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AMBIENTE
Módulo 3
Alexandra Nobre
Vivemos num planeta de água, já que cerca de 70 % da sua superfície está coberta por uma
camada de água, na sua maior parte salgada.
Embora a água seja abundante no nosso planeta, só 2,5 % é, potencialmente, utilizável para o
consumo humano:
cerca de 2 % está na forma de gelos ou glaciares ou a tão grande profundidade que se
torna inviável, em termos económicos e a curto prazo, a sua extração; e
os restantes 0,5 % são a parte disponível e pode encontrar-se sob as formas de:
o águas subterrâneas;
o lagos e rios; e
o vapor de água.
ETLA14QSA3Agua 1/10
Usando um modelo comparativo, pode-se afirmar que, para uma reserva total de água na Terra
de 100 L, a água potável corresponderia apenas a 0,73 L, ou seja, mais ou menos a capacidade
de uma garrafa.
A água é imprescindível para a manutenção da vida na Terra. A existência de qualquer ser vivo
no nosso planeta depende de um contínuo fluxo de água e do equilíbrio entre a água perdida e a
água reposta no organismo.
2. Categorias de Águas
Segundo o artigo 2º do Decreto-Lei n.º 236 / 98, de 1 de Agosto, são definidas, em função dos
seus usos principais, as seguintes categorias de águas:
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paradas, assim como a água do mar e as águas estuarinas, que se
encontrem classificadas como águas balneares ou, não estando
classificadas, onde o banho não esteja interdito e seja habitualmente
praticado por um número considerável de banhistas (aproximadamente
100 / dia, durante a época balnear).
d) Águas de rega Água superficial ou subterrânea ou água residual, que vise satisfazer ou
complementar as necessidades hídricas das culturas agrícolas ou
florestais.
3. Qualidade da Água
Uma água natural pode conter uma grande variedade de impurezas, que surgem naturalmente
no seu ciclo hidrológico, da mesma forma que uma água que vai ser utilizada numa determinada
indústria pode transportar elementos incompatíveis com o processo de fabrico.
Estas impurezas, quando se apresentam como elementos nocivos para o uso a que a água se
destina, chamam-se contaminantes.
É, assim, necessário conhecer a utilização que se pretende para uma determinada água, para se
poderem identificar os parâmetros que a caracterizam e lhe conferem o grau de qualidade
requerido e concluir se uma determinada impureza é ou não contaminante.
Atualmente, quando se pretende testar a qualidade de uma água esta deve ser sujeita a:
um processo normalizado de recolha de amostras;
uma caracterização com base num conjunto de parâmetros físicos, químicos e
biológicos em função da finalidade pretendida para essa água;
um tratamento de forma a eliminar possíveis contaminantes e melhorar a sua
qualidade.
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Águas consideradas como isentas de poluição,
aptas a satisfazer potencialmente as
A – sem poluição
utilizações mais exigentes em termos de
qualidade.
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4. Poluição da Água
1.1. Tipos de poluição
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5. Meios preventivos e de controlo da poluição aquática
O combate à poluição das águas passa por:
As águas residuais são tratadas em estações de tratamentos de águas que podem ser
designadas por:
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Uso doméstico
Indústria
0,05
0,24
0,25
0,46
Agricultura Centrais
eléctricas
As águas que circulam num coletor municipal são constituídas por águas pluviais, residuais
domésticas e residuais industriais.
Já os efluentes industriais ocasionam problemas mais graves, uma vez que as suas descargas
não são uniformes e dependem do tipo de indústria e da existência, ou não, de estação de
tratamento à saída da fábrica.
Sólidos (matéria orgânica, metais pesados, pedras, areias, folhas entre outros)
Compostos orgânicos biodegradáveis
Organismos patogénicos
Tratamentos primários
Tratamentos secundários
Tratamentos terciários
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Tratamento primário (mecânico): tem como principal função a remoção mecânica da maior parte
da matéria orgânica, através da sedimentação. A sua eficácia de remoção é de
aproximadamente 50%.
Tratamento secundário (físico e biológico): a sua principal função é obter uma maior
sedimentação de sólidos e, remover bacteriologicamente outros sólidos e poluentes. A sua
eficácia de remoção é de aproximadamente 65%.
Tratamento terciário (físico e químico): tem como principal função remover os sólidos residuais e
nutrientes como o fósforo. A sua eficácia de remoção é de aproximadamente 80%.
Poderá haver ainda, a necessidade de um tratamento preliminar, onde se removem os sólidos
maiores através de uma gradagem do efluente. Esta gradagem consiste em passar o efluente
por crivos onde o material fica retido. Depois desta operação, o efluente passa por um “ciclone”
onde a areia e a gravilha ficam retidas. Assim, evitam-se possíveis danos nas tubagens dos
tratamentos seguintes.
Tratamento Primário
Este processo consiste numa série de tanques de sedimentação que permitem o assentamento
dos sólidos.
Quando o efluente entra na estação de tratamento passa por um conjunto de filtros que retêm os
sólidos de maiores dimensões. Em seguida, passa por um leito de areia e gravilha e, por fim,
entra num grande tanque de sedimentação onde os sólidos em suspensão vão assentar e formar
lamas primárias.
Tratamento Secundário
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São, então, usados uns segundos tanques de sedimentação de forma a permitir que a maior
parte dos micróbios, sólidos, materiais pesados e químicos orgânicos sedimentem. Alguns
destes sólidos sedimentados são novamente recirculados para o tratamento secundário, de
forma, a manter o equilíbrio do crescimento das bactérias, enquanto os restantes são
adicionados às lamas do tratamento primário anterior.
Este conjunto de lamas, provenientes dos dois tratamentos, é conduzido para biodigestores
anaeróbios (passo biológico que ocorre na ausência de oxigénio) onde se produz o gás metano
que, na maioria das situações, se utiliza para a produção da energia elétrica da própria estação
de tratamento. O material sólido, não “digerido” anteriormente, é prensado de forma a retirar-lhe
a água e armazenado até ser utilizado na produção de adubos ou lançado diretamente no solo.
Por fim, procede-se à desinfeção da água residual tratada antes da descarga nos coletores.
Tratamento Terciário
As tecnologias utilizadas nesta fase dependem das características das águas residuais.
Podem, assim, ser removidos alguns sólidos suspensos remanescentes, azoto e fósforo.
Existem também tratamentos mais avançados que podem remover alguns metais, produtos
químicos e outros tipos de contaminantes.
Como acontece nos tratamentos anteriores, a água antes de ser lançada no ambiente deve
sofrer desinfeção, por cloração, por ozono ou por raios UV.
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Figura 5. Esquema genérico de uma ETAR
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