DATA HORÁRIO
16/10/2019 (quarta-feira) 17h-19h
EMENTA:
Diante da instaurada crise no ensino jurídico brasileiro, bem como o alto número de
cursos em todo país, questiona-se a qualidade de uma formação acadêmica pautada nas
demandas de mercado, cujo principal objetivo visa o preparo de profissionais
estritamente técnicos, capazes de operar a máquina legal, porém inaptos à construção
de um saber engajado com as grandes questões sociais. Assim, se por um lado, a
dogmática jurídica possibilita o domínio dos conceitos e mecanismos judiciais, por
outro, fomenta uma cultura heterônoma no campo do direito, adestrando os estudantes
a função de meros reprodutores do discurso oficial, alheios às contradições e
deformidades do campo em que atuam. Dessa forma, buscando a emergência de novas
práticas e sentidos para o Direito, a presente mesa propõe situar a iniciação científica
como um importante agente transformador na criação de novas “sensibilidades
jurídicas” (GEERTZ, 1997), vez que permite um comprometimento crítico do
estudante frente à realidade que lhe é apresentada. Com isso, muito mais do que
delimitar “o direito que se ensina errado”, ou seja, a maneira como os conteúdos são
ministrados, tenciona-se desvelar “o direito errado que se ensina”, em outros termos,
inquirir sobre a própria estrutura do Direito e seus dogmas (LYRA FILHO, 1980),
demonstrando com isso o papel fundamental da pesquisa científica ainda na graduação
como determinante na estruturação de uma nova mentalidade na seara jurídica.
DINÂMICA DA DISCUSSÃO:
REFERÊNCIAS:
KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. 6 ed. São Paulo : Martins Fontes, 1998.
LYRA FILHO, Roberto. O Direito que se ensina errado: sobre a reforma do ensino
jurídico. Brasília: Centro Acadêmico de Direito da UNB, 1980.