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UNIDADE III

História da Matemática

Prof. Emilio Celso


Matemática nos séculos XVI a XVIII

São matemáticos de destaque:

 François Viète (1540-1603) foi advogado, membro do parlamento provincial da


Bretanha, considerado o maior matemático francês do século XVI (dedicava a
maior parte de seu tempo de lazer à matemática). Principal obra: In artem.

 Na qual o simbolismo algébrico é notadamente trabalhado.


Matemática nos séculos XVI a XVIII

John Napier (1550-1617), escocês, fazia previsões do “Final do Mundo” e sobre


“Máquinas de Guerra”, deixou como legado à matemática:
a) Os logaritmos;
b) A regra das partes circulares;
c) As fórmulas trigonométricas, úteis na resolução de triângulos esféricos
obliquângulos;
d) As barras de Napier, usadas para efetuar mecanicamente multiplicações, divisões
e extração de raízes quadradas.
 Obra: Mirifi logarithmorum canonis descriptio (Descrição
da regra dos logaritmos).
Matemática nos séculos XVI a XVIII

 Henry Briggs (1561-1631), professor de geometria do Gresham College de


Londres e, posteriormente, professor de Oxford.

 Com Napier, alterou as tábuas de logaritmos, nascendo assim os Logaritmos


Briggsianos ou Comuns, atualmente utilizados.

 René Descartes (1596-1650), foi militar. Obra: Discurso do Método.

 Tratado filosófico sobre Ciência Universal, traz


contribuições à geometria analítica.
Matemática nos séculos XVI a XVIII

 Pierre de Fermat (1601?-1665), advogado, fazia matemática por lazer.


Escreveu sobre:
a) Equação geral da reta;
b) Equação geral da circunferência;
c) Hipérboles;
d) Elipses;
e) Parábolas;
f) Tangentes;
g) Quadraduras.
Matemática nos séculos XVI a XVIII

 Blaise Pascal (1623-1662), francês.


Com Fermat, desenvolveu:
a) A Teoria das Probabilidades;
b) A Fórmula de Geometria do Acaso;
c) O Triângulo de Pascal;
d) O Tratado sobre as Potências Numéricas.
Matemática nos séculos XVI a XVIII

 A realização mais notável do século XVII: a descoberta e o desenvolvimento do


cálculo (Isaac Newton e Gottfried Wilhelm Leibniz).

 Com eles, a matemática criativa passou a um plano superior e a matemática


elementar essencialmente terminou.
Matemática nos séculos XVI a XVIII

 Isaac Newton (1642-1727).

 Publicou, em 1687, Philosophiae Naturalis Principia Mathematica, um tratado com


novos conceitos em física e astronomia, o mais admirado de todos os tempos.
Matemática nos séculos XVI a XVIII

 Gottfried Wilhenm Leibniz (1646-1716).

 Usou pela primeira vez o símbolo de integral, utilizando a primeira letra da palavra
latina summa, que significa soma. Escreveu diferenciais e derivadas, como
são atualmente.
Matemática nos séculos XVI a XVIII

 Leonhard Euler (1707-1783) foi o mais importante matemático nascido na Suíça.

Responsável pelas seguintes notações utilizadas em Matemática:


 f(x) para funções;
 e para base dos logaritmos naturalis;
 i para a unidade imaginária;
 o símbolo de somatória;
 notação para derivadas de grau n;
 etc.
Interatividade

Assinale a alternativa falsa.


a) François Viète (1540-1603) é considerado o maior matemático francês do século
XVI.
b) John Napier deixou como legado à matemática o estudo sobre os logaritmos.
c) Descartes e Fermat conceberam as ideias da geometria analítica moderna.
d) A invenção do cálculo é creditada a Isaac Newton e Gottfried Wilhelm Leibniz.
e) O tratado filosófico sobre a ciência universal é de autoria de Leibniz.
Panorama cultural

As condições globais que propiciaram alterações profundas na cultura e na


sociedade humana em todo o mundo apareceram em duas grandes revoluções:

 Revolução Agrícola do terceiro milênio a.C.;

 Revolução Industrial no século XIX d.C.


Álgebra, geometria e análise matemática nos séculos XIX e XX

 O alemão Carl Friedrich Gauss (1777-1855) é considerado universalmente como


um dos maiores matemáticos de todos os tempos e, por esse motivo, foi apelidado
de “príncipe da matemática”.

 Aos 20 anos, escreveu sua tese de doutorado na Universidade de Helmsädt,


apresentando a primeira demonstração plenamente aceitável do teorema
fundamental da álgebra.
Álgebra, geometria e análise matemática nos séculos XIX e XX

 Aos 24 anos, ele publicou sua obra unitária mais importante, Disquisitiones
arithmeticae, um trabalho fundamental na moderna Teoria dos Números.
Álgebra, geometria e análise matemática nos séculos XIX e XX

 Carl Friedrich Gauss (1777-1855) é um dos precursores do cálculo diferencial.

 Em 1827, ele iniciou um novo ramo da geometria denominado de


geometria diferencial.
Álgebra, geometria e análise matemática nos séculos XIX e XX

 Augustin-Louis Cauchy (1789-1857).

 Definiu a integral em termos de soma, mas esse estudo foi muito incompleto.
No entanto, a partir dessa época, intensificaram-se as investigações sobre os
fundamentos do cálculo, levando ao desenvolvimento da Análise Matemática
e da Teoria das Funções.
Álgebra, geometria e análise matemática nos séculos XIX e XX

 Bernhard Riemann (1826-1866).

 Realizou um estudo aprofundado da integral, como nunca fora empreendido antes.


Em decorrência, as somas usadas na definição de integral são denominadas
somas de Riemann e a própria integral é chamada de Integral de Riemann.
Álgebra, geometria e análise matemática nos séculos XIX e XX

 Carl Cristov Jacobi (1804-1851).

 Além de pesquisador, Jacobi foi o maior professor de sua geração. Jacobi e


Cauchy contribuíram para a Teoria dos Determinantes, mais tarde conhecido
pela designação “Jacobiano”.
Álgebra, geometria e análise matemática nos séculos XIX e XX

 Georg Ferdinand Ludwig Philip Cantor (1845-1918).

 Jules Henri Poincaré (1854-1912).

 Exerceram influência considerável em uma área muito extensa da matemática


dos tempos atuais.
A matemática moderna

A matemática moderna foi uma adaptação ao ensino das duas características


principais da matemática do século XX:

 “A ênfase na abstração e a preocupação crescente com a análise das estruturas e


modelos subjacentes”.
Bourbaki

 Nicolas Bourbaki é um nome fictício dado a um grupo de matemáticos, quase


exclusivamente franceses, que tem sido associado desde 1939 a uma série de
obras matemáticas da mais alta abrangência.
Interatividade

Assinale a alternativa falsa.


a) Carl Friedrich Gauss foi apelidado de “príncipe da matemática”.
b) Nicolas Bourbaki é um nome fictício dado a um grupo de matemáticos.
c) Augustin-Louis Cauchy é responsável pelo desenvolvimento da análise matemática
e da teoria das funções.
d) Cantor usou pela primeira vez o símbolo de integral, a primeira letra da palavra
latina summa.
e) A realização mais celebrada de Dirichlet foi a generalização do conceito de função.
Filosofias da matemática

 Atualmente, são consideradas três as principais filosofias da matemática: a


logicista, cujas figuras centrais são Russel e Whitehead; a escola intuicionista,
liderada por Brouwer; e a escola formalista, cujo desenvolvimento se deve
a Hilbert.
Evolução da ciência e as filosofias da matemática

 Racionalismo cartesiano

 Descartes, Rousseau e Kant afirmam que o homem deve exercer a condição de


sujeito autêntico, pois assim ele se coloca no real e fica com a verdade.

 O ponto de partida de Descartes é a busca de uma verdade primeira que não


apresenta espaço para a dúvida.

 A verdadeira ciência se perfaz no espírito. A capacidade


de atingir verdades universais e eternas está no ser
humano.
Evolução da ciência e as filosofias da matemática

 Rousseau, por sua vez, acredita em outro tipo de subjetividade: se, para
Descartes, a evidência é algo exclusivamente intelectual, Rousseau considera
que a verdade só encontra porto seguro no sujeito moral, na medida em que
ela é avaliada por uma subjetividade que nada mais é do que uma consciência
moral organizada à base dos sentimentos. Ou seja, Rousseau moraliza o
sujeito epistemológico.

 Immanuel Kant (1724-1804) fez o trabalho da crítica da razão na medida em que


investigou as condições de possibilidade do aparato cognitivo subjetivo. Kant
subjetiva o espaço e o tempo: eles se tornam lentes sem
as quais o mundo não pode ser percebido pelo sujeito.
Evolução da ciência e as filosofias da matemática

Empirismo

 Ao contrário do racionalismo, o empirismo enfatiza o papel da experiência sensível


no processo de conhecimento. A experiência é fundamental e o trabalho da razão
é posterior e está subordinado a ela. Os empiristas questionam o caráter absoluto
da verdade, uma vez que o conhecimento parte de uma realidade em
transformação constante, sendo, portanto, tudo relativo ao espaço, ao tempo e ao
humano. São empiristas Francis Bacon (1561-1626), John Locke (1632-1704) e
Scot David Hume (1711-1776).
Evolução da ciência e as filosofias da matemática

Positivismo

 A Revolução Industrial do século XVIII demonstrou a eficácia do novo saber


inaugurado pela ciência moderna no século anterior.

 A ciência é o único conhecimento possível e o método das ciências da natureza é


considerado o único válido e deve, portanto, ser estendido a todos os campos da
indagação e atividade humanas.

 Nesse cenário, desenvolveu-se, no século XIX, o


pensamento positivista, cujo principal representante é
August Comte (1798-1857).
Filosofias da matemática

Logicismo

 A tese do logicismo é a de que a matemática é um ramo da lógica. Assim, ao invés


de ser apenas um instrumento da matemática, a lógica passa a ser considerada
como a geradora da matemática.
Filosofias da matemática

Intuicionismo

 A tese do intuicionismo é a de que a matemática tem de ser desenvolvida apenas


por métodos construtivos finitos sobre a sequência dos números naturais dada de
forma intuitiva.
Filosofias da matemática

Formalismo

 A tese do formalismo é a de que a matemática é essencialmente o estudo dos


sistemas simbólicos formais. Sua base não está plantada na lógica, mas apenas
em uma coleção de sinais ou símbolos pré-lógicos.
A Teoria da Relatividade: Albert Einstein (1879-1955)

 O mais célebre cientista do século XX, Albert Einstein, nasceu na Alemanha em


uma família judaica não observante.

 Inicialmente, Einstein apresentou sua teoria da relatividade geral em uma série de


conferências e somente no ano seguinte a publicou na obra “Fundamento Geral da
Teoria da Relatividade”.

 Em 1919, sua teoria foi comprovada em experiência realizada durante um eclipse


solar. Em 1921, Einstein ganhou o Prêmio Nobel de Física
e foi indicado para integrar a Organização de Cooperação
Intelectual da Liga das Nações. No mesmo ano, publicou “A
teoria da relatividade especial e geral”.
Interatividade

Os filósofos que estabeleceram a base do racionalismo cartesiano foram:

a) René Descartes, Jean Jacques Rousseau e Emmanuel Kant.


b) Francis Bacon, John Locke e Scot David Hume.
c) August Comte e Bertrand Russel.
d) Nicholas Bourbaki e Jean Dieudonné
e) Albert Einstein e Jules Henri Poincaré.
Escola brasileira: os grandes matemáticos brasileiros

 Período colonial até o início da década de 1990.

 Mudanças e legislações.

 Matemáticos brasileiros de renome e suas contribuições.


Período colonial até o início da década de 1990

 A partir do descobrimento, durante 250 anos a educação no Brasil coube


predominantemente aos jesuítas.

 Em 1750, com o Marquês de Pombal no poder de Portugal, os jesuítas foram


expulsos e o controle da educação escolar passou para o Estado português.

 Primeira reforma educacional brasileira, o foco permaneceu nas classes


privilegiadas, pois as aulas régias criadas foram de latim, grego e retórica.
Período colonial até o início da década de 1990

 No final do século XIX, a educação popular passou a ter alguma importância, com
a criação do primeiro grupo escolar.

 As influências internas e externas decorrentes da Primeira Guerra Mundial foram a


razão da existência de uma época de grandes debates no parlamento e na
imprensa, marcados pelo Congresso Brasileiro de Instrução Secundária e
Superior, em 1922, e pela fundação da Associação Brasileira de Educação (ABE),
em 1924.
Período colonial até o início da década de 1990

 A atuação da Associação Brasileira de Educação (ABE) culminou com o advento


do “segundo período de desenvolvimento da matemática superior”, a partir da
década de 1930.

 Esse novo período foi marcado pela fundação da Universidade de São Paulo
(USP), em 1934, com a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL).

 Era o início de um novo ciclo de ensino e desenvolvimento da matemática superior


fora das escolas de engenharia.
Período colonial até o início da década de 1990

 O curso de matemática da USP contou desde o início com a colaboração de


matemáticos italianos e instituiu na comunidade matemática brasileira a cultura de
fazer pesquisa científica continuada e de considerar a importância para a
comunidade matemática internacional os resultados obtidos nos estudos
realizados.
Período colonial até o início da década de 1990

 Os membros da comunidade matemática brasileira passaram a se congregar em


associações de âmbito local ou nacional, bem como a criar periódicos
especializados na área com o objetivo de criar espaço de publicação para
pesquisas em matemática.

 Alguns membros da comunidade matemática brasileira se envolveram no projeto


de publicar e divulgar no país bons livros didáticos sobre matemática, escritos por
matemáticos brasileiros ou estrangeiros.
Mudanças e legislações

 O final do século XIX até 1930 representou o período áureo do chamado


“ciclo do café”.

 A reforma instituída por Francisco Campos (primeiro ministro do Ministério da


Educação e Saúde Pública) estruturou o ensino pela primeira vez em todo território
nacional, mas privilegiava a educação para a elite.

 A Constituição de 1946 estabelecia que a União deveria legislar sobre as diretrizes


e bases da educação nacional.

 A principal característica da LDBEN nº 4.024/61 era a


descentralização, ou seja, cada Estado passaria a ser
responsável por seu sistema educacional.
Mudanças e legislações

 A industrialização exigiu a universalização da educação escolar e a possibilidade


de acesso à escola para a maioria da população, iniciada justamente com a
Constituição de 1946, que determinava que o ensino primário, de quatro anos de
duração, era obrigatório a todos.

 O ensino médio era, até então, na sua maioria, delegado às instituições de


iniciativa privada, com caráter altamente seletivo. Havia ainda um tipo especial
de escola secundária com o objetivo de qualificação para os quadros médios no
trabalho industrial.
Mudanças e legislação

 A partir da década de 1940, as sociedades científicas de matemática foram


fundadas.

 Sociedade de Matemática de São Paulo (1945-1969), com sede na USP.

 Sociedade Brasileira de Matemática (SBM) – 1969.

 Sociedade Brasileira de Educação Matemática (SBEM) – década de 1980, que


tem por objetivo congregar profissionais da matemática
e está voltada para os profissionais da área de
educação matemática.
Mudanças e legislação

 Década de 1940 – pós-graduação em Matemática na USP.

 Decreto n° 12.511, de 21 de janeiro de 1942, reorganizou a FFCL da USP e


instituiu a concessão do grau de doutor por aquela faculdade. Para o caso da
matemática, foi instituído o grau de doutor em ciências.
Formação de matemáticos
Ano Professor Instituição
 “Primeira fase de 1944 Omar Catunda Concurso de cátedra na FFCL
doutoramentos na USP” 1951 Benedito Castrucci Concurso de cátedra na FFCL
1943 Concurso de cátedra na Politécnica
Candido Lima da Silva Dias
1951 Concurso de cátedra na FFCL
1950 Luiz Henrique Jacy Monteiro Grau de doutor pela FFCL
1950 Elza Furtado Gomide Grau de doutor pela FFCL
1950 Grau de doutor pela FFCL
Edison Farah
1954 Concurso de cátedra na FFCL
Fonte: Livro-texto 1950 João Batista Castanho Grau de doutor pela FFCL
Fernando Furquim de
1951 Concurso de cátedra na FFCL
Almeida
1952 Chaim Samuel Hönig Grau de doutor pela FFCL
1956 Domingos Pisanelli Grau de doutor pela FFCL
1957 Nelson Onuchic Grau de doutor pela FFCL
1958 Carlos Benjamin de Lyra Grau de doutor pela FFCL
Formação de matemáticos

 Ofélia Teresa Alas, graduada em matemática pela FFCL da USP, em 1968, foi a
segunda brasileira a obter o grau de doutora em matemática. A partir da década de
1950, a Escola de Engenharia de São Carlos da USP instituiu programas de pós-
graduação em matemática e, assim, obtiveram o grau de doutor:

Ano Professor
1959 Gilberto Francisco Loibel
1959 Rubens G. Lintz
1963 Ubiratan D’Ambrosio
1968 Odelar Leite Linhares
Fonte: Livro-texto
Formação de matemáticos

 1952 – fundação do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), na cidade do


Rio de Janeiro, como um órgão do CNPq.

 Década de 1950 – o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) criou programas de


pós-graduação stricto sensu em matemática.

 1956 – início em Rio Claro do Departamento de Matemática da Faculdade de


Filosofia, Ciências e Letras.

 A partir da década de 1960 – houve um substancial


incremento na oferta e na demanda de cursos de
graduação em matemática em quase todo o país.
Interatividade

Considere as afirmações:
I. Na década de 1940, teve início cursos de pós-graduação em matemática na USP.
II. Na “primeira fase de doutoramentos na USP, não havia mulheres.
III. Na década de 1960 e 1970, foram criados o Movimento Brasileiro de
Alfabetização (Mobral), o Projeto Minerva e as televisões educativas.
Assinale a alternativa correta:
a) As afirmativas (II) e (III) são verdadeiras e a (I) é falsa.
b) As afirmativas (I) e (II) são verdadeiras e a (III) é falsa.
c) As afirmativas (I) e (III) são verdadeiras e a (II) é falsa.
d) As afirmativas (I), (II) e (III) são verdadeiras.
e) As afirmativas (I), (II) e (III) são falsas.
ATÉ A PRÓXIMA!

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