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Daniel 2, a História da

Interpretação
Pr Isael S. S. Costa
Intérpretes Judeus
Primeiros Intérpretes judeus:

Josefo. identificou Roma como o quarto reino mundial de


Daniel 2 (Ant. X. 208-10).

4 Esdras. Apocalipse pseudepígrafo (cerca de 100 d.C.)


semelhante a Josefo sugere quatro reinos culminando
com uma águia simbolizando Roma (11:1-35; 12:1-30)
como equivalente ao quarto animal do capitulo 7
(11:40-41; cf. também 2 Bar 39:3-7).
Intérpretes Judeus
Interpretação rabínica III e IV Século:

Salienta-se quatro reinos mundiais de Daniel como sendo


Babilônia, Pérsia, Grécia e Edom (Roma).

Concluindo-se, nenhuma fonte judaica localizada período no


período informado identifica Antíoco IV como um cumprimento
significativo do quarto reino nessa profecia.

Onde os intérpretes judeus são específicos, o segundo e quarto


reinos são identificados como Pérsia e Roma, respectivamente.
Josefo e os rabis são muitos específicos sobre esse ponto. O
quarto oráculo sibilino e 4 Esdras se ajustam a esse modelo.
A Pedra-Reino
O Quando do ato:

Primeiro: a pedra-reino viria á existência depois de ter


passado os quatro reinos dominantes e não durante a
existência de qualquer um deles. O elemento tempo
nos assegura que essa pedra-reino seria estabelecida
"nos dias destes reis", representados pela divisão dos
dedos e pés (2:43-44}. Historicamente, esses reinos não
vieram à existência antes ou durante a vida terrestre de
Jesus. Sendo assim, um cumprimento para a pedra-
reino nesse período não é uma opção plausível.
A Pedra-Reino
O Quando do ato:

Segundo: declara-se da pedra-reino que o seu


estabelecimento seria conseguido "sem auxílio de
mãos" humanas (2:45), o que coloca em justaposição
dois conceitos: uma estátua de reinos feita por mãos
humanas em contraste com uma pedra-reino criada
à parte do planejamento e participação humana
(pregação do evangelho). Assim, a pedra-reino vem
à existência por um ato exclusivamente divino.
A Pedra-Reino
O Quando do ato:

Terceiro: cada reino precedente na estátua foi


subvertido e sucedido por outro. Sendo que a pedra-
reino deve durar para sempre, é lógico concluir que
ela seguiria a fase do ferro e barro dos reinos, em vez
de surgir durante a existência da monarquia férrea de
Roma. Ela não meramente se adequaria a ou
continuaria desde o quarto reino de ferro, mas
naturalmente o subverteria para existir independente.
A Pedra-Reino
O Quando do ato:

Quarto: a pedra-reino não co-existirá com todos


os reinos da terra, ela aniquilará todos eles (2:44),
devendo, portanto, vir no final da história
humana. As nações serão reduzidas à "palha das
eiras no estio, e o vento as levaria, e delas não se
veriam mais vestígios" (2:35). Em seu lugar a
pedra-reino será estabelecida permanentemente,
abrangendo toda a terra (2:44-45, 35).
A Pedra-Reino
O Quando do ato:

Segundo Gaebelein: “a pedra não pode significar a


extensão pacífica de um reino espiritual, ou a pregação
do Evangelho, mas ela é uma grande catástrofe. É um
golpe esmagador e destrutivo o que essa pedra
comunica. E note que é depois de a pedra ter feito a
sua obra destruidora, depois de a grande estátua ter
sido reduzida a pó que a pedra se torna uma grande
montanha que enche toda a terra. A pedra que cai de
cima é a segunda vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.”
A Pedra-Reino
O Quando do ato:

Segundo Von Rad: “O ponto principal (da


interpretação do sonho, Dn 2:36-45) é, sem dúvida,
perfeitamente claro: com o terrível quarto reino
em que o império se divide a história do mundo
virá a um fim. A pedra que deve ser cortada 'sem
auxílio de mãos', e que deve destruir o reino e ela
mesma se tornar uma grande montanha, é uma
imagem do reino de Deus que enche toda a terra.”
A Pedra-Reino
O Quando do ato:

Segundo Walvoord: “Ter tão longo período de tempo


(1900 anos) descrito no simbolismo de uma pedra que
fere os pés de uma estátua e a palha sendo levada
pelo vento não corresponde aos fatos da história,”
nem se ajusta ao implicado no texto. Nenhum período
tão extenso foi requerido para subverter qualquer um
dos reinos precedentes. Consequentemente, parece
desnecessário 1.900 anos para a pedra realizar sua
missão de destruir todos os outros reinos.
A Pedra-Reino
O Quando do ato:

Sendo que a subversão de cada reino precedente


é literal e histórica no tempo, consistentemente
demanda que a subversão de todos os reinos
terrestres aconteça literalmente. A abrangente
destruição cósmica indicada por essa declaração,
que não ocorreu no primeiro século, limita o
tempo à segunda vinda para o seu cumprimento.
A Pedra-Reino
O Quando do ato:

Embora o reino da graça fosse introduzido durante


o ministério terrestre de Cristo, ele foi confiado ao
canal humano da Igreja Cristã. Se a pedra-reino
devesse ser comparada à fé cristã, seria de se
esperar que a Igreja esmagasse todos os reinos. Tal
destruição literal não tem ocorrido pelas mãos da
Igreja Cristã, nem ocorrerá por sua atividade na
segunda vinda de Cristo.
A Pedra-Reino
O Quando do ato:

Neste segmento, não é a igreja que derrama as sete


últimas taças-flagelos sobre os ímpios (Ap 16), não é a
igreja cristã que com a espada que sai de sua boca fere
as nações (Ap 19), nem convoca as aves de rapina para a
grande ceia de Deus (Ap 18) nem declaradamente ferirá
as nações com cetro de ferro (Ap 19:15). Enfim a
visitação final não é chamada de o grande dia de ira da
igreja, e sim de Deus e do Cordeiro (6:14-17; 14:14-20;
16:14-20; 17:12-14; 18:9-10).
A Pedra-Reino
A Pedra-Messias:

A Pedra quanto temática representativa era de uso


familiar no Antigo Testamento. Era empregada para se
referir a Deus, ou como um termo messiânico (Is
8:14-15; 28:16; Sl 118:22). Em função de Jesus parecer
tomar emprestado a linguagem de Daniel (2:34, 44, 45)
em uma da trilogia de parábolas em que a ausência de
frutos de Israel é exposta (Mt 21:28-22:14), é importante
que examinemos cuidadosamente o seu significado ali.
A Pedra-Reino

A Pedra-Messias:

A parábola dos dois filhos;

A parábola do dono que comprou uma vinha;

A metáfora da Pedra;
A Pedra-Reino
A Pedra-Messias:

A segunda parábola liga-se a uma verdade significativa


da primeira, a saber, a rejeição da autoridade que
residia em João Batista. Agora, na segunda narrativa
temos retratada a rejeição do Mensageiro de suprema
autoridade. O ponto teológico dessa parábola é a
longanima paciência de Deus livremente estendida
àqueles que se opunham a Ele. Mas a rejeição definitiva
do Filho de Deus traz segura e certa retribuição.
A Pedra-Reino
A Pedra-Messias:

Segundo Goebel: “Portanto, uma colisão hostil com essa pedra


- quer seja tropeçando contra e caindo sobre ela enquanto ela
jaz no caminho, ou colocando-se no caminho de sua descida e
a pedra assim caindo sobre ele - deve, em cada caso, provar-se
fatal àquele que se empenha em tal conflito. A pedra que
Jesus aplica a si mesmo é aquela com plena e final autoridade.
Uma resposta negativa a Jesus resulta em inevitável
aniquilação, quer seja o resultado de tropeço por
incredulidade ou desafiadora oposição, que leva a pedra a
triturá-los. ”
A Pedra-Reino
A Pedra-Messias:

A última expressão, "e aquele sobre quem ela cair ficará reduzido
a pó" (v 44), parece combinar os conceitos de três passagens do
Antigo Testamento. A primeira é Isaías 8:14-15, onde a pedra é
mencionada como "uma rocha de ofensa", e "muitos dentre eles
tropeçarão e cairão, serão quebrantados, enlaçados e presos".
Uma segunda passagem, em Isaías 28:16, se refere à pedra como
uma "pedra preciosa, angular, solidamente assentada". Uma
terceira passagem é Daniel 2:34-35, 44-45, onde uma pedra é
retratada caindo sobre os vários metais da estátua, fazendo-os em
pedaços, reduzindo-os à "palha das eiras no estio".
A Pedra-Reino
A Pedra-Messias:

A Um contato negativo com a pedra resulta na mesma


situação em Is 8:14- 15 e Dn 2:34-35, 44-45, completo
aniquilamento. Em Is quanto profecia clássica Judá é
advertida a não depender da força da conspiração humana,
Rezim e Peca, para se opor à investida dos exércitos assírios
em vez de se confiarem às mãos de Deus. Em Dn quanto
profecia apocalíptica uma pedra reino com força devastadora
caindo sobre todos os reinos do mundo, substituindo-os.
Embora o contexto imediato seja diferente em ambas as
passagens, o tema é semelhante, o ilimitado poder inerente à
pedra para resistir e subjugar toda oposição.
A Pedra-Reino
A Pedra-Messias:

Jesus está fundindo passagens que lidam com


diferentes aspectos do termo messiânico "pedra"
para ensinar uma importante verdade acerca de si
mesmo. Todavia, não era o intento de Cristo
afirmar que a pedra-reino estava então sendo
estabelecida da maneira como Daniel 2 se referiu
a ela.
A Pedra-Reino
A Pedra-Messias:

Em vez de afirmar que a declaração de Cristo era


uma interpretação da pedra de Daniel aplicável
aos seus dias, estaríamos mais em harmonia com
os fatos conhecidos vendo isso como um uso
tipológico, de passagens combinadas para
demonstrar a soberania e autoridade do Salvador.
A Pedra-Reino
A Pedra-Messias:

Em O fato de Jesus combinar uma passagem de


Isaías 8:14-15 com uma porção de Daniel 2:34 não
significa necessariamente que Ele provê uma
interpretação neotestamentária da pedra-reino do
livro de Daniel. Isso simplesmente demonstra que
Ele estava usando terminologia do Antigo
Testamento para ilustrar um ponto.
A Pedra-Reino
A Pedra-Messias:

Um exame cuidadoso de Mateus 21:44 sugere que


a pedra-símbolo junta dois eventos relacionados
com Cristo, que são separados pelo tempo. Cristo,
em seu estado da encarnação, é a Pedra contra a
qual tantos caem; Cristo em sua glória e exaltação
é a Pedra que finalmente, em sua segunda vinda,
cai sobre os impenitentes.

A Pedra-Reino
A Pedra-Messias:

A referência à pedra em Mateus (21:44) e Lucas


(20:18) aponta para o juízo escatológico que cairá
sobre todos os que deixam de se submeter ao
soberano controle de Jesus. A ligação temática
entre a pedra de Daniel 2 e a de Mateus/Lucas jaz
em seu simbolismo comum que retrata o poder
duradouro e a divina autoridade de Cristo.

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