1
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Reitor
Belchior de Oliveira Rocha
Diretoria de Pesquisa
José Yvan Pereira Leite
Conselho Editorial
Samir Cristino de Souza (Presidente)
André Luiz Calado de Araújo
Antônio Luiz de Siqueira Campos
Dante Henrique Moura
Jerônimo Pereira dos Santos
José Yvan Pereira Leite
Valdenildo Pedro da Silva
2
Robson Santana Pacheco
GEOMETRIA ANALÍTICA
2008
3
Geometria Analítica
© Copyright 2008 da Editora do IFRN
ISBN 978-85-89571-53-1
IFRN / BJAP
CDU 514.12
EDITORAÇÃO
Samir Cristino de Souza
DIAGRAMAÇÃO E CAPA
Karoline Rachel Teodosio de Melo
CONTATOS
Editora do IFRN
Av. Senador Salgado Filho, 1559, CEP: 59015-000
Natal-RN. Fone: (84)4005-2668/ 3215-2733
Email: dpeq@cefetrn.br
4
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO........................................................................ 7
AGRADECIMENTO .................................................................... 9
PREFÁCIO.................................................................................... 11
Capitulo1 VETORES.................................................................... 13
Introdução ...................................................................................... 13
Vetor ............................................................................................. 16
Exercícios ...................................................................................... 17
Capitulo 2 O PLANO................................................................... 19
Capitulo 3 CÔNICAS.................................................................. 55
Elipse .............................................................................................. 55
Exercícios ....................................................................................... 62
Hipérbole ........................................................................................ 64
Exercícios ....................................................................................... 72
Parábola ......................................................................................... 74
Exercícios ....................................................................................... 80
5
Translação de Eixos ....................................................................... 82
Capitulo 4 ESPAÇO.................................................................... 87
Introdução ...................................................................................... 87
Vetores no Espaço ......................................................................... 91
Módulo de um vetor ....................................................................... 93
Operações com vetores .................................................................. 93
Produto Escalar .............................................................................. 94
Produto Vetorial.............................................................................. 96
Produto Misto.................................................................................. 101
Exercícios Propostos....................................................................... 103
REFERÊNCIAS............................................................................. 167
6
APRESENTAÇÃO
7
8
AGRADECIMENTO
9
10
PREFÁCIO
11
12
1. VETORES
Introdução
Eixo
É toda reta munida de uma orientação em seu suporte.
Convenciona-se como positiva a orientação dada, e negativa a contrária.
Segmento Orientado
B
A
Segmento Nulo
13
Segmentos Opostos
orientado BA é oposto de AB .
Medida de um segmento
Direção
Denomina-se de direção de um segmento orientado a inclinação da
reta que o contem. Desta feita dois segmentos orientados possuem a
mesma direção quando as retas suportes que os contem são paralelas.
r r r
B B B
s s
D A D
A A
D
C C
14
Sentido
Sentido de um segmento orientado é a orientação em seu suporte.
Desta maneira dois segmentos orientados possuem sentidos opostos se
possuem a mesma direção.
Segmentos Eqüipolentes
Dois ou mais segmentos orientados são eqüipolentes quando
possuírem a mesma direção, o mesmo sentido e o mesmo módulo.
B B’ B’’ B’’’
A A’ A’’ A’’’
AB ~ A' B' ~ A' ' B' ' ~ A' ' ' B' ' '
Observação:
A eqüipolência de segmento orientado é uma relação de
equivalência.
1) AB ~ AB (Reflexiva)
2) Se AB ~ CD , então CD ~ AB (Simétrica)
3) Se AB ~ CD e CD ~ EF , então AB ~ EF (Transitiva)
15
Vetor
por AB ou B – A ou v .
u =1.
16
iii) Os vetores u e v são ortogonais, u ^ v , se as retas que
as contem forem ortogonais.
u = 0.
Exercícios:
· 1. Verdadeiro ou Falso?
a) Vetor é uma grandeza escalar.
· 4. Se u = v então u = v . Justifique.
17
· 6. Na figura ao lado exprima os seguintes vetores:
a) (B - A) + (C - B ) B C
b) ( D - A) + ( B - D )
c) (A - E ) + D - E D
A
E
· 7. Sendo a < 0 podemos afirmar que a v // v para algum
vetor v ? Justifique.
18
2. O PLANO
Sistema de Coordenadas
O plano cartesiano é o plano determinado por dois eixos que se
interceptam de forma perpendicular ou oblíqua.
Y
Y
P P
X a <p 2 X
x x
19
Distância entre dois pontos
Q
y
P
y R
x x1
2 2 2
PQ = PR + QR
daí:
d ( P, Q ) = (x,- x )2 + ( y,- y )2
Vetores no PLANO
20
v = AB = B - A
i) v1 + v 2 = (a + c, b + d )
vetores (v1 - v 2 ) .
v1 - v 2 = v1 + (-1)v 2 = (a - c, b - d )
Propriedades:
a) Adição:
i) v1 + v 2 = v 2 + v1 (Comutativa)
com q = (0,0)
v) k1 (v1 + v 2 ) = k1 v1 + k 2 v 2
vi) k1 (k 2 v1 ) = ( k1 × k 2 ) v1
21
vii) 1 × v1 = v1
Observação:
u+v
u
y
v X
O y
(Fig. 1.2)
22
Norma ou Módulo
Conforme mostra a
ilustração ao lado o triangulo
OED é retângulo. Assim
b E
2 2 2 2 2
u
OE =OD+ED\OE= OD+ED
D . Como u = OE tem-se que
O a
u = a2 + b2 .
Proposição:
i) k × u = O Þ k = 0 ou u = O
ii) u ³0 e u =0Ûu=O
iv) k ×u = k × u
23
1.1. Ponto Médio de um segmento
Seja AB um segmento
B
y2 de reta sendo (x1, y1) e (x2, y2)
M
yM
as coordenadas cartesianas
y1 A
dos pontos A e B
O x1 xM x2 respectivamente; e M o ponto
médio de AB com
MB = ( x 2 - x M , y 2 - y M )
Assim:
x1 + x 2
x M - x1 = x 2 - x M Þ x M =
2
y + y2
y M - y1 = y 2 - y M Þ y M = 1
2
Exemplo:
Considere A = (2,3) e B = (5,-1) as extremidades do
24
Seja M = (xM , ym ) o ponto médio de AB , logo:
2+5 7 3 + (-1)
xM = = e ym = =1
2 2 2
æ 1 2 ö
u = çç , ÷÷ é unitário pois:
è 5 5ø
2 2
æ 1 ö æ 2 ö 1+ 4
u = çç ÷÷ + çç ÷÷ = =1
è 5ø è 5ø 5
Caso geral:
v
Dado um vetor v o vetor v m = é o vetor unitário de v .
v
Exercícios:
25
2 2 2
· 3. Determine vetores u, v tais que u + v = u -v .
1
· 4. Determinar o vetor w na igualdade 2w - 3u = v + w,
2
sendo dados u = (1,3) e v = ( 2,1) .
æ 19 ö
Resp.: w = ç 4, ÷
è 2ø
· 5. Determinar a1 e a2 tais que w = a1 u + a 2 v , sendo
Resp.: a = 1 e b =3
2 2
· 7. Sabendo que u e v são vetores paralelos e que
2
Resp.: t = ±
5
· 8. Se A e B são dois pontos do plano, designe por d(A, B) a
distância entre A e B, d(A,B)=||B-A||. Mostrar que d(A,B)=d(B,A), e
que para três pontos A, B, C quaisquer, temos:
d ( A, B) £ d ( A, C ) + d ( B, C ) .
26
Produto Escalar
Define-se como o produto escalar (ou produto interno) de dois
Exemplo:
Exemplo:
27
Observação:
v = < v, v > = a 2 + b 2 .
Demonstração:
Sendo v = 0 a desigualdade é verdadeira. Suponhamos v ¹ 0 e
sejam x=< v , v > e y= -< u , v > escalares. Então pela
propriedade (I) temos:
< xu + y v, xu + y v >³ 0 e desenvolvendo encontramos:
x 2 < u , u > +2 xy < u , v > + y 2 < v, v >³ 0 .
Procedendo as substituições encontramos:
28
< v, v > 2 × < u, u > -2 < v, v > × < u, v > × < u , v > + < u, v > 2 × < v, v >³ 0
v
(Fig. 1.4)
2 2 2 ^
v -u = u + v - 2 u v cos(a )
29
2 2 2
Como, v-u = v + u - 2 < u , v > , teremos após a
comparação:
2 2 ^ 2 2
u + v - 2 u v cos(a ) = v + u - 2 < u, v >
^
\< u , v >= u × v × cos(a )
Observações:
Exemplo:
Como u ^ v , temos:
30
< u, v >= 0
< (2m - 1,5), (m, -2) >= 0
m(2m - 1) - 2 × 5 = 0
2m 2 - m - 10 = 0
1 ± 1 + 80 1 ± 9
m= =
4 4
1 + 9 10 5
m' = = =
4 4 2
1- 9 - 8
m' ' = = = -2
4 4
^ < u, v > 2 × 3 - 1 ×1 5
cos(a ) = = =
u × v 2 + 1 × 3 + (-1)
2 2 2 2
5 × 10
5 1 2
Logo, cos(â ) = = =
5× 2 2 2
31
AB = B - A = (m - 1,3m) - (2,1) = ( m - 3,3m - 1)
Mas
< u , AB >= u × AB × cos 60°
donde :
. .
.
.
32
Projeção de um vetor
^
Dados u e v vetores do plano e a o ângulo entre eles. O nosso
u u
a a
m v m v
(Fig. 1.5)
m = kv = k × v
1
\k = m × ( A)
v
Por definição:
^
< u, v >= u × v × cos(a )
33
^ m
e com cos(a ) = tem - se
u
m
< u , v >= u × v ×
u
< u, v >
ou seja m =
v
< u, v >
k = 2
; daí :
v
æ < u ×v > ö
m = proj (u ) = ç ÷×v
v ç < v×v > ÷
è ø
Exemplo:
æ < u, v > ö
proj v (u ) = ç ÷ × v = æç < (1,1), (1,4) > ö÷ × (1,4)
ç < v, v > ÷ ç < (1,4), (1,4) > ÷
è ø è ø
æ 1 ×1 + 1 × 4 ö
proj v (u ) = ç 2 ÷ × (1,4)
è 1 +4 ø
2
æ5ö
proj v (u ) = ç ÷ × (1,4)
è 17 ø
34
Exercícios propostos:
a) <u , v >
b) O ângulo formado pelos vetores
com o vetor u .
æ
b) arc.cos ç 2
ö
Resp.: a) 8 ÷
è 5ø
æ 2 1 5 + 5 15 - 2 5 ö
c) ç , ÷ ou
ç ÷
è 5 5 ø
æ 2 15 - 5 15 + 2 5 ö
ç , ÷
ç ÷
è 5 5 ø
· 10. Sendo A=(1,0), B=(2,5) e C=(-1,3) pontos do plano.
Classifique o triangulo ABC quantos aos lados.
Resp.: Isósceles
determine v .
35
æ 10 + 155 5 - 2 155 ö
Resp.: v = ç , ÷ ou
ç ÷
è 5 5 ø
æ 10 - 155 5 + 2 155 ö
v = çç , ÷
÷
è 5 5 ø
u+v £ u + v .
36
Retas
Definimos como equação vetorial da reta (r) passando por um
P + tu
P
(2) x=a+tm
y=b+tn, t ÎÂ . Conhecida como equações
paramétricas da reta.
Exemplo:
Determinar as equações paramétricas da reta (r) que passa por
37
Solução:
X = A + tu
( x, y ) = (1,-3) + t (5,4)
x=1+5t
(r)
y=-3+4t, t ÎÂ
nx - my = c (3)
Esta equação (3) é determinada de equação cartesiana da reta.
Considerações gerais:
38
Y Y
y = -cm
u
X u X
c =x
n
( c n > 0) ( c m < 0)
n
u
q q
m n X
Da ilustração acima vemos que tgq = denominado de
m
coeficiente angular da reta.
Exemplo:
1. Encontre as equações paramétricas e cartesianas da reta (r) que
39
Solução:
Seja X = ( x, y ) um ponto do plano pertencente a reta (r).
Assim:
X = A + tu ,t Î Â .
Substituindo os valores na equação temos:
( x, y ) = (-1,4) + t (2,5)
x=-1+2t
y=4+5t são as equações paramétricas.
Eliminando o valor de t Î Â teremos:
x +1 y-4
=t e = t, daí :
2 5
x +1 y - 4
= \ 5x + 5 = 2 y - 8
2 5
5 x - 2 y = -8 - 5 \ 5 x - 2 y = -13
2. Determine a equação da reta que passa pelos pontos A=(2,-1) e
B=(5,4).
Solução:
Como a reta passa pelos pontos A e B, assim um vetor diretor
X = A + t AB , teremos:
( x, y ) = (2,-1) + t (3,5) , logo:
x=2+3t
40
y=-1+5t que é a equação paramétrica da reta.
ao vetor u =(2,5).
Solução:
temos que:
X = A + t u r ou seja:
( x, y ) = (3,-1) + t (5,-2) e mais precisamente:
x=3+5t
y=-1-2t que são as equações paramétricas do reta.
41
4. Encontre o ponto de intersecção entre as retas de equações x-y-
=5 e –x+3y=1 respectivamente.
Solução:
A solução consiste unicamente da resolução do sistema linear:
x-y=5
–x+3y=1
Usando o método da adição encontramos: 2y=6: logo y=3;
Substituindo em qualquer das equações tem-se x=8. Assim
P=(8,3) é o ponto de intersecção.
Representação Gráfica
3
2
-x+3y=1
1
- 2 3 4 5 6 7 8
X
-
x-y=5
Problema:
Encontrar o menor ângulo formado pelas retas.
42
a) (r) e (s) são paralelas.
Assim o menor ângulo é 0°
Y (s)
(r)
Y
(r)
(s)
r r
43
Ilustração:
Y
(r)
a
ms a
mr (p - a )
X
O
(s)
(p 2 < a < p )
Exemplo:
Determine o menor ângulo entre as retas (r) e (s) dadas por suas
equações y=2x+1 e y=x-1 respectivamente.
Solução:
Calculamos inicialmente os vetores diretores das retas (r) e (s).
m r = (1,2) e m s = (1,1)
^ ^
Em seguida determinamos o cos(a ) , sendo (a ) o ângulo entre
os vetores, pela equação:
^ < mr,ms >
cos(a ) = , assim
ur × us
44
^
Como cos(a ) > 0 , então 0 <a <p 2 . Logo
^ æ 3 ö
a = arccosçç ÷÷ .
è 10 ø
- y 0 + ax0 + b
d ( P, (r )) = (1)
a2 +1
Demonstração:
Se P Î (r ) Þ d ( P, (r )) = 0 . Suponhamos que P Ï (r ) .
A distância
d ( P, (r )) = d ( P, A) ,
P (r)
y0 sendo A o pé da
A perpendicular traçada de P
a reta (r). Assim
x0
d ( P, A) = AP . Sendo
m r = (1, a ) , o vetor
45
Portanto:
d ( P, A) = t × a 2 + 1 (*)
Conhecido o valor de t o nosso objetivo estará concluído.
Seja A = ( x1 , y1 ) Î (r ) , assim:
AP = t (- a,1) podendo também ser escrito:
(x0 - x1 , y 0 - y1 ) = (- ta, t ) e;
x 0 - x1 = -ta x1 = x 0 + ta
e
y 0 - y1 = t y1 = y 0 - t
46
Exemplo:
1. Determine a distância do ponto A = (-1,4) a reta de equação
y = 3x - 2 .
Solução:
A solução deste problema consiste no emprego da relação:
- y 0 + a × x0 + b
d ( A, (r )) = ; daí :
a 2 +1
- 4 + 3 × (-1) + (- 2) -9
d ( A, (r )) =
9
= =
3 +1
2
10 10
2. Determine a distância entre as retas
(r ) : y = 3x + 2 e (s ) : y = 3x -10 .
Solução:
- 5 + 3 × (1) + (- 10 ) - 12
P d (P, (s )) = =
y0 3 +1
2
10
Assim d ((r ), (s )) =
12
d x0 u.c.
10
(r)
47
Observação:
Sendo a reta de equação x=d a fórmula (1) não se aplica e
conforme a representação gráfica ao lado.
d (P, (r )) = x 0 - d
A Circunferência
{P Î Â ; d (P, C ) = R}
2
Elementos da circunferência:
i) Centro;
ii) Raio: a distância de qualquer de seus pontos ao centro;
iii) Diâmetro: é toda corda passando pelo centro da
circunferência.
Y
A
b C R
B
a X
C = (a, b ) ® centro
R = raio
AB = diâmetro
48
Equação Cartesiana
A equação cartesiana da circunferência de centro C=(a,b) e raio R
é dada por:
( x - a )2 + ( y - b )2 = R 2 ( 2)
Desenvolvendo os termos desta equação chegaremos numa
equação mais geral que nos possibilitará a encontrar seus elementos
mais facilmente, como também verifica se dado uma equação de grau 2
é de uma circunferência.
Vejamos:
x 2 - 2ax + a 2 + y 2 - 2by + b 2 - R 2 = 0
x 2 + y 2 - 2ax - 2by + a 2 + b 2 - R 2 = 0
Tomando
Ax 2 + By 2 + Cx + Dy + E = 0 .
Lema: A equação do tipo Ax + By + Cx + Dy + E = 0 representa
2 2
um circunferência então:
A = B ¹ 0 e C 2 + D 2 - 4 AE > 0 .
Demonstração:
Deixamos para o leitor a demonstração.
Exemplo:
1. Determine a equação cartesiana da circunferência de centro
C=(2,1) e raio R=3.
49
Solução:
Basta o emprego da equação (2), logo:
(x - 2)2 + ( y - 1)2 = 3 2 .
2. Verifique se a equação 2x 2 + 2 y 2 - 6x + y + 7 = 0
representa a equação de uma circunferência.
Solução:
Usando as condições do lema 1.13.2 teremos:
A = B = 2 o.k.
C 2 + D2 - 4EA= (- 6) + (1) - 4× (+ 7) × 2 = 36+1- 56 = 37- 56 = -19 < 0
2 2
i) d (P, C ) = R Þ P Î (g ) ;
ii) d (P, C ) > R então o ponto é exterior a circunferência;
iii) d (P, C ) < R então o ponto é interior a circunferência.
50
Veja as figuras correspondentes:
P
R P R
C C C P
d ( P, C ) = R d ( P, C ) > R d ( P, C ) < R
Exemplo:
Solução:
Calculamos a distância do ponto A ao centro, ou seja:
d ( A, C ) = (3 - 1)2 + (- 2 - (- 2))2 = 4 + 02 = 2
Como 2<5 concluímos que P é interior a circunferência.
Exercícios:
· 16. Escreva a equação paramétrica e cartesiana da reta que
51
Resp.: 2 x - 3 y + 11 = 0
æ 29 97 ö
Resp.: ç , ÷
è 20 20 ø
· 22. Determine o menor ângulo entre as retas de equações
cartesianas y = 2 x - 1 e x + y - 2 = 0 respectivamente.
æ 1 ö
Resp.: arc. cosçç ÷÷
è 10 ø
· 23. Calcule a distância do ponto P=(1,5) a reta que passa pelo
2
Resp.:
10
52
· 24. Determine a equação paramétrica da reta que passa pelo
ponto A=(2,1) e é paralela a reta de equação cartesiana
2x - y + 8 = 0 .
Resp.: x = 2+t
y = 1+ 2t
· 25. Escreva a equação da reta (s) que passa pelo ponto A=(1,-3)
e é perpendicular a reta (r) que passa pelos ponto B=(0,1) e
C=(1,1).
Resp.: x = 1
· 26. Determine a equação da circunferência que possui como
(
Resp.: x - 1
2
) + (y - 7 2 ) = 10
2 2
cartesiana x + y - 7 x + 8 y + 10 = 0 .
2 2
(2 )
Resp.: C = 7 , -4 , r =
103
2
· 28. Escreva a equação da circunferência que contem os
pontos A=(2,1), B=(0,3) e C=(-1,1).
Resp.: x + y - x - 3 y = 0
2 2
(x - 2)2 + ( y - 1)2 = 6 .
Resp.: secante
53
· 30. Determine os pontos de intersecção da reta (r) de equação
x - y + 1 = 0 e a circunferência de equação x 2 + y 2 = 9 .
æ - 1 + 17 1 + 17 ö æ - 1 - 17 1 - 17 ö
Resp.: ç , ÷ ou ç , ÷
ç 2 2 ÷ø ç 2 2 ÷ø
è è
· 31. Determine a equação da circunferência que passa pelos
pontos intersecção das retas dadas pelas equações cartesianas
y = 1, 2 x + y - 7 = 0 e x - y + 1 = 0 .
Resp.: x + y - 3x - 3 y + 2 = 0
2 2
de equação cartesiana x + y + 2 x - 8 = 0 .
2 2
Resp.: Exterior
54
3. CÔNICAS:
As cônicas foram material de estudo pelos gregos. Os estudos
proferidos por Apolônio a eles tornaram-se um documento de grande
relevância da geometria clássica grega.
Embora tenham sido estudadas há muitas décadas passadas, elas
ainda hoje são de grande importância como podemos ver: a parábola é
de grande utilização na forma dos espelhos dos faróis de veículos; a
elipse ganhou importância no estudo das leis de Kepler (1571-1630); a
hipérbole é usada para mostrar como se comporta uma partícula-alfa no
campo elétrico de um átomo.
Classificamos como cônicas as curvas: Elipse, Hipérbole e
Parábola.
Elipse
Dados dois pontos F1 e F2 do plano e um valor real r > 0 tal que
F1 F2 F1 F2
55
Consideremos agora este lugar geométrico no plano cartesiano,
onde F1 e F2 estarão localizados no eixo dos X e a origem coincidirá
B1
P
X
A2 F2 O F1 A1
B2
(Fig. 1)
Nomenclatura:
56
A nossa pretensão é descrever uma equação analítica que
caracterize o lugar geométrico (conforme fig. 1).
Tomemos P=(x,y), A1=(a,0) , A2=(-a,0) , B1=(0,b) , B2=(0,-b) ,
F1=(c,0) e F2=(-c,0).
Aplicando a propriedade que caracteriza a elipse temos:
d (P, F1 ) + d (P, F2 ) = r .
Como d ( A1 , A2 ) = r Þ r = 2a; daí:
d (P, F1 ) + d (P, F2 ) = 2 a
d (P, F1 ) = 2 a - d (P, F2 )
(x - c )2 + ( y - 0 )2 = 2a - ( x + c )2 + ( y - 0 )2
Elevando o quadrado a ambos os termos, obtemos :
(x - c )2 + y 2 = 4 a 2 - 4 a ( x - c )2 + y 2 + ( x - c )2 + y 2
x 2 - 2 cx + c 2 = 4 a 2 - 4 a ( x + c )2 + y 2 + x 2 + 2 cx + c 2
0 = 4a 2 - 4a (x + c )2 + y 2 + 4 cx
Podemos ainda escrever :
a2 ( x + c )2 + y 2 = a 2 + cx
Elevando ao quadrado, temos ainda :
[ ] (
a 2 ( x + c ) + y 2 = a 2 + cx
2
)2
[ ]
a 2 x 2 + 2 cx + c 2 + y 2 = a 4 + 2 a 2 cx + c 2 x 2
a 2 x 2 + 2 ca 2 x + a 2 c 2 + y 2 a 2 = a 4 + 2 a 2 cx + c 2 x 2
a 2 x 2 - c2 x 2 + y 2a 2 = a 4 - a 2c 2
(a 2
) (
- c2 x2 + y 2a2 = a2 a2 - c2 ) (I)
57
Consideremos o triangulo B1F1 F2 e podemos observar que:
1. d (B1 , F1 ) + d ( B1 , F2 ) = r = 2a e como d (B1 , F1 ) = d (B1 , F2 )
tem - se : 2d (B1 , F1 ) = 2a B
d (B1 , F1 ) = a
F2 O F1
2. OF1 = c e OB = b
Logo: a = c + b \ b = a - c \ c = a2 -b2
2 2 2 2 2 2
(II)
Substituindo II em I teremos:
b 2 x 2 + y 2 a 2 = a 2b 2
x2 y2
+ =1
a2 b2
NOTA:
Quando os focos da elipse estão sobre o eixo de Y também é fácil
mostrar que a equação permanece inalterada. Para isso teremos que
observar na (fig. 2) que:
Y
B
A X
A2 O
F
B
Fig. 2
58
i) O eixo maior agora é B1 B 2 e que d (B1 , B 2 ) = 2b
b 2 = a 2 + c 2 \c = b 2 - a 2
Resumindo:
Em quaisquer dos casos mostrados na fig. 1 e fig. 2 concluímos
que:
x2 y2
1. + = 1 representa a elipse;
a2 b2
2. Se a>b os focos encontram-se no eixo dos X;
3. Se a<b os focos encontram-se no eixo dos Y.
Exemplo:
1. Determine a equação da elipse cujos focos são dados por
F1=(+3,0), F2=(-3,0) e eixo maior 8.
Solução:
59
Sendo a>b, então c = a 2 - b 2 \ b 2 = a 2 - c 2 daí:
b = ± 4 2 - 32 = ± 7
Assim a equação da elipse será:
x2 y2
+ =1
16 7
x2 y2
2. Sendo + = 1 pede-se:
9 49
a) Os vértices e os focos da elipse;
b) O eixo maior;
c) Faça a representação gráfica.
Solução:
x2 y 2
a) Pela equação + = 1 da elipse vem que:
a2 b2
a 2 = 9 \ a = ±3
b 2 = 49 \ b = ±7
Como a < b Þ c = ± b - a
2 2
c = ± 49 - 9 = ±2 10
Assim:
A1 = (3,0), A2 = (- 3,0), B1 = (0,7 ), B2 = (0,-7 ),
( )
F1 = 0,2 10 e F2 = 0,-2 10 ( )
60
b) O eixo maior e B1 B 2 encontrando-se no eixo dos Y.
B1
F1 2 10
A2 -3 3 A1
-2 10
F2
B2
61
Exercícios:
x2 y2
Resp.: + =1
25 12
· 2. Determine as equações das elipses seguintes:
Y
(10,6)
12
4
O (20,0)
X
X
(10,-6) x=-9
Resp.: ( x - 10) + y = 1
2 2
100 36
· 3. Determine os focos da cônica de equação
(x + 3)2 + ( y + 2)2 = 1.
25 9
Resp.: F1 = (2,-3) F2 = (- 6, -3)
( x - 2) 2 +
y2
= 1.
9 16
Resp.: C = (2,0 ) , B1 B 2 = 8 , A1 A2 = 6
62
2 x my
· 5. Determine o valor de m para que a reta + = 1 seja
9 4
x2 y2
tangente a elipse de equação + =1.
9 4
· 6. Verifique se há intersecção entre a reta x+y=1 e a elipse de
x2 y2
equação: + =1.
2 4
Resp.: Sim.
· 7. Determine o valor de m para que o ponto A=(m,1-2m)
x2 y2
equação + =1.
9 25
Resp.: Exterior.
· 9. Determine os pontos de intersecção da elipse de equação
cartesiana
(x - 1)2 +
( y - 1)
2
=1 com os eixos
9 4
coordenados (OX e OY).
Resp.:
æ 4 2 ö æ -4 2 ö æ2+3 3 ö æ2-3 3 ö
ç 0, ÷, ç 0, ÷, ç ,0 ÷÷ e çç ,0 ÷÷
ç ÷ç ÷ç 2
è 3 øè 3 øè ø è 2 ø
63
Hipérbole
Hipérbole é um lugar geométrico do plano cuja diferença das
distâncias de um ponto, a dois pontos fixos do plano é constante, em
valor absoluto.
Sejam F1 e F2 dois pontos do plano em que
{P Î Â 2
}
; d (P , F1 ) - d (P, F2 ) = 2a é denominado
de hipérbole.
P
(Fig. 2.2 a)
F O F
64
Y
M2 M1
(Fig. 2.2.b)
F2 A2 A1 F1 X
M4 M3
d ( A1 , F2 ) - d ( A1 , F1 ) = 2a
d ( A2 , F2 ) - d ( A2 , F1 ) = -2a
Como A1 é simétrico a A2 pode-se concluir:
d ( A1 , F2 ) = d ( A2 , F1 )
Daí podemos escrever:
d ( A2 , F2 ) - d ( A1 , F1 ) = 0 ou seja :
d ( A2 , F2 ) = d ( A1 , F1 )
Vê-se também que d ( A1 A2 ) = 2a . Ora como o ponto A1 é da
hipérbole vale a relação:
d (F2 , A1 ) - d ( A1 , F1 ) = 2a (*)
Por outro lado:
65
d (F2 , A1 ) = d (F2 , A2 ) + d ( A2 , A1 )
d ( A2 , A1 ) = 2a .
ELEMENTOS PRINCIPAIS:
F1 e F2 ® focos
O ® ponto médio de F1 F2 denominado de centro
A1 A2 ® eixo real ou transverso
B1 B2 ® eixo imaginário
2c ® distância focal
2a ® medida do eixo real
2b ® medida do eixo transverso
c
e= ® excentrici dade
a
c 2 = a 2 + b 2 ® relação especial
66
B
c
b
a A1 X
F A2 O F
B
(Fig. 2.2.c)
Observe que sendo a hipérbole uma curva aberta, o eixo imaginário tem
significado abstrato.
Consideremos agora o retângulo obtido em intersecção da
circunferência de centro O e raio C e pelas retas passando por A1 e A2
perpendiculares respectivamente ao eixo real, conforme mostra (Fig.
2.2.c).
(r)
P
c
b
a a
F2 A A F1
(s)
(Fig. 2.2.d)
67
As retas (r) e (s) que contem as diagonais do retângulo são
chamadas de assindotas da hipérbole e possui como equações
cartesianas
b b
y= x e y = - x respectivamente.
a a
Definimos como retas assíndotas da hipérbole as retas em que os
pontos da hipérbole tende a se aproximar dos pontos da reta na medida
em que se afastam dos focos.
Definimos como excentricidade da hipérbole ao valor e dado por:
a
e= .
c
A excentricidade está relacionada com a abertura (a ) da
hipérbole, conforme Fig. 2.2.c.
c
Observando o quociente , vê-se que diminuindo o valor de a a
a
fração cresce em conseqüência o ângulo α (abertura da hipérbole) cresce
o que torna a curva da hipérbole mais abertas.
c
b
a a
F2 A2 A1 F1
(Fig. 2.2.e)
68
^
Para a=b o valor do ângulo a é de p
2 rd
, e neste caso a hipérbole é
F1=(0,c)
A1 =(0,b)
b
c
A2=(0,-b)
F2=(0,-c)
(Fig. 2.2.f)
Neste caso d ( P, F1 ) - d (P , F2 ) = 2b e c - b = a
2 2 2
e
c
e= .
b
d (P , F1 ) - d (P , F2 ) = 2a ou seja:
69
d (P, F1 ) - d (P, F2 ) = ±2a , ou
(x - c )2 + ( y - 0)2 = (x + c )2 + y 2 ± 2a
Elevando ao quadrado a igualdade: (i)
(x - c )2 + y 2 = ( x + c ) + y 2 ± 4a
2
(x + c )2 + y 2 + 4a 2
x 2 - 2cx + c 2 + y 2 = x 2 + 2cx + c 2 + y 2 ± 4a (x + c )2 + y 2 + 4a 2
- 4cx - 4a 2 = ±4a ( x + c )2 + y2
cx + a 2 = ± a (x + c )2 + y2 (ii)
Elevando o quadrado a igualdade (ii) :
(cx + a )
2
2 2
= æç ± a ( x + c )2 + y 2 ö÷
è ø
[
c 2 x 2 + 2a 2 cx + a 4 = ( x + c ) + y 2 a 2
2
]
c 2 x 2 + 2a 2 cx + a 4 = a 2 x 2 + 2cxa 2 + c 2 a 2 + y 2 a 2
(c 2
) ( )
- a2 x2 + a2 - c2 a2 - y2a2 = 0
como c 2 = b 2 + a 2 , c 2 - a 2 = b 2 ou a 2 - c 2 = -b 2
temos:
b 2 x 2 + a 2 ( -b 2 ) - y 2 a 2 = 0
e mais:
b 2 x 2 - y 2 a 2 = a 2b 2
Sendo a e b ¹ 0
b2 x 2 y 2a 2
- =1
a 2b 2 a 2b 2
simplificando:
x2 y2
- =1 (I)
a 2 b2
70
No caso em que o eixo real encontrar-se no eixo Y teremos: (Fig.
2.2.f)
y2 x2
- = 1 (II)
b2 a2
Exemplos:
1. Determine os focos, os vértices e a excentricidade da hipérbole
x2 y2
de equação - = 1.
25 9
Solução:
A equação dada nos mostra que o eixo real encontra-se no
eixo X, assim:
a 2 = 25 e b 2 = 9 , logo
a = ±5 e b = ±3
Como c = a + b tem-se:
2 2 2
c = ± 25 + 9 = ± 34 .
Conseqüentemente:
A1 = (5,0) , A2 = (- 5,0)
F1 = ( ) (
34 ,0 e F2 = - 34 ,0 )
c
Como a excentricidade é dada por: e = temos que:
a
34
e=
5
71
2. Qual a distância focal da hipérbole cuja equação é:
( y - 1)2 - (x + 2)2 =1 ?
36 64
Solução:
Procedendo uma mudança de coordenadas tomemos:
Y = y -1 e X = x + 2 e
substituindo na equação encontremos:
Y2 X2
- =1
36 64
Comparando com a equação II observamos que a hipérbole
encontra-se com eixo real sob o eixo Y. assim
b 2 = 36 e a 2 = 64 ; e como c 2 = a 2 + b 2 teremos:
c 2 = 36 + 64 = 100 \ c = ±10 .
Como a distância focal é dada por 2c. veremos que a distância
focal vale 20.
Exercício:
· 10. Deduza uma equação da hipérbole:
a) de focos F1=(4,0) e F2=(-4,0) e vértices A1=(3,0) e
A2=(-3,0);
b) de focos F1=(3,3) e F2=(-3,-3) e vértices A1=(+1,1)
e A2=(-1,-1).
x2 y2
Resp.: a) - =1 b) 7 x + 7 y + 18 xy = 32
2 2
9 7
72
· 11. Qual a excentricidade da hipérbole cuja equação é
x 2 ( y - 1)
2
- =1 ?
4 9
Resp.: e = 2
13
Resp.: 3 y - x + 4 x = 7
2 2
x2 y2 x2 y2
a) - =1 b) - =1
16 4 4 5
c) - 4 x + 7 y = 48
2 2
d)
(x - 1)2 - ( y - 2)2 =1
16 4
Resp.: a) eixo X, 2a=8, 2b=4, 2c = 4 5
73
· 14. Uma hipérbole de eixo transverso e eixo real contidos nos
Parábola
Definição:
Sejam F um ponto e (r) uma reta no plano, com F não pertencente
a reta (r). Define-se como parábola ao lugar geométrico do plano cujos
pontos que o constituem eqüidistam do ponto F e da reta (r), em outras
palavras a parábola é dada pelo conjunto:
74
(r)
P
(Fig. 2.4.a)
F A (s)
P’
75
Y Y
(r) (r)
V (s) X (s) X
F F V
Y X
V (r)
(s)
F
F
V
X (s)
(r)
Y
(Fig. 2.4.b)
Elementos principais:
F à foco
V à vértice da parábola
2p à distância de F a (r)
76
Equação Cartesiana Reduzida da Parábola
Y Y
(II y= (s)
(s) (r)
) d
(I)
F P(x,y) X
F
X
y=-d (r)
(Fig. 2.4.c)
(x - 0 ) 2 + ( y - p )2 = y+ p
elevando ao quadrado:
( x - 0 ) 2 + ( y - p )2 = ( y + p )2
e mais:
x 2 + y 2 - 2 py + p 2 = y 2 + 2 py + p 2
77
daí chegamos a:
1 2
y= x (A)
4p
Se considerarmos a representação (II) da Fig. 2.4.c e fazendo
procedimento análogo chegaremos a:
1 2
y=- x (B)
4p
Tomando (s) coincidindo com o eixo X no sistema ortogonal de
coordenadas e F=(p,0) ou F=(-p,0) obteremos as equações
respectivamente:
1 2 1 2
x= y e x=- y
4p 4p
Exemplo:
1. Faça a representação gráfica da parábola de equação cartesiana
X = 2y 2 .
Solução:
æ1 ö
A parábola possui o foco de coordenadas ç ,0 ÷ visto que
è8 ø
1 1 1
= 2 ou seja p = ; e diretriz x = - . Assim a sua
4p 8 8
representação gráfica é dada por: Y
X
F (s
)
x=
78
2. Encontrar a Y
equação da parábola de
P
foco F(1,1), sendo x=3 a
equação da reta diretriz.
v
1
Solução: F
X
Conforme os dados 1 2 3
acima poderemos
concluir que o vértice
terá coordenadas (2,1)
de acordo com o gráfico ao lado.
d (P, F ) = d (P, (r )) ou ainda:
elevando ao quadrado:
( x - 1)2 + ( y - 1)2 = (x - 3)2 e mais ainda:
( y - 1)2 = x 2 - 6 x + 9 - (x 2 - 2 x + 1)
( y - 1)2 = -4 x + 8 = 4(2 - x ) ou seja
( y - 1)2 = 4(2 - x )
3. Determinar o vértice, o foco, uma equação para a reta diretriz e
uma equação para o eixo de simetria da parábola de equação
x 2 + 4 x + 8 y + 12 = 0 .
Solução:
Completando o quadrado em x na equação temos:
x 2 + 4 x + 4 - 4 + 8 y + 12 = 0 , ou seja:
(x + 2)2 + 8( y + 1) = 0 ,
79
e mais:
(r)
-2 -1 X
V -1
-2
F -3
(s
Exercícios:
· 15. Encontrar a equação de cada uma das parábolas,
sabendo que:
a) V=(0,0); diretriz (r) : y=-3;
b) F=(3,0); diretriz (r) : x=-3.
1 2 1 2
Resp.: a) y = x b) x = y
12 12
80
· 16. Determinar o foco, o vértice, a equação da diretriz e
o eixo de simetria, e esboce a representação gráfica das
parábolas cujas equações são:
1 2
a) x=4y2 b) x= - y
16
1 2
c) y=x2 d) y = x
8
Resp.:
æ1 ö æ 1ö
a) F = ç ,0 ÷, V = (0,0), X = ç - ÷, eixo X
è 16 ø è 16 ø
F X
- 116
Y = ax 2 + bx + c .
81
1 2 4
Resp.: y = - x + x
3 3
· 19. Encontre a equação da parábola com eixo de simetria
coincidente com o eixo OY e tem como vértice a origem
Translação de Eixos
Para nosso estudo a translação de eixos tem como objetivos
simplificar as equações das cônicas da forma mais geral à forma
reduzida ou canônica; ou seja da forma:
Ax 2 + By 2 + cxy + dx + ey + f = 0
para um dos modelos.
x2 y2 x2 y2
+ =1 , 2 - 2 =1
a 2 b2 a b
2 2
y x 1 2
2
- 2 =1 , y = x
b a 4p
1 1 2 -1 2
y = - x2 , x = y ou x = y ,
4 4p 4p
conforme seja a curva considerada.
Exemplo:
82
Da forma como a equação é apresentada não nos é de fácil
percepção a identificação do que foi pedido em virtude de todo um
trabalho que foi direcionado a casos particulares. Em virtude disso é que
o processo comparativo se dá mediante a identificação de formas. Desta
feita o que nos é favorável é trabalharmos a equação fornecida na busca
1 2
de sua simplificação que é y = x .
4p
Tomando a equação:
x 2 - 2 x - 20 y - 39 = 0
façamos a completação do quadrado na variável x.
x 2 - 2 x + 1 - 1 - 20 y - 39 = 0
daí:
(x - 1)2 - 20 y - 40 = 0 , ou seja:
20( y + 2 ) = ( x - 1)
2
( y + 2) = 1
(x - 1)2
20
Tomando Y1 = y + 2 e X 1 = x - 1 teremos a forma reduzida:
1 2
Y1 = X1
20
1 1
Desta feita = \ p =5.
20 4 p
Logo V=(1,-2) e como d (V , F ) = 5 e F = (1, b ) tem-se que
b - (- 2 ) = 5 \ b = 3 .
Assim F=(1,3).
83
Para um entendimento mais claro faremos a representação gráfica
abaixo:
Y
y’
3 F
5
X
O 1
-2 O’ V x’
X
O x'
b '
’
X
O x
a
(a )
(Fig. 2.5.b)
84
O sistema ortogonal de coordenadas X’O’Y’ pode ser considerado
como o traslado do sistema XOY em que O’ faz-se coincidir com O.
Considere um ponto P do plano α. Sendo visto sob cada referencial ele
possui coordenadas diferentes. Vejamos: para o sistema ortogonal XOY
terá como coordenadas (x,y) e para X’O’Y’ será (x’,y’). como O’ possui
coordenadas (a,b) em relação ao referencial XOY segue as equações:
x = a + x'
y = b + y ' , daí :
x' = x - a
(I)
y' = y - b
Exemplo:
Usando uma translação conveniente, elimine os termos do primeiro
centro e os vértices.
Solução:
O método usado é a completação de quadrados para a equação:
4 x + 9 y 2 - 8 x - 36 y + 4 = 0 .
2
85
Agrupando os termos segundo a mesma variável temos:
( ) ( )
4 x 2 - 2 x + 9 y 2 - 4 y + 4 = 0 , daí :
4(x 2
- 2 x + 1) - 4 + 9( y - 4 y + 4) - 36 + 4 = 0
2
4( x - 1) + 9( y - 2) = 36 , ou ainda :
2 2
(x - 1)2 + ( y - 2)2 =1
9 4
Desta feita em comparação com a equação:
x2 y2
+ =1
a2 b2
temos que: a = 9 e b = 4 ou seja a = ±3 e b = ±2 . Por outro
2 2
x12 y12
x1 = x - 1 e y1 = y - 2 teremos : + = 1.
a2 b2
A1 = (4,2), A2 = (- 2,2 ), B1 = (1,4 ), B2 = (1,0) .
86
4. ESPAÇO
Introdução
O plano como um termo indefinido da geometria está bem
determinado por duas retas concorrentes não coincidentes. Tomando em
cada reta seu vetor diretor constituímos uma base; o que nos leva a
afirmar que todo e qualquer vetor do plano é descrito como uma
diretores das reta (r) e (s) que determinam o plano (a ) , segue-se que
para qualquer vetor v do plano existem x, y Î Â onde
(s)
(Fig 3.0.a)
87
Para o espaço, todo conjunto de três vetores, não coplanares e não
Sistema de Coordenadas
O j
i
(Fig. 3.1.a)
88
Z
k
Y
O j
i
X
(Fig. 3.1.b)
E = {( x, y, z ) / x, y, z Î Â},
e cada ponto do espaço por P = (x, y, z ) onde serão chamado de
coordenadas cartesianas de P. Conforme nos mostra a Fig. 3.1.c o ponto
P será sempre o vértice de um paralelepípedo.
89
Z
k
j
y Y
i
(Fig. 3.1.c)
X
90
Exemplo:
Represente os pontos, A, B, C e D do espaço no sistema de eixos
coordenados ortogonais, sendo A= (1,2,3), B= (0,1,4), C= (1,4,0), D=
(0,0,1).
Solução: Z
4 B
3
A
D 1
2 4
1 Y
1
C
Vetores no espaço
Definimos como um vetor no espaço a todo vetor cuja origem
coincide com a origem do sistema cartesiano. De forma análoga ao
plano, todo ponto P=(x,y,z) do espaço e a origem O definirá um vetor no
espaço ou ainda como existe uma correspondência biunívoca entre os
pontos do espaço e as ternas (x,y,z), como x, y , z Î Â , não configura
dualidade ao representar por um vetor no espaço a uma terna (x,y,z).
Assim v = OP .
91
Mas OP = P - O = ( x, y, z ) - (0,0,0 ) ou seja, v = (x, y, z )
v = (x , y , z ) = x i + y j + z k sendo
i = (1, 0 , 0 ), j = (0 ,1, 0 ) e k = (0 , 0 ,1)
Dados dois pontos do espaço A=(a,b,c) e B=(a1,b1,c1), definimos o
A
v
Y
X
(Fig 3.2.a)
v = (a1 - a, b1 - b, c1 - c )
92
Módulos
norma de v , ao número:
v = a2 + b2 + c2
v
b
Y
a
(Fig 3.2.b)
93
u + v = ( x + x1 , y + y1 , z + z1 )
u - v = ( x - x1 , y - y1 , z - z1 )
II) Multiplicação de um escalar por um vetor
k u = (kx, ky, kz )
Salientamos que as propriedades relativas as estas operações, como
também a representação gráfica são as mesmas para vetores no espaço.
Exemplo:
u + v e k ×u , u - v.
Solução:
Produto escalar
ou ( )
< u, v > ou u, v ao produto escalar dos vetores u e v .
Definição:
u × v = x × x1 + y × y1 + z × z1
Esta definição é também conhecida como produto escalar canônico
94
propriedades para esta operação no capítulo 1 também são verdadeiras
para o espaço.
Exemplo:
v = (- 1,3,4 ) .
a) u ×v
b) ( )
u× u-v
c) (3u )× v
Solução:
seja u × v = 1
b)
( )
u × u - v = (2,1,0) × ((2,1,0 ) - (- 1,3,4 )) =
(2,1,0) × (3,-2,-4) = 2 × 3 + 1 × (- 2) + 0 × (- 4)
ou ainda:
( )
uu-v =3
c)
(3u )× v = (3(2,1,0)) × (- 1,3,4) = (6,3,0) × (- 1,3,4) =
6 × (- 1) + 3 × 3 + 0 × 4
logo, (3u )× v = 3
95
2. Determine o valor de a Î Â para que u × v = 0 , sendo
u = (a, a - 2,1) e v = (1,4,2 ) .
Solução:
Por definição da operação temos
u × v = a × 1 + (a - 2) × 4 + 1 × 2 e como u × v = 0 tem-se:
6
5a - 6 = 0 ou a =
5
Solução:
2
e como u = a 2 + b 2 + c 2 temos que: m × u = u , ou seja
u = m ×u
Produto Vetorial
( )
tal que a cada par de vetores u, v do espaço esta associado um
i) ( )
u ´ v = u × v × sen u , v
96
ii) u ´ v é perpendicular simultaneamente a u e a
v.
iii) O terno (u, v, u ´ v) é positivo (veja figura
3.2.4.a)
a)
u xv
Conseqüências da definição:
a) u x u =0
{ }
Sendo i, j , k base ortogonal para o espaço é fácil de
comprovar que:
k ´ i = j, i ´ j = k , j ´ k = i
Propriedades:
u ´ v = -v ´ u
(II) Não associativo:
97
( ) ( )
u´ v´w ¹ u´v ´ w
(III) Distributiva:
( )
u´ v+ w =u´v+u´w
(u + v)´ w = u ´ w + v ´ w
(IV) (k u )´ w = k (u ´ w) = u ´ (k w)
{ }
Considere agora i, j , k uma base ortogonal u = ( x, y , z ) e
Como u = xi + y j + z k e v = x1 i + y1 j + z1 k temos
que:
( )(
u ´ v = xi + y j + z k ´ x1 i + y1 j + z1 k )
= (xi )´ (x i + y j + z k ) + (y j )´ (x i + y j + z k ) + (z k )´ (x i + y j + z k ) =
1 1 1 1 1 1 1 1 1
{ }
E como i, j , k é uma base ortogonal temos que:
i´i = j´ j = k ´k =0
i ´ j = k , j ´ k = i, k ´ i = j
i ´ k = - j , j ´ i = - k , k ´ j = -i
98
Assim:
i j k
x y z , daí
x1 y1 z1
i j k
u´v = x y z
x1 y1 z1
Exemplo:
99
i j k
u´v= 2 1 3 =
4 -1 0
u ´ v =12 j - 2k - 4k + 3i = (3,12,-6)
Solução:
v h
h = v × sen u, v ( )
e como:
área = base . altura
temos que:
área = u × v × sen q .
100
Por outro lado:
u ´ v = u × v × sen u , v( )
Logo:
A = u´v
os vetores u e v .
Solução:
Sendo a área do triangulo é a metade da área do
paralelogramo, podemos afirmar que:
Área 1
= × u´v
2
Produto misto
Combinando o produto interno e o produto vetorial poderemos
101
a b c
(u ´ v)× w = a 1 b1 c1
a2 b2 c2
Interpretação Geométrica.
Considere a figura 3.2.5.a
u ´ va w R
(Fig 3.2.5.a)
(u ´ v)× w = u ´ v × w × cos(u ´ v, w)
O termo w × cos(u ´ v, w) é igual a altura do paralelepípedo e
102
( )
Vol = u ´ v × w (I )
Exemplo:
Calcule o volume do paralelepípedo definido pelos vetores
1 0 4
( )
v= u´v ×w = 0 1 5
-1 0 0
v = (0 + 0 + 0 ) - (- 4 + 0 + 0) = 4 = 4
Exercícios:
· 1. Represente os pontos no sistema coordenados de eixos
ortogonais.
a) A = (1,0,3)
b) B = (1,1,2)
c) C = (2,-3,4)
d) D = (0,0,3)
103
· 3. Determine o ângulo entre os vetores u e v sendo:
a) u = (1,0,1) e v = (1,2,1)
b) u = (2,1,0) e v = (0,1,-1)
æ 3 ö
Resp.: a) a = arc. sen 2 b) a = arc. sençç ÷÷
6 è 10 ø
· 4. Calcule a norma dos vetores:
a) u´u
b) u´ v-w ( )
c) (u - w)´ (v + w)
Resp.: a) 0 b) (5, -10, -7 ) c) (0,-3,0)
Resp.: 260
104
· 7. Determine a área do triângulo ABC sendo que A = (1,2,0), B
= (-1,-3,2) e C = (1,0,4).
336
Resp.: a)
2
a) (2i - 3 j + 5k )´ (i - 3 j + 2k )
b) (- i - j + k )´ (3i + 2 j - 2k )
Resp.: a) 9i + j - 3k b) j + k
a) u × v = 0 se e somente se u.......................v
b) u ´ v = 0 se e somente se u..........................v
c) (u ´ v)× w = 0 se e somente se u ´ v..............v
105
· 12. Sejam u = (1,0,1) e v = (0,1,1). Calcule w perpendicular
a u e v e tal que w = 3 .
Resp.: - ( 3 ,- 3 , 3 ) ou (+ 3 ,+ 3 ,- 3 )
· ( )
13. Mostre que u × v ´ w = -u × w ´ v ( )
· 14. Se A = ( x1 , y1 , z1 ) e B = ( x 2 , y 2 , z 2 ) são pontos do
d ( A, B ) = (x1 - x 2 )2 + ( y1 - y 2 )2 + (z1 - z 2 )2
(Sugestão: calcule AB )
u = (1,0,-1) .
Resp.: v = (a, b, a ) / a, b Î Â
aos vetores u e v .
106
· 17. Sendo i = (1,0,0), j = (0,1,0) e k = (0,0,1) vetores da
base canônica do espaço, mostre que:
a) i ´ j = k b) j ´ k = i
c) i ´ k = - j
d) k ´ k = 0
Resp.: v = (0,0,+1)
107
108
5. RETAS E PLANOS:
Plano
A v
P
a
AP × v = 0 (I)
E ainda:
(P - A ) × v = 0
(x - x 0 , y - y 0 , z - z 0 ) × (a, b, c ) = 0
a ( x - x 0 ) + b ( y - y 0 ) + c (z - z 0 ) = 0
ax + by + cz + d = 0 (1)
onde d = -ax 0 - by 0 - cz 0
109
A equação (1) é chamada de equação cartesiana do plano e o vetor
x -1 y - 2 z - 1
0 -1 1 - 2 1 - 1 = 0 , ou
0 -1 1 - 2 0 -1
x -1 y - 2 z - 1
-1 -1 0 = 0 , que pode ser escrita como:
-1 -1 -1
x - y + 0 × z +1 = 0
110
Como u é perpendicular ao plano (b ) , assim todo e
AP ×u = 0
ou ainda:
(P - A ) × u = 0
(x - 2, y - (+ 1), z - 0) × (1,-1,3) = 0
que pode ainda ser escrita:
x - y + 3z - 1 = 0
A (s)
u
P
111
( )
Seja P = (x,y,z) um ponto de b , então AP ´ u × v = 0 , ou
ainda,
x -1 y - 2 z - 1
2 1 1 =0
1 1 -2
que pode ainda ser escrito:
- 3x + 5 y + z - 8 = 0
ì 2 x - y + z - 1 = 0( I )
í
î x - y + 2 z + 3 = 0( II )
Usando o método da substituição isolamos em (I) a
variável y = 2 x + z - 1 , e substituindo em II.
x - (2 x + z - 1) + 2 z + 3 = 0 , ou ainda:
- x + z + 4 = 0 ; donde isolando z temos :
z = x-4
Calculando y:
112
y = 2x + x - 4 -1
y = 3x - 5
a + 0 + 0 - 3 = 0 \ a = 3 ou seja P = (3,0,0)
0 + 0 + c - 3 = 0 , donde c = +3 .
113
Assim M=(0,0,+3). (confira figura 4.1.a)
0
3 Y
3 Fig. 4.1.a
x
Exercícios:
Resp.: a) 38 b) 158
· 2. Encontre a equação do plano (a ) que passa pelos pontos:
a) A=(2,1,0), B=(1,1,1) e C=(-1,2,5)
b) A=(3,-1,4), B=(0,1,0) e C=(2,-1,3)
Resp.: a) - x + 2 y - z = 0 b) - 2 x + y + 2 z - 1 = 0
114
· 4. Encontre a equação do plano (a ) que passa pelo ponto
r r r r
L=(1,-1,0) e é paralelo aos vetores u =i - j +k e
r r r r
v = 3i - 2 j + 4k .
Resp.: - 2 x - y + z + 1 = 0
æ
Resp.: u = ç 3 , 4 , -1 ö
÷
è 26 26 26 ø
· 7. Encontre os pontos de intersecção do plano (a ) de equação
(3 )
Resp.: 1 ,0,0 , (0,-1,0), 0,0, 1 ( 2
)
· 8. Ache a equação do plano (a ) que passa pelo ponto
2x - y + z + 4 = 0 .
Resp.: 2 x - y + z - 4 = 0
115
(b ) de equações cartesianas x + y - z +3 = 0 e
2x - y + 4z +1 = 0 .
Resp.: n = -1 e m = - 2
3
· 10. Usando a fórmula da distância entre dois pontos, mostre
que a equação da esfera de centro C=(a,b,c) e raio R é dada
por: (x - a)2 + (y - b)2 + (z – c)2 = R2 , com P=(x,y,z) um ponto
qualquer da esfera.
· 11. Encontre a equação da esfera de:
a) centro A=(2,1,0) e raio 5
b) centro C=(1,-1,2) e raio 3
Resp.: a) ( x - 2) + ( y - 1) + z = 25
2 2 2
b) ( x - 1) + ( y + 1) + ( z - 2) = 9
2 2 2
Retas
Sejam A=(x1,y1,z1) e B=(x2,y2,z2) dois pontos do espaço não
coincidentes. Então existe uma única reta que passa por estes pontos
simultaneamente. Um ponto P=(x,y,z) pertence a esta reta se e somente
r r
se os vetores AP e AB são colineares, logo existe l Î Â tal que:
rr r
AP = l.AB .(1)
Em termos de coordenadas, temos:
(x - x1,y - y1,z - z1) = l (x2 – x1,y2 – y1,z2 – z1)
que é equivalente a:
116
ì x - x1 = l ( x 2 - x1 )
ï
í y - y1 = l ( y 2 - y1 ) (2)
ï z - z = l (z - z )
î 1 2 1
A
P
B
(r)
(Fig. 4.2.a)
x
118
Em face do problema possuir solução única, devemos
r r
encontrar P Î (s ) no qual PL ^ AB . Para tanto calculemos
as equações paramétricas da reta (s)
r r
Se P Î (s ) então AP = lAB , ou equivalentemente:
r
P - A = lAB , ou ainda
( x - 2, y + 1, z - 3) = l (-3,2,2)
O que nos leva a:
ì x = 2 - 3l
ï
í y = -1 + 2l
ï z = 3 + 2l
î
Desta feita P = (2 - 3l , -1 + 2l ,3 + 2l ) é ponto de (s)
para todo l Î Â .
Impondo a condição do problema temos que:
r r
< PL, AB >= 0 , ou ainda:
0 =< (-2 - (2 - 3l ),1 - (-1 + 2l ),0 - (3 + 2l )), (-3,2,2) >
< (-4 + 3l ,2 - 2l ,-3 - 2l ), (-3,2,2) >= 0
onde:
- 3(-4 + 3l ) + 2(2 - 2l ) + 2(-3 - 2l ) = 0
12 - 9l + 4 - 4l - 6 - 4l = 0
10 - 17l = 0
10
Assim: l =
17
Substituindo l em P temos:
119
æ 4 3 71 ö
P=ç , , ÷
è 17 17 17 ø
Calculemos agora as equações da reta (r) que passa por P e
L.
r r
Seja X = ( x, y, z ) Î (r ) , então PX = t.PL ou em
forma equivalente:
æ 4 3 71 ö æ 4 3 71 ö
ç x - , y - , z - ÷ = t.ç - 2 - ,1 - ,0 - ÷
è 17 17 17 ø è 17 17 17 ø
que pode ainda ser escrito:
ì 4 38
ï x = 17 - 17 t
ïï 3 14
í y = + t que são as equações paramétricas de
ï 17 17
ï z = 71 - 71 t
ïî 17 17
(r).
4. Determine a equação cartesiana da reta (s) que passa pelo
r r r r
ponto A=(2,3-1) e é paralela ao vetor m = 2i - j + k .
120
Solução:
Observe na gravura a solução geométrica do problema.
(s)
r
Seja m s um vetor diretor da reta (s). Como sendo
r r
(s) // m Þ m s = t.ur . Fazendo t=1, como poderia ser outro
r r
valor ¹ 0 , temos que m s = u .
A equação vetorial da reta (s) será;
r
P = A + lu , com P=(x,y,z) um ponto qualquer
da reta (s). Substituindo os dados nesta equação encontramos
as equações paramétricas:
ì x = 2 + 2l
ï
í y = 3-l
ï z = -1 + l
î
Eliminando o parâmetro l temos:
x - 2 y - 3 z +1
= =
2 -1 1
que é a equação cartesiana da reta (s).
121
5. Verifique se as retas (r) e (s) dadas respectivamente pelas
x-4 y z-2
equações cartesianas = = e
3 -2 1
x -1 y - 2 z -1
= = são concorrentes, reversas ou
1 -3 2
paralelas.
Solução:
r
As retas são paralelas se os vetores diretores respectivos m r
r r r
e m s são paralelos. Ora m r = (3,-2,1) e m s = (1,-3,2) e
r r
como não existe t Î Â tal que m s = t m r afirmamos que não
são paralelas.
x-4 y z-2
Sejam m, n Î Â tal que = = = me
3 -2 1
x -1 y - 2 z -1
= = =n
1 -3 2
As retas (r) e (s) são concorrentes se e somente se o sistema:
x = 4 + 3m
y = -2m
z=2+m
x=1+n
y = 2 – 3n
z = 1 + 2n, é solúvel; caso contrário (r) e (s) são retas
reversas.
Resolvendo o sistema teremos:
4 + 3m = 1 + n
-2m = 2 – 3n
122
2 + m = 1 + 2n ou ainda;
Considere agora o sistema formado pelas duas primeiras
equações:
ì4 + 3m = 1 + n
í ,
î- 2m = 2 - 3n
teremos como solução m = -1 e n = 0.
Substituindo na terceira equação.
2 + (-1) = 1 + 2.0 , concluímos que também
satisfaz. Logo o sistema é solúvel e P= (1,2,1) é o ponto
de intersecção das retas (r) e (s). Assim as retas são
concorrentes.
6. Verifique se a reta (r) dada pela equação
x -1 z +1
= y -3 = é concorrente ao plano (a ) de
2 4
equação cartesiana x + 2 y - 3z = 10.
Solução:
A reta (r) é concorrente ao plano (a ) se e somente se
ì x -1 z +1
ï = y -3 =
í 2 4
ïî x + 2 y - 3 z = 10
123
x = 1 + 2l
y = 3+ l
z = -1 + 4l
Substituindo na equação do plano as variáveis x,y,z
teremos:
1 + 2l + 2(3 + l ) - 3(-1 + 4l ) = 10
ainda pode ser escrito:
- 8l = 10 - 10 ou ainda:
l = 0.
Logo o ponto de intersecção entre a reta (r) e o plano (a )
é:
P= (1,3,-1).
124
Ângulo entre duas retas
Sejam (r) e (s) retas no espaço. Pode ocorrer um dos três casos:
(i) (r) e (s) são paralelas não coincidentes
(ii) (r) e (s) são concorrentes
(iii) (r) e (s) são reversas
Sendo (r) e (s) concorrentes, elas formam entre si quatro
ângulos, dois a dois opostos pelo vértice no ponto de concorrência P.
(s)
(a )
(b ) (b )
P
(a )
(r)
(Fig. 4.2.1.a)
Definição:
Define-se como ângulo, entre as retas (concorrentes), ao menor
ângulo determinados por elas.
Sendo paralelas o ângulo entre elas será de 0o.
Sendo (r) e (s) retas reversas, toma-se um ponto em uma delas,
exemplo (s), e por este ponto traça-se uma paralela (r’) a reta (r). O
ângulo entre (r) e (s) será dado pelo ângulo entre (r’) e (s).
125
Z
(r)
(r’)
q
P
X (s)
r r
Desta forma sendo m r e m s vetores diretores das retas (r) e (s)
Exemplo:
1. Calcule o ângulo entre as retas (r) e (s) dadas por suas
x -1 y + 3 z +1
equações cartesianas: = = e
2 1 3
x + 2 y -1 z
= = respectivamente.
1 3 -1
Solução:
r r
Tome m r = (2,1,3) e m s =(1,3,-1) como vetores
diretores das retas (r) e (s) respectivamente. O ângulo q entre
as retas será tal que:
126
r r
< mr , m s > 2.1 + 1.3 + 3(-1)
cos(q ) = r r = =
ur . us 2 2 + 12 + 32 . 12 + 32 + (-1) 2
2 2 2
= = , dondeq = arccos( )
14. 11 154 154
2. Calcular o valor de l para que as retas
y+3 z
(r ) : =x= e
l 5
ì x = -1 + 2t
ï
( s ) : í y = 3 + t sejam ortogonais.
ï z = 1 + 5t
î
Solução:
r r
Os vetores no espaço m r = (1, l ,5) e m s = ( 2,1,5)
127
Distância de um ponto a uma reta
D
P
(r)
h
B
A (Fig. 4.2.2.a)
r
É fácil observar que AB é um vetor diretor da reta (r) (A ¹ B). Os
r r
vetores AP e AB constituem lados do triângulo ABP cuja área é dada
por:
1 r
S= AB .h (I)
2
com h a altura do triângulo em relação ao vértice P.
Fazendo uso do produto vetorial (Exercício 3, cap. IV), vimos
também que
128
1 r r
S= AP ´ AB (II)
2
Comparando (I) com (II) podemos escrever que:
r r r
AP ´ AB = AB .h
Não é difícil de verificar que
h = d(P, (r))
Desta feita concluímos que:
r r
AP ´ AB
D(P, (r)) = r
AB
Exemplo:
1. Calcule a distância do ponto A=(1,2,5) a reta de equações
paramétricas:
ì x = 1 + 2t
ï
( s ) : í y = -3 + t
ï z = 2 - 5t
î
Solução:
Para:
t = 0 Þ A1 = (1,-3,2)
t = 1 Þ B = (3,-2,-3)
129
r r
Consideremos os vetores A1 A e AB e apliquemos a
fórmula da distância (4.2.2)
r r
AP ´ AB
d ( P, (r )) = r
AB
Ora.
r
A1 A = A - A1 = (1,2,5) - (1,-3,2) = (0,5,3)
r
A1 B = B - A1 = (3,-2,-3) - (1,-3, 2) = (2,1,-5)
r r r
i j k
r r v
A1 A ´ AB = 0 5 3 = -28i + 6 j - 10k
2 1 -5
v
AB = (2, -4,-8) = 84
920 230
d ( A, (r )) = = » 3,31
84 21
130
Distância entre retas.
d((r),(s
))
(s)
Y
P
(r)
(Fig. 4.2.3.a)
X
2. Concorrentes
131
(s)
(r)
(Fig. 4.2.3.b)
3. Reversas.
As retas (r) e (s) são reversas, logo (r ) Ç ( s ) = f . Para
melhor compreensão considere a figura (4.2.3.c).
132
r r r
Observe que m r ´ m s é paralelo ao eixo 0Z , neste caso. Como
r
d ((r ), (s)) = proj mr r ´ mr s AB temos que:
A B, m R ´ m S
d ((r ), ( s )) = r r (confira 1.9.1)
mr ´ ms
Exemplo:
1. Calcule a distância entre as retas (r) e (s) dadas por:
ì x = 1 + 2t ì x = -1 + 2t
ï ï
(r ) : í y = t e ( s) : í y = 3 + t
ï z = 3 + 3t ï z = 1 + 3t
î î
Solução:
Pelos vetores diretores de (r) e (s),
r r
m r = m s = (-2,1,3) concluímos que elas são paralelas. Portanto
escolhemos um ponto P em (r) e calculamos a distância d(P, (s)).
Tomemos t=0, logo P=(1,0,3).
Assim
d((r), (s)) = d(P, (s))
Para cálculo de distância d(P, (s)) é necessário que sejam
dados dois pontos de (s). Sejam por exemplo A=(-1,3,1) e
B=(1,4,4). Desta feita:
r r
AP ´ AB
d((r), (s)) = d(P, (s)) = r
AB
Ora:
133
AP = (2,-3,2 ), AB = (2,1,3)
r r r
i j k
r r r r r
AP ´ AB = 2 - 3 2 = -11i - 2 j + 8k
+2 1 3
r r
AP ´ AB = (- 11) + (-2) 2 + 8 2 = 199
2
r
AB = 14
Portanto pode-se concluir que:
199
d((r), (s)) =
14
ìx = t ì x = 1 + 2n
(r ) : í y = 1 + 2t e (s ) : ïí y = n
ï
ï z = 3t ï z = 2 + 3n
î î
Solução:
134
x=t
y = 1 + 2t
z = 3t
x = 1 + 2n
y=n
z = 2 + 3n , tenha solução.
Resolvendo o sistema teremos:
t = 1 + 2n
1 + 2t = n
3t = 2 + 3n
Tomando as duas primeiras equações:
ìt = 1 + 2n
í
î1 + 2t = n teremos como solução
t = n = -1
Substituindo na terceira equação:
3 × (- 1) = 2 + 3 × (- 1) concluímos que não é satisfeito
tais valores. Logo o sistema não possui solução para tanto as
retas são reversas.
A = (0,1,0 ) B = (1,0,2) e
apliquemos a fórmula de distância
AB, u r ´ u s
d ((r ), (s )) =
ur ´ us
135
ou seja:
r
ma P
(a
P’
(a )
(Fig. 4.2.4.a)
136
Seja P’=(x1,y1,z1) a projeção ortogonal de P ao plano (a ) .
r r mr
d ( P, (a )) = P' P = < P' P, ra > (1)
ma
ou ainda:
1 r r
d ( P, (a )) = r . P' P, m a
ma
Mas:
r
ma = a 2 + b 2 + c 2 , e
r r
< P' P, m a >=< ( x 0 - x1 , y 0 - y1 , z 0 - z 1 ), (a, b, c ) >
r r
< P' P, ua >= ax 0 + bx 0 + cz 0 - (ax1 + bx1 + cz1 )
O leitor pode ainda observar que: ax1+by1+cz1 = -d.
Assim sendo podemos concluir que:
r r
< P ' P, m a >= ax0 + bx 0 + cz 0 + d
137
Fazendo as devidas substituições em (1) podemos ainda escrever:
ax0 + bx 0 + cz 0 + d
d ( P, (a )) = (2)
a2 + b2 + c2
Exemplo:
1. Determine a distância do ponto A=(5,2,1) ao plano (a ) de
equação cartesiana x – y + 2z – 3 = 0.
Solução:
Aplicando a relação (2) podemos dizer que:
138
Seja P = (0,5,-5) Î (a ) , então
ì x =1+ t
ï
(r ) : í y = -3 + t (a ) : x + y - z + 2 = 0
ï z = 4 + 2t
î
Solução:
Como a distância de uma reta ao plano somente é definida
quando a reta for paralela a plano, o leitor pode facilmente
observar através dos diretores da reta e do plano dados que são
ortogonais, ou seja:
r r
m r = (1,1,2) diretor da reta (r), m a = (1,1,-1) diretor
do plano (a ) e
r r
< m r , ma >=< (1,1,2) - 1,1,-1) >= 1.1 + 1.1 + 2(-1) = 0
r r
Logo como m r ^ m a temos que (a ) //(r ) . Assim
teremos:
d ((r ), (a )) = d ( P, (a )) com P Î (r )
Dado P = (1,-3,4) Î (r ) , para t = 0, teremos:
139
1.1 + 1(-3) + (-1).4 + 2
d ((r ), (a )) =
12 + 12 + (-1) 2
o que também pode ser escrito:
4
d ((r ), (a )) =
3
Exercícios:
· 12. Determinar as equações paramétricas e cartesianas das retas
que passam pelos pontos:
a) A=(1,2,0) e B=(0,0,4)
b) L=(1,-1,1) e M=(2,-1,4)
ìx = 1- l
x -1 y - 2 z ï
Resp.: a) = = ; í y = 2 - 2l
-1 -2 4 ï
î z = 4l
140
· 14. Escreva a equação paramétrica da reta que passa pelo ponto
M=(1,-1,3) e é perpendicular a reta (s) de equação cartesiana
x - 2 y -1
= = z +1.
3 2
ì
ïx = 1 + t 2
ï
Resp.: í y = -1 - 3t
ï 9
ïz = 3 + t
î 2
· 15. Ache a equação da reta (r) que passa pelo ponto A=(1,0,1)
e é paralela aos planos 2x+3y+z+1=0 e x-y+z=0.
x - 1 y z -1
Resp.: = =
4 -1 - 5
x - 2 y - 3 z +1
Resp.: = =
1 1 1
141
ì x -1 z +1
ï =
a) í 2 3
ïî y = 2
ì x = 2 + 3t
ï
b) í y = 1 - 3t
ï z =t
î
x -1 y + 2 z +1
c) = =
4 -1 2
· 19. Encontrar o ponto de intersecção das retas, casos existam.
ìx = 3 y - 1 ì y = 2x + 1
a) ( r ) : í e ( s) : í
î z = y +1 î z = x -1
ì x =5+t
x-2 y z -5 ï
b) ( r ) : = = e ( s) : í y = 2 - t
2 3 4 ï z = 7 - 2t
î
· 20. Determinar a equação cartesiana da reta que passa pelo
ponto M=(-1,0,1) e é paralela a reta (s) de equação cartesiana:
ìï x - 1 z - 1
=
í 2 1
ïî y = 2
x +1
Resp.: = z -1 e y=0
2
· 21. Ache a equação cartesiana do plano que passa pelos pontos
A=(1,0,1), B=(2,1,0) e C=(1,1,1).
Resp.: x + z - 2 = 0
142
· 22. Determine um plano (a ) perpendicular ao plano
ì x = 2 - 3t
ì y -1 x z -1 ï
a) (r ) : í = = e ( s) : í y = 4 + t
î 2 3 -1 ï z = 1 - 2t
î
ìï x =1 y -4 z -3
z - 1 e ( s ) : ìí =
x
b) ( r ) : í y + 2 =
= î -1
ïî - 1 4
2 2
Ù
æ 2 ö
Resp.: a) 90º , b) q = arccosç ÷
è 17 ø
· 25. Calcule a distância do ponto a reta (r) nos seguintes casos:
x y +1 z - 3
a) P=(2,1,5) e ( r ) : = =
1 2 2
Resp.: 2 2
3
ìx = 2 y -1
b) P=(0,1,0) e ( s ) : í
îz = 3y + 2
3 3
Resp.:
14
143
ì x = 3+t
ï
c) P=(-1,1,1) e ( s ) : í y = 2 - t
ï z = 4 + 2t
î
75
Resp.:
6
· 26. Ache a distância entre as retas seguintes:
ì3 x + 1 = y ì y = 2x - 1
a) ( r ) : í e ( s) : í
îz = x-4 îz = x+2
Resp.: 6
2
ì x = 1 + 2t ì x = -1 + 2t
ï ï
b) ( r ) : í y = 0 + t e ( s ) : í y = 4 + t
ï z = -1 + 3t ï z = 2 + 3t
î î
325
Resp.:
14
ì x = 3 + 2t
x -1 y +1 z - 3 ï
c) ( r ) : = = e ( s ) : í y = 2 + 3t
2 3 -1 ï z = 2-t
î
Resp.: 0
· 27. Determine o valor de m Î Â , para que o ponto
M=(1-m,2m,1-3m) pertença ao plano (a): x+2y-z+7=0.
Resp.: m = - 7
6
· 28. Calcule a distância do ponto P ao plano (a) nos seguintes
casos:
144
a) P=(2,-1,4) e (a): x – y – z – 2 = 0
Resp.: 3
b) P=(0,-1,1) e (a): x – y = 0
Resp.: 2
2
c) P=(2,-1,3) e (a): 2x – y + z = 0.
Resp.: 0
· 29. Ache os pontos de intersecção do plano (a): 2x – y + z = 2
com os eixos coordenados (0X,0Y,0Z).
Resp.: (1,0,0) , (0,-2,0) , (0,0,2)
· 30. Encontre a distância entre os planos (a): 3x – y + z = 7 e
(b): 3x – y + z – 10 = 0.
Resp.: 3
11
· 31. Mostre que se (a) e (b) são planos paralelos dados por suas
equações cartesianas ax + by + cz + d = 0 e a1x + b1y + c1z
+ d1 = 0 respectivamente, então a distância entre eles é dada
por:
d - d1
d ((a ), ( b )) =
a + b2 + c2
2
145
ì x = - 1 + 11 t
ïï 2 2
Resp.: í y = 1 + 6t
ï
ïî z = 2 + 2 t
3 15
ìx = 2-t
ï
d) ( r ) : í z = 1 + 2t e (a ) : - x + y + z = 0
ï y = 1 - 3t
î
Resp.: (r ) Ç (a ) = (r )
146
6. SUPERFÍCIE ESFÉRICA
P
Y
r
C
(Fig 5.1)
147
(x –a)2 + (y – b)2 + (z – c)2 = r2 (1)
denominada de equação reduzida da esfera de centro C e raio r.
A partir da equação (1), e desenvolvendo os quadrados
encontramos que:
x2 + y2 + z2 – 2ax – 2by – 2cz + a2 + b2 + c2 – r2 = 0
Como a, b, c, r Î Â são constantes pré-definida, podemos
escrever.
x2 + y2 + z2 + Bx + Cy + Dz + E = 0 (2)
a qual denominamos de Equação Geral da Superfície Esférica.
Observe que:
B = -2a
C = -2b
D = -2c
E = a2 + b2 + c2 – r2 (3)
Proposição: (1)
A equação, x2 + y2 + z2 + Bx + Cy + Dz + E = 0, é de uma
superfície esférica se e somente se B2 + C2 + D2 – 4E > 0.
Demonstração:
Basta substituir os valores de a,b,c em E e impor a condição de
existência para r.
Proposição:(2)
Se uma esfera é dada pela equação cartesiana:
148
x 2 + y 2 + z 2 + Bx + Cy + Dz + E = 0 , então o
centro (
C = - B 2 ,C 2 ,- D 2 ) e o raio
B2 + C 2 + D 2 - 4E
R=
2
Exemplo:
1. Determinar a equação reduzida da superfície esférica de centro
C=(1,0,4) e raio r=5.
Solução:
Aplicando a equação (1) obtemos:
(x – 1)2 + y2 + (z – 4)2 = 25
2. Verifique se uma superfície esférica pode ser descrita pela equação
x2 + y2 + z2 – 4x + y – 3z + 5 = 0, e caso possa determinar o seu
centro e o seu raio.
Solução:
Pela equação x2 + y2 + z2 – 4x + y – 3z + 5 = 0, constatamos
que B = -4, C = 1, D = -3 e E = 5 e como B2 + C2 + D2 – 4E = (-4)2
+ 12 + (-3)2 – 4.5 = 26 – 20 = 6, concluímos pela proposição (1) que
trata-se de uma equação da superfície esférica.
Assim o centro e o raio é obtido na forma:
æ - B -C - D ö B2 + C 2 + D2 - 4E
C =ç , , ÷er=
è 2 2 2 ø 2
o que pode ser escrito por:
C = (2,-1 / 2,3 / 2) e r = 3 / 2
149
3. Determine o valor de m Î Â para que o ponto A=(1-m,2m,3)
pertença a superfície esférica de equação (x – 1)2 + y2 + (z – 2)2 =
16.
Solução:
Se A pertence a superfície esférica, então as coordenadas de
A satisfazem a equação dada, ou seja:
(1 – m – 1)2 + (2m)2 + ( 3 – 2)2 = 16
m2 + 4m2 + 12 = 16
5m2 = 16 – 1
ou ainda:
m = 3 ou m = - 3
4. Encontre os pontos de intersecção da superfície esférica dada pela
equação x2 + y2 + z2 – 2x – 6z + 1 = 0 com os eixos coordenados
0X, 0Y e 0Z.
Solução:
Sejam A,B,C pontos no espaço nos quais
A Î OX , B Î OY e C Î OZ .
Desta feita temos:
A = (x,0,0), B = (0,y,0) e C = (0,0,z) os supostos pontos de
intersecção da esfera com os eixos coordenados.
Aplicando cada ponto na equação teremos:
Ponto A:
x2 + 02 + 02 – 2x – 6.0 + 1 = 0
x2 – 2x + 1 = 0
150
Ponto B:
02 + y2 + 02 – 2.0 – 6.0 + 1 = 0
y2 + 1 = 0, então y Î Â .
Logo a superfície esférica não intercepta o eixo OY.
Ponto C:
02 + 02 + z2 – 2.0 – 6.z + 1 = 0
z2 – 6z + 1 = 0
Resolvendo esta equação obtemos:
z ' = 3 + 2 2 ou z" = 3 - 2 2
Daí concluímos que a superfície esférica intercepta o eixo 0Z
em dois pontos.
(
C1 = 0,0,3 + 2 2 ) (
e C1 = 0,0,3 - 2 2 )
Posição entre o Ponto e a Superfície Esférica
São três as posições do ponto P em relação a superfície esférica.
P
P
P
C C C
(Fig. 5.2)
Exemplo:
1. Dê a posição do ponto P = (2,-1,4) a superfície esférica de
equação
(x – 1)2 + (y + 2)2 + z2 = 49.
Solução:
Como o centro é o ponto C = (1,-2,0) e o raio r = 7, é
bastante compararmos d(P,C) com o raio.
Ora; d ( P, C ) = (2 - 1) 2 + (-1 - 2) 2 + (4 - 0) 2
ou ainda:
d ( P, C ) = 18
Logo P é um ponto interior a superfície esférica haja visto
que 26 < 7
152
Logo:
(1 + 2t)2 + (-t)2 + (-1 + t)2 = 6
Desenvolvendo os quadrados e reduzindo, temos:
3t2 + t – 2 = 0
Daí encontramos t’ = -1 ou t” = +2/3.
Desta forma a reta intercepta a superfície esférica nos pontos:
P1 = (1 – 2, -1, -1 – 1) = (-1,-1,-2)
P2
2 -2 2
= (1 + 2. , ,-1 + ) = (7 / 3,-2 / 3, -1 / 3)
3 3 3
3. Decida se a reta (r) é exterior a superfície esférica de equação
x + y + z2 = 2, sendo:
2 2
ì x = 4 - 3t
ï
(r ) : í y = t
ï z = 1 + 2t
î
Solução:
A reta (r) é exterior a superfície esférica se e somente se
d(C, (r))>R onde C e R são o centro e o raio desta superfície
respectivamente.
Para calcularmos a distância do centro C a reta pela fórmula é
necessário obtermos um ponto da reta (r).
Pelas equações paramétricas de (r) obtemos sem muito
esforço um de seus pontos e um vetor diretor, por exemplo:
r
P = (4,0,1) e m r = (-3,1,2)
153
Daí:
r r
OP ´ m r
d (C , ( r )) = r ; mas
ut
r
u r = ( -3) 2 + 12 + 2 2 = 14
i j k
CP ´ u r = 4 0 1 = -i - 11 j + 4k , e
-3 1 2
Desta feita:
138
d (C , (r )) = = 69 / 7
14
Como o raio da superfície vale 2 , concluímos que
D(C, (r)) > R.
Logo (r) é exterior a esfera.
Plano Tangente.
Diz-se que um plano (a ) é tangente a uma superfície esférica (S)
se e somente se existir um único ponto P comum a ambos (Fig. 5.3)
(Fig 5.3)
P (a )
154
Proposição 2:
Um ponto P é ponto de tangência entre um plano (a ) e uma
Demonstração:
Seja C(x0,y0,z0) o centro e r o raio da superfície esférica.
Seja P = ( x1 , y1 , z1 ) Î (a ) Ç (S ) e como
CP = ( x1 - x0 , y1 - y0 , z1 - z0 ) , termos
CP = (x1 - x0 )2 + ( y1 - y 0 )2 + (z1 - z 0 )2 =R
d (C , (a )) = R .
CP ^ (a ) .
Exemplo:
(
z2 = 7 no ponto P = 1,0, 3 . )
Solução:
155
Pela proposição (2) o vetor CP é ortogonal ao plano
PA × CP = 0
(x -1, y - 0, z - 3 )× (2,-1, 3 ) = 0
2( x - 1) + (- 1) × y + 3 (z - 3 ) = 0
O que também pode ser escrito:
2 x - y + 3z - 5 = 0
2. Determine a equação cartesiana do plano (a ) tangente a
(a ) : x + y – z + d = 0
Por outro lado:
d (C , (a )) = R por (a ) ser tangente a superfície
esférica (S).
Logo podemos ter:
1× 0 + 1 × 0 + (- 1) × 0 + d
12 + 12 + (- 1)
2
156
Ou seja:
d =2 3
Assim teremos os planos:
(a 1 ) : x + y - z + 2 3 =0
(a 2 ) : x + y - z - 2 3=0
3. Determine o centro e o raio da circunferência de intersecção da
(a )
C0 M
C
S
CC 0 = t (1,1,-1)
157
Onde:
(a,b,c) = t(1,1,-1)
ou ainda:
a=t
b=t
c = -t
t+t+t=5
ou seja:
t = 53
(3
Desta feita C 0 = 5 , 5 , - 5
3 3
)
Para determinar o valor do raio da circunferência usamos a
relação:
2 2 2
CC 0 + C0 M = CM ,
(5 3 , 5 3 , 5 3 ) 2
+ r 2 = 42 ,
158
4. Escreva a equação do plano (a ) que contém a reta de
equações paramétricas x = t, y = t e z = 0 e é tangente a
superfície esférica (S) de equação (x–1)2+(y–1)2+(z–2)2=1.
Solução:
Seja ax + by + cz + d = 0 a equação do plano (a ) . Como o
at + bt + c.0 + d = 0 com t Î Â .
Para t = 0
0(a + b) + d = 0 ... d = 0
Para t = +1
a + b + 0 = 0, onde a = -b.
Substituindo na equação do plano (a ) , teremos:
ax - ay + cz = 0
Aplicando a condição de tangência para o plano.
d (C , (a )) = r , ou seja:
a ×1 + (- a ) ×1 + c × 2 + 0
=1
a 2 + (- a ) + c 2
2
ou ainda:
2c
=1
2a 2 + c 2
159
Fatorando a expressão, temos que:
( 2a - 3c )( )
2a + 3c = 0
Daí podemos afirmar que:
2a - 3c = 0 ou 2a + 3c = 0
ou seja:
c = ± 2 ×a
3
Substituindo na equação do plano tem-se que:
ax - ay ± 2 × z × a = 0
3
Ou ainda:
x - y + 2 × z = 0 ou x- y- 2 ×z = 0
3 3
Comparando com o valor do raio da superfície esférica,
concluímos que o plano intercepta a superfície esférica.
5. Decida se o plano (a ) intercepta a superfície esférica (S),
sendo:
(a ) : x - y + z - 1 = 0
(S) : x 2 + ( y - 1) + z 2 = 16
Solução:
160
1× 0 + (- 1) ×1 + 0 ×1 + (- 1)
d (C , (a )) = , ou
1 + (- 1) + 1
2 2 2
ainda:
-2
d (C , (a )) =
2
=
3 3
Comparando com o valor do raio da superfície esférica,
2
£ 4 , concluímos que o plano intercepta a superfície
3
esférica.
6. Escreva a equação de um plano (a ) , tangente a superfície
esférica (S): x2 + (y + 1)2 + (z – 1)2 = 5 no ponto P=(0,1,2).
Solução:
(x - 0, y - 1, z - 2) × (0,2,1) = 0
0 × x + 2( y - 1) + 1 × (z - 2) = 0
ou ainda:
161
(a ) : 2 y + z - 4 = 0
Exercícios:
· 1. Encontre a equação reduzida da superfície esférica (S),
onde:
a) C = (1,2,0) e r = 3
Resp.: ( x - 1) + ( y - 2) + z = 9
2 2 2
b) C = (0,0,0) e r = 8
Resp.: x + y + z = 64
2 2 2
c) C = (2,-1,4) e r = 3
Resp.: ( x - 2) + ( y + 1) + ( z - 4) = 3
2 2 2
1± 5
Resp.:
2
b) (S): x2 + y2 + z2 – 2x + 2y - 4z = 19 e A=(0,1,m)
Resp.: 2 ± 20
· 4. Encontre os pontos de intersecção da superfície esférica
(S) e os eixos coordenados 0X, 0Y e 0Z.
162
a) (x – 1)2 + (y – 1)2 + (z – 2)2 = 1
Resp.: Não intercepta os eixos coordenados.
b) x2 + y2 + z2 – 2y + 1 = 0
Resp.: eixo OY no ponto (0,1,0)
· 5. Seja (a ) um plano tangente a superfície esférica (S) e
(a ) .
a) (S): x2 + y2 + z2 – 6x – 2z – 6 = 0 e (b ) : x+y+z–1=0
Resp.: (a ) : x + y + z + 4 + 4 3 = 0 ou
(a ) : x + y + z + 4 - 4 3 = 0
b) (S): x2 + y2 + z2 = 9 e (b ) : x –y + 2z = 0
ìx = t
ï
a) (S): x + y + z = 6 e (r ) : í y = 1 - t
2 2 2
ï z = 2t
î
Resp.: intercepta.
b) (S): x2 + y2 – 2y + 1 = 0 e (r ) : x - 1 = y z +1
=
2 -1 3
Resp.: não intercepta.
· 7. Dê a posição do ponto A em relação a superfície esférica
(S)
a) A = (1,-1,2) e (S): x2 + y2 + z2 = 9
Resp.: interior.
b) A = (0,-1,4) e (S): x2 – 4x + y2 + z2 – 2z + 1 = 0
163
Resp.: exterior.
c) A = (1,0,3) e (S): x2 + y2 + z2 – 6y – 10 = 0
Resp.: A Î S
· 8. Determine os pontos de intersecção entre a reta (r) e a
superfície esférica (S), sendo:
(r ) : x - 1 = y +1 z -1
= e (S) : x 2 + y 2 + z 2 = 5
2 1 1
Resp.: (-1, -2, 0) e ( 5 , - 2 , 4 )
3 3 3
· 9. Encontre a equação do plano (a ) tangente a superfície
esférica (S): x2 + y2 + z2 – 2x + 2z – 3 = 0 no ponto A=(1,1,1).
Resp.: y + 2z – 3 = 0
y=z
(r ) : ìí e é tangente a superfície esférica (S): x2+(y+1)2+z2=1.
îx = 1
· 12. Verifique se o plano (a ) intercepta a superfície esférica
(S), para os casos:
a) (a ) : x + y + z – 1 = 0 e (S): x2 + y2 + z2 = 5
Resp.: intercepta.
b) (a ) : 2x - y + z = 0 e (S): (x – 1)2 + y2 + (z + 1)2 = 6
Resp.: não intercepta.
164
· 13. Encontre o centro e o raio da circunferência da intersecção
da superfície esférica x2 + y2 + z2 = 25 com o plano (a ) : 2x +
y+z=4.
165
166
REFERÊNCIAS
167