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Física - Termodinâmica,

Onda e Ótica
Marina Valentim Barros
Marina Valentim Barros

FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Belo Horizonte
Novembro de 2015
COPYRIGHT © 2015
GRUPO ĂNIMA EDUCAÇÃO
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Grupo Ănima Educação

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Edição
Grupo Ănima Educação

Vice Presidência
Arthur Sperandeo de Macedo

Coordenação de Produção
Gislene Garcia Nora de Oliveira

Ilustração e Capa
Alexandre de Souza Paz Monsserrate
Leonardo Antonio Aguiar

Equipe EaD
Conheça
a Autora
Marina Valentim Barros é professora de Física
há 20 anos em escolas particulares de Belo
Horizonte. Possui mestrado em Ensino de
Física pela Pontifícia Universidade Católica
de Minas Gerais (PUC Minas) e está cursando
o doutorado em Ensino de Física pela
Universidade de São Paulo (USP). É professora
do Colégio Santo Antônio, em Belo Horizonte,
desde 2000. É professora do Colégio Santo
Antônio, em Belo Horizonte, desde 2000; e
do Centro Universitário Una, desde 2001,
onde ministra as disciplinas de Física
Eletromagnetismo, Física Mecânica, Física,
Termodinâmica, Ondas e Ótica e Energias
Alternativas. A ênfase de seus estudos é
em ensino de Mecânica Quântica, Inovação
Curricular e a utilização de novas metodologias
em sala de aula. Possui experiência na
metodologia ativa de aprendizagem: o peer
instruction, assim como na elaboração de
materiais de ensino de Física Quântica.
Apresentação
da disciplina
A disciplina de Física - Termodinâmica, Onda e Ótica inicia-se com
uma unidade sobre a Hidrostática, na qual é apresentado o conceito
de pressão juntamente com o princípio de Arquimedes. Na unidade 1,
é investigado o equilíbrio dos corpos em meios fluidos como a água e
o ar. É importante investigar conceitos relacionados com a estática de
fluidos, para entendermos situações como: a navegação de um navio, o
posicionamento de uma caixa de água em uma edificação, a flutuação
de objetos, elevadores hidráulicos etc.

A segunda e terceira unidades correspondem à parte da física térmica,


que, dentre os assuntos tratados, inclui a diferença conceitual entre
calor e temperatura. Após apresentar essa diferença, exemplificamos
os tipos de escala termométrica existentes no mundo, o que permite
ao estudante comparar e avaliar diferentes escalas de temperatura.
Os conceitos de dilatação de sólidos, líquidos e gases são discutidos,
assim como as equações matemáticas que regem esse processo. A
dilatação é um fenômeno importante nos sólidos, já que, ao se realizar
uma grande construção, as juntas de dilatação são imprescindíveis para
o sucesso dela. Os processos de transferência de calor, como condução,
convecção e radiação são caracterizados a partir de várias aplicações
práticas, desde a condução de calor em um cabo de panela, passando
pela troca de calor em uma geladeira, até a irradiação de calos do sol e
de um forno aquecido.

Além de conhecer os processos de transferência de calor, a disciplina


também apresenta como o calor é transferido e quais as medidas podem
ser feitas para avaliar e entender esses processos. As transformações
notáveis são apresentadas como isotérmica, isobárica, adiabática e
isovolumétrica, e assim aprenderemos a avaliar a energia interna e o
trabalho envolvido nesses tipos de transformações.

A unidade 3 apresentará ainda as máquinas térmicas e os refrigeradores,


levando o aluno a conhecer as características e o desempenho
desses objetos, além de realizar cálculos para verificar a eficiência e o
rendimento.

As unidades 4, 5 e 6 referem-se aos fenômenos ondulatórios e


oscilatórios, incluindo o estudo da onda sonora. A unidade 4 é relativa
à identificação de um fenômeno periódico e suas características. O
movimento harmônico é o exemplo de um movimento oscilatório e
periódico, apresentado em detalhes nessa unidade. O aluno, ao término
das unidades 5 e 6, será capaz de caracterizar uma onda e identificar
os fenômenos ondulatórios presentes no dia a dia. A difração, reflexão,
polarização, refração, interferência, dispersão e outros fenômenos são
discutidos e exemplificados com situações do cotidiano. Ao final da
unidade 6, apresentamos a onda sonora e todas as suas características,
como timbre, altura e intensidade.

As unidades 7 e 8 são dedicadas aos fenômenos óticos. Os princípios


de propagação da luz assim como a formação de imagens em lentes e
espelhos serão apresentados nas respectivas unidades citadas. Alguns
instrumentos óticos, como microscópio, olho humano, projetor, são
estudados, permitindo ao aluno uma compreensão de aparelhos óticos
presentes no seu dia a dia.

Ao final da disciplina, o aluno será capaz de entender vários fenômenos


físicos, como: o equilíbrio em fluidos (navios, icebergs, pessoas
boiando); os princípios térmicos envolvidos na transformação de
gases; o funcionamento de refrigeradores e máquinas térmicas; as
características de fenômenos ondulatórios e o funcionamento de lentes,
espelhos e alguns instrumentos óticos.
UNIDADE 1  003
Hidrostática  004
Pressão  005
Pressão atmosférica  007
Aplicações 009
Princípio de Arquimedes 011
Revisão 013

UNIDADE 2  015
Temperatura, calor e dilatação  016
Calor e temperatura 017
Escalas de temperatura 019
Transferência de calor 021
Mudança de fase 023
Dilatação 024
Dilatação anômala da água 027
Revisão 029

UNIDADE 3  031
Gases, primeira e segunda lei da termodinâmica  032
Modelos de um gás ideal 035
Equação de estado 036
Energia interna e trabalho 037
Primeira lei da termodinâmica e as transformações térmicas 038
Máquinas térmicas 040
Refrigeradores 043
Ciclo de Carnot 043
Revisão 046

UNIDADE 4  048
Movimentos periódicos e o movimento harmônico simples  049
Movimentos periódicos 050
Movimento harmônico simples 051
Aplicações do movimento harmônico simples 052
Revisão 057
UNIDADE 5  059
Ondas e fenômenos ondulatórios  060
Classificação das ondas  061
Equação do movimento ondulatório  062
Ondas em uma corda 063
Reflexão e refração 063
Difração 066
Interferência 068
Ondas estacionárias 069
Revisão 075

UNIDADE 6  077
Ondas sonoras  078
Características da onda sonora 079
Intensidade, altura e timbre 080
Efeito Doppler 083
Revisão 085


UNIDADE 7  087
Espelhos e lentes  088
Reflexão da luz 089
Espelhos e planos 091
Espelhos esféricos 093
Espelho covexo 095
Defração da luz 099
Lentes 101
Revisão 107

UNIDADE 8  108
Unstrumentos óticos  109
O olho humano 110
A lupa 112
A máquina fotográfica 114
O microscópio 115
Revisão 117

REFERÊNCIAS  119
Hidrostática
Introdução

Para medir a pressão sanguínea, a pressão interna dos pneus de um


carro, a pressão de um balão e a pressão atmosférica, dispomos de
instrumentos como o barômetro, o esfigmomanômetro (aparelho
de pressão) e aquele aparelho do posto de gasolina utilizado para
calibrar os pneus do carro. Saber como funcionam esses aparelhos
e qual a pressão que cada um mede é o objetivo desta unidade.
Estudaremos as pressões dos sólidos e dos líquidos, assim como
as equações matemáticas utilizadas para esses cálculos. Será
apresentada nessa parte da nossa disciplina algumas aplicações,
como o elevador hidráulico e os vasos comunicantes.

Após o estudo das pressões, apresentaremos a força empuxo que


• Pressão
aparece pela diferença de pressão quando um corpo está imerso em
• Pressão
um fluido. O princípio de Arquimedes nos permitirá entender porque atmosférica
os corpos flutuam em fluidos. Analisaremos exemplos como o do
• Aplicações
dirigível, pessoas boiando no mar e em piscinas, entre outros.
• Princípio de
Arquimedes
Na unidade a seguir estudaremos os conceitos de pressão e as
• Revisão
suas aplicações; o conceito de empuxo e as situações relativas à
flutuação dos corpos.
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Pressão
A equação que nos permite calcular a pressão exercida por um
líquido em um recipiente, assim como a pressão exercida nos
nossos pés quando calçamos um sapato alto é P= F/A, em que F é
a força exercida e A é a área em que essa força é exercida. A unidade
de medida para a pressão no sistema internacional de medidas é o
N/m2,, já que a força é medida em Newtons e a área em m2.

Se fizermos um levantamento das medidas de pressão que


realizamos no nosso dia a dia, não vamos encontrar medidas em
N/m2, e sim em libras/polegadas2, cmHg, Pa, atm, Bar, psi, dentre
outras. Existem várias unidades de medida de pressão que são
mais utilizadas que o N/m2. Apresentamos a seguir uma tabela de
correspondência entre essas medidas.

TABELA 1 - Correspondência entre medidas

Pressão Equivalência (N/m2)

1Pa (Pascal) 1 N/m2


1 Bar 1.105 N/m2
1 atm Aproximadamente 1.105 N/m2
1 psi (libra/polegada2) 6,9.104 N/m2
1 cmHg 1,3.104 N/m2

Fonte: Elaborada pela autora.

Essa equação apresentada de P= F/A pode ser também usada


para medir as pressões realizadas por um líquido como, por
exemplo, a pressão que sentimos em nossos ouvidos quando
mergulhamos em uma piscina.

Para adequar essa equação aos líquidos, realizamos a substituição


de força por peso e de massa por densidade x volume e chegamos
a expressão P= d.g.h. Em que d é a densidade do líquido, g é a
aceleração da gravidade e h é a altura do líquido.

005
unidade 1
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Vamos agora calcular a pressão que sofre um mergulhador, ao mergulhar

2,5 metros em uma piscina de grande profundidade.

FIGURA 1

A pressão sobre o
mergulhador a 2,5
metros de altura é,
então, 25 % maior do
que a pressão fora
da água, à qual ele
Fonte: Núcleo de Educação a Distância (NEaD, Anima, 2015) está acostumado.

Para realizarmos esse cálculo, precisamos saber a densidade da água da

piscina, que apesar de não ser igual, aproxima-se muito da densidade da

água de 1.0.103 Kg/m3.

O cálculo será:

P= 1.0.103 Kg/m3 .10 m/s2. 2,5m = 2,5.104 N/m2

Sabendo que a pressão atmosférica é de 1.0.105 N/m2, a pressão total

sobre o mergulhador a 2,5 metros de profundidade é de:

Ptotal = Patmosférica + Págua = 1.0.105 N/m2 +2,5.104 N/m2

Ptotal =1.0.105 N/m2 + 0,25. 105 N/m2 = 1,25.10 105 N/m2

A pressão sobre o mergulhador a 2,5 metros de altura é, então, 25 % maior

do que a pressão fora da água, à qual ele está acostumado.

006
unidade 1
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Através desse exemplo conseguimos calcular a pressão sobre um


mergulhador quando imerso em uma piscina. Vamos agora analisar
a pressão feita por uma coluna de ar (da atmosfera) e entender
como esse cálculo é feito.

Pressão atmosférica

A pressão atmosférica é a pressão da camada de ar que envolve a Terra.

Todos os planetas que possuem atmosfera possuem pressão atmosférica.

Sabemos que a atmosfera não é uma camada regular, possui quantidades

de ar variáveis, sendo mais densa quando está próximo à superfície da Terra.

FIGURA 2 - As camadas da atmosfera

120
altitude (km)

110

100 TERMOSFERA
000.1 mbar
90
mesopausa
80
00.1 mbar
70
MESOSFERA
60 0.1 mbar

50 estratopausa 1 mbar
valor máximo
40 de ozônio
10 mbar
30 ESTRATOSFERA
tropopausa 100 mbar
20

10 ESTRATOSFERA 1000 mbar


0
-100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60
temperatura (OC)

Fonte: Núcleo de Educação a Distância (NEaD, Anima, 2015)

007
unidade 1
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Podemos observar, na figura apresentada, as camadas da atmosfera


e a pressão exercida por cada uma das colunas. A pressão está
dada em bar, que corresponde à atm, que é uma unidade usada
para medir a pressão atmosférica.

A pressão atmosférica a que estamos submetidos quando vamos à praia

(ao nível do mar) é de um (1) atm. Outro ponto importante da figura 2 é a

relevância da camada da troposfera e da estratosfera para o cálculo da

pressão atmosférica, já que é aí que temos as camadas mais densas. Para

determinar a pressão atmosférica, a experiência mais famosa é a do físico

Evangelista Torricelli (1608-1647). Nessa experiência completa-se um

tubo de ensaio com mercúrio e o emborca, sem deixar entrar ar, em um

recipiente com mercúrio também, conforme a figura a seguir demonstra.

FIGURA 3 - Experiência de Torricelli

760 mm

Fonte: EXPERIMENRTO DE TORRICELLI, Acosta, 2011.

A pressão do ar externa corresponderá à pressão abaixo da coluna de

mercúrio de 76 cm, ou seja, a pressão atmosférica no local é equivalente à

pressão de 76 cmHg.

Utiliza-se o mercúrio para essa experiência, já que é um líquido muito

denso e uma pequena coluna é capaz de exercer uma pressão equivalente

à pressão atmosférica.

008
unidade 1
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Pense na seguinte hipótese: se utilizasse água no experimento, você seria

capaz de calcular o tamanho do tubo de ensaio que deveria ser utilizado?

Aplicações
Apresentaremos a seguir algumas aplicações de atos do nosso dia
a dia sob a ótica da Física.

Aplicação 1:

FIGURA 4 – Por que usamos canudinho para beber refrigerante?

Fonte: [Porque usamos canudinho para beber


refrigerante?]. In: FERNANDES, Sheila. Não existe
quantidade segura de refrigerante para a criança
tomar. 12 ago. 2013. UOL Mulher. Disponível em:
<http://mulher.uol.com.br/gravidez-e-filhos/noticias/
redacao/2013/08/12/nao-existe-quantidade-segura-de-
refrigerante-para-a-crianca-tomar.htm>. Acesso em: 29
jan. 2015.

Qual é a explicação para a utilização de um canudinho para


bebermos refrigerante?

Quando colocamos a boca em canudo imerso em um copo


de refrigerante, sugamos o ar dentro dele, reduzindo assim a

009
unidade 1
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

pressão interna a ele, o que permite que a pressão atmosférica


que atua na superfície externa faça com que o líquido suba pelo
canudo.

Aplicação 2:

Por que não conseguimos retirar o líquido de uma lata quando


fazemos apenas um furo na lata?

Com apenas um furo, a pressão atmosférica impede a saída de


líquido. Ao fazer o outro orifício, o ar entra por um lado e o líquido sai
pelo outro, facilitando a sua retirada.

Aplicação 3:

Como conseguimos “prender” uma folha de papel em um copo


A partir dessas
aplicações práticas,
cheio de água virado de cabeça para baixo? conseguimos
perceber como o
FIGURA 5 – Exemplo de aplicação da física estudo da Física
pode explicar
algumas aplicações
do cotidiano.

Fonte: BLACKWOOD, 1971.

Ao enchermos o copo com água, não permitimos a entrada de ar


e a pressão externa da atmosfera segura o papel preso ao copo, já
que ela é maior que a pressão interna do líquido.

A partir dessas aplicações práticas, conseguimos perceber como o


estudo da Física pode explicar algumas aplicações do cotidiano.

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unidade 1
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Princípio de
Arquimedes

O princípio de Arquimedes diz que um corpo imerso sofre a ação de

uma força, chamada empuxo, dirigida para cima e igual ao fluido que ele

desloca. O empuxo é uma força que aparece quando imergimos um objeto

em um líquido e ao sustentarmos o objeto, este parece mais leve.

A força aparece dirigida para cima, já que pressão sofrida por um


corpo imerso é maior embaixo do que em cima, como mostra a
figura a seguir.

O princípio de
FIGURA 6 - Empuxo Arquimedes diz que
um corpo imerso
sofre a ação de uma
força, chamada
empuxo, dirigida
para cima e igual
ao fluido que ele
desloca.

Fonte: ICEBERGS. Sala de Física – In: Site “Geocities”.

A equação do empuxo está diretamente relacionada com o conceito


do que é peso do fluido deslocado.

E = mlíquido descolado. g, se substituirmos a massa do líquido descolado


por dlíquido descolado. vlíquido descolado teremos

E= dlíquido descolado.v líquido descolado.g, que é a equação do empuxo.

011
unidade 1
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

O empuxo é então a força que permite que os corpos flutuem ou


boiem, ou seja, permaneçam em equilíbrio.

Como podemos explicar a utilização de boias para facilitar a


flutuação em uma piscina, por exemplo?

A boia é um objeto cheio de ar e muito leve, já que sua densidade


média é pequena. Ao deitar em uma boia, uma pessoa, mesmo que
pesada, desloca uma quantidade grande de líquido com o auxílio da
boia. Dessa forma há um equilíbrio entre o peso e o empuxo (peso
do fluido deslocado), facilitando a flutuação.

Nessa parte da unidade analisamos como varia a pressão em


determinadas situações e entendemos como os corpos flutuam em
equilíbrios em fluidos. Dessa forma, somos capazes de entender e
de analisar questões práticas relativas à hidrostática.

Todas as pessoas já viram um carro ser erguido em um posto com uma

relativa facilidade. O bombeiro aciona um pedal, um botão e aquele carro

pesado é erguido facilmente para os reparos. A figura a seguir ilustra o

elevador hidráulico de um posto de gasolina.

FIGURA 7 - Elevador hidráulico

Fonte: [Elevador Hidráulico]. In: ELEVADOR de 4 colunas eletro-hidráulico 3500


KG FV4813. Site “Ferramenta Vitalícia”.

012
unidade 1
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Qual será o princípio físico envolvido para erguer carro com certa

facilidade?

O princípio de Pascal diz que uma variação de pressão em um ponto de

um fluido em repouso transmite-se integralmente para todos os pontos.

Se observamos a figura a seguir, o elevador encontra-se sobre a maior área,

enquanto a força é feita no piston de menor área. Por que isso acontece?

FIGURA 8 - Princípio de Pascal

Fonte: [Princípio de Pascal]. In: SILVA, Marco Aurélio da. Máquinas Hidráulicas: a
aplicação do princípio de Pascal. Site “Brasil Escola”.

A pressão no fluido é transmitida de forma igual, então a pressão do lado

de maior área, onde se encontra suspenso o carro, é a mesma do lado de

menor área. Já que pressão é dada por força sobre área, é justificável o

carro estar sobre a maior área, porque é mais pesado.

Revisão
Vimos nessa unidade alguns conceitos principais e aplicações
práticas que nos ajudam a compreender como a disciplina está
presente em algumas situações do dia a dia.

Os conceitos de pressão são representados por P=F/A e em

013
unidade 1
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

líquidos a pressão é dada por P=d.g.h, em que d é a densidade,


g a aceleração da gravidade e h a altura do líquido. A unidade de
pressão no sistema internacional é N/m2.

A pressão atmosférica é a pressão realizada pela coluna de ar sobre


a nossa cabeça, a atmosfera. A pressão ao nível do mar é dada por
1.0.105 N/m2, que equivale a 1 atm.

Segundo o princípio de Arquimedes, os objetos em equilíbrio


flutuando em líquidos tem somatório de forças igual a zero, ou seja,
o empuxo é igual ao peso nessas situações. O empuxo é o peso do
fluido deslocado e é dado por E=d.v deslocado.g.

Na unidade 2, veremos os Conceitos de Temperatura, Calor e


Dilatação.

Livro Fisica Conceitual de Paul Hewitt. (HEWITT, Paul G. Física Conceitual.

11 ed. Porto Alegre: Bookman, 2011.)

Site PhET. (FLUTUABILIDADE. In: Site “PhET – Interactive Simulations”.

Disponível em: <https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/buoyancy>.

Acesso em: 29 jan. 2015.)

Filme Titanic. (TITANIC. Direção: James Cameron. 1998. (194 min.). son.

color. Estados Unidos.)

014
unidade 1
Temperatura,
calor e dilatação
Introdução

Esta unidade trata dos conceitos de calor, temperatura e dilatação.


Iniciaremos os nossos estudos diferenciando calor de temperatura
e conheceremos as escalas termométricas existentes no mundo.
Discutiremos o conceito de equilíbrio térmico e os processos de
troca de calor para atingir o equilíbrio. Após entender como medir a
temperatura de um corpo, também caracterizaremos os processos
de transferência de calor entre corpos: condução, convecção e
radiação.

Estudaremos também os processos de transferência de calor


• Calor e
e suas propriedades, assim como alguns exemplos práticos. temperatura
Aprenderemos sobre as mudanças de fase do sólido, líquido e • Escalas de
gasoso e as trocas de calor necessárias para essas mudanças. temperatura
• Transferência
Por fim, veremos a dilatação dos sólidos, líquidos e gases. de calor

Começaremos pela dilatação dos sólidos e a equação matemática • Mudança


de fase
responsável por ela e, em seguida, a dilatação de líquidos, em
especial a água. • Dilatação
• Dilatação
anômala
A unidade apresentará assim uma introdução ao universo da
da água
termodinâmica e das trocas de calor para auxiliar na compreensão
• Revisão
dos processos que envolvem a temperatura, o calor e a dilatação.
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Calor e temperatura
Vejamos uma experiência simples e que pode ser feita em casa,
sem grandes problemas. A partir dela, começaremos a entender um
pouco mais sobre calor e temperatura.

Vamos lá!?

FIGURA 8 - Calor e temperatura

Fonte: Núcleo de Educação a Distância (NEaD, Anima, 2015)

Primeiramente colocamos três potes cheios de água: um bem quente,

um morno e um frio. Inserimos uma das mãos no recipiente de água bem

quente, a outra no recipiente de água fria e esperamos um pouco. Depois

desse tempo, trocamos as duas mãos para o recipiente de água morna.

Qual sensação teremos? Sentiremos, com uma das mãos, que a água morna

está fria e com a outra que está quente. O nosso corpo então não é um

adequado medidor de temperatura nessa situação. Houve trocas de calor

entre a nossa mão e o recipiente de água, mas não conseguimos avaliar bem a

temperatura do pote morno.

Um bom instrumento de medida de temperatura é o termômetro


inventado por Galileu, aproximadamente, no ano de 1600. Existem
vários tipos de termômetro que utilizam variações de grandeza

017
unidade 2
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

diferentes com a variação de temperatura.

Na figura a seguir, temos um termômetro de radiação que mede a


temperatura dos corpos, representando-a com cores diferentes.

FIGURA 9 - Termômetro de radiação

Fonte: [Infravermelho] Disponível em: <http://www.brasilescola.com/quimica/raios-


infravermelhos.htm>. Acesso em 02 jun. 2015.

Na figura a seguir, temos um termômetro de máximo e mínimo, feito


com mercúrio, bem parecido com o termômetro clínico que usamos
em casa.

FIGURA 10 -Termômetro clínico

Fonte: [Termômetro] Disponível em: <https://ipemsp.wordpress.com/2010/04/12/


termometro-clinico-como-funciona-e-o-que-verificar-ao-se-comprar-um/>. Acesso
em 12 jun. 2015.

018
unidade 2
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Os termômetros são usados para medir a energia cinética média


das moléculas.

Quando colocamos dois corpos com diferentes temperaturas


em contato ou em um mesmo ambiente, esses corpos trocam
calor entre si e com o ambiente, atingindo o equilíbrio térmico. O
equilíbrio térmico é caracterizado pela mesma temperatura entre
os corpos.

Escalas de temperatura
O equilíbrio térmico
é caracterizado pela
A escala Celsius, utilizada em grande parte dos países do mundo,
mesma temperatura
inclusive no Brasil, utiliza a água como referência. A partir disso, sua entre os corpos.
graduação é feita da seguinte forma:

• coloque o termômetro em um recipiente com gelo, ao nível


do mar (pressão de 1 atm.). O 0 (zero) que o termômetro
marcará corresponde a 0°C;

• posteriormente introduza o termômetro em um recipiente


com água em ebulição. Quando a coluna de líquido do
termômetro estabilizar (normalmente uma coluna de
mercúrio), estará marcando 100°C;

• divida esse intervalo em cem partes, cada qual


correspondendo a 1°C

019
unidade 2
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

FIGURA 11 - Pressão atmosférica

Fonte: [Celsius] Disponível em: http://www.cepa.


if.usp.br/energia/energia1999/Grupo2B/Calor/
celsius.gif. Acesso em 02 jun. 2015.

A escala de temperatura utilizada nos Estados Unidos é a Farenheit.


Para entendermos como ela funciona, faremos a correspondência
com a nossa conhecida escala Celsius.

A escala de
temperatura utilizada
nos Estados Unidos
De acordo com o esquema abaixo, a temperatura de 0°C corresponde a é a Farenheit.
32°F, e a temperatura de 100°C corresponde a 212°F. Como fazemos

então para encontrar a temperatura correspondente a 50°C?

FIGURA 12 - Correspondência das escalas Celsius e Farenheit

100º C 212º F

50º C X

0º C 32º F

Fonte: Núcleo de Educação a Distância (NEaD, Anima, 2015)

A conta que temos que fazer é bem simples e se baseia na


proporção entre as duas escalas. Como podemos observar, uma
variação de 100° na escala Celsius corresponde a uma variação de
180° na escala Farenheit.

Temos então:

020
unidade 2
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

100/180 = 100 - 50 / 212 - x

Realizando os cálculos, temos que x = 122°F

Outra escala existente e que será bastante utilizada em nossos


estudos é a escala Kelvin, na qual a temperatura zero corresponde
à menor temperatura, o zero absoluto. Na temperatura de 0k (ou
-273 °C), a substância não tem nenhuma energia cinética. Então,
se fizermos a correspondência dessa escala com a escala Celsius,
teremos:

FIGURA 13 - Correspondência das escalas Celsius e Kelvin


ºC ºk
100º C 373 K

0º C 273 K

-273º C 0K

Os metais são bons


Fonte: Núcleo de Educação a Distância (NEaD, Anima, 2015)
condutores de calor,
transferindo esse
Ou seja, a TK= tC+ 273 calor rapidamente
por condução.

Transferência de calor
Quando colocamos uma colher metálica dentro de uma panela
que contém alimento aquecido, em pouco tempo verificamos que
a colher também se aquece. Isso ocorre porque ela é metálica,
tendo elétrons livres que se aquecem, ganham energia cinética e se
movem rapidamente, aquecendo toda a colher.

Os metais são bons condutores de calor, transferindo esse calor


rapidamente por condução. Já as penas, a lã e os líquidos são
maus condutores, pois possuem espaços livres preenchidos de ar,
que também é um mau condutor.

Os líquidos e os gases transferem calor principalmente por


convecção, ou seja, pela movimentação de fluidos. Quando

021
unidade 2
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

colocamos uma panela cheia de água no fogo, a água próxima ao


fogo é aquecida por condução e fica, portanto, com maior volume
(e, por isso, mais leve). A água da parte de cima da panela está
mais pesada e, por isso, desce, ocupando o lugar da mais quente.
Essas trocas são conhecidas como correntes de convecção, que se
formam dentro do líquido.

FIGURA 14 - Correntes de convecção

Outro processo de
Fonte: [Convecção] Disponível em: <http://www. transferência de
mundoeducacao.com/fisica/radiacao-conducao-
conveccao.htm>. Acesso em 02 jun. 2015. calor é o da radiação
ou irradiação, que
se caracteriza por
Outro processo de transferência de calor é o da radiação ou emissão de energia
irradiação, que se caracteriza por emissão de energia em forma em forma de onda
de onda eletromagnética. A energia provinda do Sol, por exemplo, eletromagnética.
chega à Terra atravessando o espaço e a atmosfera. Quando nos
aproximamos de um forno aquecido, também sentimos a irradiação
de calor, como na figura a seguir.

FIGURA 15 - Radiação solar

Fonte: [Ondas eletromagnéticas] Disponível em: <http://www.


aulas-fisica-quimica.com/7e_11.html>. Acesso em 12 jun. 2015.

022
unidade 2
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

FIGURA 16 - Radiação térmica

Fonte: [Irradiação térmica] Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/


alfa/irradiacao-termica/irradiacao-termica.php>. Acesso em 12 jun. 2015.

Mudança de fase
A matéria existe em quatro fases no meio ambiente: sólido, líquido,
gasoso e plasma. O que caracteriza uma fase da matéria é a
pressão e a temperatura exercidas sobre a substância. Para mudar
A matéria existe em
de uma fase para outra, devemos transferir ou retirar calor de uma
quatro fases no meio
substância. Para simplificar os nossos estudos, vamos considerar as ambiente: sólido,
três fases: sólido, líquido e gasoso e o diagrama abaixo para a água. líquido, gasoso e
plasma.

FIGURA 17 - Mudança de estado físico


fusão vaporização

sólido líquido gasoso

solidificação liquefação

sublimação

Fonte: [Estados físicos da matéria] Disponível em: <https://manualdoestudante.


wordpress.com/2010/02/27/quimica-mudancas-de-estado-fisico/>. Acesso em
02 jun. 2015.

Nesse diagrama, constam as principais mudanças de fase da água.


Usamos os mesmos nomes para mudanças de fase de outras
substâncias.

023
unidade 2
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

• Sólido para líquido: fusão

• Líquido para gasoso: vaporização

• Gasoso para líquido: liquefação

• Líquido para sólido: solidificação

• Gasoso para sólido e vice-versa: sublimação

O estado mais energético dessa situação é o gasoso, ou seja, quando

passa do sólido para o líquido e para o gasoso há fornecimento de calor.

Quando se passa do gasoso para o liquido e para o solido que são estados

menos energéticos há uma perda de calor.

Dilatação Quando se passa do


gasoso para o liquido
Os sólidos se dilatam porque, ao aumentar a temperatura, os
e para o solido que
são estados menos
átomos que estão ligados em sua estrutura cristalina aumentam energéticos há uma
a vibração, afastando-se da posição de equilíbrio. Dessa forma, a perda de calor.
distância média entre os átomos aumenta.

A equação matemática que permite o cálculo da dilatação linear de


um sólido é:

ΔL = L0 . α . Δt

Em que:

ΔL = variação de comprimento

α = coeficiente de dilatação linear

Δt = variação de temperatura

024
unidade 2
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

FIGURA 18 - Dilatação linear de um sólido

Fonte: Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAgEgoAJ/8-


relatorio-dilatacao-termica-9-2>. Acesso em 02 jun. 2015.

O coeficiente de dilatação é a razão entre a variação do comprimento e o

produto do comprimento inicial vezes o coeficiente de dilatação:

(Δt/ L0. α )

Esse valor varia conforme o material, já que as forças que ligam as

substâncias, em cada um, também variam.

Temos alguns exemplos de coeficiente de dilatação na tabela a seguir.

025
unidade 2
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

TABELA 2 - Coeficientes de dilatação

COEFICIÊNTE DE
SUBSTÂNCIA
DILATAÇÃO LINEAR X 10-5

Aço, ferro 1,2

Alumínio 2,4

Baquelite 2,9

Bronze, latão 1,8

Chumbo 2,9

Cobre 1,7

Constantana 1,5

Ferro gusa 1,0

Invar 0,15

Látex a 200 C 7,7

Madeira fibras 5,8

Madeira // fibras 0,4

Magnésio 2,6

Níquel 1,3

Ouro 1,4

Parafina a 20 c 20

Platina 0,9

Porcelana 0,3

Prata 2,4

Quarzo 0,35

Tijolo comum 0,6

Vidro para óptica 0,35 - 0,80

Zinco 1,7

Fonte: Elaborado pela autora.

A equação matemática que permite o cálculo da dilatação


superficial de um sólido é:

ΔA = A0 . β . Δt
Em que:

ΔA = variação de área

β = coeficiente de dilatação superficial

Δt = variação de temperatura

026
unidade 2
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

FIGURA 19 - Dilatação superficial de um sólido

A0 b0

a0

A b

Fonte: Núcleo de Educação a Distância (NEaD, Anima, 2015)


Os líquidos se
dilatam obedecendo
A equação matemática que permite o cálculo da dilatação às mesmas leis dos
volumétrica de um sólido é:
sólidos. Só que a
maioria dos líquidos
ΔV = V0 . ϒ . Δt está contida em
recipientes que
Em que: também se dilatam.

ΔV = variação de volume

ϒ = coeficiente de dilatação volumétrica

Δt = variação de temperatura

Dilatação anômala
da água
Os líquidos se dilatam obedecendo às mesmas leis dos sólidos.
Só que a maioria dos líquidos está contida em recipientes que
também se dilatam. Temos que considerar a dilatação do recipiente
quando falamos em dilatação de líquidos. A dilatação aparente que
visualizamos (o líquido derramado quando aquecemos o recipiente

027
unidade 2
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

cheio) é a diferença entre a dilatação real do líquido e a dilatação


do recipiente. A tabela a seguir mostra os coeficientes de dilatação
volumétrica para os líquidos.

TABELA 3 - Coeficiente de dilatação de alguns líquidos

LÍQUIDO COEFICIENTE DE DILATAÇÃO

Água 1,3 . 10-4

Mercúrio 1,8 . 10-4

Glicerina 4,9 . 10-4

Benzeno 10,6 . 10-4

Álcool etílico 11,2 . 10-4

Acetona 14,9 . 10-4

Petróleo 10 . 10-4

Fonte: Elaborado pela autora.

A água é líquido que se comporta de forma diferente dos demais


na faixa de temperatura de 0°C a 4°C, em que o aumento de
temperatura acarreta uma diminuição de volume. O gráfico a
seguir representa a variação de volume da água nessa faixa de
temperatura.

GRÁFICO 1 - Dilatação anômala da água

V (volume)

V
V min

0 4 T (o C)
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Dilatação_anômala_da_água

028
unidade 2
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Imagine que você viaje para um local bem alto, como o Monte Everest e, ao

chegar lá, precise ferver água para cozinhar um alimento. Existirá diferença

na temperatura de ebulição no Monte Everest àquela existente ao nível do

mar (100 °C)?

O processo de ebulição consiste na formação de bolhas de vapor na

superfície do líquido, o que ocorre somente se a pressão, no interior da

bolha for maior que a pressão externa ao líquido. Em altitudes elevadas, a

pressão externa e pressões internas são elevadas.

A resposta para a situação proposta é que, em locais de maior altitude,

a água ferve a uma menor temperatura, como mostrado no desenho a

seguir.

FIGURA 20 - Temperatura de ebulição

Fonte: Núcleo de Educação a Distância (NEaD, Anima, 2015)

Revisão
Vimos, nesta unidade, que calor é diferente de temperatura. Calor
é a energia transferida de um corpo para outro, e temperatura é a
medida da agitação térmica das moléculas.

029
unidade 2
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Existem três escalas principais de temperatura: Celsius, baseada no


ponto de fusão e ebulição da água; Farenheit e Kelvin, em que TK=
TC + 273.

A dilatação linear de sólidos acontece segundo a equação


matemática:

ΔL = L0 . α . Δt

C = variação de comprimento

α = coeficiente de dilatação linear

Δt = variação de temperatura

A dilatação superficial obedece a seguinte equação: ΔA = A0 . β . Δt

ΔA = variação de área Esse


comportamento
β = coeficiente de dilatação superficial garante a vida nos
lagos em regiões
Δt = variação de temperatura muito frias, mas que
não se congelam
A dilatação volumétrica obedece a seguinte equação é: ΔV = V0 . ϒ . Δt totalmente.

ΔV = variação de volume

ϒ = coeficiente de dilatação volumétrica

Δt = variação de temperatura

Compreendemos também que a água tem um comportamento


diferente na temperatura de 0°C a 4°C, ou seja, nesse intervalo, o
aumento de temperatura acarreta uma diminuição de volume. Esse
comportamento garante a vida nos lagos em regiões muito frias,
mas que não se congelam totalmente.

Analisamos então, nesta unidade, alguns aspectos importantes


para a área, tais como as escalas termométricas, os efeitos da
dilatação e o comportamento de dilatação irregular da água. Dessa
forma, poderemos interpretar vários tipos de fenômeno de dilatação

030
unidade 2
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

que ocorrem no dia a dia, como dilatação de estruturas, de trilhos,


de líquidos.

Funcionamento de estufa:

Plant Tec – Estufas agrícolas. Empresa fabricante de estufas agrícolas.

Disponível em: <http://www.planttec.com.br/estufa-para-verduras.

asp#all->. Acesso em 02 jun. 2015.

Reportagem sobre o gêiser:

RATIER, Rodrigo. O que é um gêiser?. In: site “Mundo estranho”. Disponível

em: <http://mundoestranho.abril.com.br/materia/o-que-e-um-geiser>.

Acesso em 02 jun. 2015.

031
unidade 2
Gases, primeira
e segunda lei da
termodinâmica
Introdução

Estudaremos nesta unidade a termodinâmica. Começaremos o nosso


estudo com a caracterização de um gás ideal. O objetivo nessa parte é
que o aluno saiba dizer o que é um gás ideal e que através da equação
de estado saiba relacionar as suas características como pressão,
volume, número de mols e temperatura. Com essa caracterização, o
aluno estará preparado para estudar as transformações gasosas e o
funcionamento das máquinas térmicas.

Diante da caracterização do gás ideal, entenderemos como se • Modelo de


um gás ideal
relacionam calor e trabalho em uma transformação de acordo com
• Equação
a primeira lei da termodinâmica. O estudo dessa lei nos permitirá
de estado
realizar análises sobre vários tipos de transformações. O objetivo
• Energia interna e
principal nessa parte é o de analisar em detalhes as características trabalho
das transformações adiabáticas e isotérmicas relacionando-as com
• Primeira lei da
os parâmetros da primeira lei da termodinâmica. termodinâmica e
as transformações
térmicas
No final da unidade, passaremos ao estudo das máquinas térmicas,
essencial para o estudo da termodinâmica. Daremos exemplos de
• Máquinas
térmicas
máquinas térmicas presentes no nosso cotidiano e estudaremos
• Refrigeradores
como funcionam operando em ciclo. Aprenderemos os ciclos de
energia dessas máquinas e como determinar o seu rendimento. • Ciclo de Carnot

Com os refrigeradores faremos o mesmo, caracterizaremos o seu • Revisão


ciclo diferenciando-os das máquinas térmicas.

Após o estudo das máquinas térmicas, analisaremos a segunda lei


da termodinâmica e a importância do ciclo de Carnot para essa lei.
O estudante será capaz de caracterizar o ciclo de Carnot e todas as
suas transformações. Além de caracterizar as transformações de uma
máquina térmica operando segundo o ciclo de Carnot, o aluno será
capaz de calcular o seu rendimento.

O objetivo principal desta unidade é que o aluno relacione o princípio


de conservação de energia com as máquinas térmicas e saiba
entender o funcionamento delas.

Estudaremos a seguir o comportamento dos gases e as


transformações gasosas. Complementaremos o estudo dos gases
com a primeira e a segunda leis da termodinâmica analisando o
funcionamento de máquinas e refrigeradores.
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Modelo de um gás ideal


Os gases assim como os líquidos são chamados de fluidos porque
expandem indefinidamente e preenchem todo o espaço disponível.
Essa é uma característica dos gases que os distingue dos sólidos.

Em 1811, baseando-se em experiências, Amadeu Avogadro


formulou uma hipótese que foi transformada em lei posteriormente.
A hipótese seria que volumes iguais de gases diferentes, à mesma
temperatura e pressão, contêm o mesmo número de moléculas.

Vamos analisar a seguinte situação para exemplificarmos a


utilização dessa lei.

Considere um recipiente contendo hidrogênio (H2) e o outro oxigênio (O2),

suponha que essas amostras estejam à mesma pressão e temperatura e

possuam o mesmo número de mols.

Nessa situação, qual será a relação entre os volumes?

De acordo com a lei de Avogadro, se dois recipientes têm a mesma

pressão, a mesma temperatura e o mesmo número de moléculas, eles

ocupam o mesmo volume.

A lei de Avogadro é uma lei que descreve o comportamento dos gases,

mas existem algumas características que descrevem o modelo de um gás

ideal e são afirmações baseadas em lei experimentais. São elas:

• Um gás é constituído de átomos e moléculas;

• Existem um grande número de moléculas em um gás (lembre-se

de que 1 mol de gás possui 6,02.1023 moléculas);

035
unidade 3
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

• A distância entre as moléculas é muito maior que o tamanho de

uma molécula;

• O movimento das moléculas ocorre ao acaso, direções variadas e

vários valores para velocidades.

FIGURA 21 - Comportamento dos gases

A partir dessas
características,
podemos imaginar
como se comporta
um gás ideal.
Fonte: Disponível em: <http://www.atomsinmotion.com/resources/instructions/
pinching550.png>. Acesso em 02 jun. 2015.

A partir dessas características, podemos imaginar como se


comporta um gás ideal. Vamos agora entender mais precisamente as
características desses gases e os processos pelos quais eles passam.

Equação de estado
A equação de estado de um gás ideal que define o estado de um
gás é

PV= nRT

em que P é a pressão do gás e pode ser dada em atm ou N/m2; V


é o volume do gás e pode ser dado em L ou m3; n é o número de

036
unidade 3
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

mols; R é a constante universal dos gases; e T é a temperatura


dada em kelvin.

A constante universal dos gases R é verificada experimentalmente e


tem o mesmo valor para todos os gases. Dependendo das unidades
de medida, a constante tem valores diferentes, como veremos a seguir:

R= 0,082 atm.L/mol.K ou R= 8,31 (N/m2).m3/mol.K.

Com essa equação de estado, podemos descrever as características


de um gás considerado ideal e podemos determinar o seu volume,
a sua pressão ou a sua temperatura diante de outros parâmetros.

Energia interna e
trabalho A constante
universal dos gases
Para iniciarmos o estudo das leis da termodinâmica, precisamos R é verificada
definir duas variáveis importantes: a energia interna e o trabalho. experimentalmente e
tem o mesmo valor
para todos os gases.
Vamos começar pelo trabalho. Existem dois tipos de trabalhos:
um realizado em uma expansão (praticado pelo gás) e o realizado
em uma compressão (sobre o gás).

No trabalho realizado em uma expansão há um aumento de


volume do gás, ou seja, o volume final é maior que o volume inicial.
Dessa forma, o trabalho é dado por T= p (Vf - Vi).

O trabalho realizado pelo gás em uma expansão é considerado um valor

positivo.

Se o trabalho for realizado sobre o gás, em uma compressão, esse valor

será negativo, já que o volume final será menor que o volume inicial.

De acordo com a expressão T= p (Vf - Vi), o trabalho será negativo.

037
unidade 3
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Devemos observar que isso se trata de uma convenção que será usada na

seção a seguir, para entendermos a primeira lei da termodinâmica.

A energia interna é o outro conceito que utilizaremos em relação aos gases,

e veremos que é a soma das diversas formas de energia dos átomos e

moléculas de um gás, ou seja, a energia total interior de um gás que está

relacionada à sua temperatura. A energia interna será representada pela

letra U e sua variação por ΔU.

A variação da energia interna (ΔU) é a diferença entre a energia final (Uf) e

a energia inicial (Ui), ou seja, ΔU= Uf- Ui

Se a variação da energia interna for positiva ΔU>0, significa que a energia


A variação de
final (Uf) é maior que a energia inicial (Ui), então houve um aumento de energia interna de
temperatura. Se a variação for negativa ΔU<0, significa que houve uma um sistema é o
diminuição de temperatura, já que a energia final (Uf) é menor que a
saldo entre o calor
transferido/perdido
energia inicial (Ui).
ou pelo sistema e o
trabalho realizado
por ele ou sobre ele.
Primeira lei da
termodinâmica e as
transformações térmicas
A primeira lei da termodinâmica pode ser enunciada da seguinte
forma:

A variação de energia interna de um sistema é o saldo entre o calor

transferido/perdido ou pelo sistema e o trabalho realizado por ele ou

sobre ele. Podemos escrever a expressão matemática para representar a

primeira lei

ΔU= Q – T.

038
unidade 3
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Lembrando a convenção de sinais estudada na seção anterior,


construímos o seguinte quadro:

QUADRO 1 - Convenção de sinais

Q T T

Positivo Q > 0 recebido T > 0 realizado pelo sistema ΔU > 0 aumento de temperatura

Negativo Q > 0 recebido T < 0 realizado pelo sistema ΔU < 0 diminuição de temperatura

Fonte: Elaborada pela autora.

Na seção seguinte, vamos aplicar essa convenção para algumas


transformações gasosas, dentre elas as transformações
isotérmicas e as transformações adiabáticas.

A transformação isotérmica é aquela que acontece sem variação na


temperatura. Tanto em uma expansão quanto em uma compressão
isotérmica, a temperatura inicial e final do sistema é a mesma,
então a variação de energia interna ΔU será zero. Sendo assim, da
primeira lei da termodinâmica, teremos:

ΔU= Q- T, se ΔU=0, então Q= T

Ou seja, todo o calor trocado será transformado em trabalho. Na


expansão isotérmica todo o calor recebido pelo gás será utilizado
para a expansão, e na compressão todo o trabalho realizado sobre
o gás será perdido em forma de calor.

A transformação adiabática é caracterizada por não haver


trocas de calor entre o ambiente e o sistema, então deve ser uma
transformação rápida. Tanto na expansão quanto na compressão, o
calor trocado é zero (Q=0).

Da primeira lei da termodinâmica, temos então:

ΔU= Q- T, se Q=0, então ΔU= -T

039
unidade 3
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Ou seja, a variação da energia interna dependerá exclusivamente do


trabalho. Em uma expansão adiabática em que o trabalho é positivo:

ΔU= - (+T) = - T; ΔU <0

haverá uma redução de temperatura. O sistema utilizará a sua energia


interna para realizar trabalho, já que não há trocas com o meio. Na
compressão adiabática o trabalho é negativo (sobre o gás):

ΔU= - (-T)= + T; ΔU <0

então haverá um aumento de temperatura. Todo o trabalho realizado


sobre o gás será transformado em energia interna para o gás.

Máquinas térmicas
Máquinas térmicas
Máquinas térmicas são dispositivos que transformam energia são dispositivos que
transformam energia
interna em trabalho mecânico. A ideia de uma máquina térmica
interna em trabalho
é que o trabalho pode ser obtido quando o calor flui de uma mecânico.
temperatura alta para uma temperatura baixa. Como exemplos de
máquinas térmicas temos a locomotiva a vapor, a turbina a vapor e
o motor de explosão, ilustrados a seguir.

FIGURA 22 - Locomotiva a vapor

Fonte: [Locomotiva] Disponível em: <http://radioalo.com.br/trem-bala-a-vapor-


atingira-210-kmh/>. Acesso em 02 jun. 2015.

040
unidade 3
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

FIGURA 23 - Turbina a vapor

Fonte: [Turbina de vapor] Disponível em: <https://sites.google.com/site/


puigoriolanna3rd/4-engranatges/la-turbina-de-vapor >. Acesso em 02 jun. 2015.

FIGURA 24 - Motor de explosão


As máquinas
térmicas têm
algumas coisas em
comum entre elas,
como por exemplo,
operam em ciclo.

Fonte: Disponível em: http://revistaautoesporte.globo.com/Revista/


Autoesporte/0,,EMI13421-10142,00-CHEVROLET+APRESENTA+MOTOR+DO+VO
LT.html Acesso em 02 jun. 2015.

As máquinas térmicas têm algumas coisas em comum entre elas,


como por exemplo, operam em ciclo. Podemos esquematizar da
seguinte maneira como é o funcionamento básico das máquinas
térmicas: elas retiram calor da fonte quente, realizam trabalho e
rejeitam (cedem) calor à fonte fria. O esquema a seguir representa
esse funcionamento.

041
unidade 3
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

FIGURA 25 - Funcionamento básico das máquinas térmicas

Fonte: [Máquina térmica] Disponível em: <http://www.


infoescola.com/fisica/maquina-termica/>. Acesso em O rendimento de
12 jun. 2015.
uma máquina
térmica será então
a razão entre o
trabalho realizado e
o calor absorvido.
O rendimento de uma máquina térmica será então a razão entre o trabalho

realizado e o calor absorvido:

R= T/Qabsorvido

Podemos reescrever essa equação se substituirmos o trabalho realizado

pela diferença entre o calor absorvido e o cedido (rejeitado), já que existe

nesse caso uma conservação de energia. Então a equação ficará:

R= Qabsorvido – Qcedido / Qabsorvido = 1- Qcedido/ Qabsorvido.

Veremos a seguir um dos exemplos de máquinas térmicas mais


comuns e que operam de maneira diferente das demais máquinas:
os refrigeradores.

042
unidade 3
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Refrigeradores
Os refrigeradores são máquinas térmicas operando no sentido
inverso. Ao invés de receber calor na fonte fria como nas máquinas
térmicas comuns, o refrigerador recebe calor do reservatório frio.
O compressor realiza o trabalho mecânico e o calor é rejeitado na
fonte quente, como no esquema a seguir.

FIGURA 26 - Funcionamento dos refrigeradores

Os refrigeradores
são máquinas
térmicas operando
Fonte: Disponível em: <http://
alfaconnection.net/images/CAL070308a. no sentido inverso.
gif>. Acesso em 02 jun. 2015.

Veremos mais adiante sobre as máquinas térmicas e refrigeradores.

Ciclo de Carnot
“É impossível construir uma máquina térmica que ao operar em
ciclo transforme todo o calor recebido em trabalho.”

A afirmação acima nos diz que é impossível construir uma máquina


que tenha rendimento 100%, que transforme todo o calor em
trabalho. Essa é a segunda lei da termodinâmica, que diz que as
máquinas térmicas não podem ter rendimento de 100%.

O máximo de rendimento de uma máquina ocorrerá quando

043
unidade 3
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

essa máquina operar entre duas fontes de temperaturas T1 e T2,


seguindo o ciclo de Carnot. O ciclo de Carnot consiste em duas
transformações isotérmicas e duas transformações adiabáticas,
como no gráfico a seguir:

GRÁFICO 2 - Ciclo de Carnot

Na compressão
adiabática o trabalho
é realizado sobre
Fonte: [Ciclo Carnot gráfico] Disponível em: o gás, então há
<http://livresaber.sead.ufscar.br:8080/jspui/
handle/123456789/1129>. Acesso em 02 jun. 2015.
um aumento de
temperatura, já que
todo o trabalho
O ciclo de Carnot funciona da seguinte maneira: é convertido em
energia interna
para o gás.
De A para B, o gás percorre uma transformação isotérmica
absorvendo calor do meio externo e realizando uma expansão
para manter a temperatura constante. De B para C, realiza uma
expansão adiabática com aumento de volume e diminuição de
temperatura, já que usa a sua própria energia interna para realizar
o trabalho. De C para D, o gás sofre uma compressão isotérmica,
na qual o gás cede calor para a fonte fria à uma temperatura mais
baixa. E finalmente, de D para C, o gás fecha o ciclo sofrendo uma
compressão adiabática.

Na compressão adiabática o trabalho é realizado sobre o gás, então


há um aumento de temperatura, já que todo o trabalho é convertido
em energia interna para o gás. O rendimento do ciclo de Carnot
pode ser calculado segundo a equação:

044
unidade 3
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

R= 1- T2/T1

O ciclo de Carnot aponta o maior rendimento de uma máquina térmica


quando ela opera entre duas fontes de temperatura. Através das
equações apresentadas na unidade, somos capazes de calcular o
rendimento desse ciclo, que está longe de 100%, como já discutido
anteriormente.

Você é capaz de perceber a diferença quando aproximamos a nossa mão da

boca e sopramos fortemente com a boca aberta (tipo uma “bafada”) e com a

boca quase fechada (sopro com a boca formando um “biquinho”)?

Tente fazer a simples experiência para constatar as diferenças de

temperatura no sopro.

FIGURA 27 - Diferenças de temperatura

Fonte: [Sopro e Bafo] Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/-wU8zelXfCY4/


TkHgAu8WTPI/AAAAAAAAALQ/TGSV2loVfTQ/s1600/Sopro%2Be%2BBafo%2B2.
png>. Acesso em 02 jun. 2015.

Quando sopramos com a boca aberta, estamos deixando o ar do nosso

interior passar para o exterior sem nenhuma variação de volume e de

temperatura, sentimos o ar ‘quentinho’, com a temperatura do nosso corpo

aproximadamente.

Já quando sopramos com a boca quase fechada, o gás sofre uma expansão

realizando um trabalho positivo, já que uma expansão é mais fria.

045
unidade 3
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

De acordo com a primeira lei da termodinâmica, em uma expansão rápida (já

que o sopro é bem rápido e forte) não haverá tempo do gás trocar calor com

o ambiente. Essa expansão é considerada uma expansão adiabática. Assim,

toda a variação de temperatura do gás é devida ao trabalho. Se o trabalho

é feito pelo gás (expansão), esse gás deve retirar energia dele mesmo para

realizar a expansão, ou seja, sofre um abaixamento de temperatura.

Revisão
Os gases são caracterizados pela equação de estado PV=nRT, em
que: P é a pressão do gás; V é o volume do gás; n é o número de
mols; R é a constante universal dos gases; e T é a temperatura.
Gases que ocupam o mesmo volume à mesma temperatura e
pressão possuem o mesmo número de moléculas de acordo
com a lei de Avogadro.

A primeira lei da termodinâmica, dada pela equação ΔU = Q –


T, envolve o conceito de trabalho e variação de energia interna.
O trabalho é positivo em uma expansão e negativo em uma
compressão. A variação de energia interna é positiva quando há
aumento de temperatura e negativa quando há diminuição de
temperatura.

Nas transformações isotérmicas, todo o calor é transformado


em trabalho, ou seja, ΔU =0. Em uma transformação adiabática,
não há troca de calor com o meio, ou seja, a variação de energia
interna depende exclusivamente do trabalho (ΔU= -T).

As máquinas térmicas operam em um ciclo que transforma


calor em trabalho mecânico. Elas obedecem a segunda lei
da termodinâmica, ou seja, nenhuma máquina térmica que
opere entre duas fontes de temperatura T1 e T2 pode ter maior
rendimento que uma máquina de Carnot operando entre essas
mesmas fontes.

046
unidade 3
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Na unidade seguinte, começaremos os estudos das ondas e dos


movimentos periódicos, o que nos possibilitará entender uma
variedade enorme de fenômenos do dia a dia.

HEWITT, Paul. Fundamentos de Física Conceitual. 11 ed. São Paulo:

Bookman, 2011.

ALVARENGA, Beatriz; MÁXIMO, Antônio. Curso de Física. v. 2. São Paulo:

Scipione, 2005.

Vídeos da monitoria virtual sobre termodinâmica.

047
unidade 3
Movimentos
periódicos
e o movimento
harmônico simples
Introdução

A unidade a seguir apresentará alguns dos movimentos periódicos


e suas características principais, como frequência, período e
amplitude. Estudaremos o que significam essas características
e como medi-las em situações de movimentos periódicos
oscilatórios. Quando falamos em movimentos periódicos, podemos
ter os exemplos das vibrações que tenham uma regularidade no
tempo ou das várias oscilações que acontecem no nosso dia a dia. • Movimentos
periódicos
Os movimentos oscilatórios são movimentos que têm oscilações
• Movimento
envolvidas, como, por exemplo, a propagação de uma onda no mar.
harmônico
simples
Estudaremos em detalhes um determinado movimento oscilatório • Aplicações
que tem a presença de uma força restauradora: o movimento do movimento
harmônico simples. Diferente de todos os movimentos estudados,
harmônico
simples
esse movimento possui características próprias que analisaremos
• Revisão
em detalhes. Utilizaremos como exemplo o sistema massa mola
para analisar o período, a frequência e as equações de posição,
velocidade e aceleração. Um exemplo prático utilizado nessa
unidade para explicitar o conteúdo será o do pêndulo simples. Este
realiza pequenas oscilações e, portanto, realiza um movimento
harmônico que será caracterizado em detalhes. Estudaremos o
pêndulo simples e suas aplicações como em um relógio de pêndulo,
instrumento que ainda persiste no nosso dia a dia.
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Movimentos periódicos
Na natureza existem vários movimentos oscilatórios, como as
ondas do mar, os galhos de árvores que balançam de um lado para
o outro, as pessoas balançando em gangorras, dentre outros. Esses
movimentos oscilatórios são considerados periódicos, quando
associado a eles há um período e se repetem indefinidamente.

O período é definido como o tempo que o objeto gasta para efetuar uma

oscilação completa. A letra T é utilizada para representá-lo no sistema

internacional de medidas.

O número de oscilações completas que o objeto efetua por unidade de

tempo é denominada frequência e é representada pela letra f.

O período é definido
Vejamos o exemplo acerca da aplicação da frequência. como o tempo
que o objeto gasta
para efetuar uma
oscilação completa.

Se um garoto balança em uma gangorra efetuando 1 oscilação a cada 5

segundos, o seu período é de 5s e sua frequência é de:

f= 1 oscilações/5s= 0,2 oscilações/s

A unidade oscilações por segundo é denominada Hertz, em homenagem

ao físico alemão Heinrich Hertz, que descobriu as ondas de rádio em seu

laboratório.

Portanto, se pensarmos no exemplo dado do menino, percebemos


que a frequência de balanço é igual a 0,2 Hz. Podemos dizer que a
frequência é o inverso do período e vice-versa: T= 1/f ou f = 1/T.

050
unidade 4
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Outra grandeza importante quando tratamos de movimentos periódicos é

a amplitude. Trata-se da distância entre a posição de equilíbrio e a posição

extrema ocupada por um objeto que oscila. Ela é representada pela letra A.

Movimento harmônico
simples Outra grandeza
importante
quando tratamos
Para caracterizar o movimento harmônico simples, vamos utilizar o de movimentos
sistema massa mola, como o representado na figura a seguir. periódicos é a
amplitude.
Esse sistema consiste em um bloco de massa m, apoiado em
uma superfície sem atrito, preso a uma mola. Inicialmente (figura
a), o bloco encontra-se na posição de equilíbrio sem comprimir
nem esticar a mola. A figura b mostra o bloco comprimido de A,
quando esse é abandonado e começa a oscilar em torno do ponto
O, chegando até a posição B (figura e). Como não existe atrito entre
o bloco e a superfície, esse sistema ficaria oscilando para sempre e
nada o faria parar.

051
unidade 4
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

FIGURA 28 - Movimento Harmônico Simples

Fonte: ALVARENGA, Beatriz; MÁXIMO, Antônio. Curso


de Física, v. 2. São Paulo: Scipione, 2005, p. 285.

Vamos estudar agora em detalhes esse movimento. Quando um


objeto executa um movimento de oscilação, como o exposto, indo e
voltando sobre uma mesma trajetória e tem a presença de uma força
F restauradora, dizemos que esse movimento é harmônico simples.

Aplicações do
movimento harmônico
simples
Uma aplicação do movimento harmônico simples é o sistema

052
unidade 4
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

massa mola, que será descrito em detalhes a seguir. Primeiramente,


vamos analisar qual o papel dessa força F, força elástica, que tem a
função de restaurar o movimento, ou seja, trazer o objeto de massa
m para o ponto de equilíbrio.

Essa é uma das características do movimento harmônico, a


presença de uma força restauradora que varia de acordo com a
elongação ou a compressão da mola, que é dada por F= Kx, em que
K é a constante elástica da mola e x a elongação/compressão da
mola.

A elongação de uma mola é a quantidade, em metros, que a mola estica e a Da segunda Lei de
Newton podemos
compressão, também dada em metros, é o tanto que a mola é comprimida
obter a aceleração
em relação a seu comprimento natural. da massa, já que
a força resultante
atuando sobre ela é
Da segunda Lei de Newton podemos obter a aceleração da massa,
a força elástica K.x.
já que a força resultante atuando sobre ela é a força elástica K.x.

Temos então:

F=m.a= K.x então a= Kx/m.

A aceleração também é proporcional a x e está sempre dirigida para


o ponto O como a força restauradora.

Podemos imaginar que um movimento circular uniforme, quando


projetado sobre o diâmetro de uma circunferência, executa um
movimento harmônico simples, como representado na figura a
seguir.

053
unidade 4
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

FIGURA 29 - Movimento circular uniforme

Fonte: Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/-bvkMLQQJ_


CA/UjL9TBom-GI/AAAAAAAAARk/7cOnIuPoqEI/s1600/mhs.
png>. Acesso em 03 jun. 2015.

A aceleração de uma projeção do movimento circular é dada por


ax= ω2x. Comparando essa aceleração com a obtida anteriormente,
teremos:

Kx/m= ω2x; ω2 = K/m, então ω = √m . K

Para obtermos o período desse movimento,


fazemos ω = 2 Π/ T; T = 2 Π/ ω, então T=

2 Π/ √m
k.

O período do sistema massa mola será dado pela equação

T= 2Π √ k . Essa equação tem a mesma forma da equação do período


m

de um pêndulo simples, que executa um movimento harmônico


para pequenas oscilações.

054
unidade 4
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Se quisermos saber a posição da massa em função do tempo, sua

velocidade e sua aceleração, vamos ter que utilizar as equações do

movimento.

A posição é dada por X= A cos θ= A cos ωt , já que a posição é


a projeção de um movimento circular uniforme. Na equação X= A
cos ωt, A é a amplitude do movimento. A velocidade e a aceleração
serão a primeira e a segunda derivada, respectivamente.

Teremos então:

X= A cos ωt ; v= dx/dt= A(-ωsen ωt); v = - ωAsen ωt

Se v = - ωAsen ωt, então a= dv/dt, temos dv/dt= -ωA. ω cos ωt= -


ω2 A cos ωt; a= - ω2 A cos ωt.
Os sistemas
conservativos são
Em relação às energias envolvidas no movimento do sistema sistemas que têm
massa mola, temos a energia potencial elástica e a energia cinética,
conservação de
energia mecânica.
em que uma transforma-se na outra, e vice-versa, por tratar-se de
um sistema conservativo. Os sistemas conservativos são sistemas
que têm conservação de energia mecânica.

Nas extremidades do movimento (figuras b e e) o objeto tem apenas


energia potencial elástica, já que a elongação e a compressão da
mola são máximas e a velocidade zero. No ponto O de equilíbrio
o objeto possui apenas energia cinética e, como a mola não está
comprimida nem elongada, não possui energia elástica. Nos outros
pontos o objeto possui as duas energias, sendo a energia mecânica
a soma das duas.

Nesse tópico estudamos o movimento harmônico simples de um


sistema massa mola e as equações horárias do movimento, que
são deduzidas a partir da comparação desse movimento com o
movimento circular. Essas equações permitem calcular a posição,
velocidade e aceleração do bloco em pontos variados.

055
unidade 4
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Relógio de Pêndulo

Este não é invento de Galilei, apesar dele ter estudado pêndulos. Este foi o

primeiro relógio que teve o propósito de medir o tempo com certa precisão.

Apesar de já existirem outros muito mais precisos, em muitos lugares ainda

se vê esses relógios, mas por motivos estéticos, na maioria das vezes.

O relógio de pêndulo é um instrumento para medir o tempo baseado na

regularidade de oscilação de um pêndulo. A imagem a seguir representa

como seria o esquema desse relógio, que pode ser modificado ou adaptado

mantendo os mesmos princípios físicos de funcionamento.

O relógio de pêndulo
é um instrumento
para medir o
tempo baseado
na regularidade de
oscilação de um
pêndulo.

Galileu Galilei estudou sobre pêndulos, mas o criador desse relógio não é

ele, como muitos pensam. Foi Christiaan Huygens, em 1656. A fabricação

começou em 1657, por obra de artesãos holandeses e teve rápida difusão.

Desde essa época, os relógios de pêndulo não mudaram muito. Esses

relógios foram os primeiros fabricados para ter alguma precisão. Quando

se vê um relógio de pêndulo pelo lado de fora, é possível perceber que tem

várias peças importantes. Existe a face do relógio, com os ponteiros e às

vezes até um visor com fases da Lua; há um ou mais pesos, e obviamente,

056
unidade 4
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

um pêndulo. Na maioria dos relógios de parede, o pêndulo balança uma vez

por segundo, mas em pequenos relógios cuco, o pêndulo pode balançar

duas vezes por segundo, e em grandes relógios, até uma vez a cada dois

segundos. Então como eles conseguem manter o tic-tac e medir o tempo

de forma precisa? A ideia por trás do peso é agir como o dispositivo que

armazena energia, que pode ser perdido pelo atrito mecânico e etc., para

que o relógio possa funcionar por períodos relativamente longos. Quando

você dá corda num relógio de peso, um peso é erguido. Isso fornece ao

peso "energia potencial gravitacional", fazendo com que o peso seja

puxado para baixo, fazendo com que os ponteiros girem. Marcando, assim,

as horas com certa precisão.

Fonte : Adaptado de RELÓGIO de Pêndulo. 01 jan. 2010. In: site “Só Ciências: o
universo do conhecimento.” Disponível em: <http://sohciencias.blogspot.com.
br/2010/01/relogio-de-pendulo_07.html>. Acesso em 03 jun. 2015.

Revisão
Vimos nessa unidade alguns conceitos relacionados aos
movimentos periódicos, bem como a aplicação de um desses
movimentos: o harmônico simples. Compreendemos que o
período no movimento periódico é o tempo gasto para realizar uma
oscilação completa e, no sistema internacional, a unidade de medida
do período é o segundo. Conceituamos também que a frequência é
o número de oscilações dadas em um tempo fixo, que a unidade
utilizada no sistema internacional é o Hertz e que amplitude, medida
em metros, é a distância entre a posição de equilíbrio, e a posição
extrema ocupada por um objeto que oscila.

Em um movimento harmônico simples (MHS) existe a presença de


uma força restauradora que tenta restaurar o movimento, isto é,
trazer o corpo para posição de equilíbrio.

Entendemos também que o sistema massa mola é um exemplo


de um sistema que executa um movimento harmônico simples,
em que a força restauradora, força elástica, é proporcional à

057
unidade 4
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

elongação/compressão da mola. A aceleração do sistema massa


mola também é proporcional à elongação/compressão da mola. Já
a posição e a velocidade variam proporcionalmente de acordo com
a função cosseno e seno, respectivamente.

SIMULAÇÃO de pêndulos. In: site “PHET INTERACTIVE SIMULATIONS”.

Disponível em: <https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/pendulum-

lab>. Acesso em 22 jun. 2015.

SIMULAÇÃO de Ressonância. In: site “PHET INTERACTIVE SIMULATIONS”.

Disponível em: <https://phet.colorado.edu/pt/simulation/resonance>.

Acesso em 22 jun. 2015.

Bassalo, José Maria Filardo; Carvalho Neto, Cassiano Zeferino de; Instituto

Galileo Galilei para a Educação (IGGE); Projeto Condigital MEC - MCT; Melo,

Maria Taís de. Ondas mecânicas - Movimento harmônico simples. In: site

“Banco Internacional de Objetos Educacionais”. Disponível em: <http://

objetoseducacionais2.mec.gov.br/handle/mec/11252>. Acesso em: 22

jun. 2015.

TIPLER, Paul; MOSCA, Gene. Física para Cientistas e Engenheiro. 6 ed. Rio

de Janeiro: LTC, 2008.

SEARS; ZEMANSKY. Física II e IV. Termodinâmica e ondas. 12 ed. São

Paulo: Pearson, 2008.

058
unidade 4
Ondas e
fenômenos
ondulatórios
Introdução

A Unidade 5 compreende as ondas e os fenômenos ondulatórios,


bem como a classificação das ondas e os fenômenos com que
elas estão diretamente envolvidas. Dessa forma, poderemos
distinguir os tipos de onda: transversal de longitudinal, sonora
de eletromagnética. Aprenderemos também a identificar, por
exemplo, o comprimento de onda e a usar a equação do movimento
ondulatório em situações diversas.

Após apresentarmos os conceitos básicos sobre as ondas, • Classificação


das ondas
analisaremos os quatro fenômenos ondulatórios: reflexão, refração,
• Equação do
difração e interferência. Além de caracterizar esses fenômenos,
movimento
apresentaremos algumas situações a que eles se aplicam, tais ondulatório
como: reflexão de ondas sonoras e refração de pulsos em cordas. • Reflexão e
Estudaremos a difração e as condições para que ela ocorra; refração
entenderemos como ocorre a interferência e aplicaremos esse • Difração
conhecimento às situações práticas.
• Interferência
• Ondas
Finalizaremos a unidade com a análise da formação de ondas estacionárias
estacionárias em cordas, o que já será uma introdução para a
• Revisão
unidade seguinte: a de ondas sonoras.

Nas seções a seguir, estudaremos as classificações das ondas,


os tipos de ondas e suas características. Aprenderemos sobre a
equação do movimento ondulatório e no final da seção explicaremos
os fenômenos ondulatórios, com exemplos do dia a dia.
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Classificação das ondas

As ondas têm várias classificações. Podem, por exemplo, ser classificadas

como longitudinais e transversais. As ondas longitudinais são aquelas

em que as partes que constituem o meio se movem para frente e para trás

na mesma direção que se propaga a onda.

A figura a seguir representa os sentidos de vibração que coincidem


com os sentidos de propagação, característica das ondas
longitudinais, como por exemplo o som.

FIGURA 30 - Os sentidos de vibração

Fonte: [Os sentidos da vibração].

As ondas transversais são aquelas em que o movimento do meio se


dá perpendicularmente à direção de propagação da onda. A figura a
seguir demonstra um pulso produzido em uma mola que se propaga
na horizontal enquanto os pontos vibram perpendicularmente, o
que é característica de uma onda transversal.

FIGURA 31 - Os sentidos de vibração

Fonte: [Onda transversal e o pulso].

061
unidade 5
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Outro tipo de classificação das ondas é diferenciá-las entre ondas


mecânicas e eletromagnéticas. As ondas mecânicas necessitam de
um meio de propagação, como por exemplo o som, que necessita
do ar para se propagar, ou como as ondas do mar, que necessitam
da água. As ondas eletromagnéticas não necessitam de um meio
de propagação, se propagam no vácuo, como a luz.

A seguir, após a classificação dos diferentes tipos de ondas,


veremos como podemos estudar o movimento ondulatório através
de uma equação.

Equação do movimento
ondulatório
Para descrevermos matematicamente as ondas, precisamos Outro tipo de
conhecer primeiramente algumas características fundamentais classificação das
delas, como o seu comprimento, o seu período e a sua frequência.
ondas é diferenciá-
las entre ondas
mecânicas e
eletromagnéticas.

Da mesma forma que estudamos no movimento harmônico, o período

no movimento ondulatório é o tempo gasto para a execução de uma

oscilação completa e a frequência é o número de oscilações realizadas em

um tempo fixo.

Se a onda se propagar com velocidade constante, chamaremos de λ

(comprimento de onda) a distância que a onda percorre durante uma

oscilação de período T.

Então, a equação ficará da seguinte forma:

d= v.t; λ = v.T e como T= 1/f temos que λ = v/f; v= λ.f

Na seção seguinte, aprenderemos sobre a propagação de ondas em


cordas.

062
unidade 5
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Ondas em uma corda


As ondas se propagam em cordas esticadas e sua velocidade
depende de dois fatores específicos: a tensão na corda e sua massa
por unidade de comprimento.

A massa por unidade de comprimento é chamada de densidade


linear e é definida como μ = m/L. Sendo assim, a velocidade de
propagação das ondas em cordas se relacionará com esses dois
parâmetros da seguinte forma:

v=√μ ; em que T é a tensão e μ a densidade linear da corda.


T

Uma corda menos


Dessa forma, uma corda mais esticada e mais fina permite que a onda se
tensionada e mais
propague mais rapidamente. Uma corda menos tensionada e mais grossa grossa permite que
permite que a onda se propague mais lentamente. a onda se propague
mais lentamente.

Nas seções seguintes estudaremos os fenômenos ondulatórios,


começando pela reflexão e refração.

Reflexão e refração
O fenômeno da reflexão pode ser exemplificado através da reflexão
de um pulso produzido em uma corda, como representado na figura
a seguir.

063
unidade 5
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

FIGURA 32 - O fenômeno da reflexão em extremidade fixa

Fonte: GOMES, 2010. Online.

Vamos entender a seguir como funciona o fenômeno de propagação


da reflexão.

O pulso é produzido na corda e encontra uma extremidade fixa; ao sofrer

reflexão, ele recebe uma inversão de fase voltando invertido. Se o pulso

encontrasse uma extremidade livre, como na figura a seguir, ele voltaria

sem sofrer inversão ao receber reflexão na extremidade.

FIGURA 33 - O fenômeno da reflexão em extremidade livre

Fonte: GOMES, 2010. Online.

A figura a seguir exemplifica a reflexão de uma onda em uma barreira. As

ondas de azul incidem no obstáculo e refletem (representadas de vermelho)

obedecendo o princípio da reflexão em que o ângulo de incidência é igual

ao ângulo de reflexão.

064
unidade 5
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

FIGURA 34 - Reflexão de ondas

Fonte: REFLEXÃO de ondas. In: BLOG


INFRAVERMELHO.
A refração é o
fenômeno em que
a onda muda de
meio de propagação,
modificando então a
sua velocidade.
A refração é o fenômeno em que a onda muda de meio de propagação,

modificando então a sua velocidade.

Se analisarmos um pulso produzido em uma corda fina ligada a


uma corda mais grossa, teremos um pulso refratado na corda mais
grossa e um pulso refletido na corda fina, como na figura a seguir.

O pulso refratado terá uma velocidade vB menor, já que estará em


um meio mais denso, e o pulso refletido terá a mesma velocidade vA
, já que estará no mesmo meio.

Repare que o pulso refletido sofre uma inversão de fase, já que a


corda mais grossa funciona como uma extremidade fixa para ele.

065
unidade 5
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

FIGURA 35 - Pulso refratado

Fonte: [Pulso refratado].

Outro exemplo de
refração pode ser a
Outro exemplo de refração pode ser a passagem de uma onda em um
passagem de uma
tanque de uma região mais funda para uma região mais rasa, em que terá onda em um tanque
mudança de velocidade. de uma região mais
funda para uma
região mais rasa, em
Vimos alguns exemplos de como se caracterizam os movimentos que terá mudança de
de reflexão e refração das ondas. Agora compreenderemos como velocidade.
se dão outros importantes movimentos ondulatórios: a difração e a
interferência.

Difração

A difração é uma propriedade em que a onda tem de contornar um

obstáculo modificando a sua forma, ou tem de passar por dois orifícios

(fenda), como no desenho abaixo.

066
unidade 5
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

FIGURA 36 - Difração da onda

Fonte: [Difração da onda]. Disponível em: <http://hudsonzanin.blogspot.com.


br/2012/07/interferencia-e-difracao-fisica.html>. Acesso em: 17 jun. 2015.

A onda ao passar pela fenda modifica a sua forma, mantendo o seu

comprimento, sua frequência e sua velocidade. Para sofrer esse fenômeno


A onda ao passar
da difração, a onda deve ter o comprimento da mesma ordem de grandeza pela fenda modifica
ou maior que o tamanho do orifício em que ela passará. Caso não tenha a sua forma,
mantendo o seu
o comprimento de onda da mesma ordem de grandeza ou maior que do
comprimento, sua
orifício, ela passará direto sem modificar a sua forma, como na figura à frequência e sua
esquerda. Na mesma figura à direita, a onda já atende as condições da velocidade.
difração e modifica a sua forma, contornando o obstáculo.

FIGURA 37 - Fenômeno da difração da onda

Fonte: MARQUES, In: Site “Brasil Escola”.

067
unidade 5
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Interferência
Ao observarmos a figura a seguir, podemos ver duas fontes de
ondas se propagando em um líquido, se sobrepondo e formando
uma imagem (figura 38).

FIGURA 38 - Ondas propagando em um líquido

Fonte: [Ondas propagando em um líquido].

Essa figura pode ser traduzida em um desenho esquemático como


o representado a seguir, em que podemos identificar regiões de
interferência construtiva, destrutiva e as linhas nodais.

FIGURA 39 - Regiões de interferências em ondas

Fonte: [Regiões de interferências em ondas].

068
unidade 5
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Nesse desenho, estão representados as cristas (parte alta da


onda) por linhas cheias e os vales (parte baixa da onda) por linhas
pontilhadas.

O ponto A é o encontro de uma crista com um vale, portanto


é considerado uma interferência destrutiva. Os pontos B e C
são encontros de duas cristas, portanto são interferências
construtivas. O ponto D é encontro de dois vales e, portanto,
interferência destrutiva. As linhas pretas são as linhas nodais, que
passam por pontos de interferências destrutivas. Isso significa que
se colocássemos um objeto nesse ponto ele ficaria em repouso.

Na seção seguinte, estudaremos o padrão de formação de ondas


estacionárias em cordas.

Ondas estacionárias O ponto A é o


encontro de uma
crista com um
vale, portanto
As cordas esticadas de um violão emitem som ao vibrar, isso
é considerado
ocorre porque a corda ao vibrar provoca compressões e rarefações uma interferência
no ar em torno dela. O som, sendo uma onda mecânica, propaga- destrutiva.
se na corda e no ar atingindo nossa orelha e produzindo sons. A
frequência de vibração do som que chega à nossa orelha é a mesma
que vibrou a corda, já que não houve mudança de frequência e sim
de velocidade ao passar da corda do violão para o ar.

Para determinarmos a frequência dessa onda, vamos analisar os


modos de vibração dessa corda. Ao observarmos a figura a seguir,
temos os modos de vibração estacionários da corda, já que a
vibração fica confinada entre dois nós (extremidades).

069
unidade 5
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

FIGURA 40 - Modos de vibração da corda

Fonte: [Modelos de vibração da corda].

O primeiro modo de vibração estacionário (primeiro harmônico)


é o que possui o maior comprimento de onda λ= 2L e,
consequentemente, a menor frequência, já que a velocidade de
propagação na corda é a mesma nos quatro modos de vibração.

Se utilizarmos a equação do movimento ondulatório v= λ.f, teremos


v= 2L.f1 e chegaremos à primeira frequência de vibração f1= v/2L.

Substituindo v por v= √μ T
teremos f1= 1/2L . √μ .T

Ao fazermos o mesmo com os outros modos de vibração, teremos


as frequências f2, f3 e f4, que serão respectivamente:

f2= 1/ √μT

f3= 3/2L √μ T

f4= 2/L √μ T

Nesta unidade, estudamos todos os fenômenos relativos às ondas

070
unidade 5
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

e sobre os tipos de ondas existentes no nosso dia a dia. Na próxima


unidade, estudaremos especificamente o som, que é uma onda
sonora.

INTERFERÊNCIAS DE CELULARES EM ALTO-FALANTES

O fenômeno acontece com certa frequência. Basta deixa o celular sobre

a mesa do computador para que, de uma hora para outra, se escute

um barulhinho que soa como “tic tic tic bzzzzzzzzzz”. Pensando bem,

esqueça essa tentativa vergonhosa de transcrever o som da interferência

provocada pelo celular. E ela não está restrita aos desktops. O efeito

também pode acontecer em televisores, rádios de carro e fones de ouvido,

chegando até mesmo a trazer um pouco de irritação para quem o escuta,

já que, normalmente, os “barulhos alienígenas” não estão de acordo com o

controle de volume do equipamento que o captou, soando muito mais alto.

Mas afinal, por que isso acontece?

As causas da interferência

Celulares e smartphones causam esse tipo de interferência quando estão

posicionados próximos a caixas de som ou outros dispositivos capazes de

ressoar rádio frequência (RF). Normalmente, esses dispositivos possuem

uma construção ruim, com mecanismos isolantes de baixa qualidade e

incapazes de bloquear totalmente as ondas de rádio.

Sendo assim, as caixinhas acabam funcionando como uma espécie de

antena e captando os sinais do telefone, mesmo que não sejam capazes

de modular ou traduzir esse sinal para algo inteligível. E apesar de a

interferência diminuir de acordo com a qualidade dos speakers ou dos

eletrônicos, esse fenômeno também pode ser influenciado pela frequência

específica ou potência que o celular em questão usa.

071
unidade 5
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Outro fator que colabora para o aparecimento daqueles barulhinhos é

a qualidade da interface que existe entre a rede de celulares e o telefone

dos clientes, ou seja, por quanto tempo e quantas vezes por dia as torres

de celulares precisam entrar em contato com os aparelhos para manter o

sistema funcionando. Como é de se esperar, quanto mais sinais trocados,

mais sinais captados ao acaso. Além disso, as condições climáticas


A umidade do ar,
podem influenciar a situação. A umidade do ar, por exemplo, pode se
por exemplo, pode
se acumular dentro acumular dentro dos telefones, umedecendo os alto-falantes e reduzindo
dos telefones, as interferências causadas por celulares. Porém, o fenômeno tem mais
umedecendo os chance de acontecer nos dias em que o ar está carregado de eletricidade,
alto-falantes e
como quando uma tempestade de raios está se formando. Em entrevista
reduzindo as
interferências para o site CIO.com, o pesquisador Duncan Bradley comentou que a
causadas por interferência causada por celulares é um problema inerente da tecnologia e
celulares.
que a indústria nunca será capaz de eliminá-la completamente. Em outras

palavras, os fabricantes de celulares não consideram esse “problema” tão

importante a ponto de gastar tempo e dinheiro para resolvê-lo.

Mesmo assim, empresas como a Research in Motion (RIM) — companhia

responsável pelos aparelhos BlackBerry —, Polycom e outras têm se unido

na tentativa de criar um padrão para a indústria que ajude os fabricantes

de dispositivos a implementar melhores técnicas de isolamento em seus

produtos.

Como evitar a interferência provocada por celulares

Mesmo sabendo que essa interferência é natural e inofensiva, há algumas

formas de combatê-la. São pelo menos quatro medidas que você pode

reproduzir facilmente em casa ou no escritório. Portanto, vamos a elas.

072
unidade 5
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

1. Núcleos de ferrite

Núcleos de ferrite (esquerda) atuam como filtros em cabos USB (direita)

(Fonte da imagem: Mac Life)

Já percebeu que alguns cabos USB possuem uma parte mais grossa em

uma das extremidades? Pois aquele “tubo” possui, em seu interior, um

núcleo toroidal de ferrite, componente utilizado como filtro para diminuir o

barulho provocado por frequências altas em dispositivos eletrônicos.

De acordo com a revista Mac Life, esse componente pode ser usado para
De acordo com a
revista Mac Life, anular as interferências provocadas pelo celular. Para isso, basta passar o
esse componente cabo de força ou de áudio dos speakers por dentro desse anel de ferrite.
pode ser usado Caso isso não seja possível, você também pode prendê-lo aos cabos com
para anular as
o uso de fita isolante, o mais perto possível dos alto-falantes. Os núcleos
interferências
provocadas pelo toroidais podem ser encontrados em lojas de componentes eletrônicos
celular. e não custam caro. Porém, certifique-se de estar comprando um núcleo

de ferrite, já que o mesmo componente também pode ser fabricado com

pó de ferro. Caso você não encontre, também existe a possibilidade de

desmontar um cabo USB.

A equipe do Tecmundo tentou efetuar testes envolvendo esse método,

mas o resultado foi inconclusivo. Muitas vezes tivemos a impressão de

que a interferência diminuía, mas ao longo do experimento também vimos

o efeito acontecer mesmo com o núcleo de ferrite. De qualquer forma, vale

a pena testar. Se der certo, não se esqueça de nos avisar nos comentários!

2. Sacola antiestática

O pessoal do Metacafe também publicou uma dica barata e ainda mais

fácil de ser realizada. Para evitar que o sinal do celular interfira em seus

speakers, posicione o telefone em cima de uma sacola antiestática, aquele

saco plástico de aparência prateada usado para embalar HDs, placas de

073
unidade 5
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

vídeo e outros componentes de computadores.

No vídeo acima, é possível perceber que o simples fato de posicionar o

telefone sobre o plástico já faz com que a interferência diminua. Se não

resolver, você também pode tentar embalar completamente o telefone. E

não se preocupe: ele continuará a receber ligações e a sincronizar com o

seu PC, mesmo que esteja ensacado pelo material.

A única desvantagem desse método é o fato de que ele é um pouco

esquisito e obriga você a ter que retirar o aparelho da sacola e colocá-lo

novamente sempre que precisar usá-lo.

3. Modo avião

A única
desvantagem desse
método é o fato
de que ele é um
pouco esquisito e
obriga você a ter que
retirar o aparelho da
sacola e colocá-lo
novamente sempre
que precisar usá-lo.

Outra forma de evitar que o barulho terrível aconteça é usar o modo

de voo do celular, já que ele corta todos os sinais emitidos e recebidos

pelo aparelho. A desvantagem é clara: nada de receber chamadas ou

mensagens enquanto esse modo estiver habilitado.

4. Afaste o aparelho do speaker

074
unidade 5
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Esta é, sem dúvida, a solução mais prática e barata que você pode ter. Se

as chances de acontecer uma interferência aumentam de acordo com a

proximidade do celular em relação às caixinhas de som ou à televisão, a

solução é simples: mantenha-os longe um do outro. No caso de telefones

que precisam estar conectados ao computador, talvez seja uma boa

investir em um cabo extensor e, assim, resolver o problema.

Fonte: ARRUDA, Felipe. Interferências de celulares em alto-falantes. 11 jan. 2012.


In: Site “Tecmundo”. Disponível em: <http://www.tecmundo.com.br/celular/17705-
interferencias-de-celulares-em-alto-falantes.htm>. Acesso em: 16 jun. 2015.

Revisão
Estudamos nesta unidade que as ondas podem ser classificadas
como transversais e longitudinais. O que diferencia uma onda
transversal de uma longitudinal é a direção de vibração do meio de
propagação, que no caso da transversal vibra perpendicularmente à
direção de propagação da onda. Podem ser classificadas também
como eletromagnéticas e mecânicas. As ondas eletromagnéticas
não necessitam de um meio de propagação, podendo se propagar
até mesmo no vácuo. A equação do movimento ondulatório é
v = λ.f, em que λ é o comprimento de onda, v a velocidade e f a
frequência.

As ondas sofrem reflexão e refração. Na reflexão não modificam


sua velocidade de propagação, pois não mudam de meio; já na
refração há modificação na velocidade de propagação. A difração
é o fenômeno em que a onda contorna o obstáculo ou passa por
uma fenda. No entanto, para a onda passar por uma fenda e sofrer
a difração, ela deve possuir um comprimento de onda maior ou da
mesma ordem de grandeza do orifício.

A interferência construtiva é o encontro de duas cristas e a


interferência destrutiva o encontro de uma crista e um vale.

Fechamos a unidade com a caracterização das ondas estacionárias,

075
unidade 5
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

que são formadas entre dois nós de uma corda; e compreendemos


que quanto maior o comprimento de onda menor a sua frequência,
e que a menor frequência de vibração é a da do primeiro harmônico
quando λ = 2L.

CINGULAR GSM Speaker Interference. Postado por srdth456245dsrg.

(11 seg.): son. color. Port. Disponível em: <https://www.youtube.com/

watch?v=h1mlponX_jw>. Acesso em: 16 jun. 2015.

HEWITT, Paul. Fundamentos de Física Conceitual, 11 ed. São Paulo:

Bookman, 2011.

ALVARENGA, Beatriz; MÁXIMO, Antônio. Curso de Física. v. 2. São Paulo:

Editora Scipione, 2005.

076
unidade 5
Ondas sonoras
Introdução

A unidade a seguir trata das ondas sonoras, bem como das suas
características físicas e as que podem diferenciá-la dos outros tipos
de onda. Entenderemos por que o som não se propaga no vácuo
e qual é a importância da presença de um meio físico para a sua
propagação.

Analisaremos como o som modifica a velocidade da onda sonora


em diferentes meios de propagação, por exemplo, em um trilho de
ferro, no ar e na água. Veremos como o som se propaga; quando ele
não se propaga; quais são as características da onda sonora; o que
é timbre, altura, intensidade. Essas serão algumas das perguntas
respondidas nesta unidade. Além disso, aprenderemos a identificar
• Características
as características físicas do som e as diferenciar do senso comum da onda sonora
(nessa parte, entraremos um pouco do mundo da música). • Intensidade,
altura e timbre
Aprenderemos também sobre o efeito Doppler, um fenômeno • Efeito Doppler
ondulatório que acontece com o som quando as fontes sonoras se • Revisão
movimentam. Veremos exemplos cotidianos relacionados com o
som e suas variações de frequência (efeito Doppler).
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Características da
onda sonora
A onda sonora se forma a partir das vibrações do meio, por
exemplo, das compressões e rarefações do ar. Essas vibrações
podem ser de objetos e matérias, como a membrana de um
tambor (FIGURA 41), uma vara de bambu, cordas de um
instrumento musical. O som é percebido pelos nossos ouvidos
quando penetra nas nossas orelhas.

FIGURA 41 - O tambor

A onda sonora se
forma a partir das
vibrações do meio,
por exemplo, das
compressões e
rarefações do ar.

Fonte: [Tambor].

O som é, portanto, uma onda mecânica, pois depende de um meio de

propagação. Além disso, a onda sonora é uma onda longitudinal, cuja

frequência para ser audível deve estar compreendida entre 20 Hz e

20000 Hz.

As ondas sonoras que têm frequência inferior a 20 Hz são chamadas


de infrassom; as que têm frequência superiores a 20000 Hz são
denominadas ultrassom.

079
unidade 6
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Cachorros são capazes de escutar ondas de ultrassom. Morcegos são

capazes de emitir ultrassons, cuja frequência chega a 120000Hz – esse

é o motivo pelo qual, mesmo no escuro, não colidem com obstáculos.

Os morcegos emitem ultrassons e captam sua reflexão, podendo assim

detectar a presença de obstáculos, pessoas, insetos.

Intensidade, altura
e timbre

A intensidade de uma onda sonora está relacionada à taxa média de


A intensidade de
energia transportada pela onda, por unidade de área. Quando damos uma onda sonora
um grito bem forte, estamos produzindo um som de grande intensidade; está relacionada
à taxa média de
quando damos um grito fraco, produzimos um som de baixa intensidade.
energia transportada
Sons de grande intensidade podem ser prejudiciais para os nossos pela onda, por
ouvidos, conforme verificaremos a seguir. Existe uma escala do nível de unidade de área.
intensidade sonora de diversas fontes, dada em decibéis, que é definida a

partir da seguinte equação:

I
β = (10 dB) log I0

Em que:

I0 = intensidade de referência, escolhida com o valor de 10-12 W2


m

A tabela a seguir apresenta o nível de intensidade sonora em


decibéis e o nível de conforto dos nossos ouvidos. É importante
observar que valores muito altos, na escala decibel, são prejudiciais
aos nossos ouvidos.

080
unidade 6
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

TABELA 4 - Nível de ruídos em decibéis

Fonte: NÍVEIS de ruído em Decibels. In: Site “Matemática, Física, Ciências e afins.

081
unidade 6
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Não podemos confundir o conceito de um som intenso com um som

alto, que fisicamente significa um som agudo. Também não podemos

confundir o conceito de um som fraco com um som baixo, uma vez

que baixo fisicamente significa um som grave. A altura de um som está

relacionada com a sua frequência. Sons altos são sons de alta frequência

e sons baixos são sons de baixa frequência. Se resumirmos bem as notas

musicais (dó, ré, mi, fá, sol, lá, si e dó) encontraremos uma ordem crescente

de frequência.

A outra característica da onda sonora é o timbre, que diferencia


a voz de uma pessoa e de outra e está relacionado à forma da
onda. Os instrumentos musicais podem ser diferenciados pelo
timbre, por exemplo, quando escutamos a mesma nota musical
(mesma frequência) tocada por um piano e por um violão. Podemos
diferenciar um instrumento do outro pelo timbre do instrumento. A
imagem a seguir representa a forma da onda de vários instrumentos
musicais. Observe que cada onda é diferente da outra porque cada
instrumento possui um timbre diferente.

FIGURA 42 - Timbres de instrumentos

Fonte: [Timbres de Instrumentos].

082
unidade 6
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Na seção seguinte, aprenderemos sobre a variação de uma das


características do som: a frequência. Estudaremos então o efeito
Doppler com o som.

Efeito Doppler

Efeito Doppler é um fenômeno observado nas ondas quando são emitidas

ou refletidas por um objeto que está em movimento em relação a um

observador.

Efeito Doppler é um
No caso das ondas sonoras, se a fonte estiver se movimentando,
fenômeno observado
por exemplo, uma ambulância com sua sirene ligada, a frequência nas ondas quando
recebida por uma pessoa parada, quando a ambulância estiver se são emitidas ou
refletidas por um
aproximando ou afastando, é diferente da frequência emitida pela
objeto que está
ambulância. Quando a ambulância está aproximando da pessoa, em movimento
o número de cristas que chega até o ouvido dela é maior do que em relação a um
se a ambulância estivesse parada. Então a pessoa escuta um som
observador.
com uma frequência maior, mais agudo. Se a ambulância estiver se

afastando, chegará ao ouvido da pessoa um menor número de cristas

num intervalo de tempo. Então ela escutará um som de frequência

menor, mais grave. Observe esse fenômeno na figura a seguir.

FIGURA 43 - Efeito Doppler

Fonte: [Efeito Dopler].

083
unidade 6
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

A equação que permite calcular a frequência aparente do efeito


Doppler é:

v + v0
f 0= f f
v + vf

Em que :

• fo= frequência que o observador recebe


• ff = frequência emitida pela fonte

• V = velocidade da onda no meio


• Vo = velocidade do observador em relação ao meio
(positiva ao se aproximar da fonte, negativa ao se
afastar)

• Vf = velocidade da fonte em relação ao meio (positiva ao


se afastar, negativa ao se aproximar do observador).

Vimos nesta unidade, como é o processo de propagação das


ondas sonoras e como a variação de frequência do som pode ser
observada, por exemplo, no movimento de uma ambulância quando
esta se aproxima e se afasta do observador. Analisamos também
o efeito Doppler, um fenômeno ondulatório que é usualmente
aplicado, por exemplo, em exames do sistema circulatório, em
radares, em meios de localização de morcegos e golfinhos.

O TIMBRE

É possível modificar o timbre de voz de uma pessoa? Isso pode ser útil,

por exemplo, para um cantor ou profissional da voz que, por algum motivo,

deseja modificar a forma da onda produzida pelo seu aparelho fonador.

Para responder a essa pergunta, devemos descobrir quem é responsável

por produzir o nosso timbre de voz.

Timbre é o resultado dos fenômenos acústicos que se localizam nas cavidades

084
unidade 6
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

supra-laríngeas. É modificando o volume e a tonicidade dessas cavidades,

bem como a dos lábios e das bochechas, que o som fundamental, emitido

pela laringe, vai ser enriquecido ou empobrecido voluntariamente, conforme a

ordem, o número e a intensidade dos harmônicos que o acompanham e que

são filtrados nessas cavidades, conforme a altura tonal e a vogal.

A riqueza do timbre está no uso dos ressonadores, da pressão subglótica,

da posição mais ou menos alta da laringe, do fechamento glótico e da

qualidade das mucosas, condições que são essenciais à qualidade do

timbre, assim como da morfologia. Essas diferentes formas acústicas são

realizadas por mecanismos extremamente delicados, por todo um conjunto

de movimentos musculares e pela maior ou menor tonicidade. Mas o timbre

pode ser transformado com a utilização de certos métodos, enquanto é

a realização do mecanismo fisiológico da voz que permitirá desenvolver

e apreciar o timbre natural do cantor, que pode variar voluntariamente as

qualidades integrantes da voz.

Fonte: O TIMBRE. In: Site “Studio Mel”. Disponível em: <http://www.studiomel.


com/4.html>. Acesso em: 17 jun. 2015.

Revisão
A onda sonora é uma onda longitudinal e depende de um meio de
propagação. O som é formado pelas compressões e rarefações que
provocamos quando perturbamos o meio. Além de ser uma onda
mecânica, o som também é uma onda longitudinal.

A intensidade do som está relacionada à energia que a onda carrega,


e a escala de intensidade é medida em decibéis. A altura de um
som está relacionada à frequência, sons altos têm alta frequência
(agudos) e sons baixos, baixa frequência (graves). O timbre está
relacionado à forma da onda.

O efeito Doppler com o som é a variação da frequência, que ocorre


quando há movimentação do observador, da fonte ou dos dois. A
equação que determina a frequência aparente do efeito Doppler é:

085
unidade 6
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

v + v0
f 0= f f
v + vf

Em que :

• fo= frequência que o observador recebe


• ff = frequência emitida pela fonte

• V = velocidade da onda no meio


• Vo = velocidade do observador em relação ao meio
(positiva ao se aproximar da fonte, negativa ao se
afastar)

• Vf = velocidade da fonte em relação ao meio (positiva ao


se afastar, negativa ao se aproximar do observador).

A unidade explica várias características do som e do efeito Doppler.


Dessa forma, podemos conhecer mais da Física existente por trás
da onda sonora.

http://www.mundoeducacao.com/fisica/ondas-sonoras.htm - Site Mundo

Educação: informações sobre as ondas sonoras

http://parquedaciencia.blogspot.com.br/2013/08/sons-e-o-efeito-doppler.

html - Site Ciência e Diversão - Mais sobre o efeito doppler

http://posgrad.fae.ufmg.br/posgrad/viienpec/pdfs/1297.pdf Artigo sobre

o som e o corpo humano

086
unidade 6
Espelhos e lentes
Introdução

Iniciaremos a nossa unidade analisando a propagação da luz e


todas as características do princípio de reflexão. Após estudar as
características de propagação da luz, entenderemos como são
formadas as imagens nos espelhos.

Apresentaremos também os tipos de espelhos: os planos e os


esféricos. Os espelhos planos estão presentes no nosso dia a dia,
nos retrovisores dos carros, nos quartos e banheiros e são usados
também como elemento decorativo. Já os espelhos esféricos são
de dois tipos: côncavos e convexos. Os espelhos esféricos estão
presentes nos espelhos de banheiros, nos shoppings e nas superfícies
espelhadas das colheres. Veremos também sobre as imagens
formadas nesses espelhos e as suas aplicações. Os espelhos
• Reflexão da luz
côncavos e convexos são usados em sistemas de segurança, em
• Espelhos planos
aparelhos eletrônicos de microscopia e em outros locais.
• Espelhos
esféricos
Após apresentarmos o processo de reflexão da luz, passaremos
• Espelho
para outro fenômeno que é o da refração da luz. Nesse fenômeno, convexo
a luz muda de meio ao se propagar e sofre modificações na sua
• Refração da luz
velocidade. A partir dessa modificação da velocidade, a luz forma
• Lentes
imagens quando os raios de luz se propagam nas lentes.
• Revisão

Veremos ainda os tipos de lentes chamadas de convergentes e divergentes


que serão estudadas em detalhes ao longo da unidade. Estudaremos
também as lupas, as lentes dos óculos e outros tipos de lentes.

Começaremos os nossos estudos pela reflexão da luz, que nos


permitirá aprender sobre as imagens formadas nos espelhos. A luz
sofre reflexão no espelho e obedece alguns princípios físicos, que
serão estudados a seguir. Vejamos!
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Reflexão da luz

A luz é uma onda eletromagnética que se propaga de forma retilínea (em

linha reta). Utilizando essa propriedade de propagação da luz em linha

reta, podemos determinar o tamanho e a posição da sombra de um objeto.

Na figura a seguir, podemos verificar a sombra de um objeto e a sombra

projetada do mesmo objeto em um anteparo. Observe que para a formação

da sombra utilizamos o princípio de propagação da luz em linha reta.

FIGURA 44 - Formação de sombra

A luz é uma onda


eletromagnética que
se propaga de
forma retilínea
(em linha reta).

Fonte: http://osfundamentosdafisica.blogspot.com.
br/2014/08/cursos-do-blog-termologia-optica-e-
ondas.html

Outra propriedade dos raios de luz é a independência que eles têm


entre si. Após os feixes de luz se cruzarem, eles seguem o seu
caminho como se não tivessem se cruzado. As duas lanternas da
figura a seguir emitem feixes de luz que se cruzam em um ponto,
mas continuam a se propagar seguindo o mesmo caminho.

089
unidade 7
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

FIGURA 45 - Princípio da independência dos raios luminosos

Fonte: http://fisicaevestibular.com.br/optica1.htm

A luz tem também a propriedade de se propagar em linha reta com


velocidade de 3,0.108 m/s no vácuo. O princípio de reflexão da luz
tem dois princípios:

• O raio incidente e o raio refletido estão situados em um


O raio incidente e o
mesmo plano; raio refletido estão
situados em um
• O ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão (esse mesmo plano.
ângulo é medido em relação à reta normal e à superfície).

A figura a seguir mostra os dois princípios da reflexão. Os raios


contidos no mesmo plano e o ângulo de incidência igual ao de
reflexão.

FIGURA 46 - Princípios da reflexão


normal

1̂ r̂
raio incidente
raio refletido

Fonte: http://www.mundoeducacao.com/upload/conteudo/Raio%20incidente%20
e%20raio%20refletido.jpg

090
unidade 7
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Após estudar os princípios de reflexão da luz, vamos à formação


de imagens nos espelhos. Veremos a seguir os tipos de espelhos:
planos e esféricos e suas particularidades.

Espelhos planos

Um espelho plano é uma superfície lisa que reflete especularmente a

luz. Se colocarmos um objeto extenso na frente de um espelho plano, a

imagem aparecerá atrás do espelho e será formada pelo prolongamento

dos raios refletidos pela superfície do espelho.

A figura a seguir representa a situação da formação de imagem de um


Um espelho plano
espelho plano. O objeto A se encontra na frente do espelho, o raio de luz
é uma superfície
que “parte” de A incide no espelho e obedece a lei da reflexão, de que o lisa que reflete
raio incidente e o refletido têm o mesmo ângulo de incidência e reflexão especularmente
a luz.
com a normal. O mesmo acontece com o raio B. A imagem é formada pelo

prolongamento dos raios A e B (linhas pontilhadas).

FIGURA 47 - Formação de imagens com espelhos planos

A’
A

B
B’

Fonte: http://www.if.ufrgs.br/tex/fis01043/20022/Rod_Oliveira/textos/optica.htm

A imagem é simétrica ao espelho e tem o mesmo tamanho. Como


é formada pelo prolongamento dos raios refletidos, é considerada
virtual.

091
unidade 7
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Outra coisa interessante a respeito dos espelhos é que a imagem de um

objeto não se superpõe ao objeto. O espelho troca a direita pela esquerda

e vice-versa. Diz-se em linguagem científica que o objeto e sua imagem

são figuras enantiomorfas (formas opostas).
Para entendermos a troca

da esquerda pela direita, veja o que acontece quando você coloca uma

palavra na frente de um espelho. Veja a imagem dessa palavra. Ela está

invertida, transformando-se em alguns casos, em algo não identificável

(como na figura a seguir).

FIGURA 48 - Imagem refletida no espelho plano

Fonte: http://www.iped.com.br/sie/uploads/8391.jpg

Na próxima seção vamos continuar a estudar os espelhos, mas


agora, as imagens formadas nos espelhos esféricos.

Espelhos esféricos

Os espelhos esféricos são de dois tipos: côncavos e convexos. O espelho

esférico é uma superfície que reflete a luz especularmente. Se a reflexão

ocorre na parte interna do espelho dizemos que ele é côncavo, e se

acontece na parte externa dizemos que ele é convexo. Alguns elementos

são importantes nos espelhos esféricos, como:

092
unidade 7
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

• O ponto V (centro da superfície refletora);

• O ponto C (centro de curvatura do espelho);

• O raio R do espelho;

• A distância focal do espelho (f).

Na figura a seguir, temos representados os pontos principais de


um espelho côncavo; o único que não se encontra representado é o
foco do espelho, que será mostrado em seguida.

FIGURA 49 - Calota esférica

O foco do espelho
é o local em que
os raios incidentes
convergem em um
espelho côncavo.

Fonte: http://www.alunosonline.com.br/upload/conteudo/images/calota-
esferica.jpg

Vamos aprender agora como traçamos imagens nos espelhos


côncavos e convexos utilizando os princípios da reflexão. Para isso,
vamos entender um pouco sobre o foco do espelho, o que ele é e
onde está localizado.

O foco do espelho é o local em que os raios incidentes convergem em um

espelho côncavo. Na figura a seguir podemos verificar que todos os raios

paralelos ao espelho, ao sofrerem reflexão, passam pelo foco.

093
unidade 7
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

FIGURA 50 - Foco em um espelho esférico côncavo

Fonte: http://www.mundoeducacao.com/fisica/foco-um-
espelho-esferico.htm

No caso do espelho convexo, os raios que incidirem paralelamente


ao espelho divergem após a reflexão. Se prolongarmos esses raios
divergentes poderemos verificar que eles passam pelo foco, como
na figura a seguir.

No caso do espelho
FIGURA 51 - Foco em um espelho esférico convexo convexo, os raios
que incidirem
paralelamente ao
espelho divergem
após a reflexão.

Fonte: http://www.mundoeducacao.com/fisica/foco-um-
espelho-esferico.htm

O foco de um espelho esférico corresponde à metade do centro de

curvatura, ou seja, C=2f.

Os raios principais que são usados para formar imagens de um


objeto extenso em um espelho são:

094
unidade 7
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

• O raio luminoso que incide paralelamente ao espelho


esférico se reflete passando pelo foco, no caso do espelho
côncavo. No caso do espelho convexo, um raio que incide
paralelamente ao espelho se reflete de tal modo que o
prolongamento do raio passa pelo foco.

FIGURA 52 - Espelho côncavo

Fonte: http://www2.fc.unesp.br/experimentosdefisica/opt08.htm
O raio luminoso que
incide paralelamente
Espelho convexo ao espelho esférico
se reflete passando
pelo foco, no caso do
FIGURA 53 - Espelho convexo espelho côncavo.

Fonte: http://www.colegioweb.com.br/reflexao-da-luz-espelhos-esfericos/
espelho-convexo.html

• Um raio luminoso que incide em um espelho côncavo


passando pelo foco se reflete paralelamente ao espelho. No
caso do espelho convexo, um raio que incide paralelamente
de tal maneira que sua direção passa pelo foco e se reflete
paralelamente ao eixo do espelho.

095
unidade 7
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

FIGURA 54 - Foco espelhos côncavo e convexo

Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=26690

• Um raio luminoso que incide passando pelo centro de


curvatura do espelho côncavo reflete sobre si mesmo. No
caso do espelho convexo, um raio luminoso que incide no
espelho de tal maneira que sua direção passa pelo centro
de curvatura do espelho, refletindo sobre si mesmo.

FIGURA 55 - Propriedades dos raios luminosos

Fonte: http://www.if.ufrgs.br/tex/fis01043/20022/Rod_Oliveira/textos/optica.htm

096
unidade 7
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Com todos esses raios, podemos formar todas as imagens em espelhos

esféricos. Para exemplificar, analisaremos duas imagens formadas nos

espelhos côncavos e uma formada no convexo.

Colocaremos um objeto na frente do espelho côncavo, além do seu centro

de curvatura. A imagem formada será invertida, menor e real, já que é

formada pelos raios refletidos.

FIGURA 56 - Objeto além do centro de curvatura

A imagem formada
será invertida, menor
e real, já que é
formada pelos raios
refletidos.

Fonte: http://www.geocities.ws/saladefisica8/optica/
construcao.html

Se colocarmos o objeto entre o foco e o espelho (vértice), teremos a

seguinte formação de imagem:

FIGURA 57 - Objeto entre o foco e o espelho

Fonte: http://www.geocities.ws/saladefisica8/optica/
construcao.html

097
unidade 7
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

A imagem formada no espelho côncavo será direta, maior que o objeto

e virtual, já que é formada pelo prolongamento do raio refletido. Já no

espelho convexo, teremos uma imagem direta, sempre virtual e menor que

o objeto, como mostra a figura a seguir.

FIGURA 58 - Objeto diante de um espelho convexo

Os espelhos
Fonte…http://www.geocities.ws/saladefisica8/optica/construcao.html côncavos podem
formar imagens reais
e virtuais de objetos,
Os espelhos côncavos podem formar imagens reais e virtuais de no entanto o espelho
convexo só forma
objetos, no entanto o espelho convexo só forma imagens virtuais.
imagens virtuais.
A equação a seguir fornece a relação matemática entre o foco (f),
a distância do objeto ao espelho (do) e a distância da imagem ao
espelho (di).

1= 1+ 1
f do di

Para utilizarmos essa equação, devemos usar:

• f > 0 para espelho côncavo e f<0 para espelho convexo;

• di negativo para espelho convexo e positivo para espelho


côncavo;

• a razão entre o tamanho da imagem e o tamanho do objeto


mantém a mesma proporção entre do .
di

Estudamos nesta unidade a reflexão do raio de luz quando ele

098
unidade 7
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

sofre reflexão na superfície dos espelhos. No próximo tópico,


estudaremos quando o raio de luz muda de meio e o que acontece
nesse fenômeno.

Refração da luz
Um dos fenômenos que a luz sofre é a refração, que ocorre quando
ela passa de um meio para outro. Nessa passagem, a luz tem um
desvio na direção de propagação quando incide obliquamente na
superfície. A refração tem duas leis principais que são:

• A primeira lei diz que o raio incidente, o raio refratado e a


normal pertencem a um mesmo plano. Para compreender
essa lei, vamos analisar a figura a seguir.

Nela está representado o raio incidente que está no meio 1 após


A primeira lei diz
passar para o meio 2. Podemos verificar que esse raio muda a sua
que o raio incidente,
direção de propagação, mas continua no mesmo plano do raio o raio refratado e a
incidente. A normal é a reta pontilhada que determina o ângulo de normal pertencem a
um mesmo plano.
incidência do raio incidente e o ângulo de refração. Todos os três,
raio incidente, raio refratado e normal, se encontram no mesmo
plano.

FIGURA 59 - Leis da refração da luz

Fonte: http://wikiciencias.casadasciencias.org/wiki/
index.php/Leis_da_refração_da_luz

099
unidade 7
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

O índice de refração dos meios é nomeado de n1 e n2. Definimos


como n1 a razão entre a velocidade da luz e a velocidade no meio 1.
De maneira análoga, definimos n2 como a razão entre a velocidade
da luz (c) e a velocidade no meio 2.

n1 = c e n2 = c
v1 v2

A segunda lei da refração diz que o produto entre o índice de


refração de um meio e o seno do ângulo de incidência é igual ao
produto do índice de refração do outro meio pelo seno do ângulo de
refração. Em linguagem matemática, a segunda lei pode ser escrita
como:

n1. sen θ1=n2 . sen θ2

Se um raio de luz incidir obliquamente na superfície com um ângulo

θ 1, como na figura a seguir, e se ele se afastar da normal, ou seja, se

θ 2 > θ1, o índice de refração diminuirá, então n1 > n2. Isso significa que

a velocidade de propagação no meio 2 é maior que a a velocidade de

propagação no meio 1, já que n= c .


v

FIGURA 60 - Refração

Fonte: http://efisica.if.usp.br/otica/basico/refracao/snell

100
unidade 7
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Veremos na sequência a lei da refração aplicada às lentes, em que


o raio de luz sofre desvio ao mudar de meio, por exemplo, do ar para
a lente de vidro.

Lentes
As lentes estão entre os sistemas óticos com mais aplicações, entre
eles podemos citar a máquina fotográfica, os óculos, o telescópio
e até mesmo o nosso olho. Com a lente, podemos aumentar ou
reduzir o tamanho de um objeto, podendo esse aumento chegar a
milhares de vezes. As lentes mais comuns são aquelas constituídas
de vidro ou de acrílico (óculos, por exemplo).

As lentes estão
entre os sistemas
óticos com mais
As lentes são classificadas em convergentes e divergentes, devido
aplicações, entre
ao formato delas. As lentes convergentes são mais finas nas pontas e eles podemos citar a
conseguem convergir os raios de luz, as lentes divergentes são mais máquina fotográfica,
grossas na borda e divergem os raios. A figura a seguir apresenta lentes os óculos, o
telescópio e até
convergentes e divergentes: as de borda fina são convergentes e as de
mesmo o
borda grossa divergentes. nosso olho.

FIGURA 61 - Tipos de lentes

I II III
Lentes de bordas finas

bi-conversa plano-convexa côncava-convexa

IV V VI
Lentes de bordas grossas

bi-côncava plano-côncava côncava-convexo

Fonte: http://www.colegioweb.com.br/refracao-da-
luz/lentes.html

101
unidade 7
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Os principais raios que formam imagens em lentes são os seguintes


tipos:

• Raio de luz que incide passando pelo foco e emerge


paralelamente ao eixo principal da lente, quando ela é
convergente. Raio de luz que incide na lente de modo que seu
prolongamento passe pelo foco e que emerge paralelamente
ao eixo principal, no caso da lente convergente.

FIGURA 62 - Raios e lentes

Fonte: http://www.fisicaevestibular.com.br/optica12.htm

• Raio de luz que incide paralelamente ao eixo principal e é


refratado passando pelo foco, no caso da lente convergente.
Raio de luz que incide paralelamente e o raio refratado tem o seu
prolongamento passando pelo foco, no caso da lente divergente.

FIGURA 63 - Raios e lentes

Fonte: http://www.fisicaevestibular.com.br/optica12.htm

• Raio de luz que incide passando pelo centro ótico da lente


não sofre desvio.

102
unidade 7
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

FIGURA 64 - Raios e lentes

Fonte: http://www.fisicaevestibular.com.br/optica12.htm

Podemos formar todas as imagens de objetos nas lentes com os


três raios que foram apresentados acima. Na próxima unidade,
conheceremos algumas aplicações de lentes e espelhos como o
microscópio, a lupa, o olho humano, entre outros.

Nesta unidade aprendemos sobre os dois fenômenos de


propagação da luz: a reflexão e a refração, que nos auxiliam na
formação de imagens nos espelhos e nas lentes. Analisamos
também a formação de imagens nos diferentes tipos de espelhos
planos e esféricos e a formação das imagens nas lentes.

A fibra ótica

A fibra ótica é um sistema de transmissão ótico que transmite sinais de

computador, sinal de voz de telefones, sinais de vídeos ou dados.

103
unidade 7
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

FIGURA 65 - FIBRA ÓTICA

Fonte: http://tca.com.br/empresa/Imagens/fibra.jpg

Ela é formada por um núcleo de material dielétrico (em geral vidro de alta

pureza) e por uma casca também de material dielétrico (vidro ou plástico)

com índice de refração ligeiramente inferior ao núcleo, empregados como

meio de transmissão para sinais óticos. Podem também estar presentes,

para proteger fisicamente a fibra, uma ou várias camadas de material


Ter maior
capacidade amortecedor de impacto e resistente à tensão mecânica.
para transportar
informações. FIGURA 66 - Constituição de uma fibra ótica

Fonte: http://www.img.lx.it.pt/~mpq/st04/ano2002_03/trabalhos_
pesquisa/T_5/FO_ficheiros/image013.jpg

A fibra ótica tem um poder de transmissão, comparado ao cabo coaxial e o

cabo de cobre, 5 vezes e 3,3 vezes maior, respectivamente. As fibras óticas

são utilizadas principalmente nas telecomunicações, pois apresentam

várias vantagens em relação ao uso dos antigos cabos metálicos, como:

• Ter maior capacidade para transportar informações;

• A matéria-prima para sua fabricação, a sílica, é muito mais

abundante que os metais e possui baixo custo de produção;

104
unidade 7
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

• Não sofre com as interferências elétricas nem magnéticas, além

de dificultar um possível grampeamento;

• A comunicação é mais confiável, pois é imune a falhas.

FIGURA 67 - O funcionamento da fibra ótica

Fonte: http://www.oficinadanet.com.br/artigo/redes/o-que-e-fibra-otica-e-como-
funciona

A fibra ótica funciona baseada no princípio da reflexão interna total, que


A fibra ótica funciona
transmite o raio de luz por toda a sua extensão como na figura a seguir.
baseada no princípio
da reflexão interna
total, que transmite o FIGURA 68 - Princípio da reflexão interna total na fibra ótica
raio de luz por toda a
sua extensão.

Fonte: http://static.hsw.com.br/gif/fiber-optic-transmission.gif

O funcionamento da fibra ótica acontece baseado no princípio de reflexão

total: a luz viaja através do núcleo (o corredor) refletindo constantemente

na interface (as paredes revestidas de espelhos). O núcleo, normalmente

feito de vidro, possui um alto índice de refração e a casca (bainha) possui

um índice de refração menor em relação ao núcleo. Dessa forma, o ângulo

limite para que ocorra a reflexão total é bem baixo, facilitando o fenômeno.

105
unidade 7
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

O ângulo limite pode ser calculado pela lei da refração, vejamos:

nnúcleo . sen θincidência = nbainha . sen 90°

então, sen θincidência = sen θlimite = nbainha


nnúcleo

Já que o índice (n) da bainha é bem menor que o do núcelo, o ângulo limite

é bem pequeno.

Os feixes de luz que penetram no cabo ótico sofrem várias reflexões

na superfície de separação entre os dois vidros que o formam, e dessa

maneira a luz caminha, podendo percorrer vários quilômetros de distância.

Uma parte do sinal luminoso se degrada dentro da fibra, principalmente em

razão de impurezas contidas no vidro. O grau dessa degradação do sinal

depende da pureza do vidro e do comprimento de onda da luz transmitida.

Revisão
A luz tem dois princípios que regem a sua reflexão: um em que os
dois raios, incidente e refletido, estão contidos no mesmo plano; e
outro em que o ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão,
ambos medidos em relação à normal e à superfície.

Os espelhos planos formam imagens virtuais e do mesmo tamanho


do objeto. As imagens são invertidas em relação ao objeto e para
serem formadas obedecem a lei da reflexão. Já no caso dos espelhos
côncavos, formam-se imagens virtuais maiores e imagens reais de
mesmo tamanho, maiores e menores de objetos extensos. O espelho
convexo, no entanto, só forma imagens menores e virtuais de objetos
extensos.

Vimos o conceito de que a refração é o fenômeno em que o raio de


luz muda de meio, consequentemente de velocidade, desviando-se
em relação à normal.

Diferenciamos os tipos de lentes, que podem ser convergentes

106
unidade 7
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

e divergentes. As lentes convergentes formam imagens reais e


invertidas dos objetos, e as lentes divergentes formam imagens
sempre virtuais e menores dos objetos.

HEWITT, Paul. Fundamentos de Física Conceitual, 11ª ed. São Paulo:

Bookman, 2011.

http://www.if.usp.br/gref/optica/optica3.pdf - Material sobre ótica com

várias aplicações

http://www.oficinadanet.com.br/artigo/redes/o-que-e-fibra-otica-e-como-

funciona O que é fibra ótica e como ela funciona?

107
unidade 7
Instrumentos
óticos
Introdução

A Unidade 8 é o fechamento da parte da ótica da disciplina com


todas as aplicações do dia a dia, o que torna o conteúdo muito
interessante. Começaremos a unidade estudando o olho humano e
os defeitos de visão mais comuns, como a miopia e a hipermetropia,
que podem ser corrigidos com o uso das lentes. Após estudar
o instrumento ótico mais importante para nós, partiremos para
a lupa. A lupa é um instrumento ótico de aumento que permite
observarmos objetos pequenos e até mesmo ler letras minúsculas,
muito usado por pessoas idosas.

Estudaremos também a máquina fotográfica e o microscópio, que • O olho humano


são instrumentos óticos mais elaborados que o olho e a lupa e que • A lupa
fazem parte do nosso dia a dia. Aprenderemos sobre a formação de • A máquina
imagens na máquina fotográfica e no microscópio. Entenderemos fotográfica
como é possível fotografar ambientes grandes e pequenos em um • O microscópio
aparelho portátil como a máquina fotográfica e aprenderemos como • Revisão
se constitui um instrumento de observação de objetos pequenos, o
microscópio.
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

O olho humano
O olho humano nos permite enxergar tanto de perto quanto de
longe, controlar a quantidade de luz que entra com a abertura
e fechamento das pupilas, possibilita focar objetos próximos e
enxergar detalhes. A figura a seguir representa o desenho do
olho humano e os componentes do globo ocular.

FIGURA 71 - Constituição do olho humano

humor vítreo conjuntiva


retina íris
esclera cristalino
coróide pupila
mácula córnea
nervo óptico humor aquoso

Fonte: OLHO humano. In: Site “Só Física”. A parte da frente


do olho é coberta
pela córnea, que
A parte da frente do olho é coberta pela córnea, que é uma
é uma membrana
membrana transparente. Logo depois da córnea temos o humor transparente.
aquoso, que é um líquido transparente. A íris controla a entrada de
luz juntamente com as nossas pálpebras, que podem abrir e fechar
controlando a entrada de luz. O cristalino é a lente do olho, e a retina,
localizada “atrás do olho”, é uma película sensível à luz, que pode
ser comparada ao filme de uma máquina fotográfica. É a retina
que envia comandos para o cérebro onde a imagem é percebida.
Se quisermos simplificar o olho para os nossos estudos, podemos
pensar da seguinte forma:

110
unidade 8
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

FIGURA 72 - O Olho humano

Fonte: OLHO humano. In: Site “Só Física”.

Na figura apresentada do olho simplificado, o cristalino foi


substituído por uma lente convergente. O olho é um sistema ótico
composto de uma lente convergente. As imagens formadas na
retina são então invertidas, reais e menores que os objetos.
Um olho com defeito
de visão apresenta
simplificadamente
dois problemas:
Um olho com defeito de visão apresenta simplificadamente dois quando a imagem
problemas: quando a imagem se forma antes da retina e quando a imagem se forma antes da
retina e quando a
se forma depois da retina.
imagem se forma
depois da retina.
No olho míope a imagem se forma antes da retina, como na figura a
seguir. Para corrigir isso, o míope deve utilizar lentes divergentes que
colocam a imagem sobre a retina e permitem uma boa observação
de objetos de longe.

FIGURA 73 - A miopia
Cristalino

Córnea Fóvea

RAIO DE LUZ Nervo


Óptico
Retina

Fonte: A MIOPIA e o míope. In: Site “O estrabismo”.

111
unidade 8
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

No olho hipermetrope a imagem se forma atrás da retina. Assim,


para a correção desse defeito de visão, deve-se utilizar lentes
convergentes para que a imagem se forme na retina.

A hipermetropia ocorre quando a imagem de um objeto a grande distância

é formada depois da retina. O olho hipermetrope requer acomodação

mesmo para objetos no infinito. Como consequência, a distância mínima

para visão distinta acaba se tornando maior, pois o esforço de acomodação

já começa numa situação em que normalmente isso não seria exigido.

FIGURA 74 - A hipermetropia
Cristalino

Córnea Fóvea
A hipermetropia
ocorre quando a
imagem de um
objeto a grande
RAIO DE LUZ Nervo distância é formada
Óptico
Retina depois da retina.

Fonte: HIPERMETROPIA. In: Site “Serviços Vera Cruz”.

Após aprender sobre os defeitos de visão e o olho humano, vamos


estudar a lupa, o microscópio e a máquina fotográfica, que são
instrumentos óticos do dia a dia.

A lupa
A lupa é um instrumento ótico que permite aumentar as imagens.
Ela permite que visualizemos os detalhes, como veremos na figura
a seguir.

112
unidade 8
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

FIGURA 75 - Lupa

Fonte: [Lupa].

As imagens da lupa são diretas e maiores que os objetos. A lupa é então


As imagens da lupa
são diretas e maiores
uma lente convergente de grande distância focal.
que os objetos. A
lupa é então uma
FIGURA 76 - Imagens formadas em lupas lente convergente
de grande
distância focal.

Fonte: SILVA, Domiciano Correa Marques da. Lupa ou


microscópio.

Na figura apresentada podemos verificar a formação da imagem na


lupa, em que são formadas imagens virtuais, diretas e maiores que
os objetos.

Na seção seguinte estudaremos a máquina fotográfica, que é um


instrumento ótico muito parecido com o olho humano.

113
unidade 8
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

A máquina fotográfica
A máquina fotográfica também é considerada um instrumento
ótico e é bem parecida como o olho humano, como já vimos
anteriormente. O objetivo de uma máquina fotográfica é captar
imagens reais em um filme. A máquina pode ser simplificada como
uma câmara escura com um orifício, em que é colocada uma lente
convergente, como na figura a seguir.

FIGURA 77 - Formação de imagens em uma máquina fotográfica

A máquina
fotográfica também
é considerada um
instrumento ótico e é
bem parecida como
Fonte: SILVA, Domiciano Correa Marques da. Máquina
Fotográfica.
o olho humano,
como já vimos
anteriormente.
Os raios que chegam à câmera e incidem na lente convergem para
um ponto, já que se trata de uma lente convergente. O diafragma
da máquina fotográfica é o componente que controla a entrada de
luz na câmera. A imagem é formada sobre o filme, como no olho
humano, em que a imagem é formada sobre a retina. A imagem é
então real, invertida e menor que o objeto fotografado. A objetiva
em uma câmera tem o poder de se movimentar e dessa maneira
permite a formação de objetos nítidos sobre o filme.

Na próxima seção estudaremos o microscópio, que é um


instrumento ótico que permite observar detalhes e revolucionou a
biologia.

114
unidade 8
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

O microscópio
O microscópio é um instrumento ótico que permite enxergar
detalhes, como por exemplo os componentes de uma célula.

Podemos simplificar o microscópio como um sistema de duas lentes, uma

objetiva e uma ocular, ambas convergentes. O objeto é colocado na frente

da objetiva, que é uma lente convergente e forma uma imagem invertida do

objeto. Essa imagem é formada entre o foco e a lente ocular e serve como

objeto para a ocular, que também é uma lente convergente. A imagem

formada pela ocular é direta e maior que o “objeto”, já que o “objeto” se

encontra entre o foco e a lente ocular. É aí que ocorre a ampliação no

microscópio.

Podemos simplificar
FIGURA 78 - Microscópio o microscópio como
um sistema de duas
lentes, uma objetiva
e uma ocular, ambas
convergentes.

Fonte: [Microscópio]. In: Site: "Dax Resolve".

A unidade apresentada é um estudo dos instrumentos óticos


mais relevantes, em que os conceitos aprendidos sobre reflexão
e refração foram aplicados. Estudamos os defeitos de visão que
necessitam de lentes corretoras e aprendemos sobre a lupa, a
câmera fotográfica e o microscópio.

115
unidade 8
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

Projetores de slides

FIGURA 79 – Projetor de imagens

Fonte: VIEIRA. Projetando imagens: da lanterna mágica


ao projetor digital!

Na física, chamamos de instrumento ótico todo dispositivo que tem


Na física, chamamos por finalidade captar, ampliar e reduzir a imagem de objetos. A máquina
de instrumento ótico
fotográfica que manuseamos diariamente é um instrumento ótico, a
todo dispositivo que
tem por finalidade lupa também se encaixa perfeitamente nessa descrição e, por fim, não
captar, ampliar e poderíamos deixar de citar os óculos e os binóculos. Pois bem, todos esses
reduzir a imagem de
dispositivos e mais alguns - que deixamos de citar - são considerados
objetos.
instrumentos óticos.

Outro que é muito usado é o chamado projetor de imagens. Eles podem

ser do tipo projetor de slides, retroprojetor, episcópio, etc. Todos esses

dispositivos são considerados instrumentos de visão objetiva. Portanto, é

graças a esses equipamentos que a imagem real de um objeto pode ser

ampliada e projetada sobre uma tela.

O projetor de imagens é basicamente constituído de lentes esféricas do

tipo convergente objetiva, uma fonte de luz muito intensa e um espelho

côncavo cujo centro de curvatura coincide com a posição ocupada pela

fonte de luz, a fim de se ter melhor aproveitamento da luz emitida pela

fonte.

Vejamos a figura abaixo, nela temos a forma simplificada da imagem de

um objeto projetada nitidamente.

116
unidade 8
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

FIGURA 80 – Imagem de um objeto projetado


tela
espelho lente objetiva
côncavo condensador
slide
lâmpada

Fonte: SILVA. Projetores de imagens.

Perceba que o objeto tem que necessariamente ficar entre o ponto

antiprincipal objeto e o foco principal objeto da lente. Dessa forma, quando

aproximamos a lente do objeto fixo, a imagem tende a se afastar da lente e

aumentar de tamanho.
Fonte: SILVA, Domiciano Correa Marques da. Projetores de imagens. In: Site
“Mundo Educação”. Disponível em: <http://www.mundoeducacao.com/fisica/
projetores-imagens.htm>. Acesso em: 25 jun. 2015.

Revisão
O olho humano pode ser simplificado como um sistema ótico
composto de uma lente convergente em que as imagens são
formadas invertidas sobre a retina. O cérebro é responsável por
inverter as imagens. Olhos míopes devem corrigir o defeito de
visão utilizando lentes divergentes. Olhos hipermetropes devem
corrigir o defeito de visão utilizando lentes convergentes.

A lupa é uma lente convergente de grande distância focal


e permite obter imagens diretas e maiores dos objetos
observados.

A máquina fotográfica se parece bastante com o olho humano


e é constituída de uma lente convergente em que as imagens
são formadas sobre o filme. As imagens são invertidas e reais.

O microscópio é um sistema ótico constituído de duas lentes,

117
unidade 8
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

a objetiva e a ocular. As duas lentes são convergentes e é a


ocular que faz a ampliação dos objetos.

Saber mais sobre a lupa

SILVEIRA, Fernando Lang da; AXT, Rolando. Uma dificuldade recorrente

em óptica geométrica – Uma imperceptível descontinuidade de

imagem na lupa. Rev. Bras. de Ensino de Física, v. 28, n. 4, p. 421-425.

2006. Disponível em; <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1806-

11172006000400003&script=sci_arttext>. Acesso em: 25 jun. 2015.

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unidade 8
FÍSICA - TERMODINÂMICA, ONDA E ÓTICA

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blogspot.com.br/2013/08/sons-e-o-efeito-doppler.html>. Acesso em: 17
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Scipione, 2005.

ARRUDA, Felipe. Interferências de celulares em alto-falantes. 11 jan.


2012. In: Site “Tecmundo”. Disponível em: <http://www.tecmundo.com.
br/celular/17705-interferencias-de-celulares-em-alto-falantes.htm>.
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A MIOPIA e o míope. In: Site “O estrabismo”. Disponível em: <http://


oestrabismo.com/miopia/>. Acesso em: 26 jun. 2015.

HEWITT, Paul. Fundamentos de Física Conceitual. 11 ed. São Paulo:


Bookman, 2011.

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Instituto Galileo Galilei para a Educação (IGGE); Projeto Condigital MEC
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BLACKWOOD, Oswald H. Física na Escola Secundária. 6 ed. Fundo de


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