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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

1. A METROLOGIA É A CIÊNCIA DA MEDIÇÃO

A Metrologia do grego Metron (medida) e Logos (ciência) tem como finalidade garantir
o rigor das medições.

A metrologia compreende todos os aspectos, tanto teóricos como práticos, relativos à


medição, quaisquer que sejam a sua incerteza e o domínio da ciência e da tecnologia
a que se referem.

A metrologia é tudo aquilo que se relaciona com a medição, desde o processo,


instrumentos, o local, o operador, o sistema de unidades, etc.

A metrologia fornece um conjunto de orientações e conhecimentos fundamentais à


manutenção.

A Metrologia é um subsistema do SPQ – Sistema Português da Qualidade.

SPQ

IPQ

Normalização Metrologia Qualificação

2. SPQ – SISTEMA PORTUGUÊS DA QUALIDADE

António Dias Pinto


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O Sistema Português da Qualidade foi estabelecido em 1983, constituindo o


enquadramento legal e institucional para os assuntos da Qualidade em Portugal
podendo definir-se como um sistema nacional, voluntário, credível e aberto, de
aplicação geral mas não exclusivo.

3. IPQ – INSTITUTO PORTUGUÊS DA QUALIDADE


O Instituto Português da Qualidade foi criado em 1986, na sequência da adesão de
Portugal à Comunidade Económica Europeia.
O IPQ é a entidade gestora do SPQ. Coordena as entidades qualificadas que
participam no SPQ e analisa os problemas derivados da sua actividade.
O IPQ também tem ao seu cargo os três subsistemas do SPQ:

 Normalização
 Metrologia
 Qualificação (certificação e acreditação).

a) Subsistema da Normalização:
Subsistema que dá apoio à elaboração de normas e outros documentos
relativos ao SPQ, desde o âmbito regional ao internacional.

b) Subsistema da Metrologia:
Este subsistema visa a realização, manutenção e o desenvolvimento dos
padrões metrológicos nacionais, bem como a garantia e o a promoção do rigor
das medições, no quadro da harmonização de padrões a nível internacional.

c) Subsistema da Qualificação:
Subsistema que procura a demonstração da conformidade de produtos, de
serviços e de sistemas da qualidade com requisitos previamente especificados,
assim como a acreditação de entidades para fins específicos e a acreditação de
Pessoal.

4.O SUBSISTEMA DE METROLOGIA

O subsistema da Metrologia está dividido em três principais domínios:

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Metrologia

Científica Voluntária (ou industrial) Legal

Investigação Controlo:
Desenvolvimento - Processos
- Produtos industriais Legislação
Demonstração Controlo Metrológico
- Organizações
Certificadas ISO 9000 Regulamentos

Unidades Integração dos Áreas de acção:


de Medida meios metrológicos - Comércio
- Saúde
- Empresas - Segurança
Materialização de - Defesa de consumidor
- Centros tecnológicos
Grandezas - Ambiente
- Laboratórios - Economia energia

Cadeias Padrões
Padrões Hierarquizadas de Legais
Padrões

Produção Consumo

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5. Um breve histórico das medidas

Um comerciante foi multado porque a sua balança não pesava correctamente as


mercadorias vendidas. Como já era a terceira multa, o comerciante resolveu ajustar a
balança.
Nervoso, disse ao homem da manutenção:
- Não sei porquê esta perseguição. Uns gramas a menos ou a mais, que diferença
faz?
Imagine se todos pensassem assim. Como ficaria o consumidor?
No caso da indústria mecânica que fabrica peças com medidas exactas, como
conseguir essas peças sem um aparelho ou instrumento de medidas?
Por isso Metrologia é a ciência das medidas e das medições.

Como se desenvolveu a necessidade de medir? Quais os instrumentos de medição?


Como fazia o homem à 4.000 anos atrás, para medir comprimentos?
As unidades de medição primitivas estavam baseadas em partes do corpo humano,
que eram referências universais, pois era fácil chegar-se a uma medida que podia ser
verificada por qualquer pessoa. Foi assim que surgiram medidas padrão como a
polegada, o palmo, o pé, a jarda, a braça e o passo.

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Algumas dessas medidas-padrão continuam a ser usadas até hoje, com a seguinte
correspondência em centímetros:
1 Polegada = 2,54 cm
1 Pé = 30,48 cm
1 Jarda = 91,44 cm

O Antigo Testamento da Bíblia é um dos registos mais antigos da história da


humanidade. No Génesis, lê-se que o Criador mandou Noé construir uma arca com
dimensões muito específicas, medidas em côvados.
O côvado era uma medida-padrão da região onde morava Noé, e é equivalente a três
palmos, aproximadamente, 66 cm.
Em geral, essas unidades eram baseadas nas medidas do corpo do rei, sendo que tais
padrões deveriam ser respeitados por todas as pessoas que, naquele reino, fizessem
as medições.
Há cerca de 4.000 anos, os egípcios usavam, como padrão de medida de
comprimento, o cúbito: distância do cotovelo à ponta do dedo médio.

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Como as pessoas têm tamanhos diferentes, o cúbito variava de uma pessoa para
outra, ocasionando as maiores confusões nos resultados nas medidas.
Para serem úteis, era necessário que os padrões fossem iguais para todos.
Diante desse problema, os egípcios resolveram criar um padrão único: em lugar do
próprio corpo, eles passaram a usar, nas suas medições, barras de pedra com o
mesmo comprimento. Foi assim que surgiu o cúbito-padrão.
Com o tempo, as barras passaram a ser construídas em madeira, para facilitar o
transporte. Como a madeira gastava-se rapidamente, foram gravados comprimentos
equivalentes a um cúbito-padrão nas paredes dos principais templos. Desta forma,
cada um podia conferir periodicamente a sua barra ou mesmo fazer outras, quando
necessário.
Nos séculos XV e XVI, os padrões mais usados na Inglaterra para medir comprimentos
eram a polegada, o pé, a jarda e a milha.
Na França, no século XVII, ocorreu um avanço importante na questão de medidas. A
Toesa, que era então utilizada como unidade de medida linear, foi padronizada numa
barra de ferro com dois pinos nas extremidades e, em seguida, chumbada na parede
externa do Grand Chatelet, nas proximidades de Paris. Dessa forma, assim como o
cúbito-padrão, cada interessado poderia conferir seus próprios instrumentos. Uma
toesa é equivalente a seis pés, aproximadamente, 182,9 cm.
Entretanto, esse padrão também se foi desgastando com o tempo e teve que ser
refeito. Surgiu, então, um movimento no sentido de estabelecer uma unidade natural,
isto é, que pudesse ser encontrada na natureza e, assim, ser facilmente copiada,
constituindo um padrão de medida. Havia também outra exigência para essa unidade:
ela deveria ter seus submúltiplos estabelecidos segundo o sistema decimal. O sistema
decimal já tinha sido inventado na Índia, quatro séculos antes de Cristo. Finalmente,
um sistema com essas características foi apresentado por Talleyrand, na França, num
projecto que se transformou em lei naquele país, sendo aprovada em 8 de Maio de
1790.

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Estabelecia-se, então, que a nova unidade deveria ser igual à décima milionésima
parte de um quarto do meridiano terrestre.
Essa nova unidade passou a ser chamada metro (o termo grego metron significa
medir).
Os astrónomos franceses Delambre e Mechain foram incumbidos de medir o
meridiano. Utilizando a toesa como unidade, mediram a distância entre Dunquerque
(França) e Montjuich (Espanha). Feitos os cálculos, chegou-se a uma distância que foi
materializada numa barra de platina de secção rectangular de 4,05 x 25 mm. O
comprimento dessa barra era equivalente ao comprimento da unidade padrão metro,
que assim foi definido:

Foi esse metro transformado em barra de platina que passou a ser denominado metro
dos arquivos.
Com o desenvolvimento da ciência, verificou-se que uma medição mais precisa do
meridiano fatalmente daria um metro um pouco diferente. Assim, a primeira definição
foi substituída por uma segunda:

Escolheu-se a temperatura de zero grau Celsius por ser, na época, a mais facilmente
obtida com o gelo fundente.
No século XIX, vários países já tinham adoptado o sistema métrico. Estabeleceu-se,
então, um prazo de dez anos para que padrões antigos fossem inteiramente
substituídos.
Com exigências tecnológicas maiores, decorrentes do avanço científico, notou-se que
o metro dos arquivos apresentava certos inconvenientes. Por exemplo, o paralelismo

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das faces não era assim tão perfeito. O material, relativamente mole, poder-se-ia
desgastar, e a barra também não era suficientemente rígida.
Para aperfeiçoar o sistema, fez-se um outro padrão, de secção transversal em X, para
ter maior estabilidade; uma adição de 10% de irídio, para se tornar mais durável; dois
traços no seu plano neutro, de forma a tornar a medida mais perfeita.

Assim, em 1889, surgiu a terceira definição:

Actualmente, a temperatura de referência para a calibração é de 20ºC.


É a esta temperatura que o metro, utilizado em laboratório de metrologia, tem o mesmo
comprimento do padrão que se encontra na França, à temperatura de zero grau
Celsius.
Ocorreram, ainda, outras modificações.
Hoje, o padrão do metro em vigor é baseado na velocidade da luz, assim definido:

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É importante observar que todas estas definições estabeleceram com maior exactidão
o valor da mesma unidade: o metro.

Múltiplos e submúltiplos do metro

A tabela seguinte é baseada no Sistema Internacional de Medidas (SI).

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6. MEDIÇÃO E VERIFICAÇÃO
Medir e verificar são operações tão correntes em técnica oficinal que nenhum técnico
poderá considerar-se digno do nome sem que seja capaz de o fazer com verdadeira
perfeição.

Na metalomecânica, o técnico mede desde que toma conhecimento da peça que vai
realizar (através do desenho), ao separar o material em bruto a que irá dando forma;
mede nas sucessivas fases de acabamento…

6.1. Medição
É a comparação de duas grandezas da mesma espécie.
Segundo o Vocabulário Internacional de Metrologia (VIM)
É um conjunto de operações que têm por objectivo determinar o valor de uma
grandeza.
(VIM)

Quando se fala em grandeza, no domínio da metrologia, referimo-nos a grandezas


mesuráveis. As grandezas mensuráveis são grandezas (físicas) que podemos
quantificar.

Exemplo de grandezas físicas que podemos quantificar (medir):

 Comprimento
 Velocidade
 Peso
 Intensidade de corrente eléctrica

Existem outras grandezas, denominadas de psicológicas, tais como a inteligência, a


vontade e a criatividade, que, apesar de poderem ser qualificadas qualitativamente,
não são mesuráveis (quantitativamente).

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A medição é um dos actos mais comuns em todo o tipo de actividades.


Na actividade industrial em geral, verificamos que nada se produz sem medir, antes,
durante e depois da produção de bens ou serviços.

 Medem-se as propriedades físicas ou químicas das matérias primas


 Mede-se o produto em auto controle e faz-se o controlo final
 Mede-se o grau de satisfação do cliente
 Mede-se a eficiência dos serviços
 Mede-se a produtividade
 Enfim nada se faz sem medir…

Como já vimos, o objectivo da medição é:

encontrar o valor (medida) de uma grandeza.

Para encontrar o valor (medida) de uma grandeza precisamos compará-la com outra
grandeza da mesma espécie.
Ao termo da comparação chama-se, unidade de medida.
O resultado da comparação é o valor (medida) da grandeza.

Exemplo:
Imagine que precisava medir uma tábua.
Para medir usava uma régua de um metro.

0 1
m

O objecto a medir é a: tábua


A Grandeza a medir é o: comprimento
O termo de comparação (unidade de medida) é o: metro
A medida (valor de uma grandeza) é o resultado da comparação
3m
que dá:

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6.2. Verificação

Podemos dividir a verificação em dois grupos fundamentais:

 Verificação do valor da grandeza


 Verificação do instrumento que permitiu verificar o valor da
grandeza.

Verificação do valor da grandeza


É um conjunto de operações destinadas à confirmação de que o valor da grandeza
está dentro das tolerâncias admissíveis.

Exemplo:
Cortar uma tábua com 20 mm de comprimento. Aceito que tenha uma tolerância de
mais ou menos um milímetro.
Verifiquei através de um instrumento de medição (régua) o comprimento da tábua.
O valor da grandeza (comprimento) encontrado, foi de 21 mm. Aceito.

Verificação do instrumento que permitiu verificar o valor da grandeza.

É o conjunto de operações destinadas a confirmar que os instrumentos de medição


mantêm a qualidade metrológica dentro das tolerâncias admissíveis.
Em determinados instrumentos de medição (IM) é obrigatório colocar uma marca de
verificação periódica.
Exemplo marca de verificação nas bombas de gasolina: garante que a bomba fornece
a quantidade de gasolina correctamente (dentro das tolerâncias admissíveis).

A importância da verificação periódica dos instrumentos de medição

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Há algum tempo, numa instalação industrial, ocorreu um acidente que


resultou na morte de um operário. A vítima estava a proceder ao enchimento
de um recipiente metálico, com gás sob pressão.
Para o efeito utilizava um sistema de enchimento provido de um manómetro.
Deu-se porém a infeliz circunstância da mola do referido manómetro estar
partida, ficando o ponteiro bloqueado a meio da escala. Isto levou a que o
operário fosse aumentando a pressão do recipiente, até que este rebentou,
causando-lhe a morte.
Este é um caso extremo de contornos dramáticos. No entanto, é um bom
exemplo de como a utilização de instrumentos de medição não Verificado
pode apresentar graves riscos para a segurança.

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7. MÉTODOS DE MEDIÇÃO

Sequência lógica de operações, descritas genericamente, utilizadas na execução de


medições.

Os métodos de medição podem classificar-se de diversas formas.

Vamos analisar a seguinte classificação:

Métodos de
medição

Directa Por estimativa Indirecta

7. 1 Medição directa

Método que permite obter o valor da grandeza a medir de forma imediata.


Exemplo:

Medição do comprimento com uma fita métrica.


Utilização de um velocímetro para a medição da velocidade.

7.2. Medição por estimativa


Método que permite obter um valor aproximado da grandeza. Aplicado em casos que
não é preciso grande rigor.

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Exemplo:

12

9
3

±4
6

7.3. Medição indirecta

Método que permite obter o valor da grandeza pela combinação de duas ou mais
medições directas ou indirectas.
Exemplo:

A medição da área de um quadrado através do produto dos comprimentos


dos seus lados.

l Área
A ll  A  1m  1m  1m 2
A medição da potência através da medição da tensão e corrente P=U.I

8. ERROS DE MEDIÇÃO

Diferença entre o valor real (verdadeiro) da grandeza e o valor resultante de uma


medição.

Nota: Não é possível determinar o valor verdadeiro de uma grandeza.


Podemos dizer que é o valor é convencionalmente verdadeiro.

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Uma vez que nenhuma medição é feita com exactidão total (isenta de erro de
medição), é importante um estudo dos erros. O estudo aos erros tem como objectivo
encontrar meios para os minimizar, reduzir e avaliara até que ponto se pode confiar no
resultado da medição.

8.1. Fontes de erros


A grande maioria dos erros resulta, geralmente das seguintes fontes:

Escala mal graduada


Diferença de temperatura entre a peça e o aparelho
Leituras não perpendiculares à escala
Pressão variável nas peças móveis dos aparelhos
Pouca prática do operador
Condições ambientais
Instrumento de medição

8.2. Classificação dos erros de medição

Os erros de medição podem ser classificados da seguinte forma:

Erros de Medição

Grosseiros Sistemáticos Aleatórios

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8.2.1. Erros grosseiros


Devem-se a falhas humanas no processo de medição, tento a nível da leitura como a
nível de registo dos resultados.
Este tipo de erros resulta muitas vezes por cansaço, desatenção e pressa do operador.

Exemplo:

Operador de um multímetro que lê, erradamente, 231 V, quando a indicação


é efectivamente de 233 V.
Operador mede o comprimento de uma peça, lêndo o valor de 25,3 mm e
regista 23,5 mm.

8.2.2. Erros sistemáticos


São erros cometidos sistematicamente que se reproduzem nas mesmas condições e
de igual maneira.

Este tipo de erros resulta muitas vezes de:

 Geometria defeituosa
 Apoio incorrecto
 Deformação
 Alinhamento
 Condições ambientais

Exemplos:

Geometria defeituosa
Régua com geometria defeituosa.

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Deformação
Um apalpador mecânico tem sempre alguma força a provocar o contacto. Essa força
vai causar sistematicamente maior ou menor deformação.
A situação pode ser problemática nas medições de polímeros ou nas borrachas.

Alinhamento
Nos finais do século XIX Ernest Abbe definiu que a medição mais correcta verifica-se
quando o eixo de instrumento e a peça a medir estão no mesmo alinhamento.
Exemplo:

O mesmo já não se verifica para o paquímetro, provocando um erro sistemático de


alinhamento.

eixo de medição

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Comparador com inclinação ()


Trata-se de um erro co-seno, onde qualquer valor medido corresponde a um valor
maior que a distância pretendida, sendo o valor correcto obtido pelo produto do valor
medido pelo co-seno de ()

Condições ambientais
A temperatura de referência das medições de comprimentos é de 20 ºC. Todas as
medições feitas em peças com temperaturas diferentes serão afectadas por dilatações
ou contracções térmicas.

25 ºC
20 ºC

Aço Aço

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8.2.3. Erros aleatórios


São os erros provocados por situações variáveis e dificeis de controlar, que afectam
o resultado da medição, umas vezes para mais e outras para menos.
Como exemplo dessas situações variáveis temos:

Luminosidade que variou


Temperatura que aumentou ou baixou
Respirou-se sobre o travessão da balança
Fixe do suporte da balança estremeceu
Sujidade
vibrações
Posição do operador ao ponteiro do instrumento

Todas estas situações levam a que por vezes o mesmo operador, utilizando o mesmo
intrumento de medição, encontre valores diferentes…

Exemplo:

Posição do operador ao ponteiro do instrumento (também chamado erro de paralaxe)

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9. CÁLCULO DOS ERROS DE MEDIÇÃO

9.1. Erro absoluto


É a diferença algébrica entre o resultado da medição e o valor (convencionalmente)
verdadeiro da grandeza medida.

Erro absoluto
(ea) = |Valor de medição – Valor (convencionalmente verdadeiro)|
Módulo: Garante valor positivo, pois não existem comprimentos negativos (-0,5 m)

Exemplo:
Diâmetro

Digo que esta peça tem um diâmetro de 20 mm (valor nominal – aquele que considero
como valor (convencionalmente) verdadeiro).
Com um instrumento de medição por exemplo um paquímetro, meço 19,5 mm.

Erro absoluto (ea) = |19,5 – 20| = + 0,5 mm

9.2. Erro relativo


Quociente do erro absoluto da medição pelo valor convencionalmente verdadeiro da
grandeza medida.

Erro relativo
ea
er  �100
L
L  valor convencionalmente verdadeiro da grandeza
(ou valor nomin al)
Considerando o exemplo anterior temos:

0,5
er  �100  0,025 �100  2,5% de erro
20

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10. CÁLCULO DO VALOR MAIS PROVÁVEL DE UMA GRANDEZA

É o valor que mais vezes se aproxima do real valor da grandeza.


Quando efectuamos uma medição, como já constatamos, vários factores actuam de
modo falsear o valor da grandeza, considerado como verdadeiro.
Uma das formas de nos aproximar-mos do valor mais provável de uma grandeza é
fazer várias leituras e calcular a média aritmética dos valores lidos.
Este procedimento, é uma forma de minimizar principalmente os erros aleatórios.

Exemplo: medimos o comprimento de uma chapa com uma fita métrica.


Fizeram-se quatro medições e obtiveram-se os seguintes valores:

Leituras
Leitura 1 130,08
Leitura 2 130,10
mm
Leitura 3 130,05
Leitura 4 130,05

130,08  130,10  130,05  130,5 520,28


L   130,07 mm
4 4

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11. ALGARÍSMOS SIGNIFICATIVOS

Como o próprio nome indica, são os algarismos que têm significado.


(Aqueles que fazem sentido perante a realidade que temos em mãos)
Nas operações de medição é fundamental, ter um conhecimento básico sobre
algarismos significativos, de forma a evitar falsas conclusões.

Exemplo:

Chapa

1 2 3 4 5 6 7
8

Régua (cm)

Qual é o comprimento da chapa ?


Podemos dizer o valor está compreendido entre 4 e 5 cm.
Reparando bem, seremos capazes de arriscar e dizer que o valor é 4,7 cm.
Em relação ao algarismo 4 não temos qualquer dúvida (é um algarismo certo).
Em relação ao algarismo 7, lido por estimativa, já é duvidoso (algarismo duvidoso).

Agora, imagine que perguntava novamente a um outro colega, qual o comprimento da


chapa, e ele respondia 4,737 cm.

Que significado teriam os algarismos 3 e 7 ? (4,737 cm)

Como facilmente compreende, não teriam significado (não faz sentido).

Conclusão: os algarismos significativos, no nosso caso real, são apenas o 4 e o 7.


Temos assim 2 algarismos significativos.

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11.1. REGRAS E EXEMPLOS DE ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS

 O número de algarísmos significativos é sempre o mesmo, independentemente


das unidades em que a grandeza se exprime:

Exemplo: 4,7 cm = 0,47 dm = 0,047m = 4,7 x 10mm = 47 mm

 Os zeros à direita podem ser considerados significativos ou não.

5,2500 5 algarísmos significativos


5,20 3 algarísmos significativos
4,210 4 algarísmos significativos

Temos apenas 2 algarísmos significativos, pois a realidade


da nossa chapa, dis-nos que se considerar o zero como
46,0 (no caso da algarismos significativo estou a dizer que a chapa mede
chapa) exactamente 46 mm, o que pode não ser verdade.
Neste caso não considero o zero á direita como algarísmo
significativo.

 Os zeros à esquerda nunca são algarísmos significativos.

0,0015 2 algarísmos significativos


0,520 3 algarísmos significativos
0,001500=1,500x10 -3 4 algarísmos significativos
0,046 2 algarísmos significativos

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11.2. ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS NOS CÁLCULOS

Por vezes fazemos cálculos, principalmente com a calculadora, e no visor da máquina


aparece-nos uma série de algarísmos originando por vezes a dúvida:

qual o resultado que devo apresentar?

Vamos procurar resolver a questão.

11.2.1. Adição e Subtracção


O numero de casas decimais do resultado deve ser igaul ao da parcela que tiver
menor número de casas décimais.
Nota: na adição e subtracção a base do raciocínio será as casas decimais.

Neste caso não existem casas decimais. Devemos

143 + 451 + 32 + 3 = 629 apresentar o resultado exactamente assim, conservando


todos os algarismos.

327,35 Neste caso existem casas decimais.


120,26
35,9 Então fazemos o seguinte:
+ 1,562
485,072 Analisar qual a parcela que tem o menor número de

casas decimais. Neste caso é a parcela de 35,9, que tem


485,1
arredondamento 1 casa decimal.
0,07 para 0,1 (7 é
O resultado a apresentar deve ter o mesmo número de
maior ou igua a 5 -
casas decimais que a parcela encontrada, com o menor
arredondo)
Neste caso, sendo o 25, número exacto, deve considerar-
número de casas decimais.
47,816 – 25 = 22,816 se o mesmo número de casas decimais da outra parcela.
47,816 + 25 = 72,816

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11.2.2. Multiplicação, divisão e radiciação

Devem reter-se apenas tantos algarismos significativos quantos os da parcela com


menor numero de algarismos significativos.

Nota: na multiplicação, divisão e radiciação a base do raciocínio será os algarísmos


significativos.

18,2 Fazemos o seguinte:


x 7,238
131,7316 Analisar qual a parcela que tem o menor número de
algarismos significativos. Neste caso é a parcela de 18,2
132 que tem 3 algarismos significativos.
Arredondado para
O resultado a apresentar deve ter o mesmo número de
132
algarismos significativos que a parcela encontrada, com o
0,7 maior que 0,5
menor número de algarismos significativos.
passa para o valor 1
No nosso caso o resultado é 132 (3 algarismos
significativos )

O resultado a considerar é de 72 (2 algarismos


1, 648 significativos), tal como a parcela com menor
 72
0, 023 número de algarismos significativos.

O resultado a considerar é de 6,22 (3

38,7  6,2209 algarismos significativos), tal como a parcela


inicial.

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11.2.3. Logaritmos

O número de algarismos significativos na mantissa de um logaritmo (digitos à direita da


vírgula) é igual ao número de algarismos significativos no correspondente antilogaritmo
e reciprocamente. Alguns exemplos:

Ln 1,4 x 102 = 4,94 2 algarismos significativos

Log 140 = 2,146 3 algarismos significativos

e 4,942 = 140 3 algarismos significativos

10 2,15 = 1,4x102 2 algarismos significativos

Nota: Alguns autores contam de forma diferente os algarismos significativos.


Acrescentam um algarismo significativo quando o primeiro algarismo da parcela
é superior ou igual a 5:
Exemplo: 0,0051 (em vez de 2 algarismos significativos contam 3, porque o
primeiro é algarismo significativo da parcela é 5).
Dizem os especialistas que ambos os critérios são razoáveis. Sendo assim
vamos seguir o critério apresentado inicialmente.

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12. MÉTODOS DE VERIFICAÇÃO DE UMA GRANDEZA NO QUE DIZ RESPEITO AO


SEU VALOR E FORMA

O valor de uma grandeza pode ser verificado através dos chamados:

 Verificadores (ou calibres)

A forma de uma grandeza pode ser verificada através dos chamados:

 Escantilhões

Existem vários tipos de calibres e escantilhões. Vamos analisar alguns tipos:

12.1. Verificadores ou (calibres)

Dá-se o nome genérico de verificador a um apetrecho destinado à verificação de


medições. Verifica o valor de uma grandeza.
Estes apetrechos têm sempre inscrito neles, em ponto bem visível, um valor fixo e
rigoroso da grandeza.

Exemplo de verificadores (ou calibres)

12.1.1 Verificadores de diâmetros

No fabrico de peças em série há toda a vantagem em se confirmar as medidas das


peças, quer no final da peça acabada, quer nas sucessivas fases de acabamento. Os
diâmetros de furos ou de veios, porque podem passar por várias fases de
acabamento, necessitam com frequência de serem verificados. Fabricam-se, para isso,
apetrechos que permitem uma verificação mais rápida e rigorosa do que a que se
obtém com os normais instrumentos de medição.
Existem verificadores para diâmetros interiores (chamados verificadores machos) e
verificadores para diâmetros exteriores (chamados verificadores fêmeas).

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12.1.2. Verificadores Machos

São constituídos por uma peça cilíndrica em aço temperado, rectificada e com um
punho para a segurar.
Servem para verificar diâmetros de furos, de igual medida à do verificador.
A exactidão do furo verifica-se pelo ajustamento com que o veificador passa no furo.
Um verificador só serve para um valor do diâmetro, que é o que marca no verificador.

Punho para segurar

Zona que
verifica

12.1.3. Verificadores fêmeas

São constituídos por uma peça anel de aço temperado, com o diâmetro interior igual
ao diâmetro a verificar. A superfície interior do anel é rectificada.

Servem para verificar diâmetros exteriores de peças cilíndricas, introduzindo a peça


no verificador.
A exactidão do furo verifica-se pelo ajustamento com que o veificador passa no furo.
Um verificador só serve para um valor do diâmetro, que é o que marca no verificador.

António Dias Pinto


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Outro tipo de verificador fêmea.

Este verificador também permite a verificação de diâmetros exteriores mas, por não ser
cilíndrico, não nos dá todos os diâmetros ao mesmo tempo, de forma homogénea, não
é tão rigoroso.
Para procedemos à verificação, passa-se a peça entre as esperas do verificador e
depois vamos rodando a peça nas várias direcções para podermos fazer um
julgamento o mais correcto possível do seu diâmetro exterior.

12.1.4. Verificadores de máxima e mínima

São verificadores especiais, também chamados de passa não passa.


Têm no mesmo apetrecho a possibilidade de verificar duas dimensões, diferindo de
uma quantidade pequena, conforme a exactidão que se exige para a dimensão real
com que deve ficar a peça.
Estes verificadores têm marcada a medida do diâmetro e as diferenças para ± que são
admitidas. Estas diferenças (tolerâncias) estão convencionadas e normalizadas.

12.1.5 Verificador de máxima e mínima para diâmetros exteriores:

Exemplo:
Necessitamos que a peça tenha um diâmetro exterior com o valor de 10 mm.

10 mm Calibre de 10 mm
com tolerância ± 0,03
mm.

António Dias Pinto


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A peça a verificar não pode ter uma medida superior em (0,03 mm), ou seja não pode
passar com 10,031 mm, na parte mais larga.
A peça a verificar não pode ter uma valor inferior em (–0,03 mm), ou seja não podemos
admitir que passe com 9,069 mm na zona mais estreita do verificador.

No lado maior a peça pode passar, está ok, dentro do limite.


No lado menor, não pode passar, não está ok, pois está mais fina do que o limite que
estabelecido.

12.1.6 Verificador de máxima e mínima para diâmetros interiores


Exemplo:
Necessitamos que a peça tenha um diâmetro interior com o valor de 10 mm.

10 mm

Calibre de 10 mm
com tolerância ± 0,03
mm.

A peça a verificar não pode ter uma medida superior em (0,03 mm), ou seja não pode
passar com 10,031 mm, na parte mais larga.
A peça a verificar não pode ter uma valor inferior em (–0,03 mm), ou seja não podemos
admitir que passe com 9,069 mm na zona mais estreita do verificador.
No lado maior a peça pode passar, está ok, dentro do limite.
No lado menor, não pode passar, não está ok, pois está mais fina do que o limite
estabelecido.

António Dias Pinto


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12.1.7. Verificador de roscados tipo (canivete)

É um tipo de verificador de roscados que se usa bastante, principalmente como


classificador dos roscados. Também por vezes e chamado de conta-fios.

É constituído por uma série de lâminas de aço, montadas num suporte, em forma de
canivete, tendo numa extremidade uma aresta recortada com os perfis de diversos
roscados.
Para se proceder á verificação de um roscado, ajusta-se a lâmina correspondente do
verificador ao roscado a verificar, segundo os seus filetes e verifica-se a coincidência
(se encaixa). O perfil do verificador deverá coincidir, em qualquer zona diametral do
roscado a verificar, para isso verificar em várias posições.
Como já dissemos este apetrecho usa-se muito também para classificar roscados,
nomeadamente quanto ao passo da rosca.
A zona dentada, normalmente tem um comprimento de 1 cm e gravado na lâmina o
número de fios ou filetes (dentes) que lhe corresponde. Ora, dividindo (1 cm/pelo
número de fios) fico a saber o passo da rosca. O passo da rosca será, num
parafuso, a distância que o parafuso avança quando dá uma volta completa.
Por vezes também está marcado o passo no apetrecho, facilitando a classificação dos
roscados.

12.1.8 Verificador de folgas

Designa-se por folga, a distância, geralmente pequena, entre a superfície de duas


peças que trabalham conjuntamente.
O verificador de folgas é constituído por uma série de lâminas de aço, de espessuras
constantes e rigorosas, geralmente montadas num suporte, tipo canivete.
As lâminas estão marcadas com as respectivas espessuras.
Existem verificadores com lâminas calibradas em milímetros e em polegadas.

António Dias Pinto


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Para se verificar uma folga, introduzem-se as lâminas por ordem crescente na folga,
até que uma entre com certa dificuldade. O valor da espessura dessa lâmina dá o valor
da folga.
Embora com menor rigor, pode utilizar-se a sobreposição de lâminas, podemos
introduzir duas lâminas sobrepostas na folga. O valor da folga será a soma da
espessura doas lâminas.

12.1.9. Verificador de nível

É um instrumento usado nas oficinas que serve por exemplo para verificar se uma
determinada máquina está alinhada horizontalmente.

12.1.9.1 Princípio de funcionamento


 Os líquidos dentro de um recipiente
formam à superfície uma linha horizontal.

 Ao suporte, régua, está fixo um tubo que contem um líquido. Esse tubo não está
totalmente cheio, contendo dentro uma bolha de ar.
 O tubo forma uma ligeira curva para que a bolha de ar fique na horizontal e
relativamente a meio do tubo que contem o líquido. Quando isso acontece dizemos
que a superfície é plana, horizontal, não está inclinada.

António Dias Pinto


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12.1.9.2 Vários tipos de níveis/considerações gerais

Níveis Considerações gerais


 nível  A parte centrar do

tubo está marcada


com dois traços
 nível com parafuso de orientadores. Quando
ajuste a bolha está entre
esses dois traços
dizemos que a
 nível de precisão
superfície é horizontal
 usado para
superfícies curvas, por
 Alguns níveis têm
exemplo, veios
 para verificar mais de que um traço

verticalidades marcado no tubo.


Esses traços permitem
a leitura de pequenas
inclinações.

 Os materiais de que
 níveis quadrangulares
são construídos os
 usados para
níveis:
instalações de
máquinas, etc
aço, alumínio, plástico,
etc.

 verificador de
rectitude, planeza e
inclinação

António Dias Pinto


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12.1.9.3 Corrigir os desníveis encontrados (nível com escala)

Quando o nível tem escala, segundo o número de traços de desvio, ao centro


podemos fazer o seguinte:

Exemplo:

Dados:

e= escala de sensibilidade = 0,2 mm/m


t= bolha desviada 2 traços
l= comprimento da superfície a nivelar = 2,5 m

Calço a colocar na zona mais baixa ou rectificação da zona mais alta:

e  t  l  0,2  2  2,5  1 mm

12.1.9.4 Verificar e corrigir o próprio nível (instrumento)

Verificar
Quando queremos verificar se o nível está em perfeitas condições fazemos:
 Colocar o nível numa superfície aproximadamente horizontal
 Verificar se a bolha está ao centro. Se sim, ok. Se não, fazemos:
 Colocar um calço do lado em falta para levar a bolha ao centro
 Inverter o nível colocando-o em posição simétrica sobre o calço e
verificar se a bolha ficou ao centro. Caso não fique quer dizer que o
nível não está em perfeitas condições de verificação.
Corrigir
Quando são níveis que têm parafuso de afinação faz-se:
 Colocar um calço do lado em falta para levar a bolha ao centro
 Inverter o nível de forma simétrica sobre o calço e verificar se a bolha ficou ao
centro. Caso não fique desfazer o desnível “metade através do parafuso, outra
metade através de um calço”
 Normalmente fica corrigido, caso não fique à primeira, repetir o processo “ desfazer
o desnível” até ficar centrado.

António Dias Pinto


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12.1.10. Verificador “fio-de-prumo”

É um instrumento de verificação de verticalidades. Usado para a montagem de


máquinas.
Quando o fio é relativamente comprido, o fio-de-prumo torna-se mais sensível que o
nível “mais exacto”.

Princípio de funcionamento:
Quando a superfície do pião, que está em linha com o cepo “c”, toca na parede, quer
dizer que a superfície está alinhada verticalmente.

12.1.11. Escantilhões

O escantilhão é um apetrecho que serve para verificar a forma de uma peça, ou


certas zonas da peça. É incorrecto dizer que o escantilhão verifica uma medida (valor
de uma medição).
O escantilhão tem uma forma à qual se adapta perfeitamente a peça, se estiver bem
acabada.
Há vários tipos de escantilhões: de ângulos, de curvas ….
Escantilhões para verificar as faces das cabeças dos parafusos sextavadas e das
porcas sextavadas.

António Dias Pinto


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Escantilhões para verificar o perfil dos roscados.

Rosca triangular Rosca trapezoidal


métrica

António Dias Pinto


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13. NÓNIOS RECTILÍNEOS E CIRCULARES

Nónios rectilíneos e circulares

Uma grande parte dos instrumentos de medição de comprimentos utiliza processos


que permitem dividir a menor divisão de uma escala (régua) em partes ainda mais
pequeninas.
Através desses processos é possível obter valores de medição mais exactos e que de
outra forma não seria possível a olho nu.
Consegue dividir um milímetro, da régua, em 10 partes iguais a olho nu e fazer uma
leitura correcta do valor da medição?

Então para resolver essa questão vamos aprender um processo que se baseia na
aplicação do nónio à régua principal do instrumento de medição.

Por exemplo, o paquímetro é um instrumento de medição de comprimentos que utiliza


a régua do nónio.

Sabendo o que é o nónio, para que serve e como funciona, estará preparado para
estudar e utilizar todos os instrumentos que o utilizam.

António Dias Pinto


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13.1. O que é o nónio?

O nónio é uma pequena escala, destinada a avaliar fracções da menor divisão da


escala principal.
Essa escala pode ser rectilínea ou circular.

13.2. Nónios rectilíneos


A escala do nónio, normalmente, desliza sobre a escala principal.

menor divisão Escala principal


nesta escala (1mm) (mm)

0 5 10 1

10 5
10

nóni
o

0 5 10
1

10 5
10

0,1 mm

Com este nónio posso medir fracções do milímetro, ou seja, consigo medir décimas de
milímetro (1/10=0,1mm).
Posso dizer que a régua do nónio funciona como se fosse uma “lupa”, permitindo-me a
“olho nu” medir 0,1 mm.

António Dias Pinto


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13.2.1. Cálculo da natureza (x) do nónio rectilíneo

Chama-se natureza (x) do nónio ao menor comprimento que se pode


medir com o nónio.

Nota: também há quem chame, em vez de natureza, resolução do nónio.

A natureza (x) do nónio pode calcular-se pelas seguintes formulas:

x - natureza (x) do nónio


Ndn- Número de divisões do nónio
Nde- Número de divisões na escala principal

OU

x - natureza (x) do nónio


vmd – valor da menor divisão da escala principal
Ndn – número de divisões da régua do nónio

Mais prático

António Dias Pinto


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Exemplo mais comum:


menor divisão Escala principal (mm)
nesta escala (1mm)

0 5 10 1

10 5
10

nóni
Linha de fé
Ou traço testemunho
o

Neste caso, temos 10 divisões na régua do nónio que estão para 9 divisões da régua
principal. Para que assim seja, cada divisão da régua do nónio é mais pequena 1/10
(0,1mm) em relação a cada divisão da escala principal.

Então para saber qual a natureza do nónio (o menor comprimento que posso medir) ou
por outras palavras:
Quanto vale cada divisão da régua do nónio, faço:

Cálculo da natureza do nónio


Número de Número de divisões (menor comprimento que posso medir)
divisões do correspondentes na
vmd
nónio escala principal x Ndn  Nde
(Nde) Ndn N
Ndn
(Ndn)

10 9 1 x
10  9 1
 0,1 mm
x  0,1 mm 10

10
10

Conclusão:
Esta régua do nónio, divide (1mm) em 10 partes, permitindo-me medir fracções do milímetro.
Cada uma das 10 partes do milímetro vale 0,1mm, o que quer dizer que com esta régua do
nónio posso fazer medições até 0,1 mm.
Sem a régua do nónio, seria muito difícil dividir 1 mm em 10 partes (10 tracinhos) e conseguir
ler 0,1 mm!…
13.3. Outras naturezas do nónio:

António Dias Pinto


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Diferentes naturezas (x) do nónio

Podemos ter diferentes naturezas do nónio, mediante o comprimento da régua do


nónio e o número de divisões em que está dividida, em relação á escala principal.

Nota: todos os exemplos que vamos abordar, fazem a comparação do número de


divisões da régua do nónio com o número de divisões da escala principal.
Para facilitar essa comparação devemos alinhar a linha de fé do nónio a zero
(conforme o primeiro exemplo dado).

Exemplos:

Número de Numero de Cálculo da natureza do nónio


divisões do divisões (menor comprimento que posso medir)
nónio correspondentes vmd
x Ndn  Nde
(Ndn)
na escala principal
(Nde)
Ndn N
Ndn

20 19 1 x
20  19 1
  0,05 mm
x  0,05 mm 20 20
20
1
x  0,02 mm 50  49 1
50 49 50 x   0,02 mm
50 50

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Natureza (x) do nónio aplicado a uma régua graduada em polegadas (“).

nónio
"
menor divisão 1
nesta escala
0 8 (1mm)
16
70

1”

Escala principal em polegadas (“)

Número de Número de Cálculo da natureza do nónio


divisões do divisões (menor comprimento que posso medir)
nónio correspondentes vmd
x Ndn  Nde
(Ndn)
na escala principal
(Nde)
Ndn N
Ndn

1"
"
8 7 1 16  1
8 7 x  
1
" 8 8 8 128
"

x  16  1
8 128

Nota: Neste nónio, consider-se a menor divisão da escala principal, em polegadas =


1/16 “

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13.4. Nónios circulares

O nónio com escala circular aplica-se muito nas sutas universais. Aqui o nónio está
dividido em 12 partes iguais, para a direita e para a esquerda da divisão zero da
escala principal.

13.4.1. Cálculo da natureza (x) do nónio circular:

valor da menor divisão da escala principal vmd 1º 60'


N     5' (min utos)
número divisões da régua do nónio Ndn 12 12

António Dias Pinto


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13.5. Quando a régua do nónio tem menor número de divisões relativamente à


escala principal.

Se repararmos, até aqui temos vindo a analisar situações em que o número de divisões da régua do
nónio é superior ao número de divisões da escala principal. Superior em uma divisão, para o
mesmo comprimento. Essa comparação faz-se mais facilmente quando a linha de fé da régua do
nónio está alinhada com o zero da escala principal.

Escala principal (mm)

0                                            5                                    9     10
       1

      1
0                                             5                                                10

Linha de fé nónio
Ou traço testemunho

Contudo existem nónios onde o número de divisões é menor em relação à escala


principal, isto para que o espaço entre as divisões se torne maior e facilite a leitura
dos valores.

Exemplo:
Escala principal
(mm)

0 10 20 3040

012 34 5 67 8910

Linha de fé ou
traço testemunho Nónio

António Dias Pinto


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13.5.1. Como se calcula a natureza (x) do nónio nestes casos?

Faz-se do seguinte modo: (chamado artifício)


Multiplica-se o número de divisões da régua do nónio (neste caso tínhamos 20
divisões) pelo menor número inteiro (2,4,…) que faça com que o número de divisões
do nónio seja superior ao número de divisões da escala principal. Para o nosso caso,
vamos escolher o número (2), que multiplicado por 20 divisões do nónio perfaz 40
divisões, o que é superior às 39 da escala principal.
O valor que vamos obter não é o valor real da natureza (x) do nónio, real, mas sim um
valor artificial.
Para obtermos o valor real, multiplicamos o resultado obtido, novamente pelo menor
número inteiro que tínhamos considerado (que neste caso foi o 2).
Número de Numero de Cálculo da natureza do nónio
divisões do divisões (menor comprimento que posso medir)
nónio correspondentes vmd
x Ndn  Nde
(Ndn)
na
principal
escala
Ndn N
Ndn
(Nde)

20 x (2) = 40
1 x
40  39

1
 0,025 mm
x   0,05 mm 40 40

20 x  0,025  2  0,05 mm
o nónio tem
39
20 divisões

Então a natureza (x) real deste nónio é 0,025x2=0,05 mm

Escala principal
(mm)

0 10 20 3040

012 34 5 67 8910

Linha de fé
Ou traço nónio
testemunho
António Dias Pinto
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13.6. Efectuar leituras com o Nónio

D=P +
Leitura
.
n x
Natureza do 1
nónio
Traço da escala Traço do nónio que
principal coincide com um dos 3
que fica 2
traços da escala principal
imediatamente
Se nenhum traço do nónio, coincidir
atrás da fé do
nónio rigorosamente com um traço da escala
principal, considera-se coincidente aquele que
estiver mais próximo.
Nota: Seguir a ordem de operação: 1,2,3. O ponto(.) entre o n e o x, vale de
Se vários traços do nónio, parecerem coincidir
multiplicação.
com traços da escala principal, considera-se
Exemplo: coincidente o traço médio do grupo.
menor divisão
nesta escala Escala principal
(1mm) (mm)
0 5 10 15 1

1 20 5
10

5,1 mm
Linha de fé nóni
Ou traço
testemunho o
vmd N 
Ndn  Nde
x Ndn
Ndn
1 x Natureza (x) do nónio
1 x
10  9 1
  0,1 mm
x   0,1 mm 10 10
10
Traço da escala que fica imediatamente
2 P 5 mm
atrás da fé do nónio
Traço do nónio que coincide com um
3 n 1
dos traçõs da escala principal
D Leitura D = P + n.x= 5 + 1 x 0,1 = 5,1 mm

14. INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO

António Dias Pinto


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Dispositivos destinados à execução da medição, isolado ou em


conjunto com equipamentos suplementares.

Nesta altura já compreendemos que para medir é fundamental que exista o:

 Objecto a medir
 Instrumento de medição (IM)
 Observador

Objecto a medir:
O objecto a medir fornece-no os dados através das suas propriedades:

 Físicas e químicas (cor, densidade…)


 Mecânicas (dureza, elasticidade…)

Instrumento de medição
É o dispositivo destinado à execução da medição. Fornece-nos a informação relativa á
grandeza que se esta a medir.
Essa informação será tão fiel quanto o permitam as características do instrumento e as
variáveis de influência.

Observador:
O observador é um interveniente fundamental.
O papel do observador é observar, registar e julgar, mas sem que haja da sua parte
qualquer influência, nos resultados medidos.
O observador nunca se pode esquecer de que o valor da grandeza que obtém é
sempre algo mais ou menos aproximado.

“Uma estimativa do valor verdadeiro”

14.1. Elementos constituintes dos Instrumentos de Medição (IM)


Instrumento de Medição Analógi
(IM) co

António Dias Pinto 25,36 Digital


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Grandeza Indicação
TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

Sensores
Detectores

14.2. Características dos Instrumentos de Medição

Vamos analisar algumas características, importantes, associadas aos instrumentos de


medição.
Estas características permitem sensibilizar o utilizador para determinados factores que
se serão importantes na escolha do instrumento de medição.

Amplitude de medição
Módulo da diferença entre os dois limites da gama nominal.
Exemplo: aparelho mede desde –10 V a 10 V (gama=20V)

Resolução (de um dispositivo indicador)


Menor diferença entre indicações de um dispositivo indicador que se podem distinguir
significativamente.

Estabilidade:
Aptidão de um instrumento de medição para conservar no tempo as suas
características metrológicas.

Neutralidade:
Aptidão do instrumento de medição para não alterar o valor da grandeza a medir.

António Dias Pinto


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Exemplo: força que o instrumento faz a medir, não deforma a peça e por isso não
influência o resultado.

Exactidão (de um instrumento de medição)


Aptidão de um instrumento de medição para dar indicações próximas do verdadeiro
valor da grandeza medida.

Classe de exactidão (de um instrumento de medição)


Classe de instrumentos de medição que satisfazem certos requisitos metrológicos com
vista a manter os erros dentro de limites especificados.
Nota: uma classe de exactidão é habitualmente indicada por um número ou símbolo
adoptado por convenção e denominado índice de classe.
A exactidão é um conceito qualitativo e por isso não devo dizer que a exactidão de um
instrumento é de 2 mg ou 10m, mas sim, exemplo: classe de exactidão 0,1;0,5;2.

Erro de indicação (de um instrumento de medição)


Diferença entre a indicação de um instrumento de medição e o valor verdadeiro da
correspondente grandeza de entrada.

Repetibilidade:
Aptidão do instrumento de medição para dar, em condições de utilização definidas,
respostas muito próximas quando se aplica repetidamente o mesmo sinal de entrada.

Incerteza de medição
Parâmetro que procura caracterizar o “grau de confiança” que se tem nas medições
efectuadas.
Dá-nos um intervalo indicador dos limites máximos (superior e inferior) para o erro que
o instrumento pode cometer na medição.
Como não é possível prever o sinal dos erros, a incerteza é sempre indicada como o
sinal “±”.

Exemplo:

Uma resistência marca 100 . (valor nominal)

António Dias Pinto


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O valor da resistência foi medido com um instrumento de medição chamado


(ohmímetro).
O valor obtido foi de 101,3  (ohms)
O fabricante diz que aquele aparelho tem um incerteza de ± 2 , o que quer dizer
que o valor real da resistência não é 101,3 , mas que está entre 99,3  e 103,3 ,
o que é verdade.

101,3 ,

101,3 – 2 = 99,3 
100
101,3 + 2 = 103,3 ,

99,3 103,3
 
Daqui podemos tirar as seguintes conclusões:

 Que o instrumento está de acordo com o que diz o fabricante.


 Que o instrumento está em boas condições e podemos ter confiança no
resultado obtido.
 O erro absoluto foi de: ea= |101,3-100|=1,3 

A questão, está no erro que o instrumento dá, pois, pode satisfazer ou não as
necessidades.

António Dias Pinto


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15. Diferença entre precisão e exactidão

Imagine 2 atiradores ao alvo.

Atirador A – triângulos pretos Precisão (distância identica entre si)

Atirador B – bolas azuis Exactidão (mais próximo do objectivo)

António Dias Pinto


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16. ALGUNS INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO

Os instrumentos de medição são, regra geral, frágeis. Devem ser tratados com todo o
cuidado e segundo os conselhos dos fabricantes.
Ao cuidarmos bem dos instrumentos estamos a contribuir para que cumpram o que
dele esperamos: “uma boa medição”.

16.1. PAQUÍMETRO

Nota: Por vezes também chamado “craveira”

O paquímetro é um instrumento de medição, constituído por uma régua ou haste


rígida em milímetros na parte inferior, sobre a qual se desloca um conjunto móvel
chamado “cursor” onde está gravado o nónio.
O paquímetro é considerado um instrumento de medição de exactidão.

Nomenclatura do Paquímetro analógico (comum)

1- Maxilas para medição de


exteriores
2- Maxilas para medição de interiores
3- Haste para medição de
profundidades
4- Superfície para medição de
desníveis
5- Régua/corpo
6- Cursos
7- Escala principal
8- Nónio
9- Dispositivo bloqueador
10- Guias do cursor

António Dias Pinto


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16.2. Exemplos de utilização dos paquímetros

16.2.1. Alguns cuidados a ter com o paquímetro

 Armazenamento em caixa adequada e em locais sem humidade


 Não misturar o instrumento com outros, para evitar empenos, riscos nas
escalas, etc.
 Não deixar cair o instrumento
 Limpeza e lubrificação segudo instruções do fornecedor.
 Não colocar o instrumento em cima de superfícies quentes (problemas
dilatação, etc.)

António Dias Pinto


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16.3. Vários tipos de paquímetros

Existem vários tipos de paquímetros, como seguidamente podemos ver:

Vários tipos de paquímetros

Bico tipo lâmina, faces de


medição de metal dura
com haste de
profundidade

Bico ajustável e com haste


de profundidade

Bico móvel e haste de


profundidade

Com relógio

António Dias Pinto


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Vários tipos de paquímetros

Digital

Digital com faces tipo


lâmina para medições
externas e arredondadas
para medições internas

Bico tipo ponta

Digital com bico tipo


lâmina que entra em frisos
pequenos

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Vários tipos de paquímetros

Digital com bico tipo ponta,


com haste de
profundidade e impulsor

Bico tipo faca

Tipo gancho

De profundidade

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Vários tipos de paquímetros

Profundidades de escatéis

Nónio duplo

De alturas ou graminho

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16.4. Blocos padrão para calibração/verificação de paquímetros

Blocos padrão Aplicação

Características

Blocos padrão feitos em ligas de grande qualidade, resistentes, tratadas e de muito


bom acabamento superficial.

Podemos verificar se o nosso paquímetro está medir nas devidas condições, fazendo
a comparação com blocos padrão.

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16.5. Como efectuar medições com o paquímetro

Exteriores Interiores

 Verificar sempre o zero (quando as maxilas estão


encostadas, fechadas, o zero da régua do nónio tem
que estar certo pelo zero da régua principal).
1 Quando isso não acontece, temos que fazer a
respectiva compensação ao resultado da medição.

 Identificar a natureza do nónio

Colocar os objectos a medir dentro das


testeiras, o mais junto possível da base
das testeiras, mas dentro da zona
2
destinada á medição, de forma a evitar
a situação de deformação.

2.
1

Colocar o componente entre as maxilas Colocar as maxilas entre as superfícies

2.
2
Encostar a maxila fixa à superfície
Encostar o componente à maxila fixa

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2.
3

Encosto da maxila móvel ao componente Encosto da maxila móvel à superfície e

e fazer a medição fazer medição

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16.6. Medições com o paquímetro

Exemplos:

0 100
20 5 15 1

1
0 5 0,1 mm
10
Leitura =
4,2 mm Normalmente o instrumento diz qual é a natureza do nónio, ou
seja, quanto vale cada divisão da escala do nónio. Neste caso
0,1 mm.
Quando não disser temos que calcular …
D=P+n.x vmd 1
x   0,1 mm
Ndn 10
P=4
n=2 Neste caso o (vmd) valor da menor divisão da escala principal é
x= 1/10 = 0,1 de 1 mm.
O (Ndn) número de divisões do nónio são 10.
A natureza (x) do nónio, é 0,1 mm.

Ou seja cada divisão do nónio vale 0,1 mm


D=4+2x0,1=4,2mm

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0 10 20 304050

012 34 5 67 8 910

12,4 mm
0,05 mm

Normalmente o instrumento diz qual é a natureza do

D=P+n.x nónio, ou seja, quanto vale cada divisão da escala do


nónio. Neste caso 0,05 mm.
P = 12
Quando não disser temos que calcular …
n = 16
x= 1/20 = 0,05
Neste caso o (vmd) valor da menor divisão da escala
D= 12+16x0.05=12,8 principal é de 1 mm.
mm
O (Ndn) número de divisões do nónio são 20.
Ou
D=12+8x0,1=12,8 A natureza (x) do nónio, é 0,05 mm.
Ou seja cada divisão do nónio vale 0,05 mm

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Exemplos em polegadas
(“)
29/64”

1/128 “
0
8

7 0
1” 2”

Normalmente o instrumento diz qual é a natureza do


nónio, ou seja, quanto vale cada divisão da escala do
D=P+n.x nónio. Neste caso 1/128”.
Quando não disser temos que calcular …

P = 7/16 1
n=2 vmd 16 1
x  
" Ndn
1 8 128
x Neste caso o (vmd) valor da menor divisão da escala
128 principal é de 1/16 “.
O (Ndn) número de divisões do nónio são 8.
A natureza (x) do nónio, é 1/128 “.
7 " 1 " 56 " 2 " 58 " 29 "
D 2     Ou seja cada divisão do nónio vale 0,05 mm
16 8 128 128 128 128 64

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Leitura: 1 39/128 “

0 8

7 0
1” 2”

4 " 1 " 32 " 7 " 39 "


D 1"  7  1"   1
168  128 128 128 128

16.7. Leitura no sistema métrico


Na escala fixa ou principal do Paquímetro, a leitura feita antes do zero do nónio
corresponde à leitura em milímetro.
Em seguida, deve contar os traços do nónio até ao ponto em que um deles coincidir
com um traço da escala fixa.
Depois, soma o número que leu na escala fixa ao número que leu no nónio.
Para entender o processo de leitura no Paquímetro, são apresentados, a seguir, dois
exemplos de leitura.

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a) 59,4 mm b) 13,5 mm c) 1,3 mm

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a) 3,65 mm b) 17,45 mm

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a) 17,56 mm b) 39,48 mm

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16.8. Leitura de polegada milesimal

No Paquímetro em que se adopta o sistema inglês, cada polegada da escala fixa


divide-se em 40 partes iguais. Cada divisão corresponde a:

O procedimento para leitura é o mesmo que para a escala em milímetro.


Contam-se as unidades .025" que estão à esquerda do zero (0) do nónio e, a seguir,
somam-se os milésimos de polegada indicados pelo ponto em que um dos traços do
nónio coincide com o traço da escala fixa.

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a) .064" b) .471" c) 1.721"

16.9. Leitura de polegada fraccionária


No sistema inglês, a escala fixa do Paquímetro é graduada em polegada e fracções de
polegada. Os valores fraccionários da polegada são complementados com o uso do
nónio.
Para utilizar o nónio, precisamos saber calcular sua resolução:

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Para medir em polegada fraccionária exige operações mentais. Para facilitar a leitura
desse tipo de medida, recomendamos os seguintes procedimentos:
1º Passo - Verifique se o zero (0) do nónio coincide com um dos traços da escala fixa.
Se coincidir, faça a leitura somente na escala fixa.

2º Passo - Quando o zero (0) do nónio não coincidir, verifique qual dos traços do nónio
está nessa situação e faça a leitura do nónio.

3º Passo - Verifique na escala fixa quantas divisões existem antes do zero (0) do
nónio.

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5º Passo - Multiplique o número de divisões da escala fixa (3º passo) pelo numerador
da fracção escolhida (4º passo). Some com a fracção do nónio (2º passo) e faça a
leitura final.

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16.10. Colocação de uma medida no Paquímetro em polegada fraccionária

Para abrir um paquímetro numa medida dada em polegada fraccionária, devemos:

1º Passo - Verificar se a fracção tem denominador 128. Se não tiver, deve-se substituí-
la pela sua equivalente, com denominador 128.
Exemplo:

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17. MICRÓMETRO

É um instrumento de medição, que permite medir com resoluções na ordem os


0.01mm; 0,005; 0,002 e 0,001 (leitura digital).
O micrómetro é considerado um instrumento de medição de exactidão.
Por vezes chamam ao micrómetro “palmer”.

O princípio de funcionamento é o sistema parafuso e porca.

Um parafuso de alta precisão, roda numa porca, avançando ou recuando “apertando


ou desapertando”.
Por cada volta completa, avança ou recua, uma distância igual ao passo do parafuso.

Passo

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17.1. Nomenclatura de um micrómetro analógico (comum)

1- Estribo
2- Espera fixa
3- Parafuso micrométrico com ponta de metal duro
4- Porca de ajuste
5- Lingueta do roquete
6- Roquete para aproximação rápida
7- Casquilho interior
8- Roquete de ajustamento
9- Tambor de leitura
10- Casquilho graduado
11- Dispositivo de travagem
12- Anel de travagem
13- Placa isolante

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17.2. Alguns cuidados a ter com o micrómetro

 As faces do micrómetro deverão ser bem limpas antes da sua utilização

 Não forçar demasiado o aperto da peça entre o parafuso e a espera fixa.

 Nota: Existem instrumentos que têm um sistema limitador de binário para


controlar a força de aperto.


Armazenamento em caixa adequada e em locais sem humidade

 Não misturar o instrumento com outros, para evitar empenos, riscos nas
escalas, etc.

 Não deixar cair o instrumento

 Limpeza e lubrificação segudo instruções do fornecedor.

 Não colocar o instrumento em cima de superfícies quentes (problemas


dilatação, etc.)

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17.3. Vários tipos de micrómetros

Vários tipos de micrómetros

Exteriores

Digital de exteriores

Com batentes
intercambiáveis para uma
maior capacidade de
medição

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Vários tipos de micrómetros

Externos com pontas finas

Para engrenagens

Profundidades

Medidores de interiores
ex: superfícies paralelas

Interiores de 3 pontos

Interiores, com braços

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17.4. Blocos padrão para calibração/verificação de micrómetros

Blocos padrão Aplicação

Aço

Cerâmica

Características

Blocos padrão feitos em ligas de grande qualidade, resistentes, tratadas e de muito


bom acabamento superficial.

Podemos verificar se o micrómetro está a medir nas devidas condições, fazendo a


comparação com blocos padrão.

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17.5. Como efectuar medições com o micrómetro

 Verificar o zero do instrumento (zero da escala e


zero do tambor alinhado na linha de fé). Caso não
esteja alinhado, deve-se regulá-lo, usando uma
pequena chave que é fonecida com o micrómetro.
1
Não sendo possível regular o instrumento, devemos
de ter em consideração a diferença no resultado da
medição.

 Verificar qual é a natureza (x) do parafuso.

 Avanço rápido do parafuso micrométrico à peça a


2 medir.

 Avanço ajustado do parafuso micrométrico à peça a


3 medir.

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17.6. Determinação da natureza (x) do parafuso micrómetro

Situações mais frequentes:

x (natureza do parafuso)
quanto vale cada divisão
n (número de
P (passo do parafuso) do tambor
divisões do tambor)
p
x
n
0,5
0,5 50 x  0,01 mm
50
1
1 100 x  0,01 mm
100
Para saber o passo do parafuso
micrométrico:
Acertar o micrómetro pelo zero (zero da
escala principal com o zero do tambor)
ou numa posição que me der jeito.
Rodar uma volta completa no tambor (de Normalmente o instrumento
0 a 0 por exemplo) indica qual a natureza (x) do
Para saber o número
Verificar quanto se deslocou o parafuso parafuso.
de divisões do
em relação à escala principal. Contudo se não disser
tambor:
Exemplo: temos que cálcula-la, antes
Acertar o zero do micrómetro (zero do de fazer qualquer medição!
Contar em quantas
tambor com zero da escala principal) Para isso precisamos de
divisões esta dividido
Rodar uma volta completa o tambor (de saber o passo do parafuso
o tambor.
0 a 0) micrométrico e o número de
 Verificar se o parafuso se deslocou 0,5 divisões do tambor.
mm na escala principal.
Então o passo é do parafuso é 0,5mm.

Leitura

resolução

Amplitude

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Escala Tambor
Escala principal
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17.7. Medições com o micrómetro

Exemplo:

D=P +
Leitura
.
n x Natureza do
parafuso 1

Traço da escala Traço do tambor que coincide


principal com a linha de fé da escala 3
que fica visível, principal
imediatamente atrás
do tambor. Se nenhum traço do tambor, coincidir rigorosamente
2 com um traço da escala principal, considera-se
Nota: Seguir a ordem de operação: 1,2,3. coincidente aquele
O ponto(.) entreque
o nestiver
e o x,mais
valepróximo.
de
multiplicação.

Linha de
fé Traço escala principal
Escala tambor

 
P= 0,5 mm (passo)
n = 50 divisões (tambor)

cada divisão tambro vale


0,01 mm

D= 7+24x0,01=7,24
mm

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18. SUTAS OU (GONIÓMETROS)

São instrumentos que permitem fazer a medição de ângulos, com uma boa exactidão.
São formados essencialmente por uma peça em forma de esquadro ou régua fixa,
ligada a um limbo graduado em graus com quatro quadrantes de 0 a 90º. Sobre o
limbo gira um outro disco que tem gravado um nónio duplo e possui um braço, no qual
está fixada uma régua deslizante. Normalmente existe uma lupa conjunta para ajudar
na leitura dos valores.

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18.1. Vários tipos de sutas

Existem vários tipos, vamos analisar alguns:

Vários tipos de sutas

Jogo de esquadros
combinados

Sutas universais

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19. COMPARADORES MECÂNICOS

Os comparadores de engrenagens são os mais conhecidos e os mais utilizados.

Baseiam-se no princípio de conversão de um movimento linear num movimento de


rotação. Consegue-se por acção de uma cremalheira que se desloca solidária com
uma haste de medição. Uma roda dentada é movida pela cremalheira, que, por sua
vez, transmite essa rotação a um sistema amplificador (sistema tipo relógio) que
finalmente indica a dimensão através de um ou mais ponteiros.

Exemplo:

O comparador é constituído por uma caixa redonda (1) ou em forma de semi-


quadrante, na qual se aloja todo o mecanismo amplificador constituído por
engrenagens, que fazem com que uma pequena deslocação do apalpador (10) se
transforme numa grande deslocação do ponteiro (2) sobre a escala (3). A haste (4) tem
uma cremalheira (5) que engrena num pequeno carreto (6), solidário com outro maior
(7). Por sua vez, este move o carreto (8) onde está colocado o ponteiro sobre a escala

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graduada. A mola (9) mantém o apalpador em contacto permanente com a peça


(existem comparadores em que a mola tem efeito contrário, isto é, o apalpador
permanentemente recolhido). O cabelo (11) recupera o zero logo que se deixa de
medir. Um pequeno ponteiro (12) conta o número de voltas do ponteiro grande (2).
O princípio de funcionamento deste tipo de aparelho é baseado na relação de
transmissão entre rodas dentadas.
A resolução de comparadores normais, nos quais uma rotação do ponteiro
corresponde a um deslocamento do apalpador de 1 mm, e tem uma escala dividida
em 100 partes, será de 0,01 mm.

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19.1. Vários tipos de comparadores

Existem vários tipos, vamos analisar alguns:

Vários tipos de comparadores

Relógios comparadores de
uma volta.

Relógio comparador
digital.

Relógio comparador
multifunções com saída de
dados.

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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

Vários tipos de comparadores

Relógio comparador
multifunções com saída de
dados.

Comparadores de
diâmetros internos.

Comparadores de
profundidades.

Comparadores de
espessuras com rolos.

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19.2. Exemplos de utilização dos comparadores

Medidores de espessuras
com relógio.

Suporte com base


magnética.

Comparar interiores.

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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

Verificação de
excentricidade.

Verificação de forma e
posicionamento.

Verificação de defeitos de
forma na peça.

Verificação de forma em
máquina ferramenta (torno).

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20. Réguas graduadas e fitas métricas

O Sr. Silva verificou, contrariado, que os instrumentos de medição, há pouco


adquiridos pela empresa, não estavam a ser correctamente utilizados e cuidados pelos
funcionários.
Os instrumentos estavam expostos à sujidade e a outros agentes agressivos e, além
disso, não tinham sido guardados correctamente.
Desta forma, Silva expôs o facto numa reunião e pôde constatar que os funcionários
não conheciam bem os instrumentos de medição nem sabiam como conservá-los.
Ficou decidido que todos teriam formação para solucionar o problema.

A régua graduada, o metro articulado e a trena são os instrumentos de medida linear


mais simples. A régua apresenta-se, normalmente, em forma de lâmina de aço-carbono
ou de aço inoxidável. Nessa lâmina estão gravadas as medidas em centímetro (cm) e
milímetro (mm), conforme o sistema métrico, ou em polegada e suas fracções,
conforme o sistema inglês.

Régua graduada

Utiliza-se a régua graduada nas medições com erro admissível superior à menor
graduação. Normalmente, essa graduação equivale a 0,5 mm ou 1/32”.
As réguas graduadas apresentam-se nas dimensões de 150, 200, 250, 300, 500, 600,
1000, 1500, 2000 e 3000 mm. As mais usadas na oficina são as de 150 mm (6") e 300
mm (12").

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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

20.1. Tipos e usos


Régua de encosto interno
Destina-se a medições que apresentem faces internas de referência.

Régua sem encosto


Nesse caso, devemos subtrair do resultado o valor do ponto de referência.

Régua com encosto


Destinada à medição do comprimento a partir de uma face externa, a qual é utilizada
como encosto.

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Régua de profundidade
Utilizada nas medições de canais ou rebaixos internos.

Régua de dois encostos


Dotada de duas escalas: uma com referência interna e outra com referência externa. É
utilizada principalmente pelos ferreiros.

Régua rígida de aço-carbono com secção rectangular


Utilizada para medição de deslocamentos em máquinas-ferramenta, controle de
dimensões lineares, traçagem etc.

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20.2. Características

De modo geral, uma escala de qualidade deve apresentar bom acabamento, bordos
rectos e bem definidos, e faces polidas.
As réguas de uso constante devem ser de aço inoxidável ou de metais tratados
termicamente. É necessário que os traços da escala sejam gravados, bem definidos,
uniformes, equidistantes e finos.
A rectitude e o erro máximo admissível das divisões obedecem a normas
internacionais.

20.3. Leitura no sistema métrico


Cada centímetro na escala encontra-se dividido em 10 partes iguais e cada parte
equivale a 1 mm.

Assim, a leitura pode ser feita em milímetro. A ilustração a seguir mostra, de forma
ampliada, como se faz:

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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

As respostas correctas são:


a) 10 mm b) 15 mm c) 10 mm d) 3,0 mm e) 14 mm f) 27 mm g) 4 mm h) 21 mm i) 10
mm j) 35 mm l) 33 mm m) 53 mm n) 29 mm o) 30 mm p) 34 mm q) 40 mm

20.4. Leitura no sistema inglês de polegada fraccionária

Neste sistema, a polegada divide-se em 2, 4, 8, 16 partes iguais. As escalas de


precisão chegam a apresentar 32 divisões por polegada, enquanto as demais só
apresentam fracções de 1/16”
A figura seguir mostra essa divisão, representando a polegada em tamanho ampliado.

Observe que, na ilustração anterior, estão indicadas somente fracções de numerador


ímpar. Acontece porque, sempre que houver numeradores pares, a fracção é
simplificada.

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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

A leitura na escala consiste em observar qual o traço que coincide com a extremidade
do objecto. Na leitura, deve-se observar sempre a altura do traço, porque facilita a
identificação das partes em que a polegada foi dividida.

Assim, o objecto na figura acima tem 1 1/8” (uma polegada e um oitavo de polegada)
de comprimento.

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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

20.5. Conservação:
- Evitar que a régua caia ou a escala fique em contacto com as ferramentas comuns
de trabalho.
- Evitar riscos ou entalhes que possam prejudicar a leitura da graduação.
- Não flexionar a régua, pois pode empená-la ou quebrá-la.
- Não utilizá-la para bater noutros objectos.
- Limpá-la após o uso, removendo a sujidade.
- Antes de guardar a régua graduada, deverá aplicar uma leve camada de óleo fino,

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Metro articulado
O metro articulado é um instrumento de medição linear, fabricado de madeira, alumínio
ou fibra.

No comércio o metro articulado é encontrado nas versões de 1 m e 2 m.


A leitura das escalas de um metro articulado é bastante simples: faz-se coincidir o zero
da escala, isto é, o topo do instrumento, com uma das extremidades do comprimento a
medir. O traço da escala que coincidir com a outra extremidade indicará a medida.

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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

Conservação
- Abrir o metro articulado de forma correcta.
- Evitar que sofra quedas e choques.
- Lubrificar as suas articulações.

Fitas métricas
Trata-se de um instrumento de medição constituído por uma fita de aço, fibra ou
tecido, graduada em uma ou em ambas as faces, no sistema métrico e/ ou no sistema
inglês, ao longo do seu comprimento, com traços transversais.
Em geral, a fita está acoplada a um estojo ou suporte dotado de um mecanismo que
permite recolher a fita de modo manual ou automático. Tal mecanismo, por sua vez,
pode ou não ser dotado de travão.

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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

A fita das fitas de bolso são de aço fosforizado ou esmaltado e apresentam uma
largura de 12, 7 mm e comprimento entre 2 m e 5 m.
Quanto à geometria, as fitas podem ser planas ou curvas. As de geometria plana
permitem medir perímetros de cilindros, por exemplo.

Não é recomendável medir perímetros com fitas de bolso cujas fitas sejam curvas.
Apresentam na extremidade livre, uma pequenina chapa metálica dobrada em ângulo
de 90º. Essa chapa é chamada encosto de referência ou gancho de zero absoluto.

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21. GESTÃO DOS INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO

António Dias Pinto


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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

A gestão dos instrumentos de medição abrange o conjunto das acções a desenvolver


para constituir e manter o parque de instrumentos de medição necessário à satisfação
das necessidades da empresa.

Esta gestão deve ter em conta:

A análise da necessidade e a escolha dos instrumentos de


medição.

A recepção, a colocação em serviço e o acompanhamento dos


instrumentos.

A calibração ou verificação dos instrumentos e as decisões que daí decorrem.

21.1. Análise da necessidade e escolha dos instrumentos de medição

Diversos factores devem ser considerados antes de escolher os instrumentos de


medição a adquirir:

 Necessidades técnicas
 Condições comerciais
 Experiências e avaliação anteriores desses instrumentos

Necessidades técnicas:

António Dias Pinto


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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

As necessidades técnicas da empresa vão condicionar as características técnicas dos


instrumentos de medição a adquirir.

Devemos ter em conta, por exemplo que a qualidade de medição dos


instrumentos de medição depende da exigência requerida pela empresa em
termos de exactidão das medições.

Quando da aquisição de vários instrumentos, devemos preservar a homogeneidade do


parque de instrumentos. Repare-se que, por exemplo, se todos os instrumentos de
medição adquiridos para uma dada função forem das mesmas marcas e modelo,
reduzem-se custos, tanto de formação dos utilizadores como de manutenção desses
equipamentos.

Hoje em dia a modularidade da instrumentação é um factor fundamental que deve ser


considerado. A modularidade reflecte-se na possibilidade de evolução dos
instrumentos de medição, a fim de limitar os riscos de estes se tornarem obsoletos,
permitindo à empresa fazer evoluções quando se achar necessário. Tomem-se como
exemplo determinados instrumentos de medição digitais que permitem acrescentar
funcionalidades a partir da aquisição de módulos de software (alguns osciloscópios
digitais, por exemplo).
Para os instrumentos novos ou que fujam do quadro habitual da empresa, pode ser
importante prever, com o fornecedor, as condições e o conteúdo da assistência técnica
a prestar-lhes, pelo menos no início da sua utilização (caso da formação ao pessoal
sobre um dado equipamento).
É necessário prever o envio (pelo fornecedor dos instrumentos de medição) da
documentação necessária à utilização, ao ajuste e à colocação em serviço dos
instrumentos. Qualquer instrumento de medição deverá vir acompanhado do
respectivo manual técnico, fundamental para uma utilização adequada.
Para instrumentos de medição específicos e/ou complexos, é recomendável
estabelecer um caderno de encargos técnico que defina as características requeridas,
as condições de utilização, de ambiente e de manutenção, as exigências particulares
relativas à calibração ou à verificação e as condições de recepção.

António Dias Pinto


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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

Condições comerciais

As condições económicas devem ser objecto de um caderno de encargos comercial, a


ser estabelecido conjuntamente pelo departamento de compras e pelo departamento
(ou responsável) metrológico da empresa, especificando factores como a opção entre
a compra e o aluguer do instrumento de medição, preços, prazos de entrega,
garantias, contrato de manutenção, e exigências de disponibilidade (tempo de
indisponibilidade admissível, tempo de reparação, etc.).

Avaliações Anteriores do Instrumento de Medição

A escolha de um instrumento de medição pode também ter em conta avaliações


resultantes da experiência adquirida na próprio empresa ou noutras empresas, ou
feitas por centros tecnológicos especializados no domínio em causa.

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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

21.2. Recepção e entrada em serviço

Após a chegada de um instrumento de medição à empresa (antes da entrada em


serviço), o departamento ou (responsável) metrológico deve assegurar-se se este está
em conformidade com as características técnicas especificadas pelo fabricante,
nomeadamente as características de exactidão. Para isso é necessário proceder à sua
calibração ou verificação, permitindo determinar ou confirmar a classe do instrumento.
Após esta operação, deve efectuar-se uma marcação relativa a esta “primeira”
calibração ou verificação, iniciando-se assim a contagem da periodicidade de
calibração.

Após efectuada a recepção e a inventariação do equipamento, e verificadas as suas


características metrológicas, procede-se à sua instalação e à sua entrada em serviço,
devendo respeitar-se nomeadamente os requisitos de instalação e utilização definidos
pelo fabricante (posição do instrumento, tensão e frequência de alimentação,
temperatura, humidade, etc.)
É ainda fundamental garantir a qualificação dos operadores destes instrumentos,
devendo tomar-se em conta, por exemplo, a língua em que estão escritos os manuais
técnicos dos aparelhos.

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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

21.3. Calibração/Verificação

De tanto em tanto tempo, é necessário verificar se os


instrumentos de medição mantêm as suas características de
qualidade. Existe então a necessidade de efectuar a calibração
e/ou verificação dos instrumentos, operações indispensáveis que
validam (ou não) as indicações fornecidas pelos instrumentos de
medição.
As operações de calibração e de verificação são ambas
baseadas na comparação do instrumento de medição com
um instrumento padrão de modo a determinar a sua
exactidão e verificar se essa exactidão continua de acordo
com a especificação do fabricante.
São operações fundamentais a aplicar em situações que a
empresa precisa evidenciar a conformidade do produto
perante determinados requisitos normativos.

Nota:

Para estudarmos a calibração e a verificação precisamos entender o que


são padrões.
Então vamos analisar primeiro os padrões e depois a calibração e
verificação.

21.3.1 Padrões de medição

O termo padrão surge da palavra Inglesa standard traduzida para Português como
norma ou padrão.

Padrão
Segundo o VIM (Vocabulário Internacional de Metrologia) o padrão pode ser:

 Uma medida materializada

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 Um Instrumento de medição
 Um Material de referência ou sistema de medição

O padrão serve para:

 Definir
 Realizar
 Conservar ou reproduzir uma unidade, ou um ou mais valores de
uma grandeza para servirem de referência.

21.3.2. Exemplos de padrões de medição

Padrão de massa de 1 kg
Resistência - padrão de 100 
Amperímetro – padrão

Blocos padrão feitos em ligas de muito boa qualidade, resistentes, tratadas e com acabamento
superficial elevado.

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21.3.3. Tipos de padrões

Os padrões estão organizados numa hierarquia de qualidade/exactidão:

Tipo de
Padrões
Âmbito:
> Qualidade
> Exactidão

Laboratório Internacional Internacionais

Laboratório Nacional Primários

Empresas Calibração Secundários

A própria empresa Trabalho

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Padrões Internacionais

Um padrão internacional é um padrão reconhecido por um acordo internacional para


servir de base internacional à fixação dos valores de outros padrões da
grandeza a que respeita.
Os padrões internacionais são periodicamente avaliados e testados através de
medições absolutas em termos das unidades fundamentais. Estes padrões são
mantidos no Bureau Internacional de Poids et Mesures – BIPM e não estão
disponíveis ao utilizador normal para comparação ou calibração. Esta
organização, sitiada em Paris, tem a responsabilidade de:
a) Estabelecer os padrões das grandezas fundamentais e as escalas das
principais grandezas físicas e conservar os padrões internacionais.
b) Efectuar a comparação de padrões nacionais e internacionais.
c) Assegurar a coordenação das técnicas de medição correspondentes.
d) Efectuar e coordenar as determinações relativas às constantes físicas
que intervêm nas actividades acima referidas (condições de
temperatura, humidade, etc.)

Padrões Primários

Um padrão primário é designado ou é largamente reconhecido como possuindo as


mais elevadas qualidades metrológicas, e cujo o valor é aceite sem referência a outros
padrões da mesma grandeza.
Estes padrões não são disponibilizados para usos externos aos laboratórios
nacionais, pelo que a sua principal função é calibrar os padrões secundários.
Quem é responsável e faz a manutenção destes padrões é o IPQ (Instituto Portugues
da Qualidade), por intermédio do seu Laboratório Central de Metrologia e do seu
Serviço de Acreditação.
Estes laboratórios emitem certificados de calibração para os padrões
secundários, normalmente mantidos pelos laboratórios de calibração acreditados.

Padrões Secundários

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Os padrões secundários são os padrões de referência utilizados em laboratórios


industriais e são normalmente mantidos por uma empresa em particular. Estes
padrões são enviados periodicamente aos laboratórios nacionais para calibração e
comparação com os padrões primários. Este tipo de padrões secundários existe nos
laboratórios de calibraçao acreditados pelo IPQ, exemplo: no IEP - Laboratório de
Metrologia do Instituto Electrotécnico Portugues.

Padrões de Trabalho

Num laboratório de medição, é fundamental a existência de um (ou vários) padrões


de trabalho. Estes, em geral, são utilizados em testes e calibrações de outros
instrumentos de laboratórios ou instrumentos de aplicações industriais.

Um fabricante de resistências de grande exactidão, por exemplo, pode utilizar uma


resistência padrão no departamento de controlo de qualidade, para verificar o
equipamento de teste das resistências. Neste caso, o fabricante estará a verificar se o
seu processo está de acordo com os limites de exactidão preestabelecidos.

21.3.3.1. Rastreabilidade
No âmbito dos padrões, podemos dizer que a rastreabilidade é uma cadeia ininterrupta
de comparações, entre os padrões, que garantem confiança no resultado apurado.
A comparação a padrões dá-nos essas garantias que depois aplicadas aos
instrumentos de medição.
Em Portugal o IPQ, é o organismo responsável pela conservação dos padrões de
medida nacionais e sua rastreabilidade.

Nota:
 Normalmente a confiança associada às calibrações é alcançada por meio de
laboratórios, que tem a sua rastreabilidade a padrões de medida nacionais
(Considera-se laboratórios fiáveis, aqueles que cumpram os requisitos da
norma ISO/ IEC 17025);

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 O tempo de retenção dos registos de rastreabilidade, depende da organização, do


Cliente, requisitos legais e/ ou regulamentares

21.3.4. Materiais utilizados em blocos padrão

Não se pode dizer que um material é preferível a outro, podendo antes referir-se
vantagens e inconvenientes de qualquer deles relativamente aos outros, conforme a
utilização desejada.

Carboneto de
Características Aço Cerâmica
tungsténio
Expansão térmica 11,5x10-6 K-1 5,5x10-6 K-1 10x10-6 K-1
Condutividade
Baixa Alta Muito baixa
térmica
Resistência ao
Fraca Boa Excelente
desgaste
Estabilidade
Razoável Excelente Excelente
dimensional
Resistência à
Fraca Boa Excelente
corrosão
Resistência Mecânica Excelente Boa Boa

21.3.5 Efeito da temperatura

Os blocos padrão são referenciados a uma temperatura de 20 ºC.


Quando se trabalhar com padrões a uma temperatura diferente dos 20 ºC, e se
conhecidos os coeficientes de expansão térmica dos padrões e instrumento a calibrar,
pode fazer-se a correcção, devida ao desvio da temperatura, recorrendo à seguinte
expressão:

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L20  L1  (20  T )

L20  comprimento à temperatura de 20 ºC


L  comprimento à temperatura T
  coeficiente de exp ansão térmica

Nota:
A correcção só faz sentido se a temperatura estives estável quer no tempo, quer no
espaço. Caso contrário não chegaríamos a valores confiáveis.
Em medições que utilizem a técnica diferencial, se os valores em comparação forem
semelhantes e os coeficientes de expansão térmica forem idênticos, as correcções
devias à temperatura podem ser dispensadas.
Devemos ter cuidados acrescidos quando utilizamos, blocos padrão de carboneto de
tungsténio em comparação com blocos-padrão de outro tipo ou com peças de aço,
devido à diferença considerável da expansão térmica resultante.

21.3.6 Cuidados na utilização de blocos padrão


 Devem estar guardados com uma protecção adequada (lubrificação com vaselina
ou óleo apropriado)
 Antes da sua utilização devem ser bem limpos com um diluente indicado para o
efeito e secos (podem utilizar-se lenços de papel).
 Uma simples poeira pode induzir um erro maior que as próprias tolerâncias!
 Manuseamento deve ser feito com pinças ou com luvas especiais.
 Após a utilização, os blocos devem ser muito bem limpos novamente e protegidos
para armazenagem com a lubrificação já referida.
 As condições ambiente para utilização dos blocos - padrão devem ser com uma
temperatura de 20 ºC e uma humidade relativa não superior a 60%. Igualmente
para armazenagem são recomendadas temperatura e humidade controladas.
 Não se deve deixar os blocos – padrão em contacto óptico mais tempo do que o
absolutamente necessário, pois há o perigo de adesão tender para ser permanente
e provocar danos ao separa-los.

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21.3.7. A combinação de blocos padrão

A combinação de blocos padrões é muitas vezes necessária, mas trata-se de uma


operação delicada e requer cuidados especiais.

Nota: Ao contacto perfeito entre duas superfícies de blocos-padrão é chamado


“contacto óptico”
O contacto óptico só pode ser feito com blocos – padrão muito bem limpos, devendo
ser aplicada uma pequena gota de óleo fino, espalhando-a com um papel muito macio.
A operação de contacto entre blocos padrões pode levar a três situações a ter em
conta:

a) Dois blocos espessos (dimensão > 5 mm)


As faces são postas em contacto fazendo um ângulo de 90º entre elas.
Faz-se rodar um bloco relativamente ao outro, fazendo um pouco de pressão, até
ficarem alinhados. Os blocos devem ficar perfeitamente aderidos.

b) Um bloco espesso e outro fino.


Coloca-se o bloco fino em contacto com o espesso (apenas nos topos dos blocos).
Faz-se uma pequena pressão, deslizando-se um sobre o outro até um contacto total
das superfícies.
A verificação do contacto é feita fazendo uma pequena força tangencial sobre os
blocos; se eles se deslocarem, terá de se repetir toda a operação.

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c) dois blocos finos (dimensão < 5 mm)

Deve-se evitar este tipo de contacto óptico devido ao perigo de estes blocos se
deformarem.
Mas se houver absoluta necessidade deve-se usar um bloco mais espesso para ajudar
na operação da junção dos dois finos, exemplo:

1º Seguir o procedimento da alínea b), juntando o bloco fino ao bloco mais


espesso.
2º Ao conjunto anterior (fino e espesso) juntar novamente um fino segundo
procedimento da alínea b)
3º Retirar o bloco mais espesso com cuidado.

Não se deve deixar os blocos – padrão em contacto óptico mais tempo do que o
absolutamente necessário, pois há o perigo de “colarem”, podendo ser
permanente e provocar danos ao separá-los.

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21.3.8. Calibração de blocos padrão por comparação

Os blocos padrão têm que ser calibrados antes de entrar em serviço e a intervalos
regulares, com periodicidade ajustáveis, segundo os critérios recomendados no anexo
da norma NP EN 30012-1.
Os blocos de graus 0,1 e 2 são calibrados por comparação com blocos de grau K, em
aparelhos exactamente denominados “comparadores de blocos-padrão”. Estes
aparelhos são munidos de apalpadores indutivos (um apalpador superior e outro
inferior) que fazem o zero no bloco-padrão de referência, sendo o valor medido
correspondente a um erro que nos vai dar indicação do desvio que existe entre o bloco
em calibração relativamente ao bloco de referência.
Exemplo do princípio de medição de blocos padrão por comparação.

A calibração de blocos-padrão é uma operação penosa para o operador que a efectua.


Consiste em medir várias vezes quer o bloco em calibração, quer o bloco de
referência, podendo esta operação ser repetida várias dezenas de vezes, conforme a
dimensão da caixa em causa. Se alguma pequena interferência ocorre (uma simples
poeira ocasionalmente depositada) pode obrigar a repetir toda a operação. Assim, foi
desenvolvida uma máquina automática de calibração de blocos padrão, que consistiu
num projecto conjunto entre o Laboratório de Ensaios de Paris (LNE) e a Tesa – Reino
Unido (actualmente Brown & Sharp). Essa máquina é composta por um sistema
automático de medição com o mesmo tipo de comparadores do calibrador manual,
mas dispondo de um sistema também automático de alimentação por carrossel. Este
equipamento, após devidamente alimentado pode calibrar até 128 blocos-padrão,
eliminando os eventuais erros de operador e emitindo o relatório de ensaios
automaticamente.

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21.3.8.1. Exemplo: ”Método diferencial”

Nota: A Norma Internacional de blocos-padrão é a ISO 3650, que estabelece limites


para a classificação dos blocos-padrão em função do desvio máximo ao centro, da
variação máxima de comprimento, da planeza e do paralelismo.
As classes de exactidão (ou graus) dos blocos-padrões são:

Classe de exactidão (ou graus) dos blocos - padrões


Padrões utilizados na calibração de blocos - padrões de outras classes de
K
exactidão
0 Padrões Primários (laboratórios Nacionais)
Padrões utilizados em laboratórios industriais, nomeadamente na calibração
1
de paquímetros e micrómetros
Padrões utilizados geralmente em oficinas, servindo para medição de peças
2
pelo método diferencial

Classe de menor
nível

Exemplo:
Calibrou-se pelo método diferencial um bloco padrão de grau 0 através da comparação
de um bloco padrão de grau K. O comprimento nominal é de 100 mm.
O bloco padrão de referência é de grau K e verificou-se que o seu comprimento era de
100,00007 mm.
A temperatura de medição é de 20 ºC .
Grau Grau
O valor indicado na calibração foi de 0,00021.
0 K
(100 (100
mm) mm)
Qual o comprimento do bloco em calibração?
Lc- bloco em calibração (grau 0)
Lr- bloco de referência (grau K)
E= erro

E=Lc-Lr
Lc=E+Lr = 0,00021+100,00007=100,00028 mm
(comprimento do bloco em
calibração)

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Considerando que a temperatura de medição foi a 23 ºC qual o comprimento do


bloco de grau 0 ?

O coeficiente de expansão térmica dos dois blocos padrão é de 11,5x10 -6 K-1

L20  L1  (20  T )

L20  comprimento à temperatura de 20 ºC


L  comprimento à temperatura T
  coeficiente de exp ansão térmica

L20  comprimento à temperatura de 20 ºC  100,00028 mm


L  comprimento à temperatura 23 º C  ?
  coeficiente de exp ansão térmica  11,5  106 K 1
100,00028
L  100,00373 mm
1 11,5  10 6(20  23)

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Calibração Verificação
Implica resultados Implica julgamento e
1.3.9 Calibração/Verificação numéricos decisão

Padrão Instrumento
Compara medição a
ção calibrar

Resultado da
medição

Documento de
calibração

Confrontaçã
Não o com as Conforme
conforme especificaç
ões
Reforma

Desclassificação
Colocação
Reparação em
serviço
Ajuste (*)
Por vezes o ajuste é feito na
calibração

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Colocação em serviço
Ajuste (*)
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21.3.9.1. Calibração

Implica resultados numéricos.


Conjunto de operações que estabelecem, em condições especificadas, a relação
entre valores de grandezas indicados por um instrumento de medição ou sistema de
medição, ou valores representados por uma medida materializada ou um material de
referência e os correspondentes valores realizados por padrões.

Nota: O instrumento a calibrar deve ser calibrado com um padrão adequado.


Para garantir essa condição, são habitualmente fixadas relações de incertezas entre o
instrumento a calibrar e o padrão.
Essas relações de incerteza, normalmente andam na ordem de 1:10 e 1:4.
Por exemplo, um instrumento com uma incerteza de 2% da leitura pode ser calibrado
com um instrumento padrão de 0,2% de incerteza (relação de 1:10).

Resultado de uma calibração:


O resultado de uma calibração é o conjunto dos valores resultantes da comparação
entre o instrumento de medição a calibrar com os valores do padrão e permite:

 Permite a atribuição de valores mensurados (grandeza particular


submetida à medição, exemplo: pressão do vapor de uma dada
amostra de água a 20 ºC) às indicações, como a determinação de
correcções relativas às indicações.

 Determinar outras propriedades metrológicas, tal como o efeito das


grandezas de influência.

O resultado da calibração pode ser registado num documento, por vezes chamado
certificado de calibração ou relatório de calibração.

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21.3.9.1.1. Exemplo de um relatório de calibração

Nome da Empresa – laboratório de calibrações


Morada + telefone

Certificado de calibração
Nº. XPTO-0001-2003

Data de calibração: 2003-08-18


Cliente: Nome + morada
Instrumento de medição: designação + marca + modelo + nº. série + nº. inventário
+ constituição + classe de exactidão + alcance + divisão
Condições de referência: temperatura + humidade + …
Normas/especificações/procedimentos seguidos:

Rastreabilidade das medidas: laboratório que calibra os padrões + identificação


dos padrões envolvidos nas medições.

Resultados Função Escala Valor lido Valor padrão Desvio


obtidos: ± Incerteza encontrado

Conclusão (quando aplicável): conforme/ não-conforme com a especificação

Data de emissão: 2003-08-18

Responsável pela calibração: nome + cargo + assinatura

Responsável pelo laboratório: nome + cargo + assinatura

Reprodução parcial proibida

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21.3.9.1.2. Calibrações Externas

Quando não existem meios internos para a calibração dos instrumentos de medição,
deverão ser enviados para Laboratórios de Metrologia acreditados pelo Sistema
Português da Qualidade.

Os equipamentos sujeitos a calibração externa, serão acompanhados, por um


certificado de calibração, emitido pelo laboratório de Metrologia.

1.3.9.1.3 Calibrações internas


A calibração pode ser feita internamente na empresa

São consideradas calibrações internas as efectuadas:


 Nas instalações da empresa, com pessoal, equipamentos e procedimentos
adequados
 Aquelas que são feitas noutro departamento da mesma empresa.

As calibrações internas têm que garantir:


Resultados credíveis.
 Que os métodos usados estão conforme orientações normativas ou seguem
práticas tecnicamente aceitáveis.
 Que a rastreabilidade (…cadeia ininterrupta de comparações, tendo todas
incertezas determinadas.) é conhecida e documentada.
 Que existem procedimentos escritos.
 Que os registos são feitos de modo adequado e que são devidamente
conservados.

Uma boa prática é comparar os resultados com os obtidos, para os mesmos


instrumentos, quando calibrados em laboratórios acreditados.

Nota: A decisão entre calibrações internas (ou não) resulta do equilíbrio entre as
expectativas técnicas e a economia resultante de tal opção.

António Dias Pinto


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21.3.9.1.4. Periodicidade das calibrações

Para fixar a periodicidade das calibrações, devem ter-se em conta vários factores,
exemplos:

 A frequência e o tipo de utilização dos instrumentos,


 Seu desgaste e as restrições económicas (da empresa).

Podem ser encontradas no anexo 5 de (Cabral, 1994) alguns exemplos de períodos de


calibração, dos quais se apresentam os seguintes, dependendo dos padrões de
referência (categoria A - padrões de trabalho) ou (categoria B - instrumentos de
medição)

Tabela:

Período de calibração (em meses)


Instrumento de medição Categoria A Categoria B
(padrões) (instrumentos)
Amperímetros analógicos 12 12
Amperímetros digitais 3 … 12 6
Ohmímetros analógicos 12 12
Ohmímetros digitais 3 … 12 6
Pontes de Wheatstone 12 12
Potenciómetros 12 12
Transformadores de medição 36 36
Voltímetros analógicos 12 12
Voltímetros digitais 3 … 12 6
Wattímetros analógicos 12 12
Wattímetros digitais 3 … 12 6

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21.3.9.1.5. Exemplos de calibração


Calibração de um voltímetro CC (corrente contínua)

Usando um instrumento de medição de tensão de elevada exactidão (que será o meu


instrumento padrão).
O instrumento padrão poderá ser neste caso um potenciómetro ou um calibrador
digital.

+
V Potenciómetr
o
-

A medição do voltímetro a calibrar (V) é comparada com o valor medido com o


instrumento padrão (potenciómetro, neste caso).

21.3.9.1.6. Calibração de um amperímetro CC (corrente contínua)

Usando um instrumento de medição de tensão de elevada exactidão (que será o meu


instrumento padrão).
O instrumento padrão poderá ser neste caso um potenciómetro ou um calibrador
digital.

+
Potenciómetr
o
-
A

Resistência
padrão
adicional
O amperímetro a calibrar (A) é comparado com a corrente calculada através da Lei de Ohm
(I=U/R)., considerando a tensão medida pelo instrumento padrão e o valor da resistência padrão.

António Dias Pinto


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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

Actualmente, existem calibradores digitais (multifunções) que, permitirem calibrar


diversos tipos de instrumentos de medição (amperímetros, wattímetros, osciloscópios,
termómetros electrónicos, pontas de corrente, registadores XY, etc.

Existem ainda pacotes de software para estes calibradores que, correndo num PC,
permitem automatizar a calibração, dando a possibilidade de:

 Armazenamento de programas de calibração para posteriores


utilizações.
 Produção automática de relatórios de calibração.

António Dias Pinto


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21.3.9.1.7. Calibração do micrómetro de exteriores

Parâmetros metrológicos a controlar:

 Exactidão do micrómetro.
 Planeza das faces de medida.
 Paralelismo das faces de medida.
 Força do limitador de binário.

Nota: daqui podemos concluir que cada instrumento de medição requer um


determinado procedimento para a sua calibração e conhecimentos
específicos. Não é objecto do nosso estudo aprofundar esses procedimentos.
Ficaram aqui algumas noções básicas que serão orientadoras para assuntos
relacionados com a calibração e verificação.

Um dos objectivos será, junto dos departamentos da Quimigal, que tratam


destes assuntos, observar como procedem em relação á metrologia.

António Dias Pinto


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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

21.3.9.2. Verificação

Implica julgamento e decisão

O resultado de uma verificação permite afirmar se o instrumento de medição


satisfaz ou não as especificações regulamentares previamente fixadas (limites de
erro admissível) que autorizam a sua entrada ou continuação em serviço.
Uma verificação poderá ser feita comparando os resultados de uma calibração com os
limites de erro admissíveis ou directamente com um padrão que materializa as
indicações limites admissíveis do instrumento.
Este último método não requer a obtenção de resultados numéricos.

Exemplo etiqueta Verificação afixada nas


Ministério da Economia
(bombas gasolina)
(Direcção Regional do Norte)

Instrumento de Medição Verificado


(Dec. Lei 291/90)
Próxima verificação em 2004

Nº. 000000

O resultado de uma verificação pode traduzir-se por:


Uma constatação da conformidade com as especificações, significando que o
instrumento pode ser colocado em serviço.
Uma constatação de não conformidade, conduzindo a uma decisão de:

 Ajuste
 Reparação
 Reforma
 Desclassificação do instrumento

21.3.9.2.1. Periodicidade da verificação

António Dias Pinto


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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

No caso das verificações, a sua periodicidade é imposta pela regulamentação de


controlo metrológico.

Exemplos de verificação
21.3.9.2.2. Verificação de réguas
É de toda a conveniência que as réguas de que nos servimos, sejam verificadas, para
nelas confiarmos.
A verificação pode fazer-se por um dos seguintes métodos:

1 º Temos uma régua de confiança.


Ajusta-se a aresta ou arestas rectilíneas da régua que queremos verificar a uma régua
em que se tenha confiança.
Depois faz-se passar um foco luminoso entre ambas.

Régua de
confiança

Régua a verificar

Se ambas as réguas estiverem perfeitas, praticamente não haverá passagem de raios


luminosos, caso contrário, notar-se-á de forma esclarecedora a passagem de raios
luminosos que indicam problemas com a régua que queremos verificar.

2º Quando não temos uma régua de confiança.


No caso de não possuirmos uma régua de confiança, traçamos, com a régua que
queremos verificar, uma recta numa folha branca, com um lápis bem afiado.
Depois ajustamos a régua pela mesma aresta, do outro lado da recta.

Régua a verificar

Se a recta estiver perfeita ajustar-se-á correctamente, caso contrário, notar-se-ão as


imperfeições.

António Dias Pinto


imperfeiçõ 135/153
es
TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

António Dias Pinto


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21.3.9.2.3. Verificação de esquadros

É de toda a conveniência que os esquadros de que nos servimos, sejam verificados,


para neles confiarmos.

A verificação pode fazer-se por um dos seguintes métodos:

1 º Temos um esquadro de confiança.

Coloco os esquadros (o perfeito e o que quero verificar) assentes sobre um plano e


pelo lado menor.
Depois procuramos ajustar os lados maiores.
Se o ajustamento não se verificar em toda a extensão do lado maior, o esquadro a
verificar não esta correcto.

Esquadro Esquadro a
de verificar
confiança

Para verificar o ângulo interno podemos fazer como mostra a figura (A).
Caso não se verifique o ajustamento ao longo dos lados maiores, o esquadro está
com problemas.

Esquadro a
Esquadro verificar
de
confiança

Figura (A)

António Dias Pinto


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2º Quando não temos um esquadro de confiança.

A verificação pode ser feita da seguinte forma:


Traça-se sobre um folha branca uma linha recta, assenta-se sobre essa linha o lado
menor do esquadro e, usando o lado maior, traça-se a perpendicular à recta; depois
inverte-se o esquadro, ajusta-se o lado menor sobre a recta inicial e procura-se o
ajustamento do lado maior com prpendicular traçada.
Se esse ajustamento não for possível é porque o esquadro não está perfeito.

Esquadro a
Está bom!…
verificar

Para verificar o ângulo interno podemos fazer como mostra a figura (B).
Caso não se verifique o ajustamento ao longo dos lados maior e menor, o esquadro
está com problemas.

Esquadro a Está bom!…


verificar

Figura (B)

Os processos indicados são de rigor limitado. Para a verificação rigorosa de


esquadros usa-se um esquadro-padrão, que é um cilindro, de aço especial,
perfeitamente rectificado. (só em casos que justifiquem essa certeza !…)

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Cilindro de aço
rectificado

1. QUESTÕES

1.1 Medição e Verificação

António Dias Pinto


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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

a) Complete o quadro abaixo.

Imagine que precisava medir uma chapa.


Para medir usava uma régua de 2 metros.

0 2
m

O objecto a medir é a:
A Grandeza a medir é o:
O termo de comparação (unidade de medida) é o:
A medida (valor de uma grandeza) é o resultado da comparação que
dá:

b) Diga quais foram os métodos de medição que estudou e explique um à sua


escolha.

1.2 Erros de medição


a)Diga quais foram os erros de medição que estudou e explique um à sua escolha.

1.3 Verificadores (Calibres) /Escantilhões


a) Explique qual é a diferença entre verificadores (calibres) e escantilhões.
b) Apresente 2 exemplos de verificadores.
Nota: pode fazer desenhos para ajudar a explicar.

1.4 Nónio
a) Diga por palavras suas o que é o Nónio.

1.5 Instrumentos de Medição


a) Quais são as duas primeiras coisas que deve fazer antes de medir com um
instrumento de medição.
b) Apresente exemplos de cuidados a ter com os instrumentos de medição.

António Dias Pinto


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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

c) A gestão dos instrumentos de medição abrange o conjunto das acções a


desenvolver para constituir e manter o parque de instrumentos de medição
necessário à satisfação das necessidades da empresa.
Diga quais são essas acções fundamentais.

1.6 Padrões
a) Diga por palavras suas, para que servem os padrões de trabalho.

António Dias Pinto


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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

2. PROBLEMAS

1.1 Sobre valor mais provável de uma grandeza e erros de medição

Preciso de um tubo com 210 mm de comprimento.


Medimos o comprimento do tubo com uma fita métrica.
Fizeram-se cinco medições e obtiveram-se os seguintes valores:

Correcção: (para visualizar a correcção, eliminar as caixas que estão por cima
dos cálculos. )

Leituras
Leitura 1 210,07
Leitura 2 210,08
Leitura 3 210,07 mm
Leitura 4 210,09
Leitura 5 210,07

António Dias Pinto


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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

a) calcule o valor mais provável da grandeza (comprimento).

210,07  210,08  210,07  210,09  210,07 1050,38


L   210,07 mm
5 4

b) Calcule o erro absoluto

Erro absoluto (ea) = |210,07 – 210| = + 0,07 mm

c) Calcule o erro relativo. Comente o resultado.

Erro relativo
0,07
er   0,0003  0,03% erro a desprezar
210

L  valor convencionalmente verdadeiro da grandeza


(ou valor nomin al)

António Dias Pinto


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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

1.2 Sobre algarismos significativos (apresentação dos resultados de medição)

a) Olhando para a figura indique quantos algarismos significativos têm as parcelas.

5,230
0,0269
0,2
0,51
2,3x10 6

b) Faça as contas e apresente o resultado correctamente, segundo os algarismos


significativos.

28,7 

256,32  26,5 

24,5  22,23  17  16,5  35,036 

25,289  32,3 

35,26

4,3

45,2
35,6  
17

26,35 

ln 17,36 

António Dias Pinto


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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

1.3 Sobre efectuar leituras com o Nónio

Exercício n.º 1

0 100
20 5 15 1

10 5
10

Exercício n.º 2

0 10 20 304050

012 34 5 67 8 910

António Dias Pinto


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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

Exercício n.º 3

0
8

7 0
1” 2”

António Dias Pinto


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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

1.4 Medições com o paquímetro

Nota: o paquímetro usa a régua do nónio (ver estudo do nónio)


A primeira coisa a fazer antes da medição é:

 Verificar o zero do instrumento (zero da escala e zero do nónio(linha de fé alinhado). Caso não esteja
alinhado, deve-se regulá-lo. Não sendo possível regular o instrumento, devemos de ter em consideração a
diferença no resultado da medição.
 Verificar qual é a natureza (x) do parafuso

0 100
20 5 15
1

10 5
10

Leitura =

António Dias Pinto


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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

0 100
20 5 15
1

10 5
10

Leitura =

António Dias Pinto


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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

0 100
20 5 15
1

10 5
10

Leitura =

0 100
20 5 15
1

10 5
10

Leitura =

António Dias Pinto


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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

0 10 20 304050

012 34 5 67 8 910

0,05 mm

Leitura:

0 10 20 304050

012 34 5 67 8 910

0,05 mm
Leitura:

António Dias Pinto


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TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

Leitura:

0 8

7 0
1” 2”

0 8

7 0
1” 2”

António Dias Pinto


151/153
TECNOLOGIA E PROCESSOS – METROLOGIA

Leitura:

0 8

7 0
1” 2”

António Dias Pinto


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TECNOLOGIA E PROCESSOS – CONVERSÃO DE UNIDADES

1.4 Medições com o micrómetro

Nota: A primeira coisa a fazer antes da medição é:

 Verificar o zero do instrumento (zero da escala e zero do tambor


alinhado na linha de fé). Caso não esteja alinhado, deve-se regulá-lo,
usando uma pequena chave que é fonecida com o micrómetro. Não
sendo possível regular o instrumento, devemos de ter em
consideração a diferença no resultado da medição.
 Verificar qual é a natureza (x) do parafuso

O passo do parafuso é de 0,5 mm


O número de divisões do tambor é de 50

António Dias Pinto


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