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Mitologia Egípcia

Anúbis
Anúbis é o mestre dos cemitérios e o patrono dos embalsamares. É mesmo o primeiro entre
eles, a quem se deve o protótipo das múmias. É o filho de Néftis e Osíris, criado por Ísis.
Ele aparece com o corpo de homem e a cabeça de chacal negro, ou ainda como um chacal
negro deitado. Anúbis também introduz os mortos no além e protege seus túmulos com a
forma de um chacal deitado em uma capela ou caixão.

Amon
Rei dos deuses, ele é o senhor dos templos de Luxor e Carnac. Seu nome significa "aquele
que está oculto". Tem por esposa Mut e por filho Khonsu. Sua personalidade formou-se por
volta de 2000 a.C. e traz algumas funções de Rá: sob o nome de Amon-Rá, ele é o sol que
dá vida ao país. A época de Ramsés III. Amon tornou-se um monárquico, mesmo titulo que
Ptah e Rá. Freqüentemente representado como um homem vestido com a túnica real e
usando na cabeça duas altas plumas do lado direito, ele se manifesta, igualmente, sob a
forma de um carneiro e, mais raramente, de um ganso.

Áton
Em Heliópolis, ele é o pai e o rei de todos os deuses, o criador do Universo que, por sua
vontade, extraiu-se do caos inicial. Depois, escarrando, soprando ou se masturbando, deu
nascimento ao primeiro casal divino: Shu e Tefnut. Áton ou Atum é mais freqüentemente
representado como um rei vestido de uma tanga e mais raramente com o aspecto de uma
serpente, usando as duas coroas do Alto e Baixo Egito. A função real pode ser pelo fato de
ser o primogênito dos deuses, é tido como o sol declinado no crepúsculo, ocasião em que é
representado como um homem com cabeça de carneiro. Áton foi considerado o "Deus
Único" do Faraó Monoteísta Akenaton.

Aker
O Deus-Leão gêmeo do mundo subterrâneo, personificação da Terra. Às vezes ele aparece
como uma faixa de terra com cabeça humana. Ele é visto com mais freqüência como duas
esfinges sentadas uma de costas para outra. As esfinges guardavam a entrada e a saída do
mundo subterrâneo.

Amaunet
A deusa oculta, forma feminina de Amon. Uma das oito divindades primordiais em
Hermópolis, ela representava o imanifesto antes da criação. Tinha a cabeça de Serpente e
seu culto não durou muito tempo. Seu nome significa "a que está oculta".

Amit
A Terrível deusa-leão, hipopótamo e crocodilo de Ament, o mundo subterrâneo oculto. Ela é
chamada de a Devoradora de Corações, A Grande Devoradora, ou A Grande Morte. Sentada
ao lado da balança da justiça da Sala de Julgamento de Osíris, ela devora as almas dos
malfeitores. Sua boca está cheia de chamas e fumaça.

Anuket
Deusa de Elefantina e da Núbia. Está associada à gazela e acompanha Khnum, o deus com
cabeça de carneiro, e a irmã Satis, com quem divide muitos atributos como deusa da caça e
das cheias. Seu nome significa "circundar" ou "abraçar", pois as águas do Nilo abraçam as
ilhas das cataratas e os campos ao longo do rio.

Apófis
A Serpente inimiga do Sol, encarnação das trevas e do caos, companheira de Seth. Nascida
do cuspe de Neit, a deusa-serpente primeva, seu nome significa "aquele que ela cuspiu".
Essa serpente do mundo subterrâneo representa o poder sinistro da bruxa. Apófis atacou Rá
no nascente e no poente, manchando o firmamento de vermelho-sangue. Dizia-se que Rá
assumiu a forma de um gato e finalmente matou a serpente debaixo do sicômoro sagrado.
Apófis vivia nas águas de Nun, e os anéis de seu corpo formavam os labirintos do mundo
subterrâneo.

Bés
Bés parece vilão, mas sob melhor julgamento se vê que ele é benéfico. Parece um anão
obeso, com pernas arqueadas e rosto pouco gracioso; mostra a língua ao espectador que o
fita no fundo dos olhos! Por outro lado, ele protege contra mau olhados, ajuda nos partos (daí
sua representação em paredes de algumas camas da cidade dos operários?), espalha
alegria e caça os maus espíritos dançando e tocando música, além de proteger dos
pesadelos aqueles que dormem. Estas são as razões pelas quais ele decora camas, apoios
de cabeça, objetos de toaletes, instrumentos de música...

Bastet
A Deusa-Gata, que era a forma domesticada da leoa Sekhmet. Em Butástis ela era adorada
por sua sensualidade e por sua natureza amorosa. Dizia-se que Toth apaziguara a
voracidade da sanguinária Sekhmet dando-lhe vinho para beber, em vez de sangue. Bastet
então se tornou a deusa dos festivais e do vinho. O sistro que ela trazia na mão simbolizava
o prazer da música e da dança. Chamada de a Senhora do Oriente, ela era filha de Rá, e sua
natureza solar encarnava a luz do Sol, enquanto Sekhmet personificava o poder destrutivo
do Sol. Acredita-se que seu nome derive de uma combinação das palavras "ba" e "Ast",
significando "Alma de Ísis". Ela aparece sempre como uma mulher com cabeça de Gata ou
simplesmente uma Gata.

Geb
Geb é o deus primevo da Terra na tradição heliopolitana. Ele aparecia como um morro, a
primeira terra a emergir de Áton. Em suas costas cresceu a primeira vegetação. Assim como
Aker, ele também governava o mundo subterrâneo. Marido de Nut, a deusa celeste, ele era
chamado de pai dos deuses e gerou Rá, Toth, Ísis, Osíris, Néftis e Seth. Na forma humana
ele era representado como um homem deitado embaixo da deusa celeste, com um falo
ereto, ou com as pernas acima da cabeça indicando o caráter esférico da Terra.

Hórus
Filho de Osíris e Isis, Hórus tem uma infância difícil, sua mãe deve escondê-lo de Seth que
cobiça o trono de seu pai. Durante a batalha contra Seth, o deus associado à maldade,
arrancou um dos olhos de Hórus, mas Toth o curou. Depois disso o "Olho de Hórus" tornou-
se um dos mais poderosos talismãs do Egito. Após ter triunfado sobre Seth e as forças da
desordem, ele toma posse do trono dos vivos; o faraó é sua manifestação na terra. Ele é
representado como um homem com cabeça de falcão ou como um falcão sempre usando as
duas coroas de rei do Alto e Baixo Egito. Na qualidade de deus do céu, Hórus é o falcão
cujos olhos são o sol e a lua. Com o nome de "Hórus do horizonte", assume uma das formas
do sol, a que clareia a terra durante o dia. Criador do universo e de todo tipo de vida, Hórus
era adorado em todo lugar. Ele é o deus mais importante de todos os deuses.

Hator
Hator é, junto a Isis, a mais venerada das deusas. Distribuidora de alegria, é a "dama da
embriaguez" em honra de quem bebe vinho e toca música. Também é a protetora da
necrópole de Tebas que sai da falésia para acolher os mortos e velar os túmulos. É adorada
na forma de uma mulher com chifres de vaca e disco solar na cabeça, de apenas uma mulher
com cabeça de vaca ou simplesmente uma vaca. Um rosto de mulher visto de frente e
provido de orelhas de vaca, a cabeleira separada em duas abas com as extremidades
enroladas.

Hapi
Fértil neter do Nilo, seu nome significa "Inundação". Ligado a Num como a água primordial e
a Osíris como deus da fertilidade, seu lar era na caverna escondida embaixo da primeira
catarata do Nilo, próximo a elefantina. Ele também presidia o rio do mundo subterrâneo.
Aparece como um homem nu de cabelos longos, pele azul esverdeada e mamilos caídos.
Desses mamilos fluem as duas fontes do Nilo, o Nilo Azul e o Nilo Branco.

Heh
Um dos oito deuses primordiais em Hermópolis. Juntamente com a esposa Heket, ele
representa a infinidade antes da primeira criação. Seu nome significa "milhões". Mais tarde
ele tornou-se o deus da eternidade, representado como um homem sentado num lugar alto,
segurando ramos chanfrados de palmeira em seus punhos. Ele usa um caniço de junco
sobre a cabeça e carrega o Ankh, o símbolo da longa vida.

Heket
A deusa com cabeça de rã que era o arauto da abundância. Associada a Khnum, que do
barro modela a criança da sua alma, ajudava no trabalho de parto e no processo de
transformação. Em Hermópolis ela era um dos oito neteres primevos. Ligada a Heh,
simbolizava a infinidade.

Heka
A companheira de Rá no momento da criação, juntamente com Sia e Hu. Esses três deuses
eram essenciais em qualquer forma de magia: Sia significando o Conhecimento, e Hu
significando a Sabedoria. Heka significa literalmente Magia, do encanto ou do poder da
expressão criadora. Os sacerdotes de Mênfis associavam esses três deuses com a criação
do mundo por meio da palavra divina de Ptah.

Hu
Um dos três deuses (juntamente com Sia e Heka) que acompanhavam Rá em sua barca
solar e participavam da criação e da magia. Literalmente ele era a Sabedoria. Em Heliópolis
dizia-se que Hu e Sia brotaram das gotas de sangue do falo de Rá. Os sacerdotes de Mênfis
associavam o trio com a expressão criativa de Ptah.
Ísis
Isis é a mais popular de todas as deusas egípcias, o modelo das esposas e mães, a
protetora da magia invencível. Após a morte de Osíris, ela reúne os pedaços de seus
despojos, se transforma em milhafre para chorá-lo, se empenha em reanimá-lo e dele
concebe um filho, Hórus. Ela defende a bico e unhas seu pequeno contra as agressões de
seu tio Seth. Perfeita esposa e boa mãe de perfeito rei e sábio dos mortos, ela é um dos
pilares da coesão sócio-religiosa egípcia. Usa na cabeça um assento com espaldar que é o
hieróglifo de seu nome. Também aparece com as asas de Abutre de Mut. Seus templos
espalhavam-se do sul ao norte do Egito; da ilha de File, próximo “a Núbia, a Sebênitos, no
delta do Nilo; e de Grécia e Roma”.

Kheperi
O Escaravelho ou carocha. Deus da transformação, a palavra Kheper significa "tornar-se".
Dizia-se que Rá, como o Sol da manhã, emergiu de uma bolinha de estrume empurrada pelo
escaravelho. Em outros textos, o escaravelho sagrado empurra a barca solar de Rá através
do mundo subterrâneo. Acreditava-se não só que ele cria a vida, mas também a restaura,
estando assim sempre associado à idéia da ressurreição. Às vezes ele é a própria forma de
Áton.

Khnum
O Deus com cabeça de carneiro cujo nome significa "Criar". No Alto Egito ele era o Criador
do Céu e da Terra, Criador de Todas as Coisas, pai dos pais e mãe das mães. Como uma
das principais divindades do nascimento, ele era conhecido como o Senhor do Destino. Do
barro do Nilo ele modelava os corpos e as almas das crianças em sua roda de oleiro e as
colocava no útero das mães. Os chifres de carneiro em sua cabeça estendiam-se formando
um padrão ondulatório que lembrava as ondas enroladas do Nilo, uma corrente de água
abastecendo o norte do Egito e a outra, o sul. Como tal estava associado a Hapi, o Deus do
Nilo. Suas duas esposas eram as deusas irmãs Sátis e Anuket.

Maát
Deusa da Verdade, justiça e Equilíbrio. Esta deusa, que traz na cabeça uma pluma de
avestruz, representa o equilíbrio, a harmonia do Universo tal como foi criado inicialmente.
Quando Ísis e Néftis se apresentam juntas na forma alada, são chamadas de Maâty ou
Dupla Maát. Ela é o equilíbrio entre o bem e o mal, a luz e as trevas, a verdade do mundo.
Em sociedade, este respeito pelo equilíbrio implica na prática da equidade, verdade, justiça;
no respeito às leis e aos indivíduos; e na consciência do fato que o tratamento que se inflige
aos outros pode nos ser infligido. É Maát, muito simbolicamente, que se oferece aos deuses
nos templos. Ela cuida dos tribunais e também possui templos. A presença de Maát no ritual
mortuário era fundamental. Ao Morrer o faraó entregava à Maát todas as suas "culpas" e
"glórias". No Salão de Julgamento de Osíris, sua pluma era colocada na balança da verdade,
e pesada contra o coração do morto, para medir a leveza da alma. Para os egípcios era o
Coração que se lembrava de todas as ações praticadas em vida. Se o coração do morto
fosse mais leve ou igual ao peso da pena de Maát, então poderia embarca na barca de Rá,
mas se fosse mais pesado, demonstrava seu mau caráter e suas más ações em vida, assim
sua alma era entregue para ser devorada pela temível deusa Amit.
Meretseger
Ela é a dama da necrópole tebana, a deusa do cimo mais elevado que domina o maciço
montanhoso, por isso chamada de "Senhora do Pico". Sua notoriedade ultrapassa muito
pouco o plano local, mas nestes limites é muito venerada, particularmente pelos operários do
Túmulo. Meretseger possui capelas em sua cidade, até mesmo nas casas, assim como um
pequeno templo cavado na rocha perto do Vale das Rainhas onde está associada à Ptah.
Protege os mortos e pode punir os maldosos. Representada mais freqüentemente como uma
serpente, às vezes com cabeça humana, ela pode também ser uma mulher com cabeça de
serpente ou um escorpião com cabeça de mulher. Seu nome significa "aquela que ama o
silêncio".

Mehen
Literalmente "aquele que circunda". Esta serpente do mundo Subterrâneo também era
conhecida como Nehaher (Face Temível) e Wer (O Mais antigo). No mundo subterrâneo,
Mehen contém Osíris e atua como seu guardião, assim como um útero circunda e protege o
feto em crescimento. Mas, como Osíris fica cada fez mais forte, Mehen torna-se uma força
constritora, confinante, que mantém encerrado em seu abraço. Nessa altura, Mehen assume
um aspecto Setiano tornando-se um oponente em vez de protetor.

Meshkhent
A Deusa do parto, identificada com Hator no Alto Egito, Edfu e Denderah. Ela ostenta um
tijolo na cabeça, símbolo dos tijolos sobre o qual as mulheres se abaixavam para dar à luz.
Seu nome significa "dançarina do parto". No recinto em que se fazia o parto, ela aparecia
como quatro dançarinas que inscreviam o destino da criança nas rachaduras dos tijolos,
Quando Hórus nasceu, nos pântanos de papiro, ela fez o parto prevendo-lhe um grande
futuro. Ela também ajudou Ísis nos ritos funerários do marido Osíris. Deusa da
reencarnação, Meshkhent pede o renascimento do morto no Salão de Julgamento de
Osíris. Ela era casada com Shai, Deusa do Destino.

Min
O mais antigo Deus da Fertilidade e do Amor, marido de Hator. Ele se manifestava como o
raio da vida no momento da união sexual. Deus criador, ele estava ligado a Amon no Templo
de Karnak e exibia duas plumas na cabeça. Como encarnação da renovação, abundância,
procriação e poder sexual, Aprecia como um homem de apenas um braço e com um grande
falo ereto. Seu nome significa "estar firme". Os festivais orgíacos de Coptos, centro de seu
culto, eram idealizados para fertilizar os campos e fecundar as mulheres. Os gregos o
identificavam com Pan.

Néftis
Néftis é uma das filhas de Geb e de Nut, a irmã de Isis, Osíris e Seth. É esposa deste
último, mas quando ele trai e assassina Osíris ela permanece solidária à Isis, ajudando-a a
reunir os membros espalhados do defunto e também tomando a forma de um milhafre para
velá-lo e chorá-lo. Como Isis, ela protege os sarcófagos e um dos vasos canopos e usa seu
nome na cabeça: um cesto colocado em um edifício. É ainda na campanha de Isis que ela
acolhe o sol nascente e o defende contra a terrível serpente Apófis. Seu nome Significa "A
Senhora da casa".
Nefértum
Filho de Sekhmet e de Ptah, ele aparece como uma criança calva e serena emergindo de
uma flor de Lótus, representando a aurora da criação. Seu nome significa "bela perfeição".
Era visto como o jovem Rá ou Áton em Hermópolis. Como um Deus da cura, trouxe perfume
para Rá a fim de aliviar seu sofrimento. Deus patrono da aromaterapia, Nefértum geralmente
aparece segurando um lótus próximo ao nariz.

Neit
Deusa da criação, deusa da caça. Sobre a cabeça ela ostenta um conjunto de flechas
cruzadas ou uma lançadeira de tear. Perto da cidade de Saís, no Delta, ela era a deusa
arcaica que assumia a forma de naja, e também era a protetora da tecelagem. De seu nome
vieram às palavras Net e Knit (respectivamente "rede" e "tricotar" em inglês). Como matriz
criadora, ela penetrou em si mesma quando ainda era um caos aquoso e dali retirou as
formas do mundo, tais como as rãs e os peixes. Dizia-se que o deus crocodilo Sobek era seu
filho. No mundo subterrâneo ela tecia o tecido da múmia para o morto. Na tumba, ela se junta
a Ísis, Néftis e Selket como guardiã dos mortos. Como Anúbis feminina, ela usa sua força
de guerreira para abrir caminho para os mortos. Estava ao lado de Seth como protetora da
guerra e dos caçadores, mas também amava a criação e a luz; por isso se tornou a juíza final
da contenda entre Hórus e Seth.

Nekhbet
A Deusa-abutre de el-Kab que governa o sul do Egito enquanto sua irmã, a naja Wadjet,
governa o norte. Ela era o olho direito de Rá e a irmã, o olho esquerdo. Com Wadjet ela
habitou o abismo aquoso antes da criação. Como o abutre que aparece no diadema do rei,
ela simboliza a força e a beligerância. Seu hieróglifo significa "a que veio de Nekheb", a
cidade arcaica do Alto Egito. Nas primeiras dinastias do Antigo Império, houve uma fusão
entre Nekhbet e Mut, a deusa abutre cujo nome significa "mãe".

Nun
Um dos oitos deuses primordiais que existiram antes de o mundo ser criado. Em Hermópolis
ele era chamado de "O Nada", "Lugar Nenhum", "O Abismo". Junto com seu duplo feminino,
Naunet, Num representa a sopa cósmica saturada. Como Hapi, ele está associado às
enchentes, ao poço e as todas as profundezas aquosas, tais como mares, rios e cavernas.
Ele era a água celestial onde flutuava a Barca de Rá.

Nut
É a mais antiga deusa citada pelos textos, a protetora do Baixo Egito bem antes da
unificação do país. A Deusa celestial geralmente aparece como uma Vaca. Seu nome
significa simplesmente "a Deusa". Venerada principalmente em Sais, no Delta, ela é
representada como uma mulher que usa a coroa vermelha do Baixo Egito. Seu nome se
escreve com duas flechas ou dois arcos, o que a designa bem como uma deusa guerreira.
Também é protetora, com Duramulef, do vaso canopo do estômago, ela parece ser uma
divindade que basta a si própria, um dos raros princípios criadores femininos entre os deuses
egípcios.

Osíris
A história de Osíris pode ser interpretada de várias maneiras: primeiramente, nos relatos da
criação do mundo, sua geração é a ultima a nascer e não representa mais elementos
materiais do mundo (espaço, luz, terra, céu...). Osíris é rei, esposo e pai: ele representa a
existência das estruturas normais da sociedade humana.
Outra versão: Osíris morto, destruído e ressuscitado evoca o retorno da cheia todos os anos,
a morte, o renascimento da vegetação e dos seres humanos. Por essa razão, ele é o deus
dos mortos e do renascimento.
Existe uma antiga lenda envolvendo Osíris. A lenda de Osíris é, sobretudo, conhecida em
sua versão grega. Osíris é o filho primogênito de Geb (a terra) e de Nut (o céu). Ele sucede
seu pai no trono do Egito. Ciumento, seu irmão Seth o mata e espalha por todo país os
pedaços de seu cadáver. Suas irmãs, Isis e Néftis, o reencontram e com a ajuda de Anúbis
devolveram-lhe a vida para permitir a Isis conceber Hórus. Tendo legado a realeza terrestre a
seu filho, Osíris reina no mundo subterrâneo e julga os mortos, aos quais pode cooperar com
o sol em sua viagem noturna.

Ptah
Deus de Mênfis que foi a capital do Egito no Antigo Império, Ptah é "aquele que afeiçoou os
deuses e faz os homens" e "que criou as artes". Seu nome significa "entalhar" ou "cinzelar".
Concebeu o mundo em pensamento e o criou por sua palavra. Seu grande sacerdote chama-
se "o superior dos artesãos". É, realmente, muito venerado pelos trabalhadores manuais,
particularmente pelos ourives. Tem o préstimo dos operários de Deir el-Medineh. Representa
em uma vestimenta colante que lhe dá a impressão de estar sem pescoço e usando na
cabeça uma calota. Tem como esposa a deusa Sekhmet e por filho o deus do nenúfar,
Nefértum.


Ra é um dos nomes do sol (você pode ouvir também com o nome de Ré), um dos principais
deuses egípcios. Em Heliópolis ("a cidade do sol" em grego) é ele que, depois de ter decidido
existir, cria o mundo e o mantém vivo. Quando desaparece no oeste, à noite, ele é Áton,
velho curvado, esperado no além pelos mortos que se aquecem com seus raios. Pela manhã,
renasce no leste com a forma de um escaravelho (Khepri). Durante o dia clareia a terra,
sempre com a forma de um falcão. Estes três aspectos e 72 outros são invocados em uma
ladainha sempre na entrada dos túmulos reais.

Seth
Trata-se de um estranho galgo com longas orelhas cortadas, focinho recurvado e longa
cauda fendida. Filho de Geb e de Nut, Seth é um deus complexo e ambíguo. Da proa da
barca de Ré, ele trespassa com sua lança os inimigos do Sol; ele serve ao faraó combatendo
com a força de seu braço. Mas é perigoso, violento, imprevisível. A lenda de Osíris mostra-o
em um mau dia: assassino de seu próprio irmão, ele persegue Hórus com seu ódio, jamais
Seth renuncia luta, pois ele é o necessário fomentador de problemas no mundo regido por
Maát.

Sekhmet
Sekhmet, "o poder", é mau caráter e tem cóleras pavorosas que podem propagar no país
ventos ardentes, epidemias e a morte. Apaziguada por festas e oferendas, torna-se possível
obter sua ajuda contra Apófis - que se opõe ao andamento do sol - os inimigos do rei em
tempos de guerra ou os agentes responsáveis pela doença no corpo dos homens. Seus
sacerdotes são “experts” em magia e medicina. Em Mênfis, Sekhmet é a esposa de Ptah e
mãe de Nefértum. É quase sempre representada como uma mulher com cabeça de leoa,
coroada com o disco solar.

Toth
Trata-se de um deus cordato, sábio, assistente e secretário-arquivista dos deuses.
Divindade à qual era atribuída a revelação ao homem de quase todas as disciplinas
intelectuais: a escrita, a aritmética, as ciências em geral e a magia. Era o deus-escriba e o
deus letrado por excelência. Havia sido o inventor da escrita hieroglífica e era o escriba dos
deuses; senhor da sabedoria e da magia. O que faz dele o patrono dos escribas que lhe
endereçam uma prece antes de escrever. "Mestre das palavras divinas". Preside a medida do
tempo: o disco na cabeça é a lua, cujas fases ritmam os dias e as noites. Representado
como um íbis ou um homem com cabeça de íbis, ou ainda um babuíno.

Fonte: Hatilagili e Hórus de Ísis

Mitologia egípcia
A mitologia egípcia é a coleção dos mitos do antigo Egito, que descreve as ações dos deuses egípcios como
uma forma de compreender o cosmos.
Fontes
As fontes para o estudo da mitologia egípcia são variadas, desde templos, pirâmides, estátuas, túmulos até
textos. Em relação às fontes escritas, os egípcios não deixaram obras que sistematizassem de forma clara e
organizada as suas crenças. Em geral, os investigadores modernos centram-se no seu estudo em três obras
principais, o Livro das Pirâmides, o Livro dos Sarcófagos e o Livro dos Mortos.

 O Livro das Pirâmides é uma compilação de fórmulas mágicas e hinos cujo objectivo é proteger o faraó
e garantir a sua sobrevivência no Além. Os textos encontram-se escritos sobre os muros dos corredores
das câmaras funerárias das pirâmides de Sakara. Do ponto de vista cronológico, situam-se na época da V e
VI dinastias;
 O Livro dos Sarcófagos, uma recolha de textos escritos em caracteres hieroglíficos cursivos no interior
de sarcófagos de madeira da época do Império Médio, tinha também como função ajudar os mortos no
outro mundo;
 Por último, o Livro dos Mortos, que inclui os textos das obras anteriores, para além de textos originais,
data do Império Novo. Esta obra era escrita em rolos de papiro pelosescribas e vendida às pessoas para
ser colocada nos túmulos.

Outras fontes escritas são os textos dos autores gregos e romanos, como os relatos de Heródoto (século V
a.C.) e Plutarco (século I d.C.).

Cosmogonias
A Enéade de Heliópolis
Segundo o mito da criação de Heliópolis, no princípio existiam as águas do caos, Nun. Um dia uma colina de
lodo chamada Ben-Ben levantou-se dessas águas, tendo no seu cimo Atum, o primeiro deus. Atum tossiu e
expeliu Shu (deus do ar) e Tefnut (deusa da humidade). Shu e Tefnut tiveram dois filhos, Geb, deus da terra e
Nut, a deusa do céu. Shu ergueu o corpo de Nut, colocando-o acima de Geb, e esta tornou-se a abóboda do
céu. Nut e Geb tiveram por sua vez quatro filhos: Osíris, Isís, Seth e Néftis. Osíris tornou-se deus da terra, que
governou durante muitos anos; Isís foi a sua mulher,rainha e irmã. Seth o deus seco do deserto invejava o
estatuto de Osíris e um dia matou-o. Osíris foi para o mundo subterrâneo e Seth tornou-se rei da terra. Osíris
teve um filho com Ísis chamado Hórus que decidiu vingar a morte do pai e reconquistar o trono. Hórus derrota
Seth e torna-se o novo rei da terra, mas o seu pai permanece no mundo subterrâneo. Néftis era apaixonada
secretamente por Osíris, um dia se disfarçou de Ísis e deitou-se com Osíris dando a Luz a Anúbis o deus com
corpo de homem e cabeça de cão que presidia o mundo dos mortos

Ogdoáde de Hermópolis
Na cidade de Hermópolis, capital do XV nomo do Alto Egipto, dominava um panteão de oito deuses agrupados
em quatro casais. A origem destes oito deuses variava: por vezes eram apresentados como os primeiros deuses
que existiram; em outros casos eram filhos de Atum ou de Chu.

Os oito deuses tinham os seguintes nomes e representavam os seguintes conceitos:

 Nun e Naunet, o caos, o oceano primordial;


 Heh e Hehet, o infinito;
 Kek e Kauket, as trevas;
 Amon e Amaunet, o oculto;

Os oito deuses eram denominados como "Hemu", de onde derivou o nome original da cidade de
Hermópolis, Khemenu. A designação de Hermópolis para o povoado urbano de Khemenu foi atribuída pelos
gregos por associarem um importante deus da cidade, Tot, com o seu Hermes. Estes oito deuses actuavam
colectivamente, ao contrário dos deuses dos outros sistemas, que eram autónomos.

As divindades masculinas deste panteão eram representadas como homens com cabeça de rã, enquanto que
as femininas eram representadas como mulheres com cabeça deserpente. Considerava-se que estes quatro
deuses foram os primeiros seres que existiram; a partir de uma interacção entre eles surgiu uma ilha, a
chamada "Ilha das Duas Facas", onde estes deuses depositaram um ovo, do qual saiu a divindade solar Rá,
que daria forma ao mundo. Existiam várias teorias para a origem do ovo, sendo este atribuído a um ganso ou
um falcão.

Outra variante do mito afirmava que das águas do oceano primordial emergiu uma ilha, onde mais tarde seria
construída Hermópolis. Nesta ilha existia um poço, no qual flutuava uma flor de lótus e onde viviam os oito seres
referidos anteriormente. As divindades masculinas ejacularam sobre a flor e fecundaram-na. A flor de lótus
fechou-se durante a noite; quando se abriu de manhã dela saiu o deus Rá na forma de um menino que criou o
mundo.

Cosmogonia de Mênfis
Na cidade de Mênfis dominava um tríade composta pelos deuses Ptah, a sua esposa Sekhmet e o filho
destes, Nefertum.

A teologia desta cidade é hoje conhecida graças ao texto da Pedra de Chabaka. De acordo com as inscrições
da pedra, o texto original tinha sido conservado num papiro guardado nos arquivos de um templo de Ptah. Este
papiro encontrava-se num avançado grau de deterioração quando o faraó Chabaka (século VIII a.C.) ordenou
que o texto fosse inscrito numa pedra de granito. Infelizmente os habitantes da cidade acabaram por utilizar a
pedra como elemento de um moinho, o que provocou estragos na mesma. Os estudos mais recentes sobre a
pedra mostram que o estilo do texto foi premeditadamente escrito de forma a espelhar uma linguagem arcaica.

Neste sistema Ptah era o deus criador. Divindade associada aos artesãos, o deus era representado como um
homem com corpo mumificado. Era considerado como o criador de tudo, inclusive dos deuses.

Ptah criou o mundo usando o coração e a língua. Para os Egípcios o coração era o centro da inteligência, sendo
no sistema menfita a língua o centro criador. Ptah era simultaneamente Nun e Naunet (feminino de Nun) e gerou
Atum a partir do seu coração e da sua língua. Este sistema não rejeitava a Enéade de Heliópolis, simplesmente
considerava Ptah como criador dessa Enéade; Atum era um agente da vontade Ptah. O deus Ptah era também
considerado o criador do ka ou alma de cada ser.

Sekhmet era uma deusa feroz, que segundo um mito tinha atacado a humanidade por esta ter desrespeitado
Rá. Era representada como uma leoa ou como uma mulher com cabeça de leoa.

Nefertum era o deus da felicidade, sendo representado como um jovem com uma flor de lótus na cabeça. Mais
tarde, Nefertum seria substituído como filho deste casal porImhotep, personagem que teve existência histórica
(foi o vizir do rei Djoser da III Dinastia).

Cosmogonia de Tebas
O nome egípcio de Tebas, cidade do Alto Egipto próxima da Núbia, era Uaset. Mais uma vez deve ser
salientado que a designação de "Tebas" é de origem grega.

Tebas foi durante bastante tempo uma cidade pouco relevante. A partir do Império Novo ela adquire grande
importância, relacionada com o facto dos reis fundadores da XVIII Dinastia (uma das dinastias que constituem o
Império Novo), serem oriundos da cidade. Estes reis foram responsáveis pela expulsão dos Hicsos, povo
estrangeiro que dominou o Egipto. Assim, quando Tebas se transformou na capital do Egipto não foi só a cidade
que ganhou importância, mas também os seus deuses.

O principal deus de Tebas era Amon, representado como um homem com uma túnica preta e duas plumas na
cabeça; poderia também ser representado como um carneiro ou umganso. Como foi referido anteriormente,
Amon estava associado ao oculto. Os sacerdotes tebanos aproveitaram elementos de outros deuses que
atribuíram a Amon. Em concreto, Amon passou a ser visto como o demiurgo, retirando essa função ao deus Rá.
Os sacerdotes afirmaram também que Amon era o monte primordial, tendo sido Tebas a primeira cidade a existir
no mundo e que por conseguinte, ela deveria servir como modelo a todas as outras cidades.

Na cidade de Tebas a esposa de Amon não era Amaunet, como referia a cosmogonia hermopolitana, mas Mut.
Este casal tinha um filho, Khonsu, uma divindade lunar.

Cosmogonia de Elefantina
Elefantina é o nome grego de uma pequena ilha no Nilo situada junto da primeira catarata.

Nesta ilha dominava uma tríade encabeçada por Khnum, divindade com uma cabeça de carneiro, que
representava a criatividade e o vigor. Para os Egípcios, Khnum criava os seres humanos no seu torno, tal como
o oleiro cria as suas peças. As esposas de Khnum eram Satet e Anuket (ou talvez, segundo outra hipótese,
seriam respectivamente esposa e filha do deus). Satet era responsável pela inundação do Nilo (que gerava a
fertilidade dos solos no Antigo Egipto) e Anuket encontrava-se também associada ao elemento água.

Neter
Neter é uma palavra em egípcio sem tradução exata. A antiga religião egípcia, diferente do que muitos pensam,
cultua apenas um único Deus. Sendo este supremo, eterno, imortal, onisciente, onipresente e onipotente. Mas
este Deus aparece de várias formas e aspectos, os Neteru (plural de Neter no masculino e Netert no feminino).
Um exemplo para compreender melhor isso é a água, que sendo líquida, sólida ou gasosa continua sendo água.
Dessa forma os Neteru tem sua própria personalidade, ações e são cultuados. Os neteru também podem ser
ditos como informações ou pistas para conhecer Deus. Por exemplo: se é nos informado apenas o nome de
alguém, não temos o mínimo conhecimento desse, mas quanto mais pistas e informações sobre ele, melhor o
conhecemos. Desse modo os arqueólogos e egiptólogos que estudaram sobre a antiga religião egípcia,
traduziram neteru como Deuses e Deusas, dando totalmente a informação errônea de que tais são forças
independentes.

Nun
Nun (também conhecido como Nu ou Ny) é o neter egípcio sem sexo que é o líquido cósmico que deu origem
ao universo. É o ser subjetivo, quando se transforma no ser objetivo, torna-se Atum.

Atum (mitologia)
Atum é um neter egípcio, adorado em Heliópolis. É o resultado da transformação de Nun, o ser
subjetivo ao ser objetivo. Aparece desde cedo como deus primordial e criador pois deu origem a uma
explosão que gerou os demais corpos celestes do universo, mas sendo um evento pré-planejado. Este cria o sol
da tarde e quando "torna-se a si mesmo", toma forma de Rá, que inicia os neteru geradores e gera o sol da
manhã. Atum foi o criador do céu e da terra separando-os. Mas no momento que "torna-se a si mesmo", une-se
a Rá, e se transforma em único ser, que seria chamado de Atum-Rá. Atum cria os outros deuses através da
masturbação, este gera Shu (ar), Tefnut (humidade), Geb (Terra) e Nut (céu). Como criador tem o direito de
castigar a primeira geração de deuses por terem prevaricado em tudo o que cria.
Representação
Atum era visto com um ser do sexo masculino usando uma coroa de faraó. Também existe representações
deste usando duas coroas, uma representando o baixo Egito e a outra o alto Egito.

Amon
Amon, Ámon ou Amun (em grego Ἄμμων, transl. Ámmon, ou Ἅμμων, Hámmon; em egípcio Yamānu) foi
um deus da mitologia egípcia, visto como rei dos deuses e como força criadora de vida. Deus local de Karnak,
constitui uma família divina com sua esposaMut e seu filho Khonsu.
Origem do nome
O nome de Amon foi registrado pela primeira vez no idioma egípcio como ỉmn, que significa "O escondido".
Como as vogais não eram escritas nos hieróglifos egípcios, egiptólogos reconstruíram a pronúncia de seu nome
como Yamānu (/jamaːnu/). O nome sobreviveu no copta como Ⲁⲙⲟⲩⲛ, Amoun.

Iconografia
O deus Amon podia ser representado de várias formas: como animal, como homem com cabeça de animal ou
como homem.

Os animais associados a Amon eram o ganso e o carneiro, podendo por isso o deus ser representado sob estas
formas. Contudo, a representação como ganso era rara. Como carneiro surgia com chifres curvos e cauda curta
(ovis platyura aegyptiaca).

O deus Amon era acompanhado de sua mulher Mut (representada num corpo de mulher mas com cabeça de
abutre ou coroas).
Os Sacerdotes de Amon
Cada sacerdote do deus Amon deve utilizar sempre uma túnica branca com uma capa de pele de leopardo, ele
tem cabeça raspada e não pode fazer certas coisas, como caçar animais relacionados ao deus e usar
uma peruca. Amon tinha o principal centro de culto emTebas, no Egito Antigo.

Aton
Aton é um neter egípcio, pouco se conhece sobre este, mas seria uma segunda forma de Amon, no qual nos
cultos veio substituir este. O faraó Akhenaton proibiu aos antigos egípcios a cultuar outros neteru, escolhendo
somente Aton. Por todo o seu reinado o povo tentou apagar seu registro da história


Rá[1] ou Ré[2] (em egípcio: *ri:ʕu), é o deus do Sol do Antigo Egito. No período da Quinta Dinastia se tornou uma
das principais divindades da religião egípcia, identificado primordialmente com o sol do meio-dia.[3] O principal
centro de seu culto era a cidade deHeliópolis (chamada de Inun, "Local dos Pilares", em egípcio),[4] onde era
identificado com o deus solar local, Atum.[5] Através de Atum, ou como Atum-Ra, também era visto como o
primeiro ser, responsável pela origem da Enéade, que consistia
de Shu e Tefnut,Geb e Nut, Osíris, Seth, Ísis e Néftis.

Nos textos das pirâmides, Rá e Hórus são claramente distintos (por exemplo, Hórus remove para o sul do céu o
trono de Rá)[6], mas em dinastias posteriores Rá foi fundido com o deus Hórus, formando Re-Horakhty ("Rá, que
é o Hórus dos Dois Horizontes"), e acreditava-se que era soberano de todas as partes do mundo criado (o céu,
a terra e o mundo inferior.)[4] É associado com o falcão ou o gavião. No Império Novo o deus Amon se tornou
proeminente, após fundir-se com Rá e formar Amon-Rá.

Durante o Período de Amarna, Akhenaton reprimiu o culto de Rá em favor de outra divindade solar, Aton, o
disco solar deificado, porém com a sua morte o culto de Rá foi restaurado.

O culto do touro Mnévis, uma encarnação de Rá, também teve seu centro em Heliópolis, onde existia
um cemitério oficial para os touros sacrificados.

Segundo uma das versões do mito, todas as formas de vida teriam sido criadas por Rá, que as chamou à
existência pronunciando seus nomes secretos. De acordo com outra das versões, os seres humanos teriam sido
criados a partir das lágrimas e do suor de Rá, motivo pelo qual os egípcios se chamavam de "Gado de Rá". No
mito da Vaca Celestial se descreve como a humanidade teria tramado contra Rá, e como ele teria enviado
seu olho, na forma da deusa Sekhmet, para puni-los, que acabou por se tornar sedenta por sangue, e só foi
pacificada com a mistura de cerveja e tinta vermelha.

Ka
Entre os antigos Egípcios, o ka designava uma espécie de alma que acreditavam que existia, tanto nos homens,
como nos deuses.

O conceito em si é difícil de trasladar hoje para qualquer outra língua viva através de uma só palavra. Em
português, o termo que melhor o poderá traduzir será talvez o de alma, ressalvando no entanto as devidas
distâncias entre a concepção cristã da alma, e a concepção egípcia do ka.
O ka pode então ser definido como um princípio ou elemento metafísico, imaterial, invisível, volátil e, de certa
forma, metafórico, que permitia assegurar a sobrevivência dos homens neste mundo, e lhes conferia a vida
eterna no outro.

Não deve ser confundido com outro princípio ou elemento metafísico egípcio, o ba.

Ptah
Na mitologia egípcia Ptah, Tanen, Ta-tenen, Tathenen ou Peteh é o deus criador e divindade patrona da
cidade de Mênfis. É um construtor.[1]

Ao contrário de Seker, outro deus construtor, Ptah está associado às obras em pedra. Ápis era seu oráculo.
Mais tarde, foi combinado com Seker e Osíris para criar Ptah-Seker-Osiris.

Ele é marido de Sekhmet e, por vezes, de Bastet. Seus filhos incluem Nefertem, Mihos, Imhotep e Maahes.

Nas artes, é representado como um homem mumificado com as mãos segurando um cetro (ceptro) enfeitado
com ankh, was e djed(símbolos da vida, força e estabilidade, respectivamente).

Hu (Mitologia)
Na Mitologia egípcia, Hu (ḥw) é a divinização da primeira palavra, a palavra da criação, que Atum disse ter
exclamado enquanto ejaculava ou, alternativamente, sua auto-castração, em seu ato masturbatório de criação
da Enéada.

Hu e Renenutet

Hu também é mencionado no Textos das Pirâmides do Antigo Império (PT 251, PT 697) como companhia do
defunto do faraó. Junto com Sia, era descrito na comitiva de Thot, com o qual é ocasionalmente identificado.

No Império Médio, todos os deuses participaram em Hu e Sia, e foram associados com Ptah que criou o
universo proferindo a palavra da criação.Hu era retratado em forma humana, como um falcão ou como um
homem com cabeça de carneiro.

No Império Novo, Hu e Sia juntos com Heke, Irer e Sedjem faziam parte das quatorze forças criativas de Amun-
Ra. No tempo do Egito Ptolemaico, Hu se fundiu com Shu (ar).

Shu
Shu é o deus egípcio do ar seco, do estado masculino, calor, luz e perfeição. Juntos, Shu e Tefnut
geraram Geb e Nut. Shu é o responsável por separar o céu da terra (sendo representado como um homem
tendo Geb, a terra, em seus pés, e levantando Nut, o céu, com os braços, numa representação que se
assemelha ao Atlas da mitologia grega). É ele também quem traz a vida com a luz do dia. É representado como
um homem usando uma grande pluma de avestruz na cabeça. Criou também as estrelas pelas quais os seres
humanos podem elevar-se e atingir os céus e as colocou na cidade de Gaaemynu. Ele só se tornou popular a
partir do Império Novo.
Tefnut
Tefnut (ou também Tefnet) é a deusa que personificava a umidade e as nuvens na mitologia egípcia. Tefnut
simbolizava generosidade e também as dádivas e enquanto seu irmão Shu afasta a fome dos mortos, ela afasta
a sede.

Irmã e esposa de Shu, formava com ele o primeiro par de divindades da Enneade de Heliópolis.

Iconografia
Uma mulher, às vezes com cabeça de leoa que indicava poder, usando na cabeça o disco solar e a serpente
Uraeus.

Família
Filha de Rá. Irmã e esposa de Shu, formava com ele o primeiro par de divindades da Enneade de Heliópolis.
Mãe de Geb e Nut e avó de Osíris, Ísis, Seth, Néftis e Hathor.

Geb
Geb (ou Seb, como ficou conhecido mais tarde), é o deus egípcio da terra. Era também um dos Ennead. Pai de
Osiris, Horus, Ísis, Seth e Néftis e marido de Nut.
Poderes
Geb é o deus egípcio da terra, e também é considerado deus da morte, pois acreditava-se que ele aprisionava
espíritos maus, para que não pudessem ir para o céu.

Estimula o mundo material dos indivíduos e lhes assegura enterro no solo após a morte. Umidece o corpo
humano na terra e o sela para a eternidade no túmulo.

Suas cores eram o verde (vida) e o preto (lama fértil do Nilo). É o suporte físico do mundo material, sempre
deitado sob a curva do corpo de Nut. É o responsável pela fertilidade e pelo sucesso nas colheitas. É sempre
representado com um ganso sobre a cabeça, nas pinturas.

Iconografia
Seu animal representante era o ganso. E ele era comumente representado usando uma coroa com uma pluma
e chifres em forma decarneiro.

Família
Filho de Shu e Tefnut, marido de Nut, e pai de Ísis, Néftis, Osíris, Tot e Seth.

Nut
Nut é uma deusa egípcia. Representava o céu e era significativamente invocada como a mãe dos deuses.
Culto
No túmulo de Tutankhamon foi encontrado junto a sua múmia um peitoral no qual era invocado a proteção desta
deusa: “Nut minha divina mãe, abre tuas asas sobre mim enquanto brilharem nos céus as imorredouras
estrelas”.
Iconografia
É muitas vezes representada sob a forma de uma vaca, por alusão a uma metamorfose por que
espontaneamente teria passado. Era representada por uma belíssima mulher, trazendo o disco solar orlando
sua cabeça.

Com o seu corpo alongado, coberto por estrelas, forma o arco da abóbada celeste que se estende sobre a terra.
É como um abraço da deusa do céu sobre Geb, o deus da Terra.

Família
O deus Khepera criou-se a partir da matéria primordial ao dizer seu próprio nome, em seguida ele procriou os
deuses Shu e Tefnut, formando a primeira trindade.[1] De Shu e Tefnut nasceram Geb [Nota 1] e Nut.[1][2]

Nut, esposa de Geb,[3] foi a mãe de Osíris, Horus, Seth,[Nota 2] Ísis e Néftis, em um único parto.[1] Osiris e Isis já se
amavam no ventre da mãe e a maldade de Seth logo ficou evidente quando, ao nascer, este rasgou o ventre da
mãe.

Osíris
Osíris (Ausar em egípcio) era um deus da mitologia egípcia, associado à vegetação e a vida no Além. Oriundo
de Busíris, no Baixo Egipto, Osíris foi um dos deuses mais populares do Antigo Egipto, cujo culto remontava às
épocas remotas da história egípcia e que continuou até à era Greco-Romana, quando o Egito perdeu a sua
independência política.

Marido de Ísis e pai de Hórus[2], era ele quem julgava os mortos na "Sala das Duas Verdades", onde se procedia
à pesagem do coração ou psicostasia.

Osíris, é sem dúvida o deus mais conhecido do Antigo Egipto, devido ao grande número de templos que lhe
foram dedicados por todo o país; porém, os seus começos foram os de qualquer divindade local,e é também um
deus que julgava a alma dos egípcios se eles iam para o paraíso (lugar onde só há fartura).Para os seus
primeiros adoradores, Osíris era apenas a encarnação das forças da terra e das plantas. À medida que o seu
culto se foi difundindo por todo o espaço do Egipto, Osíris enriqueceu-se com os atributos das divindades que
suplantava, até que, por fim substituiu a religião solar. Por outro lado a mitologia engendrou uma lenda em torno
de Osíris, que foi recolhida fielmente por alguns escritores gregos, como Plutarco. A dupla imagem que de
ambas as fontes chegou até nós deste deus, cuja cabeça aparece coberta com a mitra branca, é a de um ser
bondoso que sofre uma morte cruel e que por ela assegura a vida e a felicidade eterna a todos os seus
protegidos, bem como a de uma divindade que encarna a terra egipcia e a suavegetação, destruída pelo sol e a
seca, mas sempre ressurgida pelas águas do Nilo.
O nome Osíris

Estátua de Osiris

Segundo Diodoro Sículo, os primeiros egípcios, logo que surgiram, olharam para o céu e ficaram com temor do
Universo, e imaginaram dois deuses eternos, o Sol e a Lua, respectivamente Osísis e Ísis.[3] Osíris
significa muitos-olhos, um significado apropriado para representar os raios do Sol, que vêem tudo, tanto a terra
quanto o mar.[4] Os mitógrafos gregos, ainda segundo Diodoro Sículo, identificaram Osíris com Dionísio e com a
estrela Sirius; Diodoro cita poemas de Eumolpo e Orfeu identificando Dionísio com a estrela Sirius.[5]Segundo
alguns, Orísis era representado com uma capa de estrelas, imitando o céu estrelado. [6]

Segundo Isaac Newton, Osíris é um nome grego; eles interpretaram o lamento egípcio 0 Sihor, Bou
Sihor como Osíris, Busíris[7]. Ele identifica Osíris com o faraó Sesac ou Sesóstris, um grande conquistador, que
reinou de 1002 a.C. a 956 a.C.[8].

O nome Osíris deriva do grego que por sua vez deriva da forma síria Usire. O significado exacto do nome é
desconhecido. Entre os vários significados propostos pelos especialistas, encontram-se hipóteses como "Aquele
que ocupa um trono", "Para criar um trono", "Lugar/Força do Olho" ou "Aquele que copula com Ísis". Contudo, a
interpretação considerada mais aceitável é a que considera que Osíris significa "O Poderoso".

Osíris também era o chefe dos deuses egipcios


Origens e evolução

Fragmento de Livro dos Mortos onde se representa Osíris

Deus cujo culto está atestado desde épocas muito antigas, Osíris seria oriundo de Busíris (nome que significa
"Lugar de Osíris" ou "Domínio de Osíris) localidade na região central do Delta do Nilo (Baixo Egipto). Nesta
localidade julga-se que Osíris substituiu um deus local de nome Andjeti, tendo herdado as suas insígnias. Osíris
era em Busíris apenas um deus da fertilidade, cuja principal função era garantir uma boa colheita,
personificando o ciclo da vegetação e as águas do Nilo.

No Império Antigo Osíris adquire a vertente de deus funerário, sendo o rei defunto identificado com ele; o rei
vivo era por sua vez identificado com o seu filho, o deus Hórus.

A partir do fim do Primeiro Período Intermediário e do Império Médio ocorre aquilo que se designa como
"democratização" da possibilidade de uma vida no Além, ou seja, esta deixa de estar reservada ao rei para se
alargar, primeiro aos altos funcionários, e depois a toda a população. Todos os homens, independentemente da
sua classe social, desde que cumprissem os ritos funerários adequados, poderiam unir-se a Osíris,
conquistando a imortalidade.

Iconografia
A representação mais antiga conhecida de Osíris data de 2300 a.C.. A sua representação mais comum
correspondia ao de um homem mumificado com umabarba postiça, com braços que emergem do corpo
cruzados sob o peito. As suas mãos seguram o cajado hekat e o açoite nekhakha[9]. Na cabeça Osíris
apresentava a coroa atef, isto é, uma coroa branca com duas plumas de avestruz. Em algumas representações
poderia ter um uraeus (serpente) sob a coroa e uns cornos de carneiro.

Poderia também ser retratado como uma múmia deitada de cujo corpo emergiam espigas ("Osíris vegetante").
Esta representação está associada a um prática dos Egípcios que consistia em regar uma estátua do deus feita
de terra e de trigo. Estas estátuas eram depois enterradas nas terras agrícolas, acreditando-se que seriam a
garantia de uma próspera colheita. Este costume está atestado desde a Pré-História do Egipto até à época
ptolemaica.

A pele do deus poderia ser verde ou negra, cores que os Egípcios associavam à fertilidade e ao renascimento.

A representação de Osíris como um animal era rara. Quando se verificava o deus poderia surgir como um touro
negro, um crocodilo ou um grande peixe.
O mito de Osíris
O mito de Osíris é conhecido graças a várias fontes, sendo a principal o relato de Plutarco (século I) De Iside et
Osiride (Sobre Ísis e Osíris). Alguns textos egípcios, como os Textos das Pirâmides, os Textos dos
Sarcófagos e Livro dos Mortos, narram vários elementos do mito, mas de uma forma fragmentária e desconexa.

Osíris é apresentado como filho de Geb e Nut[1], tendo como irmãos Ísis, Néftis e Seth. É portanto um dos
membros da Enéade de Heliópolis. Ísis não era apenas sua irmã, mas também a sua esposa.

Osíris governou a terra (o Egito), tendo ensinado aos seres humanos as técnicas necessárias à civilização,
como a agricultura e a domesticação de animais. Foi uma era de prosperidade que contudo chegaria ao fim.

O irmão de Osíris, Seth, governava apenas o deserto, situação que não lhe agradava. Movido pela inveja,
decide engendrar um plano para matar o irmão. Auxiliado por setenta e dois conspiradores, Seth convidou
Osíris para um banquete. No decurso do banquete, Seth apresentou uma magnífica caixa-sarcófago que
prometeu entregar a quem nela coubesse. Os convidados tentaram ganhar a caixa, mas ninguém coube nela,
dado que Seth a tinha preparado para as medidas de Osíris. Convidado por Seth, Osíris entra na caixa. É então
que os conspiradores trancam-na e atiram-na para o rio Nilo. A corrente do rio arrasta a caixa até ao mar
Mediterrâneo, acabando por atingir Biblos (Fenícia).

Ísis, desesperada com o sucedido, parte à procura do marido, procurando obter todo o tipo de informações dos
encontra pelo caminho. Chegada a Biblos, Ísis descobre que a caixa ficou inscrustrada numa árvore que tinha
entretanto sido cortada para fazer uma coluna no palácio real. Com a ajuda da rainha, Ísis corta a coluna e
consegue regressar ao Egito com o corpo do amado, que esconde numa plantação de papiros.

Contudo, Seth encontrou a caixa e furioso decide esquartejá-lo em catorze pedaços o corpo que espalha por
todo o Egipto; em alguns textos do período ptolemaico teriam sido dezesseis ou quarenta e duas partes. Quanto
ao significado destes números, deve referir-se que o catorze é número de dias que decorre entre a lua cheia e
a lua nova e o quarenta era o número de províncias (ou nomos) em que o Egipto se encontrava dividido.

Ísis, auxiliada pela sua irmã Néftis, partiu à procura das partes do corpo de Osíris. Conseguiu reunir todas, com
excepção do pénis, que teria sido devorado por um ou três peixes, conforme a versão. Para suprir a falta deste,
Ísis criou um falo artificial com caules vegetais. Ísis, Néftis e Anúbis procedem então à prática da
primeira mumificação. Ísis transforma-se de seguida num milhafre que graças ao bater das suas asas sobre o
corpo de Osíris cria uma espécie de ar mágico que acaba por ressuscitá-lo; ainda sob a forma de ave, Ísis une-
se sexualmente a Osíris e desta cópula resulta um filho, o deus Hórus. Ísis deu à luz este filho numa ilha do
Delta, escondida de Seth. A partir de então, Osíris passou a governar apenas o mundo dos mortos. Quanto ao
seu filho, conseguiu derrubar Seth e passou a reinar sobre a terra.

Mito e história
Alguns autores especulam que o mito de Osíris possa ter ligações com eventos históricos. Assim, Osíris seria
um chefe nômade responsável pela introdução da agricultura na região do Delta. Aqui teria entrado em conflito
com Seth, líder das populações do Delta. Osíris teria sido morto por Seth e vingado pelo seu filho.

Segundo Newton, Osíris e Busíris é como os gregos interpretaram o lamento egípcio O Siris e Bou Siris; Newton
identifica Osíris com vários conquistadores mitológicos: Sesac,Baco, Marte, o Hércules egípcio citado
por Cícero e Belo[8]. Sua morte é dada no ano 956 a.C., e ele é morto por seu irmão Jápeto[
Símbolos

Pilares djed (a verde)

O símbolo mais importante associado a Osíris era o pilar ou coluna djed. Não se sabe o significado exacto deste
símbolo, tendo sido proposto que representaria quatro pilares vistos uns atrás dos outros, a coluna vertebral de
um homem ou do próprio Osíris ou uma árvore de cedro da Síria com os ramos cortados (esta última hipótese
relaciona-se no relato mítico segundo o qual a caixa-sarcófago ficou inscrustrado num cedro). O djed
representava para os Egípcios a estabilidade e a continuidade do poder.

O djed era o elemento principal de uma cerimónia ritual que se celebrava durante a festa heb sed do faraó (o
jubileu real), denominada como a "erecção da coluna djed" e das quais se conhecem várias representações.

A nébride, ou seja, a pele de um animal esfolado (julga-se que seria a pele de uma vaca ou então de um felino)
pendurada num pau que está inserido num recipiente, era outro símbolo associado ao deus.

Osíris tinha como barca sagrada a nechemet, na qual as Ísis e Néftis eram representadas ocupando
respectivamente a proa e a popa.

O culto
O culto de Osíris encontrava-se difundido um pouco por todo o Egipto, sendo os seus principais centros cultuais
Abido e Busíris, localidades que os Egípcios procuravam visitar em peregrinação pelo menos uma vez na vida.

Em Abido realizava-se uma procissão todos os anos durante a qual a barca do deus era transportada,
celebrando-se a vitória do deus sobre os seus inimigos. Nesta cidade o antigo túmulo do rei Djer seria
identificado como o túmulo de Osíris.

Os locais onde o culto de Osíris era relevante reclamavam possuir uma das partes do corpo do deus. Assim,
acreditava-se que em Abido encontrava-se inumada a cabeça do deus; em Busíris estaria a espinha dorsal;
em Sebenitos estaria a parte superior e inferior da parte; em Atribis, o coração; em Heracleópolis a coxa,
cabeça, dois flancos e duas pernas.

Um pouco por todo o Egito, anualmente, durante o mês egípcio de Khoaik (o que corresponde no calendário
gregoriano a Outubro-Novembro) celebravam-se os "Mistérios de Osíris", nos quais se relatavam episódios do
mito. Para os Egípcios tinha sido neste mês que Ísis tinha encontrado as partes do corpo de Osíris.

Foi também adorado fora do Egito em vários pontos da bacia do Mediterrâneo, mas nunca nas dimensões que
alcançou o culto da sua irmã e esposa. A popularidade do deus pode ser explicada pela ideia transmitida ao
homem comum de que este poderia ter uma vida depois da morte.

Ísis
Ísis (em egípcio: Auset) foi uma deusa da mitologia egípcia, cuja adoração se estendeu por todas as partes do
mundo greco-romano. Foi cultuada como modelo da mãe e da esposa ideais, protetora da natureza e da magia.
Era a amiga dos escravos, pescadores,artesãos, oprimidos, assim como a que escutava as preces dos
opulentos, das donzelas, aristocratas e governantes.[1] Ísis é a deusa da maternidade e da fertilidade.

Os primeiros registros escritos acerca de sua adoração surgem pouco depois de 2500 a.C., durante a V dinastia
egípcia. A deusa Ísis, mãe de Horus, foi a primeira filha de Geb, o deus da Terra, e de Nut, a deusa do
Firmamento, e nasceu no quarto dia intercalar. Durante algum tempo Ísis e Hator ostentaram a mesma
cobertura para a cabeça. Em mitos posteriores sobre Ísis, ela teve um irmão,Osíris, que veio a tornar-se seu
marido, tendo se afirmado que ela havia concebido Horus. Ísis contribuiu para a ressurreição de Osiris quando
ele foi assassinado por Seth. As suas habilidades mágicas devolveram a vida a Osíris após ela ter reunido as
diferentes partes do corpo dele que tinham sido despedaçadas e espalhadas sobre a Terra por Seth. [2] este mito
veio a tornar-se muito importante nas crenças religiosas egípcias.

Ísis também foi conhecida como a deusa da simplicidade, protetora dos mortos e deusa das crianças de quem
"todos os começos" surgiram, e foi a Senhora dos eventos mágicos e da natureza. Em mitos posteriores, os
antigos egípcios acreditaram que as cheias anuais do rio Nilo ocorriam por causa das suas lágrimas de tristeza
pela morte de seu marido, Osíris. Esse evento, da morte de Osíris e seu renascimento, foi revivido anualmente
em rituais. Consequentemente, a adoração a Ísis estendeu-se a todas as partes do mundo greco-romano,
perdurando até à supressão do paganismo na Era Cristã

Origem do nome

Ísis alada (pintura mural, c. 1360 a.C.).

A pronúncia do nome desta deidade é uma corruptela do mesmo na língua grega antiga onde se modificou o
nome egípcio original pela adição de um "-s" no final devido às normas gramaticais do antigo grego.

O nome egípcio foi grafado como ỉs.t ou ȝs.t com o significado de '(Ela de o) Trono'. A sua pronúncia correta em
antigo egípcio é incerta, entretanto, uma vez que o antigo sistema de escrita usualmente não previa as vogais.
Com base em estudos recentes que nos oferecem aproximações com base em linguagens contemporâneas e
na evidência da língua copta, a pronúncia reconstruida de seu nome é *ˈʔuː.sat (O nome de Osiris, "Usir" ou
"Wsir" também se inicia com o glifo para trono ʔs ('-s').). O nome sobreviveu nos dialetos coptas
como Ēse ou Ēsi, assim como em palavras compostas sobreviventes em nomes de pessoas posteriormente,
como por exemplo 'Har-si-Ese', literalmente 'Hórus, filho de Ísis'.

Por conveniência, Egiptólogos arbitrariamente decidiram pronunciar o seu nome como 'ee-set'. Por vezes
também podem dizer 'ee-sa' porque o 't' final em seu nome foi um sufixo feminino, que é sabido ter sido
buscado à fala durante as últimas etapas da língua egípcia.
Literalmente, o seu nome significa "ela do trono". A sua cobertura original para a cabeça foi um trono. Como
personificação do trono, ela foi uma representação importante do poder do faraó, assim como o faraó foi
representado como seu filho, que se sentou no trono que ela forneceu. O seu culto foi popular em todas as
partes do Egito, mas os santuários mais importantes eram em Guizé e em Behbeit El-Hagar, no Delta do Nilo,
no Baixo Egito.

História
As origens do seu culto são incertas, mas acredita-se ser oriundo do delta do Nilo. Entretanto, ao contrário de
outras divindades egípcias, não teve desse culto centralizado em nenhum ponto específico ao longo da história
da sua adoração. Isto pode ser devido à ascensão tardia de seu culto. As primeiras referências a Ísis remontam
à V dinastia egípcia, período em que são encontradas as primeiras inscrições literárias a seu respeito, embora o
culto apenas venha a ter tido proeminência ao final da história do antigo Egipto, quando se iniciou a absorção
dos cultos de muitas outras deusas com centros de culto firmemente estabelecidos. Isto ocorreu quando o culto
de Osíris se destacou e ela teve um papel importante nessa crença. Eventualmente, o seu culto difundiu-se
além das fronteiras do Egito.

Durante os séculos de formação do cristianismo, a religião de Ísis obteve conversos de todas as partes
do Império Romano. Na própria península Itálica, a fé nesta deusa egípcia era uma força dominante.
Em Pompéia, as evidências arqueológicas revelam que Ísis desempenhava um papel importante. Em Roma,
templos e obeliscos foram erguidos em sua homenagem. Na Grécia Antiga, os tradicionais centros de culto
em Delos, Delfos e Elêusis foram retomados por seguidores de Ísis, e isto ocorreu no norte da Grécia e também
em Atenas. Portos de Ísis podiam ser encontrados no mar Arábico e no mar Negro. As inscrições mostram que
possuía seguidores na Gália, na Espanha, na Panónia, naAlemanha, na Arábia Saudita, na Ásia Menor,
em Portugal, na Irlanda e muitos santuários mesmo na Grã-Bretanha.[4] isis representa o amor ,a magia e os
misterios da região.

Templos

Templo de Ísis, Filas.


Templo de Ísis, Roma.

Templo de Ísis, Pompéia.

A maioria das divindades egípcias surgiu pela primeira vez como cultos muito localizados e em toda a
sua história mantiveram os seus centros locais de culto, com a maioria das capitais e cidades sendo
amplamente conhecidas como lar dessas divindades. Ísis foi, em sua origem, uma divindade independente e
popular estabelecida em tempos pré-dinásticos, anteriormente a 3100 a.C., em Sebennytosno delta do Nilo.[2]

No Egito, existiram três grandes templos em homenagem a Ísis:

 em Behbeit el-Hagar, no delta do Nilo, atualmente em ruínas;


 em Dendara, no Alto Egito, onde existe um santuário a Hathor parcialmente preservado;
 em Filas.

Na ilha de Filas, no Alto Nilo, o culto a Ísis e Osíris persistiu até ao século VI, ou seja, muito tempo após a
ascensão do Cristianismo e a subseqüente supressão do paganismo. O decreto de Teodósio (c. de 380)
determinando a destruição de todos os templos pagãos, não foi aplicada em Filas até ao governo de Justiniano
I. Essa tolerância foi devido a um antigo tratado celebrado entre os Blemyes-Nobadae e Diocleciano. Todos os
anos, eles visitavam Elefantina e, em determinados períodos levavam a imagem de Ísis rio acima para a terra
dos Blemyes para fins divinatórios, devolvendo-a em seguida. Justiniano enviou Narses para destruir os
santuários, prender os sacerdotes e arrestar as imagens sagradas para Constantinopla.[5] Filas foi o último dos
antigos templos egípcios a ser fechado.

Eventualmente templos a Ísis começou a se difundir além das fronteiras do Egito. Em muitos locais, em especial
em Biblos, o seu culto assumiu o lugar da deusa semita Astarte, aparentemente pela semelhança entre os seus
nomes e atributos. À época do helenismo, devido aos seus atributos de protetora e mãe, assim como ao seu
aspecto luxurioso, adquirido quando ela incorporou alguns dos aspectos de Hathor, ela tornou-se padroeira
dos marinheiros, que difundiram o seu culto graças aos navios mercantes que circulavam nomar Mediterrâneo.

Através do mundo greco-romano, Ísis tornou-se um dos mais significativos mistérios, e muitos autores clássicos
fazem referência, em suas obras, aos seus templos, cultos e rituais. Templos em sua homenagem foram
erguidos na Grécia e em Roma, tendo sido colocado a descoberto um bem preservado exemplar em Pompéia.

Da mesma forma, a deusa árabe "Al-Ozza" ou "Al-Uzza" (em árabe, ّ‫ الععززى‬- al ȝozza), cujo nome é semelhante
ao de Ísis, acredita-se que seja uma manifestação sua. Isso, porém, é entendido apenas com base na
semelhança entre os nomes.

Iconografia
[editar]Associações

"tyet"
Nó de Ísis em hieroglifos é

Por causa desta associação entre nós e poder mágico, um símbolo de Ísis foi o "tiet" ou tyet (com o significado
de "bem-estar"/"vida"), também denominado como "Laço de Ísis", "Fivela de Ísis" ou "Sangue" de Ísis. Em
muitos aspectos, o "tiet" se assemelha a uma cruz Ankh, exceto que os seus braços apontam para baixo e,
quando usado como tal, parece representar a idéia de vida eterna ouressurreição. O significado de "Sangue de
Ísis" é mais obscuro, mas o "tiet" muitas vezes foi usado como um amuleto funerário, confeccionado
em madeira, pedra ou vidro, na cor vermelha, embora isso possa ser apenas uma simples descrição dos
materiais utilizados.

A estrela Spica ("Alpha Virginis") e a constelação que modernamente corresponde aproximadamente à de Virgo,
surge no firmamento acima do horizonte em uma época do ano associada à colheita de trigo e grãos e, desse
modo, ficou associada a divindades da fertilidade, como Hathor. Ísis viria a ser associada a esses astros devido
à posterior fusão de seus atributos com os de Hathor.

Ísis também assimilou atributos de Sopdet, personificação da estrela Sirius, uma vez que este astro,
ascendendo no horizonte um pouco antes da cheia do rio Nilo, foi interpretado como uma fonte de fertilidade,
como Hathor o havia sido também. Sopdet manteve um elemento de identidade distinto: uma vez que Sirius era
visivelmente uma estrela, ou seja, não vivia no submundo, o que poderia ter conflitado com a representação de
Ísis como esposa de Osíris, senhor do submundo.

Provavelmente devido à equiparação com as deusas Afrodite e Vênus, durante o período greco-romano,
a rosa foi usada em seu culto. A procura de rosas por todo o império tornou a sua produção em uma importante
indústria.
Representações

Ísis com os atributos de Hathor (pintura mural).

Na arte, Ísis foi originalmente retratada como uma mulher com um vestido longo e coroada com o hieróglifo que
significava "trono". Por vezes foi descrita como portadora de um lótus ("Nymphaea caerulea"), ou como
um sicômoro ("Ficus sycomorus"). A faraó, Hatshepsut, foi retratada em seu túmulo sendo amamentada por um
sicômoro que tinha um seio.

Após ter assimilado muitos dos papéis da deusa Hathor, a cobertura de cabeça de Ísis passa a ser a de Hathor:
os cornos de umavaca, com o disco solar inscrito entre eles. Às vezes, também foi representada como uma
vaca, ou uma cabeça de vaca. Normalmente, porém, era retratada com o seu filho pequeno, Hórus (o faraó),
com uma coroa e um abutre. Ocasionalmente, foi representada ou como um abutre pairando sobre o corpo de
Osíris, ou com o Osíris morto em seu colo enquanto por artes mágicas o trazia de volta à vida.

Na maioria das vezes Ísis é retratada segurando apenas o símbolo Ankh com um pequeno grupo de
acompanhantes, mas no período final de sua história, as imagens mostram-na, por vezes, com itens geralmente
associados apenas a Hathor: o sistro sagrado e o colar símbolo de fertilidade "menat". No "The Book of Coming
Forth By Day" Ísis está representada de pé sobre a proa da Barca Solar, com os braços estendidos.[1]

A estrela "Sept" (Sirius) está associada a Ísis. O surgimento dela no firmamento significava o advento de um
novo ano, e Ísis foi igualmente considerada a deusa do renascimento e da reencarnação, e como protetora dos
mortos. O Livro dos Mortos descreve um ritual especial, para proteger os mortos, que permitia viajar em
qualquer parte do mundo subterrâneo. A maior parte dos títulos de Ísis tem relação com o seu papel de deusa
protetora dos mortos.

Mitologia
Quando visto como deificação da esposa do faraó em mitos tardios, o proeminente papel de Ísis foi como
assistente do faraó morto. Desse modo, ela ganhou uma associação funerária, com o seu nome a aparecer
mais de oitenta vezes nos chamados Textos das Pirâmides, afirmando-se que ela era a mãe das quatro
divindades que protegiam os vasos canopos, nomeadamente a protetora da divindade do vaso do fígado, Imset.
Esta associação com a esposa do faraó também trouxe a ideia de que Ísis era considerada a esposa
de Hórus (outrora visto como seu filho), que era protetor e, posteriormente, a deificação do faraó. À época
do Médio Império, da XI dinastia egípcia até à XV dinastia egípcia, entre 2040 e 1640 a.C., à medida que os
textos funerários começam a ser utilizados por maior número de membros da sociedade egípcia, além da
família real, cresce também o seu papel de proteger os nobres e até mesmo os plebeus.

À época do Novo Império, a XVIII, a XIX e a XX dinastias, entre 1570 e 1070 a.C., Ísis adquiriu proeminência
como a mãe e protetora do faraó. Durante este período, ela é descrita como amamentando o faraó e é
frequentemente assim representada.

Irmã-esposa de Osíris

Possível representação de Ísis lamentando a perda de Osíris (terracota,XVIII dinastia egípcia, Museu do Louvre,Paris).

No Império Antigo, da III à VI dinastia egípcia, entre 2686 a.C. e 2134 a.C., os panteões das cidades egípcias
variaram de região para região. Durante a V dinastia, Ísis pertenceu à Enéade da cidade de Heliópolis.
Acreditava-se então que ela era filha de Nut e Geb, e irmã deOsíris, Néftis e Seth. As duas irmãs, Ísis e Néftis,
muitas vezes eram representadas nos sarcófagos com grandes asas esticadas, como protetoras contra
a maldade. Como deidade funerária, Ísis foi associada a Osíris, senhor do submundo (Duat), e foi considerada
sua esposa.

A mitologia tardia (ultimamente em resultado da substituição de um outro deus do submundo, Anúbis, quando o
culto de Osíris ganhou mais importância) fala-nos do nascimento de Anúbis. A narrativa descreve que, como
Seth negava um filho a Néftis, esta então disfarçou-se como Ísis, muito mais atraente, para seduzi-lo. O plano
falhou, mas Osíris passou a achar Néftis muito atraente, pensando que ela era Ísis. Eles copularam, o que
resultou no "nascimento" de Anúbis. Em outra narrativa, Néftis deliberadamente assumiu a forma de Ísis, a fim
de enganar Osíris e assim obter dele a paternidade de seu filho. Com medo das represálias de Seth, Néftis
persuadiu Ísis a adoptar Anubis, de modo a que a criança não viesse a ser descoberta e morta. Essa narrativa
explica tanto porque Anúbis é visto como uma divindade do submundo (uma vez que se torna filho de Osíris),
quanto porque não poderia herdar a posição de Osíris (uma vez que não era um herdeiro legítimo), preservando
posição de Osíris como Senhor do submundo. Deve ser lembrado, no entanto, que este novo mito foi apenas
uma criação posterior do culto de Osíris que queria retratar Seth em um papel de maldade, como inimigo de
Osíris.

Em outro mito de Osíris, Seth preparou um banquete para Osíris apresentando uma bela caixa e declarando
que, quem coubesse perfeitamente nela, poderia ficar com ela como um presente. Ora, Seth havia medido
Osíris enquanto este dormia, certificando-se assim que este era o único a caber perfeitamente na caixa. Após
vários dos presentes terem tentado encaixar-se nela, chegou a vez de Osíris, que a preencheu perfeitamente.
Seth então fechou a tampa da caixa, transformando-a num caixão para Osíris. Em seguida, Seth afundou a
caixa fechada com Osíris nas águas do rio Nilo, que a levaram para muito longe. Assim que soube do ocorrido,
Ísis foi procurar a caixa, para Osíris pudesse ter um enterro apropriado. Foi encontrá-la na longínqua Biblos,
cidade na costa da Fenícia, e trouxe-a de volta ao Egito, ocultando-a em um pântano. Entretanto, naquela noite
Seth foi à caça, vindo a encontrar a caixa oculta. Enfurecido, Seth retalhou o corpo de Osíris em catorze
pedaços, e os espalhou por todo o Egito, para se certificar de Ísis jamais poderia encontrá-los e dar assim um
enterro adequado a Osíris.[6][7] Ísis e Néftis, sua irmã, dedicaram-se então à busca dos pedaços, tendo
conseguido encontrar apenas treze. Um peixe havia engolido o último, o pénis, que Ísis refez utilizando magia.
Desse modo, com todas as partes reunidas do corpo morto de Osíris, ela pode conceber Hórus. O número de
partes do corpo de Osíris é descrito de forma variável nas paredes de diversos templos, entre catorze e
dezesseis e, ocasionalmente, em quarenta e duas, uma para cada nomo ou distrito
Mãe de Hórus

Ísis amamentando Hórus (Museu do Louvre).


Ísis amamentando Hórus, com a cobertura de Háthor.

Através da fusão de seus atributos com os de Hathor, Ísis tornou-se a mãe de Hórus, mais do que sua esposa,
e isto, quando as crenças acerca de Ra absorveram Atum em Atum-Ra, sendo ainda necessário ter-se em
conta que Ísis integrou a Enéade, como a esposa de Osíris. É necessário explicar, entretanto, como é que Osíris
que (como Senhor da Morte) estava morto, pode ser considerado pai de Hórus, que não era considerado morto.
Este conflito nas narrativas conduziu à evolução da ideia de que Osíris necessitava de ser ressuscitado e
posteriormente, à versão da Lenda de Osíris e Ísis de que o grego Plutarco, no século I, em "De Iside et
Osiride", nos deixou a versão mais extensa atualmente conhecida [8]

Um outro conjunto de mitos tardios detalha as aventuras de Ísis após o nascimento do filho póstumo de Osíris,
Hórus. Foi dito que Ísis deu à luz Hórua e Khemmis, pensa-se, no delta do rio Nilo. [9] Muitos perigos surgiram
para Hórus após o seu nascimento e Ísis navegou com o pequeno Hórus para escapar da ira de Seth, o
assassino de seu esposo. Em um instante, Ísis curou Hórus de uma picada mortal de escorpião, além de outros
milagres com relação ao cippi, as placas de Hórus. Ísis protegeu e promoveu Hórus até que estivesse
suficientemente grande e forte para encarar Seth e tornar-se, subsequentemente, faraó do Egito.

Assimilação de Mut
Mut, uma divindade primordial chamada "mãe"", foi originalmente um título para as águas primordiais do
cosmos, a mãe de quem o universo surgiu. Quando o emparelhamento das divindades começou, Mut tornou-se
uma consorte de Amon, a quem já tinha sido atribuída uma esposa completamente diferente. Após a autoridade
de Tebas haver aumentado durante a XVIII dinastia egípcia e ter tornado Amon em um deus muito mais
significativo, o seu culto diminuiu, e Amon foi assimilado a Ra.
Em consequência, a consorte de Amon, Mut, até então descrita como uma coruja[10] mãe-adotiva que, nessa
altura já tinha absorvido os atributos de outras deusas, outras deusas-se, também foi assimilada como esposa
de Rá, Ísis-Hathor como "Mut-Ísis-Nekhbet". Na ocasião, a infertilidade de Mut foi levada em consideração, e
assim, o nascimento de Hórus, que era demasiado importante para ser ignorado, necessitou ser explicado
afirmando-se que Ísis ficou grávida por magia, quando ela se transformou em um papagaio e voou sobre o
corpo morto de Osíris.

Mais tarde, os mitos tornaram-se bastante mais complexos. O consorte de Mut era Amon, que nessa época
tinha se identificado comMin como "Amon-Min" (também conhecido pelo seu epíteto "Kamutef"). Desde que Mut
tornou-se parte de Ísis, era natural tentar fazer Amon parte de Osíris, marido de Ísis, mas isso não era
facilmente conciliável, uma vez que Amon-Min era um deus da fertilidade e Osíris era o deus dos mortos.
Consequentemente, eles permaneceram considerados em separado, e Ísis, por vezes, afirmou-se ser amante
de Min. Posteriormente, em uma fase em que Amon-Min foi considerado um aspecto de Ra ("Amon-Ra"), ele
também foi considerado um aspecto de Hórus, uma vez que Hórus foi identificado como Ra, e, portanto, filho de
Horus e, em raras ocasiões, afirmou-se ao contrário ser Min, evitando a confusão sobre o estatuto de Hórus
como marido e filho de Ísis.

Atributos mágicos
De modo a ressuscitar Osíris com o fim de gerar um filho, Hórus, era necessário a Ísis "aprender" magia (que
por muito tempo havia sido um atributo seu, antes do surgimento do culto a Ra), e então passou a afirmar-se
que Ísis enganou Ra (Amon-Ra ou Atum-Ra), fazendo com que este fosse picado por uma serpente egípcia -
para o que apenas ela possuía a cura -, para que este lhe dissesse o seu nome "secreto". Os nomes das
divindades eram secretos, de domínio apenas dos altos líderes religiosos, uma vez que esse conhecimento
permitia invocar o poder da divindade. Que ele fosse usar o seu nome "secreto" para "sobreviver" implica que a
serpente tivesse que ser uma divindade mais poderosa do que Ra. Ora, a mais antiga divindade conhecida no
Egito foi Uadjit, a cobra egípcia, cujo culto nunca foi suplantado na antiga religião egípcia. Como uma divindade
da mesma região, teria sido um recurso benevolente para Ísis. O uso dos nomes secretos tornou-se um
elemento central nas práticas mágicas egípcias do período tardio, e Ísis é invocada muitas vezes para que use
"o verdadeiro nome de Rá" durante os rituais. Ao final do período histórico do antigo Egito, após a sua ocupação
pelos gregos e pelos romanos, Ísis tornou-se a mais importante e poderosa divindade do panteão egípcio por
causa de suas habilidades mágicas. A magia é um elemento central em toda a mitologia de Ísis, possivelmente
mais do que para qualquer outra divindade egípcia.

Antes desta alteração tardia na natureza da religião antiga egípcia, a lei de Ma'at havia orientado as ações
corretas para a maioria dos milhares de anos de religião egípcia, com pouca necessidade de magia. Thoth era o
deus que recorria à magia quando era necessário. A deusa que detinha o papel quadruplo de curadora,
protetora dos vasos canopos, protetora do casamento, e senhora da magia anteriormente havia sido Serket. Ela
então foi considerada como atributo de Ísis, pelo que não é de surpreender que Ísis tinha um papel central nos
rituais e feitiços egípcios, nomeadamente os de proteção e cura. Em muitos feitiços, essas atribuições são
inteiramente fundidas, mesmo com as de Hórus, uma vez que invocações a Ísis supostamente envolvem
automáticamente poderes de Hórus. Na história do Egito a imagem de um Hórus ferido tornou-se uma
característica padrão de feitiços de Ísis de cura, em que geralmente se invocam os poderes curativos do leite de
Ísis
O mundo greco-romano

Estátua de Ísis em Hierápolis.

Após a conquista do Egito por Alexandre o Grande o culto de Ísis difundiu-se através do mundo greco-romano..
[12]
No período helenístico Ísis adquiriu uma nova posição como deusa dominante no mundo mediterrânico.

Cleópatra vestia-se como Ísis quando aparecia em público, e era chamada de Nova Ísis.[13]

Em Roma, Tácito registrou que após o assassinato de Júlio César, foi decretada a construção de um templo em
honra de Ísis; Augustosuspendeu esta construção, e tentou trazer os Romanos de volta às antigas divindades,
que eram estreitamente associadas à figura do Estado. Eventualmente o imperador Calígula abandonou os
cuidados de Augusto em favor do que foi descrito como "cultos orientais", e foi em seu reinado que o festival de
Ísis foi estabelecido em Roma. De acordo com Flávio Josefo, Calígula vestiu-se como uma mulher e tomou
parte nos mistérios que instituiu.

Vespasiano, assim como Tito, praticaram incubação no Iseum romano. Domiciano fez erguer um outro Iseum
juntamente com umSerapeum. Trajano foi representafo diante de Ísis e de Hórus, presenteando-os com
oferendas votivas de vinho em um baixo-relevo em seu arco do triunfo.[14] Adriano decorou a
sua villa em Tibur com cenas Isíacas. Galério considerou-a sua protetora.[15]

As perspectivas Romanas dos cultos eram sincréticas, vendo nas novas divindades meros aspectos locais dos
que lhes eram familiares. Para muitos Romanos, a Ísis egípcia era um aspecto da Cibele Frígia, cujos
ritos orgíacos estavam há muito implantados em Roma. De fato, ela foi conhecida como "Ísis dos Dez Mil
Nomes".

Entre os nomes da Ísis Romana, "Rainha do Céu" destaca-se por sua longa e continua
história. Heródoto identifica Ísis com as deusas da agricultura Deméter na mitologia grega e Ceres na romana.

No período tardio, Ísis também teve templos através da Europe, Britania, África e Ásia. Uma estátua de Ísis
em alabastro, do século IIIencontrada em Ohrid, na República da Macedónia, está representada no anverso
da nota de 10 dinares macedónios emitida em1996.[16]

O pré-nome masculino "Isidoro" (também "Isidro") significa em Língua grega antiga "Presente de Ísis"
(semelhante a "Teodoro", "Presente de Deus"). O nome, comum à época romana, sobreviveu à supressão do
culto a Ísis e permanece popular até aos nossos dias - sendo, entre outros, o nome de diversos santos cristãos.

Ísis na Literatura
Plutarco, um sábio da Grécia antiga, que viveu entre 46 a.C. e 120, é autor de "Ísis e Osíris",[17] considerada
uma das principais fontes sobre os mitos tardios sobre Ísis. [18] Nela, acerca de Ísis, refere "ela é tanto sábia
quanto amante da sabedoria; como o seu nome parece denotar que, mais do que qualquer outro, o saber e o
conhecimento pertencem a ela." e que o santuário da deusa em Saiscontinha a inscrição "Eu sou tudo o que foi,
é, e será, e meu véu nenhum mortal levantou até agora.".[19] Em Sais, no entanto, a padroeira do seu antigo
culto foi Neith, deusa de que muitos traços tinham começado a ser atribuídos a Ísis durante a ocupação grega.
Mais tarde, o escritor romano Apuleio, em O Asno de Ouro, dá-nos o seu entendimento acerca de Ísis no século
II. O parágrafo abaixo é particularmente significativo:

"Você me vê aqui, Lúcio, em resposta à sua oração. Eu sou a natureza, Mãe universal, senhora de
todos os elementos, filha primordial do tempo, soberana de todas as coisas espirituais, rainha dos
mortos, também rainha dos imortais, a manifestação única de todos os deuses e deusas que são, o
meu comando governa as alturas brilhantes dos Céus, a salutar brisa do mar. Embora eu seja adorada
em muitos aspectos, conhecidos por nomes incontáveis� alguns me conhecem como Juno, alguns
como Belona� os egípcios que se destacam no aprendizado e culto antigo me chamam pelo meu
verdadeiro nome� Rainha Ísis."
Paralelos com a Virgem Maria
Alguns eruditos traçam paralelos entre a adoração de Ísis na época final do Império Romano e a adoração
à Virgem Maria cristã. Quando o cristianismo começou a ganhar popularidade, difundindo-se na Europa e em
todas as partes do Império, os primitivos cristãos converteram um relicário da Ísis egípcia em um para Maria e
de outros modos "deliberadamente tomaram imagens do mundo pagão".[20]

Embora a Virgem Maria não seja idolatrada pelos cristãos (é venerada tanto pelos Católicos quanto
pelos Ortodoxos), o seu papel, como figura de mãe compassiva, tem paralelos com a figura de Ísis. [20] O
historiador Will Durant observou que "os primitivos Cristãos por vezes fizeram os seus cultos diante de estátuas
de Ísis amamentando o filho Hórus, vendo nelas uma outra forma do nobre a antigo mito pelo qual a mulher (isto
é, o princípio feminino) é a criadora de todas as coisas, tornando-se por fim, a "Mãe de Deus"".[21]Hórus, sob
este aspecto infantil, foi denominado Harpócrates pelos antigos Gregos.

Isto é fruto da exposição dos primitivos cristãos à arte egípcia. Uma pesquisa com "os vinte principais
Egiptólogos", conduzida pelo Dr. W. Ward Gasque, um erudito cristão, revelou que todos os participantes
reconheceram "que a imagem de Ísis com o bebê Hórus influiu na iconografia cristã da Virgem e o Menino", mas
que não houve nenhuma outra semelhança, como por exemplo, que Hórus tenha nascido de uma virgem, que
tenha tido doze seguidores, ou outras.[22]

A veneração a Maria na Igreja Ortodoxa[23] e mesmo na tradição da Igreja Anglicana é frequentemente


superestimada.[24] As imagens tradicionais (ícones) de Maria ainda são populares na Igreja Ortodoxa nos dias de
hoje

Títulos
No Livro dos Mortos Ísis encontra-se referida com os seguintes títulos:

 Aquela que dá origem ao Céu e à Terra


 Aquela que conhece o órfão
 Aquela que conhece a aranha viúva
 Aquela que procura justiça para os pobres
 Aquela que procura abrigo para as pessoas fracas

Outros dos muitos títulos de ísis, são:

 Rainha do Céu
 Mãe dos Deuses
 Aquela que é Todos
 Senhora das Culturas Verdejantes,
 A mais brilhante no firmamento
 Stella Maris[26]
 Grande Senhora da Magia
 Senhora da Casa da Vida,
 Aquela que sabe fazer o uso correto do Coração
 Doadora da Luz do Céu
 Senhora das Palavras de Poder,
 Lua brilhante sobre o Mar

E uma colecção de Livros Duradouros:


 Book of Isis

Seth
Seth (ou Set) é o deus egípcio da violência e da desordem, da traição, do ciúme, da inveja, do deserto, da
guerra, dos animais e serpentes. Seth era encarnação do espírito do mal e irmão de Osíris, o deus que trouxe a
civilização para o Egito. Seth era também o deus da tempestade no Alto Egito. Era marido e irmão de Néftis. É
descrito que Seth teria rasgado o ventre de sua mãe Nut com as próprias garras para nascer. O deus vermelho
fazia de tudo para conseguir o controle dos deuses e ficar no lugar de seu irmão Osíris. Ele originalmente
auxiliava Rá em sua eterna luta contra a serpente Apófis(o proprio caos) no barco solar, e nesse sentido Seth
era originalmente visto como um deus bom.
A Briga pelo lugar de Osíris
Após o falecimento de Osíris,o seu filho e sobrinho de Seth(às vezes indicado como irmão deste),Hórus,trava
uma verdadeira batalha para suceder seu pai contra Seth que sentindo-se injustiçado por não assumir o lugar
de Osíris,pois segundo ele, é o único deus forte o suficiente para ocupar tal lugar, vai perante os deuses
superiores protestar pelo que considera seu direito.Hórus,o deus do céu,argumenta para Geb ou, em outras
versões do mito,para Rá que é o legítimo herdeiro do trono ao que Seth se opõe dando início a um conflito
divino.Na querela entra a mãe de Hórus,Ísis, que convence o Ennead,o conselho dos deuses,a não outorgar em
favor de Seth porém decidem se reunir mais uma vez ,agora numa ilha,para julgar o caso no que é impedida de
acompanhar.Entretanto Ísisdisfarçada de idosa suborna o condutor da barca do sol,Nemty, com uma jóia e
segue os outros deuses até a ilha onde eles se reuniriam.Lá ela se transforma numa bela jovem para seduzir
Seth e assim conseguir sua confissão de que na verdade o seu filho de fato era o herdeiro por direito ao trono
de Osíris e não ele fazendo-o mais uma vez protestar com o conselho de deuses sugerindo então um desafio
para Hórus onde ambos se metamorfoseariam em hipopótamos para sobreviver alguns meses sob a
água.Ísispreocupada com seu filho decide ajudá-lo arremessando um arpão nas águas onde termina por atingi-
lo e fisga Seth que pede por clemência ao que ela consente.Irritado por sua mãe tê-lo ferido,Hórus a ataca e
corta sua cabeça fugindo para o deserto.Após o ocorrido o Ennead decide puni-lo por ferir sua mãe ao que Seth
tira seus olhos enquanto dorme.A deusa Hator restaura a sua visão com leite.Outra vez Hórus apela perante os
deuses por equidade sendo que agora esses,falam para Osíris no mundo dos mortos que responde inquirindo
por que seu filho ainda não foi entronado ameaçando-os com uma infestação de demônios.Finalmente após
deliberar ,Rá,decide arbitrar em favor de Hórus e acolhe Seth enfim para a morada dos deuses.

A traição de Néftis e suposta inveja de Seth


Algumas versões contam que na verdade ele foi traído por Néftis com Osíris, daí seu assassinato. O maior
defensor dos oprimidos e injustiçados, tinha fama de violento e perigoso, uma verdadeira ameaça. Conta-se que
Set ficou com inveja de Osíris e trabalhou incessantemente para destruí-lo (versões contam que Néftis, esposa
de Seth, fora seduzida por Osíris, o que seria uma ressalva. Anúbis teria sido concebido desta relação).
Auxiliado por 72 conspiradores, Seth convidou Osíris para um banquete. No decurso do banquete, Seth
apresentou uma magnífica caixa-sarcófago (ataúde) que prometeu entregar a quem nela coubesse. Os
convidados tentaram ganhar a caixa, mas ninguém cabia nesta, dado que Seth a tinha preparado para as
medidas de Osíris. Convidado por Seth, Osíris entra na caixa. É então que os conspiradores, sits, servos do
proprio Seth trancam-na e atiram-na para o rio Nilo. A corrente do rio arrasta a caixa até o mar Mediterrâneo,
acabando por atingir Biblos (Fenícia). Ísis, desesperada com o sucedido, parte à procura do marido, procurando
obter todo o tipo de informações dos que encontra pelo caminho. Chegada a Biblos Ísis descobre que a caixa
ficou inscrustrada numa árvore que tinha entretanto sido cortada para fazer uma coluna no palácio real. Com a
ajuda da rainha, Ísis corta a coluna e consegue regressar ao Egito com o corpo do amado, que esconde numa
plantação de papiros.

Contudo, Seth encontrou a caixa e furioso decide esquartejar em 14 pedaços o corpo, que espalha por todo o
Egito; segundo alguns textos do período ptolomaico, teriam sido 16 ou 42 partes. Quanto ao significado destes
números, deve-se referir que o 14 é o número de dias que decorre entre a lua cheia e a lua nova e o 42 era o
número de províncias (ou nomos) em que o Egito se encontrava dividido.

Suas acções fizeram com que a maioria dos outros deuses se voltassem contra ele, mas Seth achava que seu
poder era inatacável. Hórus, filho de Ísis e Osíris, conseguiu matar Seth, que acabou identificado como um deus
do mal.

Aparência
Seth é intimamente associado a vários animais, como cachorro, crocodilo, porco, asno e escorpião. Sua
aparência orelhuda e nariguda era provavelmente um agregado de vários animais, em vez de representar
somente um. Ele também é representado como um hipopótamo, considerado pelos egípcios como uma criatura
destrutiva e perigosa. Há também a possibilidade de possuir o rosto de um aardvark. Nos quadrinhos da Marvel
Comics (principalmente de Conan, o bárbaro), Seth é descrito erroneamente como uma grande serpente. Na
verdade a grande serpente era uma referencia a Apep, inimiga de Rá, e esta ironicamente era combatida por
Seth. (na maioria das versões Seth perde a orelha na luta contra Hórus e este perdeu o olho, porém deus Toth
decidiu parar com o combate devolvendo a orelha de Seth e o olho de Hórus e dizem que Seth viverá pela
eternidade planejando conseguir a ex-coroa de Osíres hoje com Hórus).

Metamorfose e os adoradores de Seth


Os egípcios tinham várias maneiras de representar o deus Seth,as manifestações mais comuns eram as em
formas de animais sobretudo na figura de uma imagem parteasno,parte porco ou mesmo um tamanduá além
também de ser associado a bois e bestas que eram usados para debulhar cereais e amassar grãos que
segundo o mito continham o deus Osíris,vítima recorrente de sua perseguição.Hórus,filho de Osíris,condenou
esses últimos animais a flagelos constantes.Numa de suas investidas contra Osíris,Seth se transforma em uma
pantera até que o deus Thot mediante feitiços consegue dominá-lo dando oportunidade para Anúbis marcar sua
pele e esfolá-lo.Ele se recupera dos ferimentos e parte rumo ao deserto,seus domínios,sob a aparência de um
touro seguido de perto por Ísis transformada em um cão e a deusa Hator em forma de serpente venenosa que
pica os seus adoradores reunidos,tingindo de sangue ,desse modo, as areias do deserto.

Adicionais
Seth é o deus do caos, também do deserto e das terras estrangeiras. No Livro dos Mortos, Seth é chamado "O
Senhor dos Céus do Norte" e é considerado responsável pelas tempestades e a mudança de tempo. A história
do longo conflito entre Seth e Hórus é vista por alguns como uma representação de uma grande batalha entre
cultos no Egito cujo culto vencedor pode ter transformado o deus do culto inimigo em deus do mal. Seth é, na
verdade, a representação do supremo sacrifício em prol da justiça.

Néftis
Néftis é uma divindade da mitologia egípcia. Representava as terras áridas e secas do deserto e a morte.

Ela ajudou Ísis a recolher os pedaços de Osíris quando Seth o destruiu.


O seu nome significa "Senhora da Casa" ou "Senhora do Castelo", entende-se como casa o lugar
onde Hórus vive.

Iconografía
Por oposição a sua irmã, cujo culto era celebrado em diversos templos, Néftis não era venerada de forma
isolada, privando-se assim de uma existência autônoma, fato que justificava a sua constante aparição ao lado
de Ísis. A sua associação ao Culto dos Mortos aflorou do mito osírico, no decorrer do qual a sua presença é
incontornável.

Representada como uma mulher com cabeça de cobra ou uma serpente com cabeça de mulher,uma cobra ou
um escorpião com cabeça de mulher ou um simples escorpião.Na maioria das vezes era como uma mulher com
asas e o seu nome em hieróglifo na cabeça.

Néftis e Ísis são incumbidas de velar pelo morto. Por conseguinte, Néftis era representada na cabeceira
dos sarcófagos reais doImpério Novo, enquanto que Ísis surgia aos pés dos sarcófagos, da mesma forma várias
vezes eram evocadas em cenas de julgamentos dos mortos.

As duas deusas e irmãs são efígies do "barco que transportaria o defunto na sua derradeira viagem até o
paraíso". Deste modo, e juntamente com Selkis e Neit, oferecem a sua proteção aos vasos canópicos, onde
as vísceras do falecido eram conservadas.

Família
Quarta filha de Nut e Geb. Irmã de Osíris, Ísis e Seth. Néftis casou-se com Seth, seu irmão. Néftis teve relações
com Osíris e dessa união, nasceu Anúbis, deus dos funerais.

Seth, com inveja do irmão, por ele ser o Faraó, destruiu Osíris, partindo seu corpo em pedaços.

Ressurreição de Osíris
Ísis e Néftis - que também não tolerava a conduta de Seth, embora este fosse seu marido - recuperaram todos
os fragmentos do cadáver, à exceção do seu pênis, que fora comido por um peixe, mas que Ísis refez, com
magia. Em seguida, Ísis organizou uma vigília fúnebre, na qual suspirou ao cadáver reconstituído do
marido: “Eu sou a tua irmã bem amada. Não te afastes de mim, clamo por ti! Não ouves a minha voz?
Venho ao teu encontro e, de ti, nada me separará!” Durante horas, Ísis e Néftis, com seus corpos purificados,
inteiramente depiladas, com perucas perfumadas e bocas purificadas por natrão, pronunciaram encantamentos
numa câmara funerária, impregnada por incenso.

Hórus
Na mitologia egípcia, Hórus (ou Heru-sa-Aset, Her'ur, Hrw, Hr ou Hor-Hekenu) é o deus dos céus[carece de fontes],
muito embora sua concepção tenha ocorrido após a morte de Osíris.[carece de fontes] Hórus era filho de Osíris[1].

Tinha cabeça de falcão e os olhos representavam o Sol e a Lua. Matou Seth, tanto por vingança pela morte do
pai, Osíris, como pela disputa do comando do Egito[carece de fontes].

Após derrotar Seth, tornou-se o rei dos vivos no Egito. Perdeu um olho lutando com Seth, que foi substituído por
um amuleto deserpente, (que os faraós passaram a usar na frente das coroas), o olho de Hórus, (anteriormente
chamado de Olho de Rá, que simbolizava o poder real e foi um dos amuletos mais usados no Egito em todas as
épocas.[carece de fontes] Depois da recuperação, Hórus pôde organizar novos combates que o levaram à vitória
decisiva sobre Seth.

O olho que Hórus feriu (o olho esquerdo) é o olho da Lua, o outro é o olho do Sol. Esta é uma explicação dos
egípcios para as fases da lua, que seria o olho ferido de Hórus.

Alguns detalhes do personagem foram alterados ou mesclados com outros personagens ao longo das
várias dinastias, seitas e religiões egípcias. Por exemplo, quando Heru (Hórus) se funde com Ra O Deus Sol,
ele se torna Ra-Horakhty. O olho de Horus egípcio tornou-se um importante símbolo de poder chamado de
Wedjat, que além de proporcionar poder afastava o mau-olhado, pois segundo os egípcios os olhos eram os
espelhos da alma.

A Concepção de Hórus
De acordo com uma lenda difundida no Antigo Egito, Hórus foi concebido por Isis, quando Osíris, que era seu
pai, já estava morto. A lenda sugere que a fecundação ocorreu quando Isis, na forma de um pássaro, pousou
sobre a múmia do esposo, que estava deitado em um sofá.

Uma estela datada de 1400 a.C. (hoje guardada no Museu do Louvre), contem este hino sobre o tema:

Oh benevolente Ísis
que protegeu o seu irmão Osiris,
que procurou por ele incansavelmente,
que atravessou o país enlutada,
e nunca descansou antes de tê-lo encontrado.
Ela, que lhe proporcionou sombra com suas asas
e lhe deu ar com suas penas,
que se alegrou e levou o seu irmão para casa.
Ela, que reviveu o que, para o deseperançado, estava morto,
que recebeu a sua semente e concebeu um herdeiro,
e que o alimentou na solidão,
enquanto ninguém sabia quem era...
Hórus e o cristianismo
Hórus é segunda pessoa da "Tríade" egípcia, composta por Osíris, o pai, Hórus, o filho e Ísis, a mãe.

Alguns autores[2][3][4][5] sugerem que a história de Jesus pode ter sido baseada em várias outras histórias de
deuses mais antigos, principalmente, Hórus. [6] Em suas mãos Hórus carrega as chaves da vida da morte e
da fertilidade.

O primeiro filme da série Zeitgeist, o documentário O Deus que Não Estava Lá e o filme de Bill
Maher, Religulous, expõem a ideia de que a história de Jesus é uma cópia da história de Hórus

Hator
Hator (em egípcio antigo ḥwt-ḥr, "recinto" ou "casa de Hórus"),[1] era uma deusa da religião do Egito Antigo que
personificava os princípios do amor, beleza, música, maternidade e alegria.[2] Era uma das divindades mais
importantes e populares do Egito Antigo, venerada tanto pela realeza quanto pela população comum, em cujas
sepulturas ela é descrita como a "Senhora do Ocidente", que recebe os mortos na próxima vida.[3] Entre suas
outras funções está a de deusa da música, dança, terras estrangeiras e fertilidade, responsável por auxiliar as
mulheres durante o parto,[3] bem como o de padroeira dos mineiros.[4]

O culto a Hator antecede o período histórico e as raízes da veneração à deusa são, portanto, difíceis de serem
apontadas, embora ele possa ter se desenvolvido a partir dos cultos pré-dinásticos à fertilidade e à natureza em
geral representados em vacas.[5] Hator costuma ser representada como uma vaca divina, com chifres sobre sua
cabeça, entre os quais está um disco solar com um uraeus. Duas penas idênticas também costumam ser
representadas em seus retratos posteriores, bem como um colar menat.[5] Hator pode ter sido a deusa-vaca que
é representada desde tempos arcaicos na Paleta de Narmer e sobre uma urna de pedra que data daPrimeira
Dinastia, o que sugere seu papel como deusa celestial e uma possível relação com Hórus que, como deus-sol,
faria a sua "morada" nela.[5]

Os antigos egípcios viam a realidade como consistindo de camadas múltiplas, nas quais as divindades se
misturavam por diversos motivos, mantendo atributos e mitos divergentes, mas que no entanto não eram vistos
como contraditórios, e sim complementares.[6]Numa relação complicada, Hator é por vezes mãe, filha e esposa
de Rá e, como Ísis, por vezes é descrita como mãe de Hórus, e associada a Bast.[5]

O culto a Osíris prometia vida eterna a todos aqueles que fossem julgados moralmente merecedores.
Originalmente os mortos, tanto homens quanto mulheres, tornavam-se Osíris após o julgamento, porém no
início do período romano as mulheres mortas passaram a ser identificadas com Hator, e os mortos do sexo
masculino com Osíris.[7]

Os gregos antigos identificavam Hator com a deusa Afrodite, e os romanos com Vênus

Primeiras representações

Divindades-vaca aparecem no cinto do rei e no topo daPaleta de Narmer.

Hator só é representada de maneira contundente a partir da Quarta Dinastia.[9] No período histórico, Hator é
mostrada através das imagens de divindades-vaca. Artefatos do período pré-dinástico que usam o mesmo
simbolismo são usadas posteriormente para representar Hator, e os egiptologistas especulam que estas
divindades poderiam estar representando uma só, que seria Hator ou uma precursora sua. [10]

Uma divindade em forma de vaca aparece no cinto do rei na Paleta de Narmer, que data do período pré-
dinástico, e esta pode ser Hator ou a deusa Bat (assumindo outra forma), com quem ela é associada e que
posteriormente suplanta. Por vezes são vistas como a mesma deusa, embora tenham diferentes origens e
ilustrem diferentes reflexos do mesmo conceito divino. A evidência que apontam para a divindade em questão
representar Hator, especificamente, baseia-se numa passagem dos Textos das Pirâmides, que afirmam que o
traje do rei viria de Hator.[11]

Uma urna de pedra encontrada em Hieracópolis, que data da Primeira Dinastia, tem em sua lateral uma
representação da face de uma divindade-vaca, com estrelas em suas orelhas e chifres, que pode ser
relacionada ao papel de Hator, ou Bat, como uma deusa celestial. [5]Outro artefato da Primeira Dinastia mostra
uma vaca deitada sobre uma gravura de marfim, com a inscrição "Hator nos Pântanos..", indicando sua
associação com a vegetação e os pântanos de papiro, mais especificamente. A partir do Antigo Império ela
também passou a ser chamada de "Dama do Sicômoro", em sua função de divindade das árvores.

Relações, associações, imagens e símbolos


Hator tinha uma relação complexa com Rá; em um mito ela era seu olho, e considerada sua filha, porém
posteriormente, quando Rá assume o papel de Hórus em relação à monarquia, ela passou a ser considerada a
sua mãe - papel que teria absorvido a partir de outra deusa-vaca, 'Mht wrt' ("Grande Enchente"), que teria sido
mãe de Rá num mito de criação e carregado-o entre seus chifres. Como mãe, dava a luz a ele toda manha no
horizonte oriental, e como esposa o concebia através da união com ele todo dia. [5]

Hator, juntamente com a deusa Nut, era associada com a Via Láctea durante o terceiro milênio a.C., quando,
durante o outono e os equinócios da primavera, ela se alinhava com a Terra e a tocava no local onde o sol
nascia e se punha.[12] As quatro patas da vaca celestial que representavam Nut ou Hator podem, em alguns
relatos, serem vistas como os pilares sobre os quais o céu repousava, com as estrelas em sua barriga formando
a Via Láctea pelo qual a barca solar de Rá, representando o Sol, navegava.[13] Um nome alternativo de Hator,
que perdurou por 3.000 anos, era Mehturt (também grafado Mehurt, Mehet-Weret ou Mehet-uret), que
significava "grande enchente", e fazia referência a esta associação com a Via Láctea, que era vista como um
canal de água que cruzava os céus, por onde navegavam tanto a divindade solar quanto a Lua, o que fazia com
que os antigos egípcios a descrevessem como "O Nilo no Céu". Por isso, com o nome mehturt, ela era
identificada como sendo responsável pela inundação anual do Nilo. Outra consequência de seu nome é que ela
era vista como arauto de nascimentos iminentes, representando o momento em que o saco amniótico se rompe
e libera suas águas, uma indicação de que o nascimento da criança está muito próximo. Outra interpretação da
Via Láctea era de que ela seria a serpente primordial, Wadjet, protetora do Egito que estava fortemente
associada com Hator e outras divindades primevas entre os diferentes aspectos da grande deusa-mãe,
incluindo Mut e Naunet. Hator também era cultuada como protetora das regiões desérticas (ver Serabit el-
Khadim).

A identidade de Hator como uma vaca, talvez ilustrada como tal na Paleta de Narmer, significava que ela
passou a ser identificada com outra deusa-vaca antiga da fertilidade, Bat. Os egiptólogos, no entanto, ainda não
sabem responder o porquê de Bat ter sobrevivido como uma deusa independente por tanto tempo; ela estava,
de certa maneira, ligada aoBa, um aspecto da alma, e assim Hator acabou ganhando uma ligação com a vida
após a morte. Dizia-se que, com seu caráter maternal, Hator recebia as almas dos mortos noDuat, e lhes
fornecia comida e bebida. Também era descrita às vezes como senhora da necrópole. A assimilação de Bat, que
estava associada ao sistro, um instrumento musical, e também lhe trouxe uma associação com a música. Nesta
forma posterior, o culto de Hator passou a ser centrado em Dendera, no Alto Egito, onde era conduzido por
sacerdotisas e sacerdotes que também eram dançarinos, cantores e artistas.
Escultura de Hator como uma vaca, com todos os seus símbolos, o disco solar, a naja, bem como seu colar e coroa.

Hator passou a ser associada com o menat, o colar musical turquesa que frequentemente era usado pelas
mulheres. Um hino a Hator diz:

Tu és a Senhora do Júbilo, a Rainha da Dança, a Senhora da Música, a Rainha da Harpa, a Senhora da


Dança Coral, a Rainha dos Louros, a Senhora da Embriaguez Sem Fim.
Essencialmente, Hator havia se tornado uma deusa da alegria, e como tal era amada profundamente pela
população em geral, e reverenciada especialmente pelas mulheres, que aspiravam personificar seu papel
multifacetado de mãe, esposa e amante. Nesta condição, ela conquistou os títulos de Senhora da Casa do
Júbilo e Aquela que Preenche o Santuário com Alegria. O culto a Hator era tão popular que diversos
festivais eram dedicados à sua honra - mais do que qualquer outra divindade egípcia - e mais crianças
recebiam o seu nome do que qualquer outra divindade. Até mesmo o sacerdócio de Hator era incomum, na
medida em que tanto homens quanto mulheres podiam se tornar seus sacerdotes.
Templos

Templo de Dendera, mostrando Hator noscapiteis de uma coluna.

Como o culto de Hator se desenvolveu a partir dos cultos pré-históricos de adoração à vaca, não é possível se
afirmar de maneira conclusiva onde sua veneração ocorreu pela primeira vez. Dendera, no Alto Egito, era um
sítio arcaico importante onde ela era cultuada como "Senhora de Dendera". Do Império Antigo em diante ela
passou a ser cultuada em Meir e Kusae, com a região de Giza-Saqqara sendo o seu principal centro de
devoção. No início do primeiro período intermediário Dendera parece ter se tornado o principal sítio de seu
culto, onde ela era considerada mãe e consorte de "Hórus de Edfu". Deir el-Bahri, na margem ocidental do Nilo,
em Tebas, também era um sítio importante de veneração a Hator, desenvolvido a partir de um culto pré-
existente à vaca.[5]

Templos (e capelas) dedicadas a Hator):

 Templo de Hator e Maat, em Deir el-Medina, margem ocidental, Luxor.


 Templo de Hator na ilha de Filas, Assuã.
 Capela de Hator no Templo Mortuário de Hatshepsut. Margem ocidental, Luxor.
Guerreira sanguinária

Hator entre as divindades que recebem ofaraó Tutmóses IV, recém-falecido, em sua tumba no Vale dos Reis, Luxor, Egito.

O Império Médio foi fundado quando o faraó do Alto Egito, Mentuhotep II, assumiu à força o controle do Baixo
Egito, que havia se tornado independente durante o Primeiro Período Intermediário. Esta unificação havia sido
conseguida através de uma guerra brutal, que duraria vinte e oito anos, com muitas vítimas; ao fim dos
combates, no entanto, a paz retornou, e o reinado do faraó seguinte,Mentuhotep III, foi pacífico, e o Egito
retornou novamente à prosperidade. Uma narrativa mitológica ("O Livro da Vaca Celestial"), feita a partir da
perspectiva do Baixo Egito, foi desenvolvido neste período, abordando a experiência desta longa guerra. Na
narrativa, após a guerra, Rá, que representava o faraó do Alto Egito, não mais era respeitado pelo povo do
Baixo Egito, que deixou de obedecer sua autoridade. O mito afirma então que Rá se comunicou através do
terceiro olho (Maat) de Hator, contando a ela que algumas pessoas daquele país planejavam assassiná-lo.
Hator ficou então tão furiosa com o fato de que as pessoas que ela havia criado poderiam ser tão audaciosas a
ponto de planejar isto, que se transformou em Sekhmet (deusa da guerra do Alto Egito) para destrui-los. Hator,
como Sekhmet, se tornou sanguinária, e o banho de sangue foi imenso, pois nada podia pará-la. À medida que
as mortes continuavam, Rá se deu conta da situação caótica na região e decidiu interromper Sekhmet, sedenta
de sangue, derramando grandes quantidades decerveja com cor de sangue sobre o solo, para enganá-la.
Sekhmet então bebeu grandes quantidades desta cerveja, imaginando ser sangue, que acabou por se
embebedar e voltou à sua forma pacífica, como Hator.
Esposa de Toth

O desenho de Hator trazendo todos os seus símbolos e mostrando detalhes de sua veste tradicional.

Quando Hórus passou a ser identificado com Rá, no panteão egípcio, sob o nome de Ra-Horakhty, a posição de
Hator passou a ficar pouco clara, já que em certas versões posteriores do mito ela seria a esposa de Rá, porém
nas versões mais arcaicas ela era a mãe de Hórus. Diversas tentativas de resolver este problema deram a Ra-
Horakhty uma nova esposa, Ausaas, para contornar o problema de quem seria a esposa de Ra-Horakhty, e
Hator passou a ser identificada apenas como a mãe do novo deus-sol. Isto deixou, no entanto, em aberto uma
questão sobre como Hator poderia ser a sua mãe, já que isto implicaria que Ra-Horakhty seria um filho de
Hator, e não o seu criador. Estas inconsistências foram desenvolvidas à medida que o panteão egípcio foi sendo
alterado, ao longo de milhares de anos, e se tornou extremamente complexo; algumas nunca chegaram a ser
resolvidas. Em certas regiões onde o culto a Toth adquiriu força, este passou a ser identificado como o criador, o
que o transformou em pai de Ra-Horakhty; nesta versão Hator, como mãe de Ra-Horakhty, passou a ser
descrita como esposa de Thoth. Nesta versão daquela que é conhecida como a cosmogonia Ogdóade, Ra-
Herakhty era representado como uma criança jovem, frequentemente chamada de Neferhor. Quando era
considerada a esposa de Toth, Hator costumava ser representada como uma mulher amamentando seu bebê.
Como Seshat havia sido considerada anteriormente a esposa de Toth, Hator passou a ser descrita com diversas
das características de Seshat, como a sua associação com registros e sua atuação como testemunha no
julgamento das almas no Duat; estes atributos, juntamente com sua posição como deusa de tudo que era bom,
fizeram que com que passasse a ser descrita como (aquela que) expulsa o mal (Nechmetawaj, Nehmet-
awai ou Nehmetawy, em egípcio). Nechmetawaj também pode ser traduzido como (aquele que) recupera bens
roubados, e assim, nesta forma, tornou-se a divindade dos bens roubados. Além do culto a Toth deste período,
também se considerava importante manter a posição de Ra-Herakhty (ou seja, Rá) como auto-criador (através
das forças primevas da Ogdóade). Assim, Hator não podia ser identificada como mãe de Ra-Herakhty. Seu
papel no processo da morte, de receber os mortos recém-chegados com comida e bebida fizeram com que
passasse a ser identificada, em determinadas ocasiões, com uma esposa de Nehebkau, guardião da entrada
do mundo inferior e aquele que atava o Ka. Ainda assim, nesta forma, ela manteve o nome de Nechmetawaj, já
que seu aspecto de divindade que devolvia os bens roubados era tão importante para a sociedade que foi
conservado como um de seus papéis. Bolas votivas de faiança costumam ser associados a esta divindade,
embora o significado preciso desta relação ainda seja desconhecido.

Hesat
Na mitologia egípcia Hesat (também Hesahet ou Hesaret) era a manifestação terrena de Hator, a deusa-vaca
divina. Como Hator, também era vista como esposa de Rá.

Nesta qualidade de versão terrena da deusa-vaca, dizia-se que o leite era a cerveja de Hesat (cujo nome
significava "leite"). Como vaca leiteira, Hesat era considerada a ama-de-leite dos outros deuses, aquela que cria
todo o alimento. Assim, era retratada como uma vaca branca que portava uma bandeja de comida sobre seus
chifres, com leite escorrendo de suas tetas.

Nesta forma terrena também era, dualisticamente, a mãe de Anúbis, o deus dos mortos - já que, como
responsável por alimentar, ela traz a vida que Anúbis, como a morte, se apodera. Como a manifestação terrena
de Rá era o touro Mnévis; os três, Anúbis como o filho, Mnévis como o pai e Hesat como mãe, foram
identificados como uma tríade familiar, e cultuados como tal.

Nebethetepet
Na mitologia egípcia, Nebethetepet era a manifestação de Hator em Heliópolis. Era associada com o deus-
sol Atum. Seu nome pode ser traduzido como senhora da oferenda

Hator fora do Egito

Templo de Hator em Timna.

Hator foi venerado em Canaã no século XI a.C., que à época era governada pelo Egito, na cidade sagrada
de Hazor, ou Tel Hazor, que segundo o Antigo Testamento teria sido destruída por Josué (Livro de Josué, 11:13,
21).

Um dos principais templos de Hator foi construído por Seti II nas minas de cobre de Timna, na Seir edomita.
Serabit el-Khadim (emárabe: ‫سرابت الخادم‬, Serabit al-Khadim ou Serabit el-Khadem) é um local no sudoeste
na península do Sinai, onde havia extensa mineração de turquesa durante a Antiguidade. As escavações
arqueológicas, realizadas inicialmente por Sir Flinders Petrie, revelaram os antigos campos de mineração e um
Templo de Hator que teria existido ali por muito tempo. Os gregos, que se tornaram soberanos do Egito por
trezentos anos, antes da dominação romana em 31 a.C., também cultuaram Hator e a associavam com sua
própria deusa do amor e beleza, Afrodite (como os romanos fizeram com Vênus).
Tot
Toth, Tot, Tôt, Thot ou Zonga é o nome em grego de Djehuty (ou Zehuti), um deus pertencente
ao panteão egípcio, deus da sabedoria um deus cordato [1], sábio, assistente e secretário-arquivista dos
deuses. É uma divindade lunar (o deus da Lua) que tem a seu cargo a sabedoria, a escrita, a aprendizagem, a
magia, a medição do tempo, entre outros atributos. Era frequentemente representado como um escriba com
cabeça de íbis (a ave que lhe estava consagrada). Também era representado por umbabuíno. A importância
desta divindade era notória, até porque o ciclo lunar era determinante em vários aspectos da actividade civil e
religiosa da sociedade egípcia. É, por vezes, identificado com Hermes Trismegisto. Sua filiação ora é atribuída
a Rá, ora aSeth. Refere-se também que seria conselheiro de Rá. Sua companheira íntima,Astennu, é por vezes
identificada com o próprio Toth . Tinha uma filha:. Seshat. Era marido de Maet. Também é considerado,
por Edgar Cayce, como um engenheiro atlante da antiga civilização perdida de Atlântida e que terá participado
na construção das piramides.

Maet
Na mitologia egípcia, Maet ou Maat é a deusa da Justiça e do Equilíbrio.

É representada por uma mulher jovem exibindo na cabeça uma pluma. É filha de Rá, o deus Sol e esposa
de Tot(alguns escritores defendem que o deus-lua Tot era o irmão de Ma'at), o escriba dos deuses com cabeça
de ibis. Com a pena da verdade ela pesava as almas de todos que chegassem ao Salão de
Julgamento subterrâneo. Colocava a pluma na balança, e no prato oposto o coração do falecido. Se os pratos
ficassem em equilíbrio, o morto podia festejar com as divindades e os espíritos dos mortos. Entretanto, se o
coração fosse mais pesado, ele era devolvido para Ammit, (que é parte hipopótamo, parte leão, parte crocodilo)
para ser devorado].

Templos de Maat
A mais antiga evidência de um templo dedicado a ela está no Império Novo (1569 à 1081 A.c.), apesar da
grande importância atribuída para Maet. Amen-hotep III encomendou um templo noTemplo de Karnak, enquanto
evidências textuais indicam que outros templos de Maet estavam localizados em Mênfis e Deir el-Medina.

Anúbis
Anúbis (em grego antigo: Ἄνουβις, Anoubis) é o nome dado pelos antigos gregos[1] ao deus com cabeça
de chacal associado com amumificação e a vida após a morte na mitologia egípcia. Na língua egípcia, Anúbis
era conhecido como Inpu (também grafado Anup,Anpu e Ienpw).[2] A menção mais antiga a Anúbis está
nos Textos das Pirâmides do Império Antigo, onde frequentemente é associado com o enterro do Faraó.[3] Na
época, Anúbis era o deus dos mortos mais importante, porém foi substituído durante oImpério Médio por Osíris.
[4]

Assume nomes ligados ao seu papel fúnebre, como Aquele que está sobre a sua montanha, que ressalta sua
importância como protetor dos mortos e de suas tumbas, e o título Aquele que está no local do
embalsamamento, associando-o com o processo de mumificação.[3] Como muitas divindades egípcios, Anúbis
assumiu diversos papeis em vários contextos, e nenhuma procissão pública no Egito era realizada sem uma
representação de Anúbis marchando em seu início.

A esposa de Anúbis é a deusa Anput, seu aspecto feminino, e a sua filha é a deusa Kebechet.

Os egípcios acreditavam que no julgamento de um morto era pesado seu coração e a pena da verdade (tal
pena pertencia à consorte de Anúbis, a deusa da verdade Maat). Caso o coração fosse mais pesado que a pena
o defunto era comido por Ammit (um demônio cujo corpo seria composto por partes de um leão, hipopótamo e
crocodilo) mas caso fosse mais leve a pessoa em questão poderia ter acesso ao paraíso ou a alma voltar ao
corpo. Anubis era quem guiava a alma dos mortos no Além.

Mumificação
Osíris, após ser despedaçado pelo irmão, Seth, tem seu corpo embalsamado por Anúbis, tornando-o a primeira
múmia, e fazendo com que se torne o deus do embalsamento. Os sacerdotes de Anúbis, chamados "stm",
usavam máscaras de chacais durante os rituais de mumificação. Anúbis é uma das mais antigas divindades da
mitologia egípcia e seu papel mudou à medida que os mitos amadureciam, passando de principal deus do
mundo inferior a juiz dos mortos, depois que Osíris assumiu aquele papel.

Chacal
A associação de Anúbis com chacais provavelmente se deve ao fato de estes perambularem pelos cemitérios. O
Anúbis era pintado de preto, por ser escura a tonalidade dos corpos embalsamados. Apesar de muitas vezes
identificado como "sab", o chacal, e não como "iwiw", o cachorro, ainda existe muita confusão sobre qual animal
Anúbis era realmente. Alguns egiptólogos se referem ao "animal de Anúbis" para indicar a espécie
desconhecida que ele representava. As cidades dedicadas a Anúbis eram conhecidas pelo grande número de
múmias e até por cemitérios inteiros de cães.

Família
A sua mãe é Néftis, que durante uma briga com o marido Seth passou-se por Isis e teve relações com Osíris.

Anúbis é pai de Qeb-hwt, também conhecido como Kebechet. Em épocas mais tardias, Anúbis foi combinado
com o deus grego Hermes,surgindo assim Hermanúbis.

- Capítulo dos Mortos, Livro de Maat

Anuket
Anukel (ou Anukis na versão grega do nome) era uma deusa da mitologia egípcia, inicialmente uma divindade
ligada à água, tendo se tornado mais tarde uma deusa associada à sexualidade. O seu nome significa
"abraçar".

O seu culto estava centrada na região da primeira catarata do Nilo, mas especificamente na ilha de Sehel.
Em Elefantina era agrupada com Khnum(considerado como o seu marido) e com Satis. A deusa adquiriu grande
popularidade em períodos durantes os quais o Egipto dominava regiões situadas para além da primeira
catarata.

Era representada como uma mulher que tinha sobre a cabeça um toucado formado por plumas ou vegetais. Em
alguns casos surge como uma gazela, animal sagrado associado à deusa.

Os gregos associaram-na à sua deusa Héstia.

Bastet
Na mitologia egípcia, Bastet, Bast, Ubasti, Ba-en-Aset ou Ailuros (palavra grega para "gato") é uma divindade
solar e deusa da fertilidade, além de protetora das mulheres grávidas. Também tinha o poder sobre
os eclipses solares. Quando os gregos chegaram noEgito, eles associaram Bastet com Artemis e ela deixou de
ser a deusa do sol para ser a deusa da lua.

A deusa está presente no panteão desde a época da II dinastia. Era representada como uma mulher com
cabeça de gato, que tinha na mão o sistro, instrumento musical sagrado. Por vezes, tinha na orelha um grande
brinco, bem como um colar e um cesto onde colocava as crias. Podia também ser representada como um
simples gato.

Por vezes é confundida como Sekhmet, adquirindo neste caso o aspecto feroz de leoa. Certa vez, Rá ordenou a
Sekhmet que castigasse a humanidade por causa de sua desobediência. A deusa, que é representada com
cabeça de leoa, executou a tarefa com tamanha fúria que o deus Rá precisou embebedá-la com vinho, pela
semelhança com sangue, para que ela não acabasse exterminando toda a raça humana.

O seu centro de culto estava na cidade de Bubastis, na região oriental do Delta do Nilo. Nos seus templos foram
criados gatos que eram considerados como encarnação da deusa e que eram por essa razão tratados da
melhor maneira possível. Quando estes animais morriam eram mumificados, sendo enterrados em locais
reservados para eles.

Sokar
Sokar, Seker ou Sokaris (sendo esta última forma oriunda da versão grega do nome, Σωχαρης Soc'haris) era
um deus funerário damitologia egípcia. O seu nome significa "o que está encerrado".

Era representado como um falcão ou como um homem mumificado com cabeça de falcão com uma coroa atef
(coroa branca do Alto Egipto com duas plumas).

Era o deus de Sakara, a necrópole da cidade de Mênfis, uma das várias capitais que o Antigo Egipto teve. Já
era adorado nesta região na época pré-dinástica, acreditando-se que nestes tempos teria associações com a
fertilidade.

Desde a V dinastia (Império Antigo) foi identificado com Ptah, deus principal de Mênfis, dando origem a uma
fusão das duas divindades conhecida como Ptah-Sokar.

Foi também associado a Osíris; os Textos das Pirâmides mostram que Sokar era visto como uma forma de
Osíris após este ter sido assassinado pelo seu irmão Set.

Na Época Baixa um deus sincrético, que era a fusão dos três deuses, Ptah-Sokar-Osíris, foi bastante popular.
Esta sincrética apareceu contudo na época do Império Médio, como revelam várias estelas em Abidos.

Sokar era também visto como o patrono dos artesãos, talvez por influência da sua identificação com Ptah.
Acreditava-se que o deus fazia os ossos do soberano, bem como os perfumes utilizados nas cerimónias
dedicadas aos deuses.

Guardava a porta do mundo subterrâneo e habitava numa caverna chamada Imhet, alimentando-se
do coração dos defuntos. O deus era o grande responsável pela transformação destes.

Na cidade de Mênfis ocorria todos os anos um grande festival dedicado ao deus que tinha lugar no dia 26 de
Khoiak (mês egípcio que corresponde a Outubro/Novembro). O deus era transportado na sua barca sagrada,
cujo nome era henu, aos ombros de dezasseis sacerdotes. Esta barca tinha uma forma peculiar, com
uma proa na qual se encontrava representada a cabeça de um antílope ou de um boi, e onde também figuravam
o peixe-inet e aves; na popa existiam dois ou três pequenos remos.
Na cidade de Tebas acontecia também uma grande celebração, como atestam os relevos do templo de Ramsés
III no complexo funerário de Medinet Habu, que se julga ter rivalizado com o grande festival local de Opet.

O deus tinha uma versão feminina, Sokaret, que tinha as mesmas funções funerárias. Poderia também ter como
consorte a deusa Sekhemet.

Mafdet
Nos primórdios da mitologia egípcia Mafdet era uma deusa associada à justiça e ao poder real. O seu nome
significa provavelmente "a corredora".

Era representada como um animal que ainda não foi possível identificar, sendo talvez uma pantera, um gato
almiscarado (civeta) oumangusto) subindo por um bastão onde havia uma lâmina amarrada por uma corda.

É provável que esta tenha sido a arma usada para decapitação nos primórdios. Em cenas do Novo Império ela é
vista como o carrasco das criaturas malignas.

Este instrumento era usado na aplicação da justiça, estando assim Mafdet ligada ao aspecto punitivo da justiça.

deusa Ma´at

Mafdet era a deusa da justiça legal ou possívelmente da execução, mas também era associada à proteção dos
aposentos do rei e de outros locais sagrados, e ainda com a proteção contra animais venenosos, que eram
vistos como transgressores da lei de Ma´at.

É uma deusa bastante antiga, que já era adorada no tempo da I Dinastia (Época Tinita).

Nos Textos das Pirâmides (meados do III milénio a.C.), assassina com as suas garras a serpente Apofis.
Acreditava-se que a deusa combatia os escorpiões e as serpentes com as suas garras afiadas.

Para além deste aspecto feroz, Mafdet tinha igualmente um lado benéfico, sendo invocada para afastar as
picadas dos escorpiões e das serpentes. Era por isso chamada de "Senhora da Casa da Vida", uma referência
ao local onde se curavam os doentes no Antigo Egipto. A deusa era também encarada como protectora
do faraó.
selo do faraó Den

Essa deusa foi muito importante durante o reinado do faraó Den, da primeira dinastia, sua figura aparece em
fragmentos de vasos de pedra da tumba deste faraó e é mencionada numa introdução dedicatória na Pedra de
Palermo.

Ela também é mencionada nos Textos das Pirâmides do Antigo Império como protetora do deus sol Ra, contra
cobras venenosas.

Representações

Deusas felinas.

Artísticamente, Mafdet é mostrada como um felino, uma mulher com cabeça de felino ou um felino com cabeça
de mulher, algumas vezes com os cabelos trançados cujas pontas terminam em caudas de escorpião. Algumas
vezes ela é representada com um enfeite de cabeça feito de cobras.

Também temos Mafdet como um felino correndo ao lado do grupo responsável por uma execução. Era dito que
Mafdet arrancava o coração dos malfeitores, colocando-os aos pés do faraó, da mesma forma que os gatos
domésticos fazem quando deixam aos pés do dono, roedores ou pássaros que caçaram.

Durante o Novo Império, Mafdet podia ser vista no salão dos julgamentos em Duat, onde os inimigos do faraó
eram decapitados pelas garras de Mafdet.

Seu culto foi substituído, mais tarde, pelo de Bast, outra deusa-gato e uma guerreira leoa, Sekhemet, que era
vista como protetora do faraó. Sua imagem felina permaneceu associada com os faraós, inclusive em seus bens
pessoais e até mesmo na cama sobre a qual sua múmia era colocada.

Nekhbet
Originária da cidade de Nekheb no Alto Egipto, a actual El-Kab, seu nome significa "Aquela de Nekheb".
Quando esta cidade se uniu à cidade próxima de Nekhen, tornou-se a deusa tutelar desta última cidade.
Adquiriu também o papel de deusa de todo o Alto Egipto e era também uma das deusas protectoras da realeza
egípcia.
Poderes
A deusa protegia os nascimentos, em especial o nascimento dos reis. Junto com Uadjit poderia ser
representada no toucado dos faraós, acreditando-se que estas poderiam repelir os inimigos do soberano.
Iconografia
Era representada como um abutre, como uma mulher com cabeça de abutre ou como uma mulher com a coroa
branca do Alto Egipto (hedjet). Mais frequentemente figurava como um abutre que usa a coroa branca,
agarrando com as suas patas o ceptro uas ou o anel chen. Surge muitas vezes ao lado da deusa Uadjit,
padroeira do Baixo Egipto.

Entre os vários epítetos utilizados para se referir à deusa encontram-se "Regente das Duas Terras" (o Alto e o
Baixo Egipto) ou "Senhora dos Céus".

Serket
Serket a deusa escorpião da mitologia egípcia. O seu nome é uma abreviação da expressão Serket-Hetyt que
significa "Aquela que faz respirar a garganta" ou, de acordo com outra interpretação, "Aquela que facilita a
respiração na garganta"; no primeiro caso aludia-se ao facilitar da respiração dos récem-nascidos e no segundo
ao seu papel benéfico na cura de picadas de escorpião (sendo um dos efeitos destas picadas a sensação de
sufoco). É também conhecida como Selchis, Selkhet, Selkis, Selkhit, Selkit, Selqet,Serkhet, Serket-
Hetyt, Serqet e Serquet.

A sua representação mais comum correspondia à de uma mulher com um escorpião na cabeça, tendo o
escorpião a cauda erguida (ou seja estava pronto a picar). Em representações mais raras, surgia como um
escorpião com cabeça de mulher [1]. ou comoserpente. Na XXI dinastia foi representada como uma mulher com
cabeça de leoa, tendo a nuca protegida por um crocodilo.

A referência mais antiga que se conhece à deusa data do tempo da I dinastia (estela de Merika em Sakara).
Segundo alguns autores, o chamado Rei Escorpião terá prestado culto a esta deusa. Selket era uma deusa
do Baixo Egipto, embora não se conheça exactamente de que localidade. Contudo, o seu culto acabaria por
difundir-se por todo o Egipto.

De início não possuía as características benéficas que adquire mais tarde. Era a mãe (ou esposa) do deus
serpente Nehebkau, cuja função era proteger a realeza e que vivia no mundo dos defuntos. Devido a esta
associação, Serket era vista como guardiã de uma das quatro portas do mundo subterrâneo, prendendo os
mortos com correntes. Quando Nehebkau tornou-se um divindade benéfica, Serket seguiu o mesmo caminho.

Junto com as deusas Ísis, Néftis e Neit guardava as vísceras do defunto colocadas nos vasos canópicos. Em
concreto, Serket protegia o deus Kebehsenuef (um dos quatro Filhos de Hórus) que vigiava os intestinos.
Também se lhe atribui a capacidade de cegar a serpente Apófis cujo objectivo era evitar a viagem diária de Rá
na barca solar. Era de resto apresentada como filha deste deus. Recebia também o epíteto de "Senhora da Bela
Mansão", sendo esta mansão a estrutura onde se realizava o processo de embalsamento.

Sobek
Sobek era o deus-crocodilo dos Antigos Egípcios, sendo representado ora como um crocodilo (colocado num
altar ou santuário) ou então como um homem com cabeça de crocodilo, muitas vezes, neste caso, ostentando
uma coroa com duas grandes plumas, o disco solar e uma ou mais uraeus (serpentes sagradas).

Os seus principais centros de culto no Antigo Egito eram dois: Fayum e Kom Ombo. Fayum, antes Shedjet, ficou
até conhecida como Crocodilopolis ("cidade do crocodilo", em grego, junto a Medinet el-Fayum), junto ao lago
com o mesmo nome a Oeste do Nilo, numa região onde aqueles répteis eram extremamente abundantes no
Egito faraónico. Como o eram em Kom Ombo e em todo o Alto Egito, surgindo vários santuários dedicados ao
culto de Sobek. Além daqueles dois centros principais, recordemos também Esna, Gebelein e Gebel el-Silsila.
Nestes templos existia anexamente, muitas vezes, um tanque com crocodilos sagrados, além de mumificações
dos mesmos, como ainda hoje se pode ver em Kom Ombo, por exemplo.

Sobek estava ligado ao culto do rio Nilo, da divinização da água, tendo por isso clero e rituais próprios. O seu
culto foi particularmente ativo e predominante nas XII e XIII dinastias, na transição do Império Médio para o
Segundo Período Intermédio, por volta dos séculos XVIII e XVII a. C., com vários faraós com onomástica
dedicada ao deus, como Sobek-hotep III e IV (XIII dinastia, c. 1795-c. 1650 a. C.) ou Sobek-neferu. Sobek-hotep
significa, curiosamente, em antigo egípcio, "Sobek está satisfeito" ou Sobek-Neferu, "É belo Sobek".

Sobek foi assimilado a Amon e a Ré (Sobek-Rè) a partir do Império Médio, o que revela o seu culto crescente e
importância no panteão egípcio e nos cultos mais relevantes na civilização egípcia coeva. Mesmo no período
Ptolemaico (332-30 a. C.) se manteve a tradição do seu culto, assimilando-se Sobek ao deus solar grego Hélios.
De referir que foi durante esta época de dinastias helénicas no Egito que se fizeram vários templos dedicados a
Sobek, ou melhorados outros antigos, como sucedeu em Kom Ombo, edificado no Império Novo mas renovado
entre 221 e 205 a. C., por Ptolemeu IV Philopator.

A Sobek, do ponto vista religioso, prestava-se um culto associado aos seus poderes de fertilidade (por
representar um animal da água, do Nilo, logo da criação doEgito e do mundo) e proteção da gravidez, embora
também com relação com a morte e o enterramento, por ser um necrófago. A sua faceta negativa reportava-o,
porém, a Set, irmão traidor de Osíris e assassino deste. Acreditavam, alguns Egípcios que Sobek, em forma de
crocodilo, foi o devorador do coração de Osíris, ligando o deus réptil a uma ideia de terror e aniquilamento. Mas
como o Sol que todos os dias saía da terra e se elevava no céu, também todos os dias o crocodilo saia da água,
relatavam os egípcios, logo associando Sobek ao deus primordial Ré, como ao ressuscitado Osíris.

Meretseguer
Meretseguer ou Meretseger era uma deusa-serpente da mitologia egípcia. O seu nome significa "a que ama o
silêncio" ou "amada pelo silêncio".

Era representada como simples cobra, como uma mulher com cabeça de cobra ou como uma cobra com
cabeça de mulher. Tinha por vezes um toucado constituído por disco solar e cornos. Em representações mais
raras surge como cobra com três cabeças (uma de mulher, outra de cobra e outra de abutre) ou
como escorpião com cabeça de mulher.

As informações mais antigas sobre a deusa datam da época do Império Médio. Durante a época do Império
Novo a deusa tornou-se guardiã dos túmulos das necrópoles de Tebas (Vale dos Reis), acreditando-se que
atacava aqueles que tentavam pilhá-los. Segundo as fontes vivia numa montanha com forma de pirâmide perto
de Deir el-Medina, a aldeia onde habitavam os homens que construíram os túmulos reais durante o Império
Novo. Por esta razão era também denominada pelos habitantes de Deir el-Medina como "Dehenet Imentet", o
que significa "Montanha do Oeste".

Várias estelas encontradas revelam a devoção dos artesãos de Deir el-Medina pela deusa, detentora de uma
certa ambiguidade: atacava os trabalhadores que cometiam crimes ou mentiam, castigando-os com
a cegueira ou através de picadas venenosas, mas ao mesmo tempo poderia curar os que se mostrassem
arrependidos. Perto do Vale das Rainhas tinha um pequeno templo cavado na rocha onde era adorada junto
com o deus Ptah. Quando se abandonou o Vale dos Reis como necrópole real, na XXI Dinastia, o seu culto (que
nunca ultrapassou o âmbito local) entrou em decadência.
Iah
Iah ou Aah era o deus da lua na mitologia egípcia.

As primeiras presenças do nome "Iah" referem-se à lua enquanto satélite do planeta terra. Mais tarde, a palavra
passaria a designar uma divindade.

A nível iconográfico este deus era representado, na sua forma antropomórfica, com um disco solar e crescente
da lua nova sobre a sua cabeça, onde também tinha uma trança lateral característica das crianças egípcias. Por
vezes tinha na mão uma folha de palmeira ou um olho de Hórus. Poderia também se manifestar como
um íbis, falcão ou como o crescente da lua nova. Este últimos atributos estavam também associados a Tot e
a Khonsu.

O deus não tinha nenhuma cidade associada ao seu culto. Alcançou grande popularidade na época que se
seguiu ao Império Médio, ou seja, na época de dominação do Egipto pelos Hicsos, um povo oriundo
da Palestina. É possível que Iah seja o corresponde ao deus acádico Sin, que também era um deus lunar. O
nome Iah surge na fórmula CX do Livro dos Mortos.

Curiosamente, vários membros da família real tebana, responsável pela expulsão dos Hicsos do Egipto, levaram
este nome como Iah-hotep I ("Iah está satisfeito"), mãe de Iahmés ("Iah nasceu"), fundador da XVIII dinastia
egípcia. A esposa deste rei, Iahmés-Nefertari ("Nascida da lua, a mais bela das mulheres"), também integrava a
divindade no seu nome.

O culto a Iah parece ter decaído com o Império Novo. No túmulo do faraó Tutmés III encontra-se representada
uma cena na qual o faraó encontra-se acompanhado pela sua mãe e por três rainhas, incluindo Sit-Iah, "filha do
deus lua".

Montu
Montu é um deus da antiga religião egípcia oriundo do nomo tebano e associado à guerra.

Era representado como um homem com uma cabeça de falcão, tendo na cabeça duas plumas altas e um disco
solar com uraeus(serpente) duplo. Nas suas mãos poderia segurar vários objectos, como
um machado, setas e arcos. Poderia também ser representado como quatro cabeças que vigiam os pontos
cardeais. Na Época Baixa foi representado com a cabeça de um boi.

De início Montu era um deus solar, associado a Ré (Montu-Ré), sendo considerado como a manifestação
destrutiva do calor do sol. Foi no tempo da XI dinastia que Montu adquiriu características associadas à vitória e
à guerra.

Era conhecido como o "senhor de Tebas", situando-se o seu principal centro de culto em Hermontis. Outras
cidades associadas ao deus eram Medamud e Tod. Em Medamud existia um santuário mandado edificar
por Senuseret III, ampliado durante a época do Império Novo e posteriormente na Época greco-romana. Em
Karnak existia igualmente um templo dedicado a Montu, que possuía um lago sagrado.

Vários reis da XI dinastia tinham como nome de nascimento Mentuhotep ("Montu está satisfeito"), o que
representava uma referência a esta divindade e atestando a sua importância durante este período.
Montu é referido nas Aventuras de Sinué, uma obra da literatura do Antigo Egipto, cuja acção se desenrola no
tempo da XII dinastia. O seu protagonista, o fugitivo Sinué, realiza um acto de louvor a Montu, depois de
derrotar um inimigo de origem síria.

Por causa do seu carácter guerreiro, Montu foi identificado pelos Gregos com o deus Apolo.

Uadjit
Uadjit é na antiga religião egípcia a deusa padroeira do Baixo Egito (o que correspondia à região do Delta do
Nilo). O nome significa "A verde" (cor das serpentes) e "A da cor do papiro" (numa alusão à planta do papiro,
que teria sido por ela criada e que era a planta heráldica do Baixo Egipto). O nome desta deusa pode também
ser escrito como Uto ouEdjo.

Uadjit começou por ser uma deusa ligada à vegetação tendo se transformado numa deusa da realeza.
Representava o Baixo Egipto sendo frequente surgir com a deusa correspondente do Alto Egipto, Nekhbet.

Esta deusa foi integrada na lenda de Osíris, na qual é ela quem toma conta do pequeno Hórus, escondido
nos pântanos do Delta, o qual alimentou com o seu leite, enquanto Ísis procurava por Osíris.

Culto
O principal centro de culto da deusa era Per Uadjit ("morada de Uadjit"), localidade a que os Gregos deram o
nome de Buto e que corresponde à moderna Tell el-Farain.

Iconografia
Era representada como mulher com cabeça de serpente e que tem na cabeça a coroa vermelha do Baixo Egipto
(coroa decheret). Poderia também ser representada como uma mulher com cabeça de leoa, quando se
pretendia aludir ao aspecto de defensora da realeza. Surgia igualmente como uma serpente alada ou como uma
cobra enrolada dentro de um cesto de papiros.

Bes
Bes, na mitologia egípcia, era uma divindade representada por um anão robusto e monstruoso. Era o bobo-da-
corte dos deuses, senhor do prazer e da alegria.
Aparência
Um anão gordo e barbudo, feio ao ponto de se tornar cômico. Ele é muitas vezes representado com a língua de
fora e segurando um chocalho. Quando esculpido ou pintado na parede, ele nunca aparece de perfil, mas
sempre de frente, o que é único na arte egípcia. Também existem representações de Bes com características
felinas ou leoninas.

Descrição
Bes é um deus pouco vulgar. Ele não parece ser egípcio, mas de onde ele vem é desconhecido. Ele parece-se
com deuses encontrados na África central e do sul. Bes era inicialmente o protector do parto. Durante o
nascimento, Bes dançava à volta do quarto, abanando o seu chocalho e gritando para assustar demónios que
de outro modo poderiam amaldiçoar a criança. Depois da criança nascer, Bes ficava ao lado do berço
entretendo o bebé. Quando a criança ria ou sorria sem motivo aparente, acreditava-se que Bes estava algures
no quarto a fazer caretas.
Hapi
Hapi era uma divindade da mitologia egípcia que personificava as águas do rio Nilo durante a inundação anual
a que o Antigo Egipto estava sujeito entre meados de Julho e Outubro.

Hapi não tinha templos a si dedicados, mas era associado à região da primeira catarata do Nilo (ilha de Biga,
onde se dizia que residia) ou ao vértice do Delta do Nilo, perto da cidade do Cairo. Apesar disso, o deus era
popular um pouco por todo o Egipto.

Era por vezes representado de forma duplicada no símbolo do sema-taui, onde surge a atar as duas plantas
heráldicas do Alto Egiptoe do Baixo Egipto, o lótus e o papiro (cyperus papirus).

Apenas o faraó Siptah mencionou o deus Hapi na sua titulatura: o seu nome de Hórus apresenta-o como
"amado de Siptah".

Iconografia
Hapi era representado como um homem com ventre proeminente e com seios, que veste a cinta dos
pescadores e barqueiros. Na sua cabeça tinha o lótus e o papiro ou segurava estas plantas nas suas mãos. A
sua pele poderia ser pintada de azul ou verde, duas cores associadas entre os antigos Egípcios à fertilidade.
Era também representado a derramar água de jarros ou a levar mesas e bandejas com alimentos.

Hapi também era conhecido como "o pai dos deuses".

Relações com outras divindades


Hapi era associado ao deus Osíris, outra divindade com características relacionadas com a fecundidade.
Enquanto que Hapi personificava as águas do Nilo, Osíris era a força fertilizante destas águas. Teria sido
também Hapi a alimentar no seu seio Osíris, ajudando desta forma na ressureição do deus.

A sua esposa era a deusa Sekhmet. Outros deuses relacionados com Hapi eram Ísis (cujas lágrimas eram
vistas como a causa da inundação do Nilo) eKhnum (divindade ligada às cataratas do Nilo).

Ápis
Na antiga religião egípcia Ápis (Hapi-ankh) é a personificação da Terra.

O "morto-vivo" (Osíris) encarnou num touro branco sagrado. Era o touro de Mênfis. Simbolicamente
representado como um touro negro com um triângulo branco na testa.

Seu culto está associado com Ptah.

O local onde eram enterrados os seus bois sagrados levava o nome de Serapeum.

O escritor satírico Luciano de Samósata ridiculariza o culto a Ápis, comentando que quando grande deus Ápis
morre, cada homem corta o seu cabelo; em seguida, através de uma eleição, um dos touros que estão no pasto
é levado para o tempo, pois a sua beleza superior e porte majestoso mostram que ele é mais que um touro

Ammit
Na Mitologia Egípcia, Ammit (também pronunciado Ammut, Amut e Ahemait) é a personificação da retribuição
divina para todos os males realizados em vida. Não é apenas um deus, é a punição para aqueles que não foram
aceitos em Amenti. Ammit devora aqueles que foram julgados como pecadores, que não agiram de maneira
correta em vida. O "inferno" para os egípcios se resumia a Ammit, que destruia suas almas, deixando de existir
definitivamente. Ele devorava os corações, rasgava os corpos e com suas patas destruia os corpos. Ela era filha
do Universo e da Essência e era o Ser divino mais temido de todo o Egito. Existem papiros de autores
desconhecidos que contêm orações para deixá-la longe na hora sono.
Mnévis
Mnévis (em egípcio: Merur) era um boi negro adorado como divindade na cidade de Heliópolis.

À semelhança de Ápis, Mnévis era um dos bois sagrados do Antigo Egipto, encontrando-se associado ao deus
Ré-Atum (Ápis estava por sua vez associado a Ptah). Foi também associado ao deus Osíris.

O seu culto foi instituído na II dinastia, embora seja provável que tenha sido adorado desde tempos pré-
dinásticos. Foi cultuado por todos os reis, inclusive por Akhenaton, que tinha declarado Aton como único deus a
ser adorado. A razão pela qual Akhenaton continuou com o culto de Mnévis encontra-se relacionada com a sua
crença de que Aton se manifestaria neste boi. Nas representações artísticas aparece com o disco solar e
o ureus (serpente) entre os seus cornos.

Os sacerdotes de Heliópolis escolhiam um boi da região que levavam para o templo, onde este era adorado. Só
poderia existir um Mnévis de cada vez. Os movimentos que o animal descrevia eram usados como um oráculo.
Depois da sua morte, o touro era mumificado, sendo os seus órgãos colocados nos vasos canopos, e sepultado
numa necrópole perto de Heliópolis.

Benu
Benu (do verbo egípcio ueben, "brilhar", "erguer"), também grafado Bennu, era na mitologia egípcia um animal
parecido com uma garça real(Ardea cinerea ou Ardea purpurea).

Em algumas representações artísticas, o Benu tinha sobre a cabeça a coroa branca do Alto
Egipto acompanhada por duas plumas altas, formando a coroa atef.

Não se sabe muito sobre o culto ao Benu, excepto que estava centrado em Heliópolis.

Este animal era considerado como o ba (alma) do deus Ré (o sol, na sua forma de Atum) quando este surgira
no momento da criação do mundo pousando na pedra Benben, a primeira porção de terra emersa das águas
primordiais, identificadas ao Deus Nun, tendo dado origem à vida. A ave era vista, em outros casos, como
o ba(alma) de Osíris, surgida após a morte do deus nas mãos de Seth.

Segundo outro mito egípcio, uma gansa, conhecida como a "Grande Grasnadora", põe o primeiro ovo, do qual
saiu o Benu.

Os antigos Gregos identificaram este animal com a fénix. Segundo Heródoto o Benu surgia apenas cada
quinhentos anos, trazendo o corpo do pai falecido. De acordo com o autor grego, a ave criava um fogueira na
qual perecia e a partir da qual surgia uma nova ave.

Amen-hotep
Amen-hotep é um nome egípcio que significa "o deus Amon está satisfeito". Este antropónimo penetrou
na língua portuguesa como Amenófis, por influência da versão grega do nome.

Por vezes este nome surge escrito em português como Amenhotep, mas a forma mais correcta é Amen-hotep
(com hífen), uma vez que evita a formação do dígrafo "nh", o que caso não sucedesse daria lugar a um nome
longe do original.
Foi o nome de vários faraós da XVIII dinastia egípcia:

 Amen-hotep I;
 Amen-hotep II;
 Amen-hotep III;
 Amen-hotep IV (mais conhecido como Akhenaton).

Foi também o nome de um vizir do faraó Amen-hotep III, Amen-hotep "Filho de Apu".

Imhotep
Imhotep (por vezes grafado Immutef, Im-hotep ou Ii-em-Hotep; em egípcio: ii-m-ḥtp *jā-im-ḥatāp, lit.
"aquele que vem em paz"; chamado de Ιμυθες, Imuthes, pelos gregos; fl. século XXVII a.C., aprox. 2655-2600
a.C.) foi um polímata egípcio,[1] que serviu a Djoser,rei da Terceira Dinastia, na função
de vizir ou chanceler do faraó e sumo-sacerdote do deus-sol Rá, em Heliópolis. É considerado o
primeiro arquiteto,[2] engenheiro[3] e médico da história antiga[4] - embora dois outros médicos, Hesy-Ra e Merit-
Ptah, tenham sido contemporâneos seus.

A lista completa de seus títulos é:

Chanceler do Rei do Egito, Doutor, Primeiro na linhagem do Rei do Alto Egito, Administrador do Grande
Palácio, Nobre hereditário, Sumo Sacerdote de Heliópolis, Construtor, Carpinteiro-Chefe, Escultor-
Chefe, e Feitor-Chefe de Vasos..
Imhotep foi um dos poucos mortais a serem ilustrados como parte de uma estátua de um faraó. Foi um de
um grupo restritíssimo de plebeus a quem foi concedido o status divino após a morte; o centro de seu culto
era Mênfis. A partir do Primeiro Período IntermediárioImhotep também passou a ser reverenciado como
poeta e filósofo. Suas palavras eram mencionadas em poemas: "Eu ouvi as palavras de Imhotep e
Hordedef, de cujos discursos os homens tanto falam." [5]

A localização da sepultura de Imhotep, construída por ele próprio, foi escondida com absoluta cautela, e
permanece desconhecida até os dias de hoje, apesar dos esforços para encontrá-la. [6] O consenso
acadêmico é de que ele estaria escondido em algum lugar deSacara. A existência histórica de Imhotep é
confirmada através de duas inscrições contemporâneas feitas na base, ou pedestal, de uma das estátuas
de Djoser (Cairo JE 49889), bem como um grafito na muralha que circunda a pirâmide interminada
de Sekhemkhet.[7][8] A segunda inscrição sugere que Imhotep teria vivido por alguns anos depois da morte
de Djoser, e ajudou na construção da pirâmide do rei Sekhemkhet, abandonada devido ao breve reinado
deste soberano

Sacara
Imhotep arquitetou a primeira pirâmide do Egito - a pirâmide de Sacara, com seis enormes degraus, e que
atinge aproximadamente 62 metros. As primeiras pirâmides do Egito eram formadas por degraus, que nada
mais eram que mastabas empilhadas (mastaba palavra que provém do árabe maabba, "banco de pedra" ou
"lama", dependendo do autor, que por sua vez vem do aramaico misubb, podendo ter origem persa ou grega).
Esta configuração foi idealizada por Imhotep a pedido do Faraó Djoser, que desejava para si um túmulo mais
grandioso que os que o antecederam, este monumento sugeria ainda, segundo alguns arqueólogos, a ascensão
ao céu. O estudioso britânico Sir William Osler (séc. XIX) disse sobre Imhotep: "a primeira figura de um Arquiteto
Médico a surgir claramente das névoas da antigüidade.

Alma egípcia
Alma egípcia é um conceito metafísico egípcio de alma-coração, o princípio de sete almas que seria levado
durante toda a vida.

Para os antigos egípcios, a religião focava a imortalidade. Portanto, a vida futura era altamente desejável. Isso
pressupõe a crença de que havia uma alma imortal que viveria após a morte do corpo físico e essa alma, para
nós, atualmente, é um conceito bastante complexo.

A alma, seu ser, era composto de partes diversas. Não existia apenas a forma física, e sim, havia oito partes
imortais ou semi divinas, que sobreviviam à morte. Portanto as oito partes imortais mais o corpo completariam
as nove partes do ser humano.

O significado exato de Ka, Ba, Akh, Sekhem, e outras expressões não são ainda muito claros para nós. Os
estudiosos partem do principio de comparar a cultura egípcia antiga com a nossa e assim ficamos mais
confusos porque as idéias são diferentes.

Livro dos mortos de Ani, pesagem do coração

Nas tumbas, o Livro dos Mortos, que na verdade tem o nome de Saída para a Luz do Dia, é uma coleção de
textos que aborda toda a viagem do morto rumo a vida pós morte. Através da leitura desses textos é possível
tentar entender os conceitos dos antigos egípcios.

Ib (coração)
A parte mais importante da alma egípcia era o Ib (jb) ou coração. O Ib,[1] ou coração metafísico, era concebido
como uma gota do coração da mãe para a criança durante a concepção. [2] Achados arqueológicos retratam esta
concepção com a imagem de uma pessoa que é encaminhada pela deusa Maat após a morte.

O termo ab ou ib foi usado também pelos hebreus para denominar a divindade máxima da religião
monoteísta, Deus. Segundo esta etimologia[3] ab são as duas primeiras letras do alfabeto hebraico e grego,
respectivamente: a=aleph e alpha ou no hebraico pai; e b=bet e beta ou no hebarico útero ou casa e é uma
palavra feminina. A união destas compõe a própria palavra alfabeto ou A Palavra, o Verbo, segundo a Bíblia, o
próprio Deus ou ainda, dentro de uma concepção hebraica, pai e mãe; numa concepção egípcia o coração da
deusa.[
O Livro
Na verdade não era um livro e sim uma coletânea de textos creditados ao deus Thot e seu objetivo era ajudar a
alma do morto a enfrentar e vencer os obstáculos, num caminho muito difícil.

Para chegar ao Amenti, era preciso cruzar os 21 pilares, passar pelas 15 entradas, cruzar 7 salas para chegar
ao Saguão das Duas Verdades onde seu coração, frente a Osíris e aos 42 juízes vai ser pesado.

Caso o julgamento fosse favorável ao morto, Hórus o conduzia ao trono de Osíris que indicava seu lugar no
reino além da morte. Se o morto estivesse cheio de pecados, seria comido pelo Ammut, o devorador de mortos,
então adeus vida eterna.

Partes da Alma Egípcia


As partes da alma egípcia incluem:

estátua representando o Ka do faraó Hor

Khat – A forma física, o corpo que pode se desintegrar após a morte, a parte externa dos mortais que pode ser
preservada apenas pela mumificação.

O Ka, o Ba e o Akh são as vezes traduzidos como o Duplo, a Alma e o Espírito, mas isso não explica todas as
nuances que estão implícitas nesses conceitos.

Ka – Imagine que o deus criador Khnum, criou o Ka da pessoa quando criou essa pessoa em sua roda de
oleiro. O Ka então passa a seguir a pessoa como uma sombra ou um duplo, durante toda a vida, mas quando a
pessoa morre, o Ka retorna para sua morada celeste.

A preservação do corpo, as oferendas de comida, sejam reais ou apenas gravadas nas paredes da tumba,
propiciavam energia ao Ka. Não que ele comesse, mas assim como as estátuas dos deuses, o Ka assimilava
energia.

Os egípcios acreditavam que os animais, plantas, água e as pedras, por exemplo, todos possuíam seu próprio
Ka. O Ka humano até podia habitar uma planta, enquanto a pessoa a quem ele pertencia, dormia.

O Ka podia se manifestar, como um fantasma para outras pessoas, tanto fazia se a pessoa a quem ele
pertencia estivesse viva ou morta. Podia até apavorar as pessoas que por acaso tivessem feito algum mal para
seu possuidor – se, por exemplo, a família não tivesse feito as oferendas devidas, o Ka faminto e sedento, os
assombraria até que corrigissem seu erro.

o Ba e a múmia

Na vida diária, ao dar comida e bebida para alguém, os antigos egípcios costumavam usar a frase Para o seu
Ka, para desejar energia vital do Ka.

Ba – O Ba podia assumir a forma que desejasse, em geral ele se apresenta na forma de um pássaro com
cabeça humana, que flutua em torno da tumba durante o dia, alimentando o falecido com água e comida.

A função mais importante do Ba era tornar possível que o morto, abandonasse a tumba para se reunir ao seu
Ka, de modo que pudesse viver para sempre e se tornar um Akh, um ancestral.

O conceito de Ba era mais ligado ao corpo físico e não como alma ou espírito.

Akh (Akhu, Khu, Ikhu) – É o resultado da união do Ba e do Ka. É a parte imortal, o ser radiante que vive dentro
do Sahu. Significa o intelecto, os desejos e intenções do falecido. O Akh se transfigura na morte, e sobe aos
céus para viver com os deuses entre as estrelas.

Sahu – É o corpo espiritual. Caso o morto se saia bem no Julgamento de Osíris, o Sahu sobe aos céus saindo
do corpo físico, como todas as habilidades mentais de um ser humano vivo.

escaravelho representando o coração, tumba de Hatnofer

Sekhem – É a personificação incorpórea da força vital do homem, que passa a viver entre as estrelas junto com
o Akh, após a morte física.

Ab (Ib) – O coração, esta é a fonte do bem e do mal dentro de uma pessoa. É o caráter e o centro dos
pensamentos, que pode abandonar o corpo de acordo com sua vontade, e viver junto com os deuses após a
morte, ou ser engolida por Ammut, assim tendo a morte final, quando os pratos da balança de Ma´at não se
equilibram.
Ren – O nome verdadeiro. É a parte vital do homem em sua jornada através da vida e do pós vida. Para
compreender melhor, basta saber que o deus criador (em Mênfis) Ptah, criou o mundo dizendo o nome de todas
as coisas.

Um recém nascido, devia receber um nome imediatamente senão estaria vivendo uma existência incompleta.

As cerimônias de nomeação eram secretas, de modo que, uma pessoa podia viver toda sua vida usando um
apelido para que ninguém descobrisse seu nome verdadeiro.

Destruir ou apagar o nome de uma pessoa podia certamente trazer a desgraça. Muitos sequer pronunciavam o
nome verdadeiro de um deus, usavam sinônimos em seu lugar, como Yinepu (Anúbis) era sempre chamado:
“Aquele que está de frente para a tenda divina, que significava a casa da mumificação. Desse modo o nome
verdadeiro do deus ficava escondido e protegido.

Os egípcios acreditavam que aquele cujo nome fosse falado, vivia. Assim sendo, fazer oferendas e dizer o nome
de um falecido amado, significava que aquela pessoa vivia entre os iluminados.

A única pessoa que podia destruir os poderes dos demônios, era aquela que soubesse seus nomes. Ao viajar
através do mundo subterrâneo, se usava dizer: eu conheço você e sei seus nomes.

Shwt – Num país como o Egito, com um sol escaldante, é possível fazer uma analogia com a proteção e a
benção que é sombra.

Assim, a sombra era vista também como uma entidade que podia se separar do corpo, participar das oferendas
funerárias e viajar com grande velocidade.

Os campos de Ialu
Era o local onde o morto passaria sua pós vida, também poderia ser dito, entre as estrelas ou nas Terras do
Oeste.

Enquanto o Khat descansa na tumba, pronto para ser reanimado pelo Ka, o Ba pode estar viajando com no
mundo subterrâneo com Ra. Enquanto o Ab está com os deuses, a Shwt (sombra) pode estar com Ba na barca,
ou na tumba comendo as oferendas. Ao mesmo tempo, o Akh, Sekhem e Sahu podem estar felizes vivendo
entre as estrelas, olhando para a Terra lá embaixo.

Ankh
Ankh, (pronuncia-se "anrr" em árabe a junção das consoantes k e h cria o som de dois r em um fonema a partir
da garganta como uma expiração)conhecida também como cruz ansata, era na escrita hieroglífica egípcia o
símbolo da vida. Conhecido também como símbolo da vida eterna. Os egípcios a usavam para indicar a vida
após a morte.

A forma do ankh assemelha-se a uma cruz, com a haste superior vertical substituída por uma alça ovalada. Em
algumas representações primitivas, possui as suas extremidades superiores e inferiores bipartidas.

História

Ankh
em hieróglifo
[1]

Ha muitas especulações para o surgimento e para o significado do ankh, mas ao que tudo indica, surgiu
na Quinta Dinastia. Quanto ao seu significado, há várias teorias. Muitas pessoas vêem o ankh como símbolo da
ressureição.

Muitos, sem ter qualquer conhecimento sobre a história de Ankh, acabam afirmando que este é um símbolo
originalmente satânico ou um símbolo criado por algum culto de magia negra, porém, acredita-se que seu real
significado (que originalmente era egípcio) aponta para uma direção oposta a da cultura popular, pois a idéia
mais aceita é de que o ankh na verdade seja um símbolo relacionado a vida.

A alça oval que compõe o ankh sugere um cordão entrelaçado com as duas pontas opostas que significam os
princípios feminino e masculino, fundamentais para a criação da vida. Em outras interpretações, representa a
união entre as divindades Osíris e Ísis, que proporcionava a cheia periódica do Nilo, fundamental para a
sobrevivência da civilização. Neste caso, o ciclo previsível e inalterável das águas era atribuído ao conceito
dereencarnação, uma das principais características da crença egípcia[carece de fontes]. A linha vertical que desce
exatamente do centro do laço é o ponto de intersecção dos pólos, e representa o fruto da união entre os
opostos.

Andrew H. Gordon e Calvin W. Schwabe especulam no livro The Quick and the Dead de 2004 que os simbolos
Ankh, Djed e Was tem uma base biológica derivados da cultura de criação de gado do antigo egipto (ligado á
crença egípcia de que o sémen era criado na coluna vertebral), assim:

O Ankh, símbolo da vida, vértebra torácica de um touro (visto em corte transversal);

O Djed, símbolo da estabilidade, a coluna vertebral de um touro;

O Was, símbolo do poder e dominação, o pênis seco de um touro símbolo da deusa Wosret ou Wasret.

Apesar de sua origem egípcia, ao longo da história o ankh foi adotado por diversas culturas. Manteve sua
popularidade, mesmo após a cristianização do povo egípcio a partir doséculo III. Os egípcios convertidos
ficaram conhecidos como Cristãos Cópticos, e o ankh (por sua semelhança com a cruz utilizada pelos cristãos)
manteve-se como um de seus principais símbolos, chamado de Cruz Cóptica.

No final do século XIX, o ankh foi agregado pelos movimentos ocultistas que se propagavam, além de alguns
grupos esotéricos e as tribos hippies do final da década de 60. É utilizado por bruxos contemporâneos em rituais
que envolvem saúde, fertilidade e divinação; ou como um amuleto protetor de quem o carrega. O ankh também
foi incluído na simbologia da Ordem Rosa-Cruz, representando a união entre o reino do céu e a terra. Em outras
situações, está associado aos vampiros, em mais uma atribuição à longevidade eimortalidade. Ainda encontra-
se como uma alusão ao nascente-poente do Sol, simbolizando novamente o ciclo vital da natureza.

E diziam também que quem usa-se este simbolo em algum lugar do corpo, estaria protegido pelos deuses
egípcios.

Ankh no Brasil
O ankh popularizou-se no Brasil no início dos anos 70, quando Raul Seixas e Paulo Coelho (entre outros)
criaram a Sociedade Alternativa. O selo dessa sociedade possuía um ankh adaptado com dois degraus na haste
inferior, simbolizando os "Degraus da Iniciação", ou a chave que abre todas as portas. Numa outra
interpretação, representa o laço dasandália do peregrino, ou seja, aquele que quer caminhar, aprender e evoluir.
Em relação à Sociedade Alternativa, a realidade é que a intenção de Raul não era fundar uma comunidade
concreta, tinha que ser algo anárquico, mais espiritual do que material, seria uma revolução interna do ser
humano.

O Lado Negro do Ankh

Na cultura pop, ele foi associado pela primeira vez ao vampirismo e à subcultura gótica através do filme The
Hunger – Fome de Viver (1983), em que David Bowie e Catherine Deneuve protagonizam vampiros em busca
de sangue. Há uma cena em que a dupla, usando ankhs egípcios, está à espreita de suas presas numa casa
noturna ao som de Bela Lugosi's Dead, do Bauhaus. Assim, elementos como a figura do vampiro, o ankh e a
banda Bauhaus podem actuar num mesmo contexto; neste caso, a subcultura gótica. Possivelmente, através
deste filme, o ankh foi inserido na subcultura gótica e pelos adeptos da subcultura, de uma forma geral. Mais
tarde a personagem Morte, da HQ Sandman, seria o mais famoso ícone na cultura pop relacionando o ankh e a
subcultura gótica.

Desse modo, vemos que o ankh não sofreu grandes variações em seu significado e emprego primitivo, embora
tenha sido associado a várias culturas diferentes. Mesmo assim lhe foi atribuído um caráter negativista por
aqueles que desconhecem a sua origem e significados reais, associando este símbolo a grupos e
seitas satânicas ou de magia negra. O símbolo também representa o Kemetismo, uma religião neopagã que
cultiva as crenças do Egito Antigo.

A Ankh na música
A banda Norte Americana Kiss, mundialmente conhecida por suas máscaras (maquiagem), já usou a Ankh em
um de seus integrantes. Vinnie Vincent foi o guitarrista solo da banda que tocou em Creatures of the Night e
em Lick It Up usando a maquiagem de "The Ankh Warrior". A banda HIM também usa colares da cruz, o skatista
profissional Bam Margera usa camisetas com a cruz. A cantora mexicana Thalia também usou a Ankh
representando a letra T de seu nome, em seus discos e nos respectivos materiais de divulgação

Religião no Antigo Egito


A religião no Antigo Egito refere-se ao complexo conjunto de crenças religiosas e rituais praticados no Antigo
Egito. Não existiu propriamente uma religião egípcia, pois as crenças - frequentemente diferentes de região para
região - não eram a parte mais importante, mas sim o culto aos deuses, que eram considerados os donos
legítimos do solo do Egito, terra que tinham governado no passado distante.
Este conjunto de crenças foi praticado no antigo Egito desde o período pré-dinástico, a cerca de 3.000 anos a.C.
até ao surgimento do cristianismo. Inicialmente era uma religião politeísta por crer em várias divindades, como
forças da natureza. Ao passar de séculos, a crença passou a ser mais diversificada, sendo
considerada henoteísta, porque acreditava em uma divindade criadora do universo, tendo outras forças
independentes, mas não iguais a este. Também pode ser considerada monoteísta, pois tinha a crença em um
único deus, as outras divindades eram neteru (plural de neter), o que podem ser chamados de "anjos de deus",
o que seriam vários aspectos de um mesmo deus. No governo de Amenófis IV foi pregado o monoteísmo,
porém não durou por muito tempo, pois após a sua morte a religião foi dispensa.

A religião era praticada em templos e santuários domésticos. A religião ainda é praticada atualmente, porém por
minorias. Okemetismo é uma reconstrução neopagã da religião ainda praticada atualmente.

Fontes
As fontes para o estudo da antiga religião egípcia são variadas, desde templos, pirâmides, estátuas, túmulos até
textos. Em relação às fontes escritas, os egípcios não deixaram obras que sistematizassem de forma clara e
organizada as suas crenças. Em geral, os investigadores modernos centram-se no seu estudo em três obras
principais, o Livro das Pirâmides, o Livro dos Sarcófagos e o Livro dos Mortos.

 O Livro das Pirâmides é uma compilação de fórmulas mágicas e hinos cujo objectivo é proteger o faraó
e garantir a sua sobrevivência no Além. Os textos encontram-se escritos sobre os muros dos corredores
das câmaras funerárias das pirâmides de Sakara. Do ponto de vista cronológico, situam-se na época da V e
VI dinastias;
 O Livro dos Sarcófagos, uma recolha de textos escritos em caracteres hieroglíficos cursivos no interior
de sarcófagos de madeira da época do Império Médio, tinha também como função ajudar os mortos no
outro mundo;
 Por último, o Livro dos Mortos, que inclui os textos das obras anteriores, para além de textos originais,
data do Império Novo. Esta obra era escrita em rolos de papiro pelosescribas e vendida às pessoas para
ser colocada nos túmulos.

Outras fontes escritas são os textos dos autores gregos e romanos, como os relatos de Heródoto (século V
a.C.) e Plutarco (século I d.C.).

Divindades
As várias divindades egípcias existentes caracterizavam-se pela sua capacidade de estar em vários locais ao
mesmo tempo e de sobreviver a ataques. A maioria delas era benevolente, com excepção de algumas
divindades com personalidade mais ambivalente como as deusas Sekhet e Mut.

Um deus poderia também assumir várias formas e possuir outros nomes. O exemplo mais claro é o da
divindade solar Rá que era conhecido como Kepra, representado como um escaravelho, quando era o sol da
manhã. Recebia o nome de Atum enquanto sol do entardecer, sendo visto como velho e curvado, um deus
esperado pelos mortos, que se aquecem com os seus raios. Durante o dia, Rá anda pela Terra como um falcão.
Estes três aspectos e outros setenta e dois são invocados numa ladainha sempre na entrada dostúmulos reais.

Estas divindades eram agrupadas de várias maneiras, como em grupos de nove deuses (as Enéades), de oito
deuses (as Ogdóades), ou de três deuses (tríades). A principal Enéade era a da cidade de Heliópolis presidida
pela divindade solar Rá.
Cosmologia e criação
O princípio do universo é a formação única de Deus, que não se fez do nada, e sim, autocriou seus aspectos.
Os aspectos de Deus, como dito anteriormente, chamam-se neteru(no singular: neter no masculino e netert no
feminino). Tudo vem a início de um líquido infinito cósmico chamado Nun (Nu ou Ny), este é o ser subjetivo.
Quando esse líquido se autocria e torna-se real, é Atum, o ser objetivo. Essa passagem é semelhante a
passagem de inconsciente para consciente do ser humano. Atum criou uma massa única universal, que deu
origem há uma explosão, porém pré-planejada. Atum também tem o poder de "tornar-se a si mesmo", que
segundo os antigos egípcios, é algo muito complicado para um humano, seria uma "obra divina". Mas isto é o
princípio da Terra. A oração para a transformação de Atum, é a seguinte:

Salutamos a vós, Atum!

Salutamos a vós, aquele que torna a si mesmo!


Vós sois em vosso nome o altíssimo!
Vós tornais em vosso nome Khepri, aquele que se torna si mesmo!.

Khepri, é um nome dado ao primeiro neter da Terra, Rá, o que é outra forma de Atum. Para criar a Terra, Rá deu
origem ao Sol da manhã, enquanto o Sol da tarde era Atum. Cuspiu Chu e Tefnut, que deram origem a ar e a
umidade. A seguir outro texto de "obra divina":

Fui anterior aos dois anteriores que criei, pois tinha prioridade sobre os dois anteriores que criei.

Visto que meu nome é anterior ao deles, porque criei-os antes dos dois anteriores.

Os próximos neteru a serem gerados eram Geb e Nut, que criaram os dois ambientes da Terra: o céu e a terra
(plana). Estes também deram origem aos quatro neteru da vida:Osíris, Ísis, Seth e Néftis. Osíris criou a vida no
além e todo o processo de jornada até o céu. Ísis é responsável por todos os seres vivos. Seth representa os
opostos, mas também coisas más, como ódio e caos. Néftis representa o deserto, a orientação, e o ato de
morte. A história desses quatro neteru é a origem do próximo a ser gerado. Lembrando que as próximas
histórias são semelhantes aos humanos porque esses neteru eram de espécies bem próximas aos humanos.
Existem milhares de versões, no geral a história é a seguinte: Osíris era o neter que criou o ciclo de vida e
morte, por isso governava a terra. Seth, movido a inveja, resolveu armar uma forma de matá-lo. Então, de forma
incerta, provavelmente mostrando outra intenção, o trancafiou em um caixão e jogou no Nilo para se perder e
ninguém nunca achar. Néftis percebeu isso e avisou Ísis, quando começaram a procurar e encontraram um
caixão, e recuperaram Osíris. Seth como era uma forma do mal, esquartejou a forma material de Osíris em 40
pedaços e espalhou-os por todo o deserto e no Nilo. Ísis, depois de muito tempo, conseguiu encontrar todos
eles, exceto o pênis, que foi devorado por três peixes. Então, Osíris uniu-se a Ísis e gerou um filho, a primeira
ideia de "imaculada concepção", ela ficou conhecida com "Virgem Ísis". O filho era Hórus, o herdeiro que então
lutou contra Seth, perdendo um olho na batalha, mas consegui vencê-lo. Esse olho ficou conhecido
como "Olho de Hórus", que foi reconhecido como símbolo de proteção pelos egípcios. A seguir uma
oração relacionada a isso:

Ó benevolente Ísis

que protegeu o seu irmão Osíris,


que procurou por ele incansavelmente,
que atravessou o país enlutada,
e nunca descansou antes de tê-lo encontrado.
Ela, que lhe proporcionou sombra com suas asas
e lhe deu ar com suas penas,
que se alegrou e levou o seu irmão para casa.
Ela, que reviveu o que, para o deseperançado, estava morto,
que recebeu a sua semente e concebeu um herdeiro,
e que o alimentou na solidão,
enquanto ninguém sabia quem era...

Hórus também era conhecido como o "salvador da humanidade". Depois disso, Seth se tornou um neter menor.
Também há histórias dizendo que Hórus encarnou na terra e mostrou ensinamentos à humanidade. Ele seria
guiado pela estrela Sirius e presenteado em seu nascimento por três reis, que seriam representados pelas Três
Marias. Também fez milagres na terra, como andar sobre as águas do Nilo. Em outra versão, teria ressuscitado
um homem chamado El-Azar-Us. Foi morto pelo faraó (por inveja deste) e também teria ressuscitado alguns
dias depois. Fora da terra, teria se casado com Hator.

Os templos

Pilone do Templo de Luxor


Pilone do Templo de Edfu visto desde o pátio

Os templos no Antigo Egipto eram entendidos como os locais onde residia a divindade (hut-netjer, "casa do
deus"), que poderia ser acompanhada pela sua família e por outras Divindades, sendo por isso muito diferentes
dos modernos edifícios religiosos onde se congregam os crentes.

Os templos dos períodos mais antigos da história do Antigo Egipto, como o Império Antigo e o Império Médio,
não chegaram em bom estado até aos dias de hoje, pelo que são as construções do Império Novo e da época
ptolomaica que permitem o conhecimento da estrutura dos templos. Na estrutura "clássica" dos templos
egípcios podem ser distinguidas três partes: o pátio, as salas hipóstilas e o santuário.

À entrada de um templo encontravam-se obeliscos e estátuas monumentais, que antecediam o pilone. Nos
templos do Império Novo é comum a existência de uma avenida de acesso ladeada por esfinges com corpo
de leão e cabeça de carneiro (que se acreditava protegerem o templo e o deus), na qual desfilava a procissão
em dias de festa.

Um pilone era uma porta monumental composta por duas torres em forma de trapézio, entre as quais se situava
a entrada propriamente dita. Nas paredes do pilone representavam-se as divindades ou muitas vezes a cena
clássica na qual se vê o faraó a atacar os inimigos do Egipto.

Passado o pilone existia uma grande pátio (uba), a única zona acessível ao público, onde a estátua da
Divindade era mostrada nos dias de festa. O pátio era rodeado por colunas e possuía por vezes um altar (aba),
onde se efectuavam os sacrifícios.

Este pátio precedia uma sala hipóstila (ou seja uma sala de colunas), mais ou menos imersa na escuridão, que
antecedia outros salas onde se guardavam a mesa de oferendas e a barca sagrada. Finalmente, achava-se o
santuário do deus (kari). Se os faráos entedessem ampliar um templo construiam-se novas salas, átrios e
pilones.

Os templos mais importantes poderiam possuir um lago sagrado, nilómetros, Per Ankh Casas de Vida,
armazéns e locais para a residência dos sacerdotes.

O culto nos templos


Teoricamente o rei egípcio tinha o dever de realizar a liturgia em cada templo. Uma vez que era fisicamente
impossível para o rei estar presente em todos os templos que existiam no Egipto, o soberano nomeava
representantes para realizar as cerimónias a Deus. Os reis só visitavam os templos em ocasiões especiais
associadas a festivais, o que não impede que sejam representados nos templos fazendo oferendas as
Divindades.

A vida nos templos seguia o curso da vida normal. Antes do nascer do sol, abatiam-se os animais que seriam
oferecidos as Divindades. Os sacerdotes purificavam-se com água e vestidos com trajes brancos entravam em
procissão no templo. No pátio do templo os sacerdotes apresentavam as suas oferendas e queimavam incenso.
Um sacerdote dirigia-se ao santuário da Divindade, uma sala especialmente consagrada, localizada na parte
mais reservada do templo. Aqui o sacerdote acendia um archote e abria o naos, tabernáculo onde se guardava
a estátua da Divindade. O sacerdote apresentava-se a Divindade e anunciava vir cumprir os seus deveres.
Limpava o tabernáculo, queimava incenso, lavava a estátua e aplicava sobre ela óleos, vestia-a, maquilhava-a e
colocava-lhe a coroa. Terminado este processo o sacerdote coloca a estátua no naos, abandonando a sala
apagando o archote e as pegadas que fez. Ao meio-dia poderia ser feita uma nova cerimónia na qual se
oferecia alimentos.

Sacerdotes

Sacerdotes vestidos com pele de leopardo realizam rituais de purificação. Túmulo de Userhat. XIX Dinastia

No Antigo Egipto não existiu uma estrutura sacerdotal centralizada; cada Divindade possuía um grupo de
homens e mulheres dedicados ao seu culto. O termo mais comum para designar um sacerdote em egípcio
era hem-netjer, o que significa "Servo de Deus".

Não se sabe em que época da história egípcia se estruturou o grupo sacerdotal. Na época do Império Antigo os
sacerdotes não estavam ainda organizados em corpos fixos como sucederá no Império Novo. De acordo com
os Textos das Pirâmides, datados do Império Antigo, os reis tinham cinco refeições diariamente, três no céu e
duas na terra; estas últimas estavam a cargo dos sacerdotes funerários.

As fontes do Império Novo mostram que os sacerdotes estavam organizados em quatro grupos (em
grego: phyles), cada um dos quais trabalhava durante um mês cada três meses. Durante os oito meses que
tinham livres, os sacerdotes levavam uma vida comum inserida na comunidade, junto das suas esposas e filhos.

O clero egípcio estava estruturado de forma hierárquica. O rei era em teoria o líder de todos os cultos egípcios,
mas como já foi referido este delegava o seu poder a outro homem devidamente preparado por Deus, o Sumo
Sacerdote, que na hierarquia era seguido do segundo sacerdote, por sua vez seguido do terceiro e quartos
sacerdote. O grupo seguinte era o dos "pais divinos" e dos "puros". Existiam também os sacerdotes leitores, os
que calculavam o momento ideal para realizar um determinada cerimónia através da observação do sol
("horólogos") e os que determinavam os dias fastos e nefastos ("horóscopos"). Finalmente, pode distinguir-se
um grupo dedicado aos serviços de manutenção do templo (imiu-seté).

As mulheres também trabalhavam nos templos seguindo o mesmo regime de rotatividade dos homens.
Frequentemente estas mulheres eram esposas dos sacerdotes. As mulheres poderiam ser cantoras (chemait),
músicas (hesit) ou dançarinas (khebait). Durante o Império Antigo e o Império Novo muitas mulheres da classe
abastada serviram a deusa Hathor. No culto de Amon o cargo mais importante ocupado por mulheres era o de
"Adoradora Divina". As mulheres que ocuparam este cargo foram filhas ou irmãs do faraó governante.

Kemetismo
Kemetismo é um termo para o paganismo egípcio. Tem diferentes vertentes.Uma delas é a religião
desenvolvida nos Estados Unidos em 1988 por Tamara Siuda. Esta vertente cultiva as crenças e práticas
da antiga religião egípcia adaptadas aos tempos atuais, sendo considerada uma religião revivalista e de matriz
africana. Também chamada de Ortodoxia Kemética, a religião cultiva todos os aspectos da religião do Antigo
Egito, sendo, portanto, uma religiãomonólatra, ou seja, acredita-se em vários deuses, porém, que partem de
somente uma força divina. Essa "força divina" é Netjer, sendo os antigos deuses egípcios
como Rá, Ísis, Osíris e Anúbis aspectos ou Nomes de Netjer, usando-se os termos plurais Netjeru para os
deuses e Netjeret para as deusas.
História
O Kemetismo se desenvolveu na década de 1970, com a ascensão do neopaganismo nos Estados
Unidos. Tamara Siuda, em um ritual de iniciação wiccano recebeu uma visão na qual, alegou ter sido chamado
pelos antigos deuses egípcios para reviver sua adoração. Tamara abandonou a wicca para estudar a adoração
na antiga religião egípcia com alunos em 1988, nascendo a Ortodoxia Kemética que é a principal e oficialmente
reconhecida religião kemética, sendo representada no Parliament of World Religions na Cidade do Cabo, África
do Sul em 1999. Três grupos keméticos modernos possuem relação histórica com a Ortodoxia Kemética, são
eles: Akhet Hwt-Hrw, Per Ankh e Per Heh. No entanto, a Ortodoxia Kemética não considera-se uma verdade
filosófico-religiosa absoluta, considerando e respeitando todas as outras verdades filosófico-religiosas como
igualmente válidas e, como consequencia disso, a Ortodoxia Kemética rejeita o proselitismo religioso.

Etimologia
O nome Kemetismo vem de kemet, que significa Terra Negra, sendo a forma de como o Egito era chamado na
época dos faraós.

Os cinco pilares da Ortodoxia Kemética


A Ortodoxia Kemética baseia-se em 5 pilares[1]:

 Ma'at: a justiça, a verdade, a ordem e o equilíbrio


 Netjer: a força divina, da qual os Deuses (Netjeru) e Deusas (Netjeret) são aspectos ou Nomes
 Akhu: os ancestrais
 Nisut: o líder espiritual e administrativo
 A Comunidade, praticante da religião.

Práticas
A Ortodoxia Kemética possui dois tipos de prática: a Prática Estatal que consiste na realização de rituais e
celebrações por sacerdotes específicos, do jeito mais fiel possível aos que os antigos sacerdotes egípcios
faziam. Na Prática Estatal também são celebrados os mesmos festivais formais que eram celebrados na Antiga
religião egípcia, tudo sob o controle e orientação dos sacerdotes, e são justamente essas formalidades fieis às
formalidades antigas que dão o caráter "ortodoxo" da religião, que conta inclusive com um calendário kemético,
sendo a celebração mais importante o Wep Ronpet que é o ano novo kemético, que acontece geralmente entre
em Julho e Agosto quando começa a cheia do rio Nilo. Já a Prática Pessoal, consiste em altares pessoais que
os fieis fazem e ali realizam seus rituais diários, orações, adorações espontâneas, etc, além de suas próprias
experiências cotidianas com a espiritualidade kemética.

Hierarquia
A Ortodoxia Kemética possui uma rígida hierarquia, a saber:

 Iniciantes: São aqueles que foram admitidos na classe de iniciantes, onde aprendem tudo sobre a
religião e tem seu primeiro contato com a comunidade kemética, sendo ensinados, orientados e auxiliados
por sacerdotes. Após o término da classe de iniciantes, a pessoa pode decidir tornar-se um Remetj caso
tenha identificado-se com a religião, ou pode recusar caso não tenha identificado-se.
 Remetj: São aqueles que passaram pela classe de iniciantes e decidiram tornar-se membros, porém
sem converterem-se totalmente.
 Shemsu: São os Remetj que decidiram comprometer-se totalmente com a Ortodoxia Kemética. Para
tanto, previamente passaram pelo RPD (Rito de Divinação Parental) no qual a Nisut descobre quais Nomes
de Netjer(Deuses egípcios) são os Pais divinos e Amados divinos da pessoa. Após o RPD, a pessoa decidiu
ser um seguidor de seus Deuses pessoais que apareceram em seu RPD, fez juramentos e então participou
da Cerimônia de Nomeação na qual seu(s) Pai(s) divino(s) lhe deram um nome espiritual, ou nome de
Shemsu. Esse nome espiritual é divinado pela Nisut e é relacionado ao(s) Pai(s) divino(s) da pessoa, que
então finalmente é apresentada à comunidade kemética como um novo Shemsu. No entanto, ninguém é
obrigado a tornar-se Shemsu; um Remetj pode passar pelo RPD e decidir continuar como Remetj.
 Shemsu-Ankh: São todos os Shemsu que decidiram dedicar boa parte de seu tempo à comunidade da
religião, passando por novos ritos de passagem e juramentos especiais à fé como o Weshem-ib que
significa "pesagem do coração", podendo então desempenhar alguma função coletiva e ou serem
ordenados em sacerdócios específicos como o sacerdócio W'ab e o sacerdócio Imakhu.
 Nisut: É o líder espiritual e administrativo, função que no passado era desempenhado pelo faraó, e
atualmente desempenhada pela própria fundadora da religião, Tamara Siuda, que é também egiptóloga,
trazendo conhecimento científico para basear a fé, os ensinamentos, os ritos e a estrutura da Ortodoxia
Kemética. Seu título simplificado como Nisut é Hekatawy I. Obs: ela não é considerada um faraó e nem
infalível, tampouco uma divindade.

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