em Arte I
Material Teórico
Arte e os Estudantes do Anos Finais do Ensino Fundamental I
Revisão Textual:
Profa. Dra. Geovana Gentili Santos
Arte e os Estudantes do Anos
Finais do Ensino Fundamental I
• Introdução
• O Aluno do Ensino Fundamental 2 – Anos Finais
• O Ensino de Arte para Pré-Adolescentes
• Arte como Conhecimento
• Arte e Temas Transversais – Uma Ideia a se pensar
• Aprender e ensinar Arte
• Objetivos Gerais do Ensino de Arte
• Conteúdos e Currículo para o Aluno do Ensino Fundamental
• Avaliação em Arte
• Considerações Finais
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Propor estudos sobre estratégias e metodologias de ensino de Arte
para crianças do ensino fundamental.
· Conhecer as etapas de desenvolvimento da ação criadora e poética
de crianças e adolescentes.
· Discutir Arte, educação e formação de currículo para a pré-adolescência.
· Perceber como a criança reage à mudança de escola e à chegada aos
anos finais do ensino fundamental.
· Conhecer os PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais para a
disciplina de Arte para os anos finais do Ensino Fundamental.
· Conhecer os conteúdos para as linguagens da Arte.
· Conhecer formas de avaliar a criança em Arte.
· Entrar em contato com a legislação e outros documentos legais, que
definem e dirigem as instituições educacionais.
· Aproximar-se das experiências inspiradoras e inovadoras, com
proposições pedagógicas coerentes com os objetivos da disciplina.
· Desenvolver o interesse pela pesquisa e criticidade, em busca de
conhecer outras práticas pedagógicas em diferentes sociedades.
· Conhecer ações artísticas direcionadas às crianças de 11 a 15 anos.
· Aprender a desenvolver propostas de ações pedagógicas que tenham
a Arte como alicerce lúdico e estético.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Arte e os Estudantes do Anos Finais do Ensino Fundamental I
Contextualização
Uma das possibilidades artísticas muito potente para os estudantes dos anos
finais do ensino fundamental é o teatro na escola. Ele desperta nos jovens a vontade
de representar e ser outra pessoa, ainda mais na pré-adolescência, idade de muitas
transformações e mudanças.
https://goo.gl/bmFWWJ
https://goo.gl/O4g9SA
Relato de experiência: Imagens sem som e com movimento
https://goo.gl/ibW0g8
Planos de Aula
https://goo.gl/dozCXy
https://goo.gl/dozCXy
https://youtu.be/WPm88z_vUM8
https://youtu.be/uzVbyBdU14w
https://youtu.be/exuBMq0Fl3Q
8
Introdução
Chegamos ao nosso terceiro tópico sobre o ensino de arte. Já passamos pela Arte
na Educação Infantil e Nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, adentraremos,
agora, pelo universo do ensino de Arte nos anos finais do ensino fundamental, que
contemplam crianças de 11 aos 15 anos, aproximadamente.
9
9
UNIDADE Arte e os Estudantes do Anos Finais do Ensino Fundamental I
Figura 2
Fonte: iStock/Getty Images
As crianças crescem. Pode parecer redundante afirmar isso, porém, por mais que
elas não saibam, elas crescem e se modificam, amadurecem. As crianças crescem
e deixam de ser crianças. Em um instante, elas passam a agir de forma diferente,
passam a sentir coisas diferentes, começam as espinhas no rosto, o corpo se
desenvolvendo e quando se percebem, as crianças cresceram... não deixam de ser
filhos, sobrinhos, netos queridos, alunos, mas deixam de ser crianças. Parece que
no decorrer da noite algo mágico aconteceu e, em seguida, começam a caminhar
por suas próprias pernas, começam a querer pensar sozinhas e a não depender
mais dos adultos. A criança cresce. É bom crescer! É bom começar a andar sozinho,
a pensar sozinho, a resolver problemas sozinho.
10
As crianças crescem, saem da casca protetora, acolhedora que os envolvem.
Deixam de ser crianças ao terminarem ciclos, fases, etapas. Deixam de ser crianças
quando rompem barreiras. Agora, deixaram de ser crianças dos anos iniciais do
ensino fundamental e passaram a encarar a dura realidade dos anos finais. Maiores
responsabilidades, maiores deveres, maiores participações, maiores alegrias; afinal,
as crianças agora estão maiores, as crianças cresceram.
O mundo muda para as crianças que chegam aos anos finais do ensino
fundamental, pois elas deixam de ser crianças e transformam-se em pré-
adolescentes durante esse período escolar. Deixam, também, para trás a segurança
aprendida nos anos iniciais do ensino fundamental como a professora da turma
e os professores especialistas, os colegas que os acompanham desde o 1º ano,
os funcionários e toda equipe que eles já conhecem bem, e passam a ter maiores
responsabilidades em suas atividades educativas, conhecem novos professores e
novos colegas, trocam de unidades escolares. Novos ritmos e rotinas instauram-se
para essa criança com uma gama de novas possibilidades e diversidades que se
abrem diante desses pequenos jovens em formação.
Dar esse passo rumo aos anos finais do ensino fundamental é importante para
o seu crescimento em todos os sentidos, pois o educando começa já enfrentando
novos desafios, como a chegada em uma nova escola; conhecer novos colegas,
diretores e coordenadores da escola; lidar com os diversos professores que
trabalham disciplinas diferentes; adaptar-se a formas diferentes de ensino, avaliação
e tratamento com os alunos; assimilar conteúdos mais difíceis; assumir maior
responsabilidade pelos seus estudos (cumprimento de prazos, entrega de trabalhos
e atividades). Todos estes são fatores que podem mexer com o aluno no início, mas
que devem ser superados no decorrer do período de adaptação da crianças nessa
nova etapa e que, ao final dela, o tornará mais independente e autônomo.
Não podemos esquecer que nessa faixa etária, o educando chega a pré-
adolescência e que as alterações hormonais também começam a acontecer, tais
como as mudanças corporais, uma maior presença da vida social individual (amigos
do aluno e não somente os familiares), a descoberta da vida sexual e as vivências
amorosas também ocupam a vida dos jovens estudantes.
11
11
UNIDADE Arte e os Estudantes do Anos Finais do Ensino Fundamental I
tema possibilita entender mais a criança em seu ambiente educativo, como se relacionam,
e suas atitudes em algumas situações. Sugerimos aqui algumas leituras para você se
aprofundar mais sobre o tema:
O desenvolvimento Humano na Teoria de Piaget, de Maria Regina Terra.
https://goo.gl/H2EAPF
Fases do desenvolvimento da criança segundo Piaget, de Rosena Marques Heleno.
https://goo.gl/X7HFke
O ensino de arte para os alunos dos anos finais do ensino fundamental amplia
a forma como o jovem vê e percebe o mundo que o cerca, sempre favorecendo
seu pensamento artístico e criativo, incentivando-o a descobrir novas possibilidades
ou versões de um mesmo objeto ou obra artística. Nesta faixa etária o ensino
de arte se mostra na descoberta de uma poética artística e pessoal do aluno no
decorrer de suas produções. O que antes eram produções mais infantilizadas, hoje
se transformam em trabalhos mais pensados.
12
Os PCNs – Parâmetros Curriculares de Arte para os Anos Finais do Ensino
Fundamental novamente ampararão aqui nosso estudo, pois eles norteiam as
propostas curriculares e materiais didáticos para Arte de todo país. Segundo os
PCNs, para o ensino de arte devem ser trabalhadas as linguagens das artes visuais,
dança, música e teatro nas práticas estudantis.
Nos anos finais do Ensino Fundamental, o educando passa a ter aulas de Arte
com um professor específico da disciplina. Esses encontros propiciam um maior
contato com a arte e com o professor em si, que deve seguir um cronograma, um
programa, um eixo norteador de suas aulas práticas. Os alunos esperam que o
professor tenha conhecimento em todas as áreas e que saiba desenhar “direito”,
sendo esse um resquício do ensino de Arte tecnicista da década de 1970 e do
professor polivalente. Essa necessidade do aluno em ter um professor que saiba
tudo faz com muitos pré-adolescentes rejeitem o ensino de arte pelo simples fato de
saberem desenhar, mas que na verdade revela o medo de julgamento pelo professor
e não pela disciplina. As vezes na apresentação da disciplina e do professor aos
educandos, explicitar os conteúdos e conceitos que serão estudados no campo
da arte em sala de aula, diminui essa pressão/necessidade pela/da aceitação do
professor por parte aluno.
Figura 3
Fonte: iStock/Getty Images
13
13
UNIDADE Arte e os Estudantes do Anos Finais do Ensino Fundamental I
O ensino de arte nos anos finais do ensino fundamental traz novos conhecimentos
e encaminhamentos aos educandos, possibilitando o contato com as linguagens da
arte mais profundamente. O arte educador pode sempre aliar a teoria à prática,
procurando fundamentar a Arte como conhecimento e cultura próprios, não
se apoiando em outras disciplinas para existir. Os PCNs nos mostram alguns
percursos de arte como conhecimento a fim de organizar o pensamento e forma
de se abordar o ensino de arte para adolescentes através de assuntos pertinentes
ao mundo artístico.
Assim, é papel da escola estabelecer os vínculos entre os conhecimentos
escolares sobre a arte e os modos de produção e aplicação desses
conhecimentos na sociedade. Por isso um ensino e aprendizagem de
arte que se processe criadoramente poderá contribuir para que conhecer
seja também maravilhar-se, divertir-se, brincar com o desconhecido,
arriscar hipóteses ousadas, trabalhar muito, esforçar-se e alegrar-se com
descobertas. Porque o aluno desfruta na sua própria vida as aprendizagens
que realiza. (Brasil, 1998. Pag. 31)
14
• Percepção como condição para compreensão estética e artística: perceber
é estar atento a tudo que pode ser proposto pela produção artística. Estimular
o educando a perceber é abrir seus olhos a uma vivência única com a obra
artística, deixando de lado os conceitos e preconceitos para participar da obra
e assim adquirir conhecimentos artísticos.
• A cultura e personalidade do artista como parte da obra: essas influências
também estão presentes no mundo da arte e dizem muito sobre quem produz
e como produz arte em cada época.
• A imaginação criadora: dar vida de várias formas ao mundo. Poder imagi-
nar e criar algo próprio. A imaginação criadora não pode ser tolhida, mas
pode ser direcionada e aumentada. Os educandos são férteis em ideias e
imagens para qualquer tema, só cabe ao educador se fazer de boas propostas
para explorar isso.
• a obra de arte e seu contexto: estar em contato com uma produção artística
produz conhecimentos a partir dela e de seu contexto, histórico, cultural, social
e artístico (como o uso de técnicas diferenciadas, de novos recursos e materiais
diversos para sua produção). Devemos lembrar que faz parte do encontro
com a arte a experimentação, a vivência, o fazer artístico, e que são partes
importantes do ensino de arte, uma vez que aliada a teoria a prática se torna
catalizadora e transformadora dos processos de aprendizagem realizados. Os
PCNs ainda nos indicam elementos que são essências no fazer conhecer arte,
como podemos ver:
» o fazer artístico como experiência poética (a técnica e o fazer como articulação
de significados e experimentação de materiais, suportes e instrumentações
variados);
» o fazer artístico como desenvolvimento de potencialidades: percepção, intuição,
reflexão, investigação, sensibilidade, imaginação, curiosidade e flexibilidade;
15
15
UNIDADE Arte e os Estudantes do Anos Finais do Ensino Fundamental I
Vamos a prática:
Você tem contato com produções artísticas? Qual sua linguagem favorita?
Escolha uma produção artística na linguagem de sua preferencia e analise-a quanto
as possibilidades de estudo que ela gera. Investigue a produção artística quanto as
seguintes possibilidades:
• Arte obra e artista
• A cultura e personalidade do artista como parte da obra
• A obra de arte e seu contexto
• Quanto aos elementos formais da produção de acordo com sua linguagem:
se ligada a música – ritmo, estilo, instrumentos, andamento; se ligado as artes
visuais – cor, formas, materiais, linguagem, suporte; se ligado ao teatro e a
dança – estilo, tipo de representação ou dança, personagens, figurino, cenário.
Figura 4
Fonte: iStock/Getty Images
16
O mundo da arte é bem amplo e diverso e abraça várias temáticas em suas
produções. Os artistas escolhem assuntos mais diversos para criarem suas obras e
algumas delas podem ser levadas para o campo educativo e serem trabalhadas sobre
uma nova ótica, a dos temas transversais. Isso não significa usar os conhecimentos
adquiridos em Arte para promoção de um tema transversal através de produções para
preencher conteúdos ou o uso de uma produção para simplesmente exemplificar
uma questão transversal. A união dos temas transversais e a disciplina de arte
deve ser realizada de forma a trabalhar os assuntos abordados criando produções
pensadas, discutidas e fundamentadas durante as aulas e colocando os educandos
como propositores de suas ideias.
Existe um volume especifico dos PCNs sobre os temas transversais para ampliar sua leitura.
Explor
Indicamos também a visita ao site do Centro Referências em Educação Mario Covas, que
Explor
contém uma lista de outros sites que se relacionam sobre os temas transversais.
CRE Mario Covas
https://goo.gl/v16zZC
Vamos à prática:
Que tal elaborar uma proposta educativa que abrace um tema transversal? Escolha
uma obra que converse com um tema transversal e se relacione com os alunos dos
anos finais do ensino fundamental. Pense em questionamentos que englobem essa
realidade e a realidade dos alunos. Mãos a obra!
17
17
UNIDADE Arte e os Estudantes do Anos Finais do Ensino Fundamental I
Para ensinar arte, não há uma regra de níveis de dificuldades, do mais fácil para
o mais difícil, mas deve se considerar os conhecimentos prévios e adquiridos nas
séries anteriores, pois as propostas educativas devem estar bem amarradas entre si,
proporcionando que o auno pense também por si só e queira saber mais. Sugere-
se nos PCNs que as propostas contemplem diferentes conteúdos oriundos da arte
para que o aluno tenha uma fundamentação sobre o que esta sendo ensinado e que
propicie sempre a curiosidade em saber mais. Os conteúdos devem estar sempre
ligados aos eixos norteadores dos parâmetros: fazer, apreciar e contextualizar,
dessa forma os estudantes assimilarão um conjunto de saberes ligados a arte que os
impulsionem a buscar mais sobre o assunto tratado.
O educador deve usar várias abordagens e estratégias para ensinar este ou aquele
conteúdo, explorando os tipos de forma que o educando melhor se identifique.
É fato que os alunos não conheceram todos os conteúdos de arte na escola, mas
que eles se sintam instigados a procurarem mais e mais em sua vida fora da escola.
18
todos os níveis de ensino [...] É importante que o aluno, ao longo da
escolaridade, possa se desenvolver e aprofundar conhecimento em cada
modalidade artística. (1998, p. 47).
No entanto, são as secretarias de educação que definem para suas redes a distri-
buição de aulas através das matrizes curriculares e currículos de ensino. Atualmen-
te, são reservadas o mínimo de duas aulas semanais de arte para os alunos na rede
estadual de São Paulo, por exemplo.
Figura 5
Fonte: iStock/Getty Images
O Aluno deve:
• Ter contato com as diversas linguagens artísticas;
• Ter contato com as diversas técnicas, práticas e produções artísticas;
19
19
UNIDADE Arte e os Estudantes do Anos Finais do Ensino Fundamental I
O aluno deve:
Ter contato com Ter contato com as Saber pesquisar artistas, Explorar a arte como
as diversas diversas técnicas, praticas obras e temas que linguagem e meio
linguagens artisticas e produções artísticas os interessem de expressão
Perceber que existem Perceber as diferentes Perceber sua produção e Entender a arte em seus Ter contato com as mais
padrões estéticos funções da arte dos colegas como produtos contextos históricos e diferentes manifestações
diferentes parra as artísticos, estéticos e que sociais aplicados às artsitcas nacionais
diferentes sociedades demandam uma produção questões e necessidades e internacionais
que nos cercam e um pensamento de de sua época de criação
artístico e estético
Figura 6
20
o que está ali sendo apresentado. Momentos ricos de troca de experiências surgem
durante as contextualizações e geram novos embates, conversas, deslocamentos e
pontos de vistas que colocam os alunos em contato com a arte e estes percebem a
arte muito mais real e próxima de suas vidas.
Para que tudo isso ocorra, é necessário fazer uma pré-seleção de conteúdos
pensando no que se quer atingir (objetivos) e como atingi-los (estratégias).
Cabe ressaltar que os alunos dos anos finais já são capazes de deter maiores
informações e deter mais conhecimentos artísticos e falar sobre eles com a maior
autonomia para pensar e argumentar. Os conteúdos sugeridos pelos PCNs partem
do pressuposto que os alunos tiverem um contato mínimo com a arte e suas lin-
guagens de artes visuais, dança, música e teatro nas séries anteriores. Há, aqui, a
possibilidade de se trabalhar com mais de uma linguagem artística ao mesmo tem-
po, uma necessidade do mundo contemporâneo e dos educandos, que podem ser
muito bem-vindas e justificadas dentro da sala de aula.
Figura 7
Fonte: iStock/Getty Images
21
21
UNIDADE Arte e os Estudantes do Anos Finais do Ensino Fundamental I
Figura 8
Fonte: iStock/Getty Images
Se dançar faz parte do dia a dia dos alunos, está muito distante da escola,
uma vez que muitos pensam sempre na dança como movimentos coreografados
e desenhados para uma apresentação específica, sem lembrar-se da dança como
elemento específico e de construção corporal e artística.
O professor deve explorar a dança com seus alunos na busca de uma construção
de movimentos e saberes condizentes com sua realidade, uma vez que, nos anos
finais do ensino fundamental, os alunos passam por muitas mudanças corporais e
descobertas. Aliar-se a tudo isso pode gerar saberes estéticos. Pensar em um corpo
que dança na escola é pensar que o aluno movimenta-se o tempo todo e criar a partir
desse movimento pode gerar muitas produções artísticas pensadas e articuladas
com noções estéticas dos movimentos feitos, com propostas influenciadas pela
criatividade dos alunos e pelas músicas que eles ouvem e que façam parte de sua
realidade, de seu repertório cultural, ou seja
22
A improvisação, a composição coreográfica, a interpretação de reper-
tórios de diferentes épocas, localidades e estilos são processos da dança
que diferenciam da educação do/pelo movimento. Compreender esses
processos corporal e mentalmente faz com que se possa diferenciar a
dança do simples “mover-se” e com que se estabelecem relações diretas e
indiretas entre corpo, dança, sociedade (BRASIL, 1998, p. 75).
Figura 9
Fonte: iStock/Getty Images
Tais questões são pertinentes para ambientar o ensino de musica dentro das
escolas, uma vez que os alunos sempre ligam o ensino de música ao ensino de
técnica musical ou em aprender a tocar um instrumento, ou ainda a imposição
de um estilo musical de gosto totalmente oposto ao do educando. O ensino de
música nos anos finais do ensino fundamental tende a ampliar o conhecimento
musical frente as produções artísticas que o cercam, explorando o repertório do
aluno e refletindo sobre como elas influenciam em seu modo de ouvir música.
Explorar novos arranjos, desenhos, estilos, composições e versões para uma música
conhecida pode ser um exercício bem criativo e que abre os ouvidos dos educandos
frente a novas possibilidades musicais, bem como a partir desse processo a criação
de novas produções e saberes estéticos com os alunos.
23
23
UNIDADE Arte e os Estudantes do Anos Finais do Ensino Fundamental I
Figura 10
Fonte: iStock/Getty Images
O teatro na escola deve acontecer não somente para que hajam apresentações
nos dias festivos ou eventos, mas também como produto de uma discussão e
inserção do educando no conhecimento teatral, não sendo somente uma ação
casual, mas uma ação educadora, reflexiva daquelas desenvolvidas em sala de aula.
Para ampliar seu olhar sobre os objetivos específicos das linguagens da arte, é preciso entrar
Explor
em contato com os Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte para os anos finais do Ensino
Fundamental. Nele, você encontrará os conteúdos divididos pelas áreas de conhecimento es-
pecíficos bem como a divisão feita pelos eixos norteadores: apreciar, contextualizar e produzir.
https://goo.gl/KasDj
24
Vamos à prática:
Pode ser um quadro, uma música, uma cena teatral ou dança, mas que possa
explorar tanto aos objetivos específicos da linguagem quanto a apreciação, contex-
tualização e produção.
O mesmo pode ser feito com outras linguagens, sempre procurando pontuar:
• Linguagem artística;
• Objetivos específicos a serem alcançados;
• Apreciação;
• Contextualização;
• Produção.
Avaliação em Arte
Figura 11
Fonte: iStock/Getty Images
25
25
UNIDADE Arte e os Estudantes do Anos Finais do Ensino Fundamental I
É sempre um dilema avaliar em arte para o aluno, uma vez que a avaliação de
uma produção artística envolve a subjetividade do gosto e da beleza, fazendo-se
necessários explicar os critérios de avaliação para os alunos sempre. A realização
de rodas de conversa sobre as produções feitas em sala de aula são momentos para
que se discutam a cerca das produções e um importante momento para exercitar
a avaliação dos colegas, não atribuindo notas, mas comentando e conversando
sobre o que fora realizado. Esse processo é importante, pois o estudante começa
a aprender a fazer e a receber críticas, o que corrobora para um melhor processo
de ensino e aprendizagem.
Estão dispostos nos PCNs de Arte para os anos finais do ensino fundamental, critérios
Explor
Vamos a prática:
Que tal elaborar uma autoavaliação? Pense em como instigar os estudantes desse
novo ângulo.
A escrita de algumas questões norteadoras pode ajudar nesse momento. Lembre-se
que uma autoavaliação é apenas um dos instrumentos avaliativos dos alunos, mas
que pode mostrar muito sobre como ele pensa e se enxerga enquanto adolescente
e educando. A autoavaliação deve englobar as atividades práticas, reflexivas,
apreciativas e momentos de aprendizados dentro da aula.
Boa sorte!
26
Considerações Finais
Caro aluno, assim encerramos essa unidade sobre os anos finais do ensino
fundamental. Esperamos que as atividades de práticas educativas os estimulem a,
cada vez mais, pensar no ensino efetivo de arte para os alunos, por meio da reflexão,
apreciação e contextualização, oferecendo, assim, aos educandos oportunidades
para entrar em contato com arte. Proponha e pesquise mais sobre artistas locais,
espaços expositivos, apresentações e shows em sua cidade. Volte seu olhar para as
manifestações artísticas dentro da escola para ampliar mais e mais o olhar do aluno
sobre o que o cerca.
27
27
UNIDADE Arte e os Estudantes do Anos Finais do Ensino Fundamental I
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Arte: Educação Contemporânea: Consonâncias Internacionais
BARBOSA, A. M. T. B. Arte: Educação Contemporânea: Consonâncias Internacio-
nais. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2008.
Inquietações e Mudanças no Ensino da Arte
BARBOSA, A. M. T. B. Inquietações e Mudanças no Ensino da Arte. 2. ed. São
Paulo: Cortez, 2003.
Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte
BRASIL SECRETARIA DA EDUCACAO FUNDAMENTAL. Parâmetros Curriculares
Nacionais: Arte. 2. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.
Ser Artista, Ser Professor - Razões e Paixões do Ofício - Coleção Arte & Educação
ALMEIDA, Celia Maria de Castro. Ser Artista, Ser Professor - Razões e Paixões do
Ofício - Coleção Arte & Educação. São Paulo: Unesp, 2009.
Teoria e Prática do Ensino de Arte: A Língua do Mundo
MARTINS, Mirian Celeste; PICOSQUE, Gisa; GUERRA, M. Terezinha Telles. Teoria
e prática do ensino de arte: a língua do mundo. São Paulo: FTD, 2010.
Cultura Visual, Mudança Educativa e Projeto de Trabalho
HERNANDEZ, Fernando. Cultura Visual, mudança educativa e projeto de
trabalho. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.
28
Referências
BARBOSA, A. M. T. B. Arte: Educação Contemporânea: Consonâncias
Internacionais. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2008.
MORAIS. Vinicius. Borboletas. In: Para Gostar de Ler. São Paulo. Ática. 1985.
Vol. 06 – Poesias.
Sites consultados
BRASIL. MEC/SEB. Orientações gerais para o Ensino de 9 anos. 2007. Disponí-
vel em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/noveanorienger.pdf>
Acesso em 01/02/2017.
29
29