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Prof.

Ralf Luis de Moura


Bacharel em Ciência da Computação
Engenheiro de Produção
Mestre em Eng. Elétrica

CIMENTO
A Origem do Cimento

• A palavra CIMENTO é originada do latim CAEMENTU, que designava na


Roma antiga uma espécie de pedra natural de rochedos e não
esquadrejada.
• A origem do cimento remonta há cerca de 4.500 anos. Monumentos do
Egito antigo já utilizavam uma liga constituída por uma mistura de gesso
calcinado.
• As grandes obras gregas e romanas, como o Panteão e o Coliseu, foram
construídas com o uso de solos de origem vulcânica, que possuíam
propriedades de endurecimento sob a ação da água.
A Origem do Cimento
• O grande passo no desenvolvimento do cimento foi dado
em 1786 quando o engenheiro John Smeaton, procurava
um aglomerante que endurecesse, mesmo em presença de
água, de modo a facilitar o trabalho de reconstrução do
farol de Edystone, na Inglaterra, e conseguiu obter um
produto de alta resistência por meio de calcinação de
calcários moles e argilosos.
A Invenção do Cimento

• A primeira pessoa a fabricar cimento em bases científicas foi o


químico britânico Joseph Aspdin em 1824.
• Ele queimou conjuntamente pedras calcárias e argila,
transformando-as num pó fino. Percebeu que obtinha uma
mistura que, após secar, tornava-se tão dura quanto as pedras
empregadas nas construções.
• A mistura não se dissolvia em água e foi patenteada pelo
construtor no mesmo ano, com o nome de Cimento Portland,
que recebeu esse nome por apresentar cor e propriedades de
durabilidade e solidez semelhantes às rochas da ilha britânica
de Portland.
A Invenção do Cimento
• O cimento Portland desencadeou uma verdadeira
revolução na construção, pelo conjunto inédito de suas
propriedades:
– Moldabilidade;
– Hidraulicidade (endurecer tanto na presença do ar
como da água);
– Elevadas resistências aos esforços; e por ser obtido a
partir de matérias-primas relativamente abundantes e
disponíveis na natureza.
A Invenção do Cimento
• A criatividade de arquitetos e
projetistas, a precisão dos modernos
métodos de cálculo e o genialidade
dos construtores impulsionaram o
avanço das tecnologias de cimento e
de concreto, possibilitando ao homem
transformar o meio em que vive,
conforme suas necessidades.
A Invenção do Cimento
• A importância deste material cresceu em escala geométrica, a
partir do concreto simples, passando ao concreto armado e
finalmente, ao concreto protendido.
• A descoberta de novos aditivos, como a sílica ativa,
possibilitou a obtenção de concreto de alto desempenho
(CAD), com resistência à compressão até 10 vezes superiores
às até então admitidas nos cálculos das estruturas.
A Fabricação do Cimento
• A Fabricação do Cimento
• MATÉRIAS-PRIMAS principais
• CALCÁRIO
• ARGILA +
• MINÉRIO DE FERRO
• Após a queima resulta em clínquer
• Clinquer + gesso = cimento
A Fabricação do Cimento
• A fabricação do cimento compreende as seguintes etapas:
• Extração da matéria prima
• Britagem
• Pré-homogeneização e Dosagem
• Moagem do cru
• Homogeneização
• Preaquecimento
• Queima
• Resfriamento
• Moagem e adições
• Armazenagem granel
• Embalagem
• Expedição
A Fabricação do Cimento
• O cimento tradicional é constituído de uma pequena
porcentagem de argila, queimada juntamente com o calcário e
minério de ferro e que endurece na presença de água.
• O cimento é normalmente utilizado sob a forma de concreto.
• O concreto é uma mistura de cimento, areia, água e pedra e
normalmente utilizado para preencher formas na moldagem de
vigas e estruturas.
A Fabricação do Cimento
• Quando o calcário é aquecido a temperaturas acima de 700-
800ºC, ele se decompõe em dióxido de carbono CO2 e óxido
de cálcio CaO (cal queimada):
CaCO3 + Calor → CaO + CO2

Cal queimada, quando misturada com água e deixada ao ar


livre absorve o CO2 revertendo a reação química acima e
endurece. Cal umedecida e misturada a areia é uma
argamassa conhecida desde a antiguidade e muito usada
para fabricação de tijolos.
A Fabricação do Cimento

• O cimento é preparado com 75-80% de calcário e 20-25% de argila.


• A matéria prima é extraída das minas, britada e misturada nas
proporções corretas.
• Esta mistura de matérias primas é colocada em um moinho de bolas
(moinho de crú) e posteriormente cozidas em um forno rotativo a
temperatura de 1450ºC - 2000ºC, obtendo-se, então, o clinquer.
A Fabricação do Cimento
A Fabricação do Cimento

• Finalmente o clinquer é reduzido a pó em um moinho (moinho


de cimento) juntamente com 3-4% de gesso e pequenas
quantidades de calcário, quando necessário, para acerto da
composição.
• O gesso tem a função de retardar o endurecimento do
clínquer pois este processo seria muito rápido se a água fosse
adicionada ao clínquer puro.
A Fabricação do Cimento
Processo de Fabricação
• Dois métodos utilizados :
– processo via seca
– processo via úmida
• Nos dois métodos os
materiais são extraídos das
minas e britados de forma
mais ou menos parecidas, a
diferença porém é grande
no processo de moagem,
mistura e queima.
• Por ambos os métodos
produz-se clinquer e o
cimento final é idêntico nos
dois casos.
Processo Úmido

• A mistura é moída com a


adição de
aproximadamente 40%
de água, entra no forno
rotativo sob a forma de
uma pasta de lama.
Forno Rotativo
Forno Rotativo
Processo Úmido

• Este foi o processo


originalmente utilizado para o
inicio de fabricação industrial
de cimento e é caracterizado
pela simplicidade da instalação
e da operação dos moinhos e
fornos.
• Além disso consegue-se uma
excelente mistura e produz
muito pouca sujeira
necessitando de sistemas bem
primitivos de despoeiramento.
Processo Seco
• A mistura é moída totalmente seca e alimenta o forno em
forma de pó. Para secar a mistura no moinho aproveitam-
se os gases quentes do forno ou de gerador de calor.
Processo Seco vs Processo Úmido

• O processo seco tem a vantagem determinante


de economizar combustível já que não tem água
para evaporar no forno.
• Comparativamente, um forno de via úmida
consome cerca de 1250 kcal por kg de clínquer
contra 750 kcal de um forno por via seca.
• O forno de um processo por via seca tem entre
80 e 90 m enquanto um forno por via úmida tem
entre 110 e 120 m.
• As instalações de moagem e do forno, para o
processo via seca, são muito mais complexas.
Tipos de Cimento

• CP-I – Cimento Portland Comum


– É um Cimento puro, sem nenhuma modificação.
Pode ser utilizado em serviços de construção onde
não são exigidas propriedades especiais do
Cimento.
• CP-II – Cimento Portland Composto
– É um Cimento modificado que pode ser aplicado
em todas as fases da construção.
– Pode ser encontrado com três diferentes subtipos:
• CP-II – Z: Esse tipo contém pozolanas (cinzas de usina térmica,
cinzas de carvão e outras cinzas).
• É muito indicado, por exemplo, para fazer fossa séptica, porque o
concreto dele é mais resistente a ácidos.
Tipos de Cimento
• CP-II – E
• O Cimento II-E tem escória de alto-forno
(é o resíduo da produção de ferro nas
siderúrgicas) e serve para pisos, lajes e
pilares.
• CP-II – F
• Tem materiais carbonáceos (sobras de
produtos queimados) e serve para fazer
pisos e até tijolos de solo-Cimento. Esses
materiais ajudam a melhorar o concreto.
Além disso, em vez de se jogar esse
material na natureza, eles viram
excelente matéria-prima
Tipos de Cimento

• CP-III – Cimento Portland de Alto-Forno


• É menos poroso e mais durável, portanto resiste
melhor em ambientes agressivos.
• O concreto feito com esse Cimento pode ficar exposto
a esgoto e a chuva ácida.
• Usado nas fundações, peças de grandes dimensões e
construções de barragens, por exemplo. Porém, evite
usá-lo quando precisar tirar a fôrma logo.
• Pode não ficar com a resistência necessária.
• Ele pode não oferecer a resistência inicial necessária e
ainda como em calda de injeção, pois ele corrói o aço.
• Também deve ser evitado para fazer chapisco em dias
de insolação e vento, pois ele não adere aos blocos
cerâmicos, por exemplo. Em argamassas colantes, esse
tipo pode proporcionar manchas no azulejo.
Tipos de Cimento
• CP-IV – Cimento Portland Pozolânico
• Tem cinza de carvão ou argila queimada e é um cimento
pouco poroso. Seu uso é muito mais vantajoso em obras que
ficarão expostas à ação de água corrente e em ambientes
agressivos. A cura mais lenta o torna adequado a grandes
volumes de concreto. Em dias muito frios, ele demora a
endurecer.
• CP-V-ARI – Cimento Portland de Alta Resistência Inicial
• Tem resistência alta nos primeiros dias. Como endurece
rápido, pode trincar se o concreto sofrer resfriamento.
Usado em argamassas e piso de cimento queimado, entre
outras aplicações.
Tipos de Cimento

• RS – Cimento Portland Resistente a Sulfatos


• Como o próprio nome diz, são resistentes aos meios agressivos
sulfatados, tais como os encontrados nas redes de esgotos
domésticos ou industriais, na água do mar e em alguns tipos de
solos.
• BC – Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação
• Designado por siglas e classes de seu tipo, acrescidas de BC.
Como por exemplo: CP-III-32 (BC) é o Cimento Portland de Alto-
Forno com baixo calor de hidratação.
• Evita o aparecimento de fissuras de origem térmica. Indicado
para uso em concreto-massa, como barragens e grandes
pilares.
• CPB – Cimento Portland Branco
• Há dois subtipos: estrutural, quando se quer ressaltar a
arquitetura, porque ele não fica cinza e o não estrutural, que a
gente usa para rejuntar azulejos.
• Jamais use em concreto estrutural, pois esse tipo não possui
resistência adequada para esse fim.

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