Reflexões sobre o papel das forças armadas dentro da sociedade são importantes
para se entender o golpe de 1964, dessa forma, Filho busca fazer uma análise da “ante-
sala” do golpe, demarcando um período de 1945 até 1964. Suas reflexões nos mostram
que o grupo militar ocupava um papel influente na sociedade, e não apenas se comportava
como um setor colocado “a parte” das decisões, como se entende em determinadas visões.
“A visão mais influente desse período defende que, até 1964, os militares aceitaram
voluntariamente um papel secundário na condução do país” (FILHO, 2008, p. 99).
A queda de Getúlio e o fim do Estado Novo teve como um dos atores principais
as Forças Armadas. A eleição de Eurico Gaspar Dutra para a presidência ainda marca um
período que a intervenção militar estava pautada na figura de determinados indivíduos. O
advento da guerra fria e o constante sentimento de combate ao comunismo - que já vinha
crescendo gradativamente - inaugurou uma fase entre os grupos militares mais
conservadores, criou-se uma perspectiva de uma intervenção mais orgânica dos militares
na política. É nesse contexto que houve a criação de uma importante instituição militar
no Rio de Janeiro.
Bibliografia
FILHO, João Roberto Martins. Forças Armadas e política, 1945-1964: a ante-sala do
golpe. In: FERREIRA, Jorge; DELGADO, Lucilia de Almeida Neves; (org.). O tempo
da experiência democrática: da democratização de 1945 ao golpe civil-militar de 1964.
2ºe.d. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.