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Cristãos do "já fui"

Com alguma frequência, após certas conversas triviais, algumas pessoas confessam que no momento
presente, pelas mais diversas razōes ou desculpas, abandonaram a prática religiosa. Evocam, então,
um passado, mais ou menos distante, das suas glórias na religião. Digo religião e não fé, porque podem
ser realidades diferentes na vida das pessoas. Referem: "Já fui catequista"; "já pertenci a este ou àquele
grupo religioso"; "já fui membro de certa comunidade, do grupo de jovens"... No presente, afirmam:
"Não sou nada!"
Não pretendemos emitir aqui qualquer espécie de juízo de valor sobre estas pessoas, mas apenas
provocar uma reflexão.
Será que estas pessoas, que, aparentemente, foram tão fervorosas na prática da sua religião, tiveram
uma equivalente profundidade na sua fé? Será que nesse tempo não foram praticantes apenas por
certas conveniências ou por interesses escondidos? Ou seriam as práticas religiosas uma forma de
preencher algum vazio existencial?
Estas questōes prendem-se ao fato da discrepância entre um passado tão fervoroso de vida religiosa e
um presente com tanta ausência desta vida.
A religião coerente é a expressão de uma fé interiorizada. Quando esta fé está enraizada, não são as
circunstâncias circundantes que irão condicionar a vivência da mesma. Surge, então, outra questão:
"Será possível praticar a religião sem existir a fé?" A resposta cada um a pode dar, mas todos a devem
refletir.
É que custa a compreender como é que "tanta fé" no ontem, signifique "nada" no hoje da sua
existência!
Estamos a celebrar o Ano da Fé. É oportuno sermos mais conscientes desta fé que professamos. É
urgente termos mais vontade em querer aprofundar esta fé, tantas vezes, infantil e que não deixamos
crescer nem amadurecer. Uma das formas de evoluir na fé é aumentar o nosso conhecimento da Bíblia.
O que é que sabemos dela? O que é que queremos saber ou fazemos por isso? Sem a ler, não existe
este conhecimento incipiente, mas é o ponto de partida para estabelecermos uma relação de
proximidade e de caminho.
Vale a pena aprofundar isto!...

Pe. Virgílio

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