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Universidade Virtual do Estado de São Paulo

Nomes: Benedita Juliana Borse Toledo (RA:1706820)


Daniel Nogueira (RA:1704137)
Gabriela Pelisson Guimarães (RA 1709027)

Incêndios na Amazônia e a ação humana no tempo e no espaço:


Uma proposta de vídeo-aula para turma do 5º ano do Ensino
Fundamental

Morungaba-SP
2019
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Universidade Virtual do Estado de São Paulo

Incêndios na Amazônia e a ação humana no tempo e no espaço:


Uma proposta de vídeo-aula para turma do 5º ano do Ensino
Fundamental

Relatório parcial apresentado na disciplina de


Projeto Integrador para a Pedagogia IV –
TPS006, para o curso de Licenciatura em
Pedagogia da Fundação Universidade Virtual
do Estado de São Paulo (UNIVESP)

Profa. Dra. Tatiâny Kárita Bonzanini

Morungaba-SP
2019
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GUIMARÃES, Pelisson Gabriela; NOGUEIRA, Daniel; TOLEDO, Borse Juliana


Benedita. Incêndios na Amazônia e a ação humana no tempo e no espaço: Uma
proposta de vídeo aula para turma do 5º ano do Ensino Fundamental (Licenciatura
em Pedagogia) – Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Polo: Morungaba,
2019.

RESUMO

O presente relatório apresenta a proposta de uma vídeo-aula com conteúdo sobre


povos e culturas, que trabalha com História e Geografia, tendo lugar e tempo como
conceitos estruturantes. A vídeo-aula é direcionada a alunos do 5º ano do Ensino
Fundamental e tem como tema os incêndios na Amazônia e a ação humana no
tempo e no espaço.

Palavras-chave: vídeo-aula, povos, culturas, história, geografia, lugar, tempo,


Amazônia, incêndios.
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GUIMARÃES, Pelisson Gabriela; NOGUEIRA, Daniel; TOLEDO, Borse Juliana


Benedita. Amazon fires and human action in time and space: A video class
proposal for the 5th grade class (Degree in Pedagogy) – Universidade Virtual do
Estado de São Paulo. Polo: Morungaba, 2019.

ABSTRACT

This report presents the proposal of a video class with content on peoples and
cultures, which works with History and Geography, taking place and time as
structuring concepts. The video lecture is aimed at students in the 5th grade of
Elementary School and has as its theme the fires in the Amazon and human action in
time and space.

Keywords: video class, peoples, cultures, history, geography, place, time, Amazon,
fires.
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 06
2. OBJETIVOS 06
3. DESCRIÇÃO DAS OBSERVAÇÕES 07
4. ANÁLISES E DISCUSSÕES 08
5. CONTRIBUIÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DO PROJETO INTEGRADOR 09
5.1 Informações didáticas e metodológicas 09
5.2 Informações temáticas 11
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 15
REFERÊNCIAS 16
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1- INTRODUÇÃO
A atividade proposta nesse trabalho é relatar as informações necessárias
para a elaboração de uma vídeo-aula a ser preparada tendo como tema os
Incêndios na Amazônia no ano de 2019 e sua relação com a ação humana no tempo
e no espaço.
As informações são: dados específicos sobre o problema dos incêndios
(notícias da mídia em geral e dados bibliográficos), dados levantados da observação
de campo de aulas dadas para 5ºs anos e informações didático-pedagógicas sobre
esse público alvo: crianças de nove e dez anos de idade – perfil, como aprendem, o
que as motiva e atrai, ideias e possibilidades de recursos a serem utilizados,
especialmente recursos ligados a aulas digitais.
Essas informações são imprescindíveis para que se possa desenvolver uma
aula que seja interessante, relevante, que desperte e motive o aprendizado de
conteúdos ligados aos conceitos de lugar e tempo nas disciplinas de história e
geografia, e que conecte os alunos à realidade social e cultural onde estão inseridos.

2. OBJETIVOS
O objetivo principal dessa coleta de informações é desenvolver e propor uma
vídeo-aula que atenda demandas curriculares nacionais, especialmente nas áreas
de história e geografia, que mobilize os alunos a um aprendizado prático que os
torne protagonistas sociais, atuantes no meio em que vivem, e que seja interessante,
criativa e envolvente.
De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), umas das
competências específicas de ciências humanas para o ensino fundamental é
“Identificar, comparar e explicar a intervenção do ser humano
na natureza e na sociedade, exercitando a curiosidade e
propondo ideias e ações que contribuam para a transformação
espacial, social e cultural, de modo a participar efetivamente
das dinâmicas da vida social”.
É oportuno, portanto, abordar os problemas recentes dos incêndios florestais,
despertando nos alunos um espírito de cidadania.
Ainda de acordo com propostas da BNCC, através desse tema de vídeo-aula,
as crianças terão oportunidade de desenvolver o pensamento espacial e
cartográfico, ao lidar com a localização das florestas.
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Temos como objetivo também desenvolver o aprendizado na prática da


elaboração de planos de aula, especialmente de vídeo-aulas, visto que seu uso é
uma realidade crescente em nossos dias.

3. DESCRIÇÃO DAS OBSERVAÇÕES


A escola visitada foi a Escola Municipal de Ensino Fundamental Antônio
Rodrigues da Silva, localizada no Município de Morungaba, no Estado de São Paulo.
A escola contém 20 turmas, sendo que 3 turmas são do 5º ano. Foram observadas
aulas dadas para os três 5ºs anos, pelas professoras Ana Maria Flaibam, Rosângela
Frare e Ana Carolina Galvão.
Os principais conteúdos abordados que se relacionam com o presente tema
do Projeto Integrador foram preservação do meio ambiente e ecossistema,
problemas como aquecimento global, efeito estufa e chuvas ácidas e a importância
da reciclagem.
Foi possível perceber que os conteúdos eram bem adequados às turmas,
pois as crianças demonstravam compreender claramente o que estava sendo
tratado.
A metodologia adotada foi predominantemente leitura de textos e discussão e
conversas com os alunos. O recurso didático utilizado restringiu-se às apostilas,
cadernos e lápis e canetas.
Por um lado, percebia-se que os alunos tinham interesse pelo assunto, visto
principalmente pela interação com as professoras, pelas perguntas e comentários
que realizavam. Por outro lado, pudemos notar que alguns alunos estavam
dispersos e desinteressados, outros tinham comportamentos que atrapalhavam a
aula e demandavam que as professoras corrigissem o comportamento com certa
frequência.
Os assuntos eram de grande interesse dos alunos – limpeza das praias,
elevação gradual da temperatura no planeta, futura escassez de água, etc., mas
recursos didáticos adequados para essa faixa etária não foram utilizados, tais como
vídeos, filmes e saídas para contato direto com a natureza.
As salas de aulas estavam organizadas, basicamente, de duas formas:
algumas vezes com o tradicional modelo dos alunos enfileirados e o professor
falando à frente, ou com os alunos sentando em duplas, com o professor na mesma
posição.
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As linguagens utilizadas foram predominantemente falas, discursos, trocas de


ideias, perguntas e respostas. Algumas perguntas e dúvidas eram respondidas pelas
professoras, outras, nos momentos em que as salas estavam mais agitadas, eram
ignoradas e os alunos eram convidados a ficar em silêncio.

4. ANÁLISES E DISCUSSÕES
Consideramos que os objetivos das professoras – conscientizar sobre o papel
de cada um na preservação do meio ambiente, na redução de fatores que causam
aquecimento global, efeito estufa e chuvas ácidas e na contribuição para a
reciclagem – foram parcialmente atingidos. Ficou evidente que os alunos, até certo
ponto, compreenderam que devem cumprir com tais responsabilidades. Entretanto
ficou a impressão de que, por terem sido expostos apenas aos métodos
“tradicionais” de ensino (transmissão de informações), não foram afetadas em seus
sentidos e emoções, e não se sentiram pessoalmente impactados e
responsabilizados diante dos desafios que foram apresentados. Faltou um
despertamento mais intenso da cidadania responsável e atuante na área
socioambiental.
Temos percebido através de estudos teóricos e demonstrações práticas que o
aluno aprende fazendo, atuando como protagonista no processo de ensino-
aprendizagem, e não apenas sendo colocado na posição de ouvinte passivo que
recebe informações. Nesse quesito, parece-nos que a abordagem didática vista em
sala de aula deixou a desejar.
Percebemos também que nenhum fato social relevante foi levantado como
tema para discussão – tal como o problema das queimadas que tanto foi ventilado
na sociedade brasileira ao longo do ano de 2019. Isso contraria as mais recentes
propostas de ensino, inclusive para as áreas de história e geografia: desenvolver as
competências de:
“analisar o mundo social, cultural e digital e o meio técnico-
científico-informacional com base nos conhecimentos das
Ciências Humanas, considerando suas variações de significado
no tempo e no espaço, para intervir em situações do cotidiano
e se posicionar diante de problemas do mundo
contemporâneo... Identificar, comparar e explicar a intervenção
do ser humano na natureza e na sociedade, exercitando a
curiosidade e propondo ideias e ações que contribuam para a
transformação espacial, social e cultural, de modo a participar
efetivamente das dinâmicas da vida social” (BNCC).
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5. CONTRIBUIÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DO PROJETO INTEGRADOR

5.1 Informações didáticas e metodológicas


Pesquisas realizadas sobre a didática adequada para alunos do 5º ano –
nove anos de idade completos – trazem importantes contribuições para o
planejamento da vídeo-aula.
Inicialmente, contatamos que crianças dessa faixa etária precisam ser
constantemente desafiadas: um problema difícil ou uma questão mais complexa em
sala de aula motiva-os a pesquisar novas fontes, estudar e encontrar soluções. Boas
dicas para isso são os jogos e gincanas, atividades de charadas ou um dever em
forma de desafio!
Outra ideia simples e que pode ser eficaz é a mudança de cenário da sala de
aula, pois pode renovar ou despertar a atenção e o interesse dos estudantes. Uma
aula de História pode ter como cenário um museu da cidade, assim como uma aula
de Biologia pode muito bem ser encaixada no parque mais próximo. Essas são
ótimas formas de transformar a rotina em sala de aula e garantir maior
engajamentos dos alunos.
Nesses tempos pós-modernos, acrescenta-se, é altamente recomendável o
uso da tecnologia em sala de aula. Vale também trazer novidades na rotina da
escola. Hoje, com o processo de atualização e modernização dos métodos de
ensino, uma série de ferramentas tecnológicas surgiram para aproximar o
aprendizado da rotina desses jovens. Um desses meios é a inserção da leitura
digital que incentiva os estudantes a ter contato com livros em diversos formatos.
Pesquisamos também informações específicas sobre o que é uma vídeo-aula.
Segue as principais descobertas que poderão contribuir com o plano de aula a ser
desenvolvido. Em primeiro lugar, notamos que vídeo-aulas são consideradas
tendências no meio da educação. Devido à facilidade de acesso as informações e o
mundo digital é possível encontrar informação em qualquer local.
Com a rotina do dia a dia e o uso dos dispositivos tecnológicos ficou muito mais fácil
manter-se atualizado. Com este intuito as vídeo-aulas vem com propósito de ensinar
a distância.
Em segundo lugar, percebe-se maior facilidade no aprendizado: pela vídeo-
aula é possível despertar interesse no aluno. Sem esforço excessivo é mais fácil que
o candidato tenha mais interesse pelo conteúdo. De modo geral, isto garante que o
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aprendizado seja mais fácil. O estudo através de recursos audiovisuais é a melhor


maneira de aprender de modo eficiente.
Em terceiro lugar, a possibilidade de uso de vários recursos em uma vídeo-
aula pode aumentar o engajamento do aluno. A adição de novas ferramentas
permite um envolvimento maior e influência na motivação dos participantes.
Destaca-se também, por último, que uma importante contribuição do uso de
vídeo-aulas é a facilidade de acesso. Muita gente deixa de fazer um curso
justamente pela dificuldade de locomoção. Com cursos online o aluno pode verificar
as vídeo-aulas de qualquer local, desde que possa acessar a Internet, podendo
estuar de forma rápida e eficiente.
Além de buscarmos informações sobre faixa etária e sobre a importância do
ensino digital, foi produtivo levantarmos informações sobre como produzir uma
vídeo-aula. Notamos alguns passos importantes nesse processo de produção.
O primeiro passo diz respeito ao planejamento: antes de iniciar uma vídeo-
aula é fundamental ter um planejamento para sucesso do conteúdo. A ideia é
planejar cada item de modo cronológico. Um plano de aula pode servir para ajudar
no roteiro e no objetivo da aula. Com o planejamento é possível focar de modo
objetivo e conciso.
Outro passo é a verificação da linguagem adequada. Para falar com os
alunos é preciso que a linguagem esteja adequada ao seu público. O uso de gírias
também pode influenciar na qualidade do seu material.
Em seguida deve-se focar no tema. O conteúdo também precisa ser bem
segmentado. Ao definir é fundamental se possua experiência e entendimento.
Quanto à gravação de vídeo-aulas, notamos alguns cuidados para garantir o
aprendizado dos alunos: mantenha atenção na velocidade da fala. O ideal é falar
pausadamente. Em uma vídeo-aula os alunos não estão presentes, portanto, eles
não podem interromper para tirar dúvidas. O ideal é se esforçar para falar de forma
clara. Além disso, é necessário ser breve. O ideal é sempre manter o foco no
assunto e tentar ser sempre claro.
Não é necessário um local profissional para a gravação. Mas é importante
que o ambiente seja claro. Na hora de gravar é preferível escolher uma posição
confortável.
Equipamentos para uma gravação de qualidade, deve-se optar por boas
ferramentas. Embora uma câmera profissional possa ser cara, os smartphones
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podem ser usados, desde que tenham uma resolução de câmera mais alta. É
possível configurar o dispositivo a melhor qualidade, levando em conta que o
ambiente também pode ajudar. Os microfones também facilitam a gravação e
garantem um áudio limpo. Para quem vai investir em material novo, vale comprar os
microfones direcionais.
Existem bons programas disponíveis para gravação e edição:
ActivePresenter, Camtasia Studio, Cyberlink PowerDirector, IMovie, Ocam,
Screenflow e Windows Movie Maker, por exemplo.
Por fim, quanto à gravação de vídeos criativos e interessantes, notamos que
não existe uma fórmula mágica. Mas pode-se seguir essas dicas para tornar o
resultado bem interessante. Primeira: falar sobre os próprios interesses! Este é um
ótimo jeito de começar, pois quando se tem domínio do assunto é mais fácil, e a
possibilidade de falar com paixão é maior. Isso acrescenta realismo e emoção dando
personalidade ao vídeo. Segunda: contar histórias. As pessoas adoram ouvir
histórias, isso as inspira.

5.2 Informações temáticas


Entendemos que o tema pensado para a vídeo-aula – queimadas na
Amazônia – é de extrema importância pedagógica para os alunos do 5º ano do
Ensino Fundamental. Elas estão intensamente ligadas com a realidade das crianças,
concordando com a colocação de Frezza e Silva (2010, p.46): “As noções de tempo
e espaço estão nas atividades mais cotidianas e podem ser exploradas com as
crianças a fim de promover o seu desenvolvimento. É um dos elementos
fundamentais que constituem a inteligência da criança pequena, elementos
essenciais de sensibilidade da realidade”.
As florestas tropicais brasileiras são consideradas imensas fronteiras de
megabiodiversidades, entre outros atributos. Não podemos simplesmente ignorar a
gravidade dos problemas ambientais, geográficos e, porque não, históricos, que
estão cada vez mais minando a capacidade de renovação dos ecossistemas,
causados pelos incêndios florestais.
Em tempos de seca, floresta é combustível. Historicamente, durante a
estação de menor incidência de chuvas, tipicamente compreendida entre os meses
de julho e setembro, grande quantidade de focos de incêndios são detectados pelos
satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Os incêndios florestais
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e o uso do fogo em sistemas agrícolas afetam o equilíbrio dos ecossistemas, a


saúde humana, e consequentemente, o planeta. Este equilíbrio é influenciado pelo
acelerado crescimento populacional, mudanças no padrão de consumo e
intensificação das atividades econômicas e tecnológicas, capazes de exercerem
pressões sobre o nível de qualidade de vida das populações expostas.
Estudos científicos mostram que as queimadas desta região geralmente
decorrem do modelo de ocupação e uso do solo, com o desmatamento de grandes
áreas e consequente queima da vegetação, tanto de pastagem quanto de floresta
primária para preparo da terra ao plantio. A prática é comum na agropecuária
nacional, principalmente na região do Cerrado e da Amazônia Legal.
Do ponto de vista prático, as queimadas quando utilizadas em áreas com
pastagens visam à renovação ou recuperação da vegetação utilizada para a
alimentação do gado, eliminando ervas daninhas e adicionando nutrientes ao solo,
oriundos da biomassa queimada. Entretanto, no longo prazo, essa prática provoca
degradação físico-química e biológica do solo, e traz prejuízos ao meio ambiente.
O que causa estranheza é que nos eventos de 2019, porém, é que a seca
não se mostra tão severa como nos anos anteriores e tampouco houve eventos
climáticos extremos, como o El Niño, que justifiquem um aumento considerável nos
focos de incêndio. Além disso, os tempos de seca mais severos ocorrem geralmente
no mês de setembro. Ou seja: a mão do homem pesou, e muito, para a alta neste
ano. Os incêndios no Brasil estão diretamente relacionados com o aumento do
desmatamento, além da diminuição nas fiscalizações ambientais. Segundo
a Euronews, os incêndios florestais aumentaram à medida que o setor agrícola
"entrava na bacia amazônica e estimulava o desmatamento”. Muitos incêndios são
causados por agricultores, que realizam queimadas desmatar legal ou ilegalmente a
terra para implantação de pastos para a pecuária. Desde 2010, quando a região
passou por uma seca e teve 43 mil km² de áreas queimadas, a floresta não passava
por um desastre de tamanha dimensão.
A floresta também influencia o ciclo da água em uma escala regional e,
talvez, até global. Quando a umidade sai do Oceano Atlântico, ela cai na floresta
como chuva. Essa água é sugada por raízes profundas, depois se move pelas
plantas e pela superfície das folhas antes de retornar à atmosfera. Ventos soprando
sobre as irregulares copas das árvores da floresta criam turbulência, o que permite
que a atmosfera absorva mais umidade, mas os especialistas temem cada vez mais
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que essa delicada transferência possa entrar em colapso. A perda de apenas mais
uma fração dessa floresta geradora de umidade poderia tornar seca uma fração
ainda maior dela, o que reduziria ainda mais as chuvas, em uma espiral
autossustentável. As mudanças climáticas, as décadas de desmatamento e o
desmatamento por incêndios intencionais já provocaram secas recordes em 2005,
2010, e 2015-2016.
Por que a Amazônia importa? A Amazônia tem 60% de sua área no Brasil e é
a maior floresta tropical do mundo. É considerada um grande centro de
biodiversidade, com muitas plantas e animais que só podem ser encontrados ali. A
densa floresta absorve uma quantidade enorme do dióxido de carbono produzido
mundialmente. Esse é o gás que, segundo estudos, é o maior causador das
mudanças climáticas. De acordo com os cientistas, preservar a Amazônia é vital
para combater o aquecimento global.
Os incêndios florestais no Brasil atingiram o seu pico desde pelo menos 2013,
tendo aumentado 84% em 2019 até 23 de agosto, comparado com o mesmo período
do ano anterior, de acordo com o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Houve 78.383 incêndios neste ano, quase metade deles apenas em agosto.
A Amazônia possui um ecossistema único e insubstituível, sendo a maior
detentora da maior rede de rios do globo. São 6,7 milhões de quilômetros que se
estendem por nove países e abrigam 10% das espécies do planeta. O bioma ajuda a
estabilizar o clima, o ciclo da água do planeta, gera alimentos e garante água e
energia para toda região. Ela é o lar de 34 milhões de pessoas, incluindo mais de
350 povos indígenas, alguns deles vivendo em isolamento voluntário.
Qual o papel da Amazônia na oferta de água e na luta contra o aquecimento
global? A Amazônia é peça fundamental contra a crise climática, pois possui as
maiores reservas de carbono do mundo. Em caso de desmatamento, há a liberação
de milhões de toneladas de gases de efeito estufa, piorando o cenário climático. A
floresta ainda recicla sua própria água, gera umidade e permite um clima adequado
na América do Sul, mesmo em regiões mais afastadas. Ela também abriga 20% da
água doce do planeta.
Cientistas temem que a continua destruição da Amazônia possa chegar a um
ponto de não retorno, quando a região chegaria a um ciclo de rebaixamento de
floresta para savana. O cientista brasileiro Carlos Nobre acredita que de 15% a 17%
de toda a Amazônia já foi destruída. Primeiro, pesquisadores pensavam que esse
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ponto de não retorno seria 40%. Mas isso mudou com o aquecimento global, o
aumento de temperaturas da Amazônia e os incêndios. Hoje, acredita-se que esse
ponto seja entre 20% e 25%. Se esse ponto for atingido, essa regressão de status
da floresta durará de 30 a 50 anos, um período em que 200 bilhões de toneladas de
dióxido de carbono serão jogados na atmosfera, segundo Nobre, tornando difícil
para o mundo manter o aumento de temperatura entre 1,5 e 2 graus Celsius, a meta
para evitar efeitos mais devastadores do aquecimento global.
Quais são as zonas mais afetadas pelos incêndios? Os incêndios recentes
devastaram áreas enormes da Amazônia no Brasil e na Bolívia e outras regiões,
como o Bosque Chiquitano, o Chaco, o Pantanal e o cerrado (também atingindo o
Paraguai).
O impacto causado pelos incêndios na Amazônia é enorme. Os incêndios
podem aumentar a crise climática por conta das emissões de carbono provenientes
da queima de matéria orgânica. As áreas afetadas serão mais vulneráveis às secas,
inundações e outros efeitos das mudanças climáticas devido à falta de cobertura
vegetal. A perda de floresta reduzirá também a capacidade de absorção do dióxido
de carbono. A geração e a dispersão da fumaça comprometem a qualidade do ar de
regiões próximas e afastadas. Os incêndios provocam a morte de milhares de
animais e plantas que habitam a região, e prejudica o habitat das espécies
sobreviventes. Eles causam graves problemas sociais, econômicos e de saúde
pública. Os meios de vida de pequenos produtores locais e povos indígenas estão
ameaçados pelo avanço das chamas. O aumento das queimadas e do
desmatamento gera diminuição da evapotranspiração da Amazônia. Também está
em risco a água, pois as florestas são as principais captadoras desse recurso e são
responsáveis por abastecer as fontes que, finalmente, levam esse recurso até as
cidades.
O que cada pessoa pode fazer para ajudar? Manter-se informado sobre o que
acontece na Amazônia e as ameaças que ela enfrenta. Usar o poder das suas redes
sociais para compartilhar informações com familiares, amigos e conhecidos. Incluir
mais opções vegetarianas em suas dietas e escolher produtos que não estejam
associados ao desflorestamento. Exigir do governo e autoridades competentes que
implementem ações urgentes para deter o desmatamento na maior floresta tropical
do planeta são algumas das opções viáveis a serem feitas pela população em geral.
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Diante das diretrizes da cidadania, sustentabilidade, ação responsável,


convém selecionar e traduzir essas importantes informações sobre Amazônia,
queimadas e a ação humana, para conscientização dos alunos. Desde os anos
iniciais do Ensino Fundamental é importante que estejam conscientes e sejam
protagonistas nas ações de preservação do meio ambiente e busca pela qualidade
de vida dos animais e dos seres humanos. É papel da educação escolar “propiciar
aos alunos a capacidade de interpretar o mundo, de compreender processos e
fenômenos sociais, políticos e culturais e de atuar de forma ética, responsável e
autônoma diante de fenômenos sociais e naturais” (BNCC).
Assim sendo, propomos essa abordagem para a vídeo-aula: “Incêndios na
Amazônia e a ação humana no tempo e no espaço”, entendendo que ela atingirá
exigências curriculares, demandas sociais e o interesse dos alunos.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesse relatório pudemos desenvolver e propor o “tripé estrutural” da vídeo-
aula, considerando: (1) A pesquisa de campo, que apontou para a necessidade de
se elaborar aulas participativas, diversificadas, criativas e envolventes. (2) A
pesquisa didática e tecnológica, que indicou métodos e abordagens adequados para
crianças de nove e dez anos de idade, bem como a importância, maneiras e
cuidados no uso de recursos audiovisuais. (3) A pesquisa de um tema de relevância
prática e social, a saber, as queimadas na Amazônia e sua relação com a ação
humana, sendo que essa temática está alinhada com as propostas curriculares
nacionais.
Com essas informações, pretendemos elaborar uma vídeo-aula interessante
e relevante, que enriqueça os conhecimentos das crianças acerca dos conceitos de
espaço e tempo, relacionados com as disciplinas de história e geografia, e as
conscientize e conduza a uma postura ativa de preservação do meio ambiente!
Como já foi colocado por Frezza e Silva (2010, p.52):
Os problemas de espaço e tempo que as crianças enfrentam
não envolvem complicados conteúdos da física, mas se
referem a coordenar movimentos em suas ordens temporal e
espacial, enfim, em organizar os comportamentos confrontando
aspectos subjetivos (influenciados pelo egocentrismo) com a
realidade objetiva. A sistematização dessas condutas desde a
infância influencia fortemente o desenvolvimento da inteligência
e repercute por toda a vida do sujeito.
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REFERÊNCIAS

BARBOSA. Vanessa. https://exame.abril.com.br>brasil>inferno-na-floresta-o-que-


sabemos-sobre-os-incendios-na-amazonia/.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. Disponível em:
basenacionalcomum.mec.gov.br. Acesso em: 29 de outubro de 2019.
BRASIL ESCOLA. Desmatamento e queimadas na Amazônia. Disponível em:
https://vestibular.brasilescola.uol.com.br/atualidades/desmatamento-queimadas-na-
amazonia.htm. Acesso em 29 de outubro de 2019.
CERECEDA, Rafael. State of Amazonas declares state of emergency over rising
number of forest fires. Diponível em: https://www.euronews.com/2019/08/11/brazil-
state-of-amazonas-declares-state-of-emergency-over-rising-number-of-forest-fires
Consultado em: 22 de agosto de 2019.
FREZZA, Junior Saccon. SILVA, João A. A construção das noções de espaço e
tempo nas crianças da educação infantil. Conjectura, Caxias do Sul, v. 15, n. 1, p.
45-53, jan./abr. 2010.
NATIONAL GEOGRAPHIC. Como a economia de floresta em pé pode salvar a
Amazônia – e o planeta. Disponível em:
https://www.nationalgeographicbrasil.com/meio-ambiente/2019/09/como-economia-
de-floresta-em-pe-pode-salvar-amazonia-e-o-planeta. Acesso em: 29 de outubro de
2019.
R7. Porque os incêndios na Amazônia espalham crise pelo mundo. Disponível
em: https://noticias.r7.com/brasil/por-que-os-incendios-da-amazonia-espalham-crise-
pelo-mundo-25082019. Acesso em: 29 de outubro de 2019.

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