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Curso Psicologia

Disciplina Psicologia do Desenvolvimento I

ATIVIDADE AVALIATIVA II

Conteúdo: Desenvolvimento humano e cultura: integração entre filogênese, ontogênese e


contexto sociocultural

Resenha

O artigo a ser discutido, foi escrito por Gabriela Dal Forno Martins, da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, e Mauro Luís Vieira, da Universidade de Santa Catarina. Este artigo
reflete a integração entre aspectos filogenéticos do homem e o desenvolvimento ontogenético, no
contexto sociocultural onde está inserido.
A psicologia Evolucionista busca compreender o comportamento humano, a partir da Teoria da
evolução de Darwin, onde os seres tornam-se melhor adaptados ao ambiente.
O modelo padrão das ciências sociais entende o funcionamento humano com base em três
pressupostos: os bebes, tendo o mesmo aparato biológico, e algo constante não explicaria a variação
verificadas no adulto; os bebês precisam de uma fonte externa para desenvolver-se; a fonte necessária
ao bebê está no mundo social, como comportamentos e representações dos membros dos grupos, a
cultura. Os autores do artigo dividem a organização mental em inata (o que vem com o bebê) e social
(adquirida no ambiente).
É necessário considerar o desenvolvimento como um evento não linear, como um processo
de mudança progressiva. O texto afirma através de Geary (2006) que a Psicologia do Desenvolvimento
trata do estudo dos traços fenótipos comportamentais, sociais, cognitivos e físicos, e dos mecanismos
influenciadores de mudanças nesses fenótipos, ao decorrer da vida. Genes e ambiente se interagem
para produzir um fenótipo específico.
O processo epigenético, gera características fenotípicas e variações no comportamento.
Sendo assim, o desenvolvimento resulta da interação entre herança biológica e aspectos culturais
específicos. O indivíduo e o meio possuem uma relação bidirecional, pois ambos se modificam um ao
outro.
Através de Tooby e Cosmides, o texto apresenta a aprendizagem como o meio pelo qual a
criança torna-se adulto, socializando-se. Estes autores afirmam que os mecanismos psicológicos
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permitem a estruturação da vida social humana e transmissão da cultura através das gerações. Outro
conceito de aprendizagem é apresentado no texto. Segundo Keller, a aprendizagem é “um processo de
desenvolvimento que direciona a atenção dos bebês para seus parceiros sociais”.
Em sua segunda parte, o artigo aborda as diferentes definições sobre cultura. Tooby e
Cosmides criticam o modelo de cultura que explica as diferenças intergrupais e similaridades
intragrupais. A diferença entre os grupos corre devido a “correntes” que separam uma cultura da outra.
Assim o individuo aprenderia a cultura e reaplicaria de geração em geração, não sendo a cultura
afetada nem no conteúdo e nem na forma pela natureza humana.
Miller sustenta a ideia de que a cultura precisa ser vista e implicada nos processos psicológicos
básicos. Acredita que ela é exterior ao indivíduo, e que os fatores contextuais, são necessários para
emergir os processos psicológicos. Conclui-se que a experiência sociocultural é universal. O ser
humano é um ser biologicamente cultural.
Já Cole define a cultura como um conjunto estruturado de artefatos, material e ideal. Ele afirma que o
bebê antes de nascer já está inserido num ambiente sociocultural que o modifica e é modificado por
ele.
Para Tooby e Cosmides a cultura deve ser explicada em três aspectos distintos. : a própria
arquitetura mental universal é a responsável principal pela diferença entre as pessoas; acultura
epidemiológica que se refere a representações compartilhadas por uma população, que são construídas
por mecanismos inferenciais do observador; e a metacultura que explica as semelhanças entre os
indivíduos, geradas por mecanismos psicológicos organizados funcionalmente, compartilhados pelos
indivíduos reesposáveis pelas respostas similares às regularidades do mundo físico e social, em todas
as culturas.
Através de Triandis, o artigo afirma que as dimensões individualista e coletivista derivam
da concepção de que as culturas diferem no grau de ênfase na cooperação e na competição. Essas
diferenças, no ponto de vista psicológico, refletem na personalidade, o alocentrismo (valorização do
grupo social) e o idiocentrismo (ênfase na realização pessoal).
Kagitcibasi construiu um modelo que relaciona a cultura mais ampla com o self individual, através do
modelo I-C, pelo processo de socialização. A autora afirma que a autonomia é comparada com
distancia interpessoal. Essa dimensão relacional que pode ser dividida em distancia interpessoal (que
diz respeito ao grau de conexão com os outros) e agência (grau de autonomia do indivíduo). Ela afirma
que existem três tipos de self derivados de três tipos de famílias: família tradicional, com

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interdependência global; modelo individualista de família, com independência; e famílias sintetizadas


a partir das duas anteriores.
Os diferentes contextos de desenvolvimento devem ser analisados para a compreensão de
como as tarefas de desenvolvimento universais são solucionados de forma específica, diante de
condições culturais e ecológicas específicas.
O artigo nos leva a concluir que existem tarefas de desenvolvimento comuns aos seres
humanos, solucionadas de diferentes maneiras, de acordo com o contexto sociocultural.

Referência Bibliográfica

MARTINS, Dal Forno Gabriela; Vieira, Mauro Luís: Desenvolvimento humano e cultura: integração
entre filogênese, ontogênese e contexto sociocultural- Estudos de Psicologia, 2015.

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