Cavalcanti (1981):
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História da arte II
Raionismo e Orfismo
Vale à pena, ainda destacar o movimento Der Blaue Reiter (O
cavalheiro azul), fundado por Vassili Kandinsky que, segundo Argan (2002),
foi uma renovação necessária
4.5 Futurismo
Alguns fatos históricos marcam o
aparecimento do futurismo, como movimento
artístico: o Manifesto Futurista do poeta e escritor
italiano Filippo Tommaso Marinetti, foi lançado em
1909; em 1910, em Milão, outro manifesto futurista Figura 73 - Intonarumori, Luigi Russolo.
é lançado com os pintores: Umberto Boccioni, Carlo
Carrá, Luigi Russolo, Giacomo Balla e Gino Severini; em 1914, o pintor e
compositor Russolo reconstituiu paisagens sonoras inteiras, sons de guerra
e da cidade.
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História da arte II
Marinetti: Unidade 4
Poéticas artísticas do
Declaramos que o esplendor do mundo foi aumentado por uma Séc. XX
nova beleza: a beleza da velocidade. Um carro de corrida,
sua carroceria ornamentada por grandes tubos que parecem
serpentes com respiração explosiva... um automóvel estridente
que parece correr como uma metralha é mais belo do que a
Vitória Alada de Samotrácia [a famosa escultura helenística
no Louvre...] A beleza agora só existe na luta. Uma obra que
não seja de caráter agressivo não pode ser uma obra-prima...
Queremos glorificar a guerra – a única higiene do mundo -, o
militarismo, o patriotismo, o ato destrutivo dos anarquistas,
as belas idéias pelas quais um indivíduo morre, o desprezo
pelas mulheres. Queremos destruir os museus, as bibliotecas
e as academias de todas as espécies, e combater o moralismo,
o feminismo e todas as torpezas oportunistas e utilitárias.
Cataremos as grandes multidões excitadas pelo trabalho, o
prazer ou os motins, as marés multicoloridas e de milhares
de vozes de revolução em capitais modernas. Cantaremos a
incandescência noturna e vibrante de arsenais e estaleiros,
refulgindo em violentas luas elétricas, as vorazes estações
devorando suas fumegantes serpentes... as locomotivas de
Figura 74 - Estátua de peitorais robustos que escavam o solo de seus trilhos como
bronze, Marinetti, 1913. enormes cavalos de aço que têm por arreios poderosas bielas
motrizes, e o vôo suave dos aviões, suas hélices açoitadas pelo
vento como bandeiras e parecendo bater palmas de aprovação,
qual multidão entusiástica. Lançamos da Itália para o mundo
este nosso manifesto de violência irrefável e incendiária, com
o qual fundamos hoje o Futurismo, porque queremos libertar
esta terra do fétido câncer de professores, arqueólogos, guias e
antiquários STANGOS (1991, p.72).
4.6 Dadaísmo
O movimento dadá surgiu como movimento literário contra a
guerra de 1914-1918. O poeta húngaro, Tristan Tzara abriu aleatoriamente
o dicionário e deixou cair o dedo na palavra dada, que na linguagem
francesa infantil, quer dizer cavalinho – automatismo psicológico que
permitiu o surgimento do Surrealismo.
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História da arte II
44
História da arte II
representa, não interpreta nem altera a realidade - coloca-se como outra Unidade 4
Poéticas artísticas do
realidade, metafísica e meta-histórica (ARGAN, 2002, p.372). Séc. XX
Novamente no Brasil.
Os primeiros artistas modernos do Brasil foram
Eliseu Visconti (1876-1944) e Lasar Segal (1882-1957).
A Semana de Arte Moderna, em 1922, foi um
marco para a cultura artística brasileira. Artistas e escritores
marcaram, com suas obras, as mais modernas tendências Figura 80 - Abapuru,
Tarsila do Amaral, 1928.
artísticas européias, através de suas obras com temáticas
brasileiras.
Pesquise as
4.8 Pop-Art e Op-Art diferenças entre
Op-art vem do inglês (optical art) – arte óptica. Sua principal ready-made e
minimalismo.
preocupação é com o processo físico e psicológico da visão. Seu precursor
foi Victor Vasarely (1908 - 1997).
A Pop Art começou em Londres na metade da década de 1950,
mas a produção artística, desde o início, era baseada, em grande parte,
na mídia norte-americana em Londres, após a Segunda Guerra Mundial
(1944).
Minimalismo –
[...] ao contrário do Dadaísmo, a Pop Art não é motivada pelo repetição gradual e
desespero ou animosidade contra a civilização atual; considera modular de estrutu-
a cultura comercial sua matéria-prima, uma fonte inesgotável ras mínimas.
de material pictórico, mais do que um mal a ser combatido.
(JANSON, 2001, p.395).
45
História da arte II
4.9 Minimalismo
A tendência artística minimalista é uma atitude ética dos
Pesquise as principais
características e artistas pós-modernos. O choque, o rompimento de padrões de ordem,
diferenças entre é a principal meta. A arte não está a serviço dos referentes e sim da sua
os reday-made e
o minimalismo. própria construção, mesmo que sua aparência possa ser horrível.
faça sua síntese
e deposite no O padrão de beleza grega foi abandonado já no final do século
ambiente virtual. XIX. A aparência da arte é encontrar as relações da sua estrutura interna,
o seu modo de fabricação, ou seja, as cores, linhas, planos entre outros
elementos.
Nas palavras do pintor Malevitch, apud Stangos (1991), a arte
existe em si mesma, deixando de lado a preocupação de servir ao Estado
e à religião.
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História da arte II
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4.11 Performática
A performance é uma atitude urbana. Os artistas abandonam
os suportes artísticos e fazem das ruas e espaços públicos espaços de
criação e produção artísticas. Uma tendência conhecida com o conceito
de intervenção.
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Referências
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ARGAN, G. C. Arte moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
BATTISTONI FILHO, D. Pequena história da arte. Campinas: Papirus, 2004.
CAVALCANTI, C. Como entender a pintura moderna. Rio de Janeiro: Rio,
1985.
CD-ROM – Enciclopédia multimídia da arte universal. Alphabetum Edições,
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COLEÇÃO Os grandes artistas. São Paulo: Nova Cultural, 1991.
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Fontes, 1996.
GOGH, V. V. Cartas a Théo. Porto Alegre: L&PM, 2002.
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2001.
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PROENÇA, G. História da arte. São Paulo: Ática, 2007.
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Glossário
Abstracionismo – teoria que trata da representação da realidade, partin-
do dos elementos intrínsecos da obra.
Acadêmico ou academicista - uso das normas do período Clássico.
Claro-escuro – pintura distribuída entre luzes e sombras em variações
tonais.
Estilo artístico – conceito que pode ter vários significados. Dentre eles
destacamos: a) técnica ou método utilizado para criar uma manifestação
artística. A exemplo o estilo artístico pontilhismo utiliza a técnica de
aproximação dos pontos de cor para dar o efeito desejado; b)Forma ou
expressão utilizada pelo artista para demonstrar seu trabalho; C) Conjunto
especial de trabalhos artísticos que indicam determinada época ou gênero.
Movimento artístico – tendência ou estilo da arte calcado em uma filosofia
ou objetivos comuns, entre grupos de artistas restritos a determinado
período histórico.
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