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Elvito Orlando Chirindza

Ferraz Caetano Eusébio Ferraz


Higor Xavier Chamane
Milton Caetano Cazembe
Tomé Abdul Francisco Monteiro
Yussuf Assamo Padil

RELATÓRIO DE VISITA AS INFRA-ESTRUTURAS VERDES


RIO - CHIVEVE

Licenciatura em Engenharia de Construção Civil


4º Ano Regime Laboral

Universidade Licungo
Extensão da Beira
2019
Elvito Orlando Chirindza
Ferraz Caetano Eusébio Ferraz
Higor Xavier Chamane
Milton Caetano Cazembe
Tome Abdul Francisco Monteiro
Yussuf Assamo Padil

RELATÓRIO DE VISITA AS INFRA-ESTRUTURAS VERDES


RIO - CHIVEVE

Relatório apresentado ao docente da cadeira


de Practica de Estaleiro e de Obras de Vias no
departamento da Escola Superior Técnica
(ESTEC) curso de Engenharia de Construção
Civil, para fins de avaliação curricular desta
cadeira.

Docente: Eng.o Mansur Zeca

Universidade Licungo
Beira
2019
1. INTRODUÇÃO

Este presente relatório descreve a visita de estudo efectuada as infra-estruturas verdes do


Rio Chiveve Beira – Uma infra-estrutura na responsabilidade da construtora China Henan
International Cooperation Group Co., Ltd. empresa chinesa- CHICO em parceria com o
Ministério das Obras Públicas e Habitação e Recursos Hídricos financiados pelo Banco Mundial
e Cooperação Alemã, esta obra irá beneficiar mais de 500mil pessoas que residem na cidade da
Beira, verão suas condições de vida melhoradas até meados de 2020, graças a implementação
deste projecto denominado infra-estruturas verdes, um dos maiores de África.

O projecto das infra-estruturas verdes, é uma iniciativa que visa estabelecer um novo
espaço verde na cidade da Beira, que está acoplado ao projecto da reabilitação do leito do rio
Chiveve. Este último projecto, foi concebido essencialmente para minimizar o risco das
inundações na Beira durante as marés altas e chuvas fortes, facto que foi alcançado com sucesso.

A visita foi realizada no dia 12 de Outubro de 2019 teve como ponto de concentração a
Casa dos Bicos no intervalo das 07h30min às 08h00min que culminou com o início da visita por
volta das 8h:13min, de salientar que alguns estudantes que fizeram parte da visita eram de outras
instituições de ensino e neste caso a Unizambeze que perfizeram o grupo como um todo para essa
experiência académica e estavam acompanhados pelo Docente Leonel Piscalho da instituição
supracitada, as actividades nesse dia consistiram em visitar as diferentes obras que compõem o
projecto a sua explicação breve sobre o método de construção, arquitectura e questões de
dimensionamento, as turmas participantes foram as do quarto (4º) ano do curso de Licenciatura
em Engenharia de Construção Civil e os docentes acompanhantes foram os engenheiros César
Marques e Mansur Zeca, sendo estes os grandes catalisadores para a concretização desta visita
pelos estudantes da Universidade Licungo.
A visita as infra-estruturas verdes do rio Chiveve tinha como principal objectivo
compreender o processo de execução das obras, as técnicas sendo empregadas para a
concretização deste grande empreendimento que dará uma nova faceta a cidade da Beira em
termos infra-estruturais, contará com jardins infantis, campos desportivos, anfiteatro,
restaurantes, quiosques e mercados que irão criar novas oportunidades de trabalho e negócios.

O local visitado tem uma grande relação com as diferentes cadeiras que são leccionadas
no curso de engenharia de construção civil na Universidade Licungo como por exemplo a cadeira
de pontes, betão, entre outros, as espectativas foram bem correspondidas no tocante a visita, pois
foi de grande valia para agregar mais conhecimento relativamente aos assuntos concernentes este
empreendimento em específico.

Na entrada a zona das construções nos deparamos com os trabalhadores da obra


exercendo suas habituais actividades para a materialização breve deste grande empreendimento, o
docente Leonel Piscalho ia nos direccionando e explicando o propósito de cada edificação desde
a projecção até e concepção das infra-estruturas existentes no local bem como as alterações
sofridas pelo projecto original, facto que se deve a não existência de alguns materiais previstos
para seguir com o previsto pelos engenheiros e arquitectos que idealizaram o projecto, é o caso
das vigas de madeira de 20 metros e que devido aos abates constantes das árvores de grande porte
escasseiam no país, com estatísticas indicando o abate de mais de 4 milhões de árvores em 16
anos, daí a necessidade de se recorrer a ligações sejam elas (soldadas, aparafusadas ou rebitadas)
para se obter o comprimento previsto, porém, o material deixa de possuir a resistência de uma
madeira de 20 metros original devido a interrupção das suas fibras o que lhe reduz a menos da
metade da sua capacidade original e por conseguinte ter de se alterar algumas características da
obra para ultrapassar esses imprevistos.

O Rio Chiveve, tendo o seu regime hidrológico directamente associado ao regime de


marés, apresenta uma variação de níveis hidrológicos. Este rio atravessa o centro da cidade pelo
que a sua recuperação ambiental constitui uma valorização muito importante para a Cidade da
Beira.
O conceito geral do projecto é o de criar uma estrutura verde, oferecendo diferentes
actividades articulando-se com a malha urbana através de vários pontos de acesso.
Bacia 1 - Infraestruturas a Construir:
Esta bacia, situada próximo do Porto de Pesca, compreende actualmente o complexo de
piscinas do CFM Clube Ferroviário de Moçambique e um Passeio Público.
O Projecto prevê a criação de percursos e transparências articulando diversos pontos desta
área através de passagens, activando a relação entre o Passeio Público e o espaço geral desta
Bacia.
O Projecto prevê também a criação de espaços de recreação activa e passiva, espaços de
lazer, repouso e observação do ambiente e do sistema ecológico do Chiveve, complementados
por infra-estruturas que apoiam e ampliam a fruição deste espaço.
Salientam-se as seguintes:
 Reabilitação do Passeio Público ao longo do Rio Chiveve incluindo a integração de
snack-bares formais, confortáveis e atractivos;
 Um edifício multiusos para exposições, conferências e eventos situado no topo Norte,
próximo da lagoa artificial projectada no âmbito do Projecto de Drenagem;
 Uma estrutura que, para além de operar uma transição entre a Avenida Daniel Napatima e
a Rua da Beira Baixa, agrega um restaurante, um café/bar e um Posto de Informações,
constituindo um importante ponto de acesso situado a Sul. Está previsto que este inclua no
exterior uma pequena piscina com escorrega de água para entretenimento das crianças;
 Diferentes áreas de recreação infantil e de desporto;
 Estacionamento exterior ao longo da Avenida Daniel Napatima
Bacia 2 - Infra-estruturas a Construir :
Os objectivos específicos do projecto para esta bacia, juntamente com o melhoramento
paisagístico e ambiental, são os de melhorar as acessibilidades, de reforçar a presença do espaço
de cultura e complementá-lo com a oferta de espaços para ateliers, pequenas lojas etc.
É também um objectivo do Projecto a formalização do Mercado de Rua, melhorando
significativamente as condições para os vendedores e compradores, por via do aumento da área
disponível e melhor protecção ecológica de vendedores e compradores e também por via do
melhoramento das condições de atravessamento por uma nova ponte que agora será coberta.
O programa de infra-estruturas inclui:
 A formalização do Mercado, através da criação de uma estrutura contínua que se
aproxima do conceito de Bazar, integrando e reabilitando a ponte pedonal existente;
 Criação de percursos (designadamente pedonais articulados com a Casa da Cultura) e
melhoramento paisagístico do espaço desta bacia;
 A criação de mais uma ponte pedonal;
 A reabilitação da estrada de acesso á Casa da Cultura;
 A reabilitação da ponte da Casa da Cultura;
 Um anfiteatro integrado na paisagem, próximo da Casa da Cultura;
 Um Parque de Estacionamento
Bacia 3 – Infra-estruturas a Construir:
Na Bacia 3, o campo de golfe existente ocupa a maior parte da área. A criação de um
Jardim Botânico assegura a continuidade e o diálogo visual da estrutura verde e reintroduz esta
infra-estrutura na Cidade da Beira cuja importância assenta também no seu potencial contributo
em termos culturais e de consciência ambiental, pretendendo-se que, para além do seu valor
contemplativo e de lazer, este constitua um centro de aprendizagem.
Na Zona do Goto – separada do Jardim Botânico pelo Campo de Golfe – prevê-se a
reabilitação da ponte pedonal (eventualmente permitindo o atravessamento por bicicletas e
ciclomotores) e a criação de um espaço para o desporto e recreação infantil.
O programa prevê o seguinte:
 Um Jardim Botânico com percursos internos e espaços de pausa, apoiado por diversas
 infra-estruturas, a saber:
o Um espaço de informação
o Um Centro de Jardinagem
o Um espaço de reuniões
o Um café/ bar /Tea room
o Um espaço para eventos
o Um anfiteatro ao ar livre para a realização de acções de divulgação e formação
 Jardim infantil e espaços para exercícios físicos ao ar livre
 Reabilitação da rua e ponte de acesso ao Goto
Bacia 4 – Infra-estruturas a Construir:

A Bacia 4 é constituída pela área húmida do bairo de Goto delimitada pela ponte pedestre
que atravessa o Rio Chiveve no limite a montante do campo de Golfe e a nascente do Rio
Chiveve. Esta bacia está rodeada de habitações. Nesta área da bacia, por constituir uma
depressão, as águas da nascente e da maré ficam depositadas mantendo uma toalha de água
permanente ao longo do ano.
A proposta de intervenção nesta área privilegia a construção de infra-estruturas que
contribuam para a melhoria das condições ambientais da área. Das infra-estruturas previstas
destacam-se as seguintes:
 Construção de uma vedação visualmente permeável, separando a zona do parque e as
áreas habitacionais que a circundam, evitando uma pressão cada vez maior sobre a área,
com aterros para a construção de habitações. A vedação será feita em rede com 1.80m de
altura. Esta será construída no perímetro interno do passeio que circundará a área
permitindo assim a livre circulação.
 Construção de passeios na área circundante à Zona Húmida e fazendo a ligação com
pontes de atravessamento do rio garantindo uma livre circulação ao longo do parque e a
contemplação de todas as áreas. Estes passeios serão feitos em betão instalado a um nível
superior a 2.75m acima do nível médio do mar para evitar o efeito das marés. Estes
passeios irão atravessar pequenos cursos de água ou canais de drenagem actualmente
existentes. Estão previstas estruturas hidráulicas considerando que futuramente estas
linhas de água serão devidamente tratadas e o seu funcionamento melhorado.
 Retirada de infra-estruturas construídas ilegalmente na área do projecto ( e que fazem
parte do Plano de Reassentamento) para dar lugar ao desenvolvimento das infra-estruturas
previstas e evitar o estreitamento do canal do rio, estagnação da água e permitindo assim
um melhor funcionamento hidráulico com iteração com o fluxo da maré.
 Grelhas em canais de drenagem serão incorporadas nos canais existentes para
minimizar a quantidade de plásticos e lixo sólido que entra para o curso de água através
destes canais de drenagem.
 Arborização por plantio de espécies adequadas a este habitat ( terras húmidas) ao longo
dos passeios e na bordadura do parque. Foram identificadas 15 espécies adequadas como
acácias, figueiras, plantas aquáticas, pinheiros, dentre outras.
Os equipamentos sendo utilizados para os trabalhos são: Escavadoras, betoneiras, pá-
carregadeira e camião para o transporte de diversos materiais logísticos para tornar possível a
execução dos serviços de edificação das infra-estruturas.

Uma das grandes dificuldades que se enfrenta na realização dessas actividades é a


ausência de alguns recursos materiais no nossa mercado para a execução e decoração de algumas
obras, como é o caso de jardim botânico.

Os trabalhadores da obra observam com devido rigor o uso de equipamentos de protecção


individual o que é salutar pois coloca todos eles em segurança no ambiente de trabalho e
prevenidos para eventuais acidentes que possam ocorrer.

O grau de satisfação pessoal com a visita é muito elevado, pois os conhecimentos


adiquiridos servirão para a carreira que nos espera.

A visita ocorreu em um ambiente saudável e tranquilo, houve pontualidade nas


actividades, não houve imprevisto que tenha condicionado ou posto em causa a visita ao local. A
relação entre os colegas foi bastante aprazível num clima de afectividade e convívio assim como
a recepção nas infra-estruturas verdes do rio-chiveve.
3. CONCLUSÃO

Apraz nos expressar a nossa grande satisfação com a visita realizada as infra-estruturas
verdes do rio Chiveve, no âmbito da visita de estudo da cadeira de Prática de Campo de Obras de
Via, foi para nós uma experiência motivadora para buscar compreender mais assuntos
relacionados a infra-estruturas verdes, bem como assuntos estritamente ligados a engenharia de
construção civil na europa visto que o projecto foi desenhado por engenheiros holandeses e
alemães. Os aspectos pelo qual nos dirigimos a zona das infra-estruturas verdes foram muito bem
conseguidos, na ânsia de num futuro não distante tenhamos experiências desta natureza, pois,
alavancam a nossa compreensão da realidade do terreno. Sem mais alongar expressar profunda
gratidão por todos aqueles que tornaram possível esta visita de estudo.
4. ANEXOS

1. Área Global de Intervenção do Projecto de Infra-estruturas Verdes do Rio Chiveve


2. Área de Intervenção do Projecto de Infra-estruturas Verdes do Rio Chiveve na Bacia 3

3. Intervenção na Bacia 4
Imagens captadas na parte interna onde decorrem as obras das infra-estruturas verdes rio-
chiveve:

Estrada da parte interna do Rio-Chiveve próximo a casa do Bicos


Colegas recebendo explicações a respeito das obras por parte do docente Piscalho
Barrotes com ligações aparafusadas para ter o comprimento desejado, porém, com baixo momento de inércia
Passeios feitos com pavês na parte traseira da casa dos Bicos ao redor das infra-estruturas verdes
Ponte de pequeno porte de betão que liga dois pontos ao mesmo nível Rio-Chiveve zona do golfe
Ponto de encontro Zona dos Bicos ao redor do Rio-Chiveve
Ponte sobre o Rio-Chiveve que liga a zona do Maquinino e Baixa
Outras Infra-estruturas no mesmo recinto: ponte adicional sobre o Rio-Chiveve, estruturas de betão armado,
laje armada em duas direcções encastrada nos quatro lados, e um pilar isolado

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