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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Definição de Metamorfismo

Metamorfismo é um conjunto de processos de transformações geológicas que dão origem


as rochas metamórficas . Estas transformações compreendem os aspectos mineralógicos,
estruturais e texturais de uma rocha pré-existente tendo em conta as variações de P e T.

De acordo com os ciclo das rochas , todas as rochas podem sofrer metamorfismo.

O metamorfismo é a soma de todas as transformações que causam um rearranjo dos


elementos de uma rocha na escala atômica, levando a uma recristalização no estado sólido
(com ou sem fase fluida), como resultado de variações de temperatura, pressão ou
composição. (Kornprobst ,2002)

Mármore

Origem e características

Segundo Winter (2001) , Rochas calcárias são predominantemente rochas carbonáticas,


geralmente calcário (carbonato de Ca) ou dolomite (carbonato de Ca-Mg).
Metacarbonatos são rochas calcárias metamorfisadas nas quais o componente carbonato
é predominante. Os mármores são rochas metamórficas que são quase de carbono puro.

Os mármores são rochas metamorficas resultante do metamorfismo do calcário.

Mármores são difundidos em terrenos metamórficos associados a cinturões orogênicos.


Existem também muitos mármores ocorrendo em auréolas de contato em torno de
intrusões magmáticas de nível superficial em dolomita e sequências de calcário. (Bucher,
2010)
Neste contexto, percebe-se que os mármores geralmente se formam em metamorfismo de
cotacto e metamorfismo regional.
Quando puro o mármore é branco, mas várias impurezas podem criar uma ampla variação
de cores. Tonalidades esverdeadas e outras estão ligadas aos minerais não carbonáticos
presentes, tais como: talco, anfibólito (tremolite), piroxênios (diopsídio), olivina
(forsterita) e outros. (Klein e Dutrow ,2012) .Como os cálcarios, um mármore é
caracterizado pela baixa dureza e esfervescência com ácidos.

Tipos de mármore
De modo geral, os mármores são constituidos por calcite e dolomite.

Mármore dolomitico

Segundo Eskola (1922) & Bowen (1940) citado por Winter (2001), descreveu pela
primeira vez a seqüência de zonas minerais que comumente se desenvolvem em
mármores dolomíticos metamorfisados. Em seu artigo clássico sobre o assunto, Bowen
forneceu uma interpretação teórica mais rigorosa da zonação.

Apesar de existir diferenças entre metamorfismo regional e de contato, a sequência mais


simples de zonas que geralmente se desenvolve é:

• zona de talco

• zona de tremolite

• diopside e / ou forsterite

Mármore Calcítico

São rochas carbonáticas metamorfisadas nas quais os carbonatos são os minerais


dominantes.
De acordo com Gama (2014) , Estas rochas são compostas basicamente por calcita, com
menores proporções de quartzo, geralmente detrítico. Algumas vezes pode ocorrer
grafita, derivada de restos orgânicos. Como a calcita é um mineral estável em todas as
pressões, excepto as muito elevadas, estas rochas fornecem poucos indicativos das
condições de sua formação.
Quando há presença de quartzo neste tipo de rocha, nas situações de baixas pressões e
temperaturas muito elevadas, pode ocorrer a formação da wollastonita, piroxênio
resultante da reação entre quartzo e calcita. Este cenário é bastante comum no
metamorfismo de contato.

Textura

A variedade textural de uma rocha metamorfica revela o processo metamórfico que o


criou ,a natureza dos minerias que os constituem e o seu grau de recristalização.

Segundo Press et all (2006), A textura da rocha metamorfica é determinada pelos


tamanhos, formas e arranjos dos seus cristais contituintes. Alguma delas dependem
também do tipos de minerais que os formam como o caso de mineras placoides. O
tamanho dos cristais aumenta proporcionalmente com o aumento do grau metamórfico.

De acordo com Press et all (2006) As rochas metámorficas apresentam três classes
texturais principais : foliadas, granoblasticas e porfiroblástica.

Foliada é distinguida por clivagem ardosiana, xistosiade ou bandamento gnáisico,


orientação preferencial dos minerais. A principal causa da foliação é a presença de
minerais placoides (micas e clorite), eles tendem a se cristalizar como cristais delgados
em forma de placas.

Granoblástica é caracterizada por grãos interpenetrados,grossos ou finos, com pouca ou


nenhuma orientação preferencial.

Este tipo de textura ocorrem geralmente em rochas de estrutura maciça, como o caso de
mármore.

"Os graõs indiviuais do mármore podem ser tão pequenos que não são identificados
visualmente, mas também podem ser grossos e apresentar claramente a clivagem
característica da calcita". (Klein e Dutrow ,2012)

porfiroblástica é caracterizada por conjunto de cristais grandes (profiroblastos) numa


matriz fina.Os porfiroblastos formam-se quando há um forte contraste entre as
propriedades químicas e cristalográficas da matriz e eles.Esse contraste faz com que os
porfiroblastos cresçam rapidamente ás expensas da matriz , doque os cristais da própria
matriz , que crescem mais lentamente. (Press et all, 2006)

Estrutura

As estruturas das rochas metamórficas herdam informações relevantes sobre a natureza


do metamorfismo na qual a rocha sofreu.

Segundo Ruberti at all (2002), As estruturas de rochas metamórficas fornecem


importantes informações sobre o processo metamorfico. Rochas geradas sem a actuação
de pressão dirigida apresentam estrutura maciça.Quando as paragenses metamorficas são
formadas durante a actuação de pressaõ dirigida, as rochas adquirem estruturas orientadas
e desenvolvem foliação de diversos tipos.

Rochas com foliação definida pela orientação de minerais placoides (micas, talco) ou
prismático( anfibolitos) , apresentam estrutura xistosa.
Gnaisses desenvolvem orientação do feldspato e quartzo, seus constituintes fundamentais
definindo a foliação ou estrutura gnáissica.

CETEM (2014), As rochas metamórficas podem exibir estrutura maciça, como mármores
e quartzitos, ou, mais frequentemente, estrutura orientada , resultante do metamorfismo
dinâmico, no qual há o predomínio da pressão sobre a temperatura, além da formação de
novos minerais. Em resposta aos esforços envolvidos ocorrem deformação e orientação
preferencial dos minerais, desenvolvidas ortogonalmente à direção de compressão
máxima, e sua intensidade se reflete no tipo e forma das estruturas geradas.

Metamorfismo de contacto

Para Ruberti at all (2002), O metamorfismo de contacto desenvolve-se nas rochas


encaixantes ao redor de intrusões magmaticas, formando as aureolas de metamorfismo de
contacto.

As principais transformações metamórficas geradas nessas aureolas devem-se


principalmente ao calor emanado do magma durante o seu resfriamento.

O efeito da pressão só é importante onde o magma foi intrudido em grandes


profundidades . A pressão resultante é do confinamento regional . (Press at all ,2006)

Deste modo, pode-se entender que no metamorfismo de contacto o factor mais importante
no processo de alteração das rochas é a temperatura. De salientar que neste tipo de
metamorfismo as rochas são formadas sob altas T e baixa P.

As auréolas metamórficas apresentam geralmente zoneamento geológico. Nas


proximidades do corpo intrusivo formam-se assembléias minerais de temperaturas mais
elevadas, constituídas preferencialmente por minerais anidros ,enquanto nas regiões mais
distantes as assembléias são constituidas por minerais geralmente hidratados,estáveis m
temperatura mais baixas. (Ruberti at all ,2002)
Figure 1 : metamorfismo de contacto
Fonte : ( http://www.ufjf.br/nugeo/files/2009/11/Geologia-Cap6.pdf, recuperado aos 3 de
julho de 2017)

Fácies metamorficas

Segundo Press et all (2006), As fácies metamorficas são agrupamentos de rochas de


várias composições minerais formadas sob diferentes graus de metamorfismo e de
protolitos diferentes,

As fácies metamórficas são assembleias minerais caracteristicas que definem as


variações do grau metamórfico, essencialmente em função da temperatura e pressão.(
Ruberti et all, 2002)

Percebe-se assim que ,as fácies metamórficas relacionam-se com as alterações


metamorficas que ocorrem nas faixas de P e T onde as assembleias minerais alcançam
o equilibrio durante o metamorfismo.

Segundo Eskola ( citado em ruberti et all, 2002), estabeleceu que as rochas com mesma
composição ,mas de terrenos diferentes, apresentarão paragenese similares quando
submetidos a metamorfismo sob condições idênticas.Rochas com parageneses
desenvolvidas nas mesmas condições são referidas como pertencetes a uma mesma fácies
metamórfica.

As principais fácies metamórficas encontram-se situadas no campo PxT.


Figura 2 A distribuição das principais fácies metamorficas no espaço PxT. ( Ruberti at
all,2002)
Tendo em conta o processo de formação do mármore, a sua facie metamórfica é a mesma
que a piroxenio hornfels, poís são submetidas ao metamorfísmo sob as mesmas
condições de temperatura e pressão durante a sua formação.

Composição mineralógica do mármore

A composição mineralogica de uma rocha metamorfica depende da natureza do seu


protolito e das condições metamórficas sob as quais foi gerado.

Segundo Bucher (2010), Minerais aquosos muitas vezes estão ausentes em rochas
carbonatadas sedimentares, mas ocorrem em suas rochas metamorficas equivalente. O
talco, particularmente a tremolite são minerais hidratados geralmente abundantes em
muitos mármores.

O autor ainda continua afirmando que, O sistema CaO-MgO-SiO2-H2O-CO2 (CMS-HC)


mostra a composição do mais importantes minerais encontrados em mármores.

Mármores de alto grau geralmente contêm minerais do grupo humito, em particular


condrodite e clinohumite. No sistema CMS-HC puro, as humidades são metaestáveis em
relação a forsterite e brucite. A ocorrência está relacionada à presença do extra
componentes TiO2 e F que podem ser incorporados nas humidades, mas não na forsterite.

Figura 3: Sistema CaO-MgO-SiO2 -CO2 -H2O, com os componentes CO2 e H2O. A área
sombreada de verde representa a composição comum em calcários e dolomitos. A metade
do triângulo à esquerda, de cor violeta, representa a área de interesse para metacarbonatos.
A metade do triângulo à direita, representa a área das rochas ultramáficas carbonáticas.(
Bucher,2010)

Alguns minerais do sistema CMS-HC,como silicatos de Ca-Mg anidro são apenas


encontrados em auréolas de contato de muito alta T, baixo P em torno de intrusões
máficas. (Bucher ,2010)
Referencias bibliograficas

1. Bucher, K. & Grapes, R. (2010) Petrogenesis of Metamorphic Rocks. 8º edição.


2. Centro de tecnologia mineral (CETEM) (2014)Tipos de rochas ornamentais e
características tecnológicas,
3. Gama, M.A. (2014)Caracterização petrográfica e litogeoquímica das rochas
metacarbonáticas e calcissilicáticas do vale do rio jacurici, bahia .Universidade
federal da bahia
4. Kornprobst, J. (2002), Metamorphic rocks and their geodynamic significance,
5. Klein, C., & Dutrow, B. (2012). Manual de Ciência dos Minerais (23 ed.). (R.
Menegat, Trad.) Porto Alegre: Boookman
6. Press,F. , Siever, R. ,Grotzinger, J., & Jordan , T. H (2006) , Para entender a terra
, Bookman: 4ªed.
7. Ruberti , E. , Szabó, G. A. J, & Machado,R. (2002) Decifrando a terra

8. Winter, J. D. (2001) An introduction to igneous and metamorphic petrology

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