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Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ

Instituto de Ciências Biomédicas – ICB


Programa de Graduação em Histologia

Tecido Muscular

Kátia Arcanjo
Origem Embriológica

célula muscular
(célula especializada)

sistema de
miofilamentos

contratilidade
Tecidos Musculares
 Responsáveis pelos movimentos corporais, formados por células alongadas, denominadas
de células musculares ou fibras musculares, células especializadas que, uma vez
excitadas, são estimuladas para eventos de contração.
 Critérios para a distinção dos tipos de tecidos musculares ao M.O.  espessura das
fibras musculares (vistas aos cortes longitudinais e transversais) e posição/quantidade
de núcleos.

1 célula muscular =
1 fibra muscular
MORFOGÊNESE DOS TECIDOS
MUSCULARES
a. Tecido muscular estriado esquelético
• Fatores parácrinos produzidos pelo tubo
neural induzem a expressão das proteínas
MyoD e Myf5 pelas células mesenquimais
das porções dorsolaterais dos somitos
(miótomos)  Transformação para
mioblastos (células comprometidas com as
linhagens de células musculares);

• Alinhamento progressivo de mioblastos e


subsequente fusão  Formação de miotubos
e produção crescente de proteínas do
citoesqueleto características das fibras
musculares estriadas esqueléticas;

• Deslocamento dos núcleos de uma posição


central para uma posição periférica, e
aquisição de uma lâmina externa (“lâmina
basal”)  Definição de uma fibra muscular
estriada esquelética;

• Mioblastos permanecem como células-


satélites aderidas à superfície externa das
fibras musculares estriadas esqueléticas 
células associadas a eventos de regeneração
e hipertrofia muscular.
b. Tecido muscular estriado cardíaco c. Tecido muscular liso
• Origem a partir do mesoderma • Origem a partir do mesoderma
esplâncnico (mesoderma cardiogênico) esplâncnico  Diferenciação de
 Diferenciação de células células mesenquimais em fibras
mesenquimais em fibras musculares musculares lisas.
estriadas cardíacas.
Tecido Muscular Estriado
Esquelético
(controle voluntário, normalmente inseridos em ossos)
Morfologia

fibras alongadas;
células multinucleadas,
núcleos periféricos,
estriações no sarcoplasma.
TECIDO MUSCULAR ESTRIADO ESQUELÉTICO
Células  Fibras musculares estriadas esqueléticas

Corte longitudinal (M.O.) Corte transversal (M.O.)

Fibras muito espessas, de formato cilíndrico e com estriações transversais


(vistas ao corte longitudinal), e dotadas de vários núcleos periféricos (células
multinucleadas); formato geométrico ao corte transversal
Fibras Musculares Estriadas Esqueléticas (M. E. V.)
Fibras Musculares Estriadas Esqueléticas

Picro-sírius
(polarização)
Vascularização

Vasos injetados com resina plástica


Organização do Tecido Muscular Estriado Esquelético

Envoltórios conjuntivos:
a. Epimísio – Tecido conjuntivo denso modelado ao redor da massa muscular;

b. Perimísio – Tecido conjuntivo frouxo ricamente vascularizado e inervado; forma septos


que dividem a massa muscular em fascículos ou feixes de fibras musculares;

c. Endomísio – Delicado tecido conjuntivo frouxo ao redor de cada fibra muscular estriada
esquelética.
Envoltórios de Tecido Conjuntivo da Musculatura Estriada Esquelética
Envoltórios Conjuntivos do Tecido Perimísio  tecido conjuntivo frouxo
Muscular Estriado Esquelético que divide a musculatura esquelética em
septos;
Endomísio  tecido conjuntivo frouxo
que envolve cada fibra muscular, rico
em capilares.
Epimísio, Perimísio e Endomísio

Imunohistoquimica para
laminina
Junção Miotendinosa – Região de união entre as fibras musculares
estriadas esqueléticas e o tecido conjuntivo denso modelado do tendão.
Ultraestrutura da Fibra Muscular
Estriada Esquelética:

Nomenclatura utilizada para


componentes ultraestruturais das
fibras musculares:
• Membrana plasmática 
SARCOLEMA ou MEMBRANA
SARCOPLASMÁTICA
• Citoplasma  SARCOPLASMA
• Mitocôndrias  SARCOSSOMAS
• Retículo endoplasmático liso ou
agranular  RETÍCULO
SARCOPLASMÁTICO

Sarcoplasma quase totalmente


preenchido (80%) por MIOFIBRILAS
agregados paralelos de filamentos
contráteis (MIOFILAMENTOS) e
dispostos ao longo do eixo longitudinal
de cada fibra muscular estriada
esquelética.
M = fibras musculares

As estriações transversais vistas ao M.O. são consequencia


do alinhamento paralelo dos miofilamentos delgados e
espessos em faixas específicas alternadas: bandas A (faixas
mais coradas) e bandas I (faixas menos coradas) que são
“divididas” por uma linha (escura) Z.
Miofibrilas
Sarcômero: unidade funcional da miofibrila do músculo estriado
esquelético
As miofibrilas são subdivididas em
SARCÔMEROS, que são as unidades de
contração muscular.

Um sarcômero (constituido por


miofilamentos) corresponde a uma região
localizada entre duas linhas Z
consecutivas, contendo uma banda A
inteira e duas semibandas I.

Cada banda A contém miofilamentos


delgados entremeados com miofilamentos
espessos; cada banda I contém apenas
miofilamentos delgados. As linhas Z são
locais de ancoragem dos miofilamentos
delgados e espessos.

No centro de cada banda A, no sarcômero


em repouso, observa-se a banda H (rica
em creatina-quinase); no centro da banda
H, observa-se a banda M (pontes de
miomesina).
Fibra Muscular Estriada Esquelética: Miofibrilas e Sarcômeros (MET)

Ultra-estrutura do sarcômero

Miofilamentos das miofibrilas organizados para constituir


os sarcômeros
Sarcômero – Ultra-estrutura

Eletromicrografia de um sarcômero de uma miofibrila em uma fibra muscular


estriada esquelética. 48.000x
Os filamentos grossos de miosina ligam-se entre si a partir de projeções
transversais constituindo a linha M (proteina miomesina).
Outras proteinas (acessórias) relacionadas ao sarcômero

Alfa-actinina
nebulina

titina Linha M: miomesina


Banda H: creatina quinase (catalisa a formação de ATP)
Proteinas Estruturais do Disco Z

Linha Z (ou Disco Z)


Local de ancoragem dos miofilamentos
delgados e espessos

Aspecto da linha Z em corte Principais proteínas constituintes:


longitudinal de uma miofibrila; • -actinina
os filamentos delgados estão • proteína cap Z
ancorados de cada lado da
linha Z.
117.000x.
Sarcômero – Ultra-estrutura

Sarcômero: região da miofibrila entre 2 linhas Z adjacentes.


A disposição coincidente dos sarcômeros nas várias miofibrilas gera o sistema
caracteristico de estriações transversais da fibra muscular estriada esquelética.
Proteinas Contráteis dos Miofilamentos
1. Miofilamento Fino : actina F, troponina e tropomiosina

Actina F  base do miofilamento delgado; polímero helicoidal de moléculas de actina G;


Tropomiosina  duas cadeias em disposição helicoidal no sulco formado pela actina F;
Complexo da Troponina  constituído por três subunidades: TnT (ligação com a
tropomiosina); TnC (ligação com o íon Ca 2+); e TnI (inibição à interação entre actina e
miosina);
Sarcômero – Proteinas Contráteis
2. Miofilamento Grosso : miosina II

dominio globular da Moléculas de miosina II:


cadeia pesada
 2 cadeias pesadas
trançadas em hélice, com
partes em bastão [ou cauda] e
em cabeça [atividade
ATPásica],
+
4 cadeias leves associadas à
cabeça.

As caudas se alinham
paralelamente e as cabeças
ficam voltadas para as
extremidades do miofilamento
e para fora ( interação com
monômeros de actina do
miofilamento delgado).
Filamento Grosso
Banda H

Várias moléculas de miosina se agrupam para constituir o


filamento grosso
Outras proteinas que estabilizam as miofibrilas entre si e
com o sarcolema

Desmina

Plectina (une os filamentos de


desmina entre si)

Alfa-beta-cristalina

Rede estabilizadora
para o sarcolema
durante a contração
muscular

Desmina: proteina de filamentos


intermediários também presente na célula
muscular esquelética
Distrofia Muscular: miopatia congênita e degenerativa

Existem outros
complexos proteicos
(proteinas
transmembranares e
•Fraqueza muscular distrofina: ptn do
•Atrofia muscular citoesqueleto da
•Degeneração célula esquelética)
muscular importantes para a
estabilização do
sarcolema.

•Duchenne: mutação
gênica que efeta a
expressão de
distrofina Tratamento
fisioterápico
melhora qualidade de
vida.
Histofisiologia da Contração Muscular – Huxley 1952
Deslizamento dos miofilamentos delgados por
entre os miofilamentos espessos

• No estado de repouso, a subunidade TnI da


troponina inibe a interação entre uma cabeça da
miosina de um miofilamento espesso e um
monômero de actina do miofilamento delgado; o
sítio de ligação de actina com a miosina se
encontra encoberto pela molécula de tropomiosina.

•Aumento do Ca2+ citossólico  ligação do Ca2+ à


subunidade TnC da troponina  modificação
conformacional da troponina  a tropomiosina é
empurrada para o sulco da actina F, expondo o
sítio de ligação da actina G com a cabeça da
miosina.
Modificações dos Sarcômeros Durante Ciclos de Contração e Relaxamento

Relaxado

Durante a
Contração

Contraído
Contração Muscular
Consequências na Estrutura do Sarcômero

•A rigidez que ocorre após a morte


•Mecanismo de DESLIZAMENTO dos se deve a falta de ATP: os
miofilamentos com encurtamento dos filamentos de actina e miosina
sarcômeoros permanecem ligados (configuração
rígida)
Cãibra / Câimbra – contrações fortes, prolongadas e dolorosas

Causas:

Acúmulo excessivo de ácido lático;

Perda excessiva de água e sais (sódio e potássio / Mg);

Deficiência de fluxo sanguíneo que gera baixa oxigenação.


Participação do Retículo Sarcoplasmático (RS) na Contração Muscular

A contração de uma fibra muscular segue o


princípio do “tudo-ou-nada”  Quando uma fibra
muscular é estimulada a se contrair, ou ela se
contrai totalmente ou ela não se contrai.

As cisternas do retículo
endoplasmático liso (retículo
sarcoplasmático) envolvem as
miofibrilas.

As cisternas do retículo
sarcoplasmático (RS) regulam o
fluxo de íons cálcio no
sarcoplasma; ou seja: controlam a
liberação e sequestro do íon Ca2+
durante a contração muscular.
Despolarização do RS e liberação de cálcio

A membrana do RS precisa ser despolarizada por um estímulo nervoso...


A despolarização se inicia numa placa motora = Junção
Neuro-Muscular

Inervação do Tecido
Muscular Estriado
Esquelético

Fibras nervosas
motoras penetram
na musculatura
estriada e formam
placas motoras, ou
junções mioneurais
(sinapses
neuromusculares).

Cada fibra muscular


estriada esquelética
tem sua própria
placa motora
exclusiva.
A chegada do impulso nervoso na célula muscular
desencadeia o processo de contração
Tecido Muscular Estriado Esquelético – Placa Motora – M. E. V.

Eletromicrografia de varredura de um nervo motor e suas


ramificações formando placas motoras em fibras musculares
estriadas esqueléticas adjacentes.
Junção Neuro-Muscular

A liberação de acetil-colina
(neurotransmissor) na fenda
sináptica inicia a despolarização
do sarcolema que leva à
contração
Toxina Botulínica: produzida pela bactéria Clostridium botulinum

Bloqueadores
sintéticos
utilizados em
procedimentos
cirúrgicos

A transmissão neuro-muscular pode ser inibida pela neuro-toxina botulínica que


se associa a membrana pré-sináptica inviabilizando a liberação de acetil-
colina

Paralisia muscular
A paralisia do diafragma pode impedir a respiração normal e levar à morte por asfixia.
Curiosidade....

BOTOX

• toxina botulínica industrializada, purificada e utilizada para fins


estéticos (em doses que não causam a doença).

• promove o efeito tensor sob a pele, suavizando rugas e linhas de


expressão na região da face.

• após alguns meses o efeito é perdido e nova aplicação deve ser


realizada.
Miastenia Gravis

Doença auto-imune na qual os


indivíduos produzem
anticorpos anti receptores de
acetil-colina gerando fadiga
extrema e fraqueza muscular.

Ainda não existe cura para a miastenia gravis, mas existem medicamentos que favorecem
a permanência da acetilcolina na junção neuromuscular e outros que reduzem a produção
de anticorpos contra os receptores da acetilcolina. Os cortiscoesteroides e os
imunossupressores são também recursos farmacológicos utilizados no tratamento dessa
patologia.
A onda de despolarização deve atingir as cisternas mais profundas do RS

A condução do estímulo
nervoso até as miofibrilas
mais profundamente situadas
é realizada por um sistema
de túbulos transversais ou
túbulos T (invaginações do
sarcolema)

Tríade:

Local de contato de 1Túbulo T


(que se localiza entre as
bandas A e I) com 2
cisternas laterais
do retículo sarcoplasmático
(num mesmo sarcômero)
O grande desenvolvimento do retículo sarcoplasmático (RS) permite a
perfeita delimitação do contorno das miofibrilas.
Tríade

A despolarização da
membrana do túbulo T
desencadeia a
liberação da Ca2+ pelas
cisternas laterais do
RS, dando início ao
processo de
contração.
Tipos de Fibras Esqueléticas – diferenças estruturais e funcionais
1. Fibras vermelhas:
• diâmetro menor
• muitas mitocôndrias
• contração mais lenta
• grande resistência a fadiga

2. Fibras brancas
• diâmetro maior
• menos mitocôndrias
• contração mais rápida
• pequena resistência a fadiga 2
Fibras vermelhas Fibras brancas

Fibras de Fibras de
contração contração
lenta e mais rápida e
resistentes à menos
fadiga resistentes à
fadiga
HIPERTROFIA, HIPERPLASIA E REGENERAÇÃO DOS TECIDOS
MUSCULARES

1. Tecido muscular estriado cardíaco:


• Hipertrofia: em situações patológicas.
• Hiperplasia: nula.
• Regeneração: nula

2. Tecido muscular liso:


• Hipertrofia: boa.
• Hiperplasia: boa.
• Regeneração: boa.

3. Tecido muscular estriado esquelético:


• Hipertrofia: devido a células satélites
• Hiperplasia: nula.
• Regeneração: variável, dependendo da extensão da lesão;
possível graças às células satélites  esquema ao lado.
Regeneração e Hipertrofia - Células satélites

Células satélite

Proliferação

Fusão de novas células entre


si e/ou com a célula
esquelética pré-
existente

Hipertrofia
Tecido Muscular Estriado Esquelético – Células Satélites – M.E.T.

Eletromicrografia de uma célula


satélite associada a uma fibra
muscular estriada esquelética. O
núcleo é eucromático e o
citoplasma rico em ribossomas. As
setas indicam a lâmina basal
comum à célula satélite e à fibra
muscular. 24.000x.

Eletromicrografia de uma
célula satélite associada a uma
fibra muscular estriada
esquelética. As duas células
compartilham da mesma lâmina
basal, setas. A célula satélite
apresenta poucas organelas de
modo geral. 24.000x.
Curiosidade... Esteróides Anabolizantes
androgênico
Testosterona: hormônio esteróide
anabolizante

Hormônios esteróides sintéticos (pacientes com atrofia muscular)

• minimiza efeito androgênico e maximiza efeito anabolizante

Efeitos colaterais do uso de testosterona pura ou de esteróides sintéticos:

• Aumento das características sexuais masculinas secundárias;


• Diminuição de função testicular (redução da produção de espermatozóides);
• Alterações de comportamento e humor;
• Riscos de cardiopatias
• Disfunções hepáticas.
Dopping genético: uso de DNA trangênico que estimula o organismo a
sintetizar substâncias desejadas que aumentem a performance (EPO,
endorfinas, bloqueadores de miostatina)

Atletas da Copa 2014, foram submetidos a alguns testes anti-dopping realizados pelo Laboratório Suíço de Análise do
Doping (LAD), em acordo com a Agência Mundial Antidoping (WADA).
.
Tecido Muscular Estriado
Cardíaco

Tipo de tecido muscular que forma a musculatura do coração (miocárdio).

 Células: Fibras musculares estriadas cardíacas.


Músculo Estriado Cardíaco - Morfologia

•células cilíndricas pequenas;


•células bifurcadas (extremidades ramificadas),
•células mono ou binucleadas
•núcleo em posição central,
•estriações no sarcoplasma,
•células unidas por discos intercalares
Fibras musculares estriadas cardíacas comuns: cardiomiócitos
corte longitudinal corte transversal

Fibras de formato cilíndrico, núcleos Fibras de formato circular irregular e


alongados e de formato ovoide, unidas por variável de fibra para fibra; núcleos centrais
discos intercalares (traços escalariformes de formato arredondado; fibras sem núcleo
mais intensamente corados); estriações não devido ao plano de corte fora do plano
muito nítidas. central.
Cardiomiócitos

Cardiomiócitos: cortes longitudinais


Cardiomiócitos – M.O.

Cardiomiócitos: cortes transversais


Organização do Tecido Muscular
Estriado Cardíaco

Não há epimísio ou perimísio


associados; existe apenas o
endomísio : tecido conjuntivo
frouxo intensamente rico em
capilares e lâmina basal.

Ultraestrutura da Fibra Muscular


Estriada Cardíaca

 Grande quantidade de
mitocôndrias;

 Miofibrilas distribuídas
longitudinalmente no sarcoplasma
(mesmo mecanismo de contração
que o das fibras musculares
estriadas esqueléticas);
 Túbulos T maiores e mais largos,
porém menos abundantes, ao nível das
linhas Z (1 túbulo T por sarcômero);

 Retículo sarcoplasmático menos


desenvolvido  menor quantidade de
túbulos anastomosados e pequena
quantidade de pequenas cisternas
terminais  não há a delimitação
perfeita do contorno das miofibrilas,
que se continuam umas com as outras;
a função do retículo sarcoplasmático é
controle do sequestro e de liberação
de íons Ca2+ no sarcoplasma;

 Formação de díades  um túbulo T


associado a uma cisterna terminal do
retículo sarcoplasmático.
Díade
Díade:

Local de contato
doTúbulo T (que
se localiza ao
longo da Linha Z) +
1 cisterna lateral
do retículo
sarcoplasmático
(num mesmo
sarcômero)
Tecido Muscular Estriado Cardíaco – Corte Transversal

Grande quantidade de mitocôndrias, a continuidade entre as miofibrilas e, na


eletromicrografia, a presença de um capilar do endomísio entre as fibras
musculares estriadas cardíacas. No esquema: 1, miofibrilas; 2, grânulos de
glicogênio; 3, retículo sarcoplasmático; 4, fibras reticulares do endomísio; 5,
lâmina externa da fibra muscular (“lâmina basal”); 6, capilar.
Fibras Musculares Estriadas Cardíacas – M.E.V.

Vista superficial das Vista do sarcoplasma, com miofibrilas


(em verde), mitocôndrias (em
estriações transversais
laranja), e túbulos T (em branco)
Discos Intercalares
Estruturas encontradas
exclusivamente no tecido
muscular estriado cardíaco.

 Regiões juncionais
especializadas que unem as
extremidades das fibras
musculares estriadas
cardíacas, tornando o
miocárdio um sincício
funcional.

Aparecem com estreitos


traços de formato
escalariforme (ou em zigue-
zague), mais intensamente
corados, transversalmente às
fibras musculares estriadas
cardíacas.
discos intercalares

Discos intercalares: Complexos juncionais especializados


localizados entre cardiomiócitos adjacentes
discos intercalares
Discos Intercalares

Regiões e Tipos de Junções nos Discos Intercalares:

• Região Transversal:
zônulas de adesão (1): regiões de inserção dos
miofilamentos dos sarcômeros terminais;
Desmossomas (2): locais de inserção dos filamentos
intermediários de desmina;

• Região Longitudinal:
 Junções comunicantes (do tipo “gap”) (3):
determinam o acoplamento elétrico das fibras
musculares estriadas cardíacas.
Tecido Muscular Estriado Cardíaco – Corte Longitudinal – Disco Intercalar (M. E. T.)

G D G

A eletromicrografia mostra duas fibras musculares estriadas cardíacas unidas


por um disco intercalar, no qual se observam as regiões transversais com as
zônulas de adesão (setas) e desmossomas (D), e as regiões longitudinais com
junções comunicantes (G). M, mitocôndria.
Isquemia Cardíaca
Lesão e Reparo: baixa capacidade de regeneração; substituição por
tecido cicatricial.
Suspeita de infarto do miocárdio (IM): detecção de proteinas cardíacas (TNI e
TNT) 3 a 12 h após IM; TNI (persiste elevada por até 2 semanas).

Necrose inicial de Cardiomiócitos


cardiomiócitos
cardiomiócitos necróticos
normais
Isquemia miocárdica 3 dias após
24h isquemia
Tecido Muscular Liso
 Células: Fibras musculares lisas

• Tipo mais delgado entre todos os


tipos de células musculares,
encontrado na estrutura de
diferentes órgãos e vísceras (por
isso, também chamado de tecido
muscular visceral), formando camadas
de diferentes espessuras;

• Presente no trato respiratório


(traqueia, brônquios e bronquíolos),
nos vasos sanguíneos (artérias e
veias), no trato gastrointestinal
(estômago e intestinos), na parede da
vesícula biliar, no trato urinário (vias
urinárias), nos tratos genitais
masculino (vias espermáticas) e
feminino (tuba uterina, útero e
vagina), entre outros.
Músculo Liso - Morfologia

•células fusiformes;
•células mononucleadas;
•comprimento muito variável;
•núcleos centrais.
Tecido Muscular Liso – M.O.
Corte longitudinal: fibras muito
delgadas, em formato fusiforme, com
núcleo único – também de formato
fusiforme – e em posição central.

Corte transversal: contorno


arredondado e de pequeno diâmetro
em cada fibra, e núcleo arredondado e
central; algumas fibras não
apresentam núcleo devido ao plano de
corte (acima ou abaixo do nível
central).

Esquema tridimensional das


células musculares lisas
TECIDO MUSCULAR LISO – M.O.

Corte Longitudinal Corte Transversal

Organização do Tecido Muscular Liso

Não há epimísio ou perimísio associados; existe apenas o endomísio: tecido


conjuntivo frouxo intensamente rico em capilares e lâmina basal.
Músculo Liso - Localização

Músculo liso na parede de artérias Músculo liso na parede do útero


TECIDO MUSCULAR LISO – M.E.V.

Fibras musculares lisas da túnica muscular da tuba uterina


Ultraestrutura da Fibra Muscular Lisa

 Não há miofibrilas; miofilamentos em


disposição tridimensional  maior sobreposição
entre os miofilamentos  maior força de
contração;

 Miofilamentos delgados constituídos apenas


por actina F e tropomiosina, sem troponina;
• Corpos densos  locais de ancoragem dos
miofilamentos delgados, constituídos por -
actinina e proteína cap Z  estruturas
equivalentes aos discos Z das fibras musculares
estriadas;

 Cavéolas  vesículas de endocitose formadas


a partir de “rafts” lipídicos, encarregadas de
veiculação do íon Ca2+ para o sarcoplasma 
função equivalente às do retículo
sarcoplasmático (= típico REL) e dos túbulos T
(ausentes nas fibras musculares lisas);

 Pequena quantidade de organelas de síntese


situadas nas regiões do sarcoplasma próximas
aos polos nucleares;

 Células musculares lisas unidas por junções


comunicantes (do tipo “gap”).
TECIDO MUSCULAR LISO – CORTE LONGITUDINAL – M.E.T.

Eletromicrografia de uma fibra muscular lisa em corte longitudinal. (N) núcleo.


Mitocôndrias, aparelho de Golgi e ribossomas particularmente abundantes na região
perinuclear. O restante do sarcoplasma da fibra é ocupado por miofilamentos delgados e
corpos densos (setas), nos quais os miofilamentos se inserem. 17.220x.
TECIDO MUSCULAR LISO – CORTE TRANSVERSAL – M.E.T.

Eletromicrografia de fibras musculares lisas em corte transversal. Delicadas fibrilas


colágenas entre as fibras musculares. As setas indicam os corpos densos
subsarcolemais (onde os miofilamentos se ancoram no sarcolema) e citossólicos (onde
os miofilamentos se ancoram em meio ao sarcoplasma).
TECIDO MUSCULAR LISO – CORTE TRANSVERSAL – M.E.T.

Eletromicrografia de uma fibra muscular lisa em corte transversal, mostrando


em grande aumento os miofilamentos delgados e espessos no sarcoplasma. As
manchas elétron-densas irregulares são corpos densos sarcoplasmáticos.
153.000x.
• Alterações da conformação da
fibra muscular lisa durante a
contração

• Uma rede de filamentos


intermediários de desmina
mantém os corpos densos
sarcoplasmáticos e
subsarcolemais fixos em suas
posições, impedindo a dissociação
dos miofilamentos durante ciclos
de contração e relaxamento.
HIPERTROFIA, HIPERPLASIA E
REGENERAÇÃO DOS TECIDOS
MUSCULARES

1. Tecido muscular estriado cardíaco:


• Hipertrofia: em situações
patológicas.
• Hiperplasia: nula.
• Regeneração: nula

2. Tecido muscular liso:


• Hipertrofia: boa.
• Hiperplasia: boa.
• Regeneração: boa.

3. Tecido muscular estriado


esquelético:
• Hipertrofia: devido a células
satélites
• Hiperplasia: nula.
• Regeneração: variável, dependendo
da extensão da lesão; possível
graças às células satélites 
esquema ao lado.
Papel das cavéolas na mobilização de Ca2+ para a contração da fibra muscular lisa

Esquema de uma cavéola para a demonstração da mobilização de Ca 2+ para o sarcoplasma de uma fibra
muscular lisa. Canais de Ca2+ do tipo L (CCTL) estão localizados nas cavéolas e próximos a elas. O
retículo sarcoplasmático (RS) próximo às cavéolas libera o Ca 2+ quando canais sensíveis à rianodina
(não mostrados) são estimulados. O Ca2+ no sarcoplasma entre as cavéolas e o retículo
sarcoplasmático pode ser fornecido pelo RS ou por canais do tipo L nas cavéolas. O Ca 2+ é removido
do sarcoplasma pelo trocador Na+-Ca2+ (não mostrado), ou por Ca2+-ATPases no sarcolema (não
mostrado), ou ainda por Ca2+-ATPases na membrana do RS. Adaptado de Daniel et al., 2006, Journal
of Cellular and Molecular Medicine, vol. 10, no. 2, pp. 529-544.
Ativação das moléculas de miosina II e formação de miofilamentos
espessos em fibras musculares lisas

ESTADO INATIVO (cadeias leves da miosina


II não-fosforiladas e cauda da miosina
dobrada sobre a cabeça)
Inervação do Tecido
Muscular Liso
Miofilamentos e Mecanismo de Contração
Sarcoplasma:

•Miofilamentos finos e grossos


(NÃO formam sarcâmeros)

•Filamentos intermediários de
desmina e de vimentina no
caso do m. liso vascular.

•Miofilamentos finos (actina) e


filamentos intermediários são
ancorados aos corpos densos
(alfa-actinina).
Músculo Liso - Mecanismo de Contração
Músculo Liso - Mecanismo de Contração

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