761361 - Cuidador/a de
Crianças e Jovens
UFCD_9641
25 Horas
Cuidados de saúde primários para crianças e jovens UFCD 9641
Índice
Objetivos e conteúdos......................................................................................................................................3
Conceito de saúde............................................................................................................................................5
Alimentação saudável.....................................................................................................................................14
Atividade física................................................................................................................................................17
Estratégias de atuação do/a cuidador/a em casos de doenças não transmissíveis e doenças transmissíveis.34
Alterações respiratórias..................................................................................................................................36
Alterações gastrointestinais............................................................................................................................37
Casos de desidratação....................................................................................................................................38
Febre/convulsões............................................................................................................................................40
Parasitoses......................................................................................................................................................42
Intoxicações....................................................................................................................................................47
Infeções urinárias...........................................................................................................................................49
Pediculose.......................................................................................................................................................53
Medidas de prevenção e atuação para crianças e jovens com necessidades de saúde específicas................57
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Criança e jovem com doença aguda...............................................................................................................59
Evicção escolar................................................................................................................................................64
Bibliografia e netgrafia....................................................................................................................................69
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Objetivos:
Identificar os determinantes da promoçaã o da sauú de e prevençaã o da doença.
Conteúdos
Conceito de sauú de
Atividade fíúsica
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Medidas de prevençaã o e atuaçaã o
Alteraçoã es gastrointestinais
Casos de desidrataçaã o
Febre/convulsoã es
Parasitoses
Intoxicaçoã es
Pediculose
Doenças infetocontagiosas
Outras
Evicçaã o escolar
Linha de sauú de 24
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Conceito de saúde
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a sauú de como sendo o estado de completo
bem-estar fíúsico, mental e social. Ou seja, o conceito de sauú de transcende aà auseê ncia de
doenças e afeçoã es. Por outras palavras, a sauú de pode ser definida como o níúvel de eficaú cia
funcional e metaboú lica de um organismo a níúvel micro (celular) e macro (social).
O estilo de vida, isto eú , o conjunto de comportamentos adotados por uma pessoa, pode ser
beneú fico ou prejudicial aà sauú de. Por exemplo, um indivíúduo que mantem uma alimentaçaã o
equilibrada e que realiza atividades fíúsicas diariamente tem maiores hipoú teses de desfrutar de
uma boa sauú de. Pelo contraú rio, as pessoas que comem e bebem em excesso, que naã o
descansam o suficiente e que fumam correm seú rios riscos de sofrer doenças que poderiam ser
evitadas.
Em linhas gerais, a saúde pode dividir-se em sauú de fíúsica e sauú de mental embora, na
realidade, sejam dois aspetos interrelacionados. Para o cuidado da sauú de fíúsica, eú
recomendada a realizaçaã o frequente e regular de exercíúcios, e uma dieta equilibrada e
saudaú vel, com variedade de nutrientes e proteíúnas.
A saúde mental, por outro lado, faz refereê ncia ao bem-estar emocional e psicoloú gico no qual
um ser humano pode utilizar as suas capacidades cognitivas e emocionais, desenvolver-se
socialmente e resolver as questoã es quotidianas da vida diaú ria.
Conveú m destacar que as cieê ncias da sauú de saã o aquelas que proporcionam os conhecimentos
adequados para a prevençaã o das doenças e a promoçaã o da sauú de e do bem-estar quer do
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individuo quer da comunidade. A bioquíúmica, a bromatologia, a medicina e a psicologia, entre
outras, saã o cieê ncias da sauú de.
Mas afinal, o que significa holismo, e como eú que essa visaã o pode auxiliar os meú dicos do seú culo
XXI?
O médico do século XXI entende a visão holística naã o apenas como forma terapeê utica
disponibilizada em spas, yoga, reiki, acupuntura, shiatsu etc, mas procura ter uma visaã o global
do paciente, levando em consideraçaã o diversos aspetos. Para isso o médico precisará
aprofundar-se em temas distintos da medicina, especializar-se noutras aú reas e demonstrar
interesse pelo paciente acima de tudo.
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A revoluçaã o da informaçaã o exige um novo posicionamento meú dico. A medicina estaú em
transformaçaã o, o paciente deixou de acreditar sem questionar os argumentos meú dicos, e hoje,
participa ativamente de todo processo. Desde o diagnoú stico ateú aà soluçaã o do problema. O
meú dico com a visaã o holista, sabe lidar com esse paciente, sabe orientaú -lo e consegue entender
seus mais profundos anseios.
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Estes programas e planos existem porque e apesar de existir um nuú mero cada vez maior de
crianças e adolescentes que experienciam dificuldades em responder aos desafios
desenvolvimentais que enfrentam e que sofrem os efeitos negativos das perturbaçoã es mentais.
A prevaleê ncia das perturbaçoã es mentais entre as crianças e adolescentes aumentou nos
uú ltimos 20 a 30 anos.
De acordo com a Organizaçaã o Mundial de Sauú de, em todo o mundo, cerca de 20% das crianças
e adolescentes sofrem de problemas comportamentais, desenvolvimentais ou emocionais,
sendo que 1 em cada 8 apresenta uma perturbaçaã o mental. Fazendo a traduçaã o desta
prevaleê ncia para a sala de aula e assumindo uma sala de aula “meú dia” com 30 alunos, 6 alunos
em cada turma apresentarão uma perturbação mental.
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deve aà s perturbaçoã es mentais e comportamentais (22% do total de DALY associados aà s
doenças naã o transmissíúveis).
As perturbações mentais na infância podem ter níúveis elevados de persisteê ncia: 25% das
crianças com uma perturbaçaã o emocional diagnosticaú vel e 43% com uma perturbaçaã o do
comportamento diagnosticaú vel continuam a apresentar a perturbaçaã o ao fim de treê s anos; os
jovens que experienciam ansiedade na infaê ncia teê m 3,5 vezes mais probabilidade de sofrer de
depressaã o ou perturbaçoã es da ansiedade na idade adulta.
Sabemos que a falta de saúde mental pode aumentar o risco de delinqueê ncia, problemas
com a justiça, perturbaçoã es de abuso de substaê ncias e gravidez adolescente. Os problemas de
sauú de mental podem ter efeitos muito prejudiciais no desenvolvimento social, intelectual e
emocional das crianças e jovens e, consequentemente, no seu futuro. Em uú ltima instaê ncia,
podem levar aà perda de vida. O suicídio é uma das principais causas de morte nos jovens e
uma preocupação de saúde pública em muitos paíúses europeus.
Para aleú m destas problemaú ticas, a prevaleê ncia das doenças mentais entre os jovens eú
preocupante dado o seu potencial impacto no desempenho escolar. Por exemplo, os jovens
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com perturbaçaã o mental estaã o em risco de apresentarem problemas disciplinares,
absentismo, retençaã o escolar, maú s notas, abandono escolar e/ou delinqueê ncia.
EÉ necessaú rio que as escolas adotem uma abordagem mais compreensiva e holística na
qual a promoçaã o da sauú de mental opera de modo consistente ao longo do curríúculo, do
ambiente escolar e dos serviços escolares, sendo integrada em programas e estruturas dentro
da escola.
A missão das escolas eú educar os alunos para se transformarem em cidadaã os responsaú veis e
competentes. Por isso, as escolas asseguram o domíúnio de capacidades de leitura, escrita,
matemaú tica e cieê ncia, tal como promovem uma boa compreensaã o da histoú ria, literatura, arte,
líúnguas estrangeiras e diversas culturas. Contudo, a agenda educativa e a escola bem-sucedida
tambeú m eú aquela que inclui a promoçaã o das competeê ncias sociais e emocionais dos jovens, da
sua sauú de mental enquanto fundamentos da personalidade saudaú vel e do envolvimento cíúvico.
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O bem estar e a saúde mental saã o condiçoã es essenciais para uma aprendizagem bem
sucedida e soú podem ser desenvolvidas em cooperaçaã o com as escolas. Por outro lado, os
resultados acadeú micos contribuem para a sauú de, em geral, e para a sauú de mental, em
particular. O bem-estar mental suporta uma aprendizagem bem-sucedida e esta tambeú m
suporta o bem-estar mental. Se as escolas quiserem atingir resultados educacionais positivos,
eú fundamental que a promoçaã o de uma sauú de mental positiva seja uma parte integral do ethos
escolar.
Deste modo, promovendo a sauú de psicoloú gica e o sucesso educativo, as escolas podem
desempenhar um papel positivo e protetor das crianças e adolescentes:
Criam resilieê ncia, proporcionando aà s crianças e jovens os recursos internos para lidar com os
stressores negativos e ultrapassar desafios e dificuldades. As escolas podem reforçar o
“sistema imunitaú rio” das crianças ao criarem ambientes que promovam o bem-estar e
ofereçam apoio e orientaçaã o;
Contribuem para o desenvolvimento positivo dos jovens numa variedade de domíúnios,
incluindo aumento da satisfaçaã o com a escola e a vida, o envolvimento com a escola e a
qualidade de vida;
Melhoram a regulaçaã o emocional, as estrateú gias de coping e de resoluçaã o de problemas;
melhoram a empatia e o ajustamento psicoloú gico; diminuem o bullying e a agressaã o;
Aumentam o compromisso e o envolvimento com a escola – as crianças investem mais esforço
no trabalho escolar e melhoram as suas atitudes face aà escola; melhoram o desempenho
escolar e diminuem o absentismo;
Aumentam o bem-estar dos jovens, das suas famíúlias e comunidades;
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Oferecem oportunidades para a procura de ajuda – as evideê ncias sugerem que eú mais provaú vel
que as crianças e os adolescentes procurem ajuda quando nas suas escolas existem
oportunidade de aconselhamento psicoloú gico, onde impera a confidencialidade e o anonimato;
Reduzem os problemas de aprendizagem e os problemas disciplinares, o bullying e a violeê ncia
dentro e fora da escola, os problemas emocionais (como a depressaã o e a ansiedade), o
tabagismo, o abuso de aú lcool e de substaê ncias, assim como os comportamentos de risco para a
sauú de e as experieê ncias sexuais precoces;
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Alimentação saudável
Adotar uma alimentação saudável naã o eú sinoú nimo de pratos sem sabor ou de refeiçoã es
rotineiras. A variedade eú uma regra a seguir quando se fala de haú bitos alimentares saã os, pois
soú assim teraú acesso a todos os nutrientes que necessita.
Lembre-se que uma alimentação equilibrada deve ser constituíúda maioritariamente por
hidratos de carbono (ateú 65% do total de calorias ingeridas) e por quantidades menores de
gordura e proteíúnas (cada uma naã o deve ultrapassar os 35% do total caloú rico diaú rio).
1. Comer, no míúnimo, cinco refeiçoã es por dia. Ficar muitas horas sem comer costuma dar mau
resultado. Se estiver muito tempo em jejum, na refeiçaã o seguinte iraú comer mais e teraú
tendeê ncia para selecionar alimentos menos saudaú veis.
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2. Começar bem o dia com um bom pequeno-almoço. EÉ a refeiçaã o principal pois quebra longas
horas de jejum e fornecer-lhe-aú energia para todo o dia.
3. Quantidade naã o eú sinoú nimo de qualidade. Reduzir o tamanho das porçoã es ingeridas, pois
comer em demasia origina a obesidade e esta traz consigo variadíússimas doenças.
4. Dar prefereê ncia aos vegetais e aà fruta. Saã o ricos em nutrientes essenciais para o organismo,
como as fibras, vitaminas e minerais, e naã o fornecem muitas calorias, visto serem pobres em
gordura e em açuú car. Recomenda-se a ingestaã o de treê s a cinco porçoã es por dia.
5. Comer sopa antes do prato principal. Geralmente, a sua base saã o os legumes e eú pobre em
gordura.
6. Preferir as gorduras insaturadas, como o azeite e as que estaã o presentes no peixe e nos
frutos secos, uma vez que estas teê m propriedades anti-inflamatoú rias e antioxidantes.
Por sua vez, as gorduras saturadas, que existem sobretudo nos enchidos e na carne vermelha,
estaã o relacionadas com o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e tambeú m de alguns
tipos de cancro.
Tambeú m muito prejudiciais para a sauú de saã o as gorduras vegetais hidrogenadas ou trans,
presentes nas margarinas, nas bolachas e nos fritos.
7. Escolher laticíúnios magros em vez de gordos ou meio gordos, reduzindo assim a ingestaã o de
gorduras e ingerindo a mesma quantidade de caú lcio.
8. Optar pelas carnes brancas. O peru e o frango teê m menor teor de gordura que as carnes
vermelhas, como a de vaca. Quando estiver a comer retire qualquer gordura que esteja visíúvel.
9. Ingerir peixe branco e azul. Saã o ricos em aú cidos gordos essenciais (oú mega 3), que diminuem
os níúveis elevados de colesterol e saã o fundamentais ao bom funcionamento do ceú rebro. O
salmaã o, a sardinha e o atum saã o uma excelente alternativa.
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10. Evitar os fritos, que saã o muito ricos em gordura. Cozinhar de forma saudaú vel eú faú cil, para
isso basta que aposte em alimentos cozidos, grelhados ou assados no forno ou entaã o
cozinhados a vapor ou escalfados. Nenhuma destas formas de cozinhar necessita de adiçaã o de
gordura na sua confeçaã o.
11. Optar pelos cereais integrais. O paã o, massa, arroz e cereais teê m mais fibra. Esta faz com
que sejam digeridos de forma lenta pelo organismo e induz a saciedade.
12. Substituir as bebidas gaseificadas e bebidas alcooú licas pela aú gua, sumos naturais ou chaú ,
mas sempre sem adicionar açuú car. Assim, ingere menos calorias.
Lembre-se que o açuú car, nutriente no qual saã o ricas as bebidas com gaú s e os doces, provoca
picos altos de glicemia e o aumento de secreçaã o de insulina e transforma-se rapidamente em
gordura no organismo.
13. Reduzir a quantidade de sal que usa para temperar a comida e evite refeiçoã es preú -
cozinhadas, muito ricas em soú dio e, tambeú m, em gordura. A OMS recomenda que naã o se ingira
mais de 5 g por dia.
14. Planear as refeiçoã es atempadamente, sempre que possíúvel. Pode, por exemplo, fazer
menus semanais, assim naã o teraú a tentaçaã o de comer alimentos preú -cozinhados, geralmente
pouco saudaú veis.
15. Mastigar lentamente todos os alimentos. Assim, melhora o processo digestivo e daú tempo
ao ceú rebro de receber a informaçaã o de saciedade. Em meú dia, este processo demora 20
minutos desde o iníúcio da refeiçaã o.
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Atividade física
Os benefícios da atividade física ou desportiva na sauú de estaã o confirmados por vaú rios
estudos epidemioloú gicos. O risco de morte prematura eú mais baixa nas pessoas fisicamente
ativas. A praú tica regular de uma atividade fíúsica moderada reduz em 30% o risco de morte
prematura.
Uma atividade física corresponde “a qualquer movimento produzido pelos muú sculos
esqueleú ticos, responsaú veis por um aumento dos gastos energeú ticos (OMS). Por outras
palavras, mexer-se é uma atividade física: andar, subir escadas, limpar, andar de bicicleta...
Por exemplo: jogar aà bola num jardim eú uma atividade fíúsica. Respeitar as linhas de um campo
de futebol e atirar uma bola aà baliza corresponde mais a um jogo de futebol (desporto).
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O escasso uso de meios de transporte naã o motorizados nas deslocaçoã es entre casa e escola
tem esta explicaçaã o: as cidades “naã o saã o pensadas para as crianças.
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Na presença de algum destes sinais, a criança deve ser levada imediatamente para uma
avaliação clínica.
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quais passam. EÉ normal terem problemas de vez em quando e eú normal expressarem emoçoã es
como zanga, tristeza ou frustraçaã o.
Por tudo isto, ser difícil identificar quando é que as crianças e adolescentes precisam de
ajuda porque teê m um problema de Sauú de Psicoloú gica.
No entanto, quando alguns sinais são intensos e duram vaú rias semanas, interferindo com a
capacidade da criança ou adolescente fazer o seu dia-a-dia e atividades habituais, podem
significar que estaú com problemas e precisa de ajuda.
Os Assistentes Operacionais teê m diversas oportunidades de, ao longo do dia, observar sinais
e mudanças no comportamento das crianças e adolescentes que podem indicar a existeê ncia de
problemas de Saúde Psicológica.
Comportamento agitado;
Chegar constantemente atrasado e faltar aà s aulas;
Isolamento (parece passar muito tempo sozinho/tem poucos amigos) e falta de
interesse pela interaçaã o com os outros;
Medo, preocupaçaã o ou ansiedade excessivas;
Sentimentos de tristeza duradouros;
Ficar facilmente irritado ou zangado sem razaã o aparente;
Agressividade contra si proú prio ou contra os outros (por exemplo, auto mutilar-se,
envolver-se em lutas e brigas com os colegas, usar armas);
Cansaço, perda de energia e falta de interesse pelas atividades habituais;
Baixa autoestima;
Comportamentos perigosos como ingestaã o abusiva de aú lcool ou drogas.
Não ignore os sinais de alerta ou a sua sensaçaã o de que “alguma coisa naã o estaú bem”. Naã o
desvalorize o problema na esperança que ele desapareça sozinho. Os problemas de Sauú de
Psicoloú gica naã o “passam com a idade” nem se resolvem sozinhos. E podem levar a problemas
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graves: insucesso escolar, conflitos familiares, dificuldades de relaçaã o com os outros,
adiçoã es e agressividade.
Objetivos
Legislação
Álcool:
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Altera o Coú digo da Publicidade, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 330/90, de 23 de
Outubro, artigos 17.º e 39.º.
Tabaco:
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As alterações das funções ou estruturas do corpo (ex: doença croú nica, deficieê ncia,
perturbaçoã es do desenvolvimento, perturbaçoã es emocionais e do comportamento, entre
outras), que teê m impacto no desempenho escolar, necessitam de identificaçaã o e remoçaã o de
barreiras a vaú rios níúveis: aprendizagem, atitudes, comunicaçaã o, relacionamento interpessoal e
social, autonomia, espaço fíúsico e meio socioeconoú mico.
A INTERVENÇÃO PRECOCE NA INFÂNCIA eú dirigida aà s crianças ateú aos 6 anos de idade com
alteraçoã es ou em risco de apresentar alteraçoã es nas estruturas ou funçoã es do corpo, tendo em
conta o seu normal desenvolvimento. Consiste num conjunto de medidas de apoio
integrado centrado na criança e na famíúlia, incluindo açoã es de natureza preventiva e
reabilitativa, designadamente no âmbito da educação, da saúde e da ação social. AÀ Sauú de
compete assegurar a deteçaã o, sinalizaçaã o e acionamento do processo e o encaminhamento de
crianças e jovens para consultas ou centros de desenvolvimento, para efeitos de diagnoú stico,
orientação especializada, entre outros.
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No aê mbito da Intervençaã o Precoce, a Equipa de Sauú de Escolar referencia as crianças e
jovens para a Equipa Local de Intervençaã o (ELI) e vice-versa.
O PLANO DE SAÚDE INDIVIDUAL (PSI), concebido para cada criança ou jovem com
NECESSIDADES DE SAÚDE ESPECIAIS (NSE), avalia o impacto das condiçoã es de sauú de na
funcionalidade (atividades e participaçaã o) e identifica as medidas de sauú de a implementar
(necessidades de sauú de, medidas terapeê uticas e de reabilitaçaã o, entre outras) para melhorar o
seu desempenho escolar, tendo em conta os fatores ambientais, facilitadores ou barreira, do
contexto escolar.».
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A escola deve ensinar competeê ncias sociais e emocionais. A OCDE recomenda que seja dada
mais importaê ncia ao desenvolvimento psíquico das crianças e dos jovens.
Um dos objetivos da OMS para a regiaã o europeia, na proú xima deú cada, eú a melhoria do estado
de sauú de das populaçoã es, especialmente das mais vulneraú veis, para as quais a reduçaã o das
desigualdades é fundamental.
A Escola eú , por exceleê ncia, um local privilegiado para a melhoria da literacia, que eú muito mais
do que aprender a ler, escrever e contar. A Escola é igualmente um local propício à
promoção da saúde e ao exercíúcio da cidadania plena, assente nos valores da equidade e da
universalidade.
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A Saúde Escolar pode e deve ser parceira da Escola na capacitação da comunidade
educativa e na criaçaã o de escolas resilientes que saã o necessariamente mais seguras, mais
sustentaú veis e mais saudaú veis.
A Saúde Escolar, pelo potencial que tem para responder aos desafios que se colocam aà
saúde da comunidade educativa, eú cada vez mais uma alavanca para a melhoria do níúvel de
literacia em sauú de dos jovens, facilitando a tomada de decisoã es responsaú veis e promovendo
ganhos em sauú de.
A Escola deteú m uma posiçaã o uú nica que permite melhorar a saúde e a educação de
milhares de crianças e jovens.
Os fatores que influenciam a saúde das crianças e dos jovens, chamados determinantes da
sauú de, podem ser agrupados em quatro categorias: geneú ticos e bioloú gicos, serviços de sauú de,
comportamentos individuais relacionados com a sauú de e carateríústicas sociais. As suas
interrelaçoã es condicionam o estado de saúde individual e coletivo.
Portugal tem atualmente um bom níúvel de saneamento baú sico e uma excelente cobertura
vacinal da populaçaã o infantil e juvenil que, em muito, concorreram para a reduçaã o das
doenças transmissíveis mais frequentes.
Estas estrateú gias continuam a ser uma refereê ncia apesar da sua implementaçaã o ser muito
diversa, pese embora as muú ltiplas iniciativas da OMS para a consolidaçaã o destes princíúpios.
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Portugal integra, desde 1994, a Rede Europeia de Escolas Promotoras da Saúde, numa
parceria interinstitucional entre a Saúde e a Educação.
Todas as crianças têm direito à educação, aos melhores cuidados de sauú de possíúveis, a viver
num ambiente saudaú vel, a desenvolverem-se com o maú ximo de autonomia e aà proteçaã o dos
seus interesses em todas as decisões que lhes digam respeito.
A Escola desempenha um papel crucial na defesa dos direitos das crianças e na melhoria
da educaçaã o, da sauú de e do bem-estar de todas elas, contribuindo para a reduçaã o das
desigualdades em sauú de.
Comunidades educativas mais saudaú veis teê m níúveis de desempenho acadeú mico mais
elevados e são mais produtivas ao longo da vida.
Este eú o nuú cleo central do novo paradigma de intervençaã o da Saúde Escolar. Esta mudança do
paradigma obriga aà promoçaã o de projetos que melhorem as competeê ncias dos alunos nas
relaçoã es interpessoais e em sauú de, na resolução de problemas comportamentais e na
redução dos comportamentos de risco.
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aquisiçaã o e aplicaçaã o do conhecimento, atitudes e competeê ncias necessaú rias para
compreender e gerir emoçoã es, estabelecer e manter relaçoã es gratificantes e tomar decisoã es
responsaú veis.
Por sua vez, uma boa comunicação com os media pode reforçar o trabalho desenvolvido e
favorecer a divulgaçaã o das boas praú ticas em sauú de, sendo, por isso, da maior importância
aperfeiçoá-la.
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O programa tem sido atualizado regularmente e, desde 2015, inclui recomendaçoã es para
o conjunto de 13 vacinas estrategicamente distribuíúdas de forma a maximizar a proteçaã o
conferida na idade mais adequada e o mais precocemente possíúvel.
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Imunidade de grupo:
Contraindicações à vacinação:
Pessoas com deficiências imunitárias graves, e mulheres graú vidas naã o devem ser
vacinadas com vacinas vivas (BCG, VASPR e vacina Rotavíúrus). As vacinas vivas atenuadas
representam um risco teoú rico para o feto.
Reações adversas:
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As infeções das vias respiratórias nas crianças (constipaçoã es, pneumonias, bronquiolites...)
saã o geralmente provocadas por víúrus. Os víúrus saã o transmitidos de criança a criança, ou do
adulto para a criança, por gotíúculas projetadas para o ar quando se tosse ou espirra. Podem
tambeú m transmitir-se através do contacto com um objeto contaminado.
As infeções por vírus respiratórios nas crianças podem e devem ser prevenidas com
medidas de higiene simples, mas eficazes:
Lavar as maã os com regularidade, de modo a manteê -las sempre limpas, em particular:
Cobrir a boca e o nariz sempre que espirrar ou tossir, de prefereê ncia com um lenço de
papel. Se naã o tiver um lenço de papel pode tossir ou espirrar para a parte superior do braço,
naã o para as maã os.
Evitar que o seu filho adquira o haú bito de levar a maã o aà boca ou ao nariz.
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Escolher uma dieta saudaú vel e equilibrada, mantendo uma hidrataçaã o adequada.
Naã o fumar perto das crianças (a inalaçaã o passiva de fumo de cigarro aumenta a
frequeê ncia e a seriedade das constipaçoã es, tosse, infeçoã es de ouvido, infeçoã es dos seios nasais,
laringites e asma).
Quando estiver doente, manter distaê ncia das outras pessoas para evitar a transmissaã o
dos germes.
Mesmo quando aparentemente saudaú vel, ter cuidado com os "beijinhos e abraços"! Os víúrus e
as bacteú rias podem transmitir-se por contacto proú ximo, por vezes a partir de algueú m
assintomaú tico. Se tiver contacto com bebeú s muito pequenos, lave as maã os antes de pegar neles
e evite um contacto muito proú ximo, principalmente de outras crianças.
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Alterações gastrointestinais
A gastroenterite eú uma inflamaçaã o do trato digestivo que resulta em voê mitos e/ou diarreia e,
aà s vezes, eú acompanhada por febre ou coú licas abdominais.
A infeção causa uma combinação de voê mitos, diarreia, coú licas abdominais, febre e falta de
apetite que pode levar aà desidrataçaã o.
Líúquidos e soluçoã es de reidrataçaã o saã o administrados, mas aà s vezes as crianças precisam ser
levadas a um meú dico.
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Casos de desidratação
Os sinais de desidratação infantil, como moleiras deprimidas, olhos fundos e naã o urinar haú
mais de 6 horas podem ocorrer devido ao excesso de calor, febre, episoú dios de diarreia ou
voê mitos, que levam aà perda de aú gua pelo organismo ou pela diminuiçaã o da ingestaã o de
líúquidos pela criança.
Fraldas secas haú mais de 6 horas ou com urina amarela e com cheiro forte;
Caso alguns destes sinais de desidrataçaã o no bebeú ou na criança estejam presentes, deve-se
reidratar a criança com leite materno, aú gua, aú gua de coco ou sopas para diminuir o risco e a
gravidade da desidratação
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Nestes casos, o pediatra deverá indicar o tratamento adequado, que pode ser feito com
apenas soro caseiro ou sais de reidrataçaã o em casa ou soro pela veia no hospital, dependendo
do grau de desidratação da criança.
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Febre/convulsões
As convulsoã es febris surgem em menos de 5% das crianças. Saã o mais frequentes nos rapazes,
entre os 6 meses e os 5 anos (com pico aos 18 meses) e nas crianças que teê m antecedentes
familiares de convulsoã es febris. As convulsões podem repetir-se num outro episódio de
doença em cerca de 10 a 50% dos casos, de acordo com a idade da criança (quanto mais
novas, maior a probabilidade de repetiçaã o).
Embora sem mecanismo bem definido, o sistema nervoso das crianças pequenas parece ser
mais suscetíúvel aà febre. EÉ como se, de repente, ocorresse um curto-circuito na atividade
eleú trica do ceú rebro. Muitas vezes, eú a proú pria convulsaã o que leva aà deteçaã o da febre, pois surge
no primeiro dia de febre e na subida teú rmica.
Como são?
Saã o situaçoã es assustadoras para quem assiste. Geralmente a criança fica hirta e depois inicia
movimentos de tremores dos membros superiores e inferiores. Podem tambeú m revirar os
olhos, ficar com olhar fixo e espumar da boca. Por vezes urinam ou defecam durante a
convulsaã o e, se chamarmos por elas, naã o reagem. Apesar de parecer uma eternidade, a
maioria das convulsoã es febris termina espontaneamente em menos de 5 minutos, apoú s a qual
a criança fica sonolenta mas bem, passadas algumas horas.
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Deve-se ir ao hospital?
Uma criança com um primeiro episoú dio de convulsaã o febril deve ser observada no hospital.
Por vezes, justifica-se o internamento por algumas horas para vigilaê ncia e tranquilizaçaã o dos
pais. Caso não seja o primeiro episódio, a criança deve ser observada se a convulsaã o
demorar mais do 5 a 10 minutos, repetir convulsoã es no mesmo episoú dio de doença, naã o
recuperar entre as convulsoã es ou apresentar sensaçaã o de doença.
Porque as convulsões podem repetir-se em novos episódios de febre, o meú dico ensina os
pais a administrarem antipireú ticos mesmo se a febre naã o for elevada e a terem em casa um
medicamento que devem administrar em caso de convulsaã o. Mas atençaã o, a possibilidade de
uma criança ter uma convulsaã o febril naã o justifica que os pais tenham paê nico da febre.
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Parasitoses
A sua prevalência é variável consoante a zona geograú fica e depende das condiçoã es sanitaú rias
e climateú ricas. Saã o mais comuns na AÉ frica subsaariana, seguida da AÉ sia e Ameú rica Latina.
Em termos mundiais, os parasitas mais frequentes saã o os do grupo dos helmintas nemaú todes,
principalmente o Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura e os Ancilostomas.
Existem poucos dados relativos aà prevaleê ncia destas infeçoã es em Portugal. Alguns estudos do
final da deú cada de 80 e iníúcio de 90 sugeriam uma diminuiçaã o do nuú mero de casos,
relacionada com a melhoria das condiçoã es de higiene e sanitaú rias. Estudos mais recentes
continuam a mostrar uma importante reduçaã o da prevaleê ncia das parasitoses intestinais,
mantendo-se a Giardia lamblia como o parasita mais prevalente.
Com base nestes dados podemos estimar que em Portugal a taxa de parasitismo intestinal eú
baixa, sendo devida principalmente a Giardia lamblia e alguns helmintas, dos quais o Trichuris
trichiura parece ser o mais prevalente.
EÉ importante referir que existem mais de 100 tipos diferentes de parasitas intestinais, que
podem entrar no corpo atraveú s do nariz, da pele, dos alimentos, da aú gua ou atraveú s de picadas
de insetos.
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ser disseminados atraveú s das maã os, brinquedos ou outros objetos. Quando uma criança entra
em contacto com outra que estaú infetada, ou com um brinquedo contaminado, e leva as maã os aà
boca, os ovos dos parasitas podem entrar no organismo atraveú s do aparelho digestivo.
Morar ou viajar para aú reas geograú ficas onde os parasitas saã o mais comuns
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Como se manifestam as Parasitoses?
A maioria das parasitoses intestinais eú bem tolerada pelo paciente quando as suas defesas saã o
normais, evoluindo sem queixas ou apenas com sintomas gastrointestinais inespecíúficos (dor
abdominal, voú mitos e diarreia), frequentemente associados a perda de peso.
A infeção causada por cada parasita pode apresentar aspetos particulares que, em muitos
casos, permitem orientar o diagnoú stico.
Por exemplo, no caso da parasitose causada por Giardia lamblia, a infeçaã o pode ocorrer sem
quaisquer sintomas, ou com um quadro de diarreia aguda com ou sem voú mitos e diarreia
croú nica. A diarreia croú nica associa-se frequentemente a sintomas de malabsorçaã o intestinal
(fezes feú tidas, flatuleê ncia, distensaã o abdominal), perda de apetite, maú progressaã o no
crescimento, perda de peso ou anemia.
No caso da infeção por Ascaris lumbricoides, podem ocorrer tambeú m queixas inespecíúficas
de dor ou desconforto abdominal e sintomas de malabsorçaã o quando a infeçaã o eú prolongada.
Na fase de migraçaã o larvar pode haver envolvimento pulmonar, sob a forma de pneumonite
transitoú ria aguda, com febre e alteraçoã es laboratoriais, que pode ocorrer semanas antes das
queixas gastrointestinais.
A obstrução intestinal alta eú a complicaçaã o mais frequente em infeçoã es por um nuú mero
volumoso de parasitas. A migraçaã o dos vermes adultos atraveú s da parede intestinal pode
provocar colecistite, colangite, pancreatite ou peritonite.
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Como se diagnosticam as Parasitoses?
Em alguns casos, eú possíúvel visualizar diretamente os parasitas nas fezes, o que facilita o
diagnoú stico.
Nos restantes casos, eú necessaú rio apoio do laboratoú rio para o diagnoú stico.
A colheita de sangue tem pouca utilidade para o diagnoú stico. Pode, em alguns casos, permitir
detetar algumas alteraçoã es laboratoriais.
A radiografia do abdoú men com contraste opaco pode mostrar imagens correspondentes a
Ascaris lumbricoides.
De um modo geral, saã o medicamentos com elevada eficaú cia e comodidade de administraçaã o.
Como regra, estes medicamentos podem ser utilizados no tratamento das parasitoses
intestinais a partir dos 12 meses, embora deva ser sempre feita uma avaliaçaã o caso a caso.
Intoxicações
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Os sintomas da intoxicação alimentar saã o bem-parecidos com os de uma virose:
indisposiçaã o, dor abdominal, flatuleê ncia, voú mitos, distensaã o abdominal (barriga inchada) e
diarreia. AÀ s vezes, tambeú m pode haver febre. A maú notíúcia eú que naã o haú muito o que fazer aleú m
de ingerir bastante líquido e repousar.
Geralmente, o alimento estragado estaú associado a substaê ncias produzidas por bactérias e
fungos. Quando o corpo reconhece essas substaê ncias, tenta colocaú -las para fora – por isso eú
que voú mito e diarreia estaã o entre os sintomas. O quadro de intoxicaçaã o alimentar dura, no
maú ximo, 14 dias, mas a maioria dos casos se resolve dentro de uma semana.
Como prevenir
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Em casa, o principal cuidado é respeitar a data de validade e manter os alimentos sempre
refrigerados – principalmente os frescos, como derivados de leite e carnes. Se ficar na duú vida
se o alimento estaú bom ou naã o, eú melhor naã o consumi-lo. Qualquer alteração de cor, textura
e odor pode ser um sinal de que algo não vai bem...
Fora isso, naã o se esqueça de cuidados básicos que podem prevenir intoxicaçoã es, como
lembrar e relembrar o seu filho de lavar as maã os antes de comer, apoú s brincar e ir ao WC.
Copos, pratos e talheres tambeú m merecem atençaã o na higienizaçaã o.
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Infeções urinárias
A infeção urinária na criança eú frequente na praú tica clíúnica diaú ria ocupando o segundo lugar
entre as situaçoã es infeciosas, logo apoú s as infeçoã es respiratoú rias.
Até ao primeiro ano de vida haú um predomíúnio das infeçoã es urinaú rias no sexo masculino e a
partir desta idade tornam-se mais frequentes no sexo feminino por razoã es anatoú micas, jaú que
as meninas teê m uma uretra mais curta, facilitando a passagem de bacteú rias do exterior para o
interior da bexiga. No sexo masculino, a fimose (aperto do prepuú cio, que eú a pele que
envolve a extremidade do peú nis), ou as adereê ncias do prepuú cio associadas a uma higiene
deficiente desta regiaã o, podem tambeú m favorecer as infeçoã es urinaú rias por via ascendente,
mas em nuú mero inferior aà s que afetam as meninas.
Sintomas
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sintomatologia eú perfeitamente sobreponíúvel aà descrita para o adulto e com alguma facilidade
permite distinguir a localização da infeção.
Assim, no caso de a infeção estar confinada à bexiga os sinais e sintomas mais frequentes
saã o: dor e ardor ao urinar, urinar aà s "pinguinhas”, dor ou desconforto abdominais,
incontineê ncia, emissaã o de urina com cheiro ou impossibilidade de controlar a saíúda da urina
(enurese). Para dificultar o quadro, as meninas teê m frequentemente irritaçaã o da regiaã o genital
(vulva), que pode causar tambeú m ardor durante a micçaã o sem que haja infeçaã o. Se a infeçaã o se
localizar no rim podem estar presentes sintomas como: febre elevada, naú useas e voú mitos, mal-
estar geral, dor lombar e ocasionalmente diarreia.
Fatores de risco
Saã o vaú rios os fatores de risco, sendo o principal o facto de pertencer ao sexo feminino. Nas
raparigas as infeçoã es urinaú rias ocorrem frequentemente no iníúcio do treino vesical, ou seja,
quando a criança começa a deixar as fraldas. Nesta fase haú uma tentativa de reter a urina para
permanecer seca, contudo, a bexiga pode apresentar contraçoã es originando um fluxo urinaú rio
turbulento ou um incompleto esvaziamento da mesma. Deste modo aumenta a probabilidade
de multiplicaçaã o de agentes infeciosos na urina e, portanto, de infeçaã o urinaú ria.
Outros fatores de risco saã o a naã o circuncisaã o dos rapazes, a colocaçaã o de algaú lia ou da
realizaçaã o de exames complementares de diagnoú stico, a obstipaçaã o que causa uma disfunçaã o
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do esvaziamento de urina, higiene dos genitais feita de traú s para a frente nomeadamente nas
raparigas ou a utilizaçaã o de roupa interior apertada.
Tambeú m a patologia do aparelho urinário com obstruçaã o aà passagem do fluxo urinaú rio ou
no refluxo da urina que se encontra na bexiga para o rim, a bexiga neurogeú nica com disfunçaã o
do funcionamento do muú sculo da bexiga.
Diagnóstico
O diagnoú stico eú feito apoú s suspeita clíúnica. A confirmaçaã o faz-se atraveú s da anaú lise da urina
(urina II) e da urocultura. O especialista pode ainda considerar importante a realizaçaã o de
anaú lises de sangue para identificar a localizaçaã o da infeçaã o urinaú ria.
Tratamento
Teê m indicaçaã o para serem tratadas todas as infeçoã es urinaú rias sintomaú ticas e todos aqueles
em que saã o identificadas bacteú rias na urina, mesmo sem apresentarem quaisquer sintomas, se
existirem doenças nefro-uroloú gicas ou doenças croú nicas que condicionem suscetibilidade
aumentada aà s infeçoã es.
A escolha do fármaco deve ter em conta os agentes infeciosos mais frequentes, a idade e os
antecedentes da criança, as resisteê ncias antibioú ticas locais, a gravidade da situaçaã o clíúnica e se
houve ou naã o tratamento recente com antibioú tico.
Haú situaçoã es em que o especialista pode considerar a hipoú tese de instituir um tratamento
preventivo, nomeadamente quando a infeção urinária ocorre no primeiro ano de vida,
quando haú infeçoã es de repetiçaã o ou foram diagnosticadas anomalias do aparelho urinaú rio (por
ex. refluxo vesico uretral).
O objetivo do tratamento profilático eú evitar as reinfeçoã es, que podem deixar cicatrizes
renais e causar complicaçoã es tardias graves, como a hipertensaã o arterial de causa renal ou a
insuficieê ncia renal.
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Isto porque embora a maioria das infeçoã es urinaú rias precocemente diagnosticadas e
corretamente tratadas evoluam para a cura sem complicações, sabe-se 5 a 10 por cento
das crianças com infeçaã o urinaú ria sintomaú tica acompanhada de febre ficam com cicatrizes
renais.
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Pediculose
A pediculose da cabeça eú uma doença parasitaú ria, causada pelo Pediculus humanus var.
capitis, vulgarmente chamado de piolho da cabeça.
Atinge todas as classes sociais, afetando principalmente crianças em idade escolar e mulheres.
EÉ transmitida pelo contacto direto interpessoal ou pelo uso de objetos como boneú s, gorros,
escovas de cabelo ou pentes de pessoas contaminadas.
Com o coçar das lesoã es pode ocorrer a infeçaã o secundaú ria por bacteú rias, levando, inclusive, ao
surgimento de gaê nglios no pescoço.
Geralmente a doença eú causada por poucos parasitas, o que torna difíúcil encontraú -los, mas em
alguns casos, principalmente em pessoas com maus hábitos higiénicos, a infestaçaã o
ocorre em grande quantidade.
Existe tambeú m um tratamento em comprimidos, cuja dose varia de acordo com o peso da
pessoa acometida. Ambos os tratamentos devem ser repetidos após 7 dias. Em casos de
difíúcil tratamento, os melhores resultados saã o obtidos com a associaçaã o dos tratamentos oral e
local.
A lavagem da cabeça e utilização de pente fino saã o importantes para a remoçaã o dos piolhos
e leê ndeas, que devem ser removidas em sua totalidade, jaú que os medicamentos muitas vezes
naã o eliminam os ovos. Se as leê ndeas naã o forem retiradas, daraã o origem a novos piolhos.
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Para facilitar a remoçaã o das leê ndeas, pode ser usada uma mistura de vinagre e aú gua em partes
iguais, embebendo os cabelos por meia hora antes de proceder a retirada com a passagem do
pente fino ou manualmente, uma a uma.
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Doenças infeciosas saã o doenças causadas por microrganismos como vírus, bactérias,
protozoários ou fungos. Algumas espeú cies de bacteú rias e fungos, por exemplo, estaã o
presente no organismo sem causar qualquer dano ao organismo, no entanto quando haú
alguma alteraçaã o no sistema imune, principalmente, esses microrganismos podem proliferar,
causando doença, ou facilitar a entrada de outros microrganismos causadores de
doenças.
As doenças infeciosas podem ser adquiridas por meio do contato direto com o agente
infecioso, contacto com água ou alimentos contaminados, atraveú s da via respiratoú ria,
sexual ou por meio de ferimentos causados por animais. Muitas vezes as doenças infeciosas
tambeú m podem ser transmitidas para outras pessoas, sendo denominadas doenças
infectocontagiosas.
Doenças infeciosas causadas por víúrus: virose, Zika, ebola, caxumba, HPV e sarampo;
Doenças infeciosas causadas por bacteú rias: tuberculose, vaginose, clamíúdia, escarlatina
e hanseníúase;
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Como evitar:
Lavar as maã os com frequeê ncia, principalmente antes e apoú s as refeiçoã es e apoú s utilizar
o wc.
Evitar usar o sistema de ar quente para secar as maã os, pois favorece o crescimento dos
germes nas maã os;
Manter a cozinha e o wc limpos, pois saã o os lugares em que podem ser encontrados
microrganismos com mais frequeê ncia;
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A doença crónica na criança traz alteraçoã es no dia-a-dia, com repercussoã es psicoloú gicas
como: anguú stia, sentimento de anormalidade em relaçaã o a outras crianças, culpa sobre os pais,
ou mesmo depressaã o. Com efeito, toda a doença croú nica, na criança ou no adulto, coloca
questoã es psicoloú gicas importantes que influenciam e tambeú m saã o influenciadas pelo somaú tico
(corpo).
Revoltam-se contra a situaçaã o que estaã o a viver e recusam os cuidados (muitas vezes,
em negaçaã o do seu estado de sauú de);
Tornam-se mais dependentes dos pais e dos teú cnicos de sauú de;
O que de um modo geral se acaba por verificar eú que todos estes mecanismos de defesa ou
estrateú gias tendem a atenuar-se aos poucos e estas crianças acabam por encontrar um
equilíúbrio entre a aceitaçaã o do seu estado inevitaú vel e a adaptaçaã o (o menos dependente
possíúvel), a um elemento novo.
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Em termos cognitivos e afetivos verifica-se tambeú m empobrecimento da capacidade
imaginativa e intelectualidade mais diminuíúda, o que deriva essencialmente de:
Entaã o, eú expectaú vel que a doença croú nica na criança atinja naã o soú esta mas tambeú m a sua
famíúlia. E surgem assim modificaçoã es e novas exigeê ncias no contexto familiar. Daíú que a
terapeê utica deva prever as relaçoã es entre criança – famíúlia – teú cnicos de sauú de.
Na criança, a doença crónica (seja ela qual for) pode ser sentida pelos pais como agressaã o,
culpa e ateú potencial elemento reativador de (outros) problemas pessoais. Decorre daqui,
frequentemente, estados depressivos relacionados com essa deceçaã o, auto acusaçaã o, falha
narcíúsica (o bebeú / criança imaginaú rio para os pais eú substituíúdo pelo bebeú / criança real
comprometendo, nas suas crenças, a transgeracionalidade).
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As doenças agudas saã o aquelas que teê m um curso acelerado, terminando com convalescença
ou morte em menos de treê s meses.
A maioria das doenças agudas caracteriza-se em vaú rias fases. O iníúcio dos sintomas pode ser
abrupto ou insidioso, seguindo-se uma fase de deterioraçaã o ateú um maú ximo de sintomas e
danos, fase de plateau, com manutençaã o dos sintomas e possivelmente novos picos, uma longa
recuperaçaã o com desaparecimento gradual dos sintomas, e a coalesceê ncia, em que jaú naã o haú
sintomas especíúficos da doença mas o indivíúduo ainda naã o recuperou totalmente as suas
forças. A fase de recuperaçaã o podem ocorrer as recrudesceê ncias, que saã o exacerbamentos dos
sintomas de volta a um maú ximo ou plateau, e na fase de convalesceê ncia as recaíúdas, devido aà
presença continuada do fator desencadeante e do estado debilitado do indivíúduo, aleú m de
(novas) infeçoã es.
As doenças agudas distinguem-se dos episoú dios agudos das doenças croú nicas, que saã o
exacerbaçaã o de sintomas normalmente menos intensos nessas condiçoã es.
A maioria das infeçoã es por víúrus, bacteú rias, como por exemplo Constipaçaã o/Resfriado,
gripe, infeçoã es gastrointestinais, pneumonia, meningite.
Trauma fíúsico
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Dito de outro modo, a intoleraê ncia alimentar aparece geralmente associada aà auseê ncia de uma
enzima necessaú ria para a digestaã o do alimento e os sintomas iniciam-se quando o alimento
atinge o estoê mago ou o intestino; a alergia estaú associada a um componente do alimento, com
resposta direta do sistema imunitário.
As intoleraê ncias alimentares manifestam-se atraveú s de problemas digestivos (azia, naú useas,
diarreia, refluxo gastroesofaú gico, sensaçaã o de enfartamento); reaçoã es inflamatoú rias
intestinais; doenças de pele, podendo ainda causar ainda transtornos psicoloú gicos secundaú rios
aà patologia.
As intolerâncias mais comuns são aà lactose, gluú ten, aditivos alimentares (glutamato de
soú dio, tartrazina, sulfitos...), vinho, queijo e chocolate.
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Todos nós já ouvimos falar sobre os benefícios de praticar desporto e de ter uma
alimentaçaã o saudaú vel. Mas o que vemos todos os dias mostra bem a diferença entre a teoria e
a praú tica. A falta de tempo livre e as condiçoã es financeiras das famíúlias naã o lhes permitem uma
praú tica regular desportiva e o desporto eú cada vez mais visto como uma obrigaçaã o em vez de
um prazer.
A prevenção da DT2 eú um grande estandarte de batalha a favor da praú tica desportiva. Mas
alguns casos de diabetes tipo 2 surgem de causas hereditaú rias e os casos de diabetes tipo 1
(DT1), que saã o diagnosticados geralmente em crianças e adolescentes, naã o podem ser
prevenidos.
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Este controlo é feito essencialmente através de medicação (anti-diabeú ticos orais para DT2
e aplicaçoã es de insulina para DT1), do desporto e de uma alimentaçaã o equilibrada, mas fatores
como as emoçoã es, as doenças ou ateú o clima tambeú m influenciam a gliceú mia.
O nuú mero de diagnoú sticos de diabetes tipo 1 tem vindo a aumentar nos uú ltimos anos, sem que
se descortine a razaã o para esse aumento. Com o aumento de crianças e jovens com DT1, eú
necessaú rio que a sociedade se mantenha bem informada e preparada para lidar com estes
casos, sobretudo a níúvel escolar.
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Evicção escolar
Este eú se calhar um tema mais do que conhecido de muitos pais, mas tambeú m ao mesmo
tempo, desconhecido de tantos outros.
Em Portugal, estão legisladas (várias) doenças que pela sua gravidade e risco de contaú gio
para terceiros, tiveram uma regulamentaçaã o especíúfica que inclui o nuú mero de dias de evicçaã o
escolar a serem cumpridos (Decreto regulamentar n.º 3/95 de 27 de janeiro).
Assim, as crianças e/ou pessoal que trabalhe num estabelecimento de educaçaã o/ensino que
tenham alguma das doenças referidas neste decreto devem ser temporariamente afastadas da
sua atividade escolar e de outras que condicionem contacto de grupo.
No caso de a doenças em causa ser a difteria, a poliomielite, a tosse convulsa ou uma doença
meningocoú cica, aleú m das crianças afetadas, tambeú m os seus coabitantes ou pessoas que
tenham contacto proú ximo com a criança doente e que trabalhem ou frequentem um
estabelecimento de educaçaã o/ensino saã o também obrigadas a um período de evicção.
Estas doenças saã o de tal maneira preocupantes a níúvel da sauú de puú blica, que das 15 da lista,
apenas 4 (o impetigo, a escarlatina, a tinha e a varicela) naã o pertencem tambeú m aà lista de
doenças transmissíúveis de notificaçaã o obrigatoú ria – doenças que os meú dicos saã o obrigados a
notificar aà s entidades de sauú de puú blica.
Felizmente, vaú rias destas doenças saã o uma raridade nos nossos dias, nomeadamente a difteria,
a rubeú ola ou a poliomielite. E este fenoú meno soú foi possíúvel que acontecesse graças aà
vacinação. Quase todas estas doenças que referi teê m vacina e quase todas estaã o integradas no
plano nacional de vacinaçaã o. Nunca eú de mais lembrar que naã o haú muitas deú cadas atraú s, o
sarampo matava muitas crianças; mais recentemente, devido a clusters de pais que optam por
naã o vacinar os seus filhos, esta eú uma doença que tem reaparecido e que jaú voltou a fazer
vítimas mortais, nomeadamente crianças.
Uma questaã o que se pode levantar depois de ver esta lista, eú o motivo pelo qual entaã o as
crianças saã o “obrigadas” pelo meú dico a ficar em casa quando a doença que teê m naã o eú nenhuma
destas listadas?
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Apesar de estarem nesta lista doenças infectocontagiosas importantes, haú muitas mais que
tambeú m o saã o e que naã o constam dela, mas que nem por isso deixam de representar um risco
para terceiros, pelo que “manda o bom senso” que uma criança doente, naã o deva ir aà escola,
para proteger os outros, mas tambeú m para a proteger a ela. Por exemplo, as conjuntivites saã o
altamente contagiosas e obrigam a que a criança naã o vaú aà escola. Tambeú m se pode argumentar
que muitas doenças teê m o iníúcio do seu períúodo de contaú gio antes de se iniciarem sintomas (a
varicela ou o sarampo saã o bons exemplos) – eú verdade, mas aíú estamos todos de “maã os atadas”
pois (ainda) naã o podemos prever o futuro. Podemos apenas tentar prevenir o contaú gio de
outros apoú s conhecimento de que haú uma primeira pessoa doente, jaú que em algumas doenças
por exemplo, pode estar indicado fazer tratamento profilaú tico.
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De forma a responder aà s necessidades manifestadas pelos cidadaã os em mateú ria de sauú de, a
Sauú de 24 disponibiliza os seguintes Serviços:
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O SNS 24 disponibiliza:
Assisteê ncia em sauú de puú blica, nomeadamente temas relacionados com a gripe,
veraã o/calor e emergeê ncias/intoxicaçoã es.
Em caso de emergeê ncia em situaçoã es de sauú de, inceê ndios, assaltos, etc., ligue 112.
A chamada é gratuita e estaú acessíúvel de qualquer ponto do paíús a qualquer hora do dia.
O Centro de Informaçaã o Antivenenos (CIAV) eú um centro meú dico de consulta telefoú nica na aú rea
da toxicologia, responsaú vel pela prestaçaã o, em tempo uú til, das informaçoã es necessaú rias e
adequadas a profissionais de sauú de ou ao puú blico em geral, visando uma abordagem correta e
eficaz a víútimas de intoxicaçaã o
Funciona ao longo das 24 horas do dia, 7 dias por semana, sendo o serviço assegurado por
pessoal meú dico especializado.
A Linha Cancro eú uma linha de apoio aà pessoa com cancro da Liga Portuguesa Contra o
Cancro, que visa informar e apoiar a pessoa com cancro e a sua famíúlia ou amigos, em aspetos
que digam respeito aà doença, associaçoã es de doentes, direitos dos doentes e instituiçoã es ou
centros de tratamento.
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Linha Contra o Cancro (213 619 542):
A Linha Conta o Cancro eú uma linha de apoio psicoloú gico, aconselhamento e informaçaã o a
doentes com cancro e seus familiares.
A APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima – tem como missaã o o apoio aà víútima
prestando-lhe serviços de qualidade e rege-se, entre outros, pelo princíúpio da NAÃ O
DISCRIMINAÇAÃ O em funçaã o do geú nero, raça ou etnia, religiaã o, orientaçaã o sexual, idade,
condiçaã o soú cio econoú mica, níúvel de escolaridade, ideologia ou outros. Os serviços prestados
saã o gratuitos e confidenciais.
Horaú rio: Todos os dias, das 9h aà s 19h e Saú bados das 10h aà s 13h.
A Linha SOS SIDA eú um serviço de aconselhamento telefoú nico gratuito que funciona a níúvel
nacional. O atendimento eú realizado por teú cnicos com formaçaã o especíúfica na aú rea do VIH/Sida
e do aconselhamento telefoú nico.
Bibliografia e netgrafia
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Cuidados de saúde primários para crianças e jovens UFCD 9641
FARIA, A. R. de. O desenvolvimento da criança e do adolescente segundo Piaget. 4. ed.
Saã o Paulo, 1998.
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