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O estudo das equações de estado será iniciado com o estudo do chamado gás
ideal, que seria o comportamento aproximado das substâncias puras à pressão quase
nula e temperatura superior à temperatura de saturação. A equação de estado do gás
ideal foi obtida graças a uma grande quantidade de dados experimentais
recompilados pelos cientistas e Boyle-Mariofte (1672) e Gay Lussac (1802).
Pesos
Pistão
Gás
.
Q (Calor)
Figura 4.1:Sistema Pistão-Cilindro
( V1 ) P = V0 + a 0 �
V0 �
t1 (4.1)
Onde:
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Oscar Saul Hernandez Mendoza Cap.4
A equação 4.1 pode ser escrita da seguinte forma:
( V1 ) P = V0 ( 1 + a 0t1 ) (4.2)
Na experiência de Gay Lussac o coeficiente de expansão volumétrica a0 se manteve
constante para todos os gases utilizados e seu valor era:
1
a 0 = 0, 003660858 = (4.3)
273,16
� t1 �
( V1 ) p = V0 �
�1+ � (4.4)
� 273,16 �
� t2 �
( V1 ) p = V0 �
�1+ � (4.5)
� 273,16 �
( V1 ) � ( V1 - 273,16 ) P � 0 (4.7)
Assim:
T [ K ] = 273,16 + t �
�C �
0
� (4.8)
Portanto:
�V1 � �T1 �
� �= � � (4.9)
�V2 �
P �T2 �
74
Oscar Saul Hernandez Mendoza Cap.4
Manômetro
Parede diatérmica
Limites
do sistema
.
Q (calor)
( P1 ) V = p0 + a 0 �
p0 �
t1 (4.10)
( p1 ) v = p0 + ( 1 + a 0 �
t1 ) (4.11)
Onde:
Assim:
� t1 �
( p1 ) = p0 �1 + � (4.12)
� 273,16 �
�p1 � 273,16 + t1
� �= (4.13)
�p2 �
V
273,16 + t2
�p1 � T1
� �= (4.14)
�p2 �
V
T2
As pressões consideradas nas equações 4.10 a 4.14 são pressões absolutas.
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Oscar Saul Hernandez Mendoza Cap.4
cilindro contendo um gás à baixa pressão, com paredes diatérmicas mergulhado num
banho de temperatura constante. A experiência consistiu em comprimir o gás
mantendo sua temperatura constante, ou seja, mudar a pressão sobre o gás, mudando-
se os pesos sobre o pistão, o qual causava mudança de volume do gás de tal forma
que a temperatura do gás permanecesse constante. Segundo Boyle Mariotte a pressão
e o volume do gás podem se relacionar da seguinte forma:
�V1 � p2
� �= (4.16)
�V2 �
`T
p1
Pesos
Pistão
Gás
Líquido a T-cte
Figura 4.3 – Esquema do equipamento utilizado para realizar um processo à T = constante
Para reunir as equações 4.9, 4.14 e 4.16 numa equação única e válida em toda
a escala de pressões, volumes e temperaturas, onde o gás se comporta como ideal,
Emile Clapeyrom, em 1835, realizou pela primeira vez, a combinação das equações
de Boyle Mariofte e de Charles Gay Lussac. Ele realizou, de forma aproximada, o
seguinte procedimento:
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Oscar Saul Hernandez Mendoza Cap.4
temperatura T0 (processo isotérmico: 1*2), como mostra a figura 4.4
Analise:
a) Processo isotérmico: 12 (Lei de Boyle Mariotte)
( p0V0 ) T0 = ( pV1 ) T0
(4.17)
Onde:
�p V �
( V1 ) T =�0 0 �
0
�p � T0
�V � �T �
� �= � � (4.18)
�V1 �
P �T0 �
P
Onde:
�T �
V = ( V1 ) P � �
�T0 �
P
pV p0V0
= (4.20)
T T0
Para calcular o termo (P0V0 )/T0 é necessário definir niveis de referência. Uma vez
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Oscar Saul Hernandez Mendoza Cap.4
definido o termo de referência (P0V0 )/T0 , para uma dada massa de gás, este, toma-se
um valor constante, experimental e particular do gás, proposto por Regnault, em
1845.
p0V0 �J �
= R� � (4.21)
T0 �K �
pV = RT (4.22)
( r ) p�T a M (4.23)
Onde M representa a massa molecular (kg/kmol) e p a densidade (kg/m3).
Desta forma podemos dizer que:
1 1
a (4.24)
r M
O inverso da densidade r é o volume especifico v, cuja unidade é m3/Kg.
Então,podemos deduzir que:
�1 �
( v ) p,T = v � � (4.25)
�M �
Onde: v é uma constante de proporcionalidade, que deverá ser uma constante para
todos os gases que se encontra nas mesmas condições de temperatura e pressão.
Em outras palavras:
v - v M = cte (4.26)
78
Oscar Saul Hernandez Mendoza Cap.4
Tref = T0 273,16 K = 0 0C
O volume molar obtido é chamado de volume molar teórico VMo e o seu valor
numérico é:
Utilizando o conceito de volume molar teórico VM~, que, para 1 kmol, de gás
ideal, é uma constante universal e usando também a equação 4.21, anteriormente
definida, podemos obter o valor R correspondente a 1 kmol de qualquer gás ideal, nas
condições de pressão To e temperatura T0 de referência
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Oscar Saul Hernandez Mendoza Cap.4
p0V0 p �
V
R= =
T0 T
1, 01355 �105 �
N / m2 �
� 22, 414 �
�� m3 / kmol �
� �
RM =
273,16 [ K ]
Assim:
�N �m � � kJ �
RM = 8316,88 � �= 8,3168 � (4.28)
kmol �
� K� � K�
kmol � �
VMo V0 �
m3 �
v0 = = � � (4.29)
M m �kg �
p0 �
VM 0
Da equação 4.21 temos que: RM = (4.30)
T0
p0�M �v0 p v p v M �
Rm = = M � 0�0 = M � 0�0 = �R
T0 T0 m� T0 m
Ou:
R� R pv �J �
=R= M = 0 0 � (4.31)
m M T0 � K�
kg � �
Substância R
Hidrogênio (H2) R = 8,316 / 2,016 = 4,125 [kJ / kg.K]
Hélio (He) R = 8,316 / 4 = 2,079 [kJ / kg.K]
Nitrogênio (N2) R = 8,316 / 28,016 = 0,2968 [kJ / kg.K]
Monóxido de Carbono (CO) R = 8,316 / 28,01 = 0,2968 [kJ / kg.K]
Oxigênio (O2) R = 8,316 / 32 = 0,2598 [kJ / kg.K]
Ar R = 8,316 / 28,96 = 0,2871 [kJ / kg.K]
Mercúrio (Hg) R = 8,316 / 200,6 = 0,0414 [kJ / kg.K]
80
Oscar Saul Hernandez Mendoza Cap.4
v = R�
p� T (4.32)
Onde v é o volume molar [m3/Kmol]. O anexo II, mostra uma tabela mais completa
com valores de R, M para diferentes gases
6, 023 �1026
= 2, 7 �1025 moléculas (4.36)
22, 414
Exemplificando: 1 mN de vapor de água significara:
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Oscar Saul Hernandez Mendoza Cap.4
M H 2O 18,016 �kg / kmol �
1 m3 N de ( H 2O )V = = �3 �= 0,8038 kg( H 2O )V
22, 414 22, 414 �
m N / kmol �
Onde V0 será o número de m3N de uma gás e VPT o volume do gás à qualquer
pressão p e temperatura T.
Até aqui, nenhum gás real satisfez os requisitos para o gás ideal de Regnoult.
Apesar de Regnoult ter encontrado somente ligeiras variações entre as medições com
diferentes termômetros de gás, utilizados de acordo com rigorosos procedimentos
experimentais exigidos. Por esta razão o termômetro de gás fez possível obter várias
temperaturas de referência que hoje em dia constituem valores padronizados em
termometria.
Entretanto, como uma escala de referência de temperaturas somente pode ser
definida em termos de uma substância termométrica bem definida submetida a
pressões no termômetro de gás do tipo expansivo ou a um volume específico, no
termômetro de gás do tipo pressão, seguindo procedimentos experimentais bem
definidos, uma verdadeira escala de temperatura termométrica está ainda por ser
definida, o qual foi constatado quando analisamos a fundo o resultado das diferentes
escalas termométricas definidas pelo Conselho Internacional de Pesos e Medidas, na
sua seção de Termometria que requer correções de tempos em tempos.
“volume molar é constante para todos os gases ideais nas mesmas condições de
pressão e temperatura “, portanto:
( V �M 1 ) PT = ( V �M 2 ) PT = ( V �M ) PT = cte
82
Oscar Saul Hernandez Mendoza Cap.4
�V1 � n1
� � = (4.40)
�V2 �
PT
n2
Ou seja, os volumes ocupados por gases ideais distintos nas mesmas
condições de pressão e temperatura são diretamente proporcionais a suas quantidades
molares.
VT = V1 + V2 + V3 + ... �
m3 �
� � (4.41)
�V i
(4.43)
1
= 1, 0
VPT
83
Oscar Saul Hernandez Mendoza Cap.4
Onde podemos dizer que:
�n t
1
= 1, 0
nT
Vt = nt �
pt � R�T
Mas:
N
pTVT
= nT = �nt (4.46)
RM T 1
Logo:
Onde podemos dizer:
n
�pi (4.47)
1
= 1, 0
pT
V1 n1 p
= = 1 (4.48)
VT nT pT
Ou:
V1 p
= y1 = 1 (4.49)
VT pT
Ou seja, a fração volumétrica V1/VT, a fração molar nl/nT e a relação entre as pressões
parciais com a pressão total pl/pT são iguais.
84
Oscar Saul Hernandez Mendoza Cap.4
]
4.4.3- Massa Molecular Aparente de uma Mistura:
V = n�
p� R�T (4.50)
Ou:
�p t
Vt = � nt �
� R�T (4.51)
Mas como:
pt = �pt �
nt = �nt
T �nt
Vt = R ��
pt �
Vt = n �
pt � R�T
m
M=
n1
R0
R=
M
85
Oscar Saul Hernandez Mendoza Cap.4
- A mistura terá sua entalpia, entropia esta que dependem da composição
volumétrica ou mássica dos componentes.
4. 5 - Gases Reais:
Todos os gases que não obedecem a equação de gases ideais são chamados de
gases reais. A Termodinâmica Clássica não se preocupa com a natureza de matéria e,
portanto, não esclarece de forma adequada a diferença entre gás ideal e gás real.
Podemos, a partir dos dados mostrados na tabela 4.1 acima, calcular o valor
médio de volume de uma molécula. Exemplificando: aceitando um valor médio de
diâmetro para uma certa molécula de D = 3 À e considerando a molécula de forma
esférica, teremos:
V mol = p D 3 / 6 (4.52)
Assim:
p
Vmol @
6
( 3 �10-10 ) @ 1, 413 �10-29
86
Oscar Saul Hernandez Mendoza Cap.4
8,5 �10-3
= 0, 000379
22, 414
p0 T
VPT = 22, 414 +
p T0
1 bar 91
VPT = 22, 414 � = 0, 00746 m3
1000 273,16
O volume de 7,46 litros é compatível em ordem de grandeza com o volume de
8,5 litros ocupado pelas moléculas contidas no kmol. Neste caso a Equação de Estado
de gás ideal não apresentará resultados satisfatórios.
As forças de atração e repulsão, entre moléculas obedecem às leis análogas de
Newton e Coulomb, ou seja, são inversamente proporcionais ao quadrado do volume
V2 para atração ou para repulsão, ou sei a, aproximadamente a distância entre
moléculas à sexta potência (L6 atração ou L12 repulsão). Em condições normais a
distância entre moléculas é da ordem de 3 x 10 -9 m @ 30 Å, aproximadamente dez
vezes o diâmetro de uma molécula, o que já é suficiente para que as forças de atração
e repulsão possam ser consideradas desprezíveis.
Em condições normais, as colisões entre moléculas são relativamente raras,
devido às distâncias consideradas grandes entre as moléculas. A influência das
colisões aumenta a pressão dos gases que, em condições normais, são desprezíveis.
No entanto, à altas pressões, a distância entre moléculas diminui em proporção
inversa àraiz cúbica da pressão e as forças de atração aumentam em proporção direta
do quadrado da pressão, logo podemos dizer que o número de colisões aumenta
aproximadamente da ordem de grandeza de p2 também. Se à alta pressão
adicionarmos alta temperatura as colisões aumentarão ainda mais . Isto nos leva a
concluir que os gases deixam de obedecer a equação de estado de gás ideal, ou seja, a
pressão medida de um gás real será inferior à pressão medida considerando o gás
ideal em iguais condições de temperatura e volume.1
Baseando-nos nas considerações acima expostas, concluímos que o estado de
1
As colisões afetam parte da energia cinética de translação das moléculas, que á a energia que determina
a pressão de um gás. As colisões diminuem a pressão do gás e acumulam a energia dissipada da seguinte
forma:
a) Mudança da energia rotacional da molécula
b) Mudança da energia de vibração da molécula
c) Mudança da excitação eletrônica da molécula
87
Oscar Saul Hernandez Mendoza Cap.4
um gás é fator determinante na obtenção de uma equação de estado.
Para todo e qualquer gás real existe uma temperatura definida, chamada
Ponto de Boyle no qual o gás obedece a equação de gás ideal. Esta temperatura é
obtida quando:
�( p �
� v) �
� � =0
� � p � TBoyle
O físico holandês Van der Waals em 1873, propôs uma equação de estado para
gases reais, partindo de hipóteses sobre a estrutura molecular e aplicando métodos de
teoria cinética dos gases.
Idéias básicas da equação de Van der Waals:
1- Considera como volume compressível somente o espaço livre entre
moléculas;
2- Considera as forças de atração molecular de origem elétrica, que atuam no
sentido de diminuir a pressão do gás.
Assim:
{Volume ocupado por um gas real} = {(Volume real ocupado) -
(cov olume)} = {(volume real ocupado ) - b}
(4.53)
88
Oscar Saul Hernandez Mendoza Cap.4
� a�
�p + 2 �+ ( V - b ) = RT (4.55)
� v �
Segundo Van der Waals as constantes a e b são individuais para cada gás e
podem ser determinadas experimentalrnente ou com base em considerações
matemáticas do ponto crítico.
89
Oscar Saul Hernandez Mendoza Cap.4
mínimo obtido será sempre superior ao chamado covolume b.
1- A isoterma de Van der Waals é uma linha contínua com máximo e mínimo,
enquanto que a isoterma real, tem pontos de inflexão nos pontos Aj e Bj , como
mostrado na figura 4.6.
2- O vapor começa a condensação no ponto Aj e termina no ponto Bj, na isoterma
real.
3- Durante o processo de condensação real AjBj , a pressão AJ permanece
constante.
Para corrigir as distorções observadas na equação de Van der Waals (1875),
nos processo de mudança de fase, Maxwell (1875) e Clausius (1880) propuseram que
as áreas compreendidas entre os pontos A1, Amáx e C1 e os pontos C1, Bmín e B1 seriam
iguais. O teorema de Maxwell-Claussius, quando aplicado à equação de Van der
Waals permite determinarmos a posição da linha A 1B1 teoricamente. E fácil constatar
que sua posição é coincidente com a linha obtida experimentalmente.
A existência do ponto crítico e sua posição num diagrama p-v, pode ser obtido
analiticamente da equação 4.53. Assim colocando a equação 4.53 de forma explícita
em p teremos:
RT a
p= - 2 (4.56)
v-b v
��
p� ��2 p �
Para Bmin : � � = 0 e � 2 �> 0 (4.58)
��v�
T ��v � T
��p� <
��2 p �
Para o ponto de inf lexão : � � 0 e � 2 �= 0 (4.59)
��
V�T > ��v � Y
90
Oscar Saul Hernandez Mendoza Cap.4
confundem a tangente no ponto de inflexão deverá ser horizontal, e a esta isoterma
dá-se o nome isoterma crítica e o ponto onde isto ocorre será no chamado ponto
crítico.
Assim o ponto crítico obedecerá às condições de máximo e mínimo, e do
ponto de inflexão tem-se:
��
p�
� �=0 (4.60)
��v�
Te
��2 p �
� 2 �=0
��v � Te
Vc = 3b (4.61)
a
pc = (4.62)
27b 2
8a
Tc = (4.63)
27bR
pc vv 3
Zc = = = 0,375 (4.64)
RTc 8
91
Oscar Saul Hernandez Mendoza Cap.4
Etanol C2H5 46,05 516,2 63,1 0,275 167 4,01 0,249
Etileno C2H4 28,03 282,8 50,9 0,127 220 3,58 0,279
Hélio He 4 5,26 2,26 0,058 69,3 3,28 0,305
Hidrogênio H2 2,02 33,3 12,8 0,065 31 3,27 0,305
Ácido HCN 27,02 456,7 50 0,135 200 5,54 0,180
Cianídrico
Metano CH4 16,03 190,7 45,8 0,099 162 2,46 0,289
Óxido NO 30,01 179 65 0,0578 520 3,92 0,255
Nítrico
Nitrogênio N2 28,02 126,1 33,5 0,098 311 3,43 0,291
Oxigênio O2 32,00 154,4 49,7 0,0744 430 3,42 0,292
Propano C3H 44,06 369,97 42,01 0,195 226 3,71 0,269
Anidrido SO2 64,06 430,4 77,7 0,123 520 3,71 0,269
Sulfuroso
Água H2O 18,02 647,3 218,53 0,05656 318,3 4,30 0,232
ou
3,11 kg
Mercúrio Hg 200,6 1723 970 0,21kg 5000 3,72 0,301
�p �vc ��� v � T
2
� + 3�
� ��� 3 - 1�= 8 � (4.65)
�pc �v �� ��vc � Tc
92
Oscar Saul Hernandez Mendoza Cap.4
equação de gás ideal (se z 1).
É possível também provar matematicamente que quando p 0 o volume v
e a equação de Van der Waals se converte na equação de gás ideal ou seja:
�
��
� 3� � �
�
��
�rp + 2 �( 3vr - 1) �= 8Tr� � pr 3vr = 8Tr (4.67)
� vr �
�� � �p �0
Como sabemos que pc vc / RTc = 3/8 assim verificamos que: (z)p 0 = 1,0
Mas na realidade o valor de z, para diferentes gases que deveria ser, segundo
Van der Waals, zc=0,375, na prática varia entre 0,18 e 0,30 (ver tabela 4.3). Isto serve
para demonstrar que a equação dos estados correspondentes de Van der Waals, não é
precisa na região de baixas pressões onde a equação de gás ideal é valida.
Podemos concluir que a equação de Van der Waals pela sua simplicidade,
pelo baixo número de constantes experimentais (somente duas) é uma lei qualitativa
de muito valor.
Do ponto de vista quantitativo esta equação tem seus defeitos. Se utilizamos as
equações (4.61), (4.6 2) e (4.63) de pc, vc e Tc em fhnção de a, b e R observamos que
colocando em evidência as constantes a e b estas constantes ficam superestimadas,
pois é possível obter três pares de valores diferentes destas constantes como
mostradas:
RTc
b= (4.68)
8 pc
27 R 2Tc2
a=
64 pc
v
b= c
3
9
a = RTc vc
8
Isto é, devido a que a equação de Van der Waals utiliza um valor teórico
falso do fator de compressibilidade crítico (pc vc/RTc=0,375); a forma de contornar
este problema é a seguinte:
1- Os valores das constantes a e b se calculam utilizando valores de tabelas
de constantes críticas internacionais para p c e Tc e as equações (4.68) e
(4.69). Os valores de a e b obtidos fazem a equação de Van der Waals
suficientemente precisa para zonas de gases reais acima e perto do ponto
crítico.
2- E possivel obter a e b empiricamente a partir de valores experimentais de
p,v e T numa região bem delimitada. Desta forma os valores de pc ,vc e Tc,
numa região bem delimita, podem ser obtidos das equações (4.60), (4.61)
e (4.62), utilizando os valores experimentais a e b acima determinados.
8
Para corrigir as inexatidões da equação de Van der Waals, tem sido propostas
inúmeras equações de estado (mais de 100) , fundamentadas em dados experimentais
exatos (equações empíricas), equações derivadas da teoria cinética dos gases,
equações obtidas a partir de melhores interpretações de conceitos teóricos
93
Oscar Saul Hernandez Mendoza Cap.4
termodinâmicos (Handbook of Experimental Physics, 1929).
Nas páginas seguintes mostraremos algumas das mais utilizadas equações de
estado, algumas delas tem como base a equação de Van der Waals , outras são de
forma exponencial, virial, etc.
O termo a/v2 foi introduzido por Van der Waals para corrigir a pressão
tendo em conta as forças de atração intermoleculares, sendo a um valor constante.
Ficam de fora os efeitos secundários devido a velocidade, agitação e rotação das
moléculas. Estes efeitos podem ser introduzidos na equação de Van der Waals,
corrigindo o fator a/v2 , tendo em conta a influência da temperatura T.
� a �
2 �(
�p + v - b ) = RT (4.70)
�
� T ( v - b ) �
�
� a �
( v - b ) = RT
�p 2 � (4.71)
� Tv �
a = 3c 2 pcTc (4.72)
v
b= c
3
Ou:
94
Oscar Saul Hernandez Mendoza Cap.4
27 R 2Tc 3
a= (4.73)
64Tc
Sendo:
RTc
b= (4.74)
8 pc
� 3 �
�pr + ( 3vr - 1) = 8Tr
� (4.75)
� Tr vr �
� c � a
( v - b ) = RT -
�p - 3 � (4.76)
� v � v
Ou:
�pb + RT �3 av 2 cv bc
v4 - � �v + - + =0 (4.77)
� p � p p p
Ou:
RT a c
p= - + 3 (4.78)
v - b v ( v - b) v
Segundo Wohl a pressão (veja equação 4.78) esta composta de três partes:
�RT �
1 - � �, esta parte repre sen ta a pressão externa devido ao choque das moléculas contra
�v-v�
as paredes do recipiente que contém o gás , como no caso da equação de Van der Waals.
� -a �
2-� �, este termo repre sen ta a pressão int erna devido à atração molecular ou
�v ( v - b) �
forças de Van der Waals que são consideradas à alta pressão.
95
Oscar Saul Hernandez Mendoza Cap.4
�c �
3 - �3 �, este termo leva em consideração as forças repulsivas , que também são
�v �
consideraveis quando o gás é submetido a altas pressões e temperaturas.
podemos obter:
a = 6 Pc vc2 (4.79)
vc
b= (4.80)
4
c = 4 pc vc 3 (4.81)
O fator de compressibilidade crítico (pcvc / RTc) obtido a partir das equações (4.79),
(4.80) e (4.81) será:
pc vc
= 0, 267 (4.82)
RTc
15Tr 24 4
pr = - + 3 (4.83)
4vr - 1 vr ( 4vr - 1) vr
Observações:
1- As equações de estado para gás real tem que ter como condição básica que
quando p 0 e v 0, as equações de estado deverão tender à equação de
gás ideal, isto é constatado nas equações de Van der Waals,
Berthelot,Claussius e Wohl. Exceção feita pelas equações de estado
reduzidas que não tem validade a baixas pressões.
2- A equação reduzida pode ser obtida para cada equação de estado, tomando
como base as características matemáticas do ponto crítico, exceção feita às
equações viriais.
3- As isotermas de uma equação de estado são curvas contínuas que deverão
representar as fase líquida, gasosa e de mudança de fase. O comportamento
das equações de estado não alinhadas (não horizontal na região de mudança
96
Oscar Saul Hernandez Mendoza Cap.4
de fase) podem ser explicadas pelo aparecimento dos estados metaestável ,
que são uma boa explicação da parte ondulada das equações de estado
nesta região. A equação de Wohl por ser de quarto grau em relação ao
volume, não satisfazendo a condição de continuidade das curvas
isotérmicas na região de mudança de fase, por isso, esta equação precisa de
dados teóricos nesta região.
4- Na aplicação das equações de estado para o gás real, não deverão ser
esquecidas as verificações das unidades das constantes presentes, caso elas
sejam obtidas de tabela, pois as equações deverão ser coerentes do ponto de
vista dimensional.
RT
p= exp ( -a / RTv ) (4.84)
v-b
um campo de forças atua na superfície de um gás. Estas forças são
equivalentes às forças de atração intermolecular.
Utilizando o mesmo método das isotermas críticas podemos obter os parâmetros
críticos.
a
pc = (4.85)
4e 2b 2
vc = 2b (4.86)
a
Tc = (4.87)
4 Rb
Das equações (4.85), (4.86) e (4.87) podemos obter três conjuntos de valores
a e b e o fator de compressibilidade crítico , zc = 2/e2 = 0,271, que é um valor bem
perto da realidade.
A equação de Dieterici na forma reduzida será:
TR � 2Tr vr - 2 �
pr = exp �- � (4.88)
vr - 1 � Tr v r �
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Esta equação foi obtida ao se tentar representar as isotermas em todas as
regiões (gás, vapor, vapor-líquido, líquido), para todos os fluidos.
RT ( 1 - d ) A
p= 2 ( v + B) - 2 (4.89)
v v
A = A0 ( 1 - a / v ) (4.90)
B = B0 ( 1 - b / v ) (4.91)
d = c / vT 3 (4.92)
� b�
B = B0 �
1- �
� p�
d = c /pT 3
p = RT / P
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valor de pressão e temperatura podemos dizer que: zP,T 1,0
z= p v
RT
Tr=1,6
2,0
Tr=1,8
Tr=2,0
1,05
1,0
0,75
0,5
0,25
1,0 2,0 Pr
A figura 4.7 mostra que quando a pressão tende a zero todas as outras
isotermas reduzidas diminuem sua curvatura, tendendo a retas com inclinações finitas
e convergem no ponto z = 1,0.
Com as observações feitas acima, podemos propor uma equação de estado empírica,
da seguinte forma:
n
pv
= 1 + a1 p + �ai p j (4.98)
RT i
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viriais, que normalmente são chamados de coeficientes viriais, que normalmente são
funções complexas de temperaturas:
A = RT (4.101)
Resumo
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