Grupo I
DNA fingerprint
Nas últimas décadas, diversas técnicas têm sido desenvolvidas com vista à analise e
caracterização do DNA. A tecnologia do DNA fingerprint permite identificar indivíduos tendo em
conta as propriedades do seu DNA. Esta técnica utiliza enzimas de restrição, as quais quebram a
molécula de DNA em locais específicos, produzindo fragmentos. Esses fragmentos são colocados
num gel e sujeitos a uma corrente elétrica, o que vai conduzir à sua separação. As amostras
provenientes de indivíduos geneticamente diferentes tendem a produzir padrões eletroforéticos
diferentes.
Esta tecnologia é, entre outras áreas, aplicada nas Ciências Forenses, fornecendo provas para a
investigação criminal. O DNA fingerprint pode ser usado para evidenciar que um determinado
indivíduo esteve na cena do crime (desde que tenha deixado amostras). Em 1987, o DNA
fingerprint foi utilizado pela primeira vez, nos Estados Unidos, como prova incriminatória num
caso de violação. Para isso, procedeu-se à comparação de uma amostra de esperma encontrado
no corpo da vítima com uma amostra de sangue do suspeito. O DNA fingerprint pode também ser
utilizado para o estabelecimento das relações de parentesco entre os indivíduos, podendo ajudar
a solucionar casos de dúvida relativamente à paternidade.
A figura seguinte mostra o resultado da aplicação desta técnica a dois suspeitos (A e B) de um
crime, após ser recolhida e utilizada saliva dos dois indivíduos.
1. Na resposta aos itens de 1.1 a 1.6, seleciona a única opção que permite obter uma afirmação
correta.
1.1. O uso da tecnologia do DNA fingerprint para identificar criminosos baseia-se na
(A) composição química da molécula de DNA.
(B) estrutura da molécula de DNA.
(C) variabilidade da molécula de DNA.
(D) universalidade da molécula de DNA.
1.2. Como numa porção de 50 pares de bases do DNA do sangue encontrado no local do crime há
20 guaninas, então o criminoso, que é o
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(A) suspeito A, possui 20 adeninas numa porção correspondente do DNA da sua saliva.
(B) suspeito B, possui 20 adeninas numa porção correspondente do DNA da sua saliva.
(C) suspeito A, possui 30 timinas numa porção correspondente do DNA da sua saliva.
(D) suspeito B, possui 30 timinas numa porção correspondente do DNA da sua saliva.
1.5. Por vezes ocorrem mutações no DNA que não alteram as enzimas de restrição devido à
(A) ambiguidade do código genético.
(B) não ambiguidade do código genético.
(C) redundância do código genético.
(D) universalidade do código genético.
2. Faz corresponder cada uma das descrições expressas na coluna A à respetiva designação, que
constada coluna B. Utiliza cada letra e cada número apenas uma vez.
Coluna A Coluna B
(a) Macromolécula responsável pela transcrição do DNA._7_ (1) Aminoácido
(b) Molécula que possui uma sequência de ribonucleótidos (2) DNA
complementar de um codão._5_
(3) DNA polimerase
(c) Monómero que entra na constituição de um
(4) Gene
polipéptido._1_
(5) RNA de transferência
(d) Polirribonucleótido que contém informação para a síntese
de um polipéptido._6_ (6) RNA mensageiro
(e) Sequência de desoxirribonucleótidos que contém (7) RNA polimerase
informação para a síntese de uma proteína._4_
(8) RNA ribossómico
3. O processo de amplificação é uma característica importante na síntese de produção de
proteínas em grande escala.
Explica, recorrendo a duas fases do processo, de que modo pode ser amplificada a síntese de
proteínas.
Grupo II
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Efeito da cafeína na mitose em Drosophila prosaltans
O efeito da cafeína sobre os seres vivos tem sido objeto de vários estudos científicos.
Esta substância pode, por exemplo, inibir a reparação do DNA, bloquear as células na fase G 2 e
inibir a citocinese em plantas.
Na mosca Drosophila prosaltans, a cafeína diminui a longevidade, a frequência de acasalamento
e a duração da cópula.
Num estudo realizado, moscas da espécie referida foram mantidas no laboratório em meio de
cultura de agar-banana, a temperaturas de 20 ºC ± 1 ºC.
Foram estudadas preparações de células cerebrais de larvas de Drosophila prosaltans, deixadas
crescer no referido meio de cultura suplementado com 1500 mg por mL (E1) ou com 2500 mg por
mL (E2) de cafeína, e comparadas com larvas deixadas crescer em meio sem cafeína (controlo).
Para se obterem as preparações, machos e fêmeas virgens, com seis dias de idade, foram
colocados a acasalar em frascos contendo os meios E1, E2 ou de controlo. Posteriormente,
machos e fêmeas virgens da geração 1 foram colocados em 10 tubos (um casal por tubo)
contendo o mesmo meio de cultura presente nas moscas parentais. Para realizar as preparações
foi utilizada uma larva de cada um dos 30 tubos (10 para cada experiência e 10 para controlo).
Para cada um dos três grupos de larvas, determinou-se o número de células cerebrais em mitose,
o número de células cerebrais em interfase e os respetivos índices mitóticos (obtidos pela
divisão do número de células em mitose pelo número de células contabilizadas), que constam da
Tabela seguinte.
1. Na resposta a cada um dos itens de 1.1. a 1.4., seleciona a única opção que permite obter
uma afirmação correta.
1.1. No estudo apresentado, a variável independente é
(A) a composição do meio de cultura de agar-banana.
(B) o número de células em interfase.
(C) a concentração de cafeína.
(D) o índice mitótico de cada grupo de moscas.
1.2. De acordo com os resultados apresentados, a maioria das células em fase mitótica, no
(A) grupo E2, tinha os cromossomas alinhados na zona equatorial.
(B) grupo E2, tinha os cromossomas visíveis e os homólogos emparelhados.
(C) grupo de controlo, tinha cromossomas posicionados em polos opostos da célula.
(D) grupo de controlo, tinha cromossomas formados por dois cromatídeos.
1.3. Os resultados do estudo sugerem que a concentração superior de cafeína, utilizada no
estudo, influencia a atividade mitótica
(A) aumentando o número de células em divisão nuclear e diminuindo o número de células
em fase de multiplicação de organitos.
(B) aumentando o número de células em divisão nuclear e aumentando o número de células
em fase de multiplicação de organitos.
(C) diminuindo o número de células em divisão nuclear e diminuindo o número de células em
fase de multiplicação de organitos.
(D) diminuindo o número de células em divisão nuclear e aumentando o número de células
em fase de multiplicação de organitos.
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1.4. De acordo com o texto, nas plantas, a cafeína poderá
(A) inibir a replicação do DNA.
(B) inibir a formação de retículo endoplasmático.
(C) conduzir à constrição da membrana celular.
(D) conduzir ao aparecimento de células binucleadas.
1.6. Os microtúbulos do fuso acromático são filamentos longos constituídos pela polimerização
de milhares de moléculas de uma proteína, a tubulina, que é sintetizada durante a
(A) prófase, por processos de catabolismo.
(B) interfase, por processos de catabolismo.
(C) interfase, por processos de anabolismo.
(D) prófase, por processos de anabolismo.
3. Apesar de alguns estudos apontarem efeitos nocivos da cafeína, outros destacam aspetos
positivos. Por exemplo, em determinadas condições, a cafeína pode atuar como filtro solar,
absorvendo os raios UV.
Explica em que medida este efeito da cafeína pode contribuir para alterar a taxa de incidência
do cancro da pele.
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Grupo III
1. Na resposta aos itens de 1.1 a 1.5, seleciona a única opção que permite obter uma afirmação
correta.
1.1. De acordo com os dados, a planária é um animal que se reproduz assexuadamente por
(A) bipartição, tal como outros animais, igualmente, pouco diferenciados.
(B) fragmentação, tal como outros animais, igualmente, pouco diferenciados.
(C) bipartição, tal como outros animais, igualmente, muito diferenciados.
(D) fragmentação, tal como outros animais, igualmente, muito diferenciados.
1.2. Um pedaço de planária com cerca de 10 mil células é capaz de regenerar uma planária
inteira por
(A) meioses sucessivas seguidas de citocineses.
(B) meioses sucessivas seguidas de diferenciação.
(C) mitoses sucessivas seguidas de citocineses.
(D) mitoses sucessivas seguidas de diferenciação.
1.3. Grande parte das estrelas-do-mar podem regenerar um “braço” que tenha sido amputado, e
algumas espécies (Linckia sp.) destes animais conseguem regenerar um indivíduo inteiro a partir
de um braço amputado
(A) ambos os casos devem ser considerados uma forma de reprodução assexuada.
(B) nenhum dos casos deve ser considerado uma forma de reprodução assexuada.
(C) só o primeiro caso deve ser considerado uma forma de reprodução assexuada.
(D) só o último caso deve ser considerado uma forma de reprodução assexuada.
4. A cada uma das letras (a a e) da coluna A, que assinalam afirmações relativas a mecanismos
de reprodução assexuada, faz corresponder o número (1 a 8) da coluna B que identifica a
designação respetiva.
Coluna A Coluna B
(a) Formação de células reprodutoras resistentes à (1) Partenogénese
dissecação que podem originar um novo indivíduo
quando colocadas em condições favoráveis._8_ (2) Fragmentação
(b) Divisão de um ser, originando dois com dimensões (3) Multiplicação vegetativa
idênticas._6_
(4) Gemiparidade
(c) Formação de novos seres a partir de estacas
caulinares._3_ (5) Enxertia
(d) Processo de reprodução a partir da formação de (6) Cissiparidade
gomos._4_
(7) Divisão múltipla
(e) Desenvolvimento de um indivíduo a partir de porções
do corpo._7_ (8) Esporulação
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Grupo IV
Meiose e Fecundação
Durante o final do século XIX e início do século XX, vários investigadores debruçaram-se sobre o
mecanismo da meiose. A meiose foi descoberta e descrita, pela primeira vez, em 1876, pelo
biólogo alemão Oskar Hertwig, trabalhando com ovos de ouriço-do-mar. Mais tarde, em 1883, o
zoólogo belga Edouard Van Beneden descreveu o mesmo fenómeno ao nível cromossómico, em
ovos de lombriga (Ascaris sp.) O significado da meiose para a reprodução sexuada foi, no
entanto, evidenciado em 1890 pelo biólogo alemão August Weismann, que descobriu que eram
necessárias duas divisões celulares para transformar uma célula diploide em quatro células
haploides. Mas foi só em 1911, que o geneticista norte-americano Thomas Hunt Morgan
observou, em Drosophila melanogaster, fenómenos de crossing-over durante a meiose, dando a
primeira interpretação genética para este tipo de divisão celular.
Theodor Heinrich Boveri (1862-1915), trabalhando com ouriços-do-mar, demonstrou ser
necessária a presença de todos os cromossomas para a ocorrência de um correto
desenvolvimento embrionário. Foi este embriologista alemão que descobriu o centrossoma e o
descreveu como sendo “o órgão especial da divisão celular".
Nos ouriços-do-mar, a união dos gâmetas masculino (espermatozoide) e feminino (óvulo) ocorre
na água do mar. A identificação dos sexos pode ser efetuada através da cor dos líquidos sexuais
(branco leitoso nos machos e alaranjado nas fêmeas). É ainda possível observar os óvulos, em
número elevado, a olho nu.
1. Na resposta aos itens de 1.1 e 1.5, seleciona a única opção que permite obter uma afirmação
correta.
1.1. A primeira das duas divisões celulares descobertas por August Weismann, origina
(A) dois núcleos haploides a partir de um núcleo haploide.
(B) dois núcleos haploides a partir de um núcleo diploide.
(C) quatro núcleos haploides a partir de dois núcleos diploides.
(D) quatro núcleos haploides a partir de dois núcleos haploides.
1.4. Se, por meiose, uma célula dos testículos de um ouriço-do-mar originar dois
espermatozoides normais e dois espermatozoides anormais (n-1 e n+1), é porque
(A) não se separaram os cromatídios de cada cromossoma, na divisão equacional.
(B) não se separaram os cromatídios de cada cromossoma, na divisão reducional.
(C) não se separaram os cromossomas homólogos, na divisão equacional.
(D) não se separaram os cromossomas homólogos, na divisão reducional.
1.5. Cada célula de um embrião de ouriço-do-mar do Golfo de Palermo (2n = 36) possui
(A) 9 pares de cromossomas homólogos de origem materna e 9 pares de cromossomas
homólogos de origem paterna.
(B) 9 pares de cromossomas homólogos com origem num dos progenitores.
(C) 18 pares de cromossomas homólogos, cada qual com um cromossoma materno e outro
paterno.
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(D) 18 cromossomas, ou seja, 1 cromossoma de cada par de cromossomas homólogos.
FIM
8
Cotação 5 5 5 5 5 5 10 10 5 5 5 5 5 5 10 10 5 5 5 5 10 10 15 5 5 5 5 5 10 8 10
50 50 52 53 200