SUMÁRIO
7. VARIÁVEIS CLIMÁTICAS.......................................................................................................... 32
7.1 Climatologia................................................................................................................................. 32
7.2 Definição de Tempo e Clima ....................................................................................................... 32
7.3 Escalas Climáticas ........................................................................................................................ 32
7.4 Variáveis Climáticas ..................................................................................................................... 33
7.4.1 Radiação Solar ...................................................................................................................... 33
7.4.1.1 Movimento aparente do sol.............................................................................................. 33
7.4.2 Nebulosidade do céu ............................................................................................................ 35
Radiação Solar – Mesoclima e Microclima .................................................................................... 37
7.4.3 Temperatura......................................................................................................................... 38
7.4.4 Umidade ............................................................................................................................... 38
7.4.5 Ventos .................................................................................................................................. 38
7.5 Clima do Brasil ............................................................................................................................. 39
7.5.1 Clima Quente Seco ............................................................................................................... 40
1.5.2 Clima Quente Úmido ............................................................................................................ 43
7.5.3 Clima Temperado ................................................................................................................. 44
TIPOS / MODALIDADES DE
OBJETOS DE ESTUDO DISCIPLINAS
CONFORTO
TÉRMICO → TEMPERATURA; Conforto Térmico
QUALIDADE DO AR → OXIGÊNIO / IMPUREZAS – ventilação Conforto Térmico
HIGRONÔMICO → UMIDADE DO AR; Conforto Térmico
→ LUZ – ILUMINAÇÃO – como é percebida através
do sistema ocular – olhos, no sentido de haver luz
LUMÍNICO adequada à visão para executar determinada tarefa. Conforto Lumínico
Também chamado de conforto Visual por alguns
autores.
→ SOM – quantidade e qualidade (ecos,
ACÚSTICO Conforto Acústico
reverberações e reflexões);
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Outro exemplo que encontramos na chamada arquitetura vernacular é o que ocorreu com
o povo de Mesa Verde, no deserto do Colorado, nos Estados Unidos, (Fig.02). As habitações
foram construídas nas encostas de pedra para que essas protegessem as moradias da
incidência dos raios solares no verão. Já no inverno, com a inclinação mais baixa do sol, as
habitações eram aquecidas durante o dia. O calor armazenado na rocha nesse período era
devolvido ao interior dos ambientes à noite, garantindo assim o conforto térmico.
No norte da China, por exemplo, como o clima é muito severo, as edificações foram
construídas subterrâneas (Fig.03). São escolas, mercados, residências, tudo sob a superfície da terra.
Vista de cima, a cidade mostra apenas os pátios das casas. A temperatura abaixo da superfície do solo
é mais amena, compensando os extremos da temperatura do ar. (alta durante o dia e baixa durante a
noite).
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3.4 Renascimento
Com a invenção da perspectiva por Bruneleschi, começa então a história do desenho
arquitetônico e, nesse momento, o arquiteto separa-se do artesão, e as concepções arquitetônicas
começam a mudar, deixando de ser bioclimáticas. Os projetos começaram a ser puramente formais.
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Shangai Bank
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Referência
FROTA, A. B. Manual de conforto térmico. 4. ed. São Paulo: Studio Nobel, 2003.
LAMBERTS, R.; DUTRA, L.; PEREIRA, F. Eficiência Energética na Arquitetura. São Paulo, 2014.
WEIMER, G. Arquitetura popular brasileira. São Paulo: Martins Fontes, 2012.
TEIXEIRA, R. B. Arquitetura vernacular. Em busca de uma definição. Arquitextos, São Paulo, ano 17, n. 201.01,
Vitruvius, fev. 2017. http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/17.201/6431. Acesso em: 20 mar.
2018.
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4. CALOR E TEMPERATURA
4.1 Temperatura
É a medida da agitação molecular de um corpo. Temperatura não é sinônimo de calor e não mede calor.
No caso do ar, define o grau de aquecimento do ar.
4.2 Calor
É energia em trânsito que se desloca do corpo de maior temperatura para o de menor temperatura. É a
energia transferida de um corpo para outro em virtude, unicamente, de uma diferença de temperatura
entre eles.
Ex: mão em copo gelado, utilizar um blusão de lã no frio
Fluxo do calor
Agitação molecular
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OBSERVAÇÕES:
Em Física, não faz calor, pois é energia em movimento, diz-se que a temperatura está alta ou
baixa, ou seja: as moléculas estão mais agitadas ou menos agitadas.
a) condução,
b) convecção e
c) radiação ou irradiação:
CONDUÇÃO − Propagação de calor na qual a energia térmica é transmitida de partícula para partícula,
mediante agitação e colisão dessas partículas. É a forma de propagação de calor que acontece com os
sólidos.
− O calor passa da região mais aquecida para a menos aquecida através de choques moleculares −
uma molécula (partícula) agitada bate na outra que bate na outra...;
− Não ocorre transporte de matéria; há somente transmissão de energia térmica (calor).
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Zoom
• Existem materiais que conduzem mais ou menos o calor. Essa propriedade é chamada de
CONDUTIVIDADE TÉRMICA.
Exemplo:
Cobre 398
Ferro 80,3
Água 0,61
Ar 0,026
EX: parafuso x navio, por que o parafuso afunda e o parafuso boia? O parafuso é maciço, já o navio
é “oco” tem ar no seu interior, sendo assim menos denso que a água.
− Ocorre transporte de matéria; é a própria molécula aquecida que se desloca.
A figura abaixo mostra de maneira esquemática o que ocorre com a água quando aquecida em uma
chaleira. A porção mais quente tem a densidade volumétrica diminuída, devido
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à dilatação; com isso, ela tende a subir transportando a energia térmica. Ao mesmo tempo, a porção
superior mais fria desce, formando correntes (representadas na figura) − são as denominadas
CORRENTES DE CONVECÇÃO.
CORRENTES DE CONVECÇÃO
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Estas radiações, assim como as ondas de rádio, a luz, os raios X etc., são tipos de ondas
eletromagnéticas, capazes de se propagar no vácuo. Da grande gama de ondas eletromagnéticas
existentes, os raios infravermelhos são os que apresentam efeitos térmicos de maior intensidade.
Dependendo do meio material que encontram pela frente, tais raios podem continuar-se
propagando.
Um exemplo de aplicação da irradiação é a estufa de plantas. A luz solar (energia radiante) atravessa
as paredes transparentes de vidro e é absorvida por diversos corpos. Posteriormente, essa energia é
emitida na forma de raios infravermelhos que não atravessam o vidro (o vidro é um material opaco
para os raios infravermelhos). Dessa maneira, o ambiente interno mantém-se aquecido.
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Exemplos de Radiação
Radiação do Sol
Lareira
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Tabela resumo
Forma de propagação Meio Exemplos
de calor
Condução Sólido - toque em superfícies de metal e de madeira;
- segurar um copo gelado ou quente.
Convecção Fluido (líquidos - aquecimento da água de uma panela;
e gases) - movimento do ar na geladeira;
- ar condicionado;
- aquecedor;
- lareira;
- chaminé.
Radiação Não necessita - raio solar;
de meio físico - fogo;
Ocorre no - lareira;
vácuo/ar - aquecedor;
- parede aquecida.
Referência
Imagens retiradas da internet com fins meramente ilustrativos.
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Para projetar uma edificação é necessário entender o meio para que se possa ter conforto térmico. Do meio se pode
extrair os valores de temperatura do ar, temperatura radiante, umidade relativa e velocidade do ar (variáveis ambientais).
Para isso se utiliza os instrumentos como termômetro de bulbo seco, termômetro de globo, psicrômetro e o anemômetro.
5.1 Termômetros
São dispositivos destinados a medir temperatura (grau de agitação molecular).
Existem 2 tipos de termômetros: convencional e digital.
A. COMUM – Composto por uma haste com 1 canal condutor da espessura de 1 fio de cabelo; e 1 bulbo com uma
substância termométrica que se expande e sobe com o aumento de temperatura; quando a temperatura baixa, a
substância se contrai e desce.
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B. DE MÁXIMA E MÍNIMA – O termômetro de máxima e mínima registra as variações das temperaturas ocorridas,
em um ambiente num período de tempo. Ele nos fornece três valores: temperatura mínima, temperatura
máxima e a temperatura do momento.
Possui 2 termômetros convencionais com mercúrio:
• 1 sobe e não desce, marcando a temperatura máxima.
• outro desce e não sobe, marcando a temperatura mínima.
• Há 1 botão que zera as temperaturas marcadas.
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– Os valores obtidos são colocados em uma planilha denominada Carta Psicrométrica para a verificação da umidade
relativa do ar.
Carta Psicrométrica
TBS (Temperatura de Bulbo Seco) + TBU (Temperatura de Bulbo Úmido) + Carta Psicrométrica = UR
D. TERMÔMETRO DE GLOBO – Possui 1 termômetro convencional com mercúrio (prateado), tendo o bulbo
inserido em uma esfera de alumínio oca (com ar no seu interior) e pintada de preto.
– A cor preta e superfície fosca da esfera absorvem 98% dos raios infravermelhos;
– Mede a temperatura devido à absorção de energia radiante (propagação de calor por radiação). [−
Lâmpada de 250 W]
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1. ANEMOMETROS
Mede a velocidade do ar em m/s.
Há vários tipos de anemômetros, como o anemômetro com ventoinha, formado por hélices que se deslocam
com o movimento do ar ou o anemômetro com sensor.
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6.1.1 o Metabolismo
A energia térmica produzida pelo organismo humano
advém de reações químicas internas, sendo a mais importante
introduzido no organismo sob a forma de alimentos, com o
oxigênio, extraído do ar pela respiração.
Esse processo de produção de energia interna é
denominado metabolismo.
O HOMEM É UM TEMPERATURA
ANIMAL INTERNA
HOMEOTÉRMICO* CONSTANTE
(37°C)
Limites muito estreitos — entre 36,1 e 37,2°C —, sendo 32°C o limite inferior e 42°C o limite
superior para sobrevivência, em estado de enfermidade
• Organismo é uma máquina térmica com reações químicas internas:
32º36,1 a 37,2ºC→42ºC
Tanto o calor produzido como o dissipado dependem da atividade que o indivíduo desenvolve.
Em repouso absoluto — metabolismo basal* —, o calor dissipado pelo corpo, cedido ao ambiente, é de
cerca de 75 W.
* Metabolismo basal ou taxa metabólica basal é a quantidade calórica ou energética que o corpo utiliza,
durante o repouso, para o funcionamento de todos os órgãos, por exemplo, o coração, cérebro, pulmões, intestino,
etc.
6.1.2 A Termorregulação
Termorregulação é um termo que, em biologia, se refere ao conjunto de sistemas de regulação
da temperatura corporal de alguns seres vivos (em especial, dos mamíferos e das aves).
Esta regulação é exercida graças à coordenação entre a produção (termogénese) e libertação
(termodispersão) do calor orgânico interno.
EM GERAL, PODE-SE ASSOCIAR O CONFORTO TÉRMICO ÀS SITUAÇÕES ONDE SE TEM UM
MÍNIMO DE ESFORÇO FISIOLÓGICO PARA ADAPTAÇÃO AO AMBIENTE.
a) Vasoconstrição;
Causa um aumento da pressão sanguínea. Também possibilitará conservação do calor corporal,
em situação de baixa temperatura externa: os capilares contraem-se, forçando o sangue a circular a uma
maior distância da superfície cutânea, prevenindo uma transferência de energia para o meio externo.
b) Arrepio
Os pêlos levantados fazem com que uma camada de ar fique parada sobre a pele, funcionando
como isolante térmico. Desta forma, diminui a quantidade de sangue esfriado, o que evita uma maior
perda de calor do corpo.
a) Vasodilatação periférica
b) Transpiração
Quando não há mais outras alternativas de termorregulação, o corpo busca a transpiração. A
transpiração ocorre com maior facilidade com o ar seco, pois evapora com maior facilidade.
a) Natureza ambiental:
a.1) temperatura do ar - t;
a.2) temperatura média radiante trm
energia radiante - é a energia transmitida através dos elementos do ambiente: piso, teto, parede,
equipamentos no espaço interior, edifício, árvores
→ emitir energia radiante significa perder uma parte do calor. quando essa radiação é absorvida
por outro corpo, transforma-se em calor.
ELEMENTOS
QUE RODEIAM TEMPERATURA
O INDIVÍDUO SUPERFICIAL
umidade
perda de calor por +
evaporação velocidade do ar
→ umidade relativa tende a aumentar quando há diminuição de temperatura
→ umidade relativa tende a diminuir quando há aumento de temperatura
→ A baixa umidade relativa permite ao ar relativamente seco absorver a umidade da pele
(transpiração) rapidamente, e com isso, promover de forma rápida a remoção de calor do corpo.
Entretanto, se o ar está saturado, isto é, com o máximo de umidade que poderia permitir para
aquela temperatura, a evaporação não pode ser realizada e a pessoa começa a ganhar mais calor
assim que a temperatura do ar seja superior à da pele.
b) Natureza pessoal:
b.1) tipo de vestimenta (isolamento térmico);
- representa proteção contra as trocas térmicas.
É um isolante térmico pela camada de ar que mantém entre ela e a pele.
A roupa é um elemento que dificulta a remoção do calor do corpo, em virtude da sua resistência
térmica. A pele troca calor por condução, convecção e radiação com a roupa, que por sua vez troca calor
com o ar por convecção e com outras superfícies por radiação. Quanto maior a resistência térmica da
roupa, menor será suas trocas de calor com o meio.
• Diminui a troca térmica por convecção porque é um obstáculo ao movimento do ar junto à pele;
• Diminui o processo de evaporação do suor num grau que varia conforme a permeabilidade da
roupa ao vapor d'água. Quanto menor a permeabilidade da roupa, menor será a remoção de
calor por evaporação;
Normalmente quanto menor a temperatura, maior vai ser a necessidade de isolamento térmico
do corpo, ou seja, maior será a utilização de roupa para evitar a perda de calor para o meio ambiente.
Muitas vezes, além da questão climática, a questão cultural também influencia no uso de
vestimenta...
É importante ao arquiteto saber a função da sua arquitetura de forma a prever o nível de atividade
realizado no seu interior, obtendo assim algumas premissas sobre a sensação de conforto térmico das
pessoas. Em academias de ginástica, por exemplo, onde a atividade física é muito intensa, é recomendável
o uso abundante de ventilação (tanto para resfriamento quanto para higiene do ar). Já em uma sala de
aula, embora se deva ter boa ventilação, é necessário dosar os fluxos de ar de forma a evitar que
atrapalhem a atenção ou façam voar os papéis.
FUNÇÃO DA ARQUITETURA
Referência
FROTA, A. B. Manual de conforto térmico. 4. ed. São Paulo: Studio Nobel, 2003.
FUNDACENTRO. Conforto Térmico nos Ambientes de Trabalho. São Paulo, 1999.
LAMBERTS, R.; DUTRA, L.; PEREIRA, F. Eficiência Energética na Arquitetura. São Paulo, 2014.
Fotos: retiradas da internet
7. VARIÁVEIS CLIMÁTICAS
A análise climática do local que vai ser inserido a edificação deve ser efetuada antes da concepção
arquitetônica. Ela deve ser considerada com a mesma importância que o programa de necessidades. Uma
boa arquitetura deve satisfazer, além da forma e função, o conforto dos usuários e a eficiência energética.
7.1 Climatologia
Ciência que descreve, explica e classifica os climas, investigando seus fenômenos e influências.
- é um ramo da geografia física;
- baseia-se na meteorologia – ciência que estuda a atmosfera, o seu estado físico, dinâmico e químico e
as interações entre eles e a superfície terrestre subjacente: é o estudo cientifico do tempo.
Obs.: note que a classificação do clima quanto a umidade considera a quantidade de chuvas e não
a umidade relativa do ar.
O centro de gravidade da Terra gira em torno do sol formando um plano elíptico. Devido à
excentricidade da elipse, o planeta recebe uma variação do fluxo de energia solar, entre um máximo
situado no solstício de verão e um mínimo, no solstício de inverno, e mais dois momentos de equilíbrio
entre esses extremos, chamados de equinócio de primavera e equinócio de outono.
Essa trajetória é percorrida pela Terra num plano inclinado de 23°27’ em relação ao plano do
equador. E é denominado movimento de translação. É esta inclinação que define a posição dos trópicos,
permitindo aos dois hemisférios terrestres (norte e sul) receberem quantidades diferentes de radiação
solar ao longo do ano, caracterizando as estações.
A posição do sol na abóbada celeste pode ser definida através da altitude solar (γ) - ângulo
formado pelo sol e pelo plano horizontal da direção dos raios solares - e azimute solar (α). Esses dois
ângulos variam de acordo com as horas do dia e o período do ano, e podem ser obtidos com o auxílio das
Cartas Solares.
A radiação solar pode ser dividida em direta e difusa. A parcela que atinge diretamente o planeta
é chamado de radiação direta e sua intensidade depende da altura do sol sobre o horizonte (altura solar
– γ) e do ângulo de incidência dos raios solares em relação à superfície receptora, que põe em evidência
a importância da orientação, a nebulosidade e também as impurezas do ar nas camadas baixas da
atmosfera, fato corrente nas cidades industriais.
Outro fator que influencia a quantidade de radiação solar que chega na superfície terrestre é a lei
do cosseno, a qual estabelece que a intensidade de radiação incidente em uma superfície inclinada é igual
à razão entre a intensidade normal e o cosseno do ângulo de incidência. Isso explica as diferenças entre a
intensidade do sol matinal e aquele do meio-dia, pois nas primeiras horas do dia as radiações incidem de
forma inclinada sobre a superfície, enquanto ao meio-dia a direção das radiações é perpendicular,
ocasionando uma maior concentração energética por área de superfície.
Lei do cosseno
Em escala microclimática a radiação é a maior contribuinte para o ganho térmico em edifícios, e pode
ser dívida em cinco partes:
1) radiação solar direta (onda curta)
2) radiação solar difusa (onda curta)
3) radiação solar refletida pelo solo e entorno (onda
curta)
4) radiação térmica emitida pelo solo aquecido e
pelo céu (onda longa)
5) radiação térmica emitida pelo edifício (onda
longa).
As duas primeiras (1 e 2) são variáveis macroclimáticas. A radiação de onda curta refletida pelo
solo e pelo entrono (3) depende das características das superfícies refletoras - ALBEDO - variável
adimensional relativa a cada tipo de superfície refletora. Quanto maior o albedo maior a capacidade de
refletir a radiação. Ex.: grama tem albedo 0,2 – 20% radiação incidente é refletida. Após receber a
radiação solar, o solo se aquecerá, emitindo em seguida radiação térmica de onda longa (4). Este
fenômeno também ocorre com a edificação (5).
A radiação solar de onda curta que entra por uma abertura no edifício incide sobre os corpos, que
se aquecem e emitem radiação de onda longa. O vidro, sendo praticamente opaco à radiação de onda
longa, não permite que o calor encontre passagem para o exterior, superaquecendo o ambiente
interno. Este fenômeno é conhecido como efeito estufa.
7.4.3 Temperatura
É a variável climática mais conhecida e de fácil medição. Sua variação depende dos fluxos das
massas de ar e das diferentes superfícies de recepção. Quando a velocidade do ar é pequena, a
temperatura é consequência dos ganhos térmicos solares do local. Depende das diferentes maneiras que
a radiação solar é recebida por superfícies como solo, vegetação, topografia, altitude do local. Quando a
velocidade do ar é alta, esses fatores praticamente não influenciam a temperatura. Os valores das
temperaturas médias, mínimas e máximas são obtidos através dos dados climáticos do Ano Climático de
Referência (TRY).
É importante que se saiba que uma mesma temperatura pode ocasionar sensações diferentes em
virtude de variáveis como a umidade do ar, o vento e a altitude do local.
7.4.4 Umidade
Se o conteúdo de água evaporada no ar é o maior possível, diz-se que o ar está saturado. Nesta
condição, qualquer quantidade de água a mais em estado de vapor condensará. É deste fenômeno que
se originam a névoa, o orvalho e a chuva. Quando o conteúdo de vapor de água no ar é menor que o
máximo possível para aquela temperatura, temos uma proporção, chamada de umidade relativa do ar. A
umidade relativa aumenta quando há diminuição de temperatura e diminui quando há aumento de
temperatura.
Nos locais com alta umidade, a transmissão de radiação solar é reduzida porque o vapor de água
e as nuvens a absorvem e redistribuem na atmosfera, refletindo uma parte de volta para ao espaço. Em
locais com ar muito seco, os dias tendem a ser muito quentes e a noites frias; já em locais úmidos, as
temperaturas extremas tendem a ser atenuadas.
A umidade do ar atua diretamente na capacidade de evaporação da pele. Conforme visto na aula
anterior, quando a umidade está muito alta, temos dificuldade em evaporar o suor, aumentando a
sensação de desconforto térmico.
Em regiões com clima seco, onde a umidade relativa do ar é muito baixa (inferior a 20%) deve-se
utilizar próximo à edificação espelhos de água, fontes, vegetação, com o objetivo de umidificar através da
evaporação das águas e evapotranspiração das plantas. Dessa forma, cria-se um microclima mais ameno
nas imediações do edifício.
7.4.5 Ventos
A direção e características dos ventos são determinadas pela distribuição sazonal das pressões
atmosféricas. Pressão atmosférica é a ação exercida pela massa de ar que existe sobre as superfícies.
A variação das pressões atmosféricas é em função:
• aquecimento em esfriamento das terras e mares (Diferença de temperatura entre massas de ar)
• temperatura do globo
• movimento de rotação da Terra
A Velocidade é medida nas estações meteorológicas com anemômetros e sua probabilidade de ocorrência
lida em diagramas tipo “Rosa dos Ventos”:
Quente seco – região mais seca do país, temperatura acima de 27°C, chuvas escassas, fraca
nebulosidade, forte insolação.
Temperado – temperaturas médias abaixo de 20°C, chuvas bem distribuídas, inverno rigoroso nas
áreas mais elevadas
Quente úmido – temperaturas médias superiores a 22°C. nessa região a chuva é abundante.
Em relação às aberturas no projeto arquitetônico, estas devem ser pequenas, já que não há
necessidade de grande ventilação e também para evitar a radiação solar direta no interior do ambiente.
Também podem ser utilizadas proteções solares externas.
As edificações devem estar próximas umas às outras para fazer sombras entre elas com o objetivo
de diminuir a exposição frente à radiação solar.
A circulação urbana também pode ser planejada com características adequadas ao clima quente
seco. A malha urbana pode ser direcionada para que as ruas de maior largura sejam aquelas com direção
leste-oeste pois a inclinação dos raios solares ao longo do ano não atingirá tão intensamente as fachadas
voltadas para essas ruas.
Já em relação às ruas com direção norte-sul, estas devem ser mais estreitas, principalmente em
relação à altura dos edifícios, pois ocorrerá o sombreamento das edificações opostas e das ruas para os
pedestres.
Outro fator que pode ser incorporado às construções de clima quente seco são espaços abertos
(pátios internos) que podem conter fontes, espelhos d’ água, chafarizes.
Brasília utiliza muitos espelho d’ água na parte externa das edificações, como no Palácio da
Alvorada.
Do mesmo modo, quanto à proteção das aberturas, estas devem levar em consideração a
exclusão da radiação solar no verão e a necessidade de incidência dos raios solares no inverno. Deste
modo, as proteções solares externas devem ser móveis.
Referência
FROTA, A. B. Manual de conforto térmico. 4. ed. São Paulo: Studio Nobel, 2003.
LAMBERTS, R.; DUTRA, L.; PEREIRA, F. Eficiência Energética na Arquitetura. São
Paulo, 2014.
8. A CARTA BIOCLIMÁTICA
A Carta Bioclimática de Olgyay foi desenvolvida a partir de estudos sobe os efeitos do clima sobre o
homem, quer ele esteja abrigado ou não, de zonas de conforto e de relações entre elementos de clima e
conforto. A carta apresenta duas variáveis: temperatura de bulbo seco e umidade relativa do ar.
Em 1969, Givoni concebeu uma carta bioclimática para edifícios que corrigia algumas limitações
do diagrama idealizado por Olgyay. A carta de Givoni se baseia em temperaturas internas do edifício,
propondo estratégias construtivas para adequação da arquitetura ao clima. Em 1992, Givoni concebeu
uma carta bioclimática adequada para países em desenvolvimento, tendo em vista que em seus estudos
percebeu que pessoas que moram em edifícios sem condicionamento e naturalmente ventilados aceitam
uma maior variação térmica.
2) ZONA DE VENTILAÇÃO
5) ZONA DE AR-CONDICIONADO
6) ZONA DE UMIDIFICAÇÃO
A carta da figura acima é construída sobre o diagrama psicrométrico, que relaciona a temperatura
do ar e a umidade relativa. Obtendo os valores destas variáveis para os principais períodos do ano
climático da localidade, o arquiteto poderá ter indicação fundamentais sobre a estratégia bioclimática a
ser adotada no desenho do edifício. Os dados de temperatura e umidade relativa do ar exterior podem
ser plotados diretamente sobre a carta, onde são identificadas as nove zonas de atuação na carta.
8.1 Psicrometria
● Psicrometria é o estudo do ar úmido e das mudanças em suas condições. Na carta bioclimáticas temos
as seguintes variáveis psicrometricas
● Razão de umidade
– Quantidade de vapor em 1 Kg de ar seco
● Umidade de saturação
– Máxima quantidade de umidade a certa
temperatura
Material extraído da apresentação “Zonas Climáticas e Estratégias de Projeto” do prof. Arq. Ph.D. Heitor da Costa Silva
b) Cidade de Fortaleza
Referência
FROTA, A. B. Manual de conforto térmico. 4. ed. São Paulo: Studio Nobel, 2003.
LAMBERTS, R.; DUTRA, L.; PEREIRA, F. Eficiência Energética na Arquitetura. São Paulo, 2014.
9. VENTILALÇÃO NATURAL
A ventilação natural é tão antiga como a arte de construir edifícios. Deste modo, existe uma grande
experiência acumulada relativa a inúmeros sistemas que ao longo dos séculos foram aplicados e que,
ainda nos nossos dias, são fonte de inspiração. Muitas vezes, porém, os arquitetos esquecem-se dessas
alternativas, optando por utilização de sistemas artificiais de ventilação.
Para resfriar é necessário que a massa de ar em movimento esteja em uma temperatura mais baixa que
a nossa pele ou mesmo que a superfície em estudo.
Isto pode ser observado quando em momentos muito quente, o uso do ventilador não é suficiente para
amenizar o calor para o suficiente para amenizar o calor para o usuário.
A ventilação garante que o ar externo penetre no ambiente interno, renovando o ar ao supri-lo de
oxigênio e ao reduzir a concentração de gás carbônico. Aproxima as condições de temperatura e umidade
internos das condições do ambiente exterior, e atua diretamente no conforto térmico do usuário ao
passar pelo seu corpo (como já vimos, facilita a troca de calor do corpo humano através da retirada o
calor). Para haver ventilação, é necessário que o ar presente no ambiente saia para dar lugar ao novo.
Quando essa estratégia for necessária pode se explorar os seguintes recursos de projeto:
Nota: A cidade de Foz do Iguaçu possui orientação dos ventos dominantes sentido
norte – sul.
Exemplo do uso de vegetação para proteger dos ventos e para aproveitar a ventilação.
Exemplo 1:
Com ventilação cruzada:
Exemplo 2: Simulação computacional de edifício com abertura em uma única face e com aberturas em
dois lados (ventilação cruzada através de captadores de vento).
Reparem que para haja ventilação é necessário aberturas para entrada e saída de ar – ou seja, ventilação
cruzada.
• sheds: Consiste em uma única abertura na parte superior da cobertura, geralmente posicionada para
o lado sul, evitando assim a incidência direta dos raios solares e permitindo a entrada da luz natural.
• exaustores eólicos: assim como os outros sistemas, promove a retirada de ar quente do ambiente,
possibilitando a entrada de ar refrigerado melhorando consideravelmente o conforto térmico e a
qualidade do ar. Auxilia também a retirada de fumaça, umidade e particulados em suspensão. A energia
que move o sistema, provém do vento.
Também pode-se combinar o fator iluminação natural ao utilizar aberturas zenitais, que podem ser
colocadas em locais estratégicos para cumprir as duas funções simultaneamente (ventilação/iluminação).
Redutores de velocidade do vento são recomendados quando a ventilação é desejada mas o vento no
local apresenta maior intensidade que o desejado para proporcionar conforto e renovar o ar dos ambiente
internos. São localizados em uma orientação específica visando uma direção predominante de ventos de
elevada intensidade. Os redutores podem ser vazados ou podem ser barreiras dispostas ao longo do
entorno do edifício a fim de proporcionar uma rugosidade que desacelera, desvia e/ou reduz o vento
incidente. Estas barreiras podem ser utilizadas para fins combinados, como vegetação de arbustos ou
árvores em jardins e bancos para os usuários. Pode-se se utilizar brises, cobogós, vegetação entre outros.
Podem também ser barreiras em vidro quando se deseja manter a vista para um ponto ou direção
específica.
Como a ventilação na cobertura funciona devido a diferença de densidade do ar aquecido (mais leve) e
do ar menos aquecido (mais pesado), é fundamental ter uma abertura para saída de ar na extremidade
superior do telhado.
Exemplos:
Subcoberturas ventiladas também são uma boa opção quando não se tem muito espaço entre a laje e o
telhado.
Referência
FROTA, A. B. Manual de conforto térmico. 4. ed. São Paulo: Studio Nobel, 2003.
LAMBERTS, R.; DUTRA, L.; PEREIRA, F. Eficiência Energética na Arquitetura. São
Paulo, 2014.
Para atingir este objetivo é necessário o estudo das variáveis arquitetônicas que será manipulado pelo
arquiteto:
1. localização da obra,
2. orientação do edifício,
3. forma,
4. função,
5. fechamentos da edificação:
5.1: opacos (cobertura, piso, paredes) e
5.2 transparentes (vidros...)
10.1 Localização
O local da obra sofre influências de fatores que interferem nas relações entre terreno e edificação.
O estudo desses fatores determina a adequada integração entre a construção e o meio que a circunda.
A topografia, a vegetação e o entorno construído são os principais elementos que influenciam na
localização da obra arquitetônica.
1.1 Topografia – o projetista deve ter conhecimento da topografia local para a escolha do sítio,
lembrando que esta terá influência na incidência de radiação solar e ventos sobre a implantação da
edificação.
1.2 Vegetação – a vegetação influencia também na escolha do sítio, já que a mesma pode ser manipulada,
podendo se fazer o uso dela para sombrear, proteger da radiação em determinadas horas do dia de modo
a diminuir a temperatura do ar próximo à edificação. Também tem a capacidade de direcionar ou proteger
dos ventos. Entretanto, deve-se lembrar que a vegetação leva um certo tempo para atingir o porte
necessário e servir como elemento arquitetônico.
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1.3 Entorno construído – a configuração da malha urbana e edificações próximas ao local do projeto
também influenciam no microclima local, tal como a ventilação e a insolação. Conforme já vimos, as
superfícies pavimentadas (concreto e asfalto principalmente) absorvem o calor e emitem ao meio
ambiente.
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MAIOR FACE
N
EDIFÍCIO
Já a orientação dos edifícios em função dos ventos dominantes é fundamental para a obtenção
de conforto, principalmente nos climas quente úmidos.
10.3 Forma
A forma arquitetônica tem grande influência no conforto ambiental em uma edificação e no seu
consumo energético pois:
• define fluxos de ar no interior e exterior;
• define quantidade de luz natural;
• define quantidade de calor recebido, ou seja, influencia nas trocas térmicas entre
edificação e o meio exterior.
Exemplos:
→ Marrakesh, em Marrocos - a implantação das edificações foi realizada favorecendo a canalização da
brisa do mar, para o interior da cidade. Do mesmo modo que o vento quente continental é desviado pela
forma das edificações.
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Além disso, a forma dos edifícios, à distância entre eles e a posição em relação à direção do
vento dominante são elementos que definem a eficiência na ventilação a nível urbano.
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→ Em função da altura das edificações, a quantidade de calor recebida pela cobertura e pelas fachadas
pode variar. Em construções com um só pavimento, 70% do calor chega pela cobertura e 30% pelas
fachadas, portanto, para edificações térreas, o isolamento térmico da cobertura é fundamental.
10.4 Função
Os parâmetros de conforto térmico dependem da atividade que será desenvolvida dentro da
edificação. De acordo com a atividade, comércio ou habitação por exemplo, serão exigidas soluções
diferentes, seja na forma ou na função. Da mesma forma, os parâmetros para conforto térmico irão variar
de acordo com a função da edificação.
O papel do arquiteto é estar consciente das diferenças e necessidades a fim de alertar e
aconselhar seus clientes na busca por soluções técnicas que diminuam o consumo energético da
edificação e maximizem o conforto térmico, luminoso e acústico das mesmas.
As funções residenciais, comerciais e públicas são distintas do ponto de vista da dependência do
clima e, consequentemente, do consumo de energia.
Em relação a horários de uso destas edificações, edifícios comerciais e públicos são usados,
geralmente, durante o dia, expondo os usuários constantemente aos efeitos da radiação solar. Somando-
se a isso, têm-se os ganhos internos de calor devido aos equipamentos, iluminação e aos próprios
ocupantes. Dessa forma, utiliza-se o uso indiscriminado do ar condicionado, elevando o consumo
energético de tais edifícios.
Em shopping centers, construções hermeticamente fechadas, a exclusão da luz natural pode se
justificar nas vitrines, em função da possível deterioração dos produtos expostos à radiação solar.
Entretanto, nas circulações, a luz natural deveria ser explorada, reduzindo o consumo de energia com
sistemas de iluminação artificial.
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Em outros ambientes, como salas de aula, bibliotecas e escritórios, a presença de luz natural é
fundamental, tanto para evitar a fadiga visual provocada por uma iluminação artificial e invariável, quanto
para garantir uma qualidade na percepção das cores, contrastes e detalhes, às vezes necessários à tarefa
visual sendo desenvolvida nesses ambientes.
Já em residências a luz natural é tratada com maior importância, pois além do seu valor poético
na definição dos espaços, é fundamental para a economia de energia do morador. Também se torna mais
viável a instalação de sistemas passivos de resfriamento, como uso da vegetação em paredes externas ou
próximas às janelas, tanques de água sobre o telhado, do que a utilização de climatização artificial, visto
que sua relação com o espaço exterior é quase sempre mais efetiva que em edificações comerciais e
públicas.
Exemplos de resfriamento evaporativo:
Além das variáveis arquitetônicas vistas anteriormente, há ainda os fechamentos da edificação: opacos (cobertura,
piso, paredes) e transparentes (vidros).
Além das variáveis arquitetônicas vistas anteriormente, há ainda os fechamentos da edificação: opacos (cobertura,
piso, paredes) e transparentes (vidros). Nas edificações, os fechamentos são os elementos que regulam as trocas
do edifício com o meio exterior.
• FECHAMENTOS OPACOS – são aqueles que não deixam a radiação solar passar para o interior da edificação
(não somos capazes de ver através deles – paredes)
• FECHAMENTOS TRANSPARENTES – são aqueles que deixam passar radiação solar através deles para o
interior do edifico (podemos enxergar através deles – vidros).
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À medida que a radiação solar incidir sobre a superfície externa do fechamento, a superfície exterior do
fechamento irá receber calor através da radiação e por convecção do ar exterior aquecido.
Os fechamentos opacos possuem duas características importantes que determinam a parcela que será
absorvida e refletida pela superfície. Essas características dependem dos coeficientes de absorção (α) e reflexão
(ρ) respectivamente e são específicas da superfície do fechamento e não do material do qual ele é composto.
Assim ao se pintar uma parede de tijolos com tinta branca, se está alternado seus coeficientes de absorção e
reflexão.
α + ρ = 1 (absorção + reflexão = 100% da radiação solar)
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As superfícies com cores escuras, muito presentes em materiais de construção apresentam grande absortividade.
Se a absorvidade de um material for 0.8, por exemplo, significa que 80% da energia sobre ele incidente será
absorvida e 20% será refletida.
quando estamos interessados no comportamento frente à radiação solar, o coeficiente de absorção α será baixo
para os materiais claros e alto para os materiais escuros;
Material λ (W/mk)
Cobre 398
Concreto 1,50
Vidro 0,72 - 0,86
Água 0,61
Madeira 0,14
Isopor 0,033
Ar 0,026
Tijolo 0,65
• Resistência Térmica (R)
É a propriedade térmica do material em resistir a passagem de calor. A resistência térmica (R) depende da
espessura do fechamento (L). Quanto maior a espessura do material, maior será sua resistência em transferir o
calor.
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Observe que a resistência térmica total RT inclui a resistência superficial interna e externa, além das
resistências de cada componente do fechamento.
Na tabela abaixo, têm-se os valores de transmitância térmica para alguns fechamentos utilizados na construção
civil.
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Se as lâminas forem separadas por uma câmara de ar (caso c) a transmissão de calor entre a superfície B e
C se fará por convecção e radiação. Dessa forma o calor deverá cumprir novos processos de transmissão de calor no
sentido da espessura do elemento, aumentando assim a resistência total.
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Na figura abaixo estão representados 3 tipos de peças moduladas de mesmo tipo e quantidade de material.
As soluções se diferenciam pela distribuição deste material.
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No projeto arquitetônico, as principais variáveis que podem alterar o aporte de calor pela abertura são:
• Orientação e tamanho da abertura;
• Tipo de vidro;
• Uso de proteções solares internas e externas.
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Na imagem abaixo segue um exemplo de uma carta solar para a cidade de Florianópolis (latitude 27º40’ Sul) e sua
interpretação para diferentes fachadas.
• fachada leste - sol todas as manhãs em todas as
estações;
Os vidros têm geralmente alta transmitância térmica (U), ou seja, são bons condutores de calor. Entretanto são os
únicos materiais de construção com capacidade para controlar de forma racional a radiação solar (luz e calor).
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A radiação solar incidida em um vidro pode ser dividida em três parcelas: absorvida; transmitida e refletida. A
imagem que segue ilustra essas 3 parcelas.
No espectro solar há duas regiões de particular importância para o estudo do comportamento dos fechamentos
transparentes:
• As ondas curtas se subdividem em visíveis (380 a 770 nm) e infravermelhas (760 a 3.000 nm).
• As ondas longas são radiações infravermelhas emitidas por corpos aquecidos (>3.000 nm) .
Pode-se classificar os tipos de fechamentos transparentes mais usados na construção civil basicamente em cinco
categorias:
• vidro simples (transparente);
• vidro verde;
• películas e vidros absorventes (fumês);
• películas e vidros reflexivos;
• plásticos.
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• vidro verde
Este vidro é também conhecido como absorvente. É
levemente pigmentado para diminuir a transmissão da
onda curta com somente um pequeno aumento na
absorção da parte visível.
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• plásticos
Atualmente, alguns materiais plásticos como o
policarbonato e o acrílico começam a entrar no
mercado dos fechamentos transparentes. São
altamente transparentes à radiação de onda
longa. Isto reduz o efeito estufa, comum a
vidros, aumentando a perda de calor para o
exterior.
• camadas múltiplas
A resposta espectral de múltiplas camadas de um
mesmo material difere pouco da utilização de
uma só camada. Entretanto, combinando dois ou
mais tipos, como em um sanduíche, pode-se
produzir uma resposta totalmente diferente. Por
exemplo: uma camada de vidro com película
reflexiva:
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b) Proteção externa
A opção por uma proteção externa pode ser a mais adequada se houver um dimensionamento que garanta a
redução da incidência da radiação solar, quando necessária, sem interferir na luz natural.
A proteção externa bloqueia a radiação direta antes de esta penetrar pelo vidro, evitando o efeito estufa. Pode-se
especificar proteções solares externas fixas ou móveis.
É importante salientar que as proteções externas também interferem na definição da fachada arquitetônica. Podem
ser pensadas como elemento compositivo da fachada e se tirar partido desta ideia para conceber, inclusive, a
linguagem arquitetônica do edifício.
Um dos principais elementos de proteção solar é o BRISE-SOLEIL (expressão francesa = quebra-sol) é um dispositivo
arquitetônico utilizado para impedir a incidência direta de radiação no interior de um edifício, evitando um calor
excessivo. Os brises podem ser horizontais, verticais, mistos. Além disso podem ser móveis e fixos.
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quantidade de enegia solar que atravessa o vidro o ambiente (EV). Este valor é característico para cada tipo de
abertura e varia com o ângulo de incidência da radiação solar.
Para o vidro simples, com a incidência direta da radiação solar normal à superfície, o fator solar é aproximadamente
0,87. Isto significa que 87% da radiação solar incidente sobre a janela com vidro simples e sem proteção penetra no
interior. A maior parte é transmitida diretamente ao interior, somando-se a 50% da parcela da radiação absorvida
pelo vidro .
Utilizando sistemas de aberturas com fatores solares baixos controla-se a entrada de calor para o interior. Deve-se
ponderar a iluminação natural nestes casos, que não pode ser reduzida na mesma proporção da entrada de calor.
Outras formas de aproveitamento da luz natural podem ser utilizadas (zenitais ou indiretas), ou mesmo empregar
algum tipo de proteção que bloqueie o calor mas permita o ingresso da luz (vidro especial, brise tipo iight shelf etc.).
Nas tabelas são apresentados os fatores solares para alguns tipos de vidro e proteções solares externas e internas
mais comuns, respectivamente.
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