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Universidade Federal do Ceará – UFC

Centro de Ciências – CC
Departamento de Física
Pós-Graduação – MNPEF

Prática 4 – Constante de Planck com auxílio de LED’s

Mecânica Quântica

João Evangelista da Silva Filho (401477)


Prof. Nildo Loiola Dias

2017
1. OBJETIVO:

Os objetivos deste experimento são:

1. A determinação do comprimento de onda da luz que é emitida por um LED.


2. O levantamento da curva de corrente versus tensão p ara um LED.
3. A verificação de que a energia do fóton é quantizad a.
4. A determinação experimental da constante de Planck.

2. MATERIAIS UTILIZADOS:

Os materiais utilizados nesse experimento foram:

1. Uma fonte de tensão contínua;


2. Uma régua 1 m;
3. Um circuito composto de LED’s e resistor;
4. Uma trena;
5. Dois multímetros digitais;
6. Uma rede de difração 80 linhas/mm;
7. Um gerador de funções;
8. Um porta-diafragma com escala angular;
9. Um osciloscópio;
10. Um porta-diafragma;
11. Duas pontas de prova para osciloscópio;
12. Quatro garras tipo jacaré;
13. Dois cabos BNC-jacaré;
14. Vários cabos Banana-Jacaré.

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3. INTRODUÇÃO TEÓRICA

O LED

A sigla LED vem do inglês, “Light Emitting Diodo”, (Diodo Emissor de Luz), este
componente eletrônico semicondutor, quando percorri do por uma corrente elétrica emite luz, que
pode ser visível ou não. As lâmpadas convencionais usam radiação ultravioleta juntamente com
descarga de gases, que é funcionamento das lâmpadas fluorescentes, ou utilizam filamentos de metal
que é incandescido, princípio de funcionamento das lâmpadas incandescentes.

Figura 5.1: Vários tipos de LEDs.

Avaliando a eficiência energética das lâmpadas incandescentes, podemos perceber que de


toda energia consumida por ela, apenas 5% é convertida em luz, lâmpadas tipo LED podem
converter até 40%, isto justifica as inúmeras aplicações dos LED's atualmente. Um LED de potência
12W, tem a capacidade de iluminância equivalente a uma lâmpada incandescente de potência
100W. Para termos noção da diferença de c onsumo, se a metade da iluminação mundial fosse
substituída por lâmpadas tipo LED até 2025, a economia seria de até 120 giga watts.

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Apesar de vermos uma grande explosão na utilização da tecnologia LED atualmente, a
invenção não é nova, os primeiros experimentos rudi mentares foram desenvolvidos por volta de
1963 por Nick Holonyac. Inicialmente apenas na cor vermelha e com baixa eficiência luminosa, em
1960 foi desenvolvido o LED na cor amarela, e quinze anos depois, em 1975, surgiu o LED na cor
verde. Porém, foi no início da década de 1990, querealmente aconteceu a revolução do LED, e abriu-
se o leque de aplicações, como no setor autom otivo, nos displays de equipamentos de áudio,
indicações em equipamentos industriais, etc. Com o aparecimento de uma tecnologia chamada
INGan, consegui-se desenvolver os LEDs nas cores azul, verde, ciano, até o LED branco, e depois,
todos os espectros de cores.

Aplicação do LED

Por vários os LED’s eram utilizados praticamente para indicar algumas funções de aparelhos
eletrônicos, equipamentos de áudio, televisão, como por exemplo o LED vermelho que indica que o
equipamento está ligado.

Atualmente, o LED tem uma aplicação vasta que vai d o setor automotivo, em faróis e
lanternas, com melhor luminosidade e baixo consumo. Também vemos um crescente uso de painéis
de LED, utilizados em shows, cenografia, totens para exibição de propagandas, e muitas outras
aplicações. Além dos Painéis de LED, ainda podemos citar os semáforos, letreiros com informação
do trânsito e iluminação predial e alta performance e baixo consumo de energia.

Figura 5.2: Aplicações de LEDs, Painéis, iluminação predial e semáforos.

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Vantagens do LED

Vida útil que pode variar entre 50 a 100 mil horas.

Baixa manutenção devido longa vida útil, por isso o custo de manutenção é reduzido.

Mais resistente a impactos, porque não usa filament os metálicos.

Cores mais intensas, pois os LEDs emitem comprimentos de ondas ideais.

Para o meio ambiente, o LED tem sua contribuição po sitiva por não utilizar mercúrio.

Determinação da constante de Planck usando LEDs

No LED, sua energia é liberada em forma de ondas eletromagnéticas, com comprimentos e


frequências em uma faixa que pode ser visível ou não. Considerando o rearranjo dos elétrons devido
a junção do semicondutor, e que toda a energia envo lvida será convertida em energia do fóton,
teremos:

eV = Eg (5.1)

Ou seja,

hυ = Eg (5.2)

Combinando as equações 5.1 e 5.2, temos:

eV = hυ (5.3)

Ao final da coleta de dados, iremos traçar uma curv a corrente versus tensão para cada LED.
Esta curva é do tipo geral como mostra a Figura 5.3. Iremos determinar para cada curva o valor Vext
(ext = extrapolado) no qual obtemos por extrapolaçã o, traçando uma reta tangente à parte linear do
final da curva, onde Vext é o valor de tensão para o qual a reta tangente corta o eixo horizontal.
Dessa forma temos:

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Vext = hv/e (5.4)

Figura 5.3: Curva característica do LED.

PROCEDIMENTOS

PROCEDIMENTO 1 – DETERMINAÇÃO DO COMPRIMENTO DE OND A EMITIDO


POR CADA LED

Utilizamos a placa de circuito impresso com LED azul, juntamente com o resistor,
conectados uma fonte de tensão contínua, que inicia lmente estava regulada em 0 V. Aumentamos
lentamente o valor de tensão da fonte, até que o LED tivesse um brilho satisfatório, o valor ficou em
torno de 3,0 V.

Figura 5.4. Circuito para levantar a curva I versus V de um LED.

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Montamos o arranjo tal como mostrado na Figura 5.5, colocamos a rede de difração distante
1,0m da régua, utilizamos este valor para determina o comprimento de onda emitido por cada LED.

Figura 5.5. Arranjo experimental.

Observamos a luz emitida pelo LED através da rede de difração, localizamos a posição de
quatro máximos de mesma ordem, dois à direita e dois à esquerda do LED. Medimos a distância
entre esses máximos, dando preferência às ordens maiores. Anotamos a ordem e a distância entre
os máximos.

Determinamos o comprimento de onda do LED, atravésda equação dsen θ = mλ, onde:

m = Número da ordem

d = Espaçamento da rede

θ = Ângulo entre o raio central e o raio que vai da rede ao máximo de ordem m.

Repetimos o procedimento para os outros LEDs. Mantendo cuidado ligar a fonte de tensão,
com o valor de tensão inicial sempre em 0V, para nã o queimar o LED, bem como considerando o
valor adequado de ordens. Os valores estão descrito s na Tabela 5.1.

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TABELA 5.1

Tabela 5.1 – Comprimento de onda de cada LED.

Distância entre os Comprimento 12


Nº do LED Cor Ordem m Frequência (10 Hz)
máximos (cm) de onda (nm)
1 Azul 4 14,0 437,50 683,4
2 Verde 4 16,0 500,00 598,0
3 Laranja 2 9,0 562,50 531,6
4 Vermelho 3 15,0 625,00 478,4
5 Infra-vermelho x x x x

PROCEDIMENTO 2 – LEVANTAMENTO DA CURVA I Versus V DE UM LED

Montamos o circuito conforme a Figura 5.6, para levantar a curva de corrente versus tensão
do LED. Utilizamos o LED vermelho bem como o resistor da placa de circuito impresso,
conectados à fonte de tensão contínua.

Figura 5.6. Arranjo para aplicação dos valores de t ensão e medição dos valores de corrente.

Submetemos o circuito aos valores de tensão descrit os na Tabela 5.2, anotando os valores
de correntes obtidos, porém considerando os valores de tensão e corrente em torno do limiar de
condução. Valores na Tabela 5.2.

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TABELA 5.2

Tabela 5.2 – Corrente versus tensão para o LED verm elho.

V (V) 1,52 1,61 1,71 1,75 1,80 1,85


I (mA) 0,00 0,03 0,24 0,45 0,75 1,09

PROCEDIMENTO 3 – DETERMINAÇÃO DE V EXT PARA TODOS OS LEDS

Ajustamos o gerador de funções com os parâmetros de scritos abaixo, para uma onda
senoidal com amplitude de 2Vpp e frequência de1 kHz.

Ajuste no gerador de funções

Wave: 1
Range: 4
Em seguida pressione Run

Figura 5.7. Gerador de funções.

Ajustamos a frequência (FADJ) e a amplitude (AADJ),conforme valores descritos acima.


Ajustamos a amplitude solicitada, visualizando no osciloscópio, o sinal oriundo do gerador de
funções, porém o valor da frequência tomamos por base o valor indicado no gerador de funções.

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Ajuste no osciloscópio

VERTICAL: MODE: CH2; DC e CH2 INV pressionados


HORIZONTAL: X-Y pressionado
TRIGGER: COUPLING: DC; SOURCE: CH1 X-Y
CH1: Escala 1V/divisão
CH2: Escala 0,2 V/divisão

Figura 5.8. Osciloscópio.

Realizamos as ligações entre a placa com LEDs, o Ge rador de Funções e o Osciloscópio


como mostra a Figura 5.8, reduzimos a amplitude do sinal do gerador de funções para um valor
mínimo. Conectamos no eixo X (CH 1) a tensão aplica da no LED e no eixo Y (CH 2) a tensão
sobre o resistor, corresponde indiretamente a corrente no LED.

Antes de iniciarmos as medições, verificamos a cent ralização e ajuste dos eixos X e Y.


Observamos a curva da corrente versus tensão no osc iloscópio, para cada LED indicado na Tabela
5.8. Variamos a amplitude da tensão oriunda do gera dor de funções, até localizar o potencial V ext
em que o LED passava a conduzir.

Anotamos o valor de tensão V ext do LED azul, Tabela 5.8 e repetimos o procedimento para
os outros LEDs. De posse dos valores obtidos do comprimento de onda da luz emitida pelos LEDs,
calculamos a frequência correspondente para cada cor.

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TABELA 5.3

Tabela 5.3 – Resultados experimentais.

Número do LED Cor Vext (V)


1 Azul 2,6
2 Verde 2,4
3 Laranja 1,7
4 Vermelho 1,6
5 Infra-vermelho 1,1

4. RESULTADOS E DISCURSÕES

Inicialmente não entendemos a idéia da ordem m, do procedimento 1, porém ao


avaliar os resultados tudo ficou claro. Conseguimos determinar o comprimento de onda da
luz que é emitida por um LED, com valores bastantes satisfatórios. Segue resultados do
procedimento 1 em relação à literatura.

TABELA 5.1 (Resultados experimentais)

Cor Comprimento de onda (nm)


Vermelho 625,00
Laranja 562,50
Verde 500,00
Azul 437,50

Fonte: http://pt.wikipedia.org

Não avaliei o erro percentual, pois não conseguimo s precisar o comprimento exato
da onda emitido por cada LED, então o que podemos a valiar é que todos os resultados estão
dentro da faixa que literatura mostra.

Durante a determinação experimental da constante de Planck, o valor encontrado, h =


-34
7,815x10 J.s, divergiu da literatura 15,21%, provavelmente o erro deve-se ao valor lido no
osciloscópio, que não oferece boa resolução no mome nto da leitura.

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5. QUESTIONÁRIO

1. Faça o gráfico de I (mA) versus V (V) com os dados obtidos para o LED vermelho.

Corrente (mA) Gráfico Correnteversus Tensão (LED Vermelho)

Tensão (V)

12
2. Faça o gráfico de V (V) versus frequência (10 Hz).
ext

Tensão (V)

12
Frequência x1 Hz

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3. Determine a constante de Planck pelo gráfico da questão anterior e compare com o valor da
literatura.

O coeficiente angular da reta do gráfico anterior,é numericamente igual a relação


entre a constante de Pack, h e carga elementar do elétron, dessa forma temos:
tanθ = h/e → h = tanθ x e, onde:
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tanθ = ∆y/∆x = (2,6 - 1,6)/[( 683,4 – 478,4) x10 ] tanθ = 1,0/205x1012

-15 -
h = tanθ x e = 4,878x10 x1,602x10
19 -34
h = 7,815x10 J.s

4. Baseado no valor de Vext , obtido para o LED 5 no Procedimento 3, determine pelo gráfico
da questão 2 a frequência e o comprimento de ondado LED infravermelho.

Através da equação 5.3, Vext = hv/e, temos:


v = eVext/h
-19 -34
v = 1,602x10 x1,1/7,815x10
12
v = 225,5x10 Hz

λ = c/v
8 12
λ = 2,99x10 /225,5x10
-9
λ = 1325,9x10
λ = 1326nm

5. De acordo com os resultados experimentais, qual a tensão mínima necessária para polarizar
um LED que emitisse luz na cor violeta com comprimento de onda de 420 nm? (Supondo
naturalmente que tal LED possa ser produzido).

Através da equação 5.3, Vext = hv/e, temos:


Vext = hc/λe,
-34 8 -9 -19
Vext = (7,815x10 x2,99x10 )/(420 x10 x1,602x10 )
-25 -26
Vext = 2,337x10 / 6,73x10
Vext = 3,47V

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6. Que cor emitiria um LED que passasse a conduzir apenas sob uma tensão de 2,2 V ou
maior?
Através da equação 5.3, Vext = hv/e,
temos: Vext = hc/λe → Vext λe = hc
λ = hc /eVext
-34 8 -19
λ = 6,626x10 x2,99x10 /1,602x10 x2,2
-9
λ = 562,13x10
λ = 562nm
Analisando a tabela da literatura e o comprimento de onda encontrado, a cor emitida
seria verde, porém já no fim da faixa tendendo parao amarelo.

6. CONCLUSÃO

No procedimento 1, os resultados obtidos para comprimentos de onda de cada LED,


ficaram dentro da faixa que literatura mostra, (fonte:Wikipédia). Não foi avaliado o erro
percentual, pois tínhamos como precisar o comprimento exato teórico da onda emitido por
cada LED.

O procedimento 2, levantamos a curva corrente versus tensão, para o LED vermelho,


o resultado encontrado é semelhante à curva característica de um LED.

Para o procedimento 3, tivemos um pouco de dificuldade no início, pois para o uso


correto do osciloscópio, requer um conhecimento mai s aprofundado do equipamento, mas
com calma e um pouco de conhecimento em instrumentos de medição, conseguimos montar o
arranjo solicitado e o resultado que encontramos foi de acordo com o esperado. Foi possível
também determinar a constante de Planck, utilizando a relação entre o V ext e o valor da
frequência da onda emitida pelo LED. Enfim, foram realizados os três procedimentos e o
resultado encontrado no geral foi satisfatório.

7. BIBLIOGRAFIA

1. Roteiro de práticas de física moderna – 2014 – Constante de Planck


2. http://www.dimero.com.br/dicas_arquitetos/pdf/LED%20-
%20A%20Evolucao%20da%20Luz.pdf
3. Física IV, Ótica e física moderna, Young & Freedman – 12ª Edição – 2009.

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