Você está na página 1de 8

ANALFABETISMO

O analfabetismo é a qualidade de analfabeto, uma palavra de origem latina


(analphabētus) que se refere àquelas pessoas que não sabem ler nem escrever. Porém, o
termo costuma ter um uso mais extenso e é usado para fazer alusão aos indivíduos que
são ignorantes ou que carecem de instrução elementar em alguma disciplina.

O analfabetismo surge perante a falta de aprendizagem. Por isso, nos países que contam
com programas de escolarização obrigatória, o analfabetismo é minoritário, mesmo para
além do facto de que a compreensão de leitura das pessoas possa ser deficiente.

Nestes casos, pode-se falar de analfabetismo funcional, isto é, a incapacidade para


compreender as ideias explícitas e implícitas de um texto e emitir um juízo crítico sobre
as mesmas. Ou seja, o analfabeto funcional consegue pronunciar e descodificar as
palavras escritas, mas é incapaz de as aplicar na prática nem de as compreender.

Por outro lado, nos últimos anos, tem-se vindo a desenvolver o conceito de
analfabetismo digital, que se refere às pessoas que não possuem os conhecimentos
necessários para interagir com as novas tecnologias (como é o caso da Internet).

Convém ainda destacar que existem países onde foram implementadas leis com
disposições especiais para os analfabetos. O Código Civil Brasileiro, por exemplo,
permite que terceiros assinem o testamento de pessoas analfabetas (a pedido destas,
obviamente) desde que não sejam beneficiários do testamento.

Actualmente, existem vários programas para a erradicação do analfabetismo,


nomeadamente através da televisão para chegar às populações que se encontram em
lugares mais afastados.

Segundo definição da UNESCO, “uma pessoa funcionalmente analfabeta é aquela que


não pode participar de todas as atividades nas quais a alfabetização é requerida para
uma atuação eficaz em seu grupo e comunidade, e que lhe permitem, também, continuar
usando a leitura, a escrita e o cálculo a serviço do seu próprio desenvolvimento e do
desenvolvimento de sua comunidade”.
Ilustração: CoraMax / Shutterstock.com

Um dos maiores problemas dos países subdesenvolvidos é o analfabetismo (não


confundir com ignorância). A luta para reduzir o analfabetismo é antiga e sua supressão
não tem sido possível. Há tempos, a educação é considerada um dos maiores privilégios
dos quais o ser humano pode gozar.

Entende-se por analfabetismo funcional a incapacidade que algumas pessoas têm de


entender (compreender) o texto que acabaram de ler, ou seja, quando, mesmo que as
pessoas saibam ler e escrever, apresentam incapacidade para interpretar o texto que lhes
foi dado para ser interpretado. Este tipo de analfabetismo é bastante comum.

Pode-se afirmar que, nos dias de hoje, a sociedade está experimentando uma nova forma
de analfabetismo, chamado de analfabetismo digital. Este tipo de carência está
relacionado com a falta de conhecimento necessário para utilizar computadores
pessoais, celulares e agendas eletrônicas e dominar os sistemas que operam estas
máquinas como, por exemplo, navegar na rede mundial de computadores.

O grave problema do analfabetismo no mundo continua sendo um dos grandes temas


prioritários a solucionar desde que se realizou a Conferência Mundial da Educação para
Todos, ocorrida em 1990, em Jomtiem, Tailândia. Esta conferência foi assistida por
representantes do mundo todo e chegou-se à conclusão de que a alfabetização é um dos
fatores chave para resolver um dos problemas mais urgentes da sociedade, que a
realização plena do ser humano só se dá através da educação e promovê-la é
fundamental para o desenvolvimento das nações. Assim sendo, a educação é uma
ferramenta extremamente útil para combater a pobreza e a desigualdade, elevar os
níveis de saúde e bem estar social, criar as bases para um desenvolvimento econômico
sustentável e a manutenção de uma democracia duradoura. Por este motivo a educação
foi incluída na lista dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio das Nações
Unidas, que fixou para o ano de 2015 a data limite para alcançar 100% de educação
primária para todas as crianças do planeta.

Arquivado em: Educação, Sociedade

Causas e consequências

Uma das principais causas que levam as pessoas ao analfabetismo é falta de motivação.
Falta estrutura física da parte das escolas, dos laboratórios de ciências e informática, da
biblioteca atualizada, quadras esportivas, refeitório, disciplinas extracurriculares como
dança e teatro também geram essa falta de motivação.

Sem falar que muitas vezes que a escola fica longe demais de suas residências e o
transporte nem sempre é ofertado, e quando este é disponibilizado está em péssimas
condições.

Muitas crianças não tem o incentivo dos pais que muitas vezes nã concluíram os estudos
ou não acampanham o desenvolvimento da criança na escola, e se esta possui alguma
dificuldade acaba por tornar uma bola de neve quase que irreverssível.

Com o acesso fácil a novas tecnologias, alguns até sabem ler e escrever, mas escrevem
muito mal, muito errado, frases carregadas de gírias, abreviações, e falta de conteúdo.
Eles não interpretam, eles não formulam opnião.

As consequências para os analfabetos? Não conseguem empregos que os remunere bem.


Acabam ficando com o serviço pesado e exaustivo, e na maiorias dos casos, as empresas
não incentivam seus funcionários a voltar a estudar e concluir os estudos.

Existe ainda o preconceito e o desempenho de atividades básicas como ler o letreiro de


um ônibus, anúncios e placas, cartas e jornais.

Analfabetismo : causas e conseqüências.

Paper Analfabetismo : causas e conseqüências.

Linite Adma de Oliveira. (Acadêmica da 2ª série do Curso de Letras- UEPG)

Este texto originou-se das leituras e discussões dos artigos: "Excluídos,


porque somos culpados", de autoria de Orlinda Melo (1997); " Adeus à escola
pública: a desordem neoliberal, a violência do mercado e o destino das
maiorias", do autor Pablo Gentili (1995), do livro "As Metamorfoses da
Questão Social: uma crônica do salário", de Robert Castel (1998) e da
reportagem "Aos que não vão ler esta reportagem" publicado na Revista
Educação no ano de 1998.

A partir da reflexão sobre os textos acima citados, questionou-se a


situação do analfabetismo no Brasil, a importância da escola pública,
gratuita e de qualidade e a relação da escola com o trabalho.

Utilizando diferentes metodologias, cada um deles apresenta o


analfabetismo como um dos fatores da desigualdade e exclusão, temas de
estudo do Núcleo Projeto de Pesquisa: "Desigualdade e Exclusão no Espaço
Local."

No artigo escrito por Dias (1998) há uma reflexão sobre o conceito de


alfabetização, sobre o sentimento de culpa e vergonha dos analfabetos
diante dos indivíduos alfabetizados e a exclusão desses no mundo de
informações.
Os analfabetos consideram-se "cegos sociais" porque não conseguem
decodificar o código escrito ao seu redor.

Através dos depoimentos dos analfabetos, Dias (1998) afirma que no


processo de alfabetização ocorre muitos empecilhos tais como: cansaço
decorrente de longa jornada de trabalho, o desemprego (pois o material
exigido pela escola é pago pelo aluno, embora o governo coloque à disposição
quantidade de material limitado para cada escola; a falta de auto-estima dos
alunos que diante das dificuldades financeiras deixam a escola (segundo
Gadotti a escola pública atende somente a classe média); pais analfabetos e
desestimulados não encontram perspectivas em mandar seus filhos à escola,
devido a ausência de escolas próximas à moradia, distância perceptível em
grandes cidades e zona rural. Todos esses fatores fazem, muitas vezes com
que os próprios alunos resignem-se diante de tantas dificuldades,
acomodando-se no trabalho braçal e deduzindo que para tais atividades não
é necessário o domínio da leitura, escrita e interpretação.

Em visitas realizadas em escolas públicas urbanas e rurais nota-se uma


grande diferença entre elas no que diz respeito às atividades
desempenhadas pelo professor. Na primeira, o professor pode exercer sua
alfabetização de maneira "plena", embora disponha de poucos recursos
materiais. Já na segunda, às tarefas didáticas somam-se outras como:
limpeza da escola e preparação da merenda, gerando assim acúmulo de
tarefas ao professor e conseqüente prejuízo as suas atividades
pedagógicas.

O descaso do governo para com a educação, fica transparente nos


programas de alfabetização de adultos que oferecem um diploma pelo
mínimo de conhecimento por eles obtidos e também pela despreocupação
com aqueles indivíduos que nunca registraram seu nome na escola.Dá-se
importância a quantidade de pessoas que passam pela e não a qualidade do
ensino.

A professora da USP, Stela Piconez, na reportagem de Dias, critica os


dados apresentados sobre o analfabetismo, pois estes consideram em seus
levantamentos, apenas aqueles que não sabem ler e nem escrever um
bilhete, desconsiderando aqueles que não sabem interpretar uma
informação qualquer, embora saibam ler e escrever, totalizando o número de
analfabetos em 60 milhões e não 16 milhões de pessoas no Brasil.

Em sua obra, Dias comenta que o Brasil deve preocupar-se com mais
intensidade em relação à na
Tipos de analfabetismo

Existem diferentes tipos de analfabetismo, e aqui estão alguns:

O analfabetismo absoluto ou total: o indivíduo recebeu pouca ou nenhuma orientação


para ler e escrever.A maioria não consegue nem mesmo assinar o próprio nome;

O iletrismo: não há compreensão do que lê. Geralmente ligado a um ensino com


defasagem na escola. No Brasil, a falta de incentivo aos sistemas educacionais é um dos
causadores do iletrismo;

O analfabetismo funcional: o indivíduo consegue ler e escrever frases curtas, mas não
compreende seu significado. Sabe decodificar os símbolos, mas não o que eles querem
dizer.

O analfabetismo tecnológico: o indivíduo não possui informações necessárias para


operar computadores, celulares, aparelhos eletrônicos e outras ferramentas tecnológicas.

Ações para combater o analfabetismo devem ir além da escola,


dizem especialistas

Por Priscilla Borges - iG Brasília | 07/03/2014 18:57 - Atualizada às 07/03/2014 18:59

Tamanho do texto

 -
 +

1. Home iG
2. › Último Segundo
3. › Educação

Pesquisadores defendem diferentes iniciativas, que contemplem


parcerias com empresas e sociedade

Especialistas que acompanham as iniciativas já tomadas para acabar com o


analfabetismo reconhecem os avanços já obtidos nos últimos anos – especialmente com
a universalização do ensino básico – para garantir que os brasileiros saibam ler e
escrever. No entanto, ressaltam que as ações precisam ir além da escola.

O primeiro passo, unânime entre quem estuda o tema, é garantir que não haja mais
“novos analfabetos”. “Não há como resolver o problema do analfabetismo se não
alfabetizarmos as crianças na idade correta”, ressalta Rui Aguiar, gestor de programas
do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Ele lembra que, uma criança que não aprende a ler e a escrever quando deveria,
começará a enfrentar dificuldades para acompanhar os conteúdos e acabará desistindo
da escola. Esses desistentes entrarão para as estatísticas negativas da reprovação e do
abandono escolar. Algumas farão parte dos números dos analfabetos.

Ana Lúcia Lima, diretora do Instituto Paulo Montenegro, acredita também que
empresas e a sociedade em geral precisam participar desse processo. “A política
educacional é o principal fator para acelerar (o fim do analfabetismo), mas outros
espaços podem estimular essa mudança: os sindicatos, as empresas, as igrejas. Não deve
ser só a escola”, afirma.

Ela conta que o instituto, que criou um indicador para medir o analfabetismo funcional
há 12 anos, está à frente de discussões com o setor empresarial para criar projetos nesse
sentido. Para Ana, o analfabetismo deve ser trabalhado em outros “cenários” de
formação. “O mundo empresarial reclama da falta de qualificação dos profissionais.
Esse é um momento oportuno para aproveitarmos essa demanda e criarmos novos
espaços de formação”, avalia

Por Priscilla Borges - iG Brasília | 07/03/2014 18:57 - Atualizada às 07/03/2014 18:59

Tamanho do texto

 -
 +

1. Home iG
2. › Último Segundo
3. › Educação

Pesquisadores defendem diferentes iniciativas, que contemplem


parcerias com empresas e sociedade

Especialistas que acompanham as iniciativas já tomadas para acabar com o


analfabetismo reconhecem os avanços já obtidos nos últimos anos – especialmente com
a universalização do ensino básico – para garantir que os brasileiros saibam ler e
escrever. No entanto, ressaltam que as ações precisam ir além da escola.

O primeiro passo, unânime entre quem estuda o tema, é garantir que não haja mais
“novos analfabetos”. “Não há como resolver o problema do analfabetismo se não
alfabetizarmos as crianças na idade correta”, ressalta Rui Aguiar, gestor de programas
do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Ele lembra que, uma criança que não aprende a ler e a escrever quando deveria,
começará a enfrentar dificuldades para acompanhar os conteúdos e acabará desistindo
da escola. Esses desistentes entrarão para as estatísticas negativas da reprovação e do
abandono escolar. Algumas farão parte dos números dos analfabetos.

Ana Lúcia Lima, diretora do Instituto Paulo Montenegro, acredita também que
empresas e a sociedade em geral precisam participar desse processo. “A política
educacional é o principal fator para acelerar (o fim do analfabetismo), mas outros
espaços podem estimular essa mudança: os sindicatos, as empresas, as igrejas. Não deve
ser só a escola”, afirma.

Ela conta que o instituto, que criou um indicador para medir o analfabetismo funcional
há 12 anos, está à frente de discussões com o setor empresarial para criar projetos nesse
sentido. Para Ana, o analfabetismo deve ser trabalhado em outros “cenários” de
formação. “O mundo empresarial reclama da falta de qualificação dos profissionais.
Esse é um momento oportuno para aproveitarmos essa demanda e criarmos novos
espaços de formação”, avalia.

A Secretaria de Educação do Maranhão, estado com um dos piores índices de


analfabetismo do País, aposta em parcerias para levar ensino aos analfabetos espalhados
por 162 municípios. Além de aderir ao Programa Brasil Alfabetizado, do governo
federal, que concede material didático e bolsas para alfabetizadores, estabeleceu acordo
com o Movimento de Educação de Base (MEB) ligado à Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB).

Em 2013, 76.242 pessoas participaram dos cursos de alfabetização feitos em parceria


com o MEB. Este ano, outros 57 municípios com os maiores índices de analfabetismo e
os menores de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado participam dessas
ações, que contemplam 39.344 alunos. Em outros 91 cidades, há 36.898 alunos no
Brasil Alfabetizado.

De acordo com a Secretaria de Educação, há outras iniciativas com entidades civis,


como a Federação das Colônias de Pescadores do Estado do Maranhão (Fecompema),
sindicatos, associações, cooperativas e colônias de pescadores. Atualmente, 4,6 mil
pescadores e marisqueiros de 48 municípios estão sendo alfabetizados com materiais e
metodologias específicas.

Mais perto dos filhos


Unir as propostas de alfabetização das crianças e suas famílias é outra aposta que tem
obtido sucesso. No Piauí, o projeto Palavra de Criança, coordenado pelo Unicef, aos
poucos, está atraindo os pais das crianças para o ensino formal. Voltado para garantir a
aprendizagem das crianças nos primeiros anos da alfabetização, o projeto é
desenvolvido em 170 dos 224 municípios do estado.

A partir de estudos sobre o tema analfabetismo, feitos em 2004, um grupo de


pesquisadores do Unicef identificou que a alfabetização de crianças não estava nas
prioridades na gestão dos municípios e nem nos currículos dos cursos de formação dos
futuros pedagogos. “A alfabetização, quase sempre, era uma disciplina optativa. Isso
significava que a formação desses professores para uma fase tão importante era muito
ruim”, afirma Rui Aguiar.
Outras dificuldades identificadas por eles para que esse período fosse um sucesso nas
escolas era a falta de um coordenador pedagógico que ajudasse os professores a
preparar o plano de trabalho e de materiais pedagógicos adequados.

A partir daí, o projeto exigiu mudanças dos municípios: garantia do tempo correto de
aulas (200 dias letivos e 800 horas de aulas anuais); articulação do ensino fundamental
com a educação infantil e formação de coordenadores pedagógicos. “Nosso foco é não
produzir analfabetos na escola. Os professores têm de ser bons e ter bons suportes de
coordenadores”, conta. A família é outro ponto central do projeto.

Exigir a participação da família na vida escolar dos filhos evidenciou o que já se sabia:
muitos pais não conseguiam acompanhar a rotina escolar das crianças porque não
haviam estudado. As escolas começaram, então, a criar projetos para trazer esses pais de
volta ao ensino formal. Das palestras e rodas de conversa, surgiam a oferta de educação
formal.

“A família analfabeta tem mais dificuldades de garantir os direitos dos filhos. Não só de
educação, mas também de saúde, por exemplo. Uma mãe que não sabe ler não
conseguirá acompanhar o cartão de vacinação do filho, algo muito simples e
fundamental para a saúde da criança”, ressalta Maria de Salete Silva, coordenadora do
programa de educação do Unicef.

Segundo Raimundinha Melo, presidente do Conselho Municipal de Educação de


Castelo do Piauí, um dos municípios que participa do projeto, o “Família trabalhando
Junto” é a segunda etapa do projeto da alfabetização das crianças. A aproximação tem
dado certo tanto para os jovens alunos quanto para os pais.

Apesar do número alto de analfabetismo na cidade, cerca de 28%, a redução foi de 10


pontos percentuais desde 2010, quando o Palavra de Criança chegou à cidade.“Em
2012, mais de 87% das crianças dos anos iniciais do fundamental já liam e escreviam
com fluência. Antes do projeto, cada criança registrava, em média, 9 faltas por ano. Um
índice muito alto. Agora, caiu para 1,9 por criança anualmente. Isso mostra a relação de
compromisso com a educação da família”, comenta Raimundinha.

Fonte: Último Segundo - iG @ https://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2014-03-


07/acoes-para-combater-o-analfabetismo-devem-ir-alem-da-escola-dizem-
especialistas.html

Você também pode gostar