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FACULDADE FUTURA

HELIELMA DE CARVALHO SILVA

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO FINANCEIRA NAS PEQUENAS


EMPRESAS DE SANTA ROSA DO PIAUÍ

SANTA ROSA DO PIAUÍ


2019
FACULDADE FUTURA

HELIELMA DE CARVALHO SILVA

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO FINANCEIRA NAS PEQUENAS


EMPRESAS DE SANTA ROSA DO PIAUÍ

Artigo apresentado a Faculdade Futura –


Grupo Educacional FAVENI para a obtenção do
título de Especialista em Gestão Financeira e
Controladoria.

SANTA ROSA DO PIUAÍ


2019
A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO FINANCEIRA NAS PEQUENAS EMPRESAS
DE SANTA ROSA DO PIAUÍ

Helielma de Carvalho Silva1

RESUMO- O tema do presente trabalho parte da importância da gestão financeira


nas Pequenas Empresas (MPE’s) de Santa Rosa do Piauí, e apresenta um breve
relato de como essa gestão está sendo feita e da necessidade do apoio do governo
e de apoio como o do SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas como auxiliadores dessas MPE’s. O objetivo é analisar a importância da
gestão financeira e identificar ferramentas para auxiliar no trabalho do gestor face
aos novos desafios. Visto que uma boa gestão financeira principalmente nas
pequenas empresas precisa superar os problemas e trazer progressos econômicos,
além de mostrar o quanto é importante o planejamento estratégico, com objetivos
em longo prazo; o planejamento tático, que visa objetivos específicos buscando
contribuir com a empresa como um todo e o planejamento operacional, que tem o
foco nas atividades do dia-a-dia da empresa

Palavras-chave: Gestão Financeira. Estratégias. Planejamento Empresarial.

1 INTRODUÇÃO

Muitas vezes o empresário está tão imerso nas operações do dia-a-dia que
acaba deixando de lado a gestão financeira do seu negócio, isso ocorre porque os
empresários mais novos contam geralmente com equipes menores e muito
atarefadas. Muitas pessoas decidem abrir seu negócio porque são bons em algo,
enxergam oportunidades no mercado ou precisam de uma alternativa em um
mercado com poucas ofertas de emprego, pois ele acredita que ter uma boa visão
financeira do seu negócio é sinônimo de horas e horas tentando entender diversos
relatórios que só um contador seria capaz.
Para que pequenas e médias empresas possam crescer de maneira
sustentável, é fundamental que os processos sejam gerenciados de forma correta e
a falta de preparo gerencial prejudica muito o andamento da empresa e isso requer

1
Pós Graduanda do curso de Gestão Financeira e Controladoria. Grupo Educacional FAVENI.
uma gestão financeira eficiente – afinal de contas, são as finanças que vão garantir
que as contas sejam pagas. Esses pequenos empresários raramente iniciam sua
carreira empreendedora por serem bons administradores, por exemplo, e essa
carência de preparo pode cobrar seu preço.
E em Santa Rosa do Piauí a falta de preparo dos pequenos empresários é
grande, pois eles simplesmente abrem um pequeno ou micro negócio sem
orientações ou ajuda de um profissional habilitado acarretando em uma gestão as
vezes deficiente, visto que os microempresários são os próprios administradores e
sem nenhum preparo profissional, e isso na maioria das resulta no fechamento da
empresa em curto período.
Este trabalho tem como problemática a seguinte indagação: Por que as micro
e pequenos empresários de Santa Rosa do Piauí não utilizam a gestão financeira
como ferramenta de apoio para a sua micro e pequena empresa?

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Conceito de micro e pequena empresa

Segundo o Estatuto da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, sancionada


pelo Presidente da República na Lei Federal n°. 9.841, de 05 de outubro de 1999, o
conceito das MPEs é gerado a partir dos artigos 170 e 179 da Constituição Federal
de 1988 e possuem dois tratamentos: o diferenciado e o simplificado, em que é
aplicado nos campos administrativo, tributário, previdenciário, trabalhista, creditício e
de desenvolvimento empresarial, em conformidade com a Lei Federal nº. 9.317 de
05 de dezembro de 1996.
Essa Lei nº. 9.317 explicita o regime tributário das MPEs através da instituição
do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das
Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte – SIMPLES, em que os Estados
e Municípios podem firmar convênios com a União, adotando o Simples em suas
competências tributárias. Com isso, a Lei Federal nº. 9.841 pretende auxiliar a
constituição e o funcionamento das MPEs, promovendo o desenvolvimento
econômico e social do país.
De acordo com Pinheiro (1996):
[...] uma visão alternativa sobre a economia tem sugerido que as pequenas
empresas estão cumprindo um papel muito mais importante do que se
pensava anteriormente. Essa visão é fruto do reconhecimento da
capacidade da pequena empresa de contribuir mais eficazmente ao
desempenho da política do estado, ao fortalecimento econômico e a um
desenvolvimento social verdadeiro (PINHEIRO, 1996).

Nas ultimas década houve uma redução do crescimento da econômica, em


Santa Rosa do Piauí não foi diferente, presenciou-se o fechamento de pequenas
empresas como: lojas de perfumaria, vestuário, calçados, de alimentação, dentre
outros, assim contribuindo com o alto índice de desemprego.
De acordo com Souza (2007) são comuns as micro e pequenas empresas
enfrentarem algumas situações como a elevada concorrência, falta de capital de giro
próprio, vendas sazonais, ausência de um controle dos custos, estoques mal
dimensionados, falta de critérios na análise dos clientes e no método de formação
do preço de venda, ou seja, são fatores que acabam contribuindo para o insucesso
de muitas empresas desse porte.
Para Longenecker, Moore e Pett (1997):

Os empreendedores são os heróis populares da moderna vida empresarial”.


O título é atribuído pelo fato desses micro e pequenos empresários
proporcionarem uma série de benefícios sociais, econômicos e
tecnológicos, no desenvolvimento de suas atividades (LONGENECKER;
MOORE; PETT, 1997, P. 3).

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE),


entidade sem fins lucrativos constituída por Lei de iniciativa do governo federal, que
dá suporte às micro e pequenas empresas brasileiras, também está presente em
Santa Rosa do Piauí dando apoio a estes microempresários, mas apenas uma
pequena quantidade leva em consideração as orientações do SEBRAE.
A utilização eficiente de instrumentos e técnicas de gestão financeira possibilita
às empresas conhecerem melhor os rumos que elas estão tomando. Quando o
microempresário segue à risca as orientações dos profissionais da área de gestão
financeira ele dificilmente terá problemas com o andamento de sua empresa.
As micro e pequenas empresas (MPE’s) possuem uma representatividade
bastante significativa no cenário nacional. Segundo dados do Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE, 2010) as MPE’s respondem por
98% dos estabelecimentos produtivos, responsáveis por cerca de 20% do PIB e
60% da oferta de emprego.
Apesar da significativa representatividade das micro e pequenas empresas no
cenário nacional, a sua gestão é caracterizada por algumas peculiaridades, que
acabam por gerar dificuldades ou problemas na condução do seu negócio.
Observa-se em Santa Rosa que as Micro e pequenas empresas desde há
muito tempo vêm sendo alvo de atenção do SEBRAE, quando este serviço é
solicitado e apoiado pela prefeitura municipal, visto que as MPEs são de
fundamental importância para a economia de um país, não somente pela geração de
produção e empregos, mas também porque estão espalhadas pelo território
nacional.

2.2 Gestão Financeira

A gestão financeira, utilizada de forma correta, proporciona o melhor resultado


possível, com a alocação dos recursos disponíveis na empresa. A utilização da
mesma visa o aprimoramento e desenvolvimento da organização.

A administração financeira lida com as obrigações do administrador


financeiro na empresa. Os administradores financeiros gerenciam
ativamente as questões financeiras de muitos tipos de negócios –
financeiros e não financeiros, privados e públicos, grandes e pequenos, com
ou sem fim lucrativo. Eles trabalham em tarefas financeiras tão variadas
como planejamento, concessão de crédito para clientes, avaliação de
investimento, assim como meios de obter recursos para financiar as
operações da empresa (GITMAN, 2001).

Estudo realizado pelo SEBRAE (2007) demonstra a taxa de mortalidade das


pequenas empresas, sendo os números motivo de preocupação. Das empresas com
até dois anos de constituição, 49,4% são encerradas, chegando a 56,4% em
empresas de até três anos de funcionamento e 59,9% naquelas com até quatro anos
de fundação. Na mesma pesquisa foram abordadas as causas para o encerramento
destas empresas, sendo fatores financeiros os principais vilões desta constatação,
com a falta de capital de giro ficando em primeiro lugar (42%) e problemas
financeiros em terceiro lugar (21%), fechando o pódio a falta de clientes em segundo
lugar (25%).
Os fatores determinantes para que uma empresa obtenha sucesso ou fracasso
nos seus negócios passam fundamentalmente pela forma como ela conduz suas
finanças. A compreensão dos princípios e fundamentos da administração financeira
torna-se crucial para que haja boa gestão empresarial.
Todos os itens apontados prejudicam a sustentabilidade e o desenvolvimento
destas, assim, surge à necessidade de se pesquisar para encontrar soluções que
possam minimizar os erros cometidos por essas empresas.

No processo de planejamento e controle a informação se torna o elemento


principal na tomada de decisão, sendo utilizada por meio de um sistema de
informação que observe requisitos quanto ao conteúdo, forma e
periodicidade, desta maneira, auxiliando o gestor na elaboração do
planejamento, controle e organização da empresa (MONTEIRO, 2004, p. 1)

As micro e pequenas empresas geralmente são resultados de ação de pessoas


com perfil idealista sobre autonomia financeira e ainda enfrentam problemas que
dificultam a continuidade dos negócios e a competitividade, a alta carga tributária
também é um desses fatores.

2.3 Micro e pequenas empresas: dificuldades de sobrevivência

As empresas são classificadas como micro e pequenas em função do número


de empregados, e a maioria das entidades definidoras estabelece como
microempresas, aquelas que têm apenas 10 empregados; pequena, até 100, média,
até 500; e grande, acima de 500 empregados. As micro e pequenas
empresas representam cerca de 27% do PIB nacional, além de
serem responsáveis pela geração de 70% do total de postos de
trabalho no país, segundo dados do Ministério do Trabalho.
Para Mills, essa situação foi se modificando ao longo da história, resultando
que os pequenos empresários independentes se encontravam, no século XX, em
posição completamente diferente.

Os empresários livres da antiga classe média representam pequena


proporção da população ativa. Já não têm a mesma posição social de antes.
Já não são modelo de aspiração para a maior parte do povo. Já não
preenchem seu papel clássico de integração da estrutura social em que
vivem e trabalham. São esses os índices do seu declínio. As causas
compreendem todas as transformações da moderna sociedade industrial. As
consequências repercutem profundamente na América do século XX. (Mills,
1969, p. 34)
Santa Rosa do Piauí é uma cidade com cerca de 4.000
habitantes, e lá as micro e pequenas empresas e têm um papel
importante para a economia local. Observa que na cidade a maioria
dos microempresários não levaram em consideração inúmeros
fatores importantes para manter suas empresas ativas no mercado,
ao abrir um negócio, uma grande proporção de empreendedores que
encerraram as atividades apresentava as seguintes características:
 Estavam desempregados;
 Possuíam pouca experiência no ramo;
 Abriram a empresa por necessidade;
 Não planejaram ou tiveram menos tempo para realizar o
planejamento.
Outro fator de grande relevância são as exigências do setor fiscal e tributário,
que afetam diretamente na adaptação da empresa no mercado, com seus altos
impostos e taxas que não deixam o pequeno empresário sobreviver, em Santa Rosa
ver-se dia a dia as microempresas fechando as portas, evidenciando que não se
trata de apenas uma causa, mas sim todo um conjunto que contribui
para o fechamento da empresa.
Em qualquer ramo, as empresas locais passaram a disputar o mercado com
concorrentes globais gigantes, muitas empresas estão estagnadas em vários
aspectos competitivos críticos, pelas dificuldades externas ou razões tecnológicas,
por problemas familiares ou societários, causados por decisões, por emoções e
comportamentos.
Falhas gerenciais podem ser desdobradas em técnicas, operacionais e
emocionais que contribuem com a decadência e a mortalidade. Destaca-se algumas
das principais deficiências decorrentes, dentre as quais:

 Falta de planejamento;
 Falta de capital de giro;
 Falta de clientes;
 Problemas financeiros;
 Má gestão dos estoques;
 Imobilizações desnecessárias;
 Endividamento excessivo;
 Alto nível de custos;
 Nível de preços inadequado;
 Mão de obra;
 Qualidade e produtividade deficientes
A vida de uma empresa e sua permanência no mercado estão diretamente
ligadas as dificuldades ambientais globais, há aquelas nas quais há perda ou
dissipação de valores, crenças e confiança, assim como também está ligado a
aspectos operacionais: postura, ambições, comportamentos do empresário.

3 CONCLUSÃO

O estudo em questão propôs uma discussão acerca da gestão financeira nas


micro e pequenas empresas do município de Santa Rosa do Piauí onde percebe-se
nitidamente que o grande problema vivenciado por elas é com relação ao
planejamento, pois com o planejamento, há de se criarem metas a serem atingidas e
buscar os melhores caminhos a serem percorridos.
Portanto, diante do exposto, considera-se que a boa tomada de decisão do
setor de gerenciamento dessas micro e pequenas empresas um processo de
qualificação de seus gestores, haja vista que dificilmente uma empresa alcançará
seus objetivos sem possuir conhecimento prévio a respeito de métodos que possam
servir de apoio para a tomada de decisão.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei Federal n° 9841, de 05 de outubro de 1999. Artigos 170 e 179 da


Constituição Federal.

GITMAN; Lawrence J. PrincÍpios da administração financeira. 2. ed. Porto Alegre:


Bookman, 2001.

LONGENECKER, Justin G.; MOORE, Carlos W.; PETTY, J. William. Administração


de pequenas empresas. São Paulo: Makron Books, 1997.

MILLS, W. (1969). A nova classe média. Rio de Janeiro: Zahar


Editores.
MONTEIRO, Marcelo D. F. Planejamento e controle financeiro em
concessionárias de automóveis. Dissertação (Mestrado FEA/USP), São Paulo,
2004.

PINHEIRO, Maurício. Gestão e desempenho das empresas de pequeno porte:


uma abordagem conceitual e empírica. Teste de Doutorado. São Paulo: FEA/USP,
1996.

SEBRAE. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Fatores


condicionantes e taxa de mortalidade de empresas. 1999. Disponível em:
<http//www.sebrae.com.br> Acesso em: 15 setembro 2019.

SEBRAE. Fatores condicionantes e taxas de sobrevivência e mortalidade das micro


e pequenas empresas no Brasil 2003 - 2005. 2007. Disponível em:
www.bibliotecas.sebrae.com.br>Acesso em: 20 agosto. 2019.

SOUZA, Claudio Peternella de. Um estudo exploratório sobre o planejamento e


orçamento empresarial. Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis e
Financeiras) – Pontifícia Universidade Católica – PUC. São Paulo, 2007.

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