Direito
Não se pode definir direito, visto que só se pode definir o que não tem história. Podemos é
caracterizá-lo:
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Prática IAD – Lição 1
Procuraremos compreender o Direito como dimensão normativa da nossa prática, visto que
este é fundamento / critério de muitos dos nossos comportamentos, na medida em que diz da
validade / invalidade, da licitude / ilicitude de muitas das ações por mediação das quais
interagimos comunitariamente.
Deste modo, o Direito é uma norma de dever-ser e, por isso, padrão constitutivo da própria
ação e das relações que estabelecemos uns com os outros.
O sociólogo não está comprometido com o objeto que estuda, pelo contrário,
distancia-se dele, sendo-lhe heterónomo o objeto que pretende analisar;
O filósofo reflete especulativamente o eventual sentido da normatividade jurídica,
mas não se envolve na sua realização histórico-concreta;
O epistemólogo, preocupado em descrever o Direito nos seus quadros e conceitos
ou em reduzir critico-explicitamente o Direito a certos referentes (tais como a
interesses, à politica, a valores), pode chegar a elaborar uma ciência do direito sem
Direito.
Apesar de a nossa perspetiva (a dos juristas), ser basicamente normativa não devemos
“largar mão” das perspetivas sociológica, filosófica e epistemológica, uma vez que as
utilizaremos como subsidiárias e instrumentais.
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Prática IAD – Lição 1
Utilizamos, nós juristas, o “quid ius”, uma vez que, o Direito para ser aplicado
necessita sempre de um mediador e vai-se constituindo à medida que se realiza.
O Direito é mais do que as normas jurídicas.
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Prática IAD – Lição 1
Sem dúvida que é a segunda hipótese, uma vez que percebemos que o jurista deve
compreender a especificidade da tarefa e o sentido dos problemas culturais que o Direito lhe
coloca, envolvendo-se neles. Devendo ainda preocupar-se com as questões éticas, não
podendo deixar de atender à concreta determinação das ações axiologicamente
(valores/princípios) louváveis, como das pressuponentes e constituendas questões de saber
o que é o “bem” e “dever ser”. Também o jurista só poderá ajuizar do mérito jurídico dos
problemas concretos com que institucionalmente se veja confrontado se tiver pré-
compreendido o particular sentido das consequentes exigências que perpassem o Direito.
O Jurista não pode deixar de ter em conta que o Direito se vai alterando ao longo do tempo!
FIM DA 1ª LIÇÃO